Terça, 24 Outubro 2017 15:02

 

 

Circular nº 347/17

Brasília (DF), 16 de outubro de 2017

 

 

Às seções sindicais, secretarias regionais e à(o)s Diretor(a)es do ANDES-SN

 

 

Companheira(o)s,

 

Encaminhamos, para conhecimento, o relatório da Reunião da Reunião do Grupo de Trabalho Ciência & Tecnologia - GTC&T, realizada de 6 a 8 de outubro de 2017, em Brasília/DF.

Sem mais para o momento, renovamos nossas cordiais saudações sindicais e universitárias.

 

 

Prof. João Francisco Ricardo Kastner Negrão

2º Tesoureiro

 

 

RELATÓRIO DA REUNIÃO DO GRUPO DE TRABALHO CIÊNCIA & TECNOLOGIA DO ANDES-SN

 

 

Data: 06 de outubro de 2017 (Sexta-feira) a 08 de outubro (Domingo)

Local: Brasília

 

Horário: Início às 17h do dia 6/10/2017 - Término: 13h do dia 08/10/2017.

 

Presentes:

 

Data: 06/10/2017 (Tarde)

ADUFPB – Luiz Tadeu D. Medeiros; ADUFU – Eduardo Gravara; ADUSP – César Augusto Miuto; ADUNICAMP – Paulo César C;  APROFURG – Rodnei Valentin Pereira Novo; ADUFPel – Celeste Pereira e Ariane Ferreira P. Rosa.

 

Data: 08 /10/2017 (Manhã)

ADUFPB – Luiz Tadeu D. Medeiros; ADUSP – César Augusto Miuto; ADUNICAMP – Paulo César C;  APROFURG – Rodnei Valentin Pereira Novo; ADUFPel – Celeste Pereira e Ariane Ferreira P. Rosa.

 

Data: 07/10/2017 (Manhã)

ADUFPB – Luiz Tadeu D. Medeiros; ADUSP – César Augusto Miuto; ADUNICAMP – Paulo César C;  APROFURG – Rodnei Valentin Pereira Novo; ADUFPel – Celeste Pereira e Ariane Ferreira P. Rosa.

 

Data: 07/10/2017 (Tarde)

ADUFPB – Luiz Tadeu D. Medeiros; ADUSP – César Augusto Miuto; ADUNICAMP – Paulo César C;  APROFURG – Rodnei Valentin Pereira Novo; ADUFPel – Celeste Pereira e Ariane Ferreira P. Rosa.

 

Diretores do Andes-SN: Coordenadores do GTC&T: Epitácio Macário e Wanderley Padilha.

 

 

 

  • PAUTA:
    • 1. Informes;
    • 2. Produção dos vídeos II e III com base no Seminário de BH;
    • 3. Produção do Caderno de C&T;
    • 4. Reunião com MCTP;
    • 5. Encaminhamentos.

 

Dia 06/10/2017 – 18h

Em função da realização concomitante da reunião dos Setores, o GTC&T reuniu-se a partir das 18h.

 

 

  1. INFORMES

 

COORDENAÇÃO GTC&T: (Responsável: Macário).

 

O vídeo 1 foi organizado sobre o Marco Legal. Um vídeo de conteúdo.

Produção de mais dois vídeos do SBPC Paralelea: 1) Rafael Lopo sobre o Crime da Samarco; 2) Luis Fernando sobre financiamento da pesquisa; 3) Nildo Ouriques e José Domingues sobre Dependência, política industrial e política de C&T; 4) Angélica Lovatto com o tema crise nas ciências sociais brasileiras.

 

Caderno: Temos desfalques. Temos dois textos chegando até amanhã: 1 da Angélica Louvato e 1 do Domingues. Já apreciamos 3 integralmente ou parcialmente. Falta o texto do Marco Legal e um sobre e produtivismo acadêmico. Temos um texto sobre financiamento (Luis Fernando) prometido.

 

Participação do ESOCITE. Tinha sido programada a distribuição de materiais do ANDES-SN no seminário ocorrido na UnB, não conseguimos estar presentes..

 

Seminário GTPAUA: Em São Luis 23,24 e 25 de Novembro. Ocasião em que o GTC&T deve realizar a reunião para bater o martelo sobre o caderno de C&T.

 

APROFURG (Responsável: Profs. Rodnei Valentim Novo)

  • Participamos da Frente Parlamentar em Defesa do Ensino Público, que aconteceu dia 18 na assembleia legislativa em Porto Alegre, onde estavam reitores da universidade e dos institutos federais, deputados estaduais e federais, técnicos e alunos.
  • Dia 04 foi feito a paralização, mas devido a grandes chuvas, realizamos uma reunião na sede da APROFURG onde discutimos a conjuntura.
  • Participamos do seminário em São Luiz no maranhão sobre aposentadoria e previdência social.
  • Estaremos participando da reunião regional do Andes, a qual será realizada nos dias 6 e 7 de outubro na cidade São Gabriel.
  • O GTPAUA participa em porto Alegre de debates sobre as minerações que ocorrem em várias cidades no Rio Grande do Sul, após, participação de uma passeata. Foi disponibilizado um ônibus para que os professores e alunos do campi da cidade de São Lourenço, se deslocassem até a capital do estado.
  • Na sexta feira próxima, foi dado um abraço simbólico as Universidades e os Institutos Federais do Rio Grande do Sul, com o objetivo de chamar atenção sobre os problemas causados devido aos cortes de verbas que prejudicam não só as entidades, mas a comunidade em geral.

 

 

 

ADUFPB (Responsável: Tadeu Dias Medeiros)

  • 1. Comemoração em 27/10/2017 dos 39 anos de existência, ocorrendo nesse dia o Projeto "Sede de Leitura" (com lançamento de livros de professores associados);
  • 2. Em andamento os preparativos pra Assembleia no Dia 10/10/2017, pra definir a comissão eleitoral da próxima eleição sindical da AdufPb.
  • 3. Constatar que os GT's da ADUFPb (GTSSA, GTC&T, GTPE entre outros) estão em constantes discussões e mobilizações, quanto a tramitação no Congresso Nacional de projetos que tramitam: de Educação, de C&T e a da Seguridade Social e Aposentadoria, além dos Direitos de Servidores, Públicos.
  • 4. O AdufPb, participará do Congresso dá CSP com Lutas somente com observadores.
  • 5. A AdufPb está em processo de construção de Campanha de Mídia contra a Reforma da Previdência.
  • 6. Realização de forma continuada do Projeto REALIDADE BRASILEIRA E UNIVERSIDADE, tanto em João Pessoa como nos Campis do Interior. O último foi em Bananeiras (27/09/2017). É um ciclo de palestras só de a conhecer conjuntura, aspectos judicial e demográficos da Reforma da Previdência.
  • 7. Participação de evento junto a Departamento da UFPB, tematizado a Reforma da Previdência, juntamente com a OAB.
  • 8. A ADUFPb está participando na Comissão de Sistematização da Estatuinte da UFPB.
  • 9 A ADUFPb, participou através do GTPCEGDS da Parada LGBT em João Pessoa, 24/09/2017.
  • Informes nacionais: sobre o congresso da CSP na próxima semana, relato das discussões no FONAFESE na perspectiva da organização do dia 10/11 como dia de lutas; aguardando reunião das centrais sindicais na perspectiva da incorporação desta data na agenda de lutas; moção de apoio aos 5 servidores da UFSC que estão sofrendo processo em função de ação política ocorrida.

 

ADUFPEL (Responsável: Ariane F. Porto Rosa)

  • Informes das ssind: relato de sucateamento geral nas universidades em nível federal, estadual e municipal muito próximo; debate sobre regulação de carga horária em algumas ssind; proposta de atividades junto à comunidade como: “serviços públicos na Praça” e de construção de nova GREVE GERAL DA EDUCAÇÃO.

 

  • Aprovação da Construção de uma FRENTE NACIONAL EM DEFESA DAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS: aprovada a ampliação da frente em defesa das estaduais para toda a Universidade, em todos os níveis; construída uma agenda de atividades até 10/11.

 

ADUSP (Responsável prof. César Minto)

 

Informe do Cesar Minto. Sobre o produtivismo acadêmico, a Adusp acabou de publicar um dossiê sobre o assunto.

 

Eventos sobre a Revolução Russa organizado pelo Coggiola. Não tínhamos uma banca de materiais.

 

Dar os créditos a quem contribui com os materiais dos sindicato, assinalando como contribuinte o nome dos pesquisadores que aportam textos aos documentos do ANDES-SN.

