Terça, 18 Julho 2017 13:56

 

O salto de modernização que nos propõem hoje tem requintes de sadismo. Ou, que nome daríamos para a permissão de mulheres gestantes trabalharem em ambientes insalubres e de que trabalhadores "tenham o direito" de negociar seu horário de almoço?

Vladimir Safatle*

Aqueles que, nas últimas décadas, acreditaram que o caminho do Brasil em direção a transformações sociais passava necessariamente pelo gradualismo deveriam meditar profundamente nesta semana de julho.

Não foram poucos os que louvaram as virtudes de um reformismo fraco porém seguro que vimos desde o início deste século, capaz de paulatinamente avançar em conquistas sociais e melhoria das condições de vida dos mais vulneráveis, enquanto evitava maiores conflitos políticos graças a estratégias conciliatórias.

"Há de se respeitar a correlação de forças", era o que se dizia. Para alguns, isso parecia sabedoria de quem lia "A Arte da Guerra", de Sun Tzu, antes de reuniões com José Sarney e a lama do PMDB. Eu pediria, então, que meditássemos a respeito do resultado final de tal sabedoria.

Pois o verdadeiro resultado dessa estratégia está evidente hoje. Nunca o Brasil viu tamanha regressão social e convite à espoliação do mundo do trabalho.

O salto de modernização que nos propõem hoje tem requintes de sadismo. Ou, que nome daríamos para a permissão de mulheres gestantes trabalharem em ambientes insalubres e de que trabalhadores "tenham o direito" de negociar seu horário de almoço?

Tudo isso foi feito ignorando solenemente o desejo explícito da ampla maioria da população. Ignorância impulsionada pelo papel nefasto que tiveram setores majoritários da imprensa ao dar visões completamente monolíticas e unilaterais das discussões envolvendo tal debate.

Mas isso podia ser feito porque não há mais atores políticos capazes de encarnar a insatisfação e a revolta. Hoje, o governo pode atirar contra a população nas ruas em dias de manifestação e sair impune porque não há ator político para incorporar rupturas efetivas. Eles se esgotaram nos escaninhos de tal modelo de gestão social brasileiro.

A reforma trabalhista apenas demonstra que o gradualismo pariu um monstro. Os mesmos que votaram para mandar a classe trabalhadora aos porões de fábricas inglesas do século 19 estavam lá nas últimas coalizões dos governos brasileiros, sendo ministros e negociadores parlamentares.

Ou seja, a política conciliatória os alimentou e os preservou, até que eles se sentissem fortes o suficiente para assumirem a cena principal do poder. "Mas era necessário preservar a governabilidade", era o que diziam. Sim, este é o verdadeiro resultado da "governabilidade" do ingovernável, da adaptação ao pior.

Como se fosse apenas um acaso, no dia seguinte à aprovação da reforma trabalhista o Brasil viu o artífice deste reformismo conciliatório, Luiz Inácio Lula da Silva, ser condenado a nove anos de prisão por corrupção. Esse era um roteiro já escrito de véspera.

De toda forma, há de se admirar mais um resultado desta política conciliatória – a adaptação ao modelo de corrupção funcional do sistema brasileiro e, consequentemente, a fragilização completa de figuras um dia associadas, por setores majoritários da população, a alguma forma de esperança de modernização social.

O Brasil agora se digladia entre os que se indignam com tal sentença e os que a aplaudem com lágrimas de emoção. Engraçado é ver outros políticos que também mereciam condenação pregarem agora moralidade.

No entanto, o problema é que só existirá essa sentença, nada mais. Este é o capítulo final. Da mesma forma que o capítulo final do julgamento do mensalão foi a prisão de José Dirceu. Perguntem o que aconteceu com o idealizador do mensalão, o ex-presidente do PSDB Eduardo Azeredo.

Ou perguntem sobre o que acontecerá a outro presidente do mesmo partido, aquele senhor que foi pego em gravação telefônica dizendo que deveria procurar um interceptador para propina que pudesse ser assassinado.

Ou o ex-presidente FHC, citado nos mesmos escândalos que agora condenam Lula. Muitos reclamam da parcialidade da Justiça brasileira: há algo de comédia nessa reclamação.

Que esta semana seja um sinal claro de que uma forma de fazer política no Brasil se esgotou, seus fracassos são evidentes, suas fraquezas também. Continuar no mesmo lugar é apenas uma forma autoinduzida de suicídio.

(*) Professor livre-docente do Departamento de filosofia da USP

 

Fonte: DIAP

Terça, 11 Julho 2017 15:14

 

A classe trabalhadora brasileira poderá perder direitos trabalhistas conquistados a duras penas em décadas de lutas. A CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) sofrerá significativos ataques com a Reforma Trabalhista proposta pelo governo Temer. 

 

A começar pela demissão “por acordo” em que a empresa pagará somente 50% do FGTS e do aviso prévio e 80% do FGTS, e haverá a perda do direito ao seguro-desemprego. Ou seja, vão roubar pelo menos metade das rescisões de contrato e o seguro. Quanto ao intervalo de refeições, pretendem que comamos com uma mão e trabalhemos com a outra, ao reduzir para até 30 minutos o horário. Ao poder contratar trabalhadores autônomos, as empresas se sentirão desobrigadas a garantir direitos trabalhistas. A jornada de trabalho poderá ser de 12 horas, refletindo também em não pagamento de horas extras.

