Entre 2022 e 2024, o estado de São Paulo registrou um aumento de 120% no número de mortes de crianças e adolescentes em decorrência de intervenções policiais. É o que mostra o relatório “As câmeras corporais na Polícia Militar do Estado de São Paulo (2ª edição): mudanças na política e impacto nas mortes de adolescentes”, produzido pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

O crescimento foi observado no mesmo período em que ocorreram mudanças nos protocolos de uso das câmeras corporais e em outros mecanismos de controle das forças de segurança.
Em números absolutos, 77 crianças e adolescentes entre 10 e 19 anos foram mortas em intervenções policiais no estado em 2024, mais que o dobro registrado em 2022 (35 vítimas).
Considerando todas as crianças e adolescentes vítimas de mortes violentas, 34% delas foram mortas por policiais em 2024 - o que significa que 1 em cada 3 mortes violentas intencionais nessa faixa etária ocorreu em intervenções policiais. Em 2022, esse percentual era de 24%. Entre adultos, a proporção passou de 9%, em 2022, para 18%, no último ano.
Outro número que cresceu em São Paulo foi o de policiais militares mortos em serviço. Em 2024, 14 agentes foram assassinados enquanto cumpriam sua função, um crescimento de 133% em relação a 2022.
O cenário de 2022 a 2024 é o oposto ao observado na primeira edição do estudo, lançado em 2023, que indicou uma queda de 66,7% nas mortes de crianças e adolescentes de 10 a 19 anos entre 2019 e 2022, atribuída ao uso das câmeras corporais e à adoção de políticas para controle do uso da força policial. No mesmo período, também houve reduções de 62,7% nas mortes gerais por intervenção de agentes de segurança e de 57% nas mortes de policiais militares em serviço – tornando a experiência de São Paulo uma referência internacional em políticas de controle da letalidade policial.
Apesar dos bons resultados, houve uma inflexão na política de controle do uso da força, resultando em um crescimento de 153,5% nas mortes totais em decorrência de PMs em serviço entre 2022 e 2024, de acordo com dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública de São Paulo. O estudo também mostra que houve aumento das mortes provocadas pela polícia tanto nos batalhões que utilizam câmeras corporais (+175,4%) quanto nos que não utilizam (+129,5%).
“As recentes mudanças nas políticas de controle de uso de força resultaram no crescimento da letalidade policial tanto nos batalhões que utilizam as câmeras como nos demais, na evidência de que a tecnologia é importante, mas precisa estar associada a outros mecanismos de controle. As interações entre policiais militares e cidadãos ficaram mais violentas, por isso gera grande preocupação a substituição das câmeras por uma nova tecnologia que não possui gravação ininterrupta. É urgente que tenhamos uma política de controle de uso da força robusta, com supervisão dos agentes”, afirma Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Perfil das vítimas
Somando crianças, adolescentes e adultos, o número total de pessoas mortas por policiais militares em serviço em São Paulo cresceu 153,5% em relação a 2022, saltando de 256 para 353 em 2023 e chegando a 649 em 2024. Ainda sobre a faixa etária das vítimas, o estudo destaca a baixa qualidade no preenchimento dos boletins de ocorrência, o que compromete análises sobre o perfil: só no último ano, 2 em cada 10 registros não possuíam o campo idade preenchido, totalizando 134 vítimas sem informação na base de dados.
O estudo destacou que o crescimento da letalidade policial entre 2022 e 2024 afetou de forma desproporcional a população negra, incluindo crianças e adolescentes. Enquanto a taxa de mortalidade de pessoas brancas cresceu 122,8% em São Paulo no período, a de pessoas negras cresceu 157,2%. Entre crianças e adolescentes, a taxa de letalidade policial da Polícia Militar em serviço é de 0,33 para cada 100 mil brancos, enquanto para negros esse número sobre para 1,22 a cada 100 mil. Ou seja, crianças e adolescentes negros são 3,7 vezes mais vítimas de intervenções letais da Polícia Militar no estado do que os brancos.