 

 

  1. REUNIÃO COM O MCTP

 

MCTP (convidado Responsável Rogério Bezerra (MCTP):

 

  • Informes sobre o Movimento.
  • ESOCITE. Evento sobre ciência, tecnologia e sociedade, realizado na UNB dias 7, 8 e 9/10.
  • Mesa sobre o Marco de Legal. 60 espectadores. GT de Ciência e Tecnologia no evento.
  • Audiência pública na ALESP sobre o Marco Legal (Neder).
  • Debate sobre o Marco Legal na TV da assembleia legislativa.
  • Nova audiência na ALESP e reunião em Americana sobre a OScização da saúde.
  • 2 anos do MCTP.
  • Mesa no Fórum Social mundial.

 

Após os informes foram divididos os grupos de trabalho para edição dos vídeos e a organização dos trabalhos sobre a produção do caderno.

 

Data: 07 de outubro de 2017 (Sábado)

 

Horário: Início às 9:00h - Término: 19:00h.

 

  1. PRODUÇÃO DO VÍDEO E DO CADERNO DE C&T

 

Discussão sobre os vídeos da SBPC Paralela. Um grupo ficou responsável por decupar o vídeo e escolher gráficos e tabelas utilizados pelo prof. Luis Fernando (Aunioeste). O grupo foi composto pelos professores César Minto (Adusp), Paulo César (Adunicamp), Rodnei (Aprofurg), Tadeu (Adufpb) e Wanderley Padinha (Coordenação do GT). Tarefa: Indicar os cortes e os materiais para a confecção do vídeo II.

 

PRODUÇÃO DO CADERNO DE C&T;

Foi dividida a tarefa de produção dos textos do Caderno de C&T: Macário (coordenação do GT) ficou responsável pelo texto de análise do Marco Legal. Ariane e Celeste (Adufpel) trabalharam na produção do texto sobre o Produtivismo Acadêmico.

 

18h: o pleno se reúne para apreciar o texto sobre Produtivismo Acadêmico produzido por Celeste e Ariane.

 

 

Data: 08 de outubro de 2017 (Domingo)

Local: Brasília

Horário: Início às 09:00h – Término: 13:00h.

 

Leitura e apreciação dos textos produzidos pela professora Angélica Lovatto e pelo professor José Domingues.

 

ENCAMINHAMENTOS:

 

Procurar informação com algum deputado sobre o Decreto que regulamenta o MLCTI. (Ivan Valente).

 

Enviar ao Dep. Carlos Neder o InformAndes Especial sobre o Marco Legal no qual consta o parecer da assessoria jurídica do ANDES-SN.

 

Buscar articulação com alguns parlamentares que possa ouvir o GT e tornar pública nossa posição dentro do parlamento. 

 

Solicitar ao DIAP que possa fazer uma ponte com parlamentares que possam nos ouvir e receber nossos documentos.

 

O GTC&T, após sinalizar os cortes no vídeo da palestra proferida pelo professor Luís Fernando (Adunioeste) na SBPC Paralela e analisar as apresentações em Power Point enviarão à imprensa para edição do vídeo.

 

Os textos pendentes serão encaminhados aos membros do GT para serem avaliados e emendados e apreciados na próxima reunião, a qual fechara os mesmo.

 

Próxima reunião 27 e 28 de outubro Brasília.

 

Terça, 24 Outubro 2017 11:11

 

 

            No dia 19 de outubro realizamos um ato público na cidade do Rio de Janeiro como parte do Dia Nacional em Defesa da Educação Pública, na ocasião também foi lançada a Frente Nacional em Defesa das Instituições de Ensino Superior Públicas.

            Essa manifestação, que reuniu professore(a)s, técnico(a)s administrativo(a)s, estudantes universitário(a)s e secundaristas, saiu em marcha da UERJ em direção ao IFE no Maracanã. No percurso da passeata, que transcorria tranquila, apenas com falas de entidades e manifestantes e palavras de ordem, dois policiais começaram a tirar bombas de suas mochilas e atirar na manifestação ferindo algumas pessoas, inclusive chamuscando as roupas de uma professora da UFRJ presente no ato, tão próximos estavam os policiais do(a)s manifestantes quando atiraram as bombas de gás.

            A truculência, enquanto método privilegiado da polícia do Rio de Janeiro e do restante do Brasil, no trato com as manifestações públicas de trabalhadore(a)s e contra os segmentos mais subalternizados do país vem se configurando como arma intimidatória e inibitória que busca cercear os direitos de manifestação e de expressão num flagrante atentado às conquistas democráticas da população, direitos esses duramente arrancados na luta contra a ditadura empresarial militar que por mais de vinte anos dominou nosso país.

            Conclamamos a todas as entidades, organizações e movimentos a se manifestarem contra esse tipo de ação policial que impõe a violência de estado, e na atual conjuntura de polarização social, tende a fazer parte da rotina de nossos atos e manifestações.

            Repudiamos toda forma de atuação violenta da polícia militar e exigimos uma imediata mudança de postura do estado frente ao nosso direito de expressão e manifestações, exigimos ainda a apuração de responsabilidades sobre o ocorrido; de quem partiu a ordem, e a punição dos mesmos e dos policiais envolvidos e identificados na truculenta ação contra o movimento, ação tão fartamente documentada em fotos e vídeos.

            Basta de violência contra o(a)s trabalhadore(a)s. Apuração dos fatos e punição aos que ordenaram e executaram a ação truculenta contra o ato do dia 19 de  outubro de 2017 no Rio de Janeiro.

 

Direção Nacional do ANDES-SN

Segunda, 23 Outubro 2017 19:15

 

A partir dessa quarta-feira, 25/10, a Adufmat – Seção Sindical do ANDES realiza uma série de atividades, distribuídas em três dias, para discutir os 100 anos de um dos acontecimentos mais relevantes da história da humanidade: a Revolução Russa.  

 

Por motivos óbvios, a grande maioria da população desconhece - ou conhece pouco - as informações sobre a primeira experiência efetiva de um Estado tomado e liderado por trabalhadores. Afinal, uma população consciente de suas capacidades é sempre muito perigosa para quem obtém vantagens das relações sociais estabelecidas.   

 

No entanto, é real que em 1917 as transformações provocadas pela expansão do modo de produção capitalista, as precárias relações de trabalho impostas, e as intensas disputas internacionais, entre outros fatores, levaram a população do maior país do mundo em extensão territorial a realizar algo que até então permanecia na esfera das tentativas. A partir daquele ano, o mundo nunca mais seria o mesmo.

 

“O processo da Revolução Russa é um marco para nós que construímos a militância, no campo da esquerda, porque é a primeira experiência, de fato, de organização dos trabalhadores no controle do Estado. É uma experiência que completa 100 anos, e de alguma forma nos motiva, nos alimenta na expectativa de que se repita em outras oportunidades pelo mundo afora. É no processo da Revolução Russa que nos inspiramos, nas teorias que foram construídas, nas ações dos primeiros anos do governo, ainda que depois tenha se instalado um regime que não tem a ver com aquilo que a gente acredita como construção socialista. Mas é a experiência que influenciou o mundo inteiro. Para nós, reviver isso a partir do evento que estamos organizando é a oportunidade de alimentar os militantes mais experientes e também os mais novos”, afirma o presidente da Adufmat-Ssind, historiador e antropólogo, Reginaldo Araújo.

 

Para a diretora do sindicato e cientista política, Alair Silveira, apesar da importância, a Revolução Russa ainda é pouco conhecida. “Sob todos os aspectos, a Revolução Russa é extremamente rica, instigante e estimulante para que se pense na criação das possibilidades revolucionárias dos trabalhadores. O que falta muito é a compreensão do que, efetivamente, foi esse processo. Ela demonstra, de maneira inegável, o papel de direção que militantes e teóricos como Lenin e Trótsky tiveram na organização, no modo de pensar o partido, a emancipação dos trabalhadores, e a autogestão. Da Revolução Russa decorrem várias tentativas de despraiamento, como na China em 1949, em Cuba em 1959, e em várias outras regiões, procurando reproduzir com a mesma profundidade revolucionária o que aconteceu em 1917. Um fato importante é que, quando se pensava, a partir de Marx e Engels, numa possibilidade de revolução por parte dos trabalhadores, pensava-se sempre que isso se daria em países com o capitalismo mais avançado, com o proletariado como vanguarda do movimento. A Revolução Russa alarga essa concepção e a compreensão da potencialidade revolucionária”, afirma a docente.

