Em meio à pressão e mobilização das categorias do serviço público federal, o Congresso Nacional aprovou, no final da tarde desta quinta-feira (20), a Lei Orçamentária Anual de 2025, com as alterações apresentadas pelo relator, senador Angelo Coronel (PSD/BA). O relatório foi aprovado, na manhã nesta quinta (20), pela Comissão Mista de Planos, Orçamentos e Fiscalização (CMO) do Congresso Nacional.
Desde a semana passada (10), docentes das seções sindicais, da diretoria nacional e da Comissão Nacional de Mobilização do ANDES-SN, em conjunto com representantes de outras categorias do serviço público, estavam em Brasília (DF), realizando a Jornada de Lutas do Funcionalismo Público Federal, concluída nesta quinta (20). As ações de mobilização envolveram atos no aeroporto da capital federal, visitas aos gabinetes de parlamentares, protesto em frente ao Anexo 2 da Câmara de Deputados e protocolos de ofícios junto aos ministérios da Educação (MEC) e de Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) e na Casa Civil.
“As últimas duas semanas de mobilização para o cumprimento do acordo e, sobretudo, para a aprovação da LOA, por parte do ANDES-SN, demais entidades da Educação e do funcionalismo federal, tiveram uma presença importante no Congresso Nacional, com atos por seguidos dias à frente do Anexo II, demonstrando presença para deputados, deputadas, senadores e senadoras. Foi feito um intenso trabalho, em que a Comissão Nacional de Mobilização, a diretoria nacional e representantes das seções sindicais do nosso Sindicato visitaram gabinetes e dialogaram com o conjunto de parlamentares sobre a necessidade da aprovação da LOA durante essa semana”, contou Helton Saragor, 2º vice-presidente da Regional São Paulo do ANDES-SN.
O diretor do ANDES-SN elencou que, durante a jornada, também foram realizados protocolos nos ministérios cobrando questões pendentes como a publicação da alteração do Decreto 1590/95 da Controle de Frequência de docentes do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT), publicação dos resultados dos grupos de trabalho, que alteram a Portaria 983, a trava estabelecida para promoções e progressões, assim como a sua uniformização e a necessidade de encaminhamento de uma folha suplementar após a aprovação da LOA. “Então, para além do cumprimento do acordo sobre o aspecto do reajuste salarial e da LOA, o ANDES-SN também conseguiu pautar o conjunto dos ministérios, que estão com pendências para a efetivação do acordo”, ressaltou.
Conforme Saragor, a mobilização agora continua pela aprovação da Medida Provisória 1286/2024, que trata dos reajustes salariais, com as emendas propostas pelo ANDES-SN, pela folha suplementar para o pagamento retroativo dos reajustes e pelo cumprimento dos demais termos do acordo, conforme ofícios protocolados essa semana junto ao MEC, MGI e Casa Civil.
“Pelo prazo formal, como a MP está em vigência, o reajuste deve entrar na folha de pagamento do começo de maio, após a sanção presidencial da LOA. Mas a luta prioritária agora é pela folha suplementar, porque, devido aos prejuízos pelo não reajuste nos últimos meses, não podemos mais esperar”, acrescentou.
Comentário infeliz
Durante a leitura de seu relatório na CMO, o senador Angelo Coronel, ao anunciar a manutenção do montante destinado ao reajuste do funcionalismo federal, fez um infeliz comentário acerca da mobilização das servidoras e dos servidores. A fala lamentável, demonstra, no entanto, que a Jornada de Lutas gerou incômodo nos parlamentares.
"E quero ressaltar a todos os sindicatos, associações dos servidores públicos federais, sei que se manifestaram ao longo desses 90 dias com total razão, inclusive soube até que estavam me esperando chegar ao aeroporto para me cumprimentar, deram azar ou eu dei sorte, não me encontraram, mas o importante é que [...] os sindicatos vão sair daqui hoje alegres e satisfeitos, porque vão receber o 'din din' retroativo a janeiro, então não precisam mais fazer greve, não precisam fazer zoada, porque até imputaram a culpa ao relator [pelo atraso]...".
LOA aprovada
O Congresso aprovou o projeto de lei orçamentária (LOA) de 2025 (PLN 26/2024). O texto, votado três meses após o prazo, traz um teto de despesas sujeitas ao arcabouço fiscal de R$ 2,2 trilhões, meta fiscal de déficit zero com tolerância de até R$ 31 bilhões, para mais ou para menos, e previsão de superávit de R$ 15 bilhões após as deduções permitidas. O superávit serve para custear gastos futuros sem previsão no Orçamento (créditos adicionais) e para diminuir a dívida pública.
O relatório aprovado aumentou R$ 11,9 bilhões em despesas com relação ao projeto do governo federal, totalizando R$ 5,7 trilhões. Esse valor inclui despesas que ficam fora do limite de gastos estipulado pelo arcabouço fiscal.