 

Um dos mais fortes ataques é o negociado valer mais que o legislado. Com isso, as empresas poderão impor o que querem sobre seus funcionários, por exemplo, repartir as férias em três vezes, acabando com os trinta dias de descanso, desregulamentar jornadas de trabalho e rebaixar outros direitos.

 

Há meses, os trabalhadores brasileiros vêm resistindo às tentativas de acabarem com nossos direitos, sejam trabalhistas ou previdenciários. Basta resgatar as recentes mobilizações. Dias de lutas como o 8 de março, Dia Internacional da Mulher que, no Brasil, contribuiu para impulsionar o dia 15 de março e a própria Greve Geral de 28 de abril, a maior já vista até então em nossa história. A Ocupação de Brasília com mais de cem mil trabalhadores também foi um marco e o último dia 30 de junho, que tinha tudo para ser uma forte Greve Geral, não fosse parte das centrais sindicais recuarem de sua decisão de novamente parar o país, num dia ainda mais forte que o 28 de abril.

 

“Essas lutas têm mostrado que os trabalhadores brasileiros estão dispostos e podem derrotar as reformas e botar pra fora Temer e todos os corruptos do Congresso Nacional com suas próprias mãos”, afirma o integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Atnágoras Lopes.

 

Apesar dessa disposição de luta, o que estamos vendo são as direções que deveriam estar à frente dessas mobilizações, seguindo outro caminho. Nesta quarta-feira (5), foi publicada matéria na imprensa burguesa em que dirigentes da Força Sindical se reuniram com o presidente Temer preocupados com o Imposto Sindical, contribuição obrigatória cobrada dos trabalhadores, cujo objetivo, entre outros, é manter entidades sindicais.

 

Tudo indica que a negociata resultou na proposta de uma Medida Provisória que criará uma regra de transição, adiando de dois a quatro anos o corte do Imposto Sindical, ou uma nova forma de contribuição substitutiva ao imposto.

 

A Força Sindical publicou nota após a reunião em que afirma haver tempo suficiente para a discussão sobre um novo modelo de contribuição sindical. “Sancionada pelo presidente da República, a Reforma Trabalhista entrará em vigor em 120 dias. Não precisaremos atropelar a discussão e vamos caminhar para uma saída que tenha sustentabilidade jurídica”, defende a nota.

 

Ou seja, tudo bem a reforma passar, desde que a contribuição sindical seja garantida.

 

A CSP-Conlutas é contra o Imposto Sindical justamente por atrelar às entidades a governos e, em decorrência deste atrelamento, não defender consequentemente aos que representam, os trabalhadores.

 

“Para nossa central, ver dirigentes sindicais priorizando o Imposto Sindical em detrimento de impulsionar a luta contra a reforma é uma postura totalmente oposta à disposição de luta que nossa classe vem demonstrando. Isso joga contra nós mesmos e fortalece as intenções desse governo e desse congresso corruptos”, salienta Atnágoras.

 

A CSP-Conlutas se junta à base dos que lutam na Força Sindical, mas critica profundamente os dirigentes que preferem as negociatas de contribuições para manter as entidades sindicais ao invés de defender os direitos dos trabalhadores.

 

“É nas greves, nas ruas e nas mobilizações unitárias de nossa classe que poderemos derrubar esse governo, por fim as suas reformas e construir uma alternativa de governo da nossa classe e para a nossa classe. Esse é o caminho, e não ficar com negociatas entregando nossos direitos a esse governo corrupto a serviço de empresários, banqueiros e do agronegócio”, reforça o dirigente.

 

A CSP-Conlutas continuará defendendo a realização de uma nova Greve Geral para derrotar Temer, seus políticos e suas reformas. “Não temos dúvidas que para uma nova Greve Geral será fundamental manter a unidade com todas as centrais e movimentos de nosso país”, reafirmou Atnágoras.

 

Fonte: CSP Conlutas

Terça, 11 Julho 2017 10:32

 

Conquistas, como o descanso semanal remunerado, estão ameaçadas

 

São Paulo (SP), julho de 1917. Os trabalhadores da tecelagem Crespi reivindicam aumento salarial, mas os patrões os deixam de mãos vazias. No dia 8 de julho, eles realizam uma grande manifestação, na porta da fábrica, no bairro do Brás, e são violentamente reprimidos pela polícia. No dia seguinte, nova manifestação, dessa vez na frente da fábrica da Antártica, no mesmo bairro.

 

Depois de quebrar um caminhão de garrafas, os trabalhadores seguem com a manifestação até a Tecelagem Mariana. Após novo confronto com a polícia, o operário espanhol José Martinez é assassinado. Sua morte foi o estopim para o crescimento das mobilizações, em um ano em que os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul viviam uma onda de greves, altamente influenciados por ideais anarcossindicalistas trazidos da Europa por imigrantes espanhóis e italianos.

 

Em 11 de julho foi realizado o funeral de José Martinez. Dezenas de milhares de pessoas acompanharam o corpo até o Cemitério do Araçá e depois realizaram um comício na Praça da Sé, no centro da cidade. Edgard Leuenroth, jornalista que participou ativamente das mobilizações, relata a impressionante marcha fúnebre em carta enviada ao jornal O Estado de São Paulo.