 

A partir da experiência que durou mais de 70 anos, de seus acertos e seus erros, as conquistas de direitos humanos, sociais e trabalhistas, e até mesmo as relações de gênero ganharam outra roupagem, que ainda hoje refletem em nosso cotidiano.   

 

Quer saber mais sobre o que foi a Revolução Russa e o que você tem a ver com isso? Participe do Seminário sobre os 100 anos desse marco nos dias 25, 26 e 27/10/17, no auditório da Adufmat-Ssind. O evento é aberto, gratuito e não é preciso fazer pré-inscrição. Haverá certificado para os participantes.

 

Confira a programação na íntegra:

 

25/10/17

 

8h - Abertura e Mesa de Debate: "A Revolução Russa e um resgate da perspectiva revolucionária"

(Professor Ivo Tonet/UFAL)

 

14h - Mini-curso: "Teoria da Revolução e Prática Revolucionária: um debate acerca da Revolução Russa” - parte 1

(Professora Camila Marques/IFG)

 

19h30 - Mesa de Debate: "Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia na URSS”

(Professor José Domingues Godoi/ UFMT)

 

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26/10/17

 

8h - Mesa de Debate: "As mulheres na Revolução Russa"

(Professora Camila Marques/IFG)

 

14h – Mini–curso (parte 2) e Cine-debate: “Pão, Paz e Terra” & "Teoria da Revolução e Prática Revolucionária: um debate acerca da Revolução Russa”

(Professoras Camila Marques/IFG e Alair Silveira/UFMT)

 

19h30 - Mesa de Debate: "A Revolução Russa e seus reflexos"

(Professor Valério Arcary/IFSP)

 

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27/10/17

 

8h - Mesa de Debate: "Arte na Revolução Russa: Rússia e México"

(Professor Pablo Diener/UFMT)

 

14h - Exibição do filme "A Mãe", de Vsevolod Pudovkin, seguido de mesa de debate: "Maksim Górki: Engajamento e Arte na Revolução Russa".

(Patrícia Acs/ PEB - Seduc/MT) 

 

19h30 - Mesa de Debate: "O cinema soviético e Sergei Eisenstein"

(Professor Flávio Trovão/ UFMT-Roo)

 

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Segunda, 23 Outubro 2017 12:46

 

 

Estudantes, professores e técnicos administrativos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) participaram, na última quinta-feira, 19/10, de um debate sobre a situação financeira da universidade. O evento, em formato de audiência pública, teve objetivo de dar visibilidade às dificuldades geradas pelos cortes de orçamento – ou contingenciamentos - realizados pelos últimos governos, além da instabilidade da receita disponível apresentada pelo Governo Temer.

 

Durante a apresentação dos dados, a pró-reitora de Planejamento, Tereza Veloso, afirmou que a receita é calculada pelo próprio Governo, e que a universidade tem de planejar seu funcionamento a partir do valor de repasse informado. “O único incremento na receita realizado pelo Governo nos últimos anos foi destinado ao pagamento de pessoal. Com relação aos recursos para custeiro e capital, ou seja, para manutenção da universidade, suas obras, equipamentos, entre outros, os valores só diminuem. Mesmo o que é informado a princípio não é, necessariamente, liberado para execução. Pode ficar retido, contingenciado”, explicou a pró-reitora.

 

O pró-reitor de Administrativo da UFMT, Bruno Moraes, disse ainda que o planejamento feito em cima dos valores informados muda constantemente. “Nós temos de fazer planejamento diários para garantir as condições de funcionamento da universidade, porque a realidade muda. Só esse ano, tivemos de refazer o planejamento quatro vezes”, afirmou Moraes.  

 

As preocupações apontadas pela administração da UFMT e pela comunidade acadêmica demonstram que a discussão é, de fundo, sobre o modelo de universidade que a população almeja, diferente da que almejam os governos neoliberais. Dados do próprio Ministério da Educação (MEC) revelam que os recursos destinados ao ensino superior atualmente equivalem ao percentual praticado há mais de 10 anos, quando as estruturas e o número de vagas correspondiam a metade. Assim, a precarização aparece como fator inevitável. 

 

“Essa instituição tem responsabilidade social, e nós temos de refletir sobre isso. O sucateamento da universidade faz parte de um projeto de sociedade. Nos últimos anos, nós dobramos o número de vagas disponíveis, orientados pelos governos. Eles aumentam as vagas e cortam os recursos, depois aparecem com o discurso de que é preciso arrecadar dinheiro do setor privado, ou cobrar mensalidade. As universidades particulares é que têm de ir atrás de recursos privados, mas estão cheias de recursos públicos, por meio de programas como Fies e Prouni”, disse o representante dos professores, presidente da Associação dos Docentes da UFMT – Seção Sindical do ANDES (Adufmat-Ssind), Reginaldo Araújo.

 

O esquema, na verdade, já é conhecido. Para justificar a privatização de instituições públicas, os governos neoliberais retiram recursos e, consequentemente, precarizam os serviços. Depois, com o discurso de ineficiência, apresentam como alternativa de intervenção privada. E tem quem acredite. “Além de cortar recursos, o governo acusa as universidades de não saberem trabalhar com planejamentos”, reclamou a pró-reitora de Planejamento da universidade, durante a audiência. Não se trata, portanto, de má gestão de recursos, mas de um projeto que tem como objetivo favorecer o privado, e enfraquecer o público.  

 

No entanto, um dado recente do MEC aponta que, entre as 50 melhores universidades brasileiras, apenas 3 são privadas, e só aparecem depois das 20 primeiras colocadas no ranking. Isso pode ser um trunfo para contra argumentar o discurso de “ineficiência” do ensino superior público, mas pode ser um perigo, considerando que o mercado adoraria tomar a estrutura física e pessoal (qualificada) das universidades para lucrar ainda mais com educação.     

 

"Nós temos a certeza de que a universidade que nós queremos não é essa que está sendo imposta pelos governos. A nossa luta histórica é pela universidade pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada", ressaltou o representante docente.  

 

A coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores Técnicos Administrativos (Sintuf/MT), Leia de Souza, apontou para outro ataque aos serviços públicos, sob a justificativa de que a folha de pessoal é muito pesada: a desconstrução das carreiras. “A carreira dos técnicos administrativos é resultado de 20 anos de luta, e foi uma das nossas maiores conquistas. Nós construímos assim a nossa identidade. Mas o Governo pretende acabar com isso, criando um carreirão de servidores, retirando direitos. Os professores ainda não estão nessa reestruturação, ainda em debate pelo Governo, mas podem ser os próximos, porque a universidade é a bola da vez nessa onda de ataques”, alertou a coordenadora.  

  

Para o representante dos estudantes, coordenador do Diretório Central (DCE), Vinícius Brasilino, é a reação popular é a única maneira de conte os ataques. “Parece que nós estamos preocupados com o semestre, enquanto estamos perdendo gerações. Durante todos esses anos, houve resistência contra os ataques, e a defesa da manutenção da universidade pública. Eu ainda tenho muita esperança, porque nós somos frutos de grandes resistências”, afirmou o estudante.

 

A mesa, presidida pelo vice-reitor da UFMT, Evandro Soares, contou ainda com a participação de um representante da União Nacional dos Estudantes (UNE), Airton Silva.  

 

Mesmo recurso para o dobro de vagas

 

Segundo dados do MEC, de 2003 a 2014, as universidades públicas cresceram 117%, e o número de vagas para os cursos presenciais de graduação passou de 109.184 para 245.983. De 45 universidades em 2003, o Brasil chegou a 63 em 2014, com novos campi, novos prédios e novos cursos. O orçamento destinado ao custeio dessas instituições, já considerado insuficiente em 2003, até aumentou nesse período, passando de R$ 6,4 bilhões a R$ 28,7 bilhões em 2013. No entanto, em 2014, um corte drástico reduziu o orçamento à R$ 14 bilhões, e novos cortes reduziram ainda mais os repasses.

 

Paralelamente, os recursos para programas de incentivo ao ensino superior privado como Fies e Prouni só aumentaram. Em 2016, o Prouni registrou o maior valor em renúncia fiscal desde sua criação, dez anos antes: R$ 1, 2 bilhões. Vale lembrar que a expressão renúncia remete ao Estado, à população; para os empresários da educação é incentivo. Já os investimentos diretos feitos ao Fies passaram de pouco mais de R$ 1 bilhão em 2010 para o correspondente a R$ 13 bilhões em 2014. Coincidentemente, o mesmo período de expansão da Kroton, a maior empresa da educação superior do país. Em 2017, o Governo Federal autorizou um orçamento de R$ 6,7 bilhões para custeio dos institutos e universidades federais, com cortes que chegam a 45% em relação aos anos anteriores. Para o Fies, foi concedido mais um incremento de R$ 1,2 bilhão, totalizando mais de R$ 18 bilhões para esse ano.