A Saúde teve um aumento de R$ 24,4 bilhões, em relação ao texto original, um reflexo da exigência legal de que metade das emendas individuais sejam para essa função. Já a Educação sofreu corte de R$ 2 bilhões no valor previsto pelo governo, com destinação final de R$ 175,40 bilhões. Foram garantidos, no texto votado, R$ 22 bilhões para os reajustes acordados com o funcionalismo federal.
O projeto também teve de ser adequado por Coronel às novas regras sobre emendas parlamentares, fruto de acordo entre os três Poderes: a Resolução 1/2025, do Congresso Nacional; e a Lei Complementar 210, de 2024. Uma das novidades é o limite de R$ 11,5 bilhões para as emendas de comissão em 2025, das quais um terço se refere aos colegiados de senadores e dois terços, dos deputados.
O valor total da despesa do Orçamento de 2025 é de R$ 5,9 trilhões, mas R$ 1,6 trilhão se refere ao refinanciamento da dívida pública. Sem esse valor, o Orçamento se divide em R$ 166,5 bilhões do orçamento de investimento das estatais e R$ 4,1 trilhões dos orçamentos fiscal e da seguridade social.
Fonte: Andes-SN (com informações das agências Câmara de Notícias e Senado; Fotos: Eline Luz/ Andes-SN)
Docentes da UFMT aprovam participação em mobilização por cumprimento do acordo de greve no dia 28/03
Em assembleia geral da Adufmat-Ssind, realizada nesta quinta-feira, 20/03, docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) debateram, conforme edital de convocação, a participação em ato unificado convocado para o dia 28/03 e a recomposição dos membros do conselho fiscal. Os presentes aprovaram a adesão ao ato unificado na sexta-feira da próxima semana, que em âmbito local ocorrerá das 6h30 às 8h30, na guarita 1 da UFMT.
Durante os informes, o professores Aldi Nestor de Souza falou sobre o início das atividades para a realização da Jornada Universitária em defesa da Reforma Agrária (JURA), que devem começar com uma reunião virtual no dia 27/03. O docente falou, ainda, que o Seminário e debate com o tema “Covid, Novas Pandemias e Agronegócio”, realizado esta semana com apoio da Adufmat-Ssind, foi muito importante. Para quem não pode comparecer, mas tem interesse, o debate está disponível no canal do sindicato no Youtube (clique aqui).
Pela Diretoria, o professor Maelison Neves falou sobre as reformas necessárias na sede da Adufmat-Ssind - também conhecida como “oca” -, como o isolamento da cobertura, mudanças nos banheiros, entre outros rearranjos. O processo será um pouco demorado, e a parte administrativa do sindicato funcionará em sala comercial ao lado da UFMT até a conclusão. De acordo com o docente, a Diretoria já contratou um engenheiro para fazer os primeiros cálculos, mas, durante todo o processo, as opções de modificações, os respectivos valores e todas as informações pertinentes à reforma serão apresentadas em assembleia para que a categoria decida como proceder. “Nós nos preocupamos em preservar um patrimônio da Adufmat-Ssind, que, inclusive, defendemos que seja reconhecido como patrimônio histórico local, e é justo que toda a categoria se envolva neste processo”, afirmou Neves.
Ainda durante os informes, a diretora de Comunicação do sindicato, Ana Paula Sacco, fez o repasse do Encontro Nacional do GTMulticampia e Fronteiras, realizado entre os dias 13 e 15/03, em Boa Vista - RR. O sindicato fará uma matéria sobre o evento que, além da participação da diretora, também contou com a presença do professor da UFMT, Breno dos Santos, diretor da Regional Pantanal do Andes-SN e coordenador do GT.
Ato unificado no dia 28/03
Os servidores federais voltaram a se mobilizar para exigir que o termo de acordo do final da greve, assinado pelo Governo, seja respeitado. O acordo prevê, além dos percentuais de reajuste que devem ser implementados em 2025 e 2026, alguns avanços para a categoria com relação à reestruturação da carreira, conquistados pela greve. Ocorre que, confirme explicou o diretor geral da Adufmat-Ssind, Maelison Neves, nem mesmo os pontos acordados que não representam qualquer impacto financeiro estão sendo cumpridos pelo Governo.
Sendo assim, a partir da deliberação de mobilização unificada, encaminhada pelas entidades nacionais dos servidores federais, a proposta apresentada e aprovada pelos presentes na assembleia desta quinta-feira foi a participação em atividade conjunta com o Sindicato dos Trabalhadores Técnicos-administrativos (Sintuf-MT), programada para o período das 6h30 às 8h30 do dia 28/03, na guarita 1 da UFMT.
As reivindicações da categoria serão transmitidas para a comunidade por meio de carro de som, panfletagem, além de diálogo com os presentes, que terão ainda um pequeno café da manhã à disposição.
Recomposição do Conselho Fiscal
Por questões regimentais, o Conselho Fiscal da Adufmat-Ssind precisou ser recomposto, já que duas integrantes passaram a ocupar cargos na administração da universidade - as professora Loanda Cheim e Luciane Gomes. Os professores Djeison Benetti, Vinícius Santos e Einstein Aguiar se disponibilizaram para fazer parte do mesmo, ficando o último como suplente, já que a recomposição preservou a permanência do professor Aldi Nestor de Souza.
Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind
Em uma sessão marcada pela pressa, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) deu um passo que promete redefinir o cenário da produção agrícola e causar sérios danos à saúde pública no estado. Nesta quarta-feira (19), deputados aprovaram em regime de urgência o Projeto de Lei 1833/2023, uma proposta que elimina barreiras cruciais para a aplicação de agrotóxicos em pequenas propriedades rurais. A decisão levanta questões urgentes sobre os limites entre o desenvolvimento econômico e a proteção do meio ambiente.
A flexibilização representa uma mudança drástica em relação à legislação anterior, que estabelecia distâncias mínimas para a aplicação de agrotóxicos, e que eram consideradas insuficientes para um nível adequado de proteção à saúde da população e do meio ambiente. A proposta também estabelece novas distâncias mínimas para médias e grandes propriedades rurais. No caso de médias propriedades, a aplicação de agrotóxicos poderá ocorrer a uma distância mínima de 25 metros das áreas habitadas e fontes de água. Já para grandes propriedades a distância mínima estabelecida é de 90 metros.
Essas mudanças contrastam com o Decreto nº 2.283/2009, que estava em vigor em Mato Grosso e determinava que o uso de agrotóxicos na agricultura só poderia ocorrer a uma distância mínima de 300 metros de povoações, cidades, vilas, bairros e mananciais de captação de água para abastecimento da população.
Além disso, o decreto estabelecia distâncias mínimas de 150 metros de mananciais de água, moradias isoladas e agrupamentos de animais, e de 200 metros de nascentes, mesmo que intermitentes.
O deputado Gilberto Cattani (PL), autor do projeto de lei, justifica a proposta argumentando que a distância mínima de 300 metros estabelecida pelo decreto anterior traz prejuízos à produção agrícola, à população e à economia, devido ao alastramento descontrolado de pragas agrícolas.
No entanto, especialistas alertam para os graves riscos que a medida representa para a saúde da população, o meio ambiente, aos produtores e até para a própria produção.
“Um dos resultados que nós vimos é que existe uma necessidade de manter uma zona segura, sem a aplicação de agrotóxicos em volta das áreas de preservação permanente, as APPs. Porque os agrotóxicos por si só, eles não controlam todas as pragas da paisagem. Nós sabemos que paisagens que tiveram uma aplicação de altos índices suscetíveis, ano a ano, de agrotóxicos eles selecionaram pragas mais resistentes. Então, é fundamental que se alinhe o controle biológico natural e resguardar uma faixa segura de APPs porque nós vimos que tem animais que são fundamentais para ajudar a controlar essas pragas junto com os agrotóxicos. Então, manter essas zonas seguras é fundamental para preservar a agricultura”, explicou o pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Lucas Ferrante, durante audiência realizada nesta terça-feira (18), que debateu o tema.
O médico, pesquisador e professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Wanderlei Pignati, também ressaltou que a proposta é absurda, pois vai aumentar a exposição a venenos e ampliar a probabilidade da população ter doenças.
“Quanto mais perto, maior é a probabilidade de você ter intoxicação aguda, malformações, câncer. A população que mora do lado, crianças e adultos, os rios, tudo vai ser muito afetado e contaminado”, afirma.
Wanderlei Pignati é responsável por um estudo que analisou as condições de saúde de pessoas que moravam em distâncias inferiores a um quilômetro das áreas de lavouras em Mato Grosso. Por meio da pesquisa, realizada pelo Núcleo de Estudos em Ambiente, Saúde, Trabalho e Educação (Neast), do Instituto de Saúde Coletiva (ISC) da universidade, foi demonstrado que a proximidade de áreas agrícolas é um fator de risco significativo.
Pesquisas da UFMT e do Neast/ISC/UFMT, em parceria com a Operação Amazônia Nativa (OPAN), também demonstraram a relação entre o uso intensivo de agrotóxicos em lavouras próximas a territórios indígenas e a causa de graves problemas de saúde.
Além disso, foram encontrados agrotóxicos proibidos, como carbofurano, atrazina e carbendazim, nas lavouras. A exposição a esses produtos está associada a intoxicações agudas, doenças crônicas, como câncer e problemas neurológicos, e impactos ambientais severos.
O estudo ainda mostrou que as pessoas com residência próxima a lavouras agrícolas de milho e algodão tiveram quase duas vezes mais intoxicações agudas comparadas com as que residiam em outros locais.
Na sessão ordinária apenas três deputados, Wilson Santos (PSD), Lúdio Cabral (PT) e Valdir Barranco (PT), votaram contrários ao projeto de lei, que segue para sanção do governador Mauro Mendes (União Brasil).
Fonte: OPAN (Foto: Adriano Gambarini/ OPAN)
A Adufmat-Ssind convida toda a categoria e demais interessados para continuar o debate sobre "Conjuntura, a Luta Sindical e o fim da Escala 6x1", com a contribuição do professor Sérgio Lessa, docente da Universidade Federal de Alagoas e membro do conselho editorial da revista Crítica Marxista.
