Terça, 02 Setembro 2025 14:05

Imagem: reunião na Reitoria dia 21/08| Assessoria do Sintuf-MT 

 

A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) definiu, conforme acordado com entidades representativas de docentes (Adufmat-Ssind) e técnicos-administrativos (Sintuf-MT), a criação de um Grupo de Trabalho (GT) para atualizar a normativa referente ao adicional de insalubridade na instituição.

A decisão foi oficializada por meio da Portaria Normativa nº 002/2025, publicada nesta terça-feira 02/09, que revogou a Portaria nº 001/2025, editada na última semana. De acordo com o despacho da Secretaria de Assistência à Saúde do Servidor (SASS), a primeira normativa foi considerada um equívoco de interpretação, já que o encaminhamento pactuado em reunião com a Reitoria previa a construção conjunta de uma nova regulamentação.

O GT será composto pela SASS, Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (PROGEP) e representantes sindicais, que deverão elaborar uma proposta de atualização da normativa de insalubridade e periculosidade na UFMT. O objetivo é garantir que os procedimentos estejam em conformidade com a legislação vigente e com as demandas apresentadas pelos trabalhadores da instituição.

 

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Segunda, 01 Setembro 2025 16:58

Circular nº 361/2025

 

Brasília (DF), 29 de agosto de 2025.

 

 

Às Seções Sindicais, Secretarias Regionais e às(aos) Diretoras(es) do ANDES-SN.

 

 

 

Assunto: Convoca Reunião do GTSSA para os dias 3 e 4 de outubro de 2025.

 

 

Companheiras(os),                                     

 

 

 

Considerando as Resoluções do 68º CONAD, bem como as Resoluções do 43º CONGRESSO do ANDES-SN abaixo descritas:

 

 

21. Que o GT Carreira e o GTSSA debatam especificidades e produzam materiais instrumentos que contribuam com a garantia dos direitos necessidades dos professoras(es) com deficiência, pais/mães/responsáveis solo, famílias atípicas e seus cuidadores.

(...)

23. Que o ANDES intensifique os debates no âmbito do GTSSA sobre a revisão das normativas de carga horária, garantindo que cuidadores(as), famílias atípicas, e mães/pais/responsáveis solo possam desenvolver ensino, pesquisa e extensão de forma equilibrada, sem sobrecarga.

 

 

A Coordenação do Grupo de Trabalho de Seguridade Social e Assuntos de Aposentadoria (GTSSA) convoca a categoria para reunião GT que ocorrerá na sede do ANDES-SN em Brasília (DF), conforme detalhes abaixo:

 

Data: 3 e 4 de outubro de 2025 (sexta-feira e sábado);

Início: 3 de outubro às 14h;

Término: 4 de outubro às 19h;

 

Ressaltamos que a pauta completa da reunião será enviada por meio de circular complementar.

 

A confirmação da participação, de até duas representações por seção sindical, deverá ser feita por meio do preenchimento do formulário disponível no link enviado para a Secretaria das Associações Docentes, até o dia 26 de setembro de 2025 (sexta-feira).

 

As seções sindicais que quiserem socializar seus informes devem enviá-los até às 18h do dia 2 de outubro de 2025 (quinta-feira), exclusivamente por formulário disponível no link também enviado para as Associações Docentes, para serem publicados junto ao relatório da reunião.

 

Sem mais para o momento, aproveitamos a oportunidade para renovar nossas mais cordiais saudações sindicais.

 

 

 

 

Prof.ª Jacqueline Rodrigues de Lima

1ª Secretária

Segunda, 01 Setembro 2025 14:40

 

A Diretoria da ADUFMAT‑Ssind, no uso de suas atribuições regimentais, retifica o Edital de Convocação para Assembleia Geral Ordinária, publicado em 29 de agosto de 2025, com nova atualização em 01 de setembro de 2025, para incluir o seguinte ponto de pauta: Proposta de revisão do calendário acadêmico 2025/2 (SEI 23108.073905/2025-62). 

Ficando a pauta retificada com os seguintes pontos:

1. Informes;
2. Análise de conjuntura;
3. 
Jornada contra a Reforma Administrativa; 
4. Regras para representação no CONSEPE (SEI 23108.014306/2024‑26);
5. 
Proposta de revisão do calendário acadêmico 2025/2 (SEI 23108.073905/2025‑62)

 

Cuiabá, 01 de setembro de 2025

Gestão Adufmat é pra lutar!

Segunda, 01 Setembro 2025 11:09

 

 

****

Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
 
****

 

 

Publicamos a pedido do professor Anderson Reis

 

Entre 14 e 16 de agosto de 2025, foi realizada, na praça do Restaurante Universitário da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em Cuiabá, a Feira Estadual da Reforma Agrária – um evento de culminância da Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária (JURA). A atividade foi um sucesso e parabenizamos aqueles que se esforçaram para sua organização, em particular ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) pela articulação de todas as regiões de Mato Grosso com assentamentos da reforma agrária. 

O evento contou com a presença de setenta feirantes, milhares de participantes, a venda de cinco toneladas de alimentos, o lançamento estadual do Plano Safra da Agricultura Familiar e a participação de importantes autoridades nacionais e estaduais. Além disso, o Festival da Cultura reuniu várias atrações e movimentou as noites para celebrar os trinta anos da organização do MST em Mato Grosso.

Apesar disso, representantes da extrema direita tentaram causar tumulto para criar vídeos visando destilar ódio na internet. Do mesmo modo, tivemos ataques diretos à UFMT e ao MST em perfis nas redes sociais. Essas iniciativas geraram uma sensação de insegurança em função das ameaças que se avolumaram – uma tentativa de intimidação à indispensável relação entre os movimentos populares e a universidade.

Mais grave ainda foram as agressões da Polícia Militar, que, na noite do dia 14 de agosto, encerrou o evento antes do previsto, sob alegação de “perturbação do sossego”. No dia seguinte, 15 de agosto, o cenário se agravou ainda mais. Houve uma batida policial truculenta, com armas apontadas para estudantes que estavam na praça do RU, próximo ao local onde estava a Tenda da Saúde e a ciranda para o cuidado das crianças que foram à Feira.

