Terça, 23 Julho 2019 13:43

 

Os ataques de Bolsonaro à Educação não param, mas a luta para enfrentar os absurdos desse governo de ultradireita também não. Estudantes, professores e técnicos administrativos se preparam para voltar às ruas no próximo dia 13 de agosto, quando estão convocando um dia de paralisação nacional.

 

 

 

A mobilização está sendo convocada por entidades dos professores e trabalhadores da educação e organizações estudantis, como CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação), Andes-SN, Fasubra, Sinasefe, UNE, Ubes, entre outras.

 

reunião da Coordenação Nacional da CSP-Conlutas, realizada de 5 a 7 de julho, aprovou o apoio e participação de suas entidades neste dia de luta e defende que a data seja incorporada por todas as centrais sindicais para transformar a mobilização num dia de greve geral no país em defesa da Educação, bem como contra todos os ataques do governo ao conjunto da classe trabalhadora, como a Reforma da Previdência.

 

Bolsonaro vai destruir a Educação pública

 

A situação da educação no país é cada vez mais preocupante. Ao invés de resolver os problemas históricos do setor, cuja realidade é de escolas sucateadas, má qualidade de ensino, professores mal remunerados e baixo acesso ao ensino superior, a postura de Bolsonaro e de seu ministro Abraham Weintraub é de desprezo total pela Educação.

 

Em seis meses de governo, a política adotada até agora é de destruição da educação pública, seja com ataques à Educação Básica (ensino fundamental e médio), seja às universidades.

 

Não bastassem os cortes anunciados ainda no início do ano no valor de R$ 5,7 bilhões, a imprensa noticiou nesta segunda-feira (15), com base em dados oficiais do governo, que Bolsonaro paralisou as ações voltadas para a Educação Básica no primeiro semestre deste ano. O corte no repasse de verbas afetou áreas como educação integral, creches, escolas rurais, alfabetização e ensino técnico.

 

Se depender desse governo, a juventude também não terá acesso às universidades. O atual ministro assumiu com críticas às universidades e anúncio de cortes que afetaram bolsas de estudo, pesquisas, assistência estudantil, transporte e até bandejão. A mais recente proposta é fazer com que as universidades públicas deixem de ser autarquias, para que sejam todas privatizadas e passem a cobrar mensalidades. Um ataque brutal que vai impedir milhões de estudantes de terem acesso ao ensino superior.

 

Leia também: Bolsonaro quer acabar com universidades públicas e gratuitas, Andes-SN lança manifesto e defende greve em 13 de agosto

 

Por uma nova Greve Geral

O dia 13 de agosto será, portanto, um dia de tomar as ruas e realizarmos um novo “tsunami” contra os ataques desse governo de ultradireita, a exemplo das manifestações que tomaram as ruas do país nos dias 15 e 30 de maio.

 

Mas, além da pauta da educação, temos ainda a luta contra a Reforma da Previdência. O projeto da reforma foi aprovado em 1° turno pela Câmara dos Deputados, mas ainda terá de passar por uma segunda votação na Câmara antes de ir para o Senado, onde também terá de ser votada em dois turnos. Portanto, a luta para impedir que essa reforma seja aprovada ainda não acabou. É hora de botar pressão total sobre os 379 picaretas que votaram pelo fim das aposentadorias.

 

“O dia 13 de agosto deve ser a referência para construção de uma paralisação nacional em todos os setores. Para isso, é preciso que as Centrais abram mão de priorizar as negociações no parlamento e intensifiquem a luta contra essa reforma nas ruas”, defendeu o integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Paulo Barela.

 

 Fonte: CSP - Conlutas

Terça, 23 Julho 2019 11:36

 

Professores, estudantes e técnicos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) realizaram uma manifestação no entorno instituição no final da tarde dessa segunda-feira, 22/07. A ideia foi chamar a atenção da população mais uma vez para os riscos que a universidade corre a partir das sugestões de intervenção na administração e privatização.

 

O ato teve início com um abraço simbólico à universidade. De mãos dadas, os presentes circularam o símbolo da instituição que serve a população mato-grossense há 49 anos. Suas contribuições vão desde a formação de profissionais das mais diversas áreas, passando pela produção de pesquisas e desenvolvendo tratamentos diversos na área da saúde, alertando para os riscos que a utilização de agrotóxicos trazem à população e ao meio ambiente, além da oferta de mais de 800 projetos de extensão que disponibilizam cursos de línguas, música, atividades físicas, cuidados com a saúde física e mental de jovens, adultos e idosos, entre outras.

