Quarta, 17 Outubro 2018 09:06

 

17 de outubro é dia de combate aos assédios sexual e moral nas instituições de ensino superior. Definida no Congresso do ANDES-SN, a data foi incorporada pela Csp-Conlutas e pelo Fonasefe em seus calendários de lutas.

 

Caroline Lima, da direção do ANDES-SN, explica que as instituições de ensino superior têm sido negligentes com as denúncias de casos de assédio sexual e moral. “Nossa ideia, com a data, era abrir um espaço para debater os casos de assédio moral e sexual, que na maior parte das vezes são jogados para debaixo do tapete”, diz.

 

O crescimento da violência da ultra direita, entretanto, colocou o debate sobre assédio sexual e moral em um outro patamar. “A luta contra o assédio é uma luta contra a criminalização daqueles e daquelas que são combativos, que pensam diferente, que se propõem a pensar o mundo a partir de um outro olhar, que respeitam a diversidade”, afirma.

 

Para a docente, nessa conjuntura de violência de violência política e sérios riscos à democracia, debater sobre assédios sexual e moral pode ajudar a “incendiar corações e mentes, demonstrando como o discurso do ódio assedia e violenta docentes, técnicos e estudantes dentro das universidades”.

 

Uma violência silenciosa

Caroline explica que os assédios sexual e moral no local de trabalho são práticas, muitas vezes, silenciosas. Em razão disso, entre outros motivos, acabaram naturalizadas dentro instituições de ensino. “Tanto o assédio sexual, quanto o moral estão ligados às relações de poder e, principalmente, às relações econômicas. Quem está numa posição de poder hierárquico e econômico superior acredita que pode usar a força ou a violência moral para impor a sua vontade”, diz.

 

As consequências dos assédios podem ser nefastas. Levando o profissional assediado ao adoecimento emocional, desenvolvendo depressão, crises de pânico, podendo levar ao suicídio. Caroline explica que os assédios moral e sexual são caracterizados por um conjunto de opressões.

 

Resistência

O crescimento de casos de assédios e os adoecimentos que as práticas geram criaram diferentes tipos de resistência. Entre elas, dentro dos movimentos sindical e social, a não tolerância a essas violências.“Em 2001, houve um momento de aumento das lutas contra os assédios. É neste momento que conseguimos criminalizar essas práticas”, explica.

 

“Desnaturalizar essas violências foi uma vitória dos trabalhadores. Essas práticas desumanizam as vítimas. Há um processo [de luta social] que vai engendrar a criação dos artigos que criminalizam os assédios sexual e moral. Nesse processo, houve a identificação de como o poder econômico e as hierarquias de poder permitem essas violências que levam muitos trabalhadores ao adoecimento”, conclui.

 

 

Fonte: ANDES-SN

 

Quarta, 17 Outubro 2018 09:00

 

 

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O Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.

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JUACY DA SILVA*
 

Os resultados do primeiro turno das eleições gerais de 2018 tem deixado analistas, institutos de pesquisas, dirigentes partidários, acadêmicos, enfim, estudiosos da dinâmica politica brasileira um tanto estupefatos ou atarantados.


Alguns analistas e profissionais da mídia falam em um verdadeiro “tsunami” na politica brasileira, com a derrota de velhos caciques que durante décadas, alguns com quase meio século de vida pública, verdadeiros donos de currais eleitorais e de cadeiras cativas no Senado, na Câmara Federal e nas Assembleias Legislativas foram vergonhosamente derrotados nas urnas.


Parece que os eleitores, de forma anônima, deram cartão vermelho para velhas raposas,  boa parte ou talvez a maioria desses políticos e de outros que escaparam por pouco da guilhotina eleitoral, fazem parte de suspeitos e investigados por corrupção ou pertencem a grupos que são acusados de corrupção ativa e passiva, enriquecimento ilícito, formação de quadrilha e com alta probabilidade, ao perderem a impunidade e o foro privilegiado, poderão ter o mesmo destino de outros políticos que estão trancafiados, longe do convívio politico, social e econômico da vida nacional.