O Departamento de História vem a público repudiar veementemente os ataques que esse importante projeto de extensão sofreu. Sobretudo as ações da PM que ferem a autonomia da UFMT e violentam de maneira descabida os estudantes dentro do espaço universitário federal. Isso é inadmissível e, com isso, convidamos toda comunidade acadêmica a discutir qual é a política de segurança que desejamos. Certamente não é uma que ameaça com a violência do Estado o trabalho de técnicos, docentes e estudantes. 

 

 

Sexta, 29 Agosto 2025 10:58

Edital atualizado às 14h37 do dia 01/09 para inclusão de ponto de pauta conforme retificação (leia aqui)*

 

A Diretoria da Adufmat-Ssind, no uso de suas atribuições regimentais, convoca todos os sindicalizados para Assembleia Geral Ordinária PRESENCIAL a ser realizada no auditório da Adufmat-Ssind.

 

Data: 04 de setembro de 2025 (quinta-feira)

Horário: 13h30 (Cuiabá) com a presença mínima de 10% dos sindicalizados e às 14h, em segunda chamada, com os presentes.

 

Pauta:

1. Informes;

2. Análise de conjuntura;

3. Jornada contra a Reforma Administrativa;

4. Regras para representação no CONSEPE (23108.014306/2024-26);

5. Proposta de revisão do calendário acadêmico 2025/2 (SEI 23108.073905/2025-62).

 

A Assembleia será presencial e ocorrerá simultaneamente no auditório da sede de Cuiabá e nos campi do Araguaia e SINOP.

 

 

Cuiabá, 29 de agosto de 2025

Gestão Adufmat é pra lutar!

 

 

Quinta, 28 Agosto 2025 14:56

 

O ANDES-SN lançou, na manhã desta quarta-feira (27), o curta-metragem “Vida além do trabalho por um Brasil mais justo”. A atividade ocorreu no Armazém do Campo, em Brasília (DF), com representantes de entidades sindicais da Educação Federal e do movimento estudantil.

 

Lançamento do filme no Armazém do Campo reuniu dezenas de pessoas. Fotos: Eline Luz / Imprensa ANDES-SN

 

Realizado em parceria com a Cajuína Filmes e dirigido pelo cineasta André Manfrim, o filme faz parte da campanha nacional de mobilização pelo Plebiscito Popular por um Brasil mais justo. A produção busca fortalecer e ampliar o debate público sobre os efeitos perversos da jornada 6x1 — seis dias de trabalho para apenas um de descanso — estabelecida em diversos setores no país. 

O filme conta com as participações da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), que discute a batalha política pela redução da jornada de trabalho; do professor Ricardo Antunes (Unicamp), um dos maiores sociólogos do trabalho do país, que contextualiza historicamente a luta pelos direitos laborais; e de Luma Vitório (MST/Coordenação do Plebiscito Popular), que convoca toda a sociedade a se mobilizar.

Após a exibição do documentário, foi realizado um debate com as representações do ANDES-SN, da Fasubra, do Sinasefe e da UNE. As e os dirigentes responderam também questões da imprensa, sobre o filme, o Plebiscito Popular e as lutas do próximo período.

Bianca Borges, presidenta da UNE, destacou que o curta-metragem traz uma síntese muito importante do que é a realidade de milhares de trabalhadores e trabalhadoras de todas as faixas etárias do país. “Isso para nós é importante porque mostra como essa é uma luta, em última instância, civilizatória. A exploração da escala 6x1, do trabalho mal remunerado tem condenado gerações e gerações de brasileiras e brasileiros a uma vida que na verdade não é vida, é somente a luta pela sobrevivência. E a história nos convocou, felizmente, a estar mobilizados em torno dessa pauta, construir esse Plebiscito Popular, que é um dos nossos grandes acertos em muito tempo”, afirmou.

A dirigente estudantil destacou a importância do Plebiscito em promover a consciência da necessidade de lutar por direitos, por justiça e dignidade para quem estuda e para quem trabalha. “Hoje nós celebramos esse bonito documentário, e reforçamos a importância de levar adiante essa agenda do Plebiscito, que tem se mostrado uma ferramenta poderosíssima. Muito avançamos até aqui, mas estamos aquém da nossa meta. Convocamos todas as entidades que estão aqui a intensificar a mobilização”, acrescentou Bianca, lembrando que este 24 de agosto marca um dia nacional de mobilização unificada do setor da Educação. 

O presidente do ANDES-SN, Cláudio Mendonça, reforçou a importância da luta unitária e lembrou de outras mobilizações conjuntas construídas em períodos recentes, como o Tsunami da educação de 2019, que uniu a juventude e trabalhadoras e trabalhadores da Educação. “Temos construído inúmeras lutas, lembro que nós construímos uma luta muita importante contra a extrema direita que foi o grande levante da juventude e da Educação em maio de 2019, com atos de rua maciços, que foi talvez o primeiro ato maciço contra o governo Bolsonaro. Isso mostra que quando a gente está em unidade, a gente consegue enfrentar essa conjuntura desfavorável”, afirmou.


 

 

O docente resgatou o trecho de uma canção composta por Caetano Veloso e Gilberto Gil, famosa na voz do grupo Os Mutantes, para explicar o desafio posto ás entidades a frente do Plebiscito Popular. “A frase diz o seguinte ‘mas as pessoas na sala de jantar são ocupadas em nascer e morrer’. Eu diria que nosso desafio é fazer com que o conjunto de trabalhadoras e trabalhadores não tenha a sina de apenas nascer, trabalhar e morrer, mas que entenda que é dignidade humana você usufruir do lazer, que seja público e que possa de fato permitir que a consciência da juventude e do conjunto dos trabalhadores e das trabalhadoras supere o tempo abstrato, o tempo do capital, o tempo que é mercantilizado e que acaba sendo apropriado e reproduzindo a lógica do capitalismo”, refletiu.