Mudanças na política de segurança
O relatório revelou que, além do uso das câmeras, outras políticas e mecanismos adotados no passado sofreram mudanças significativas. Entre 2022 e 2024, houve 46% de redução no número de Conselhos de Disciplina – responsáveis por julgar praças que cometeram infrações ou crimes –, assim como 12,1% de redução no número de processos administrativos disciplinares, e queda na quantidade de sindicâncias e Inquéritos Policiais Militares (IPMs). No caso de IPMs, o volume registrado em 2024 foi o menor dos últimos oito anos.
Outra mudança aconteceu no funcionamento da Corregedoria da Polícia Militar. Desde junho de 2024, o órgão passou a depender de autorização do Subcomandante-Geral da PM para afastar policiais envolvidos em casos de atentado às instituições, ao Estado ou aos direitos humanos, o que pode impactar a agilidade das decisões.
A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) também propôs futuras alterações na política de câmeras corporais. Um edital lançado em 2024 previu que a gravação deixasse de ser contínua, passando a depender do acionamento por um policial ou por equipe remota, além de mudanças na capacidade de processamento das imagens. Segundo o relatório, que analisou pesquisas nacionais e internacionais sobre o tema, essas modificações podem comprometer a transparência e a efetividade do monitoramento das abordagens policiais – que têm se tornado mais violentas desde 2022.
Acesse aqui o relatório completo
Fonte: Unicef (com edição de ANDES-SN)
Com um trabalho que envolve passar grande parte do dia ao lado de alimentos, as entregadoras e os entregadores de comida por aplicativos do Rio de Janeiro e de São Paulo precisam lidar com a fome e alimentação inadequada. Foi o que revelou uma pesquisa realizada pela organização não governamental Ação da Cidadania, que mostrou que 32% delas e deles vivem algum grau de insegurança alimentar.

A pesquisa “Entregas da Fome” constatou que 13,5% enfrentam insegurança alimentar moderada (quando há redução na quantidade e qualidade dos alimentos) ou grave (quando há escassez de comida para as e os membros da família). A taxa é maior do que a média nacional, que é de 9,4%. Considerando apenas a insegurança alimentar grave, conhecida como fome, 8% das entregadoras e dos entregadores enfrentam o problema.
A insegurança alimentar é apenas um dos problemas vividos por esses profissionais. Segundo a pesquisa, 56,7% trabalham todos os dias da semana, 56,4% têm jornadas de mais de 9 horas diárias, 72% não contribuem para a Previdência e 41% já sofreram acidentes de trabalho.
Além disso, 99% das entrevistas e dos entrevistados afirmaram que pagam, do próprio bolso, o plano de dados móveis para o uso do aplicativo de entregas, 93,4% não têm seguro para o aparelho celular, 90,6% não possuem seguro de vida, 90% trabalham sem seguro saúde e 67,6% sequer pagam seguro do veículo usado nas entregas.
“Fica evidente para a gente que esse modelo de trabalho do jeito que está é um tipo de escravidão moderna, onde o trabalhador entra com todo o trabalho, o risco, o ferramental, o tempo e recebe em troca contrapartidas que não são suficientes para que essa pessoa possa ter uma vida digna”, afirma o diretor-executivo da Ação da Cidadania, Rodrigo Afonso.
Segundo o executivo da ONG, embora entregadoras e entregadores sejam levados a acreditar que são empreendedores, livres e que podem definir seus horários, na realidade, quase 60% das trabalhadoras e dos trabalhadores têm jornadas que ultrapassam 9 horas, sem descanso semanal.
Breque
Nos dias 31 de março e 1º de abril, entregadoras e entregadores de aplicativos realizaram uma greve em todo o país, organizada pela Breque Nacional dos Apps e pela Aliança Nacional dos Entregadores por Aplicativos (Anea). A paralisação, com duração prevista de 48 horas, teve como principal alvo a empresa iFood e impactou o funcionamento de restaurantes que suspenderam seus serviços nos aplicativos.
