Terça, 30 Abril 2019 17:57

 

 

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Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
 
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JUACY DA SILVA*
 

dia primeiro de Maio é dedicado ou conhecido como O DIA DO TRABALHO ou para outros como o DIA DO TRABALHADOR OU TRABALHADORES e, em diversos países, inclusive no Brasil é considerado um feriado nacional.


Sempre é bom relembrar e dar uma “olhadinha” na história para que passamos entender os fatos que marcam o calendário anual e que lições podemos “tirar” de tais fatos. Na data em questão, o DIA 01 DE MAIO surgiu a partir de uma grande greve e manifestação ocorrida em 1866 na cidade de Chicago, nos Estados Unidos, quando  mais de 500 mil  trabalhadores saíram às ruas em protestos contra as condições precárias de trabalho em que viviam, jornadas de trabalho diária de 14 ou mais horas, sem repouso semanal, sem férias, com remuneração abaixo das necessidades básicas de sobrevivência dos trabalhadores e de suas famílias, enfim, condições bem próximas ao do trabalho escravo que havia sido abolido naquele país há apenas 03 anos.


A abolição da escravidão nos EUA aconteceu em 1863, através de um Ato promulgado pelo então Presidente Abraham Lincoln, em plena Guerra civil e isto possibilitou a imigração de ex-escravos e suas famílias para as cidades do norte ou meio oeste americano, como Chicago e tantas outras.


Neste mesmo período, no Brasil ainda vigorava o trabalho escravo, um dos últimos países a abolir esta forma desumana, degradante e indigna de trabalho, mas que, na verdade está na raiz da formação econômica de nosso país e na acumulação de capital nas mãos dos donos dos meios de produção. Esta é a origem do capitalismo e da formação da burguesia brasileira, acumulação, riqueza e poder na esteira da exploração da força de trabalho, antes dos escravos e depois no trabalho assalariado aos níveis que ainda persistem na atualidade.


A história do trabalho escravo que ainda hoje persiste na forma de escravidão disfarçada ou aberta, em diversas partes do país e também nos níveis salariais e precárias condições de trabalho, as vezes em ambientes insalubres e degradantes, apesar de direitos constantes das diferentes constituições que já vigoraram ou ainda vigoram em nosso país e que não são respeitados, é um alerta para que este feriado nacional não seja apenas um dia festivo como muito o fazem, mas um momento de reflexão mais profunda sobre a dinâmica das relações de trabalho, principalmente quando tanto no Brasil quanto em outros países se busca a implantação de um liberalismo exacerbado que levará ainda mais a precarização dessas relações, aumentando sobremaneira a exploração da força de trabalho e os níveis de miserabilidade entre os trabalhadores.


Quem em sã  consciência imagina que um trabalhador que ganha apenas um salário mínimo de fome, em torno de 73% dos trabalhadores brasileiros ganham apenas um salário mínimo e índice semelhante de aposentados tem que sobreviver com este valor irrisório e ainda sujeitos a retirada de direitos através de reformas que atendem apenas ou mais beneficiam os donos do capital, como foi a reformas trabalhista de Temer ou esta reforma da Previdência cruel, injusta e enganosa do governo Bolsonaro que , se aprovada como foi encaminhada ao Congresso Nacional vai degradar em muito as condições de vida dos trabalhadores e futuros aposentados, os idosos do futuro próximo que estarão mais excluídos e penalizados.


Diante deste quadro sombrio, onde o desemprego aberto já atinge mais de 13,1 milhões de trabalhadores no Brasil e mais de 192 milhões no mundo inteiro, além de 26,4 milhões de subempregados em nosso país e mais de 315 milhões nesta condição ao redor do mundo, a desregulamentação total das relações de trabalho, incluindo a pressão que existe para a extinção da Justiça do Trabalho, com certeza será mais um golpe nas condições, já precárias, de trabalho.


Notícia recente indica que em torno de 65,7 milhões de trabalhadores estão fora da força de trabalho no Brasil, além daqueles que estão desempregados e subempregados, isto demonstra que mais de 105,2 milhões de trabalhadores estão vivendo ou sobrevivendo em condições de miserabilidade e precárias, pressionando inclusive para baixo,  o nível médio de remuneração dos trabalhadores.


É sabido que a força de trabalho é o único bem que o trabalhador tem para vender no mercado de trabalho e segundo a chamada “lei da oferta e da procura” que inclui também as relações de trabalho, o elo mais fraco desta cadeia, com certeza, é o trabalhador.


Em um meio com tanta gente desempregada, subempregada ou fora da força de trabalho, não havendo a proteção da Lei e a ação do governo para corrigir tais distorções, a tendência é para que o nível salarial seja corroído tanto pela inflação quanto pela pesada carga tributaria que onera desigualmente os trabalhadores, mais a pressão dos empregadores que tendem a dispensar trabalhadores que ganham salários mais elevados e procurem outros trabalhadores que aceitam vender sua força de trabalho por um preço mais baixo, enfim, milhões que se “contentam’ em ganhar até mesmo abaixo do salário mínimo, ou como dizem apenas por um prato de comida, como estratégia de sobrevivência e isto levará os níveis de remuneração à deterioração até se aproximarem do trabalho escravo ou semiescravo, reduzindo os custos da produção e aumentando o lucro dos empresários, que com a reforma do Governo Bolsonaro não estarão mais obrigados a contribuírem para a seguridade social, que inclui além da previdência social, também a saúde e a educação.