Outro aspecto desta onda foram as derrotadas dos chamados partidos de centro ou o “centrão”, incluindo os tucanos (PSDB), MDB, DEM e alguns outros de seus satélites. Comparados os desempenhos, por exemplo, da ex-presidente Dilma, do atual senador e futuro deputado federal Aécio Neves nas últimas eleições em 2014, tanto a derrota de Dilma para o Senado em Minas Gerais quanto a pífia votação de Geraldo Alkmin quanto de Henrique Meireles, foi possível perceber que os mesmos foram deixados à própria sorte por seus correligionários, traídos como se chegou a dizer de forma aberta.


Outra particularidade deste primeiro turno foi o derretimento de Marina Silva, que passou de mais de 20 milhões de votos há quatro anos quando quase  chegou ao segundo turno contra seus poucos mais de um milhão de votos, metade da votação de Janaina Paschoal, do PSL,  eleita como a deputada estadual em São Paulo, com mais de dois milhões de votos, a mais votada na história do Brasil.


A busca de um consenso como alternativa de centro para evitar a radicalização entre esquerda e direita, mesmo com o empenho de Ciro Gomes, de Geraldo Alkmin, Meirelles e outros candidatos fracassou de forma clara. Os eleitores preferiram os extremos, com Bolsonaro representando as forças de direita, os conservadores como a opção mais provável no segundo turno, a não ser que ocorra outro tsunami no segundo turno e Fernando Haddad, que representa a esquerda, venha a ser o vitorioso, realidade pouco provável.


Além do DEM, MDB e PSDB, que em passado recente eram os partidos que representavam os interesses do mercado, das forcas conservadoras, também o PT e alguns de seus aliados, principalmente o PCdoB, perderam espaço no Congresso Nacional. O espaço antes ocupado pelos partidos de centro deverão ser ocupados  de forma avassaladora pelo PSL um partido nanico até a presente legislatura e que a partir de 2019 deve ser a segunda força na Câmara Federal.


Com o advento da cláusula de barreira diversos partidos nanicos devem desaparecer e ou seus parlamentares eleitos deverão migrar para outros partidos. As perspectivas, devido ao fisiologismo que é a marca registrada da politica brasileira, a maioria desses parlamentares devem aumentar as fileiras do PSL, partido de Bolsonaro e outros que deverão ser seus aliados no Congresso.


Dificilmente os partidos de esquerda, mesmo com o bom desempenho do PSB, deverão ter número de deputados e senadores para barrarem o rolo compressor da direita tanto no Congresso Nacional quanto nas Assembleias Legislativas, incluindo a de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.


Nota-se perfeitamente não apenas uma polarização entre esquerda e direita na politica brasileira a partir deste segundo turno e com mais ênfase a partir de 2019, mas sim, uma guinada avassaladora das forças de direita, incluindo empresários e a classe media, servidores públicos graduados e os marajás da República nos três poderes, no MPF/MPE que, com exceção do Nordeste e do Pará e da população pobre, deverão mudar as pautas da vida nacional, estimulando, ainda mais não apenas os conflitos ideológicos, mas principalmente a violência politica nos próximos anos, incluindo as eleições municipais de 2020, onde esquerda e direita voltarão a se enfrentar em verdadeiras lutas fratricidas.


Quem viver verá.


*JUACY DA SILVA, professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista e colaborador de diversos veículos de comunicação. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Twitter@profjuacy Blog www.professorjuacy.blogspot.com

 

Terça, 16 Outubro 2018 18:20
A Adufmat-Ssind convida toda a comunidade acadêmica para o Seminário Tempos Sombrios, Tempos de Intolerância, que será realizado na próxima sexta-feira, 19/10/10, às 19h, no auditório do sindicato.
 
Os convidados para provocar o debate são os professores Cândio Moreira Rodrigues (IGHD) e Alair Silveira (ICHS), que falarão sobre os temas "Ressurgência do Fascismo no Início do Século XXI" e "Tempos de Intolerância", respectivamente.
 
Haverá certificação. 
 
O evento é gratuito e aberto a todos.  