 

“O enterro dessa vítima da reação foi uma das mais impressionantes demonstrações populares até então verificadas em São Paulo. Partindo o féretro da Rua Caetano Pinto, no Brás, estendeu-se o cortejo, como um oceano humano, por toda a avenida Rangel Pestana até a então Ladeira do Carmo em caminho da Cidade, sob um silencio impressionante, que assumiu o aspecto de uma advertência. Foram percorridas as principais ruas do centro. Debalde a Policia cercava os encontros de ruas. A multidão ia rompendo todos os cordões, prosseguindo sua impetuosa marca até o cemitério. À beira da sepultura revezaram os oradores, em indignadas manifestações de repulsa à reação”, afirmou Edgar.

 

Em poucos dias, a mobilização se espalhou, e muitas categorias de trabalhadores entraram em greve. As indústrias e o comércio paulistanos se viram paralisados, o transporte não funcionava. Era a primeira grande Greve Geral da história do país. Até o comércio de leite e carne foi suspenso, sendo permitida pelo Comitê de Defesa Proletária – organizador da greve – apenas sua distribuição em hospitais. Durante 30 dias, os operários comandaram a cidade de São Paulo.

 

As reivindicações da Greve Geral de 1917 eram diversas: a libertação de todos os presos políticos; o respeito à livre associação de trabalhadores; nenhuma demissão por participação em greve; proibição do trabalho de menores de 14 anos; aumento salarial de 35% para os que recebiam menos, e de 25% para os que recebiam mais; imposição de prazos legais para o pagamento de salários; jornada de trabalho de oito horas, com descanso semanal remunerado, entre outras pautas.

 

Após uma longa negociação entre governo, patrões e o Comitê de Defesa Proletária , os empregadores se comprometeram a pagar o devido reajuste salarial, o governo libertou os presos políticos, e os trabalhadores decidiram terminar a Greve Geral. Hoje, cem anos depois, os governos e o Congresso estão tentando, por meio de projetos como a contrarreforma Trabalhista – Projeto de Lei da Câmara (PLC) 38/17 – retirar os direitos que o movimento dos trabalhadores conquistou por meio de luta, apesar da enorme repressão e de diversas mortes. 

 

 Fonte: ANDES-SN (com informações de Arquivo Edgard Leuenroth - Unicamp).

Segunda, 10 Julho 2017 09:14

 

A reforma Trabalhista está agendada para ser votada no Senado no próximo dia 11. Essa reforma vai destruir direitos que foram conquistados às duras penas por décadas de lutas. Diante disso, é necessário fortalecer a mobilização dos trabalhadores em todo o país.

 

Precisamos reunir forças para realizar grandes protestos nos dias 11 e 12 de julho. Na terça-feira (11) haverá o envio de representações sindicais e do movimento popular para Brasília (DF). Essa é uma atividade importante e necessária. Ocorrerá ato na chegada dos parlamentares no aeroporto e também no Senado. Precisamos de um forte dia de luta na capital federal.

 

Além disso, vamos fazer uma jornada de lutas com paralisações, manifestações e todas formas de mobilização possíveis que cada categoria ou setor do movimento possa fazer nestes dias em todos os estados.

 

É hora de realizar assembleias, votar protestos, organizar novas atividades com os comitês de luta de base, assim como os comitês unificados nos estados.

 

Precisamos aproveitar a disposição dos trabalhadores e manter a luta de resistência nos próximos dias e defender nova Greve Geral. É nas greves, nas ruas e nas mobilizações unitárias de nossa classe que poderemos derrubar esse governo e por fim as suas reformas.

 

– Por uma nova Greve Geral!

 

– Contra as Reformas Trabalhista e Previdenciária!

 

– Fora Temer e os corruptos do Congresso Nacional!

 

– Prisão e confisco dos bens dos corruptos e corruptores!

 

Fonte: CSP Conlutas

 

Quinta, 06 Julho 2017 17:32

 

Os senadores aprovaram nessa terça-feira (4) o pedido de urgência para tramitação da contrarreforma Trabalhista. Em reunião, os líderes e o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), definiram o calendário de discussões e de votação do PLC 38/2017 no Plenário do Senado. Nestas quarta (5) e quinta (6) o projeto será discutido pelos parlamentares. A votação deve ocorrer na terça-feira (11).

 

O calendário de votações do Plenário até o recesso parlamentar, que começa no dia 17 de julho, inclui ainda a convalidação de incentivos fiscais e o cancelamento de precatórios. Todas as matérias tramitam em regime de urgência.

 

O encaminhamento e a votação da matéria estão marcados para a terça-feira da próxima semana (11), às 11h. Durante o encaminhamento, só poderão falar os líderes partidários, cada um por cinco minutos. Após a votação do texto principal, o Plenário ainda precisa analisar as emendas individuais e de bancada apresentadas ao projeto.

 

Perda de apoio

 

O governo ilegítimo de Michel Temer tem perdido apoio no Congresso Nacional devido à série de denuncias de corrupção envolvendo o presidente e sua base aliada, além da pressão popular demonstrada nas duas últimas Greve Gerais (28/4 e 30/6), bem como as crescentes manifestações dos trabalhadores, que culminaram no Ocupe Brasília de 24 de maio, que reuniu mais de 150 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios, na capital federal.

 

Nessa terça-feira (4), a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ) deve anunciar o relator da denúncia contra Michel Temer pelo crime de corrupção passiva.