Existe uma frase cunhada pelo SOCIÓLOGO alemão MAX Weber, que afirma “o trabalho dignifica o ser humano”, mas dadas as condições atuais das relações de trabalho em diversos países, inclusive no Brasil, com certeza podemos discordar, em parte, desta afirmativa, afinal trabalho escravo, semiescravo ou com níveis salariais que beiram `a mera subsistência, a burla de direitos dos trabalhadores, seja no presente ou sua situação no futuro, ao envelhecer, com certeza este tipo de trabalho pode ser considerado degradante e jamais dignifica o ser humano.


Há alguns meses ouvi uma discussão onde um governante disse que em momentos de crises, como está acontecendo no Brasil, o trabalhador só tem duas escolhas: a) ter muitos direitos e ficar desempregado; b) ter menos ou poucos direitos e poder trabalhar. Esta discussão está na base da “carteira de trabalho verde amarela”, uma das propostas do Governo Bolsonaro, que vai institucionalizar a precariedade das relações de trabalho em nosso país.


Resumindo, neste DIA DO TRABALHDOR precisamos refletir sobre a situação atual e os rumos das relações de trabalho, tanto no setor publico quanto privado em nosso país, caso contrário poderemos estar enveredando por um grande retrocesso. Oxalá o atual governo não resolva abolir a Lei Áurea e reinstituir o trabalho escravo no Brasil, para gáudio e aplausos dos donos do capital, a quem, de fato, praticamente todos os governos estão a serviço, ao longo de nossa história, pois esses são realmente os verdadeiros donos do poder!


*JUACY DA SILVA, professor universitário titular e aposentado, mestre em sociologia, articulista de diversos meios de comunicação. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.Twitter@profjuacy Blog www.professorjuacy.blogspot.com
 

 

Terça, 30 Abril 2019 17:51

 

 

A ofensiva do governo de Bolsonaro contra a Educação tem sido forte e os ataques vêm de todos os lados. Declarações defendendo o corte de investimentos para os cursos de Sociologia e Filosofia, a redução de investimentos em importantes universidades no país e a perseguição de professores em sala de aula, acusados de “doutrinadores” pelo presidente, permeiam essa avalanche de absurdos.

 

 

Bolsonaro quer o fim do pensamento crítico

As disciplinas de Sociologia e Filosofia podem estar com os dias contados a depender do governo de Jair Bolsonaro. O presidente e o ministro da Educação Abraham Weintraub defenderam na última sexta-feira (26) a contenção de recursos para essas áreas do conhecimento.

 

Nas redes sociais, o presidente argumentou que o objetivo “é focar em áreas que gerem retorno imediato ao contribuinte, como veterinária, engenharia e medicina”. Para ele, é jogar dinheiro fora investir nessas disciplinas voltadas ao desenvolvimento humano e social.

 

As disciplinas de Sociologia e Filosofia citadas pelo presidente como supérfluas estão nas grades curriculares, com o objetivo de auxiliar os alunos a terem uma visão global e assim permitir a o desenvolvimento da capacidade para reflexão e questionamento de tudo que diz respeito às relações sociais e humanas.

 

A postura do governo Bolsonaro revela que o presidente não quer estimular  uma população com pensamento crítico, o que facilitaria para que ele continue implementando sua política de retirada de direitos.

 

Corte de verbas em três universidades

O MEC (Ministério da Educação) vai cortar recursos financeiros da Universidade Federal Fluminense (UFF), a Federal da Bahia (UFBA) e a Universidade de Brasília (UNB), e essa redução pode ser ampliada para outras instituições de Ensino Superior.

 

Os motivos para que essas universidades tenham sido as primeiras na lista de corte não foram esclarecidos. No entanto, o próprio ministro da Educação disse em entrevista ao Jornal o Estado de S. Paulo que “Universidades que, em vez de procurar melhorar o desempenho acadêmico, estiverem fazendo balbúrdia terão verbas reduzidas”, disse.

 

Essas instituições protagonizaram importantes lutas em defesa da Educação superior pública e de qualidade, o que para o ministro é considerado “balbúrdia”. A fala do ministro demonstra que trata-se claramente de uma política de censura e perseguição contra todos que o governo considerar um opositor.

 

Professores perseguidos em sala de aula

A Educação pública está sendo atacada de todos os lados e isso também respinga em professores que tentar lecionar com autonomia. A censura tem sido defendida por Bolsonaro, que divulgou um vídeo de uma aluna que filmou um professor criticando Olavo Carvalho em sala de aula.

 

Essa postura é ilegal e fere o Artigo 5, inciso X  no qual “são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”.