“Eu acho que aqui está presente um conjunto de lutadores e lutadoras que compreende esse desafio, e esse documentário é mais um elemento que vai nos ajudar a continuar debatendo, avançando as discussões e fazendo com que a gente dispute a consciência da juventude e da classe trabalhadora”, concluiu.

A secretária-geral do ANDES-SN, Fernanda Maria, pontuou a importância do lançamento do documentário e o debate sobre o Plebiscito Popular por um Brasil mais justo se dar em um espaço do Movimento dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST), um movimento cuja história se instaurou em plena ditadura empresarial-militar, na ocupação Encruzilhada Natalino, que colocou como central para a democracia a distribuição da terra. “Esse plebiscito coloca como central o processo de produção capitalista e a necessidade de nós, trabalhadores e trabalhadoras, reagirmos a esse processo de exploração que nos transforma em máquina e que nos arranca a nossa humanidade. Por isso, a importância de que a gente saia daqui e amplie, nesse momento de reta final do Plebiscito, a participação popular”, afirmou. 

A diretora do Sindicato Nacional refletiu sobre a realidade expressa no documentário, de um processo de produção que explora tanto as trabalhadoras e os trabalhadores, que não permite um tempo, um fôlego que permita se recompor no processo de reprodução social da vida. “Me lembra uma música do Chico Buarque ‘Pedro pedreiro penseiro, esperando o trem, esperando o aumento do ano passado para o mês que vem, a mulher do Pedro esperando um filho para esperar também. Pedro esperando a sorte, esperando a morte’. O capitalismo nos coloca esse desânimo, nos exauri. Não é à toa que exaustão é o termo complexo que nós usamos diariamente. O capitalismo nos coloca, no cenário da nossa subjetividade, o desânimo e a morte. Mas o Plebiscito mostra que é possível que a gente reaja, resista e produza uma alternativa de vida que não seja essa que não permite que a gente nos realize plenamente”, reforçou.

 

 

 

A docente lembrou que o Plebiscito Popular foi construído por aqueles e aquelas que vivem cotidianamente a exploração da jornada 6X1, e que buscam mudar essa realidade. “É um plebiscito fundamental para a democracia da nossa sociedade, porque ele não só coloca o fim da jornada exploratória do 6x1, como ele também coloca a democracia da tributação e necessidade da isenção de impostos para quem ganha menos. Significa que é um plebiscito que pensa a democracia a partir de nós, trabalhadores e trabalhadoras, logo é um plebiscito de enorme potência”, concluiu. 

Plebiscito Popular

Até o dia 7 de setembro, é possível participar do Plebiscito Popular e votar por um Brasil mais justo, seja online (clique aqui) ou presencialmente, em urnas espalhadas por todo o país (confira onde).

A proposta do Plebiscito é ampliar o debate popular pelo fim da escala 6x1, pela redução da jornada sem cortar salários, pela isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil e pela taxação maior para rendas acima de R$ 50 mil.

Após o fim da coleta, os votos serão sistematizados e entregues ao presidente da República, aos presidentes da Câmara e do Senado e ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), para pressionar por uma reforma tributária justa e por um Brasil mais igualitário e democrático.

Seções sindicais

As seções sindicais foram orientadas a garantirem urnas e mobilização para votação nas universidades, IFs e cefets no Plebiscito Popular, especialmente de 25 a 29 de agosto, com o objetivo de transformar esse período em uma semana de agitação e de defesa das propostas do plebiscito. Também deverão organizar a exibição local do documentário como forma de ampliar a divulgação do material e do debate acerca dos temas abordados.

 

CLIQUE AQUI PARA ASSISTIR AO CURTA

 

FONTE: Andes-SN

Quinta, 28 Agosto 2025 10:03

 

 

****

Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
 
****

 

Juacy da Silva*

 

 

O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, tem expressado, em diversas ocasiões, consistentemente, a necessidade de os países controlarem as big techs e regulamentarem a tecnologia, particularmente a inteligência artificial (IA). Ele argumenta que essas empresas têm uma "responsabilidade desproporcional" pelos danos que seus produtos causam ou podem causar, e que os modelos de negócio que lucram com a desinformação e o ódio devem ser não apenas controlados, mas expressamente coibidos, principalmente em nome dos direitos humanos e da saúde coletiva, marcadamente das crianças, adolescentes e jovens, ou até mesmo das pessoas idosas, que são grupos extremamente vulneráveis em todos os países e que mais sofrem as consequências dessas ações e negócios, como se estivessem em um mundo sem leis e normas de convivência.

Neste sentido, a postura de Guterres reflete a crescente preocupação global sobre o poder dessas big techs e a falta de regulamentação das grandes empresas de tecnologia, especialmente em relação ao impacto de suas plataformas na sociedade e à rápida evolução da IA.

A ONU tem buscado promover o diálogo e a cooperação entre governos, empresas e sociedade civil para enfrentar esses desafios e garantir que a tecnologia seja usada de forma ética, responsável e que garanta os direitos humanos e a dignidade humana.

Além do Secretário-Geral da ONU, também o Papa Leão XIV já, em diversas ocasiões, tem enfatizado que tanto a inteligência artificial quanto o uso das redes sociais e das plataformas digitais, bem como o espaço de atuação das big techs — enfim, o “mundo” tecnológico e digital e os próprios meios de comunicação — precisam estabelecer limites para as suas ações e, neste sentido, a dimensão ética e de respeito aos direitos humanos é o ponto central. Esses limites não podem ser apenas através da chamada “autorregulação”, que nem sempre atende aos princípios já amplamente aceitos como base para a atuação dessas corporações transnacionais.

As big techs são grandes empresas de tecnologia (grandes conglomerados econômicos transnacionais) que dominam o mercado digital global, mundial, como, por exemplo, Google, Apple, Amazon, Microsoft e Meta, e centenas de outras mais, e têm um impacto significativo nas sociedades e nas economias de todos os países.