 

“A universidade está em praticamente todos os espaços. Até mesmo cursos de formação de policiais no estado têm a contribuição de professores e pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso”, lembrou o professor Reginaldo Araújo, diretor a Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior – Sindicato Nacional (ANDES-SN), durante o ato.

 

A função social da universidade, no entanto, está ameaçada. Utilizando o discurso da "má gestão" para turvar o histórico de cortes de recursos na Educação e se eximir da culpa, o governo federal tem demonstrado que pretende indicar alguém de afinidade política para assumir a Reitoria da universidade (como já fez em outros estados) devido à exposição da falta de recursos, além de privatizar a universidade pública.

 

A comunidade acadêmica, representada pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE), Associação dos Docentes - Seção Sindical do ANDES (Adufmat-Ssind) e Sindicato dos Trabalhadores Técnico- administrativos (Sintuf/MT) repudia tanto a ideia de haver um interventor na instituição quanto a proposta de alterar o caráter público e gratuito da universidade, a partir do projeto Future-se.

 

“Nós não vamos admitir que ninguém mais, além da própria comunidade acadêmica, indique quem vai administrar a instituição, porque é assim que funciona numa democracia. Da mesma forma, não vamos aceitar que privatizem a universidade. Haverá resistência. Nós ocuparemos as ruas todas as vezes que for necessário”, disse o diretor geral da Adufmat-Ssind, Aldi Nestor de Souza.

 

Após o abraço, os participantes saíram em marcha pela lateral da UFMT em direção à Avenida Fernando Corrêa, dialogando com a população no entorno da instituição. Muitos estudantes declararam que não teriam condições financeiras para custear qualquer curso na iniciativa privada, ao mesmo tempo em que ressaltaram a qualidade evidente dos institutos públicos de ensino superior.  

 

Outras manifestações devem ocorrer nos próximos dias, considerando que a própria comunidade acadêmica determinou o início do "estado de mobilização permanente" desde que o corte de energia, efetuado no dia 16/07, passou a ser utilizado pelo governo federal e seus apoiadores para justificar a possibilidade de intervenção política na instituição.

 

Além do ato público no final da tarde, às 19h a comunidade acadêmica se reuniu no auditório da Adufmat-Ssind para estudar o projeto "Future-se", já apelidado “Fature-se”.

 

 GALERIA DE IMAGENS

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Terça, 23 Julho 2019 10:28

 

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Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
 
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Roberto de Barros Freire*

 

Cada dia que passa, mais visível vai ficando o ditador na pele de presidente. Bolsonaro quer determinar que filmes devemos ver ou produzir, que os dados dos organismos de pesquisas que informam a todos a realidade das ocorrências – fome no Brasil e aumento do desmatamento na Amazônia (que de forma mentirosa o presidente diz ser uma mentira) – sejam submetidos ao seu escrutínio, permitindo ou não que tais informações atinjam a todos. Ele quer “filtrar” – censurar, proibir, perseguir – as informações que podemos ou devemos ter. Se considera o único detentor da verdade: nem organismos científicos reconhecidos internacionalmente, nem pesquisas realizadas com todo rigor possível e desejável, mas a sua opinião, ou seu julgamento, enfim, ele está acima de tudo e de todos, e quer determinar o que é certo, o que realmente ocorre, o que é verdadeiro ou falso. Que filmes podem ou não serem realizados.


Isso é inadmissível numa democracia, suas opiniões preconceituosas contra pessoas e organismos, seu julgamento raso, estúpido, ignorante, rústico e rasteiro está levando esse país para um descrédito internacional, denigrindo nossa imagem que já não é lá muito confiável, pelas constantes tentativas de nossos governantes de imporem suas idiossincrasias a todos, de negarem a realidade, como se pudessem enganar os estrangeiros, quando muito só ludibria os nacionais mais tolos.