 

Na UFMT, de acordo com a apresentação na audiência, os orçamentos aprovados pelos governos, destinados às despesas de Capital e Custeio passaram, respectivamente, de R$ 87 e R$ 164 milhões, em 2015, para R$ 20 e 154 milhões, em 2017. Vale ressaltar que esses valores sofreram contingenciamento por parte dos governos e, portanto, não foram executados na integralidade. Além disso, não incluem o orçamento direcionado ao pagamento de pessoal.

 

Mais informações sobre o orçamento da UFMT estão disponíveis no site da instituição, no ícone da Pró-reitoria de Planejamento (Proplan). Clique aqui para acessar direto.     

 

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

 

 

 

 

 

Segunda, 23 Outubro 2017 08:18

 

“Continuamos no mesmo barco, mas agora estamos à deriva, sem remo”, diz o presidente da Associação Quilombola de Mangueiras, Maurício Moreira dos Santos. Localizado na região nordeste de Belo Horizonte, o quilombo de Mangueiras teve seu território reconhecido no último ano de governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em janeiro de 2016. O reconhecimento é o passo anterior à titulação, que garante a posse permanente da terra. O processo que “caminhava muito lentamente”, como Maurício observa, parou. “Não existe comunidade quilombola sem sua terra”, destaca.

Maurício Moreira dos Santos é presidente da Associação Quilombola de Mangueiras (Foto: Tamás Bodolay/Agência Pública)

O governo de Michel Temer, em abril, mandou suspender os processos administrativos para emissão de decreto presidencial autorizando a desapropriação de imóveis rurais situados nos territórios quilombolas reconhecidos pelo Incra até a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) dos procedimentos para identificação e titulação das terras quilombolas, previstos no Decreto 4.887, de 2003. A constitucionalidade da norma foi questionada pelo então Partido da Frente Liberal (PFL), atual Democratas (DEM), por inexistência de lei que lhe confira validade, já que a Constituição não pode ser regulamentada por decreto. A conclusão do julgamento, marcado para ontem, foi adiado novamente porque o ministro Dias Tofolli, que estava com voto de vista da ação, não compareceu ao plenário por problemas de saúde. Não há prazo para que o julgamento seja retomado.

Desde a Carta Magna de 1988, que determinou “aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos”, o Decreto 4.887 foi a conquista legal mais importante dos quilombolas. Não tramita no Congresso Nacional nenhum projeto que o substituiria nem que dê mais garantias aos direitos desses povos. O caminho do Legislativo tem sido no sentido contrário. “O Legislativo, nos últimos anos, tem instigado a violação dos direitos quilombolas”, afirma Givânia Maria da Silva, da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq). “O governo de Michel Temer talvez seja das tragédias e ataques mais violentos aos negros depois da escravidão”, constata.

A reportagem fez um levantamento em todas as propostas de autoria do Executivo – medidas provisórias, projetos de lei, emendas constitucionais e decretos – desde que Temer assumiu o governo interinamente, em 12 de maio de 2016, e concluiu que as principais conquistas alcançadas pelos descendentes de escravos, indígenas, LGBTs, trabalhadores e pelos cidadãos brasileiros – em relação à saúde, educação, previdência e trabalho – após a Constituição de 1988 estão ameaçadas em prol de interesses dos empresários, do agronegócio e de crenças religiosas.

Direitos Constitucionais ameaçados

 

Vinte e nove anos depois de a Constituição de 1988 garantir o direito dos quilombolas à propriedade de seus territórios, o governo federal titulou somente 38 terras. Em 2016, apenas Tabacaria (AL) foi titulada e, em 2017, apenas as quatro terras com decretos de desapropriação expedidos no governo Dilma receberam os títulos até o momento. “A nossa terra é o lugar onde vivemos em paz, onde nossos ancestrais, nossos netos e bisnetos nasceram”, diz o quilombola Eduardo Santos. Ele está tentando resgatar a origem rural de Mangueiras, localizada às margens da Rodovia MG-20 e cercada pela mata do Isidoro. Lalado, como é conhecido, iniciou uma pequena criação de porco e galinha e cultivo de cana. Ele está cultivando também algumas hortaliças.

 Eduardo Santos está tentando resgatar a origem rural de Mangueiras (Foto: Tamás Bodolay/ Agência Pública)

A paralisação dos processos de titulação das terras quilombolas é um dos reflexos dos cortes que o governo Temer fez no orçamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que já vinha sofrendo quedas nos governos anteriores. O total de 220 terras quilombolas homologadas hoje no Brasil foi garantido em grande parte pelos governos estaduais. De acordo com a Comissão Pró-Indígena de São Paulo, em sete anos o orçamento do órgão apresentou uma queda de 94%. O valor gasto com reconhecimento e indenização de terras quilombolas, por exemplo, caiu drasticamente, de R$ 43,95 milhões em 2014 para R$ 1,073 milhão até setembro de 2017. Os dados são do Portal da Transparência do governo federal. Em 2015, foram gastos R$ 15,019 milhões e em 2016, R$ 20,4 milhões. Givânia afirma que o retrocesso das políticas públicas aumentou a violência contra as comunidades. Em 2017, 14 quilombolas foram assassinados, segundo informações do Conaq. De acordo com dados do Departamento de Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, em 2016 foram oito mortes e em 2015 e 2011 duas mortes foram registradas.

Atualmente, o Incra, que é o órgão responsável pela política fundiária, incluindo as comunidades quilombolas, está vinculado à Casa Civil, comandada por Eliseu Padilha. O ministro já deu sinais de que está do lado dos ruralistas. Quando ainda era deputado federal, cargo que ocupou de 1995 a 2014, Padilha defendeu a PEC 215, uma das propostas que mais assombram as comunidades quilombolas e os povos indígenas. A medida propõe que o Congresso Nacional passe a aprovar e ratificar a demarcação de terras indígenas e quilombolas, hoje prerrogativas da União. “Mais que uma derrota do governo, como apresentada por parte da mídia, a aprovação esmagadora da Proposta de Emenda à Constituição 215/2000 (PEC215), na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, aponta para a perspectiva de que o país possa recuperar a soberania plena sobre a ordenação física do território nacional, atualmente, compartilhada com o movimento ambientalista-indigenista internacional”, afirmou Padilha em publicação no seu site, no dia 31 de março de 2012, com o nome “PEC 215 sinaliza resgate da soberania nacional”.

Índios x Temer

Assim como o Incra, a Fundação Nacional do Índio (Funai) vem sofrendo um processo de desmonte desde o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), intensificado no governo do presidente Michel Temer com a redução de cargos e do orçamento. De acordo com informações do Portal da Transparência do governo federal, no ano passado foram gastos R$17,802 milhões com a demarcação e fiscalização de terras indígenas e proteção dos povos indígenas isolados. Até setembro deste ano, apenas R$ 5,014 milhões foram investidos nessa ação, uma queda superior a 200%. Desde que Michel Temer assumiu a Presidência, nenhuma terra indígena foi demarcada. O desempenho do peemedebista é considerado “o pior para os direitos dos indígenas desde a redemocratização”. De acordo com levantamento da organização não governamental Instituto Socioambiental (ISA), Dilma Rousseff homologou 21 áreas, Lula, 87, FHC, 145, Itamar Franco, 16, Fernando Collor, 112 e José Sarney, 67. Futuras demarcações estão ameaçadas, colocando em xeque as conquistas constitucionais desses povos: “São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens”, diz a Constituição de 1988.

Em julho, Michel Temer assinou parecer da Advocacia-Geral da União (AGU) determinando que só poderão ser demarcadas áreas ocupadas pelo índios até a data da promulgação da Constituição Federal e que áreas já demarcadas não poderão ser ampliadas. O documento, costurado com a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), foi publicado duas semanas antes de a Câmara barrar a investigação de corrupção contra o presidente. Dos 263 votos favoráveis que ele conseguiu na votação, 130 vieram da bancada ruralista. Em reação à medida, o Ministério Público Federal publicou uma nota em que diz: “O Parecer 001/2017/GAB/CGU/AGU, aprovado pelo presidente Michel Temer, que pretende ter força vinculante, põe no papel o que o atual governo faz e os que antecederam já faziam: não demarcar, não reconhecer e não proteger”. E acrescentou: “O parecer tem apenas um grande mérito: traz as digitais do presidente da República e, portanto, faz dele o responsável direto da política indigenista da sua administração”. A Advocacia-Geral da União respondeu que o parecer “de forma alguma representa retrocesso na demarcação de terras indígenas. Ao contrário, vai promover segurança jurídica a esta importante política pública”.