 

Desmonte dos direitos trabalhistas

 

O PLC 38/2017 altera mais de 100 pontos da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), retirando direitos historicamente conquistados. O texto estabelece, por exemplo, que os acordos coletivos de trabalho podem retirar direitos legais. Com isso, poderão ser negociados temas como parcelamento de férias, cumprimento de jornada e trabalho remoto.

 

Histórico

 

A contrarreforma trabalhista já passou por três comissões do Senado. Na última semana (28), a CCJ aprovou o parecer de Romero Jucá, favorável ao PLC 38/2017, por 16 a 9. No dia 20 de junho, a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) rejeitou o parecer do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), por 10 votos a 9, o que representou uma importante derrota do presidente ilegítimo Michel Temer e sua base aliada. No início de junho (6), a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), aprovou, também em votação apertada – 14 votos a 11 –, o relatório de Ferraço.

 

Dos 52 senadores que votaram durante a tramitação, 20 posicionaram-se contrários a proposta e um se absteve, enquanto 31 declararam voto a favor do texto que veio da Câmara, onde a matéria onde foi aprovada por 296 votos a 177, em 27 de abril. O Senado tem 81 parlamentares.

 

 Fonte: Agência Senado (com edição do ANDE-SN)

 

Terça, 04 Julho 2017 17:53

 

 

 

O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), deve definir nessa terça-feira (4) o calendário de votação da contrarreforma trabalhista no Plenário. A primeira sessão está agendada para ter início às 14 horas e deve votar o requerimento para regime de urgência do PLC 38/2017 – encaminhado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), na última semana, logo após o parecer do Senador Romero Jucá (PMDB-RR) pelo desmonte dos direitos trabalhistas ter recebido 16 votos favoráveis e 9 contrários. Se o pedido de urgência for aprovado, o PLC 38/2017 entra na Ordem do Dia da segunda sessão ordinária. 

O governo tem pressa em encaminhar a votação, pois quer evitar que a tramitação se arraste para depois do recesso parlamentar. A oposição tenta adiar a decisão final sobre o PLC 38/2017 para a próxima semana, e propõe que, durante esta semana, o tema seja apenas debatido pelos parlamentares no Plenário. Caso o texto da contrarreforma Trabalhista seja aprovado sem alterações, seguirá para sanção presidencial.

Perda de apoio
O governo ilegítimo de Michel Temer tem perdido apoio no Congresso Nacional devido à série de denuncias de corrupção envolvendo o presidente e sua base aliada, além da pressão popular demonstrada nas duas últimas Greve Gerais (28/4 e 30/6), bem como as crescentes manifestações dos trabalhadores, que culminaram no Ocupe Brasília de 24 de maio, que reuniu mais de 150 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios, na capital federal.

Nessa terça-feira (4), a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ) deve anunciar o relator da denúncia contra Michel Temer pelo crime de corrupção passiva.

Desmonte dos direitos trabalhistas
O PLC 38/2017 altera mais de 100 pontos da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), retirando direitos historicamente conquistados. O texto estabelece, por exemplo, que os acordos coletivos de trabalho podem retirar direitos legais. Com isso, poderão ser negociados temas como parcelamento de férias, cumprimento de jornada e trabalho remoto. 

Histórico
A contrarreforma trabalhista já passou por três comissões do Senado. Na última semana (28), a CCJ aprovou o parecer de Romero Jucá, favorável ao PLC 38/2017, por 16 a 9. No dia 20 de junho, a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) rejeitou o parecer do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), por 10 votos a 9, o que representou uma importante derrota do presidente ilegítimo Michel Temer e sua base aliada. No início de junho (6), a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), aprovou, também em votação apertada – 14 votos a 11 –, o relatório de Ferraço. 

Dos 52 senadores que votaram durante a tramitação, 20 posicionaram-se contrários a proposta e um se absteve, enquanto 31 declararam voto a favor do texto que veio da Câmara, onde a matéria onde foi aprovada por 296 votos a 177, em 27 de abril. O Senado tem 81 parlamentares.

 

Fonte: ANDES-SN (com informações da Agência Senado)

 

 

 

Terça, 04 Julho 2017 16:20

 

Milhares de trabalhadoras e trabalhadores pararam novamente o Brasil na última sexta-feira (30), em nova Greve Geral para barrar as contrarreformas da Previdência e Trabalhista, pela revogação da Lei das Terceirizações e pelo Fora Temer. A paralisação foi convocada em conjunto pelas Centrais Sindicais. E, apesar do pouco empenho de algumas centrais na construção do movimento, todos os estados e o Distrito Federal registraram atos.

 

O dia 30 começou com piquetes em frente às garagens de ônibus, fábricas, indústrias, universidades, institutos federais e órgãos públicos e, também, com o trancamento de vias em diversas cidades. Os metroviários paralisaram os serviços em Porto Alegre (RS), Belo Horizonte (MG) e em Brasília (DF). Os ônibus também não circularam em várias cidades, como Aracaju (SE), Campina Grande (PB), Fortaleza (CE), Belém (PA), Salvador (BA), Recife (PE), Goiânia (GO) e na capital federal. Ao longo da sexta-feira foram realizadas aulas públicas, panfletagens, apresentações culturais e manifestações que levaram milhares de pessoas às ruas contra as medidas em curso no Congresso Nacional e pela saída de Michel Temer da presidência da República.