 

Terça, 16 Outubro 2018 18:00

Circular nº 348/18

Brasília(DF), 16 de outubro de 2018

 

Às seções sindicais, secretarias regionais e à(o)s Diretore(a)s do ANDES-SN

 

                       Companheiro(a)s,

 

Convocamos a Reunião Grupo de Trabalho Carreira (GT-Carreira), a realizar-se nos dias 3 e 4/11/2018 (sábado e domingo), com início às 8h30 do dia 3/11 (sábado) e término às 17h30 do dia 04/11 (domingo), conforme o que se segue:

Local: Sede do ANDES-SN (SCS Quadra 2, Ed. Cedro II, Bloco C, 3º andar

Pauta:

Dia 3:

1. Debate: “Terceirização e Desestruturação da Carreira no Contexto das Contrarreformas do Estado brasileiro”.

Horário: 8h30 às 12h30

Palestrantes: Ciro T. Correia, Amauri Fragoso, Representantes do DIEESE e da Assessoria Jurídica/ANDES-SN.

  1. Análise de Conjuntura;

Horário 14h30

Dia 4:

1. Informes;

2. Deliberações do 37º Congresso do ANDES e 63º CONAD;

3. Outros Assuntos.

4. Encaminhamentos

 

Sem mais para o momento, renovamos nossas cordiais saudações sindicais e universitárias.

 

 

 

Profª Eblin Farage

Secretária-Geral

 

Terça, 16 Outubro 2018 14:56

 

Neste 15 de outubro comemora-se o dia do professor. Muitos desafios permeiam a realidade cotidiana desses trabalhadores que resistem e lutam por uma Educação pública e de qualidade.

 

Professoras e professores são submetidos a baixos salários, atrasos nos pagamentos, o sucateamento de escolas, universidades e institutos de ensino, governo após governo.

 

O atraso nos salários também tem sido recorrentes. Os professores estaduais do Rio Grande do Sul, por exemplo, amargam mais de dois anos sem receber no dia correto, quatro anos sem reajuste e o desmonte da educação, e seguem lutando contra isso.

 

 

Projetos que atacam a Educação e o professor

Neste ano de eleitoral, o candidato que está à frente das pesquisas, Jair Bolsonaro (PSL), defende a privatização da Educação, ensino a distância, entre outras atrocidades, que reafirmam a necessidade do #EleNão.

 

Em seu plano de governo consta a defesa de um modelo de educação “sem doutrinação e sexualização precoce” e baseado nas propostas do Escola Sem Partido. O candidato propõe ainda o aumento de escolas militares e pretende incluir no currículo escolar disciplinas herdadas da ditadura militar, como a educação moral e cívica.

 

Esse quadro reforça que a tarefa da categoria continua sendo a de mobilização contra esses ataques que tendem a se aprofundar.

 

Projetos que desmontam direitos como a nova BNCC (Base Nacional Comum Curricular), que prevê uma série de medidas que privatizam, vão gerar desemprego, evasão escolar, queda da qualidade e o desmonte completo da escola pública.

 

A proposta prevê que apenas as disciplinas de português e matemática seriam obrigatórias, e as demais seriam condensadas em chamadas “áreas do conhecimento”. Disciplinas como Biologia, Artes, Inglês, Educação Física, Geografia, História, Física, Química, entre outras, podem deixar de existir.

 

Outro ponto de desacordo entre os movimentos que lutam em defesa da Educação é a intenção que tem por trás dessas novas diretrizes, em privatizar a Educação, mesmo sendo inconstitucional passar a responsabilidade de gerir as escolas às empresas privadas.

 

Outro item grave da BNCC é o de permitir que o ensino médio seja feito com pelo menos 40% do conteúdo à distância, no chamado EAD (Educação a Distância) .

 

Desafios

A professora de história da rede estadual do Rio de Janeiro e municipal de Duque de Caxias (RJ) Vera Nepomuceno destacou os desafios da profissão. “Somos apenas professores, mestres e educadores e sabemos na prática que precisamos de uma série de elementos para que consigamos exercer a nossa profissão com sucesso. Somos a prova viva de que para que aconteça a aprendizagem é necessário uma série de condições, dentre elas, que sejamos valorizados e bem remunerados”, pontuou.

 

De acordo com o presidente do Andes-SN, Antônio Gonçalves, e integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, o professor universitário também vive um momento difícil. “Diante das lutas empreendidas pelo Andes-SN, seja no setor das Federais ou das Estaduais/Municipais é possível afirmar que os maiores desafios hoje dos docentes universitários são a precarização do trabalho, o adoecimento docente e a má remuneração em tempo de produtivismo exacerbado”, denuncia.