 

Chamado pelo presidente de doutrinadores, os professores estão sendo perseguidos e ameaçados em sala de aula, por alunos que são pró- bolsonaristas.

 

Essa política de perseguição e censura compõe o projeto de Bolsonaro, o Escola sem Partido, que prega que alunos filmem em sala de aula e restrinjam a liberdade do professor de dar aula com autonomia e independência, entre outras atrocidades.

 

O presidente, que deveria estar preocupado com a precariedade das escolas, a falta de material didático, higiênico, e agressões contra os professores inverte essa lógica, reproduz a perseguição aos professores e corta verbas na Educação.

 

Os absurdos são muitos e movem a categoria para revolta, salienta a integrante da Secretaria Executiva Nacional e da direção Nacional do Sinasefe, Magda Furtado.

 

“Infelizmente, o governo Bolsonaro segue atacando a educação pública e estimulando a perseguição aos docentes. Além dos cortes generalizados de verba, incentivo à gravação ilegal de aulas e ameaças aos cursos de Filosofia e Sociologia, agora também o próprio ministro discrimina Universidades, aumentando os cortes porque não gosta de algumas atividades próprias da democracia, como o debate de ideias. Não vamos avançar no combate aos grandes problemas da educação com atitudes de perseguição como essas”, avalia.

 

Em defesa da liberdade de ensinar e aprender

Contra a perseguição e criminalização de professores e aos cortes de verbas, o ANDES-SN, filiado à CSP-Conlutas, está iniciando mobilizações no interior das instituições de ensino sejam unificadas pelo selo: “Liberdade de ensinar e aprender: por uma educação, ciência e tecnologia públicas”.

 

Nesta terça-feira (30) será iniciada a intensificação das ações e utilização do selo. Neste dia, ocorrerá a audiência judicial da professora Camila Marques que está sendo acusada de “crime de desobediência”. O Sinasefe está organizando um “Dia Nacional de Luta: Educação não se faz com repressão!”.

 

Professores e trabalhadores da Educação de todo o país programam também para o dia 15 de maio uma Greve Nacional em defesa da educação pública e contra a Reforma da Previdência. A mobilização já foi incorporada pelas centrais sindicais que já anunciaram apoio à luta e o chamado a que outras categorias se somem à luta neste dia, como um esquenta para a Greve Geral contra a Reforma da Previdência, marcada para 14 de junho.

 

Fonte: CSP-Conlutas 

Terça, 30 Abril 2019 16:57

 

Neste 1º de Maio queremos destacar o significado deste dia para nós, professores/as da classe trabalhadora, tão duramente afetados pela conjuntura adversa, assim como todos os demais trabalhadores do Brasil e do mundo atacados pela regressão de direitos.

 

Nunca é demais lembrar o significado histórico do feriado de 1º de Maio: a data denominada como “dia do trabalhador” é um marco da luta das trabalhadoras e dos trabalhadores contra a exploração de sua força de trabalho - o roubo de seu tempo, de sua saúde, de seus sonhos - nos primórdios da ascensão do modo de produção capitalista. Nesse dia, no ano de 1886, operários se levantaram em protesto contra as péssimas condições de trabalho e pela redução da jornada exaustiva de 16 horas. Direitos como férias, décimo terceiro, descanso semanal, aposentadoria não existiam nessa época. A revolta cresceu e uma multidão se reuniu em Chicago para dar um basta a tamanha exploração. Foram fuzilados sem piedade. Hoje, 133 anos depois, parece que a roda do tempo gira em sentido inverso: já retiraram os direitos trabalhistas e querem agora retirar o direito à aposentadoria.

 

Contam com nossa complacência, com nossa falta de memória, como se tivéssemos sangue de barata. Mas com esse inseto compartilhamos apenas a resistência, a capacidade de sobreviver. O sangue vermelho que corre em nossas veias é o sangue de homens e mulheres fuzilados naquele 1º de maio tenebroso, em que se registrou a cruel marca da irracionalidade do Capital. Aliás, nesse mais de século, ainda estamos às voltas contra os emissários de Chicago – o “Chicago Boy” com apelido de posto de gasolina – que quer mais uma vez nos impor goela abaixo os grilhões de uma vida indigna e sem esperança.

 

A mesma Chicago que foi palco da resistência, relegou ao mundo uma vertente teórica nefasta contra a conquista dos trabalhadores, com ênfase no retorno ainda mais aprofundado do livre mercado conforme expressa Paulo Guedes, um dos  “Chicago Boy” brasileiro que jamais trabalhou, porque é sócio de banco, e por isso mesmo aplaudiu a reforma trabalhistas que extinguiu a proteção trabalhista da CLT e agora defende uma reforma da previdência que na prática elimina o direito de aposentadoria da esmagadora maioria dos trabalhadores brasileiros. Em suma, nos impõe goela abaixo um pacote ultraneoliberal que retorna a condições de trabalho análogas ao século XIX, quando os trabalhadores se rebelaram.