 

Para Eblin Farage, presidente do ANDES-SN, as ações realizadas no dia 30 mostraram mais uma vez a indignação dos trabalhadores e trabalhadoras com as medidas que vem sendo impostas pelo governo e a grande adesão dos docentes demonstrou a disposição da categoria para a mobilização.

  

“Apesar do recuo de algumas das centrais sindicais em construir de fato uma Greve Geral, tivemos importantes movimentos de paralisação e mobilização no dia 30. Em várias capitais e em várias cidades pelo país, conseguimos fazer desde travamentos de BRs a grandes atos. Para a nossa categoria foi muito importante, porque todas as seções sindicais que realizaram assembleia votaram pela adesão à greve no dia 30. E, onde as seções sindicais do ANDES-SN estão localizadas, os docentes participaram ativamente das manifestações. Isso foi muito positivo, pois demonstra a disposição da nossa categoria de realizar e intensificar a luta e, de fato, aderir à greve”, avalia Eblin.

 

Para a presidente do ANDES-SN o desafio para o período próximo é continuar investindo na organização coletiva e pressionar ainda mais os parlamentares a se posicionarem contrários às reformas em curso no Congresso Nacional. “Agora, mais do que nunca, temos que pressionar também as centrais que já estão negociando com o governo os nossos direitos, para que elas abandonem as negociações e de fato se esforcem para construir grandes mobilizações para derrubar essas contrarreformas”, comentou.

 

Em relação aos novos episódios de violência e criminalização dos atos e manifestantes, Eblin avalia que na sexta-feira (30), em vários locais a polícia agiu de forma mais ‘preparada’ no sentido de impedir os atos e piquetes e cercear o livre direito à manifestação. 

 

“A polícia agiu com mais cerceamento, antecipando algumas atividades, e o que a violência demonstra é que, nesse país, a gente não tem mais direito nem a manifestação, porque a polícia, segue, de fato, cumprindo o papel de braço armado desse estado a serviço do Capital”, concluiu.

 

Atendendo ao chamado do ANDES-SN, os docentes aderiram à mobilização e participaram de atos em diversas cidades. Confira algumas das mobilizações:

 

Em Pelotas (RS), os docentes participaram de piquetes pela manhã e no período da tarde integraram grande ato no centro da cidade. Houve aula pública sobre as ameaças aos direitos sociais e apresentações culturais com artistas da cidade.

 

Em Santa Maria (RS), desde as primeiras horas da manhã já eram realizados bloqueios nas empresas de ônibus e do arco de entrada da UFSM. Docentes e técnico-administrativos da UFSM, assim como bancários, municipários e professores do município, entre outras categorias, aderiram à greve. Junto com estudantes e integrantes de movimentos sociais, marcharam, no final da tarde, pelas ruas da cidade.

 

Os docentes da UFSC também se uniram às demais categorias de trabalhadores em manifestações na capital Florianópolis, onde o protesto teve concentração a partir das 8h na Praça de Lutas e marcha no período da tarde. Outras cidades catarinenses também registraram atos contra as reformas do governo Temer.

 

Em Foz do Iguaçu (PR), os docentes da Unila se uniram aos demais trabalhadores em manifestação. O mesmo ocorreu em Paranaguá, Maringá, Guarapuava, Ponta Grossa, Cascavel, Candido Rondon e Curitiba, onde professores e professoras das universidades estaduais do Paraná, da UFPR e da UFTPR aderiram aos atos, que contaram com atividades culturais, panfletagens e aulas públicas.

 

Em São Paulo, as centrais sindicais organizaram ato em frente à Secretaria regional do Ministério do Trabalho e Emprego. Houve também manifestação na avenida Paulista, com a participação dos docentes da Unifesp e da Usp.

  

No Rio de Janeiro, os docentes da UFF de Campos dos Goytacazes paralisaram as atividades por 24 horas e participaram de ato unificado, na Praça São Salvador, no centro da cidade. Os protestos foram convocados por sindicatos, entre eles a Aduff-SSind, Aduenf, Sindipetro-NF, Sepe, e contou com a participação de estudantes universitários e secundaristas, entre diversas categorias de trabalhadores que se posicionaram contra as reformas do governo federal.

 

Em Niterói, logo pela manhã, os docentes da UFF participaram de manifestação em frente à Barca. Depois realizaram intervenções pelas ruas centrais da cidade, junto a técnico-administrativos, estudantes e demais categorias de trabalhadores.

 

Na capital fluminense, os docentes da UERJ realizaram aula pública em frente ao Palácio da Guanabara, sede do governo do estado.

 

A tarde, os docentes da Uerj, UFF, UFRJ e Unirio integraram a manifestação unitária convocada pelas centrais sindicais, sindicatos e movimentos sociais. Milhares de pessoas ocuparam grande parte da Avenida Rio Branco, no Centro do Rio, e depois seguiram em passeata até a Central do Brasil, onde a atividade foi encerrada, perto das 20h.

 

 

 

 

Em Vitória (ES), a comunidade acadêmica trancou a entrada da UFES logo pela manhã, com piquete e panfletagem. Depois, seguiram em marcha, junto com representantes de outras categorias, até a frente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo.