 

Para a integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas e professora de química Joaninha de Oliveira todos esses ataques reforçam que essa data deve marcar um histórico de lutas dessa categoria. “Somos uma categoria que luta e já passou pela ditadura militar, que foi perseguida e que vai continuar lutando, porque para o Estado e os governos a Educação é uma bandeira de campanha eleitoral. O projeto Escola Sem Partido, defendido por Bolsonaro e governos atuais, é uma pequena amostra do plano de governo deste candidato”, apontou.

 

Comemorar a data é importante para reafirmar a resistência desse segmento. “É um dia que tem um significado para quem é aluno e para os pais que tem filhos, em especial na rede pública. Então é preciso comemorar esse dia e pensar que a luta continuará e que é preciso derrotar Bolsonaro e organizar a greve geral pra derrotar as reformas”, finalizou Joaninha.

 

Fonte: CSP Conlutas

 

Terça, 16 Outubro 2018 14:47

 

O ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Carlos Horbach determinou, nesta segunda-feira (15), a exclusão de publicações na internet nas quais o candidato Jair Bolsonaro (PSL) aparece criticando a suposta distribuição pelo Ministério da Educação do chamado “kit gay”. A decisão foi dada, pois a informação constantemente divulgada pelo candidato é uma Fake News, ou seja, é mentira.

 

 

Segundo o TSE, “os conteúdos vinculados às URLs (…) expressamente vinculam o livro ‘Aparelho Sexual e Cia’ ao projeto ‘Escola sem Homofobia’ ou aos programas de livros didáticos do Ministério da Educação, o que – como antes destacado – não é corroborado pelas informações oficiais, ensejando, portanto, sua remoção”.

 

Ainda de acordo com a decisão de Horbach, “a difusão da informação equivocada de que o livro em questão teria sido distribuído pelo MEC (…) gera desinformação no período eleitoral, com prejuízo ao debate político, o que recomenda a remoção dos conteúdos com tal teor”, escreveu o ministro em resposta ao pedido de suspensão feito pela campanha de Fernando Haddad (PT).

 

O ministro determinou ainda que Facebook e Google apresentem em 48 horas a identificação do número de IP da conexão utilizada no cadastro inicial dos perfis responsáveis pelas postagens e os dados cadastrais dos responsáveis.

 

Desde 2016, Bolsonaro e seus apoiadores divulgam vídeos e links, principalmente no Facebook e Youtube, atacando a inclusão de livros que supostamente divulgariam questões sexuais entre crianças. Em agosto, em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, e do Jornal das 10, da GloboNews, Jair Bolsonaro afirmou que o livro “Aparelho Sexual e Cia” estava dentro do material do programa. O candidato faz as acusações, responsabilizando o governo petista e Haddad, que foi ministro da Educação.

 

A utilização de tal livro foi oficialmente desmentida pelo governo federal e pela editora Companhia das Letras, responsável pela publicação da obra no Brasil.

 

Aliás, o chamado “kit gay” também é fruto de uma campanha mentirosa do candidato e de setores conservadores contra o programa “Escola sem Homofobia”. O programa era uma proposta elaborada pelo governo federal em 2004 voltado para a formação de educadores para combate ao preconceito, mas não chegou a ser implementado.

 

Além de ser uma mentira absurda – infelizmente vista como verdade por milhares de pessoas-, chega a ser irônico que Bolsonaro acuse o PT de  “divulgar o kit gay”. Afinal, o PT não implementou o programa “Escola Sem Homofobia”, que integrava o “Brasil sem Homofobia”, por acordos com a bancada religiosa e setores conservadores. O ‘Escola Sem Homofobia’ não tinha nada demais. O programa visava apenas dar formação aos professores para que pudessem lidar com a homofobia e o preconceito nas escolas e não tinha previsão de distribuição de material às crianças.

 

É preciso combater as chamadas Fake News, que tornaram esse processo eleitoral uma terra de ninguém, onde inúmeras informações falsas são compartilhadas. Bolsonaro é quem mais tem utilizado desses recursos, conforme já atestaram vários pesquisadores e sites de verificação de conteúdo.