As políticas indigenistas estão nas mãos do general Franklimberg Ribeiro de Freitas, indicado pelo PSC para presidir a Funai. A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) recebeu a nomeação como uma tentativa de militarização do órgão, “como nos tempos da ditadura”. “No governo Dilma, a gente tinha muitas ameaças de retrocessos e a gente na linha de frente fazendo pressão, evitando a aprovação dessa pauta anti-indígena. Mas agora tudo deixou de ser uma ameaça e virou uma realidade. Nós temos casos concretos de retrocessos que fazem com que a gente afirme que é o pior momento da história desde a redemocratização. De ataque aos direitos, de incitação ao ódio, ao racismo, preconceito, de conflitos fundiários”, afirmou a líder indígena Sônia Guajajara, em conversa na Casa Pública com o tema “índios x Temer”.

Os pataxós da Aldeia Velha, localizada em Porto Seguro, estão sofrendo com a precariedade na saúde. Membro do conselho local de saúde indígena, Tucurumã Pataxó, afirmou que a aldeia, que tinha três carros para atender às demandas da saúde, hoje tem apenas um. Eles já ficaram, no entanto, sem nenhum. Tucurumã disse ainda que o conselho local de saúde está parado. “Já tem mais de um ano que não tem reunião do conselho. Nós não estamos tendo recurso para fazer a reunião e eles não estão cumprindo com nossas necessidades”, acrescentou. Os conselhos locais de saúde tem a função de manifestar-se sobre as ações e os serviços de atenção à saúde indígena necessários às respectivas comunidades, avaliar a execução das ações de atenção à saúde indígena nas comunidades e encaminhar propostas aos Conselhos Distritais de Saúde Indígena. No ano passado, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, publicou duas portarias, revogadas após pressão das tribos, que acabavam com a autonomia financeira e orçamentária da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), responsável por coordenar os conselhos locais, e dos 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) na gestão de recursos. “No ano passado, eu estive em Brasília e vi o preconceito que eles têm. O ministro da Saúde foi à nossa aldeia, a gente tratou ele muito bem. O cacique deu até um cocar, prestigiando ele. A gente não dá um cocar para qualquer pessoa. Demos um cocar para ele e quando chegamos em Brasília fomos maltratados, ele não queria atender a gente, só atendeu embaixo de pressão”, contou Tucurumã.

Membro do conselho local de saúde indígena, Tucurumã Pataxó, conta sobre as precariedades do serviço na Aldeia Velha: “já tem mais de um ano que não tem reunião do conselho.”  (Foto: Tamás Bodolay/ Agência Pública)

Meio ambiente

Paralelamente ao desmonte das conquistas constitucionais dos índios e quilombolas, estão os ataques ao meio ambiente, com a extinção de áreas protegidas, o enfraquecimento do licenciamento ambiental, tentativas de desregulamentação e liberação de agrotóxicos ainda mais agressivos à saúde da população e ao meio ambiente, venda de terras para estrangeiros, anistia a crimes ambientais e a dívidas do agronegócio, legalização da grilagem de terras e a liberação de áreas de floresta para a exploração mineral. Retrocessos que, mais uma vez, colocam Michel Temer no período anterior a 1988 – nesse caso, na avaliação dos ambientalistas.

“Desde a redemocratização do país, nunca um governo promoveu tantos retrocessos e de forma tão acelerada para a agenda ambiental, fundiária e de direitos como o de Temer. De maneira autoritária, por meio de medidas provisórias, decretos e outros atos desprovidos de debates com a população, os avanços socioambientais conquistados pelo Brasil nas últimas décadas – incluindo os garantidos pela Constituição – vêm sendo sumariamente desmantelados”, publicou o movimento #Resista, articulado pelo ISA, e que já conta com o apoio de mais de 300 organizações, movimentos e redes ambientalistas, indígenas, indigenistas, do campo e de defesa dos direitos humanos. De acordo com a Constituição brasileira, “a Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais”.

A última grande cartada contra o meio ambiente, no jogo de vai e vem de Temer com suas propostas, foi a publicação do Decreto 9.147, que extingue a Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca), na Floresta Amazônica. A medida permitia a exploração irrestrita do garimpo na floresta e, segundo ambientalistas e indígenas, colocaria em risco reservas ambientais e terras indígenas. A norma foi revogada pelo presidente depois de muita pressão social, que contou com a participação da modelo Gisele Bundchen. A suspensão do decreto, no entanto, não significa necessariamente que a ameaça acabou. Também com a ajuda da pressão da top model, o presidente vetou a medida provisória que reduziria a Floresta Nacional do Jamanxin, no Pará, mas depois apresentou um projeto de lei com o mesmo teor.

O movimento #Resista apontou nove medidas que avançam no país e ameaçam o meio ambiente, as comunidades quilombolas e os índios: o enfraquecimento do licenciamento ambiental (PL 3.729/2004 – Lei Geral de Licenciamento); a anulação dos direitos indígenas e de seus territórios (PEC 215/2000 – acaba com demarcação de Terras Indígenas (TIs) e PEC 132/2015 – indenização a ocupantes de TIs); a venda de terras para estrangeiros (PL 2289/2007 – PL 4059/2012); a redução das áreas protegidas e Unidades de Conservação (UCs) (MP 756/2016  e MP 758/2016 – Redução de UCs da Amazônia no Pará); a liberação de agrotóxicos (PL 6299/2002 – PL do Veneno e PL 34/2015 – Rotulagem de Transgênicos); a facilitação da grilagem de terras, ocupação de terras públicas de alto valor ambiental e fim do conceito de função social da terra (MP 759/2016); o ataque a direitos trabalhistas de trabalhadores do campo (PL 6422/2016 – Regula normas do trabalho rural, PEC 287/2016 – Reforma previdenciária e PLS 432/2013 – Altera o conceito de trabalho escravo); o ataque a direitos de populações ribeirinhas e quilombolas (MP 759/2016 e PL 3.729/2004); a flexibilização das regras de mineração (PL 37/2011 – Código de Mineração).

As nove medidas são pautas, principalmente, das bancadas ruralista e dos empresários. Eles apoiaram o impeachment da presidente Dilma Rousseff e, logo quando Temer assumiu o governo, levaram suas reivindicações ao presidente. Pelo monitoramento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), das 36 propostas apresentadas, 29 avançaram. Já os ruralistas reivindicaram 19 medidas (13 foram atendidas). De acordo com levantamento feito pelo jornal Folha de S.Paulo, publicado em setembro, a agenda de Temer mostra que, em 16 meses de mandato, ele se encontrou com representantes de 42 empresas, cinco vezes com a bancada ruralista e sete com entidades e líderes evangélicos. Na outra ponta, ele teve seis reuniões com centrais sindicais e nenhuma com movimentos quilombolas ou indígenas.

Leia aqui reportagem sobre como as federações empresariais se articularam pelo impeachment.

Trabalhadores

A última demanda dos ruralistas acatada por Michel Temer, às vésperas da votação da denúncia contra ele, foi a mudança no conceito de trabalho escravo. Na última segunda-feira, o Ministério do Trabalho, comandado por Ronaldo Nogueira (PTB-RS), publicou uma portaria, de número 1.129/2017, que retira as condições degradantes e a jornada exaustiva de trabalho como situações que configuram situação análoga à escravidão. Com a nova regra, o trabalho escravo é definido pelos seguintes pontos: submissão sob ameaça de punição; restrição de transporte para reter trabalhador no local de trabalho; uso de segurança armada para reter trabalhador; retenção da documentação pessoal. Além disso, a portaria determina que só o ministro pode incluir os empregadores na lista suja, tirando essa decisão das mãos dos técnicos da pasta. A lista divulgada pela ONG Repórter Brasil este ano traz 250 nomes flagrados por trabalho escravo contemporâneo entre dezembro de 2014 e dezembro de 2016. Entram nessa contagem os casos em que o poder público caracterizou trabalho análogo ao de escravo e nos quais os empregadores tiveram direito à defesa administrativa em primeira e segunda instâncias.