As trabalhadoras e os trabalhadores reivindicam aumento da taxa mínima de entrega de R$ 6,50 para R$ 10,00, reajuste do valor pago por quilômetro rodado de R$ 1,50 para R$ 2,50 devido à alta dos combustíveis, limitação do raio de entrega para ciclistas a três quilômetros e pagamento individualizado para cada entrega realizada, mesmo em trajetos compartilhados.
Fonte: Agência Brasil (com edição e acréscimos de informações do ANDES-SN)
Em decorrência do feriado municipal na próxima terça-feira, 08/04, em comemoração ao 306º aniversário de Cuiabá, e do recesso administrativo anunciado pela UFMT no dia anterior, a Adufmat-Ssind informa que não haverá expediente na sede do sindicato nos dias 07 e 08/04.
Retomaremos as atividades na quarta-feira, 09/04.
A Comissão Eleitoral Central (CEC) do ANDES-SN divulgou, nessa segunda-feira (31), as regras do debate entre as três chapas que disputam o pleito para a próxima diretoria do Sindicato Nacional. O evento ocorrerá no dia 10 de abril, a partir das 19 horas, presencialmente na sede da entidade em Brasília (DF).
O debate será transmitido através das redes sociais do ANDES-SN, podendo ser retransmitido pelas redes sociais das seções sindicais. O material ficará disponível, posteriormente, nas redes sociais e no site do Sindicato Nacional.
A atividade será dividida em quatro blocos - apresentação; perguntas entre as chapas; perguntas de espectadores; considerações Finais. Cada Chapa terá dois representantes do Triunvirato, garantida a paridade de gênero. O debate será mediado pelo presidente da CEC, Gustavo Seferian.
Durante o debate, será disponibilizado link e QR-code para preenchimento de formulário on-line para que cada docente da base do ANDES-SN, que tenha interesse, possa fazer uma pergunta sobre de um dos seguintes eixos: (1)Conjuntura Nacional e Internacional; (2)Movimento Sindical Docente e desafios da organização da classe; (3)Política de Educação, Ciência & Tecnologia; (4)Condições de Trabalho, Carreira Docente e Assuntos de Aposentadoria; (5)Saúde e adoecimento do(a) trabalhador(a) docente; (6)Política de Classe para as Questões Étnico-raciais, de Gênero e Diversidade. As perguntas serão sorteadas e apresentadas às chapas no terceiro bloco.
Confira aqui todas as regras do debate
Eleição
A eleição da diretoria do ANDES-SN para o biênio 2025/2027 ocorrerá nos dias 7 e 8 de maio, por voto direto, em todo o país. As seções sindicais têm até o dia 7 de abril para apresentar as listas que irão compor o colégio eleitoral. Competirá à CEC apresentar, até o dia 10, a composição do colégio na sua integralidade.
Fonte: Andes-SN
A Adufmat-Ssind informa a todos os sindicalizados que, a partir desta quinta-feira, 03/04, as agendas 2025 estarão disponíveis para retirada exclusivamente na sala comercial provisória, alugada pelo sindicato até a conclusão da reforma da sede, em Cuiabá.
Conforme comunicado anteriormente (leia aqui), desde o dia 31/03, as áreas administrativas da entidade estão funcionando nas proximidades da UFMT, mais especificamente no edifício Valentina's Office Center, localizada na Rua 32, número 8 - sala 07 (ao lado da sorveteria Alaska).
O horário continua sendo o mesmo, de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 11h30 e das 13h30 às 17h30.
Os contatos para mais informações também permanecem os mesmos: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. ou (65) 99686-8732 | (65) 99696-9293 (ligação ou mensagens).
Assembleia Geral realizada nesta quarta-feira, 02/04, pela Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (Adufmat-Ssind) debateu e deliberou, conforme a convocação, sobre os pontos de pauta: informes, eleição de representações para o Conselho do Andes-SN (CONAD), composição da Comissão Eleitoral Local da Adufmat-Ssind para eleições da Diretoria Nacional do ANDES-SN, e indicação de representantes da Adufmat-Ssind para as comissões da de novas formas de ingresso estudantil, migração para o novo prédio do Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM), e análise do espaço físico do campus de Cuiabá da universidade.