As big techs são proprietárias das chamadas plataformas e “redes sociais”, que têm bilhões de usuários mundo afora, inclusive no Brasil, tais como Facebook, Instagram, LinkedIn, YouTube e outras mais.

O número de usuários das redes sociais no mundo, em 2024, era superior a 5,24 bilhões de pessoas, empresas e, inclusive, organismos públicos. As big techs/redes sociais têm o maior arquivo de dados de pessoas e instituições do planeta, maior do que qualquer país possa conseguir. Isso nos aproxima da figura do “Big Brother”, descrito por George Orwell no livro 1984, publicado em 1948, que também foi transformado em um filme, alertando o mundo quanto ao uso da tecnologia para servir de base para regimes autoritários e totalitários, em detrimento das liberdades individuais das pessoas.

Por exemplo, em janeiro de 2024, o Brasil tinha cerca de 144 milhões de usuários ativos em redes sociais, o que representava 66,3% da população do país, de acordo com o relatório DataReportal. Este dado reflete a crescente importância da internet e das plataformas digitais na vida dos brasileiros, com grande parte do tempo online sendo dedicado às redes sociais e outras atividades na internet.

Conforme Juliana Diana, professora de Biologia e Doutora em Gestão do Conhecimento, as redes sociais são espaços virtuais onde grupos de pessoas ou empresas se relacionam através do envio de mensagens, da partilha de conteúdos ou como consumidores dos mais variados serviços públicos ou privados, entre outros.

Mesmo que a adesão das pessoas a essas plataformas e redes seja feita de forma gratuita e voluntária, razão pela qual têm uma grande massa de usuários no mundo, as big techs usufruem deste uso e ganham muito dinheiro. A cada ano ampliam seus lucros e domínios econômicos, tecnológicos, financeiros, sociais e políticos. São grandes corporações transnacionais que geralmente julgam-se acima do bem e do mal, inclusive querem estar acima da soberania dos países e de seus ordenamentos jurídicos, e resistem a serem controladas e fiscalizadas.

Só para termos uma ideia do poder dessas big techs, apenas as cinco maiores delas representam, em termos de valor de mercado, valor superior ao PIB de centenas de países juntos.

O valor de mercado das cinco maiores big techs, no final de janeiro de 2024, era de US$ 10,5 trilhões, ou seja, se essas empresas fossem um país (valendo ressaltar que todas são empresas norte-americanas), este valor seria o quarto maior PIB mundial, perdendo apenas para os Estados Unidos, cujo PIB nominal em 2023 foi de US$ 27,0 trilhões; para a China, que vem a seguir em segundo lugar com um PIB de US$ 17,8 trilhões; e para a União Europeia (27 países), com US$ 15,8 trilhões.

A seguir, vejamos o tamanho do PIB de alguns países: Alemanha, o terceiro país entre as dez economias mundiais, com US$ 4,4 trilhões; Japão, em quarto lugar com US$ 4,2 trilhões; Índia, em quinta posição com US$ 3,7 trilhões; e o Brasil, na nona posição, com US$ 2,1 trilhões.

O valor de mercado das cinco maiores big techs, no final de janeiro de 2024, era o seguinte:

  • Apple: US$ 3,0 trilhões

  • Microsoft: US$ 3,0 trilhões

  • Google: US$ 1,9 trilhão

  • Amazon: US$ 1,6 trilhão

  • Meta (Facebook): US$ 1,0 trilhão

As dez maiores big techs têm um valor de mercado simplesmente impressionante. Em 2024, a soma chegava a US$ 18,9 trilhões, valor maior do que o PIB da China, o segundo maior do planeta naquele e neste ano também.

Vale ressaltar que, no final de 2023, apenas 19 países tinham PIB acima de US$ 1 trilhão. Ou seja, 175 países e territórios autônomos tinham PIB nominal (Produto Interno Bruto) menores do que o valor de mercado da quinta colocada no ranking das big techs.

Impressionante, por exemplo, é que o PIB do Brasil, que é a nona maior economia do planeta, com mais de 213 milhões de habitantes, representa apenas 20% do valor de mercado dessas cinco big techs. Isto é algo para refletirmos sobre o domínio e a hegemonia não apenas desses grandes conglomerados transnacionais, mas, principalmente, sobre o poder dos países onde elas estão situadas e quais as implicações geopolíticas e geoestratégicas no contexto das relações internacionais — e o que tudo isso tem a ver com a soberania de cada país, seja em termos de comércio internacional, de organização e ordenamento jurídico, de poderio militar e de ingerência nos “negócios” internos de cada nação.

Esta é uma relação totalmente assimétrica (desigual), que nem mesmo o direito internacional e as ações de organismos internacionais como a ONU e suas agências especializadas conseguem estabelecer normas e formas de convivência civilizada e democrática no contexto internacional — razões maiores para a falência do multilateralismo diante das ações e decisões de quem se julga, muitas vezes, ou na maior parte das vezes, acima dos demais países e sempre pode mais.

Diante disso, a regulamentação e o estabelecimento de limites às plataformas digitais, redes sociais e big techs são uma necessidade em todos os países, antes que os regimes democráticos sucumbam diante deste “poder invisível”, porém concreto, que tem donos bem conhecidos e que lucram bilhões e bilhões de dólares todos os anos, aumentando seus poderes e dando-lhes a ideia de que estão — e devem estar — acima das leis nacionais e do direito internacional.

Diante do avanço científico e tecnológico em curso, inclusive com o avassalador poder da inteligência artificial, podemos concluir, com toda a certeza, sem sombra de dúvida, que a divisão do mundo, a partir de agora e no futuro, será entre quem tem domínio nessas áreas e quem passará a ser apenas usuário de tais tecnologias.

Com este avanço, podemos concluir que estamos diante de uma verdadeira “guerra” tecnológica, cujo poder é imensamente maior do que todas as armas e artefatos militares, onde as big techs substituirão boa parte das atribuições “tradicionais” das Forças Armadas e estarão cada vez mais a serviço dos interesses e objetivos dos países hegemônicos. Esta já é — e será — uma nova forma de “colonização” e de domínio nas relações internacionais, e uma questão geopolítica fundamental.