O evento, que começou na quinta-feira, 20/03, no auditório do ICHS, terá uma continuação neste sábado, 22/03, a partir das 14h, ainda no auditório do ICHS.
Em 2024, ao menos uma mulher foi vítima de feminicídio a cada 17 horas nos nove estados monitorados pela Rede de Observatórios da Segurança: Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo. Os dados apontaram um total de 531 vítimas ao longo do ano passado.
Em 75,3% dos casos, os crimes foram cometidos por pessoas próximas. Quando considerados apenas parceiros e ex-parceiros, o índice chega a 70%.
O boletim “Elas Vivem: Um Caminho de Luta”, divulgado na última quinta-feira (13), foi produzido pela Rede de Observatórios da Segurança, uma iniciativa do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec). O projeto acompanha políticas públicas de segurança, além de fenômenos de violência e criminalidade em nove estados.
Segundo o estudo, a cada 24 horas, ao menos 13 mulheres foram vítimas de violência em 2024 nos estados monitorados. Ao todo, foram registrados 4.181 casos, representando um aumento de 12,4% em relação a 2023, quando o Amazonas ainda não fazia parte do monitoramento. O estado passou a integrar a Rede em janeiro deste ano.
“Continuamos chamando a atenção, ano após ano, para um fenômeno muito maior do que essa amostragem, que foi normalizado pela sociedade e pelo Poder Público como apenas mais uma pauta social. E por isso os números seguem aumentando, enquanto as políticas de assistência estão sendo fragilizadas”, alerta a organização.
Estados
O Amazonas aparece pela primeira vez no monitoramento da Rede de Observatórios. Com 604 casos de violência contra a mulher, o estado fica atrás apenas de São Paulo e do Rio de Janeiro em números de violência, superando estados mais populosos, como Bahia e Pernambuco. Foram contabilizados 33 feminicídios, 15 cometidos por parceiros ou ex-parceiros. O estado registrou dois casos de transfeminicídio.
A Bahia apresentou uma redução de 30,2% nos casos de violência em um ano, passando de 368 para 257 registros. Em 73,9% das ocorrências, as vítimas não tiveram raça ou cor identificada. Entre os 46 feminicídios registrados, 34 não contaram com essa informação.
A violência de gênero no Maranhão cresceu quase 90%. O número de casos subiu de 195 para 365, sendo 151 cometidos por parceiros ou ex-parceiros. O estado registrou 54 assassinatos, dos quais 31 vítimas tinham entre 18 e 39 anos. Quase 100% dos crimes não tiveram identificação de raça e cor, um percentual de 93,7%.
Acesse o boletim completo aqui para mais informações
Fonte: Agência Brasil (com edição do ANDES-SN)
O II Seminário de Multicampia e Fronteira do ANDES-SN encerrou suas atividades no sábado (15) com uma visita à Terra Indígena (TI) Raposa Serra do Sol, em Roraima, e ao país vizinho, Guiana. O evento foi organizado pelo Grupo de Trabalho de Multicampia e Fronteira (GT Multi-Front) do Sindicato Nacional, em parceria com a Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal de Roraima (Sesduf-RR SSind.).
As e os docentes de diversas instituições de ensino do país tiveram a oportunidade de vivenciar a realidade dos povos originários. Uma viagem de cerca de quatro horas separa a capital Boa Vista da Terra Indígena (TI) Raposa Serra do Sol, é uma das maiores terras indígenas demarcadas no Brasil, com 1,7 milhão de hectares, e abriga uma população de 27 mil indígenas dos povos Macuxi, Wapichana, Taurepang, Patamona e Ingarikó.

O grupo de docentes foi recepcionado com a defumação, um ritual de cura e de proteção, seguido por um canto de boas-vindas. Durante a visita, as professoras e os professores puderam conhecer saberes ancestrais preservados pelo povo indígena Macuxi, como a pintura com jenipapo - técnica que utiliza o fruto para criar uma tinta preta na pintura corporal e em utensílios. Também acompanharam a produção de panelas de barro pelas mulheres da comunidade, além da confecção de cestos e de arco e flecha.

A indígena Joana destacou a importância da transmissão dos conhecimentos tradicionais. “Estamos fazendo uma pequena exposição das panelas de barro e outros artefatos como forma de preservar a cultura ancestral dos povos indígenas. É um trabalho que aprendi desde cedo e hoje repasso para meus filhos, netos e para aqueles que vêm compartilhar esse momento”, disse.
As e os docentes também acompanharam o preparo de um prato típico da região, a damurida - um caldo quente e picante feito com peixe, tucupi, pimentas, verduras e beiju de mandioca. A programação incluiu um passeio pela comunidade, onde as e os participantes puderam conhecer mais da estrutura do local, que conta com a Escola Estadual Indígena José Viriato, fundada em 1970, e um almoço com comidas típicas.

De lá, o grupo seguiu para a fronteira entre as cidades de Bonfim (RR) e Lethem, na Guiana. Durante o trajeto, o professor Antônio Carlos Araújo, presidente da Sesduf-RR SSind., compartilhou experiências sobre a vivência em uma região fronteiriça e os desafios enfrentados nas atividades de extensão e pesquisa.