Os docentes Breno Santos, Aldi Nestor de Souza, Lélica Lacerda, Irenilda Santos e Maelison Neves contribuíram com os informes falando, respectivamente, sobre as eleições do sindicato nacional, que devem ocorrer nos dias 07 e 08/05, os eventos nacionais do Andes-Sindicato Nacional e o comprometimento do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) de implementar o reajuste acordado na greve de 2024 na folha de maio; sobre os debates realizados na última reunião nacional do Grupo de Trabalho Política de Formação Sindical (GTPFS); sobre as ações que pretendem provocar a organização dos trabalhadores para 1º de Maio (haverá reunião sobre isso na próxima sexta-feira, 04/04, às 18h30 na Adufmat-Ssind); sobre a atividade realizada pela Adufmat-Ssind com o professor Sérgio Lessa e o movimento de reorganização do Grupo de Trabalho Política Educacional (GTPE); sobre a distribuição das agendas da Adufmat-Ssind para os docentes sindicalizados e o espaço provisório do sindicato para atendimento de demandas administrativas até a conclusão da reforma da oca (saiba mais aqui).
Com relação à delegação da Adufmat-Ssind para o 68º Conselho do Andes (Conad), após a explicação da Diretoria de que a antecipação das indicações auxilia na redução dos custos com passagens e hospedagens, foram indicados para cumprir a tarefa os docentes Ana Paula Sacco, como delegada (pela diretoria), seguida pela ordem de suplência, mediante votação, dos professores, Breno Santos, Lélica Lacerda, Irenilda Santos, Geruza Vieira, Valéria Queiroz, Einstein Aguiar e Robson Lopes, todos observadores.
O 68º Conad será realizado em Manaus, entre os dias 11 e 13/07, e tem como uma das principais atribuições avaliar a condução do plano de ações aprovado pela categoria no congresso realizado no início do ano, considerando a conjuntura. Em breve o sindicato nacional disponibilizará o prazo para envio das teses que contribuirão para a formação do Caderno de Textos, documento basilar para a atividade.
Para a Comissão Eleitoral Local que conduzirá o processo de escolha da Diretoria do Andes-SN foram aprovados, com apenas três abstenções, os nomes dos professores Einstein Aguiar, Aldi Nestor de Souza e Breno Santos, como membros titulares, e Maelison Neves, Maria Aparecida Rezende, Valéria Queiroz e Geruza Vieira, como suplentes. A diretoria fará contato com a subseção de Sinop para consultar sobre a possibilidade de haver suplentes também naquele campus, já que a eleição para a Diretoria do Andes-SN deve ocorrer em todos os locais onde trabalham docentes sindicalizados.
Clique aqui para saber as atribuições das comissões locais e aqui para obter outras informações sobre as eleições para a Diretoria do Andes-Sindicato Nacional, biênio 2025-2027. A chapa eleita deve sem empossada no 68º Conad.
Sobre este tema, a assembleia sugeriu, ainda, que a comissão local se esforce para realizar debate entre os candidatos de todas as chapas que disputam a Regional Pantanal – cuja sede está localizada em Cuiabá. Os indicados se comprometeram a atender a reivindicação, desde que o edital eleitoral permita.
O quarto e último ponto de pauta da assembleia geral desta quarta-feira teve como foco um debate que já está em curso: a Adufmat-Ssind participará formalmente dos espaços da administração da universidade? Em assembleia realizada no dia 11/03, os presentes decidiram que o sindicato deve debater a questão mais profundamente (leia aqui).
As divergências surgiram no sentido de que, apesar da decisão de aprofundar o debate sobre esta relação - que impediu, de imediato, a indicação de nomes -, os temas das comissões são de profundo interesse da categoria. Assim, os docentes fizeram diversas observações e sugestões sobre as formas de ingresso e permanência estudantil, migração para o novo prédio do Hospital Universitário Júlio Müller e sobre o uso dos espaços físicos da UFMT.