Mas, como dizia o poeta:

E quem garante que a História

É carroça abandonada

Numa beira de estrada

Ou numa estação inglória...

 

Não passarão! 1º de Maio é dia de lembrar que nada temos a perder a não ser nossos grilhões.

 

Diretoria da ADUFMT 2019/2021

 

Terça, 30 Abril 2019 16:01

 

Os ataques às universidades, institutos federais e CEFET vêm se intensificando no último período a partir da aplicação do projeto político-ideológico desenvolvido pelo governo de extrema direita que chegou ao Planalto Central. O chefe de Estado, o presidente Jair Bolsonaro e o seu ministro da educação Abraham Weintraub, ambos defensores dos projetos denominados “escola sem partido”, têm se empenhado para que o único partido e o único projeto de educação presentes sejam os de seu domínio ideológico que esbanja conservadorismo e falta de conhecimento sobre processos educativos, propagando ódio e terror sobre o patrimônio da sociedade que é a educação pública, gratuita, laica, de qualidade e socialmente referenciada.

São inúmeras as situações de ataques. Ameaça de acabar com cursos da área de humanas como filosofia e sociologia; incentivo à gravação de professore(a)s em sala de aula, sem autorização, para posterior “linchamento” em redes sociais; a inconstitucional MP 783/2019 que impede o desconto da mensalidade sindical no contracheque do(a)s docentes tentando fragilizar o sindicato; perseguição a professore(a)s em pleno exercício de sua função; intervenção nos processos de consulta à comunidade acadêmica para escolha do(a)s reitore(a)s; sucessivos cortes de verbas para as instituições de ensino, contabilizando cerca de 5,3 bilhões, intensificando a precariedade; corte de verbas na ciência e tecnologia de cerca de 2,158 bilhões, subalternizando a pesquisa e autonomia da produção do conhecimento; suspensão de novas vagas para concursos públicos, entre outras medidas que buscam destruir a educação superior pública.

Dentro dos ataques às instituições de ensino e às entidades que financiam e produzem ciência no país, o governo de extrema direita tenta aprovar uma Reforma da Previdência inconstitucional e com medidas cruéis para toda a classe trabalhadora, que consegue ser ainda pior para o(a)s professore(a)s, demonstrando o perfil desse governo: conservador, perverso e anticiência.

Diante das já desastrosas ações, na manhã do dia 30 de abril, foi anunciado por meios de comunicação que o ministro da educação estaria utilizando como critério para o contingenciamento das verbas para UFBA, UnB e UFF uma suposta “balburdia” e queda na qualidade dessas instituições de ensino. O ministro caracteriza como “balburdia”, a presença de “sem terra” e a realização de festas nas universidades. Só para um governo de extrema direita com características protofascistas, a presença detrabalhadore(a)s pobres pode ser estranhada. As festas, que devem sim ser regulamentadas pela gestão universitária, fazem parte da vida e da alegria da juventude. De uma juventude que teima em crer na esperança e no amor e se recusa a disseminar o ódio, a mentira e a perseguição como incentiva o atual governo.

Portanto, não se apresenta razoável que, sob argumentos falaciosos e que não se coadunam com os princípios que informam a administração pública, bem como à própria autonomia universitária, venha se promover de forma dirigida cortes orçamentários vultosos que podem inclusive inviabilizar a continuidade das atividades acadêmicas nessas instituições de ensino superior. Nossas universidades continuam primando pela qualidade e isso é comprovado em inúmeras pesquisas nacionais e internacionais.

A educação pública não precisa de imposição do pensamento único, não precisa de ódio, de perseguição e difamações infundadas. A educação pública precisa de investimento público, de possibilidades para difundir a diversidade de pensamento, o pensamento crítico a produção do conhecimento e da ciência e tecnologia.

Repudiamos mais esse ataque às instituições públicas de ensino e conclamamos a categoria a construir a GREVE NACIONAL DA EDUCAÇÃO dia 15 de maio. Rumo a GREVE GERAL!

Não nos calarão!

Fascistas não passarão!

Liberdade de ensinar e aprender: por educação, ciência e tecnologia públicas!

Lutar não é crime!

 

Brasília (DF), 30 de abril de 2019

Diretoria do ANDES – Sindicato Nacional

Terça, 30 Abril 2019 10:38

 

Pela primeira vez, o ato unificado, em Cuiabá, que marcará o Dia Internacional de Luta dos Trabalhadores, sairá da região central e será realizado em uma das regiões periféricas da capital mato-grossense, próximo à estrada que dá acesso ao município de Chapada dos Guimarães.

 

Nessa quarta-feira, 01 de Maio, às 15h30, os manifestantes se encontrarão em frente ao Ginásio Verdinho, na entrada do CPA. De lá, seguirão em Marcha até a Praça Cultural do Jardim Vitória, onde acompanharão shows de artistas regionais em atividade cultural e política.

 

Com o tema “Em Defesa da Aposentadoria, Emprego e Salário Decente”, trabalhadores organizados em diversos sindicatos e movimentos populares levarão às ruas a denúncia sobre os ataques aos direitos sociais e trabalhistas, em especial à proposta de Reforma da Previdência de Bolsonaro, que empobrecerá ainda mais a população.