 

Em Juiz de Fora (MG), milhares de trabalhadores, e estudantes estiveram novamente nas ruas para protestar contra a retirada de direitos, representada pelas reformas trabalhista, previdenciária e as terceirizações. A concentração na praça da Estação deu início à manifestação que percorreu o centro da cidade com palavras de ordem e indignação frente às ações, não apenas do executivo, mas também as movimentações tendenciosas da justiça brasileira, na busca por proteger o grupo que tomou o poder no país. O ato, que teve a organização do Fórum Sindical e Popular, contou com dezenas de entidades dos movimentos sociais, feministas, negros, sindicatos e associações de categorias.

 

Em Lavras, São João Del Rei, Ouro Preto, Uberaba e Uberlândia também foram realizados piquetes em frente às universidades e depois manifestações pelas ruas das cidades mineiras. A BR-265, que liga São João Del Rei a Lavras, foi uma das rodovias no estado que amanheceu interditada.

 

Na Bahia, os docentes também participaram de piquetes, panfletagens e manifestações em Vitória da Conquista, Itabuna, Feira de Santana e Salvador. Na capital, houve trancamento de vias e milhares de manifestantes ocuparam as ruas de Salvador para exigir o Fora Temer e a derrubada das contrarreformas e da lei das terceirizações.

 

Em Maceió (AL), as categorias cruzaram os braços e fecharam os postos de trabalho, logo no amanhecer do dia. Em seguida, os manifestantes se encontraram na praça dos Martírios, centro da cidade, e dirigiram-se pelas ruas do comércio dialogando e fechando o setor lojista que ainda permanecia aberto. As principais vias da cidade também foram fechadas pelo movimento do campo. Além da capital, os docentes da Ufal também participaram de mobilizações em Delmiro Gouveia, na Praça do Coreto, e em Arapiraca, na Praça Luiz Pereira Lima.

 

Em Recife (PE), os docentes da Ufepe e da Uferpe aderiram aos atos. Na Paraíba não foi diferente. Desde às 5h da manhã, junto com demais trabalhadores, os docentes estavam nas ruas do centro de João Pessoa para garantir a Greve Geral. Em Campina Grande, as ações começaram ainda durante a madrugada, quando integrantes de várias entidades do Comitê Municipal Contra as Reformas da Previdência e Trabalhista conseguiram impedir a circulação dos ônibus da empresa Transnacional, com o apoio dos seus trabalhadores, até por volta das 8h.

 

Em paralelo, as centrais sindicais, movimentos sociais e muitos sindicatos concentraram suas ações na Praça da Bandeira, onde ocorreu um ato de protesto contra os ataques aos direitos dos trabalhadores e de denúncia a várias entidades empresariais que conseguiram na justiça do trabalho uma sentença proibindo que as centrais realizassem qualquer tentativa de fechar o comércio, promover atos nas ruas centrais que não foram previamente informadas às autoridades e impedir a circulação de ônibus.

 

Também pela manhã, professores do campus da UFCG, em Sumé, participaram junto com o MST da interdição de rodovias, como parte das atividades dos movimentos sociais que atuam na região do Cariri. No início da tarde, o Comitê Municipal Contra as Reformas da Previdência e Trabalhista realizou um ato em frente a Alpargatas, no Distrito Industrial, durante a troca de turno, denunciando os ataques aos direitos dos trabalhadores.

 

Nem mesmo a chuva forte foi capaz de dispersar a manifestação em Mossoró (RN), onde docentes da Ufersa e da Uern participaram da II Descida do Alto contra as Reformas da Previdência e Trabalhista e pelo Fora Temer. Os manifestantes saíram da Igreja do Alto São Manoel e marcharam rumo ao PAX. O protesto reuniu diversas centrais sindicais e setores do movimento popular e estudantil.

 

Sob forte sol, mais de 5 mil pessoas ocuparam as ruas de Belém (PA) durante a greve geral dos trabalhadores no último dia 30 de junho. A manifestação reuniu dezenas de categorias, entre elas os professores da UFPA, que paralisaram suas atividades durante 24 horas, para protestar contra as Reformas da Previdência e Trabalhista e exigir a saída imediata de Michel Temer da Presidência da República.

 

Em Manaus (AM), os docentes da UFAM participaram da Greve Geral, cujas atividades tiveram início logo pela manhã, com ato na Praça da Saudade, no centro da capital. Em Macapá (AP), professores da Unifap realizaram panfletagem na universidade e depois participaram de manifestação pelas ruas da cidade.

 

No Mato Grosso, a comunidade acadêmica da UFMT também paralisou as atividades, além de distribuir materiais e realizar outras ações na luta em defesa dos direitos. Depois das atividades durante o dia na universidade, os docentes seguiram para o ato conjunto às 15h, na Praça Ipiranga, centro de Cuiabá. Máscaras dos deputados federais e senadores do estado denunciavam que votar em favor das reformas é votar contra os trabalhadores.

 

Já em Boa Vista (RR), os professores da UFRR participaram ativamente da Greve Geral. Durante todo o dia realizaram uma série de atividades em conjunto com outras categorias e centrais sindicais, como trancamento das entradas dos campi da universidade, panfletagem, carreata e ato no centro cívico da capital.