Contra o aumento do desmatamento, sua proposta é o fim ou a censura a pesquisa que revela o fato, enfim, quer jogar fora o termômetro ao invés de erradicar a febre. Com a fome, apenas nega sua existência e acredita que com isso está encerrado o problema. Tem alguma proposta para mitigar a fome ou o crescimento do desmatamento? Sobre isso nada fala, fala contra os pesquisadores que levantaram esses dados, sobre a imprensa que só pega coisa negativa do seu governo, ou ainda resmunga pelo fato de ter sido o último a saber, como se fosse marido traído, quando os organismos estão alertando para o aumento do desmatamento no governo Bolsonaro desde o início, pois que liberou geral: não há mais multa, não mais investigação, não há mais problemas com os desmatamentos, há apenas pessoas que precisam aparentemente sobreviver da natureza, arrasando tudo que está a sua frente. O fato é que nada fez com os dados diariamente atualizado, ignorou solenemente enquanto pode, e negou o fato depois de não mais se poder esconder do público, pois que pertencem ao domínio público como ocorre nas democracias.


Ao invés de nos mostrar o que pretende fazer para diminuir o desmatamento, o que pretende fazer para acabar com a fome, como pretende melhorar nossos índices que não se alteram só com o seu discurso raivoso contra a verdade dos fatos, ocorre um silêncio, ou então começa a berrar seus preconceitos contra alguma outra coisa, por exemplo, contra os nordestinos, contra repórteres, contra professores, contra setores sociais. Ofender e maldizer é o que mais faz, depois de ficar flauteando pelo mundo e pelo Brasil com verbas federais participando de comemorações. Quando vai começar a trabalhar????


Ora, o sonho de todo tirano como Bolsonaro é exatamente censurar e controlar as informações que não pertencem apenas ao presidente, pois que são informações de interesse de todos e não apenas dos governantes. Todos nós temos direito a informações verdadeiras e corretas, realizadas por organismos competentes e reconhecidos. Bolsonaro sempre teve acesso privilegiados a essas informações, o que ele fez, foi solenemente ignorar e amaldiçoar os organismos de pesquisas, achando que sabe mais do que todos a verdade da Amazônia.


Só há uma forma de mostrar ao mundo que estamos realmente preocupados com o meio ambiente, quando mostramos ações protegendo-o, quando Bolsonaro só apresenta liberações e modificações na legislação ambiental para permitir a ampliação do desmatamento. Eis o que é claro e cristalino em suas ações. Quem mais combate o meio ambiente inclusive é o ministro do meio ambiente, alguém com processo ambiental nas costas.


Creio que nada é mais simbólico de uma tirania do que o fato dos governantes quererem determinar os produtos culturais, o que censurarão e o que permitirão que ocorra. O fato de Bolsonaro querer interferir no cinema nacional revela o ditador medíocre que o habita, que tenta disfarçar, mas que reaparece a todo momento, quando emite suas opiniões atrasadas e preconceituosa.
 
*Roberto de Barros Freire
Professor do Departamento de Filosofia/UFMT
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Sexta, 19 Julho 2019 19:52

 

Segunda-feira, 22/07, também será dia de luta em defesa da universidade pública e gratuita. A Adufmat-Ssind convida toda a comunidade acadêmica para participar do:

16h - Abraço à UFMT (concentração na Praça do RU)
19h - Debate sobre o Future-se (no auditório da Adufmat-Ssind)

Sexta, 19 Julho 2019 17:29

 

Não foi com surpresa que docentes participantes do 64º Conselho do ANDES-SN receberam, na semana passada, a notícia de que o governo federal anunciaria um plano de autofinanciamento às instituições de ensino superior. Afinal, as mentiras de que as reformas Trabalhista e da Previdência (e, muito em breve, a Tributária) salvariam a economia do país não se sustentariam por muito tempo. Além disso, o perfil mercadológico da Presidência sempre esteve evidente, assim como seu ódio ao conhecimento e à educação pública.

 

O que não causou surpresa, no entanto, causou profunda tristeza. Verificar os ataques denunciados há anos sendo aplicados ao serviço público em níveis tão profundos fez elevar o sentimento de indignação daqueles que dedicam suas vidas ao ensino, e sinalizou que é hora de intensificar ainda mais a resistência.

 

Por isso, mais do que um dia de paralisação e mobilização nacional, como será o 13/08 - já convocado por entidades da Educação -, os docentes dos Institutos Federais de Ensino Superior decidiram iniciar, nas bases, o debate sobre a construção de uma greve de categoria por tempo indeterminado. Assim, se as universidades não pararem no segundo semestre pela falta de condições provocada pelas sufocantes políticas do Governo Bolsonaro, pararão como forma de protesto contra essas políticas.