Segundo o presidente da seção sindical, a experiência proporcionou um importante intercâmbio de saberes e reforçou a necessidade de fortalecer as lutas em defesa da educação pública e dos direitos dos povos indígenas.
"Enfrentamos diversas dificuldades, mas conseguimos superá-las com o apoio da base e da direção do Sindicato Nacional que sempre estiveram dispostos a colaborar na organização do seminário. Nestes dias, discutimos a multicampia, os desafios das fronteiras e os impactos das políticas de ensino sobre quem depende da estrutura pública das universidades federais e estaduais. Além disso, reforçamos o debate sobre o modelo de universidade que queremos, considerando as particularidades das regiões de fronteira”, afirmou o docente, que destacou uma mesa específica do seminário em que todas as seções sindicais puderam relatar suas realidades e desafios.

Araújo também agradeceu o esforço das e dos docentes, que vieram de diferentes partes do país, enfrentando deslocamentos longos e complexos. “Essa participação expressiva foi fundamental para o sucesso do evento e deve servir de exemplo para futuras edições”, ressaltou.
Para José Sávio Maia, 2º vice-presidente da Regional Norte II do ANDES-SN e da coordenação do GT Multi-Front, o evento foi uma experiência riquíssima para as e os participantes.
“As atividades foram organizadas de forma que pudéssemos conhecer o funcionamento dos três campi da UFRR, mas, principalmente, por termos participado de uma atividade que permitiu uma imersão durante um dia inteiro em uma comunidade indígena na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, com direito a várias oficinas e almoço com traços de sua cultura oferecidas por membros da comunidade (Makuxi e Wapixana), seguida por uma visita à cidade de Lethem, na Guiana, onde pudemos experienciar algumas das modalidades de deslocamentos pela Amazônia: estradas de terra, balsas e ‘trancas’ de portões nas regiões de fronteiras, locais onde pode acontecer, tudo, menos a regularidades dos relógios”, avaliou.

Seminário
O II Seminário de Multicampia e Fronteira do ANDES-SN ocorreu de 13 a 15 de março em Boa Vista (RR) e contou com a participação de mais de 70 docentes vindos de diversas regiões do país. O evento é uma deliberação do 67º Conad, realizado no ano passado em Belo Horizonte (MG).
Fonte: Andes-SN
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Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
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Antônio é um nome fictício. A história a seguir é baseada em fatos reais. Antônio era empregado de uma olaria, fazia tijolos daqueles conhecidos como comuns, artesanais, de barro ou de poeira. Na região de Antônio as olarias utilizavam uma fôrma que comportava dois tijolos. O processo manual, que é ocaso aqui, de fazer tijolos, consiste, uma vez preparado o barro, de pegar uma porção dele, preencher a fôrma, fazer o acabamento, retirar os tijolos da fôrma e colocá-los no sol para secar. Depois queimar.
Esse processo exige, basicamente, os seguintes movimentos: deslocar-se até o monte de barro para pegar uma porção suficiente para dois tijolos; levar essa porção até a fôrma; baixar-se diante dela, preenchê-la e fazer o acabamento; devolver, quando houver, o excesso de barro para o monte; retirar os tijolos da fôrma, que na verdade é retirar a fôrma dos tijolos, já que esses são feitos no chão de um pátio onde permanecem até secar. A cada dois tijolos prontos, coloca-se a fôrma do lado destes e repete-se o processo até o pátio ficar repleto de filas paralelas de tijolos.
A semana de trabalho, nas olarias da região de Antônio, era composta de dois expedientes, manhã e tarde, de segunda à sexta feira, e um expediente na manhã do sábado. O pagamento do salário era semanal e feito por unidades produzidas, sempre ao meio dia do sábado.
Além de trabalhar na olaria, Antônio era, à noite, estudante de engenharia. Ele era, no universo dos trabalhadores das olarias da região, o único que conseguiu lugar nos bancos escolares da universidade. E tinha um certo orgulho disso. A família de Antônio, que sempre trabalhou de empregada nas olarias da região, tinha a maior esperança com ele na faculdade. Seu pai e sua mãe mal acreditavam que um dia teriam um filho “doutor”.
De tanto ouvir falar, durante as aulas da faculdade, sobre inovação, eficiência, eficácia, ganhos de produtividade e otimização dos processos produtivos, deu na telha de Antônio construir uma fôrma que, com o mínimo de esforço por vez, fizesse o máximo de tijolos. Antônio pensava em, por exemplo, com o mesmo esforço de fazer dois tijolos, que era o que ele fazia, quem sabe fazer uns quatro tijolos. Nessa altura do curso ele já tinha ouvido falar sobre as peripécias de Taylor.