No entanto, como a participação em comissões não é consenso, os encaminhamentos foram: responder à Reitoria que o sindicato tem um rito próprio e ainda está debatendo como será essa relação, solicitando, ao mesmo tempo, a prorrogação do prazo estabelecido pela administração para envio dos nomes; sugerir que a UFMT convoque uma assembleia universitária para debater os temas, para que não sejam reduzidos a decisões de comissões, mas, sim, amplamente debatidos; sugerir a inclusão de discussões sobre a formação de pessoal na indústria 4.0 (Quarta Revolução Industrial).
A Adufmat-Ssind deverá estabelecer nova data para debater a questão, novamente, em mais uma assembleia geral, após a semana santa.
Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind
A segunda reunião deste ano da Coordenação Nacional de Entidades em Defesa da Educação Pública e Gratuita (Conedep) ocorreu na última quinta-feira (27), de forma híbrida, e transmitida presencialmente da sede do ANDES-SN, em Brasília (DF). O encontro contou com a participação de representantes do Sindicato Nacional, da Fasubra, do Sinasefe, da Abepss e da UNE.

As diretoras Jennifer Webb (ANDES-SN), Helena Souza (Fasubra) e Andréa Moraes (Sinasefe) apresentaram informes iniciais sobre a Jornada de Lutas, realizada no mês de março, a aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025 e a cobrança pelo cumprimento dos pontos do acordo de greve.
Na rodada de discussão sobre a conjuntura, foi destacada a importância de continuar a pressão pelo cumprimento dos acordos de greve. Embora a aprovação da LOA tenha sido considerada um avanço significativo, as e os participantes ressaltaram que a luta não deve se restringir apenas a isso. Foram apontados os limites impostos pelo arcabouço fiscal, pelo ajuste fiscal e pelas contrarreformas do Estado, reforçando a necessidade de uma luta mais ampla, que se contraponha ao modelo capitalista para a educação.

No segundo ponto de pauta, sobre a construção da Plenária Nacional da Educação, algumas entidades apontaram que, neste momento, estão focadas na mobilização de base para a cobrança do cumprimento dos acordos de greve e em lutas específicas de suas categorias. No entanto, houve acordo quanto à realização da plenária em uma data posterior e sobre a continuidade das discussões.
A próxima reunião da Conedep, prevista para abril, abordará a organização da Plenária Nacional, com foco em dois pontos principais: metodologia e temas/pautas a serem debatidos. Somente após essa definição, será deliberada a data do evento. Foi sugerido que a plenária ocorra prioritariamente em Brasília, e que sejam agregadas outras entidades que atualmente não acompanham a Conedep em sua construção. Além disso, discutiu-se a importância de incluir temas que extrapolam a questão da educação, como o plebiscito contra a escala 6x1.

“Vamos manter as reuniões mensais como espaço essencial de diálogo entre as entidades da educação e outras organizações do campo classista, nesse processo de pensar alternativas tanto para a construção de um projeto classista de educação quanto para formular estratégias de enfrentamento às contrarreformas econômicas do Estado, que retiram direitos da classe trabalhadora. Embora o espaço ainda esteja em processo de rearticulação, ele se mantém com o propósito firme de ser um instrumento de articulação dessas lutas e de fortalecimento da mobilização”, avaliou Raquel Dias, 1ª vice-presidenta do ANDES-SN e integrante da coordenação do Grupo de Trabalho de Política Educacional (GTPE), que também representou o sindicato na reunião.
Fonte: Andes-SN
A campanha “Funpresp: garantia de incertezas”, lançada em outubro do ano passado durante o 15º Conad Extraordinário do ANDES-SN, tem mobilizado docentes de diversas instituições federais, estaduais e municipais de ensino da base do ANDES-SN para debater os impactos negativos dos fundos de pensão, especialmente do Funpresp e tem pressionado o governo federal por mudanças.
Organizada pelo Grupo de Trabalho de Seguridade Social e Assuntos de Aposentadoria (GTSSA) e encarregatura de Assuntos de Aposentadoria do Sindicato Nacional, a campanha já promoveu debates em mais de 15 seções sindicais, tanto presenciais quanto online, e identificou as principais dúvidas da categoria. Entre os questionamentos mais recorrentes estão a legalidade e/ou legitimidade da adesão automática ao fundo de pensão, em vigor desde 2015, e os procedimentos para a recuperação dos valores investidos após a desistência.