 

Os professores da Universidade Federal de Santa Maria já aprovaram e levarão ao ANDES-SN a proposta de que 13/08 seja definido, além de um dia nacional de lutas, como indicativo de greve da categoria. Mas os docentes iniciarão, de fato, o debate sobre greve na próxima reunião de setor, marcada para o dia 27/07. Enquanto isso, assembleias gerais devem ser realizadas em todos os estados e institutos federais de ensino.  

 

Para o diretor geral da Adufmat-Ssind, Aldi Nestor de Souza, o CONAD cumpriu seu papel de fortalecer e intensificar a luta contra a Reforma da Previdência, em defesa da Educação Pública, da liberdade de cátedra, pela revogação da Emenda Constitucional 95/16 (teto dos gastos), entre outros pontos. “O CONAD serviu para a gente pensar quanto trabalho nós temos pela frente e nos organizar para o que vem por aí, como essa proposta de autofinanciamento anunciada para as universidades federais. Isso acontece num momento em que parte da sociedade se sente confortável para atacar as instituições de ensino superior, sem constrangimento nenhum em dizer que elas devem ser privatizadas. E isso é resultado de uma longa construção que levou as pessoas a elegeram um governo com essa pretensão. Nosso trabalho, portanto, será muito mais árduo, e o segundo semestre desse ano será de intensa luta”, afirmou o docente.      

 

A vice-diretora geral do sindicato, Quélen de Lima Barcelos, participou pela primeira vez do CONAD, e destacou a organização do evento, bem como o exercício democrático construído ao longo dos anos pela categoria, na tentativa de que todas as contribuições fossem expostas e debatidas. A docente, lotada na UFMT de Sinop, relacionou as discussões do evento sobre as disputas de projeto de universidade e de sociedade com a realidade que encontrou ao voltar para o campus no qual trabalha. “Retornei a Sinop com muitas dúvidas sobre como construir a unidade num ambiente tão binário. Logo no dia seguinte, tivemos um corte de energia exatamente no momento em que a Reitoria falava sobre a política de gestão do restaurante universitário em uma reunião aberta no campus. O motivo do corte, segundo a Reitoria, foi a falta de recursos provocada pelo contingenciamento realizado pelo governo. Já o ministro da educação soltou nota declarando que o corte ocorreu por má gestão administrativa da UFMT. O impacto imediato deste dia na comunidade acadêmica foi, mais uma vez, o confronto de argumentos entre os que acreditam na má gestão da reitora, que o ensino superior deve se tornar privado, orientado pelos interesses do mercado, e aqueles que não aceitam a perda da qualidade nem da gratuidade do ensino superior. Este dia foi o mais difícil que presenciei durante a minha vida acadêmica”, afirmou Barcelos.  

 

Os números atualizados do Conselho registraram a participação de 238 pessoas, representando 64 seções sindicais, sendo 62 delegados, 134 observadores, 38 diretores do ANDES-SN e quatro convidados, de outras entidades.

 

Outros encaminhamentos do 64º Conselho do ANDES-SN

 

Os cinco dias de intenso debate resultaram numa série de deliberações que visam fortalecer a luta dos docentes do ensino superior no âmbito federal, estadual e municipal. Além do início do debate sobre uma greve da categoria, alguns dos outros encaminhamentos foram:

 

- Inserir o dia 13/08 no calendário como Dia Nacional de Luta em Defesa da Educação Pública, o dia 17/10 como Dia Nacional de Combate ao Assédio, e o dia 22/11 como Dia Nacional de Combate ao Racismo;

 

- Escrever um Manifesto de Alerta em Defesa do Ensino Superior Público e Gratuito (leia aqui).

 

- Que a categoria avalie em assembleias e GT’s a participação na Marcha das Margaridas, já para o dia 14/08 e, futuramente, a inserção do evento no calendário de atividades do ANDES-SN;

 

- Intensificar a luta por melhorias salariais da categoria;

 

- Fortalecer a luta contra a Reforma da Previdência e pela revogação da EC 95/16;

 

- Construir o IV Encontro Nacional da Educação (ENE), para que seja realizado em 2021;

 

- Que o ANDES-SN intensifique a luta pelo reenquadramento dos aposentados na carreira docente com ações políticas e jurídicas (proposta defendida pelo professor Tomás Boaventura, membro do GTSSA/ Adufmat-Ssind e parte da delegação do sindicato no evento);

 

- Atuar, por meio da CSP-Conlutas, no Fórum Sindical Popular e de Juventudes por Direitos e Liberdades Democráticas, em defesa da Previdência Pública, da educação pública, e de todos os direitos da classe trabalhadora.