 

Violência

 

Em relação à repressão policial, a ação da PM não foi diferente do habitual. Durante a sexta-feira, foram registrados casos de violência contra manifestantes em alguns atos e militantes foram detidos em São Paulo, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. No Rio de Janeiro, além da repressão policial durante a manifestação no centro da capital fluminense, que fez com que os organizadores alterassem o percurso da marcha, um sindicato foi invadido por policiais.

 

São Paulo

 

Na capital paulista, duas militantes da Central de Movimentos Populares (CMP) foram detidas pela polícia militar. Elaine Gonçalves da Silva e Antonia Glaucia de Araújo estavam comprando o café da manhã em uma padaria na Região Central quando foram abordadas e detidas por policiais sem maiores justificativas, aponta o movimento. Mais cedo, as duas tinham participado do trancaço que ocorreu no cruzamento da Avenida São João com a Ipiranga. Elaine e Antonia foram encaminhadas para o 3º Distrito Policial para averiguação e depois foram liberadas.

 

Em São José dos Campos, interior do estado, 21 trabalhadores – entre professores, representantes dos químicos, dos metalúrgicos, trabalhadores sem-teto e sem-terra –, que participaram do ato contra as reformas foram detidos e levados para o 1° DP da cidade. A detenção ocorreu após lojistas alegarem que se sentiam constrangidos com o protesto, o que poderia ser enquadrado no artigo 197, crime de constrangimento. Todos foram liberados algumas horas depois.

 

No início da noite, a Polícia Militar reprimiu e deteve manifestantes que participavam de um ato de estudantes, que saiu da Praça da Sé e se dirigia à Avenida Paulista, em São Paulo. Segundo relatos, seis pessoas foram levadas para o 78º Distrito Policial, no bairro dos Jardins.

 

Santa Catarina

 

As mobilizações feitas no estado de Santa Catarina foram palco de grande repressão da Polícia Militar, que usou balas de borracha e bombas de gás, de acordo com relatos dos manifestantes. Dois militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foram detidos pela PM, segundo eles, sem apresentação de justificativas, durante o trancamento da BR 101, na altura do município de Navegantes. Após cerca de três horas, os advogados souberam que os dois militantes foram levados para uma delegacia no município de Itajaí.

 

No Rio, representantes do Sindicato dos Comerciários de Nova Iguaçu denunciaram que a Polícia Militar teria invadido, sem identificação, a sede do local pela manhã, pouco antes do ato que aconteceu no município.

 

Um dos dirigentes do Sindicato, Zé Roberto, relatou, em conversa com o jornal Brasil de Fato, que a PM adentrou o local por volta das 9h e tentou levá-lo detido, mas a mobilização dos trabalhadores presentes a impediu. “Foi um artifício para desmobilizar os trabalhadores que participam agora de um grande ato em nova Iguaçu. Querem tentar impedir e barrar, a todo o momento, a nossa luta”, disse o dirigente.

 

No final da tarde, a PM impediu que a manifestação marcada de forma unificada pelas centrais sindicais, sindicatos e movimentos sociais seguisse o percurso programado no centro do Rio de Janeiro. Após duas horas, manifestantes conseguiram seguir, mas alterando a rota inicial.

 

Porto Alegre

 

Em Porto Alegre, a PM só garantiu a saída do metrô após muitas bombas de gás lacrimogêneo. Sete garagens de ônibus do transporte público foram bloqueadas no início da manhã. Na garagem da Carris, a única empresa pública de transporte da prefeitura, a entrada só foi desbloqueada após muita repressão da tropa de choque da Brigada Militar, que atirou bombas contra os manifestantes.

 

Após a dispersão, os participantes do ato seguiram em caminhada pela avenida Bento Gonçalves, uma importante via da capital gaúcha, onde foram encurralados pela tropa de choque, revistados, e três pessoas foram detidas: o dirigente da CSP-Conlutas, Altemir Cozer, e dois dirigentes da CTB. Eles foram levados ao Palácio da Polícia e, posteriormente, ao Instituto Penal Pio Buck, na zona leste da capital, e depois liberados.

 

Fonte: ANDES-SN (com informações e imagens das seções sindicais e edição da Adufmat-Ssind).  

 


 
Segunda, 03 Julho 2017 10:44

 


Luta para barrar a contrarreforma Trabalhista está na pauta da Greve Geral desta sexta (30)

 A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou nessa quarta-feira (28) o projeto da reforma trabalhista (PLC 38/2017). Foram 16 votos a favor e 9 contra o relatório do senador Romero Jucá (PMDB-RR). Houve uma abstenção. A CCJ aprovou ainda um requerimento de urgência para a votação da matéria no Plenário do Senado.

A sessão durou quase 14 horas. A oposição apresentou um requerimento para tentar adiar a decisão para o dia 5 de julho, mas a comissão rejeitou o pedido. A CCJ também derrubou três destaques, que pretendiam retirar, do texto principal, artigos sobre trabalho intermitente; afastamento de gestantes e lactantes de locais insalubres; e a prevalência do negociado sobre o legislado. 

Alguns senadores apresentaram votos em separado, indicando a rejeição da matéria e criticando itens centrais, como ampliação irrestrita da terceirização, jornada intermitente, flexibilização da jornada de trabalho, desvirtuamento de verbas salariais, prevalência do negociado sobre o legislado, fragilização do direito à representação por local de trabalho, restrição no acesso à Justiça do Trabalho, entre outros.