 

Fonte: CSP-Conlutas

 

Terça, 16 Outubro 2018 14:04

 

Novos casos de agressão e de cerceamento do debate político surgiram no Brasil na última semana. As universidades e demais instituições de ensino têm sido palco desses ataques de ódio motivados por questões políticas, em especial após os resultados do primeiro turno das eleições presidenciais.

 

A Universidade Federal do Paraná (UFPR), onde um estudante que usava um boné do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MST) foi agredido, viveu um novo caso sombrio. O Diretório Central dos Estudantes (DCE) da instituição convocava uma reunião aberta para discutir os casos de violência nas eleições e foi proibido de realizá-la pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PR). A reunião ocorreria na quarta (11) e mais de 200 pessoas haviam confirmado presença nas redes sociais.

 

Na decisão que censurou a realização da reunião, o juiz Douglas Marcel Peres classifica o ato como “suposta irregularidade de propaganda a ser veiculada em imóvel pertencente à administração pública indireta da União”. O DCE da UFPR publicou em sua página, em protesto, uma receita de bolo de cenoura. As receitas foram usadas durante a ditadura civil-militar no Brasil para ocupar o lugar de textos e matérias censuradas nos jornais.

 

Já na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), após um estudante atirar uma mesa em cima de um professor que abordava o fascismo em sala de aula, novos casos de agressão foram denunciados. “Tu é ‘Ele não’?”, perguntou um rapaz, que não foi identificado, antes de agredir uma estudante enquanto ela esperava o transporte público na entrada do campus universitário da Ufam, no dia 5. O caso veio a público após os pais da graduanda publicarem um desabafo nas redes sociais, posteriormente divulgado por blogs e portais locais, em que contaram que o agressor feriu a perna da estudante com graveto e lamentaram os rumos que o país está tomando.

 

No dia 9, um professor do Instituto de Filosofia, Humanas e Ciências Sociais (IFCHS) foi agredido. “Insatisfação, insegurança e medo tornaram-se sentimentos comuns na vida universitária. Nesse ambiente começam a surgir grupos de indivíduos que dão vazão a suas angústias por meio da violência. Assim é que a agressão física e verbal a estudantes, professores e professoras vem crescendo dentro das universidades”, diz trecho da nota publicada pela Associação dos Docentes da Ufam (Adua – Seção Sindical do ANDES-SN).

 

“No caso brasileiro, o fascismo bebe na fonte de uma formação nacional excludente, assentada numa negação das regiões economicamente periféricas e no medo-pânico dos subalternos (indígenas, negros, mulheres, juventude, trabalhadores etc.). Na conjuntura atual, esta condição da materialidade da formação da nação num contexto de crise econômica e política, explode na forma de ódio (xenofobia, misoginia, LGBTfobia, racismo, intolerância política). Para não mergulharmos no poço sem fundo da barbárie, é preciso enfrentar as forças reacionárias-fascistas e, ao mesmo tempo, enfrentar a questão nacional – sem descuidar do seu nexo com o movimento global do capital – nos termos como até aqui ela foi constituída”, afirma o 1º vice-presidente da Adua-SSind, Luiz Fernando Souza.

 

 

Na Universidade Federal da Bahia (Ufba) também houve cerceamento ao debate.  Na quarta-feira (10) um estudante passava nas salas de aula chamando os colegas para participar de uma reunião para discutir as eleições quando outro estudante começou a hostilizá-lo e a ameaçá-lo. Após a discussão, o agressor chamou a Polícia Militar (PM), que levou ambos os estudantes à delegacia para prestar depoimento.

 

Pichações de ódio

 

Outros casos recorrentes de agressão simbólica são as pichações de símbolos nazistas, como a suástica, ou de mensagens de ódio – geralmente direcionadas a negros e à comunidade LGBT. Em um banheiro unissex da Universidade São Judas Tadeu, na capital paulista, foram escritas nas paredes frases como: “vão se f**** seus negros e feministas de merda, gays do demo, burn jews (queime judeus)”, além de uma grande suástica. Em outra cabine estava pichado: “ideologia de gênero é o c******”. No cursinho Anglo Tamandaré, também em São Paulo, as pichações diziam “Morte aos negros, gays e lésbicas. Já está na hora desse povo morrer!”. No Rio de Janeiro (RJ) uma pichação lesbofóbica também foi encontrada. A frase “Sapatas vão morrer kkkk” estava em um prédio anexo do Colégio Franco-Brasileiro, em Laranjeiras, zona sul.