 

A Adufmat-Ssind convoca toda a categoria para o ato, como parte dessa luta importantíssima para todos os brasileiros.

 

Haverá brinquedos para as crianças que acompanharem os pais durante o ato.

 

Clique aqui para saber mais sobre a proposta de Reforma da Previdência, e vamos juntos defender os nossos direitos.

 

Não à Reforma da Previdência!

Nenhum Direito a Menos! 

 

 

Terça, 30 Abril 2019 10:04

 

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Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
 
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Por Aldi Nestor de Souza*
  

Maria estuda numa faculdade particular de Cuiabá e trabalha como garota de programa. Jovem, muito bonita, corpo sarado e culta, ela é o que, nos dias de hoje, chamam de acompanhante de luxo. Filha única, ela mora com os pais que fingem não saber da prostituição.
 
O cafetão é seu ex-professor do ensino médio. Trabalhar pra ele tem a vantagem de ter garantia de sigilo.
 
Os clientes, selecionados via cadastro, são pessoas da mais alta classe social da cidade: deputados, vereadores, políticos em geral, produtores de soja, além de várias outras autoridades, todos dispostos a pagar, e muito, por horas de prazer sexual.
 
Maria diz que se apresentar como universitária, no mundo da prostituição, é de grande valia e é apenas por isso que ela faz a faculdade. Além disso, ela lê bastante e fala inglês e espanhol.
 
Ela está com vinte anos e, além de malhar, costuma correr e participa intensamente das atividades culturais da cidade. Quando o tempo permite, compete na corrida de Reis, vai às festas de santo, visita a expoagro e também as exposições de artes plásticas. Maria conhece a obra de muitos artistas matogrossenses e curte, particularmente, Gervane de Paula, Humberto Espíndola e João Sebastião.
 
Maria diz que participar da vida social da cidade é uma forma estratégica de chamar a atenção de seus clientes. Antes de cada programa, procura se informar da pessoa e já chega nos encontros com a conversa pronta. Ela costuma dizer:
 
“ Se o cliente é desses metidos a intelectuais, falo de artes, dos museus. Tenho até aquela frase besta decorada: “a arte existe porque viver não basta”. Nem sei quem disse essa bobagem, mas quando digo isso qualquer pessoa pensa que eu levo arte a sério e cai na minha conversa”.
 
“Se é alguém que cheira a bosta de vaca, falo da expoagro, dos animais, das raças, dos rodeios, dos shows de música sertaneja, que eu odeio, mas sei fingir que gosto. Esse é um jeito de fazer qualquer trouxa virar cliente cativo e assíduo”.
 
“Se é alguém com cara de bobo, tipo um atleta ou essas pessoas que curtem esportes, falo de academia, de minhas participações na corrida de reis, de meus treinos, de outros esportes. Enfim, tento entrar no mundo da pessoa de forma a ela acreditar que eu a considero e a levo a sério.”
 
Maria pretende seguir na prostituição, pelo menos enquanto seu corpo e sua mente aguentarem. Suas amigas, que também fazem programa, por julgarem sua beleza muito acima da média, questionam o fato dela não querer fazer outra coisa, seguir outra profissão. Laura, uma das mais próximas, lhe pergunta.
 
— Por que você não tenta a carreira de modelo, Maria?
 
— Porque cada pessoa tem o direito de escolher como quer se prostituir, Laura.
 
Até conhecer Jaime, um produtor de soja que mora em Cuiabá e tem uma fazenda lá pras bandas de Campo Verde, Maria nunca havia se apegado afetivamente a nenhum de seus clientes. O que lhe atraiu em Jaime, logo na primeira vez que saíram, foi o fato dele só mijar num penico.
 
—Como assim, Jaime, você trouxe um penico pro motel?
 
— Sim, trouxe. Pra onde vou levo essa mochila com meu penico. Só gosto de mijar nele. É que não tenho muito boa pontaria e não gosto de sujar a borda do vaso sanitário.
 
Essa declaração fisgou a atenção e, ao que parece, o coração de Maria, que considerou esse gesto de rara sensibilidade nos homens.
 
—Nossa, Jaime, estou chocada! Não sabia que existia alguém tão sensível assim. Desde quando você usa penico?
 
—Desde a adolescência.
 
Mijar num penico marcou tanto Maria que agora, de vez em quando, ela se pega pensando em Jaime, assim como fazem os apaixonados,  e  aos poucos a relação foi se estreitando.
 
— Quer dizer que você curte feiras agropecuárias, Maria, e até frequenta a expoagro?
 
—Sim, curto e vou à feira de vez em quando. Gosto muito de ver aqueles animais bem cuidados.
 
— O que mais você costuma fazer em suas horas vagas? A gente poderia fazer uma viagem pro pantanal, passar um final de semana, o que você acha?
 
— Adoraria ir pro Pantanal, Jaime. Conheço pouco de lá, só fui até o comecinho, ali em Poconé.
 