Por isso, tanto no Brasil quanto em outros países, a regulação das big techs e das redes sociais, para que tenham limites dentro do ordenamento jurídico nacional, é fundamental para o fortalecimento das instituições democráticas em nosso país e faz parte da nossa SOBERANIA!

 

*Juacy da Silva, professor fundador, titular e aposentado da Universidade Federal de Mato Grosso, sociólogo, mestre em Sociologia, ambientalista, articulador da Pastoral da Ecologia Integral – Região Centro Oeste. E-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.; Instagram @profjuacy 

Quinta, 28 Agosto 2025 10:00

 

 

****

Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
 
****

 

Juacy da Silva*

 

“Queridos irmãos e irmãs! O tema para o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação deste ano, escolhido pelo nosso amado Papa Francisco, é “Sementes de Paz e de Esperança”. No décimo aniversário da instituição deste Dia de Oração, que coincidiu com a publicação da Encíclica Laudato Si, encontramo-nos em pleno Jubileu, “peregrinos de Esperança”. E é precisamente neste contexto que o tema adquire todo o seu significado.” Papa Leão XIV – Mensagem, Vaticano News, 30 de junho de 2025.

Essas serão as primeiras celebrações alusivas ao Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação e do Tempo da Criação que o Papa Leão XIV deverá participar e poder transmitir aos mais de 1,4 bilhão de fiéis católicos romanos espalhados pelos quatro cantos da Terra, além de mais de 300 milhões de católicos ortodoxos, além de 800 milhões de evangélicos, bem como 1,9 bilhão de fiéis não cristãos, sua mensagem alusiva a essas duas celebrações voltadas para um melhor cuidado com a natureza e com as pessoas, principalmente os pobres, oprimidos, injustiçados e excluídos tanto pelos problemas climáticos/ecológicos quanto pela ganância de uns poucos que tentam se apropriar de tudo o que é produzido pelos sistemas econômicos extremamente concentradores de renda, riqueza e propriedade.

Conforme o Movimento Laudato Si, “O Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação acontece no dia 1º de setembro. Ele celebra o Deus Criador e o grande mistério da criação do cosmos, ao mesmo tempo que nos incentiva a curar nossa relação com a criação. É um dia que nos ajuda a refletir sobre o próprio ato da criação, mistério fundacional da nossa fé. Inspirado em ricas tradições, este dia também é conhecido como Dia da Criação ou Festa da Criação, e foi adotado pela Igreja Ortodoxa em 1989, o Conselho Mundial de Igrejas em 2008, a Comunhão Anglicana e a Igreja Católica em 2015. Este dia de oração alimenta o TEMPO DA CRIAÇÃO mais abrangente, que flui a partir dele e vai de 1º de setembro a 4 de outubro, festa de São Francisco.”

Coube ao Papa Francisco, na esteira de seu Magistério voltado para a Ecologia Integral, quando sempre enfatizou que “tudo está interligado, nesta Casa Comum”, incluir oficialmente no calendário da Igreja, em 2015, não apenas este dia especial, mas estendendo essas celebrações e reflexões sobre a saúde do planeta (a nossa Casa Comum), como oportunidade para as Igrejas locais, de uma forma ecumênica e inter-religiosa, não apenas refletirmos sobre o sentido e o significado dessas celebrações, mas também encontrarmos caminhos comuns que nos levem às ações sociotransformadoras e de mobilização profética para a restauração do que já foi destruído e, também, caminhos que representem mudanças profundas em nossos hábitos e práticas degradadoras do meio ambiente, respeitando, inclusive, o direito que as próximas gerações têm em relação a um mundo ambientalmente sustentável e com mais inclusão, equidade e dignidade humana.

Antes de ter sido internado e falecer, o Papa Francisco, no início deste ano, já havia definido o tema e os objetivos para orientar essas duas celebrações, principalmente o Tempo da Criação que vai de 1º de setembro até 4 de outubro, Dia de São Francisco de Assis, o Patrono da Ecologia Integral e dos animais, de quem Jorge Mario Bergoglio, ao ser eleito Papa, tomou o nome (Papa Francisco).

Assim, coube ao Papa Leão manter as decisões e grande parte das preocupações de Francisco, como os aspectos básicos de sua mensagem de 30 de junho último, dirigida inicialmente à Igreja Católica Romana, da qual Ele é o Pastor, e também às demais Igrejas e Religiões, para que, unidas, as diversas religiões possam ser uma força transformadora de resgate, restauração dos biomas e ecossistemas que já foram e ainda estão sendo destruídos, mas também inserir essas preocupações e exortações nos contextos da Justiça Social, da Doutrina Social da Igreja e da Justiça Climática, dimensões fundamentais para que mudanças profundas possam também acontecer em nossos sistemas econômicos, de relações de trabalho e de produção, e a garantia dos direitos humanos, único caminho para uma paz verdadeira, que o Papa Leão denomina de PAZ DESARMADA.

Assim, a mensagem do Papa Leão XIV para o Tempo da Criação de 2025, com o tema "Sementes de Paz e Esperança", é bem clara e não deixa dúvidas quanto à responsabilidade dos cristãos em geral e dos católicos romanos em particular, sendo, pois, um apelo claro e direto à ação contra a destruição ambiental e a injustiça social, convidando os fiéis a serem sementes de transformação e a defenderem a justiça ambiental e a solidariedade para construirmos um futuro sustentável, especialmente no contexto do Jubileu de 2025 (Peregrinos de Esperança).

Nesta mensagem, Leão XIV insere exortações, deixando ver tanto a importância da Justiça Climática em meio às consequências que a destruição dos biomas, dos ecossistemas, enfim, da biodiversidade, das águas, dos solos, das florestas, do ar impõe sofrimento e morte, principalmente aos pobres e excluídos, que são os mais afetados.