 

- Estimular as seções sindicais a participarem do IV Congresso da CSP-Colutas, que será entre os dias 15 e 18/08/19.

 

- Lutar pela revogação do Decreto 9.794/19, que ataca a autonomia da universidade na medida em que transfere para a Presidência da República, para a Casa Civil e para o Ministério da Educação as indicações de pró-reitores, decanos e diretores das universidades;

 

- No GTPAUA: debater o meio ambiente e a ocupação das cidades de forma ampla, desvendando as políticas neoliberais de Bolsonaro;

 

- No GTC&T: discutir a produção de pesquisas numa perspectiva que realmente interesse ao projeto de sociedade que interessa aos trabalhadores, denunciando instituições que visam mercantilizar a ciência.              

 

- No GTCA: estudar melhor a comunicação de redes para compreender seus algoritmos e terminologias.

 

Essas e outras deliberações do 64º CONAD serão disponibilizadas pelo ANDES-SN nos próximos dias, no Relatório Final do encontro, mas também podem ser encontradas na Carta de Brasília, já divulgada pelo sindicato nacional (clique aqui para ler a carta de Brasília).

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Sexta, 19 Julho 2019 11:03

 

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Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
 
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Por Roberto de Barros Freire*
 

Que saudade da esquerda.... dela nada se ouve, pouco se sabe e se espera. Quais são suas propostas para a triste situação nacional? Que projeto defendem? Quando muito se sabe o que atacam, de forma fraca, inconsistente e quase sem repercutir pela sociedade.


Não! Não desejo a volta do PT ao poder, mas sinto falta daquele discurso defendendo escola, saúde e emprego, aquela luta pelo fim da desigualdade, aquela ideia utópica de igualdade de todos. Ainda que em grande parte possa ser tudo uma bobagem, acho importante que as diversas vozes sejam manifestadas, mesmo vozes equivocadas, pois a multiplicidade dos dizeres, tornam a fala de todos mais interessante. Hoje só se fala de previdência.....


E não vejo problema em haver vozes majoritárias, mas há problemas quando há apenas um discurso frequentando a praça. Há problemas quando pessoas se movimentam para impedir que outras pessoas se manifestem e que outras pessoas possam compartilhar dessa manifestação.


Naturalmente, a direita vitoriosa e sentindo a fraqueza da esquerda, se aproveita do momento e ocupa os espaços públicos, se não calando, inibindo bastante as antigas vozes esquerdistas. No entanto, ainda que possa haver uma pressão forte da direita para calar a esquerda, o fato é que a esquerda se calou, pois que falava até na ditadura, quando aí sim havia um forte motivo para se calar.


Parece não ter proposta, nem projeto, nem fins, nem princípios. Não deveria ter iniciado um movimento contra a perseguição de ideia ocorrida na FLIP ou agora em Santa Catarina? Não deveria encabeçar uma luta pela liberdade de ideias, afirmando o princípio da dignidade humana de poder manifestar sua opinião? Ora, uma coisa é ser contra uma ideia, outra muito diferente é tentar impedir que a pessoa se manifeste e impedir que outras pessoas queiram compartilhar dessa opinião.


Suas vozes hoje sussurradas parecem envelhecidas, esgarçadas. Defendem algo antigo que parece não caber mais num mundo onde as relações de trabalho e as formas de participação política já não correspondem mais aos seus tipos ideais. Ou ainda, combatem uma economia imoral quando ela é antes amoral, cria inimigos imaginários e não percebem seus reais adversários, enfim, vivem e agem como se ainda estivessem no século XX, quando o século XXI está a exigir pessoas com atitudes, mais do que engajadas em partidos políticos.


A imprensa pouco fala dos partidos de oposição, cada vez mais suas falas, suas percepções e sua opinião é menos consultada. Pouco ou quase nada podem fazer no Congresso, onde se tem propostas, elas não aparecem. Sem força política, também não tem competência para criar fatos ou motivar obstruções as posições majoritárias.