Não perdeu tempo, decidiu inovar. Nas horas vagas, meteu-se nos cálculos, nos estudos dos modelos físicos e matemáticos, nas propriedades do barro, na resistência dos materiais, no esforço físico humano exigido para cada movimento e para cada modelo de fôrma que, por obra de seus estudos, passaram a existir teoricamente, até alcançar a solução ótima: uma fôrma capaz de comportar 6 tijolos. A exigência de duas viagens ao monte de barro para trazer as porções capazes de preencher essa nova fôrma, significava um ganho substancial de produtividade, pois para se fazer 6 tijolos na fôrma de dois tijolos eram necessárias três viagens.
A disposição dos tijolos na nova fôrma também exigiu estudo. Não podia ser seis tijolos em paralelo, como na fôrma de dois tijolos, devido ao risco de estragar tijolos na hora de retirá-los da fôrma. Duas fileiras paralelas, de três tijolos cada uma, foi o modelo ótimo encontrado. O material utilizado, que devido ao peso não podia ser o mesmo da fôrma de dois tijolos, foi uma madeira muito mais leve, porém com resistência suficiente para não se quebrar no processo. Um estudo sobre as madeiras, portanto, teve de ser empreendido, ao cabo do qual, Antônio foi a uma marcenaria e mandou confeccionar um exemplar, que, uma vez pronto, numa segunda feira de manhã, ele o levou à olaria para testar.
Ao chegar na olaria, explicou para o dono do que se tratava, pediu autorização para fazer um teste, foi atendido e caiu em campo. Ao cabo de uma semana de trabalho, enquanto seus colegas fizeram, em média, o de sempre, cerca de 1000 tijolos por dia, Antônio atingiu a incrível média de 2,5 mil tijolos por dia e recebeu, por isso, 2,5 vezes o dinheiro que seus colegas receberam.
Nesse mesmo sábado, à tarde, enquanto Antônio saboreava os louros dessa vitória e planejava, eufórico, a partir de então, trabalhar só meio expediente por dia, para se dedicar cada vez mais aos estudos, o dono da olaria, encantado com a descoberta, foi à marcenaria e mandou fazer, sem sequer pedir licença a Antônio, um exemplar da nova fôrma para cada um dos demais funcionários da olaria e a partir da semana seguinte todos os colegas de Antônio passaram a atingir a mesma produtividade de 2,5 mil tijolos por dia.
Durante algumas semanas, os trabalhadores e o dono da olaria faturaram alto. Bamburraram, como se diz nos garimpos quando alguém acha uma pepita. Mas bastou as outras olarias da região descobrirem o segredo, que todas mandaram fazer fôrmas iguais e em pouco tempo, toda a região estava produzindo, em média, por trabalhador, 2,5 mil tijolos por dia. E ao inundarem a região de tijolos, a consequência seguinte foi que, com tantos tijolos feitos em tão pouco tempo, o preço dos tijolos veio abaixo e o que se pagava antes por 1000 tijolos, passaram a pagar por 2,5 mil tijolos.
Ou seja, Antônio se viu diante da inusitada situação de, depois de tanto estudo, e de tamanha inovação, ser obrigado a ter a mesma jornada de trabalho, a produzir 2,5 mil tijolos por dia e receber o mesmo dinheiro que recebia pelos 1000 que fazia antes.
E não parou por aí. A abundância de tijolos, mais do que suficiente para a região, forçou os preços ainda mais para baixo, o que exigiu, de algumas olarias, a demissão de trabalhadores, inclusive de familiares de Antônio, que passaram a questioná-lo.
Depois desse episódio, Antônio passou a se perguntar:
- Para que ou para quem serve, então, uma tecnologia que aumenta a produtividade?
Sem respostas e sem entender direito o que estava acontecendo, desenvolveu um certo ceticismo diante do que estava aprendendo na faculdade. A lição da olaria fez com que ele, a partir de então, olhasse sempre com muita desconfiança para os dogmas que sustentavam as aulas: inovação, empreendedorismo, produtividade, eficiência, eficácia, otimização.
Certo dia, na faculdade, ao compartilhar a história da fôrma e também suas desconfianças com o que estava estudando, um de seus professores disse:
- Você deveria ter patenteado a fôrma.
Aldi Nestor de Souza
Professor do Departamento de Matemática da UFMT-CUIABÁ
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A Diretoria da Adufmat-Ssind, no uso de suas atribuições regimentais, convoca todos os sindicalizados para Assembleia Geral Ordinária PRESENCIAL a se realizar:
Data: 20 de março de 2025 (quinta-feira)
Horário: 13h30 (Cuiabá) com a presença mínima de 10% dos sindicalizados e às 14h, em segunda chamada, com os presentes
Pontos de pauta:
1) Informes;
2) Ato Unificado pelo cumprimento do acordo de greve;
3) Recomposição do Conselho Fiscal Gestão 2023-2025.
Cuiabá, 17 de março de 2025
Gestão Lutar e Mudar as Coisas nos Interessa Mais
Todos os dias, cerca de 12 mil mulheres privadas de liberdade trabalham no sistema prisional brasileiro, para entidades públicas e privadas, sem direitos trabalhistas básicos. Algumas cumprem escala de 44 horas semanais, outras são cobradas por produtividade, mas nenhuma tem contrato de trabalho.