Para sarar, curar o nosso planeta, nossa Casa Comum, são necessárias ações concretas e não apenas orações — importantíssimas, claro —, mas fazendo ver que as transformações ocorrem a partir das ações concretas e da mobilização profética.

Vejamos um trecho desta mensagem de Leão XIV: “A justiça ambiental — implicitamente anunciada pelos profetas — já não pode ser considerada um conceito abstrato ou um objetivo distante. Ela representa uma necessidade urgente que ultrapassa a mera proteção do ambiente. Trata-se verdadeiramente de uma questão de justiça social, econômica e antropológica. Para os que creem em Deus, além disso, é uma exigência teológica, que para os cristãos tem o rosto de Jesus Cristo, em quem tudo foi criado e redimido. Num mundo onde os mais frágeis são os primeiros a sofrer os efeitos devastadores das alterações climáticas, do desflorestamento e da poluição, cuidar da criação torna-se uma questão de fé e de humanidade.”

Em outro trecho da mensagem, seu apelo e exortação são bem claros e não deixam dúvida de que cuidar da natureza, respeitar os limites da natureza e também mudar os sistemas econômicos e relações de trabalho é um imperativo para os cristãos em geral e para os católicos em particular. Diante disso, a OMISSÃO perante os pecados ecológicos, ou seja, os crimes ambientais e práticas que promovem a degradação ambiental e a exclusão social, a exploração dos trabalhadores, além de injustiça social, é também injustiça climática.

Esta exortação é bem clara ao enfatizar que: “Chegou verdadeiramente o tempo de dar seguimento às palavras com obras concretas. «Viver a vocação de guardiões da obra de Deus não é algo de opcional nem um aspecto secundário da experiência cristã» (ibid., 217). Trabalhando com dedicação e ternura, muitas sementes de justiça podem germinar, contribuindo para a paz e a esperança. Por vezes, são precisos anos para que a árvore dê os primeiros frutos, anos que envolvem todo um ecossistema na continuidade, na fidelidade, na colaboração e no amor, sobretudo se este amor se tornar um espelho do Amor oblativo de Deus.”

Neste TEMPO DA CRIAÇÃO de 2025 que se avizinha, imagino que caberia à Igreja local no Brasil, presente em todo o território nacional, diante de tantos desafios socioambientais e diante de eventos importantes que ainda estão para acontecer, como a COP30, em que a Igreja estará presente “levando” sua mensagem e abrindo espaço de diálogo com organismos públicos e também inúmeras organizações da sociedade civil que também se preocupam e lutam por Justiça Ambiental e mudanças nos paradigmas desta ECONOMIA DE MORTE, como tanto nos dizia o Papa Francisco, com a visão posta em novos paradigmas que embasem uma ECONOMIA DA VIDA e da Esperança, é fundamental que também esta mesma Igreja “faça o seu dever de casa”, que fiéis e a hierarquia eclesiástica passem por um processo concreto e real de conversão ecológica, individual e, principalmente, comunitário, demonstrando adesão a práticas e ações concretas sociotransformadoras e muita MOBILIZAÇÃO PROFÉTICA, visando agir junto aos poderes constituídos para a definição e implementação de políticas públicas voltadas para um melhor cuidado com a Casa Comum, neste território chamado Brasil, a partir de cada território eclesiástico.

A parte final da Mensagem do Papa Leão XIV não deixa dúvida quanto a um dos fundamentos de nossas ações sociotransformadoras e de mobilização profética ao mencionar que: “A Encíclica Laudato Si acompanha a Igreja Católica e muitas pessoas de boa vontade desde há dez anos: que ela continue a inspirar-nos, e que a ecologia integral seja cada vez mais escolhida e partilhada como caminho a seguir. Assim se multiplicarão as sementes de esperança, a serem “guardadas e cultivadas” com a graça da nossa grande e indefectível Esperança, Cristo Ressuscitado. Em seu nome, envio a todos vós a minha bênção.”

Além da mensagem do Papa Leão XIV para orientar a Igreja em suas celebrações globais e também locais (relembrando o “mantra” da importância de “pensarmos globalmente, mas agirmos localmente”), temos também o Calendário Ecológico que nos indica diversos momentos/dias também importantes para a realidade socioambiental em nosso país.

Durante os 40 dias do TEMPO DA CRIAÇÃO teremos diversos momentos especiais em que as Igrejas locais podem e devem refletir sobre a realidade socioambiental/ecológica em seus territórios, conforme podemos observar:

SETEMBRO
1º de setembro a 4 de outubro: Tempo da Criação
01 - Festa da Criação e momento de abertura do Tempo da Criação
01 - Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação
03 - Dia do Biólogo
05 - Dia da Amazônia
07 - Dia da Independência do Brasil
07 - Dia Mundial do Ar Limpo (Combate à poluição do ar)
11 - Dia Nacional do Cerrado
16 - Dia Internacional de Luta para a Preservação da Camada de Ozônio
19 - Dia Mundial de Luta pela Limpeza das Águas (ver também 22 de março)
21 - Dia da Árvore (ver também 21 de março e 17 de julho)
22 - Dia Nacional em Defesa da Fauna
25 - Dia da Bandeira dos ODS – Objetivos do Desenvolvimento Sustentável
29 - Dia Internacional de Conscientização sobre Perda e Desperdício de Alimentos (Dia Internacional do Desperdício Zero). Ver também 30 de março
29 - Dia Mundial dos Rios

OUTUBRO
01 - Dia do Vegetarianismo
03 - Dia Nacional da Agroecologia
04 - Dia de São Francisco de Assis
04 - Encerramento do Tempo da Criação
04 - Dia da Natureza

Como podemos perceber, temos muitos momentos relacionados à necessidade de aprofundarmos tanto as nossas reflexões quanto as nossas práticas, através de ações das diferentes pastorais, movimentos e organismos da Igreja, com destaque para a importância de que, em todos os territórios eclesiásticos (Arquidioceses, Dioceses e Comunidades Eclesiais de Base), a Pastoral da Ecologia Integral, que é uma pastoral de conjunto, uma pastoral transversal, possa estar devidamente presente, estruturada e promovendo essas ações sociotransformadoras, mobilização profética e também fortalecida pela espiritualidade ecológica tão enfatizada pelos Papas Francisco e, agora, Leão XIV.