Temo que os partidos de esquerda se reduzirão ao ponto de se tornarem insignificantes. Sem falarem com os demais, voltados apenas para seus militantes e área de influência, não conseguem ultrapassar seus redutos, nem convencer os não convencidos, como fez a direita oportunamente sobre a triste repetição de antigas ladainhas da esquerda.
 

*Roberto de Barros Freire
Professor o Departamento de Filosofia/UFMT
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Sexta, 19 Julho 2019 08:39

 

A educação no Brasil vem enfrentando grandes ataques por parte do governo federal: cortes financeiros que ameaçam o tripé da universidade brasileira (ensino, pesquisa e extensão), desvalorização do trabalho dos docentes e dos técnico-administrativos, campanhas difamando o papel de escolas, institutos federais e universidades, perseguição a professores e cientistas. Apesar do papel estratégico das instituições de ensino para o desenvolvimento da ciência e tecnologia no país, assim como para a formação de qualidade e a oferta de serviços necessários para a sociedade brasileira, o atual governo escolheu a Universidade como inimiga de sua gestão.


Nos últimos dias, a grande imprensa vem noticiando sobre um projeto de reforma da “autonomia financeira” para a educação superior pública federal imposta pelo Ministério da Educação. Embora as informações ainda sejam difusas, trata-se do maior e mais profundo ataque à autonomia das instituições de ensino, abrindo caminho para a privatização do ensino superior e cobrança de mensalidades. Trata-se de mais um passo rumo à destruição de todo nosso sistema educacional.


Em uma só medida, Bolsonaro e Weintraub pretendem: a) desresponsabilizar o Estado na garantia do financiamento da educação superior, aprofundando os cortes e contingenciamento já iniciados; b) pôr fim à carreira pública de servidores federais da educação, estimulando a
concorrência perversa com novos ingressos pelo sistema de contratação privada, sem qualquer garantia ou estabilidade de emprego; c) reverter a democratização da universidade que permitiu nos últimos 15 anos a entrada de milhares de estudantes de segmentos historicamente excluídos, como
pobres, negros, índios, mulheres.


É importante ressaltar que os cortes nos orçamentos das universidades atingem não apenas o ensino, mas também o desenvolvimento científico de pesquisas que, por exemplo, contribuem para o descobrimento de vacinas, medicamentos e a produção de alimentos, assim como a extensão da
universidade, por meio da qual estudantes, professores e técnicos prestam serviços para as comunidades (por exemplo, hospitais universitários e escolas). Esses ataques contra as instituições de ensino superior fazem parte de um projeto político que mata os sonhos da juventude brasileira e o
futuro do país ao destruir serviços públicos e retirar direitos sociais. Parte desta mesma agenda é a Reforma da Previdência que, após ser aprovada em primeiro turno, será votada em 6 de agosto.


Diversas universidades já alertaram que não conseguem chegar ao próximo semestre se os cortes não forem revertidos. Agências de fomento não conseguirão pagar as bolsas de estudos de pós-graduação. A UFMT, por exemplo, teve sua energia elétrica cortada, significando que aulas não
serão dadas, pesquisas não serão concluídas e a prestação de serviços será prejudicada. Além disso, estudantes que dependem de políticas públicas não conseguirão permanecer na universidade.


A política que Bolsonaro e seu ministro vem apresentando caminha na contramão da valorização do Ensino Superior. Países desenvolvidos investem em educação e ciência públicas e em momentos de crises financeiras contribuem para a retomada do desenvolvimento brasileiro.


Enquanto anuncia cortes na educação e ciência, o governo triplica o orçamento para propaganda do governo, compra parlamentares para aprovação de seus projetos e permite o gasto de mais de R$ 1 bilhão de reais por dia para o pagamento de juros da dívida pública brasileira.


Diante desse cenário, precisamos estar atentos e preparados na resistência e em defesa da educação e da ciência públicas. Precisamos mobilizar cada vez mais a sociedade para lutar contra as medidas do governo Bolsonaro, dentre elas a sua tentativa de destruir a Previdência Pública por meio
da PEC 6/2019 e a Educação Pública por meio de cortes orçamentários e do novo Programa Ministerial.