O texto do senador Jucá, favorável ao projeto, rejeitou todas as mais de 200 emendas que foram apresentadas nas comissões em que a contrarreforma trabalhista tramitou. Dessa forma, o texto segue para o Plenário, conforme foi aprovado na Câmara dos Deputados, o que deve acelerar a tramitação da reforma. Caso seja aprovado no Senado sem alterações, o PLC 38/2017 seguirá para sanção presidencial.

Favoráveis Contrários Abstenção
Jader Barbalho (PMDB) Eduardo Braga (PMDB) Lasier Martins (PSD)
Romero Juca (PMDB) Antonio carlos Valadares (PSB)  
Simone Tebet (PMDB) Randolfe Rodrigues (Rede)  
Valdir Raupp (PMDB) Jorge Viana (PT)  
Marta Suplicy (PMDB) José Pimentel(PT)  
Paulo Bauer (PSDB) Fátima Bezerra (PT)  
Antonio Anastasia (PSDB) Gleisi Hoffman (PT)  
José Serra (PSDB) Paulo Paim (PT)  
Ricardo Feraço (PSDB) Ângela Portela (PDT)  
Maria do Carmo Alves (DEM)    
Roberto Rocha (PSB)
   
Benedito de Lira (PP)    
Wilder Morais (PP)    
Armando Monteiro (PTB)    
Eduardo Lopes (PRB)    
Cidinho Santos (PR)    

Urgência
Na manhã desta quinta-feira (29), em sessão extraordinária do Plenário do Senado, o presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE) desistiu de votar o pedido de urgência do PLC 38/2017, encaminhado por Jucá, devido ao baixo quórum de senadores. De acordo com Oliveira, o pedido deverá ser apreciado na próxima terça-feira (4) e, se aprovado, a contrarreforma Trabalhista entrará em votação.

Desmonte dos direitos trabalhistas
O PLC 38/2017 altera mais de 100 pontos da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), retirando direitos historicamente conquistados. O texto estabelece, por exemplo, que os acordos coletivos de trabalho podem retirar direitos legais. Com isso, poderão ser negociados temas como parcelamento de férias, cumprimento de jornada e trabalho remoto. 

Histórico
Na última semana (20), a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) rejeitou o parecer do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), por 10 votos a 9, o que representou uma importante derrota do presidente ilegítimo Michel Temer e sua base aliada. No início de junho (6), a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), aprovou, também em votação apertada – 14 votos a 11 –, o relatório de Ferraço. Antes de seguir para o Senado, a matéria tramitou na Câmara dos Deputados, onde foi aprovada por 296 votos a 177, em 27 de abril, um dia antes da Greve Geral que parou o Brasil no dia 28. 

Greve Geral
Nesta sexta-feira (30), trabalhadores e trabalhadoras de todo país irão parar o Brasil em mais uma Greve Geral, convocada pelas Centrais Sindicais. A paralisação tem como pautas a luta contra as reformas da Previdência e Trabalhista, a revogação da Lei das Terceirizações e a saída de Michel Temer da presidência da República.

Além de trancamento de vias, panfletagens e a adesão dos metroviários e rodoviários deve fazer com que o transporte público em diversas cidades seja suspenso. Estão previstos também atos públicos unificados em várias capitais e municípios do interior. Em nota, a diretoria do ANDES-SN conclamou todos os docentes a organizar e participar das atividades da Greve Geral, junto às demais categorias.

Confira também:

Consultoria do Senado aponta impactos perversos da contrarreforma da Previdência


Fonte: ANDES-SN (com informações da Agência Senado) 


 


 
Quinta, 29 Junho 2017 11:23

 

Docentes, estudantes e técnicos administrativos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) organizaram diversas atividades para essa sexta-feira, 30/06, em que trabalhadores de todo o país irão às ruas novamente contra a Terceirização e as Reformas da Previdência e Trabalhista.

 

Muitas categorias, convocadas pelas Centrais Sindicais, já sinalizaram adesão à Greve Geral e a realização de atos em vários estados.

 

Na UFMT haverá paralisação, distribuição de materiais e outras ações na luta em defesa dos direitos. A Adufmat-Ssind reforça que a participação de todos é imprescindível!

  

PROGRAMAÇÃO

 

7h – Concentração na Guarita 1 da UFMT.

8h - Intervenção na Av. Fernando Correa

14h – Concentração na Praça do Restaurante Universitário para carreata até a Praça Ipiranga.  

Saída às 14h30.

15h – Ato conjunto na Praça Ipiranga, centro de Cuiabá.

 

 

Quarta, 28 Junho 2017 09:57

 

Caros docentes, por solicitação do professor Valdir Barbaresco Filho, disponibilizamos o link abaixo, com um vídeo sobre a Contrarreforma Trabalhista:
 

https://www.youtube.com/watch?v=BQ7LdmJjEZs&feature=em-uploademail

 
 
Lembramos que na próxima sexta-feira, dia 30/06, haverá GREVE GERAL em defesa dos nossos direitos (contra as reformas Trabalhista e da Previdência). A participação no ato conjunto na Praça Ipiranga, centro de Cuiabá, a partir das 15h, já está certa. Mas a programação das atividades que serão realizadas na UFMT em outros horários ainda está sendo discutida e será divulgada em breve. 
 
A paralisação de todos, bem como a presença nas atividades são fundamentais nesse momento!