O Ministério Público Federal e o Ministério do Trabalho recomendaram ao governo a revogação da medida. O procurador-geral do Trabalho em exercício, Luiz Eduardo Guimarães Bojart, alertou que a portaria desconstrói a imagem de compromisso no combate ao trabalho escravo conquistada internacionalmente pelo Brasil nos últimos anos. “Ela reverte a expectativa para a construção de uma sociedade justa, digna e engajada com o trabalho decente. Vale reafirmar que o bom empresário não usa o trabalho escravo. A portaria atende apenas uma parcela pouco representativa do empresariado”, disse o procurador.

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), que reúne deputados e senadores ruralistas, afirmou, por meio de nota, que a norma vem ao “encontro de pautas das bancadas”. No entanto, a FPA negou que tenha interferido na publicação da portaria. Integrante do grupo do agronegócio, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, saiu em defesa da medida, que, de acordo com ele, irá organizar a falta de critérios nas fiscalizações.

Pautas prioritárias da agenda da CNI de 2017, a reforma trabalhista e a liberação da terceirização para todas as atividades das empresas também foram consideradas perdas de direitos dos trabalhadores por seus representantes. No início deste mês, as centrais sindicais denunciaram a reforma trabalhista e a terceirização na Comissão Interamericana de Direitos Humanos, da Organização dos Estados Americanos (OEA). “O objetivo das centrais é o de expor as ações praticadas pelo Governo brasileiro que, ao impor para a sociedade profundas mudanças sem o devido debate e aprovar leis que regridem séculos em termos de relações laborais e garantias de direitos humanos, sucumbiu as exigências mercadológicas de grupos financeiros em detrimento ao capital humano”, informa a União Geral dos Trabalhadores (UGT) por meio de nota. A Pública mostrou na reportagem “Parlamentares-patrões conduziram mudanças trabalhistas” que a maioria de parlamentares que aprovaram as leis são empresários e/ou representantes de entidades patronais.

Saúde

“O sistema de saúde pública não está recebendo o mesmo entusiasmo que recebia antes. A construção do SUS está ficando a desejar nesse período agora”, afirmou Ivo de Oliveira Lopes, diretor do Hospital Sofia Feldman. Referência nacional em parto humanizado, a maior maternidade do país está correndo o risco de fechar as portas por falta de recursos. O Sofia Feldman, localizado em Belo Horizonte, atende 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A receita conta com R$ 4,5 milhões mensais, e cerca de 80% são referentes a repasses da União e o restante vem do governo de Minas. Desde 2013, não há reajuste nos repasses do governo federal. “As perdas financeiras acarretam todas as outras perdas de direito à cidadania. Quando você nega o acesso, quando diz que não tem vaga, isso é um crime contra a cidadania e com a própria Constituição”, observou Ivo.

A médica obstetra Krisley Castro participou da manifestação para salvar o Sofia Feldman em Belo Horizonte (Foto: Tamás Bodolay/Agência Pública)

A falta de recursos reflete no dia a dia dos trabalhadores. A obstetra Krisley Castro Almeida contou que faltam insumos, principalmente na CTI neonatal. “A gente está em um momento político de muito retrocesso no nosso país, e o que estamos passando no Sofia, apesar da gente trazer aqui hoje um problema pontual, faz parte de um problema geral do Brasil, que é de tentativa de enfraquecer o poder e a capacidade do SUS de garantir acesso e recursos gratuitos”, diz a médica, que participou de manifestação para salvar o Sofia, no dia 10 de outubro, na praça da Liberdade, na capital mineira.

De acordo com o presidente do Conselho Nacional de Saúde, Ronald dos Santos, a promulgação da Emenda Constitucional 95/2016 foi o grande golpe deste governo no SUS. “Ela impede o SUS de enfrentar o seu principal desafio, que é o subfinanciamento”, destaca. A norma determina que, a partir de 2018, as despesas federais só poderão aumentar de acordo com a inflação acumulada conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Um estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgão vinculado ao Ministério do Planejamento, mostrou que o SUS perderá até R$ 743 bilhões.

“Defender o SUS é defender a democracia. Defender a democracia é defender o SUS”, diz Ronald, parafraseando Sérgio Auroca, médico sanitarista que liderou a 8ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em março de 1986 em Brasília. Durante o encontro, Auroca disse que “democracia é saúde”. A conferência representou um marco na história do SUS. O relatório final do encontro serviu de subsídio para os deputados constituintes elaborarem o artigo 196 da Constituição Federal, que estabelece: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”.

Protesto contra o fechamento do hospital Sofia Feldman que é eferência nacional em parto humanizado  (Foto: Tamás Bodolay/Agência Pública)

Em vez de aumentar os recursos do SUS, a proposta apresentada pelo governo foi criar planos de saúde “acessíveis”. O ministro da saúde, Ricardo Barros, que recebeu doações eleitorais, em 2014, do presidente da administradora de planos de saúde Aliança, Elon Gomes de Almeida, instituiu em agosto do ano passado um grupo de trabalho para discutir essa proposta. O objetivo, de acordo com ele, seria aliviar os gastos do governo com o financiamento do SUS. Para o presidente do CNS, a real intenção é caminhar para a privatização da saúde no Brasil, desresponsabilizando o governo de garantir o direito à saúde. “A população brasileira já paga altíssimas cargas tributárias; além disso, saúde é um princípio constitucional, é dever do Estado”, criticou o presidente nacional da OAB, Claudio Lamachia, em audiência pública realizada pela entidade para discutir o tema.

Educação

A ameaça da privatização também ronda a educação brasileira. De acordo com a Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara dos Deputados, R$ 24 bilhões poderão deixar de ser investidos por ano na educação com a emenda constitucional que limitou os gastos públicos. O coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, avalia que, pela primeira vez desde a Constituição de 1988, o país está andando para trás. “Nunca alcançamos estratégias para garantir educação de qualidade para todos, mas estávamos avançando. Agora as demandas da educação estão estagnadas com a redução de investimentos, vai haver retrações”, prevê. Cara observa, no entanto, que o setor começou a sofrer com os cortes orçamentários desde a entrada de Joaquim Levy no Ministério da Fazenda, durante o governo Dilma.

As universidades federais já estão sofrendo na carne os cortes orçamentários. Em agosto, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) publicou uma nota para denunciar o desmonte das universidades brasileiras . “O orçamento de 2017 já representou corte significativo em relação ao de 2016 (6,74% nominal na matriz de custeio, 10% no programa de expansão Reuni, 40,1% em capital, 3,15% do Programa Nacional de Assistência Estudantil e mais 6,28% de inflação no período)”, diz o documento, que acrescenta: “Até o momento foram liberados apenas 75% do orçamento de custeio e 45% do orçamento de capital. Para manter o funcionamento mínimo das instituições é indispensável a liberação de 100% de ambos os limites, uma vez que já estamos absorvendo fortes perdas orçamentárias como indicado acima”. A conjuntura apresentada para 2018 também não é favorável.

Como se não bastasse cortar investimentos, o governo do presidente Michel Temer vetou o artigo da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que incluía, dentre as prioridades para 2018, o cumprimento de metas previstas pelo Plano Nacional de Educação (PNE). A justificativa foi a de que a medida restringiria a liberdade do Executivo de alocar recursos para a implementação das políticas públicas e reduziria a flexibilidade na priorização das despesas discriminatórias em caso de necessidade de ajustes previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal “colocando em risco a meta fiscal”. Um balanço do Observatório do PNE divulgado em junho mostrou que após três anos de vigência apenas 20% das metas e estratégias que deveriam ter sido cumpridas até 2017 foram alcançadas total ou parcialmente.

LGBTs

“Todos são iguais perante a Lei, sem distinção de qualquer natureza.” É o que determina a Constituição brasileira. No entanto, para os cidadãos LGBTs, esse direito está se distanciando cada vez mais da realidade. O governo do presidente Michel Temer reduziu para zero os repasses federais aos programas específicos de defesa da comunidade LGBT. A presidenta da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Travestis e Transexuais, Symmy Larrat, observa que os investimentos já eram baixos. “Nós nos encontramos em uma situação muito frágil porque não existe legislação voltada para a gente, apenas portarias e decretos”, destacou.

Nem mesmo a Constituição de 1988 trouxe direitos direcionados aos LGBTs. Na época, houve uma resistência dos parlamentares em acatar as propostas do Movimento Homossexual Brasileiro (MHB). “Se alguém tem essa condição, se alguém é homossexual, que assuma sua condição de homossexual, mas não que a Constituição venha a dar garantia a esse tipo de comportamento que para mim é considerado um comportamento anormal”, afirmou o constituinte Salatiel Carvalho, que recebeu apoio dos colegas. “A fala do constituinte Salatiel Carvalho pode ser tida com um bom resumo da argumentação geral dos opositores conservadores de ontem e de hoje no tocante à proteção dos homossexuais de outrora e dos atuais LGBTs”, conclui o mestrando em ciências políticas Eduardo Martins de Azevedo Vilalon em artigo sobre o movimento homossexual brasileiro na Constituinte de 1987-1988.