Antes de concluir esta reflexão, gostaria de destacar parte da mensagem bem recente e ao mesmo tempo uma exortação de Leão XIV dirigida ao cardeal Pedro Ricardo Barreto Jimeno, presidente da CEAM - Conferência Eclesial da Amazônia, uma organização que reúne, além do episcopado, também leigos, agentes pastorais, mulheres e indígenas, bem como a todos os que recentemente estiveram reunidos em Bogotá, Colômbia, em que fica clara a responsabilidade da Igreja, não apenas no território amazônico, mas em todos os territórios do Brasil em que a mesma esteja presente: “Leão XIV convida todos os participantes do encontro que estão em Bogotá a refletirem sobre três dimensões que estão interconectadas na ação pastoral dessa região: a missão da Igreja de anunciar o Evangelho a todos os homens, o tratamento justo aos povos que ali habitam e o cuidado da Casa Comum.”

Oxalá tais “sementes” de esperança e de transformações profundas em nossos hábitos consumistas, de desperdício e de egoísmo possam ser transformadas profundamente, e nós, como cristãos, católicos, evangélicos e não cristãos, possamos parar um pouco e constatarmos que os desafios socioambientais, principalmente a crise climática e suas consequências, precisam ser enfrentados de forma efetiva e não apenas com palavras, belos discursos ou documentos que acabam apenas enfeitando arquivos.

Este é o único caminho que nos resta. O chamado “ponto do não retorno” já está presente neste momento; só não percebe quem não quer ver ou quem faz do negacionismo ecológico/ambiental sua “filosofia de vida” — e de morte!

 

*Juacy da Silva, professor fundador, titular e aposentado da Universidade Federal de Mato Grosso, sociólogo, mestre em Sociologia, ambientalista, articulador da Pastoral da Ecologia Integral – Região Centro Oeste. E-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.; Instagram @profjuacy 

Quarta, 27 Agosto 2025 15:21

 

 

Em reunião realizada nesta quarta-feira 27/08, representantes da Associação dos Docentes (Adufmat-Ssind), Sindicato dos Trabalhadores Técnicos-administrativos (Sintuf-MT) e servidores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) discutiram o processo de revisão do adicional de insalubridade. A principal deliberação foi o encaminhamento, até o dia 08/09, do conteúdo dos recursos individuais aos sindicatos para subsidiarem, também, uma representação coletiva.

 

A mobilização ocorre após uma série de problemas envolvendo o processo conduzido por uma empresa contratada pela UFMT para realizar as análises nos locais de trabalho. Segundo os sindicatos, há falhas graves tanto na metodologia utilizada quanto na forma como os dados foram divulgados, o que gerou a indicação de cortes dos adicionais de insalubridade de diversos servidores.

 

Entenda o contexto

 

Os servidores se reuniram na terça-feira da semana passada para debater o assunto em reunião ampliada, pois aviam enviado diversos questionamentos à Reitoria sobre os laudos, validados pela Secretaria de Assistência e Saúde do Servidor (SASS). Na quinta-feira, outra reunião, dessa vez entre os sindicatos, a Reitoria, a Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (Progep) e a SASS, revelou um desencontro de informações, pois a Reitoria afirmou que não recebeu os questionamentos via SEI – documento que motivou a reunião de terça-feira. A UFMT informou, na ocasião, que neste momento não há recursos pessoais e financeiros para reavaliar os casos, mas a empresa seguirá cumprindo o contrato firmado até a resolução dos questionamentos.

 

E os problemas são numerosos. Segundo os sindicatos vão desde a falha de metodologia, ausência de medição em determinados setores, instrumentos analisamos mesmo com calibração vencida, ausência de critérios claros para a definição dos graus de exposição, entre outros.

 

Recursos individuais e coletivos

 

Até o momento, apenas cinco recursos foram formalmente apresentados durante o período inicial, que não foi devidamente divulgado, segundo os representantes sindicais.

 

Na reunião desta quarta-feira mesmo, um docente falou que seu setor havia recebido as informações sobre os laudos no dia 26/08, ou seja, muito depois do primeiro prazo indicado para recurso.

 

De acordo com a reunião realizada na Reitoria, um novo prazo de 10 dias deverá ser aberto na próxima segunda-feira (01/09), permitindo que mais servidores contestem os resultados.

 

A orientação da Adufmat-Ssind e do Sintuf-MT é para que todos os servidores que se sintam prejudicados enviem seus recursos aos sindicatos até o dia 08/ 09, mesmo aqueles que não participaram da primeira etapa das avaliações ou que estiveram ausentes durante as medições. Esses processos devem ser protocolados via SEI, individualmente.

 

Mas além dos processos individuais, os sindicatos estão preparando um recurso coletivo, que será protocolado até 15/09, abordando questões técnicas e administrativas como as já citadas.

 

Docentes em cargos de direção também podem ter direito

 

Outro ponto discutido foi a perda automática do adicional para docentes que assumem cargos de direção, o que, segundo os sindicatos, não tem base legal. A legislação permite o acúmulo do adicional desde que o servidor continue atuando em ambientes insalubres. O tema será debatido no Grupo de Trabalho (GT) específico sobre a questão. A criação do GT foi acordada também na reunião de quinta-feira na Reitoria.

 

As medidas que serão debatidas no GT, no entanto, serão mudanças a longo prazo, explicou a coordenadora geral do Sintuf-MT, Marilin Castro, pois serão rediscutidos aspectos desde a compreensão da UFMT sobre a questão, até as necessárias alterações nas normas internas.