— Então tá combinado. Vamos marcar depois a data.
 
Jaime foi também o primeiro cliente que Maria reviu por acaso, em seus passeios pela cidade. Foi numa noite de Bulixo, lá no Sesc Arsenal. Ele estava na fila pra comprar comida. Tinha no ombro sua inseparável mochila, com uma das mãos segurava o filho pequeno e com a outra abraçava a cintura da esposa.
 
Maria deu meia volta.
 
Jaime não a viu.
 
 
*Aldi Nestor de Souza

Professor do departamento de matemática da UFMT/Cuiabá
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Segunda, 29 Abril 2019 15:36

 

Para fazer frente à onda de perseguição e de criminalização de professores e aos cortes de verbas, o ANDES-SN está iniciando ações multimídia. A ideia é que as mobilizações no interior das instituições de ensino sejam unificadas pelo selo: “Liberdade de ensinar e aprender: por uma educação, ciência e tecnologia públicas”.

As ações multimídia cumprem resoluções do 38º Congresso do ANDES-SN, realizado em janeiro, em Belém, Pará. No evento, foi aprovado que o ANDES-SN adotasse iniciativas que defendessem a educação pública e gratuita e uma ciência e tecnologia pública. Assim como, as liberdades democráticas, a autonomia universitária e a liberdade de ensinar e de aprender.

Os casos de perseguição e de criminalização de professores têm aumentado desde então. O professor Pedro Mara, por exemplo, estava sendo vigiado pelos acusados de terem executado Marielle Franco. Ele teve que sair do Rio de Janeiro e o Estado abriu um processo administrativo que pode resultar em sua demissão. A professora Camila Marques, dirigente do Sinasefe, foi presa dentro de um Instituto Federal quando tentou impedir uma ação da PM contra alunos. Há casos de ameaças de morte contra professores na UFPR.

A ideia é que o selo seja utilizado na produção de materiais a serem divulgados no interior das instituições de ensino. Assim, ações que visem debater a situação da educação pública diante da Emenda Constitucional 95 e dos cortes de verbas estarão unificadas sob a mesma identidade visual. Em circular, a diretoria do ANDES-SN pontua que além dos cortes de verbas para a ciência e tecnologia, o selo também unifica a luta contra a perseguição a docentes.

A direção do ANDES-SN indica 30 de abril como data para o início da intensificação das ações e utilização do selo. Neste dia, ocorrerá a audiência judicial da professora Camila Marques que está sendo acusada de “crime de desobediência”. O Sinasefe está organizando um “Dia Nacional de Luta: Educação não se faz com repressão!”.

“Entendemos que é de enorme importância que as seções sindicais divulguem a arte e, se possível, realizem atividades ao longo da próxima semana”, afirma a direção do ANDES-SN, na circular.

Outros materiais serão divulgados ao longo das semanas, como vídeos e artes para mídias digitais. Todos eles tratarão das pautas aprovadas pela categoria: em defesa da educação, ciência e tecnologia, previdência e saúde públicas.

A direção do ANDES-SN destaca a importância de as seções sindicais construírem, junto a outros segmentos da classe trabalhadora, atividades seguindo o calendário abaixo:

01/05 – Dia Trabalhador(a) - construção de atos unificados contra a reforma da previdência;

08 e 09/05 – ações em defesa da ciência e tecnologia públicas e contra os cortes em Brasília;

15/05 – greve/ paralisação nacional da educação;

20/05 a 24/05 – semana nacional de lutas das IEES/IMES.

 

Fonte: ANDES-SN

 
Segunda, 29 Abril 2019 11:36

 

 

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JUACY DA SILVA*
 

Depois de “aceitar” a demissão ou demitir o Ministro da Educação, um colombiano que pouco ou nada entendia de educação brasileira, agora o novo ministro da educação, secundado pelo Presidente da República, “brindam” a opinião pública nacional com uma pérola que revela estupidez e uma ignorância sem limites.


Ambos advogam, conforme noticiário do final desta semana, que as universidades federais devam deixar de “gastar” dinheiro público com disciplinas e cursos que pouco proveito trazem para a formação dos alunos e cita, de cara, FILOSOFIA e SOCIOLOGIA.


Em nota divulgada pelo Twitter, imitando o presidente americano, que apenas comunica suas decisões imediatas por redes sociais, ao invés de dialogar, debater com a sociedade as politicas públicas que pretende implementar, enfim, decisões de governo, de forma autoritária, apenas informa a opinião pública suas decisões, disse o Presidente “O Ministro da Educação @abrahamWeinT estuda descentralizar investimento em faculdades de
filosofia e sociologia (humanas). Alunos já matriculados não serão afetados. O objetivo é focar em áreas que gerem retorno imediato ao contribuinte, como: veterinária, engenharia e medicina.”.