 

Nem as igrejas escaparam das pichações. Em Friburgo (RJ), a Igreja de São Pedro da Serra foi pichada na madrugada de sábado (13) com diversas suásticas. Com 150 anos, a capela é a mais antiga da cidade.

 

Brasil viu ao menos 50 ataques de ódio

 

A agência Pública, em parceria com a Open Knowledge Brasil, divulgou na quarta-feira (10) levantamento em que afirma que houve ao menos 50 ataques de ódio no Brasil nos dez primeiros dias de outubro. A maior parte das agressões ocorreu nas regiões sudeste (33), nordeste (18) e sul (14).

 

Confira o levantamento aqui

 

 

Fonte: ANDES-SN (Com informações de DCE-UFPR, Adua-SSind, Jornal o Tempo, rádio Jovem Pan, Agência Pública e EBC. Imagemde EBC)

 

 

Terça, 16 Outubro 2018 09:40

 

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Por Vicente Machado Ávila*
 

 
Capitalismo e comunismo andam numa via de mão dupla. Combater só um deles é enganação absurda.
 
Do embate entre capitalismo e comunismo resultou a Guerra Fria.  Se existisse só um deles ela não existiria, o velho comunismo de guerra, há quase três décadas foi sepultado, debaixo dos escombros do muro de Berlim ele se encontra soterrado.
 
O moderno comunismo- quem diria! Está construindo seus bons projetos fortalecendo a democracia.
 
Só a direita reacionária faz do anti-comunismo um discurso sem fim. Ignora a atuação revolucionária da grande senadora Graziotin.
 
Deram um tiro no pé os candidatos que usaram Cuba e a Venezuela em seus discursos absurdos, caminharam na contra-mão e de marcha a ré e não chegaram nem ao segundo turno.
 

Lula falou e fez

 
A paz a gente consegue não é com a força dos armamentos. É com a democracia, participação popular e alimentos. Através do Bolsa Família, matou e está matando a fome de milhões. Este programa é aplaudido na França e em outros rincões.
 

Pragmatismo e Ideologismo

 
Felizmente as relações internacionais seguem mais o Pragmatismo que o Ideologismo.

Vide EUA e China.
 

 

*Vicente Ávila
Professor de Economia Política da UFMT (aposentado)

 

Segunda, 15 Outubro 2018 15:10

 

 

 

 

 

Paulo Freire foi pedagogo, filósofo e é um dos grandes nomes da educação mundial. Nascido em 1921, em Recife (PE), ficou conhecido internacionalmente pela sua teoria de que a educação é o caminho para a emancipação e para o empoderamento de sujeitos para que transformem sua realidade por meio da reflexão crítica. O seu trabalho de alfabetização de adultos é reconhecido mundialmente. Entre as inúmeras obras publicadas está a trilogia: “Pedagogia do Oprimido”, “Pedagogia da Esperança”, “Pedagogia da autonomia”.

No dia em que celebramos o Dia do Professor, o ANDES-SN faz uma singela homenagem a Paulo Freire, patrono da Educação brasileira, resgatando um pouco do seu pensamento. Para tanto, conversamos com Maria Margarida Machado, docente da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás (UFG) e que atua no Fórum de Educação de Jovens e Adultos do Brasil.

“Freire foi um pensador muito importante nas décadas de 50, 60 e 70 e 80. Foi educador atuante em uma perspectiva de educação que buscava colocar no centro da educação pedagógica o direito a uma educação emancipatória”, afirma a professora.

Segundo a docente da UFG, defender a concepção de educação como emancipadora do sujeito representa enfrentar as grandes limitações econômicas e sociais dos estudantes brasileiros. Para ela, Freire combatia não apenas a opressão que decorre da necessidade financeira e da limitação do acesso aos bens materiais, mas também reafirmava a necessidade de combater a mentalidade conservadora. “A mentalidade conservadora, tradicional, tem a ver com que o sujeito aprende com a sua família, na religião e no trabalho. Nessas relações, essa convivência ao invés de torná-lo um sujeito livre e amoroso, o aprisiona a um conjunto de preceitos morais, éticos e céticos que o distancia de outros seres humanos”, diz Margarida.