Direitos como a carteira assinada, o 13º, o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e a hora extra foram vetados a esse grupo de mulheres por uma lei de 1984, a Lei de Execução Penal (LEP). A norma obriga toda pessoa condenada a trabalhar, com “finalidade educativa e produtiva”, e expressamente desvincula as tarefas da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). A regra permite ainda que a remuneração seja menor do que um salário mínimo – e as penitenciárias ficam com uma parte.
É com base nessa lei que estados e empresas gerem a força de trabalho de milhares de mulheres detentas no país. Gastando menos com salários, ou mesmo sem pagá-las, eles oferecem vagas em atividades como costura, montagem de peças e fabricação de produtos, além de atividades internas nos presídios, como manutenção geral, limpeza e cozinha.
Porém, os relatos de egressas e detentas à Repórter Brasil mostram que esse modelo de trabalho deixa as mulheres mais vulneráveis e sujeitas a abusos. Elas dizem serem comuns os atrasos de salário ou mesmo a falta de pagamentos. Muitas vezes não recebem capacitação ou treinamento específico para as máquinas que operam. Alegam trabalhar sem equipamentos de segurança ou uniformes adequados. E em casos de acidente, não recebem auxílios sociais como os demais trabalhadores, carregando sequelas laborais pelo resto da vida, sem apoio.
“O trabalho penal é mais uma forma de punição”, avalia a advogada Iara Medeiros, pesquisadora do direito do trabalho na UFPE (Universidade Federal de Pernambuco). “A pena é a privação de liberdade e ponto. Não é a oferta de trabalho precário no cárcere, péssimas condições de saúde e alimentação”, reforça.
Foi nesse vazio de direitos que Marcela Cristina Pereira, de 29 anos, perdeu o antebraço esquerdo na Penitenciária Feminina de Sant’Anna, em São Paulo. Em 2019, ela trabalhava para a Ideal, uma fábrica de lâmpadas instalada na unidade, quando seu moletom ficou preso em uma máquina industrial. “Quem me treinou foi uma companheira também presa”, responde ela sobre a qualificação que recebeu.
Marcela chegou ao hospital com os pés algemados e viu seu antebraço ser transportado em uma caixa de papelão, sem gelo, oito horas depois. “O médico mostrou uma foto e disse que não tinha como reimplantar. Estava preto”, relembra. A cirurgia foi feita 20 horas após o acidente. No domingo, já estava de volta à cela, onde passou os dias seguintes com fortes dores e acesso limitado a analgésicos, ela diz.
Sem vínculo empregatício, Marcela ficou sem salários enquanto não voltou a trabalhar. Como indenização, recebeu R$ 42 mil do seguro contratado pela empresa, enviados diretamente a sua mãe e sua filha. Procurada pela reportagem, a Ideal não se manifestou.
Caso tivesse a carteira assinada, Marcela teria direito ainda ao auxílio-acidente, uma indenização paga ao segurado do INSS quando uma sequela permanente reduz sua capacidade laboral. Esse benefício é pago mensalmente até o trabalhador se aposentar.
Marcela teve problemas também para acessar a reserva do salário penal, o pecúlio – uma conta onde é depositado o que sobra dos salários, após descontos feitos pela administração penitenciária. Quando progrediu ao regime aberto, em 2024, ela recebeu um cheque de R$ 1.500, mas até hoje não acessou o valor, alegando problemas na numeração do documento.
A cada 10 detentas, 4 trabalham
A população carcerária feminina vem caindo nos últimos anos e chegou a 28,7 mil pessoas no primeiro semestre de 2024, segundo os dados mais recentes do Sisdepen (Sistema Nacional de Informações Penais), compilados pela Senappen (Secretaria Nacional de Políticas Penais), do Ministério da Justiça. Do total de mulheres privadas de liberdade, um terço cumpre prisão provisória (quando não há condenação) e a maior parte delas (62%) são negras.
Já o número de mulheres trabalhando também estava em queda até 2020, quando chegou a 9.322 trabalhadoras. Passou a crescer desde então, subindo 27% em quatro anos, com 11.904 mulheres ocupadas em 2024.
Leia a reportagem na íntegra aqui.
Fonte: Adriana Amâncio e Mariana Rosetti/ Repórter Brasil
A Jornada Nacional de Lutas do Funcionalismo Público Federal teve uma agenda intensa de mobilização em Brasília (DF), de 10 a 14 de março. As atividades terão continuidade na próxima terça-feira (18) até quinta (20). As ações tem por objetivo pressionar parlamentares e governo pela votação imediata da Lei Orçamentária Anual de 2025 e pelo cumprimento dos acordos firmados com servidores e servidoras em 2024.