Ao divulgarem semelhante comunicado, parece que tanto o Presidente da República quanto o Ministro da Educação desconhecem a importância que os diversos ramos do conhecimento como sociologia, filosofia, lógica, ciência politica, comunicação, economia, direito, história, antropologia, ecologia, teologia, artes, educação/pedagogia tem oferecido para a formação das pessoas, do senso crítico, da capacidade de raciocinar e entender a dinâmica das sociedades, das diferentes culturas e suas instituições.


Com certeza, decisão como esta, além de representar ignorância quanto ao papel da universidade, sua autonomia, tem como agenda oculta, que é a ideia de que esses cursos e disciplinas estão a serviço de alguma ideologia socialista ou comunista, como algumas pessoas podem acreditar. A continuar esta “batida” não vai demorar tanto o Presidente quanto seu ministro da educação vão definir que tipos de livros podem ou não ser lidos e debatidos nas universidades e ensino médio,  que tipos de visão de mundo podem ser discutidas na educação brasileira, impondo, de fato uma educação censurada e obsoleta, quando a liberdade de cátedra e a autonomia das universidades são os fundamentos do desenvolvimento do conhecimento e, por extensão, o desenvolvimento do país.


Seria o caso de se perguntar o que o Presidente da República e  seu ministro da educação pensam sobre o papel da Academia brasileira de Letras e de inúmeras academias de letras espalhadas pelo Brasil, o que pensam do papel e contribuição de poetas, músicos, artistas, cineastas, romancistas e filósofos tem oferecido ao desenvolvimento das letras, das artes e da cultura brasileira? Qual o retorno que esses personagem  que “militam ou militarem” nas áreas das ciências humana trazem ou trouxeram para o Brasil, já que não são médicos, nem veterinários e nem engenheiros ou outras profissões da área das ciências exatas?


Parece que o presidente e seu ministro da educação são os únicos sábios de plantão no país e os únicos que conhecem a realidade educacional brasileira e se metem a tomar decisões de forma autoritária, sem consultar sequer os setores que podem ser excluídos do financiamento da educação pública, ferindo de cara a autonomia das universidades e o próprio senso comum quanto à importância que cada área de conhecimento tem ou pode ter para a formação acadêmica, professional e a contribuição que cada área tem para o desenvolvimento do país.


Ao invés de se debruçar sobre os graves problemas que afetam a educação brasileira, como a baixa qualidade da mesma em todos os níveis e em todas as esferas, os índices vergonhosos de analfabetismo e analfabetismo funcionam que denigrem a imagem do país, a falta de uma carreira digna para professores, com perspectivas de progresso e remuneração decentes, encarar o fato das universidades federais, incluindo os hospitais universitários estarem todas/todos sucateados, vem o ministro com declarações extemporâneas, estapafúrdias e citando exemplos falsos como o que aconteceu no Japão, afrontando áreas de conhecimento, das quais com certeza pouco conhece, enfim, muita bobagem e estupidez para uma autoridade que deveria ter o devido cuidado, conhecimento de causa e critérios fundamentais para emitir opinião.


Com frequência o Presidente afirma que nada conhece da economia e deixa a cargo de seu guru e ministro da economia a tomada das decisões, Talvez fosse o caso de o mesmo também confessar que pouco ou quase nada entende da vida universitária e de educação e deixar a cargo de seu ministro decisões mais fundamentas e menos improvisadas nesta que é uma ou talvez a área de maior importância para o presente e o futuro da educação, exigindo que o mesmo estudasse com mais profundidade os temas sobre os quais precisa definir.


Como o ministro mencionou o caso do Japão, talvez seja importante que o mesmo estude melhor a revolução meiji que transformou profundamente a educação naquele país no final do século 19 e possibilitou que o Japão se transformasse em uma potência mundial, já nos anos quarenta do século passado. Ou como foram as revoluções na educação na China, em Taiwan e na Coréia do Sul, ou como é a educação em geral e superior na Alemanha, onde as ciências humanas e sociais caminham pari-passu com a revolução tecnológica. Ou então a experiência americana onde todas as áreas de conhecimento tem papel importante tanto em universidades públicas quanto privadas. Só o conhecimento liberta o ser humano da ignorância, da visão utilitarista e imediatista da educação.


É lamentável ver como o descaso, a forma apressada e distorcida podem servir de base para definir politicas públicas no Brasil. Educação não e mercadoria e ao desqualificar algumas áreas do conhecimento como filosofia e sociologia e, por extensão, todas as demais disciplinas, cursos e áreas do conhecimento do que chamamos de ciências humanas e sociais, como desnecessárias e que nenhum retorno traz ao contribuinte demonstra uma visão imediatista e alienada do papel das universidades.


Lamentável que a ignorância, o improviso, o preconceito e  a estupidez estejam a serviço de decisões governamentais de alta responsabilidade. Como sociólogo, mestre em sociologia e professor de universidade federal, mesmo aposentado, não posso me furtar e me  calar ante tamanha asneira vinda de pessoas com a responsabilidade para o presente e o futuro da educação brasileira.