Crítica à educação bancária

Uma das principais contribuições de Paulo Freire é a sua crítica à educação tradicional, conceituada na obra “Pedagogia do Oprimido” como educação bancária. Segundo o pedagogo, o sujeito que está aprendendo na educação bancária é tratado como um lugar onde se deposita verdades, e isso não seria aprender uma vez que não há diálogo.

“Aprender, para Paulo Freire, é acessar o conhecimento sistematizado, problematizar esse conhecimento, buscar a compreensão para além daquilo que é dito”, explica.

Para a docente, muitas das ações executadas no sistema educacional brasileiro não levam em conta o princípio do diálogo.  “Temos que questionar quem diz que quer tirar Paulo Freire de qualquer lugar. Essas pessoas realmente sabem do que estão falando?”, questiona.

Aprender para transformar

Paulo Freire compreendia que o sujeito aprende para se humanizar. De acordo com o educador, aprender é complemento da formação do sujeito como humano. “Se aprende na relação com o outro, no diálogo com outro, na aproximação dele com o conhecimento do outro. Esse aprender coletivo tem a ver com o conhecimento sistematizado pelas outras pessoas. Saber que você precisa escutar e aprender com o outro é fundamental para romper com uma lógica de educação tradicional”, comenta Maria Margarida.

Outra questão fundamental na obra de Paulo Freire é que se aprende para transformar a realidade. “Nesse aspecto, é fundamental a consciência crítica e de sujeito histórico. Nesta perspectiva, nós estamos anos luz distantes, em toda nossa formação na educação brasileira, seja da educação infantil até a superior, do princípio de empoderar o sujeito para que ele possa se perceber como sujeito transformador da realidade”, diz a docente da UFG.

Quem foi Paulo Freire?

Paulo Freire nasceu em 1921 em Recife. Com o agravamento da crise econômica mundial iniciada em 1929 e a morte de seu pai, quando tinha 13 anos, passou a enfrentar dificuldades econômicas. Formou-se em direito, mas não seguiu carreira, encaminhando a vida profissional para o magistério. Em 1963, em Angicos (RN), coordenou um programa que alfabetizou 300 pessoas, cortadores de cana, em 45 dias. No ano seguinte, o golpe civil-militar o surpreendeu em Brasília (DF), onde coordenava o Plano Nacional de Alfabetização do presidente João Goulart. Freire passou 70 dias na prisão antes de se exilar.

Em 1968, no Chile, escreveu seu livro mais conhecido, “Pedagogia do Oprimido”. Também deu aulas nos Estados Unidos e na Suíça e organizou planos de alfabetização em países africanos. Com a anistia, em 1979, voltou ao Brasil, integrando-se à vida universitária. Foi secretário municipal de Educação de São Paulo (SP), na prefeitura de Luiza Erundina. Foi nomeado doutor Honoris Causa de 28 universidades em vários países e teve obras traduzidas em mais de 20 idiomas. Morreu em 1997, de infarto. Em 2012 foi sancionada a Lei 12.612 que declara o educador Paulo Freire o Patrono da Educação Brasileira.

Para estudar Paulo Freire

Maria Margarida Machado indica três leituras para quem quer conhecer mais a teoria de Paulo Freire. O livro “Pedagogia do Oprimido”, para a docente, é a base da formação humanista de Freire, além de sua principal obra, e traz as principais referências que ele estudou e com quem aprendeu para pensar na obra. O livro “Pedagogia da Esperança” traz uma releitura do livro anterior, simplificando-a. Já o livro “Pedagogia da Autonomia”, último que o Paulo Freire escreveu, dialoga com professores sobre os aspectos da prática docente. “Essa trilogia é fundamental para ser lida e pensada no contexto em que foram escritas”, conclui.