Até 2015, a adesão ao Funpresp dependia da iniciativa servidoras e servidores públicos federais. No entanto, a Lei 13.183/2015 tornou automática a inclusão de novas servidoras e de novos servidores no Funpresp, a partir do início do exercício profissional, permitindo a desistência dentro de um prazo de 90 dias. Após esse período, em caso de desistência, a devolução dos valores investidos se torna um processo burocrático mais complexo.

Além das reuniões nas seções sindicais, a coordenação do GTSSA promoveu, no ano passado, a III Jornada para Assuntos de Aposentadoria do ANDES-SN. O evento debateu temas como o engodo dos fundos de pensão, a luta pelo fim da contribuição previdenciária de aposentadas, aposentados e pensionistas e pela revogação da contrarreforma da Previdência.
A mobilização da campanha se intensificou com a entrega de cartas e reuniões nos ministérios da Previdência Social e da Educação, em novembro de 2024. Mais recentemente, em 7 de março deste ano, foi enviado um documento ao Secretário do Regime Próprio e Complementar do Ministério da Previdência Social, Paulo Roberto Pinto, solicitando uma audiência para tratar de questões urgentes relacionadas ao Funpresp. No documento, o Sindicato Nacional reforça a luta pela revogação da adesão compulsória e pelo direito ao resgate imediato dos valores investidos, sem condicionalidades e burocracia. Até o momento, o secretário não deu retorno.
Para fortalecer os debates com a categoria, materiais informativos também foram produzidos, incluindo um folder que alerta sobre os riscos do Funpresp e convoca a categoria a se unir na luta pela revogação da adesão compulsória, pela aposentadoria pública integral e com paridade.
Em dezembro de 2024, a campanha lançou a série de vídeos “Em Defesa da Previdência Social”, abordando o processo de financeirização da Previdência no Brasil. Com três episódios, a série contou com a participação da professora Sara Granemann, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que também é especialista no tema. Os vídeos discutem o desmonte da Previdência Social, a criação do Funpresp e de fundos de pensão para servidoras e servidores estaduais e municipais, reforçando a importância da mobilização coletiva em defesa da Previdência Social.
“As servidoras e os servidores devem ter o direito de reaver seu dinheiro imediatamente ao desistirem. A adesão automática e a demora na devolução dos valores impõem aos fundos de pensão uma natureza que não lhes cabe: a obrigatoriedade”, criticou Lucia Lopes, 3ª vice-presidenta do ANDES-SN, da coordenação do GTSSA e, também, encarregada de Assuntos de Aposentadoria no sindicato.
Funpresp
Desde a criação deste fundo de pensão para servidoras e servidores públicos federais, o ANDES-SN se posiciona contrário ao Funpresp, orientando docentes a não aderirem ao fundo, cujas contribuições são definidas, mas os benefícios não.
Implementado pela Lei 12.618/12, o Fundo de Previdência Complementar do Servidor Público Federal surgiu no contexto da contrarreforma da Previdência que pôs fim ao direito à aposentadoria integral e à paridade entre ativos e aposentadas e aposentados do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS).
Com a publicação da Lei 13.183/15, ingressantes no serviço público federal com remuneração superior ao teto do INSS passaram a ser automaticamente inscritos no Funpresp. Essa regra é objeto da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5502, que aguarda julgamento final pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
“Nossa luta deve continuar pela revisão das contrarreformas da Previdência e pelo fortalecimento da aposentadoria, em detrimento dos fundos de pensão, que funcionam como sustentáculos financeiros para os investimentos do capital e não como segurança para a classe trabalhadora”, enfatizou a diretora do Sindicato Nacional.
Fonte: Andes-SN
No dia 19/03, ainda como atividade em alusão ao Dia Internacional de Luta das Mulheres Trabalhadoras (8 de Março), a Adufmat-Ssind promoveu um debate para dialogar sobre as especificidades do trabalho das docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). A convidada foi a professora e pesquisadora Ruteléia Souza Silva, do Departamento de Serviço Social.