Juacy da Silva, professor universitário, titular e aposentado UFMT, SOCIÓLOGO, mestre em sociologia, articulista e colaborador de diversos veículos de comunicação. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy
 

 

Sexta, 26 Abril 2019 18:51

 

Os cursos de filosofia e sociologia estão na alça de mira da presidência da República. Na manhã de sexta-feira (26), no twitter, o Bolsonaro declarou que o MEC “estuda descentralizar investimento (SIC) em faculdades de filosofia e sociologia (humanas)”. Na rede social, o presidente fez duas publicações em referência ao conteúdo dito durante a live semanal, no dia anterior.

Para Bolsonaro, esses cursos de humanas oferecidos pelas universidades públicas seriam um desrespeito com “o dinheiro do contribuinte”. No twitter, o presidente escreveu: “A função do governo é respeitar o dinheiro do contribuinte, ensinando para os jovens a leitura, escrita e a fazer conta e depois um ofício”.

Na transmissão semanal, Bolsonaro estava acompanhando de Abraham Weintrab, atual ministro da Educação. O chefe do MEC já havia criticado o ensino filosofia nas universidades públicas, desta vez, ele disse: “Pode estudar filosofia? Pode. Com dinheiro próprio”. Na declaração, Weintrab fez uma comparação com o Japão. Segundo ele, no país oriental, cursos como de filosofia são “para uma pessoa que já é muito rica ou de elite”.

Em nota, o ANDES-SN repudia “tais ataques e reafirma seu projeto em favor da educação pública, gratuita, laica e socialmente referenciada”. O Sindicato Nacional afirma que, “para formar indivíduos autônomos, que se apropriam do patrimônio cultural, artístico e científico, historicamente produzido pela humanidade é necessária uma formação humana em que a filosofia, a sociologia e outras ciências estejam presentes. Não existe emancipação humana sem educação pública de qualidade!”, conclui a nota.

Confira aqui a nota completa.

 

Fonte: ANDES-SN
Sexta, 26 Abril 2019 09:27

 

Após percorrer grandes distâncias, povos indígenas de todo o Brasil estão reunidos desde ontem em Brasília, no Acampamento Terra Livre (ATL), que já é o maior encontro de indígenas do mundo. Entre os presentes, diversos povos de Mato Grosso participam para fortalecer o movimento contra o retrocesso e pela defesa dos direitos indígenas, garantidos na Constituição Federal de 1988.

 “A gente já tem os direitos né!? E a gente quer assegurar, por isso a gente está aqui”. Assim Rosinês Kamunu, do Povo Manoki, no noroeste de Mato Grosso, define o motivo que a trouxe até Brasília, enfrentando uma longa jornada para se juntar a outros povos de todo o Brasil.

De acordo com a Federação dos Povos e Organizações Indígenas de Mato Grosso (Fepoimt), são sete delegações que incluem as mulheres indígenas da região do Araguaia, os povos Tapirapé, Karajá, Xavante, Bororo, Cinta Larga, Enawene Nawe e os 16 povos do Parque Indígena do Xingu também se fazem presentes no acampamento.

Foto: Kamikia Kisedje/MNI

Mulher Kaiapó do Pará pintando mulher Kawaiweté do Xingu/MT – Foto: Kamikia Kisedje/MNI

 Esta é a 15° edição do ATL e mais 3000 indígenas são esperados para os três dias, de 24 a 26 de abril. Desde a noite do dia 23 as delegações começaram a chegar e ao amanhecer de ontem, o acampamento já estava montado, mudando toda a paisagem com as cores de urucum, carvão e o som das maracas e das vozes que dançavam e faziam as primeiras celebrações do dia.


Para chegar a Brasília, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), lançou uma campanha de financiamento na internet que já arrecadou R$114.089,88. Muitas delegações estão chegando com recursos próprios das comunidades e a Fepoimt também lançou uma campanha para arrecadar recursos para financiar a locação de ônibus e a alimentação das pessoas que vierem participar.

Em Mato Grosso são 43 povos indígenas diferentes ocupando 16,6% do território. Nessas terras a conservação da biodiversidade chega a 99%. Com esta representatividade a programação do ATL traz as pautas de diálogo com os três poderes da República e a sociedade brasileira, através da realização de marchas, vigílias, audiência pública na Câmera dos Deputados, plenárias com diversos temas, lançamento de relatórios e elaboração de documento do evento para encaminhar às autoridades com as demandas dos povos.

 

Marcha dos indígenas ao STF no ATL 2019 – Foto: Webert da Cruz 

O contato para entrevistas e informações detalhadas pode ser feito com a indígena Maria Imaculada, da Fepoimt, através do telefone: (66) 9 9630-2693

 

Para acompanhar a cobertura do evento e saber mais sobre o ATL acesse a página da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) no Facebook e se quiser ser um apoiador do ATL, abaixo está o link para contribuir.

https://www.vakinha.com.br/vaquinha/seja-um-apoiador-do-acampamento-terra-livre-2019?fbclid=IwAR0fB0V5O2id_RI3SMLeQj6aW2vW7Cx2JNv-tUbOFUsPAjzFrwBNauEuydU

 

Fonte: Liebe Lima/Opan