 

Segundo o diretor geral da Adufmat-Ssind, professor Breno Santos, as entidades não optaram por simplesmente suspender as medições devido à preocupação com a possibilidade de o corte dos adicionais já concedidos. “Há servidores que aguardavam esse reconhecimento há anos, e o cumprimento do direito não é retroativo. Mas aqueles que tiveram a suspensão indicada também não terão o direito cortado em setembro, já que haverá mais tempo para a apresentação dos recursos. Então os sindicatos decidiram por continuar atuando apenas sobre os casos em que o direito foi negado”, afirmou.

 

O advogado e assessor jurídico dos sindicatos, Jonathas Hosaka, destacou que os erros no processo se devem justamente pelo fato de os sindicatos terem sido excluídos de todo o procedimento e reforçou que há argumentos técnicos robustos para contestar os laudos.

 

A orientação final é que todos os servidores que consideram ter direito ao adicional de insalubridade (mesmo os que não participaram da última medição) devem apresentar suas demandas e/ou seus recursos administrativos à UFMT, via SEI, e enviar a argumentação até o dia 08/09 aos sindicatos pelos e-mails O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. e O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo., pois as solicitações individuais contribuirão para fortalecer a ação coletiva.

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Terça, 26 Agosto 2025 16:04

 

O relator do grupo de trabalho que discute a reforma Administrativa na Câmara Federal, deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), divulgou algumas das mudanças que devem estar na proposta que será apresentada para votação no Parlamento. Os pontos foram apresentados em diversas entrevistas a veículos da mídia comercial, ao longo desta semana. 

 

 

Setores do empresariado, seus representantes no Congresso Nacional, e o governo federal têm utilizado argumentos como “modernização do Estado” e “fim de privilégios” para justificar, como necessária, uma reforma que irá atacar direitos e precarizar serviços. Para o ANDES-SN, várias das medidas já apontadas, tanto pelo Ministério de Gestão e Inovação em Serviço Público (MGI) como pelo deputado Pedro Paulo, irão intensificar a exploração de servidoras e servidores, fragilizar as relações de trabalho, extinguir cargos, contribuir para o adoecimento laboral, o que, como consequência, irá piorar a qualidade dos serviços prestados à população.

O Sindicato Nacional alerta que, ao propor medidas que limitem, agravem ou extingam serviços públicos que dão acesso a direitos sociais - como Educação, Saúde, Segurança, Assistência - tanto governo como Parlamento atentam contra a democracia e contra a Constituição Federal. Por isso, é fundamental que a categoria docente, todo o funcionalismo público e a classe trabalhadora em geral sigam atentos e informados sobre as propostas que podem ser votadas ainda neste ano no Congresso Federal, e se mobilizem contra esses ataques.

De acordo com nota divulgada pelo Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos – PB) aconselhou o coordenador do GT, Pedro Paulo, a adiar a apresentação do relatório final da reforma Administrativa. O objetivo seria garantir tempo para articular apoio ao texto com as bancadas partidárias, antes mesmo de divulgar para toda a sociedade.

Com isso, a divulgação do Relatório, que estava prevista para acontecer nessa semana, deve ocorrer no final de agosto. “Mesmo sem a divulgação do Relatório, o texto base do GT já mostrou para que veio a Reforma Administrativa em curso: impor à lógica de mercado aos serviços públicos, esvaziando a sua função social e precarizando o trabalho dos servidores”, denuncia o Fonasefe, espaço do qual o ANDES-SN faz parte.

Como já adiantado pelo deputado Pedro Paulo, o GT acumulou 70 propostas finais, entre elas regras para avaliação de desempenho sob a lógica produtivista da iniciativa privada e ampliação das terceirizações. As propostas formuladas pelo Grupo serão divididas em três textos: um projeto de emenda constitucional, um projeto de lei ordinária e um projeto de lei complementar.

Para o Fonasefe, não só os servidores e as servidoras, mas todo o povo brasileiro precisa estar atento e mobilizado. “As articulações para a aprovação da Reforma Administrativa já começaram nos bastidores do Congresso Nacional. Uma reforma que irá prejudicar não apenas os servidores e as servidoras, mas toda a população que depende dos serviços públicos”, alerta o Fórum.

Confira as principais mudanças já anunciadas:

- Proposta de uma tabela única remuneratória de carreiras do serviço público. Estados e municípios editaram suas tabelas com base nessa referência. Haverá um prazo de dez anos de transição;
- Chefes dos Executivos das três esferas de governo terão 180 dias para preparar planejamentos estratégicos, com metas de indicadores que serão perseguidos para os quatro anos de governo, com foco na meritocracia;
- Criação de um sistema unificado de avaliação de desempenho para todos os Poderes e entes federativos, seguindo normas do MGI.
- A avaliação será individual e será um critério definidor da progressão na carreira; 
- Contratação temporária, por até 5 anos, para algumas áreas, como educação, com quarentena de 12 meses, por processo seletivo simplificado;
- Criação cadastro nacional de contratos temporários, que poderá ser utilizado por estados e municípios;
- Avaliação de desempenho durante o estágio probatório, quando a estabilidade não estará garantida;
- Todas as carreiras terão, no mínimo, 20 níveis de progressão até o cargo mais alto
- Bônus vinculado ao atingimento de metas estabelecidas pelo órgão para o qual o servidor ou a servidora trabalha. O valor não será incorporado ao salário;
- Possibilidade de um 14º salário para pagar o bônus de desempenho;
- Para determinadas carreiras, e em caráter extraordinário e limitado, será permitido concurso público para o ingresso no serviço público em carreiras em níveis intermediários mais altos e não apenas no início da carreira;
- O salário inicial da carreira terá que ser de, no máximo, 50% do salário final da carreira;
- Fim da criação de novas verbas indenizatórias por ato interno. Agora, toda nova verba indenizatória terá que passar por lei. Critérios mais restritos e objetivos serão exigidos. A proposta não listará um rol de exceções;
- Por acordo com o MGI, o direito de greve no Serviço Público não será tratado no pacote de medidas do GT. O Ministério deverá enviar proposta específica ao Congresso nos próximos meses.

Fonte: Andes-SN (com informações do Fonasefe)