“Durante a semana de 10 a 14 de março realizamos a jornada de luta com dois eixos importantes: a votação imediata da LOA pelo cumprimento imediato de todos os itens do acordo da greve de 2024. Tivemos a participação da Comissão Nacional de Mobilização, e de representantes das seções sindicais do Setor das federais. As entidades do Fonasefe também estiveram presentes, ressaltando Sinasefe e Fasubra. Durante a semana tivemos atividades de pressão junto aos deputados, no aeroporto e nos gabinetes. Mais de cem gabinetes de deputados e dezesseis gabinetes das lideranças receberam visita de docentes. Além disso, a participação no seminário sobre o Regime Jurídico Único contribuiu para a luta que temos contra a contrarreforma administrativa”, contou Clarissa Rodrigues, 2ª vice-presidenta da Regional Leste do ANDES-SN e da coordenação do Setor das Instituições Federais de Ensino (Ifes) do Sindicato Nacional.
Diálogo com parlamentares
Nos dias 10 e 11 (segunda e terça), docentes se somaram a outras categorias do serviço público federal em protesto no Aeroporto de Brasília (DF) para dialogar com parlamentares que chegavam à cidade e com a população em geral que circulava pelo local.

De terça (11) até quinta (13), as e os manifestantes também realizaram visitas aos gabinetes de deputadas e deputados, para cobrar agilidade na votação da LOA e destacar a importância da aprovação imediata do orçamento e os riscos que esse atraso impõe ao funcionamento de vários serviços públicos. Mais de 100 gabinetes foram visitados nos três dias de ação na Câmara de Deputados.
Lula, cumpra o acordo!
Na manhã de quarta-feira (12), representantes das seções sindicais e da diretoria nacional do ANDES-SN amanheceram, em frente ao Palácio do Planalto para cobrar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva o cumprimento integral do acordo firmado com o governo federal em julho do ano passado, ao final da greve da Educação Federal. Com faixas e cartazes com dizeres como “Lula, cumpra o acordo!”, exigiram a imediata implementação de todos os itens acordados, que independem da aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA) 2025.
No dia 12, as e os manifestantes participaram, ainda, de sessão no Plenário da Câmara em homenagem à Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro assassinada em 2018.

Debates
Também foram realizados o seminário “O Fim do Regime Jurídico Único das(os) Servidoras(es) Públicas(os): A EC 19/98 e a ADI 2135”, organizado pela Frente Parlamentar Mista em Defesa do Serviço Público e outras entidades parceiras, no auditório Nereu Ramos da Câmara de Deputados, no dia 11, e o debate “Novo Arcabouço Fiscal e o ataque aos serviços públicos”, com Maria Lúcia Fattorelli, da Auditoria Cidadã da Dívida, no dia 13, na sede do ANDES-SN. As atividades foram importantes para ampliar o acúmulo sobre temas importantes para as categorias do funcionalismo federal.
Confira a cobertura fotográfica da Jornada de Lutas Federal no facebook do ANDES-SN (clique aqui).
11 de março – dia de paralisação
Além das atividades em Brasília, no dia 11 (terça-feira), a categoria docente realizou um dia nacional de paralisação pela votação da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025, pelo cumprimento do acordo de greve e em boicote ao controle de frequência para docentes do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT).
O Termo de Acordo, firmado ao final da greve da Educação Federal, previa que a alteração do Decreto 1.590/1995, referente ao controle de frequência de docentes do EBTT, fosse providenciada imediatamente após a assinatura do termo. No entanto, até o momento, a mudança segue em tramitação na Casa Civil, sem que haja previsão de publicação.
A demora tem gerado insatisfação na categoria e um clima de incerteza em relação ao cumprimento do acordo pactuado com o governo federal.
“Todas essas atividades de mobilização, como panfletagens, diálogo com parlamentares e paralisação, fazem parte da nossa luta desde a greve e agora da luta pelo cumprimento do acordo de 2024. No 43º Congresso aprovamos diversas resoluções no nosso plano de lutas e essa jornada de lutas faz parte dessas deliberações”, afirmou a diretora do ANDES-SN.

Votação da LOA
A Comissão Mista de Orçamento (CMO) anunciou na segunda-feira (10), que deve votar o Projeto de Lei Orçamentária de 2025 somente em dia 19 de março (quarta-feira). A leitura do relatório final do Senador Angelo Coronel (PSD/BA) está prevista para o dia anterior (18). Depois de aprovada na CMO, a proposta orçamentária ainda precisa ser submetida à votação do Congresso Nacional.
Continuação da Jornada de Lutas
Para dar continuidade às ações de mobilização e pressão junto a parlamentares e ao governo Lula, o ANDES-SN convocou a categoria docente, através da circular 113/2025, para a Jornada de Lutas do Funcionalismo Público Federal pela aprovação da LOA 2025 e pelo cumprimento integral do Acordo de Greve da Educação Federal. As atividades ocorrerão entre 18 e 20 de março, e o cronograma detalhado está em processo de construção e definição com as entidades da Educação, Fasubra e Sinasefe, além do conjunto das entidades do Fonasefe.
“Como o orçamento não foi aprovado, daremos continuidade à jornada na próxima semana, com a presença da CNM, de diretoras e diretores nacionais e representantes das seções sindicais. É muito importante que as seções sindicais enviem representantes para que, presencialmente em Brasília, continuemos a pressão pela aprovação da LOA e o cumprimento do acordo”, conclamou Clarissa.
Fonte: Andes-SN