Todas as mudanças nas leis trabalhistas, no debate sobre a educação e até mesmo na reforma política afetam os LGBTs, de acordo com Symmy. “Nós já temos mais dificuldade de conseguir emprego, sofremos assédio diariamente e o debate na educação, então!”, exclamou Symmy. Em setembro do ano passado, o Ministério da Educação retirou da Base Nacional Comum Curricular todas as menções às expressões “identidade de gênero” e “orientação sexual”. O documento servirá de referência sobre o que deve ser ensinado nas escolas públicas e privadas do país. A alteração no texto ameaça o debate sobre identidade de gênero e sexualidade nas instituições de ensino. O MEC justificou que a mudança foi feita para evitar a redundância e que a supressão não alterava os pressupostos da Base. O reflexo da falta de política pública, alinhada a pautas conservadoras, aparece nos dados de violência contra os gays, lésbicas, travestis e transexuais. De acordo com a ONG Grupo Gay da Bahia, até o dia 20 de setembro, 277 homicídios foram registrados neste ano. É a maior média de assassinatos desde que os dados passaram a ser contabilizados pela entidade baiana, em 1980.

O americano Shane Landry foi agredido porque passeava abraçado com um amigo (Foto: Tamás Bodolay/Agência Pública)

O americano Shane Landry passeava abraçado com seu amigo no centro de Belo Horizonte quando foram abordados por três jovens que perguntaram: “Por que vocês estão felizes?”. Antes de eles entenderem o que estava acontecendo, os rapazes puxaram seu amigo pelo colarinho e começaram a bater neles. Shane caiu no chão, quebrou o braço. Seu amigo conseguiu levantar e parar um carro. No dia seguinte, os dois foram registrar o boletim de ocorrência, mas o policial disse que aquilo não ia dar em nada.

“Foi pior ser agredido por homofobia do que se fosse um assalto. A sensação de que você não pode fazer nada é o que me indigna. Isso porque sou branco, de classe média. Imagina o que acontece com a população mais pobre. Como vamos mudar isso se o sistema não funciona?”, questionou. Para Shane, o aumento da homofobia no Brasil tem a ver com a onda de conservadorismo. “Eu acho que as pessoas sempre foram muito preconceituosas, mas agora elas estão perdendo o medo de se manifestar. Antes, exigia um temor das consequências sociais, um constrangimento de ser julgado”, acrescentou.

 

Fonte: Alice Maciel/ Agência Pública

Sexta, 20 Outubro 2017 17:58

 

A Faculdade de Enfermagem e o Centro Acadêmico de Enfermagem da UFMT, campus, Cuiabá, promoveram nesta segunda feira, dia 16/10/2017, uma reunião com entidades representativas da categoria, cursos e estudantes de Enfermagem para discutir o exercício profissional.

 

A reunião foi chamada tendo em vista uma recente decisão liminar movida pelo Conselho Federal de Medicina – CFM que, na prática, visa impedir a Enfermagem de solicitar exames dos usuários dos serviços de saúde. A decisão foi proferida pelo  juiz federal Renato C. Borelli, juiz substituto da 20ª Vara Federal Cível da Seção Judiciária do Distrito Federal (SJDF), em consideração ao processo ajuizado pelo CFM contra a União, que “deferiu a tutela de urgência para suspender parcialmente a Portaria nº 2.488 de 2011, tão somente na parte que permite ao enfermeiro requisitar exames”.

 

A reunião contou com a presença de aproximadamente 200 pessoas, entre enfermeiras da rede de saúde do estado, docentes e estudantes da UFMT, UNIC, UNIVAG, ICEC e FAUCC, além das entidades representativas da categoria como a Associação Brasileira de Enfermagem-MT, o Conselho Regional de Enfermagem-MT, o Sindicato de Enfermagem-MT e o Sindicato dos Servidores Públicos de Saúde de MT.

 

Na oportunidade foram discutidas as repercussões sobre a referida decisão, especialmente para a prática profissional das Enfermeiras e Enfermeiros atuantes na rede pública, para o ensino de Enfermagem e os prejuízos para a execução dos diversos programas desenvolvidos pela Política Nacional de Atenção Básica.

 

Durante a reunião foi considerado que a posição do CFM revela a defesa de uma pauta corporativista e mercadológica, que não considera a realidade brasileira e as necessidades de saúde da população, ignora os indicadores epidemiológicos, nega a integralidade do cuidado e não tem compromisso com os princípios da Reforma Sanitária Brasileira e com o SUS.

 

Foi um consenso de que a medida repercute com grandes prejuízos à saúde da população brasileira uma vez que compromete a concretização dos diversos programas de saúde pública da Atenção Básica, tais como: a Assistência à saúde da criança e adolescente, Saúde da mulher, incluindo pré-natal, Assistência ao puerpério, Assistência para rastreamento de câncer de colo de útero e de mama, Planejamento reprodutivo, a Abordagem sindrômica das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), a Assistência a usuários com Tuberculose ou Hanseníase, a Assistência a usuários com doenças crônicas e  Assistência à vítima de violência ou acidentes com material biológico. Estes programas têm a participação das Enfermeiras em seu processo de cuidado, incluindo a solicitação de exames e outros procedimentos constantes em protocolos, todos aprovados e apoiados em evidências científicas.

 

Como encaminhamentos da reunião foi constituído um grupo de representantes de entidades para, junto ao COREN-MT, elaborarem uma nota orientativa para os profissionais que atuam na rede de saúde, diante da medida judicial.

 

A categoria também vai solicitar uma audiência pública junto à Assembleia Legislativa do estado para discutir a situação do exercício profissional de Enfermagem.

 

A categoria deverá se reunir novamente na próxima segunda feira, dia 23/10/2017, às 14 horas na UNIC (Auditório da UNIC 2 - antiga Unirondon), quando pretendem avaliar a situação e aprovar uma carta-manifesto do movimento em defesa da sua prática profissional e do SUS.

 

 

Assessoria do evento

Sexta, 20 Outubro 2017 17:22
 
 
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O Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
 
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JUACY DA SILVA*
 

Estamos quase terminando outubro, mês dedicado mundialmente à prevenção de CÂNCER DE MAMA.  Milhares de mulheres morrem a cada ano no Brasil e centenas de milhares no mundo, simplesmente porque jamais fizeram  uma mamografia ou quando fizeram  ou fazem, já  é tarde demais, a doença já  esta instalada e em estágio avançado.

Por isso é importante , fundamental ou mesmo imperioso realizar  exames preventivos, incluindo a mamografia, principalmente na faixa  etária entre 40 e 59 anos de idade. Todavia, se você, mulher, tem menos de 40 anos  e tem histórico de câncer na  família, por exemplo sua mãe,  irmãs, tias, etc. já tiveram câncer, não deixe de fazer sua mamografia; procure  um médico ou unidade de saúde ou seu plano de saúde ou seu ginecologista para receber as orientações corretas e adequadas, não deixe o tempo passar e ficar protelando, isto pode lhe causar muitos transtornos, sofrimento ou até mesmo uma morte prematura.

Sabemos da precariedade e do caos que tomou conta da saúde pública no Brasil.  Milhares de municípios não dispõe sequer de um mamógrafo ou muitas vezes, com muita frequência esses aparelhos estão  estragados ou também nem sempre existem profissionais, médicos e técnicos para procederem  os exames preventivos.

Diante disso, principalmente para mulheres pobres, que moram nas periferias urbanas, zona  rural ou em municípios pequenos estão excluídas de cuidados básicos  de saúde, incluindo exames preventivos necessários para identificar precocemente  qualquer tipo de câncer, inclusive CÂNCER DE MAMA.

Precisamos lutar para que o DIREITO `A SAÚDE  seja um fato concreto e não apenas letra morta ou um artigo de nossa Constituição Federal e da Legislação vigente para “inglês ver”. Precisamos combater a corrupção  e a incompetência de nossos governantes e gestores públicos que roubam preciosos recursos tão  necessários para que  todas as pessoas, de todas as idades, principalmente as mulheres que são vítimas desta violência que é o CÂNCER DE MAMA.