Ela falou, a partir de dados de suas pesquisas, que os homens ainda têm papel privilegiado em relação às mulheres dentro na universidade, e ainda maior com relação às mulheres negras.
Outra constatação é a de que os docentes ainda têm dificuldade de se enxergarem como trabalhadores. Segundo a entrevistada, isso fica explícito quando a categoria não reconhece que tem direitos trabalhistas violados. “Apenas 4% dos participantes da nossa pesquisa indicou que tem os direitos violados, quando praticamente todos os dias nós temos direitos violados”, destacou.
Por exemplo: a categoria apontou com certeza o funcionamento da universidade numa lógica produtivista, relatando pressões, sobrecarga de trabalho, com 74% dos entrevistados admitindo trabalhar aos finais de semana. São informações expressivas, que contrastam com a dificuldade de associar essa dinâmica a violações das condições de trabalho.
A divisão sexual do trabalho também foi registrada, pois, segundo Silva, as mulheres ocupam, em grande parte, cargos de menor gratificação. Além disso, as mulheres relataram que se sentem pressionadas a se autoafirmarem para obter relações mais igualitárias no ambiente de trabalho, se sentem pressionadas a publicarem mais e se qualificarem mais. Estas relações também envolvem posturas assediosas, às vezes até mesmo por parte de outras mulheres.
Algumas das conclusões deste diálogo foram que é preciso despertar novamente o espírito coletivo entre os docentes, de colaboração mútua e não de competição; que a universidade precisa investir em políticas contra todos os tipos de assédio e adoecimento; que a Adufmat-Ssind deve seguir na luta para construir condições de trabalho docentes mais próximas das reais necessidades da categoria, que devem ser refletidas na progressão funcional, na distribuição dos encargos docentes, entre outros, e o mais importante de tudo: essas transformações só serão possíveis a partir do engajamento da categoria.
Assista abaixo a entrevista completa com a Professora Ruteléia Souza Silva.
Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind
A ditadura empresarial-militar, instalada no Brasil em 1964 - abrindo o mais sangrento, obscuro e tenebrosos 25 anos da história do País - não se contentou em proibir o que podia ser lido, pensado ou ensinado. Seu regime autoritário optou por intensificar sem limites a repressão, transformando as universidades em palco de violações sistemáticas. Perseguições políticas, prisões arbitrárias, demissões sumárias, censura a livros e a interdição de debates foram práticas comuns em espaços que, por essência, deveriam ser territórios de conhecimento e liberdade.
Além da censura, o controle sobre as instituições de ensino era absoluto: reitores eram nomeados conforme os interesses do regime, enquanto assessorias de órgãos repressivos infiltravam-se nos campi para monitorar e delatar estudantes, professores e técnicos-administrativos. Essa estrutura, somada aos atos institucionais e decretos dos ditadores, consolidou um ambiente de terror e silenciamento nas universidades brasileiras e respinga até os dias atuais.
Diante de décadas de omissão do Estado, a pressão popular levou à criação da Comissão Nacional da Verdade (CNV) em 2012, responsável por investigar violações de direitos humanos entre 1946 e 1988, com ênfase no período ditatorial (1964-1985). O relatório final, publicado em 2014, expôs em mais de 3 mil páginas os crimes cometidos pelo regime.
Em 2013, o ANDES-SN criou sua própria Comissão da Verdade, dedicada a apurar as perseguições sofridas por professores universitários durante a ditadura. O resultado desse trabalho foi publicado em 2016 no Caderno 27 – Luta por Justiça e Resgate da Memória, um documento essencial para confrontar o apagamento histórico.
CLIQUE AQUI E CONFIRA O VÍDEO FEITO PELO ANDES-SN SOBRE O ASSUNTO
Hoje e sempre: por memória, verdade, justiça e reparação.
Ditadura nunca mais!
Sem anistia para golpista.
Fonte: Andes-SN