 

 

  

 Fonte: ANDES-SN (com informações de Instituto Paulo Freire)

 

Segunda, 15 Outubro 2018 13:53

 

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Por Roberto de Barros Freire*

 

O que caracteriza as eleições desse ano, é que o desemprego e a recessão que se prolongam por anos, e que sempre foram as principais discussões políticas nas eleições, deixaram de ser temas relevantes, assim como a saúde e a educação. O que mais conta, sem dúvida, é a segurança pública, a promessa de tratar os bandidos na bala e com fúria, de acabar com os direitos humanos, que para muitos parece só servir aos bandidos.

Propostas para o Estado e para o governo são vagas; e as pessoas simplesmente não têm paciência para ouvi-las. Identificam-se os culpados: a economia vai mal porque houve muita roubalheira. A solução é simples: morte à petralhada! Morte à sem-vergonhice: eis o conceito capaz de englobar tudo, dos ministros do STF aos transexuais, dos artistas de vanguarda aos professores da escola pública e índios, dos advogados criminalistas bem pagos aos miseráveis que vivem do Bolsa Família, dos quilombolas aos comunistas e homossexuais.

O desejo é um só, de destruição. Qual reforma pretende fazer? A resposta: "alguma".

Impostos? Quem ganha até uns cinco salários mínimos deixaria de pagar Imposto de Renda, dizem. Quem bancaria a diferença, pois o governo está quebrado? "Alguém" ou “O dinheiro retirado da corrupção!”

A campanha resume-se a demonizar o adversário mais do que o adversário demoniza você. E o melhor jeito de fazer isso é disseminar o medo entre os carentes, e o ódio entre os potentes. Quem pode odeia; quem não pode teme. O que não sabem é que o medo e o ódio podem eleger pessoas, porém não conseguem governar os homens.

Em seu ataque contra a velha ordem, Bolsonaro montou o tripé moralista de família, religião e Forças Armadas, as três instituições que ainda gozam de alguma confiança popular, ainda que o candidato em termos familiares não seja lá um exemplo, em termos religiosos menos ainda (com certeza não é um cristão) e foi expulso das forças armadas: nem as forças armadas suportaram suas idiossincrasias. Bolsonaro representa um risco imediato à democracia, à defesa dos direitos humanos, à defesa do meio ambiente. Defende tortura e morte aos “ruins”, e doar toda natureza aos ruralistas.

Mas, ele percebeu que a sociedade está enfurecida. E está encabeçando essa fúria. Uma pessoa que está no poder há 27 anos, que nunca teve participação ativa ou alguma sugestão para a nação em todos esses anos, que era amigo de Eduardo Cunha e reinava no baixo clero, sempre defendendo as piores coisas como tortura e ditadura, morte aos “inimigos”, a extinção de minorias, o fim da democracia, hoje lidera uma nação cega e surda pelo ódio e ressentimento. 

Bolsonaro não é levado a sério pelas elites financeiras. Seu evidente despreparo para tratar de temas econômicos e seu histórico de defesa do regime militar brasileiro, marcado pelo forte intervencionismo estatal, o descredenciam entre analistas de mercado e defensores do liberalismo. Porém, na falta de coisa melhor, empresários e o mercado vêm apostando tudo em Bolsonaro, apesar do entulho retrógrado que ele traz consigo. Qual é a alternativa?

A eleição para o legislativo aumentou a fragmentação partidária dentro do Congresso como nunca antes visto, ao ponto de torná-lo ingovernável. É um condomínio sem síndico, administradora ou regulamento interno. A chance de o prédio virar uma guerra de todos contra todos é alta. Ele terá que convencer esse congresso de suas propostas, pois que passam necessariamente por mudanças legislativas, mas dificilmente terá 308 deputados para que possa impor sua vontade.

Com um ano de governo Bolsonaro (assim como aconteceu com Collor) nos daremos conta de que ele nada sabe sobre nossos problemas, menos ainda conhece as soluções. Que os militares não sabem quais são os problemas e quais sejam as soluções; eis porque saíram do poder em 1985, e estão loucos para sair da encrenca do Rio de Janeiro. Com certeza a nação ficará arrependida em pouco tempo e não se descartará um impeachment para um governante que soube catalisar o ódio, mas não soube desenvolver o amor. Apostando na desunião, não se conseguirá depois realizar a união necessária para qualquer nação superar seus problemas; continuaremos nessa guerra de todos contra todos.

 

*Roberto de Barros Freire

Professor do Departamento de Filosofia/UFMT

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