Não podemos  aceitar que, em nome do equilíbrio das contas públicas, os recursos orçamentários e financeiros sejam “cortados” justamente na área  da saúde,  deixando milhões  de pessoas que dependem única  e exclusivamente do SUS `a míngua. Enquanto nossos governantes  cortam ou reduzem os recursos para a saúde, a educação,  a segurança  e tantas outras áreas importantes e estratégicas para o país, o Governo Temer e sua bancada de apoio no Congresso continuam realizando barganhas escandalosas e vergonhosas, incluindo o perdão de dívida de grandes sonegadores, concedendo bilhões de financiamentos/crédito subsidiados para os barões da economia, principalmente para os barões do agronegócio e latifundiários e diversos outros favores seus apoiadores, dilapidando exatamente o orçamento em bilhões de reais  que fazem falta para a saúde.

Cada morte  que ocorre em nosso país pela falta  de atendimento decorrente do caos na saúde pública deveria ser debitada à conta de governantes insensíveis e corruptos que teimam apenas em lutar para conquistar e permanecer no poder e nessas posições continuarem assaltando os cofres públicas,  como a OPERAÇÃO  LAVA JATO  e outras investigações  vem demonstrando sobejamente.

Depois de ler esta reflexão, pare, pense  e compartilhe com outras pessoas. Este é mais um OUTUBRO ROSA,  mês dedicado a lutar pela vida,  contra o CÂNCER  DE MAMA, contra a CORRUPÇÃO  e contra o CAOS NA SAÚDE PÚBLICA em nosso pais. Participe desta luta, NÃO SE OMITA!

*JUACY DA SILVA,  professor universitário, titular e aposentado UFMT,  mestre em sociologia, articulista e colaborador de jornais, sites, blogs e outros veículos de comunicação. Twitter@profjucy E-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo." target="_blank">O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog www.professorjuacy.blogspot.com

 

Quinta, 19 Outubro 2017 14:19

 

  

Os docentes e técnicos administrativos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) aprovaram, em assembleia conjunta realizada nessa quinta-feira, 19/10, as taxas de reajuste de onze planos em convênio coletivo com a Unimed para os anos de 2017, 2018, e uma perspectiva de negociação para 2019. Os percentuais são referentes aos contratos de números 6890, 6891, 6892, 6900, 6901, 6902, 6903, 6910, 6911, 6912 e 9840.

 

As reuniões entre as partes, trabalhadores e plano de saúde, tiveram início em fevereiro desse ano, quando a Unimed presentou uma proposta de 67% de reajuste para 2017. Depois de diversas reuniões e duras negociações, com cinco propostas diferentes, docentes e técnicos conseguiram baixar o percentual de 2017 para 20%. “Nós não aceitamos, na verdade. Não houve acordo na negociação, então nós trouxemos para a assembleia. Nosso ideal era 10% em 2017, e 10% em 2018, mas até o momento, depois desse longo e desgastante processo, isso não foi possível”, disse o professor Fernando Nogueira, presidente da comissão, ao apresentar os dados da negociação.

 

Além dos 20% para 2017 e 18% para 2018, os trabalhadores aprovaram, na assembleia dessa quinta-feira, a possibilidade de amarrar a negociação entre 15 e 22% para 2019. A Unimed quer condicionar esse percentual de reajuste ao de sinistralidade, ou seja, a taxa de procura dos usuários pelos serviços. A empresa ofereceu um plano para os usuários de terceira idade, que se propõe a viabilizar essa redução da procura, e consequentemente o percentual, por meio de acompanhamento agendado dos pacientes acima de 59 anos.

 

A representante do Sindicato dos Trabalhadores Técnicos Administrativos (Sintuf/MT), Luzia Melo, falou dos receios da categoria em fechar percentual para 2019. “Nós não vemos como diminuir a sinistralidade, porque muitas pessoas fazem tratamentos sérios, com profissionais especializados. Além disso, a conjuntura política não nos permite saber como será 2019”, afirmou a servidora.

 

Depois dos debates, no entanto, os presentes concordaram em amarrar o percentual, com a possibilidade de continuar a negociação.

 

Os presentes também apontaram a necessidade de dialogar com a empresa sobre outras questões, como os abusos na cobrança de pagamentos atrasados as implicações aos pacientes que queiram negociar, demora para agendamento de consultas e ausência de alguns profissionais especializados, além de alternativas de transferência para dependentes de titulares que venham a falecer.

 

 

 

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

 

 

Quinta, 19 Outubro 2017 10:50

 

Já estão disponíveis, na Galeria de Imagens da Adufmat-Ssind, as fotos do Baile dos Professores 2017. 

 

Esse ano, a festa tradicionalmente realizada em homenagem ao Dia dos Professores foi no dia 14/10, no salão de festas do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde do Estado (Sisma/MT). 

 

Clique aqui para ver todas as fotos na GALERIA.

 

 

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Quarta, 18 Outubro 2017 19:55
 
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O Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
 
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Roberto Boaventura da Silva Sá

Prof. de Literatura/UFMT; Dr. em Jornalismo/USP

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Depois de longo período de governos petistas – erroneamente ditos e vistos como de esquerda –, interrompido após impressionante acúmulo de práticas de corrupção, arraigadas em tantos partidos da velha direita, muito da esperança, que enfim vencera o medo, foi se dissolvendo no ar.

Da dissolução, aos poucos, o país vem assistindo a um ressurgimento, antes impensável, do pensamento e das ações reacionárias, tudo muito perigoso, alhures, desde que o mundo é mundo.

O processo de dissolução da esperança teve início quando os governos petistas, formado por novos adeptos dos interesses do capital e seguindo a cartilha neoliberal, que em nada se identifica com as esquerdas, empreenderam uma divisão da classe trabalhadora, aliás, “nunca antes vista...”.

Rasgando o lema “Trabalhadores do mundo, uni-vos”, o PT apostou na formulação de diversas políticas compensatórias. Assim, a fragmentação dos trabalhadores estava consolidada. A noção de classe dera lugar à de grupos sociais. Na linha da inclusão, cada agrupamento passou a lutar por conquistas exclusivas. As cotas raciais são exemplos disso. A visão de totalidade dera lugar à visão do foco, que, via de regra, ofusca a possibilidade da compreensão do todo.

Nesse percurso, o PT, que já se esmerava na “corruption made in Brazil”, matando de inveja muitos velhacos da direita, passou a cooptar lideranças de movimentos sociais, sindicais, estudantis e trabalhistas. Pornografia política.

Tudo isso resultou em tragédia para a classe trabalhadora. Agora, nada parece conseguir nos unir. Nem mesmo atos de censura já em curso, frutos de uma onda assustadora de reacionarismo, aliada a uma produzida ignorância cultural de nosso povo.

Só em Cuiabá, em curto período de tempo, duas mostras (uma de fotografia, outra de pintura) foram recentemente censuradas por dois shoppings; claro que com a pressão daquela parte da sociedade tão moralista quanto cínica.

Neste momento, estamos vivenciando a censura que ocorrera no Santander Cultural, em Porto Alegre, durante a exposição de artes intitulada “Queermuseu”.

A referida mostra tinha apenas a intenção de promover a necessária discussão sobre a diversidade de gênero e de sexualidades. Todavia, seguindo a lógica de que “toda nudez será castigada”, a exposição, em si, sofreu estupro moral de uma turba ignara. Depois do estupro, o linchamento.

Vi, por meio de sites, as obras mais polêmicas. Nenhuma poderia ser censurada. A expressão artística não se censura por nada. No mais, elas não mentem, como descaradamente fazem tantos políticos no impuro cotidiano nacional. Elas podem até agredir os puritanos, pois transpõem artisticamente, no caso, para as telas, muitas práticas oriundas de nossa colonização. Nesse sentido, o quadro de Adriana Varejão, que expõe a prática de zoofilia, é a mais chocante para a virgindade ocular.

Sendo assim, o máximo que poderia ocorrer naquela mostra era, como já tantos apontaram, a classificação etária, como ocorre no cinema. Logo, se ainda há o que choque, o que fosse impróprio a menores de 18 anos, que ficasse em lugar reservado. Tudo seria resolvido sem estardalhaço. Sem censura.

Mas por que trago isso à tona, se no início deste texto trato da pornografia política que corre solta no Brasil?

Porque a censura, inclusive a política, chega devagar, cavando a sepultura da democracia. Uma vez sepultada, só nos restará conviver na e com a escuridão dos tempos.

Diante do risco cada vez mais próximo, algo precisa nos unir; e logo, antes que seja tarde.