Em defesa da educação pública e gratuita conclamamos a todos e todas para a construção da Greve Nacional da Educação em 13 de agosto. Também destacamos a necessidade de uma Greve Geral para derrotar a política de privatização dos serviços públicos e a destruição dos direitos e conquistas da classe trabalhadora e do povo brasileiro.

Em defesa da educação pública e gratuita!

Contra a privatização e os cortes nos investimentos em educação!
Construir a Greve Nacional da educação em 13 de agosto!
Combater a retirada de direitos e a destruição dos serviços públicos!

 

Assinam: ANDES-SN, ANPG, CNTE, FASUBRA, FENET, PROIFES, SINASEFE, UBES e UNE

Quinta, 18 Julho 2019 18:57

 

Em virtude da mudança de conjuntura, a diretoria da Adufmat-Ssind decidiu alterar o tema do Lusco Fusco dessa sexta-feira, 19/07, que seria julino.

 

A confraternização será mantida, mas a avaliação é de que não há clima para festividades. Agora o objetivo do evento será de reafirmar a posição histórica de luta do sindicato nesses 40 anos atuando na defesa de um ensino público gratuito, de qualidade, laico, socialmente referenciado e, acima de tudo, democrático.

 

Assim, a expectativa de partilhar os bons e os maus momentos dessa experiência histórica será a tônica do evento. Forjados no significado da palavra “companheiro” - aquele com quem se divide o pão -, os docentes da Universidade Federal de Mato Grosso terão um encontro político cultural que fortalecerá os laços da comunidade acadêmica em meio à turbulência política provocada pelo aprofundamento do neoliberalismo e conservadorismo.

 

Aguardamos a fundamental presença de todos.  

 

 

Quinta, 18 Julho 2019 18:12

 

A Adufmat-Ssind vem a público reafirmar seu compromisso com o ensino público, gratuito e de qualidade, e com a defesa da autonomia universitária!

 

Os serviços públicos estão sendo desmontados desde a década de 1990, com a ascensão do projeto neoliberal. Naquele período, o investimento nos setores públicos equivalia a cerca de 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Percentual muito baixo - considerando que investir no setor público é beneficiar a população-, mas que tem sido reduzido ainda mais ao longo dos anos, chegando a representar, nos dias de hoje, algo em torno de 1,8%, segundo dados do Observatório de Política Fiscal.      

 

A educação, especificamente, também vem sofrendo sucessivos ataques orçamentários. O governo Fernando Henrique Cardoso, por exemplo, reduziu 35,22% dos investimentos em educação já no início do seu mandato, em 1994, seguindo a política de cortes. Mas desde 2014, quando o governo Dilma, sob a insígnia “Brasil, Pátria educadora”, cortou 10% do orçamento das universidades, a situação se agravou enormemente.

 

Em 2016, sob o comando de Temer, tivemos a aprovação da Emenda Constitucional 95, que denominávamos “PEC do fim do mundo”, porque sabíamos que os serviços públicos e gratuitos já estavam precarizados e não sobreviveriam a 20 anos de congelamento de investimentos.

 

O corte dos investimentos sociais por 20 anos passaria a vigorar a partir de 2018, mas o governo Temer utilizou o ano de 2017 para ajustar o orçamento que sofreria o congelamento. Então, o governo realizou novos cortes dos recursos das universidades, redundando, em 2018, num orçamento 54% menor do que era em 2014.

 

Apenas o congelamento do investimento sob tais condições já seria suficiente para estrangular financeiramente as universidades com o passar dos anos.

 

Mas o governo Bolsonaro se elegeu para intensificar as medidas neoliberais. Assim, novos cortes teriam de suceder para fragilizar ainda mais o ensino superior. Ao cortar 30% dos recursos das universidades, o atual governo impôs à UFMT e a outras universidades sua inviabilidade financeira já para o mês de julho de 2019. Foi este o anúncio que a Reitoria fez em maio, diante da notícia do contingenciamento.

 

Dito e feito! Ao dia 16 de julho, pela primeira vez na história da universidade, a UFMT sofre um apagão sensacionalista, à moda fascista! A luz de todos os campi foi desligada quase que simultaneamente. 

 

A inviabilização financeira já significava forte ataque à autonomia universitária, mas o ódio fascista à autodeterminação dos povos e à produção de conhecimento não tem limites!

Começa então uma campanha difamatória do MEC, com o intuito de tirar o foco de quem realmente é responsável pelo apagão - o governo neoliberal, representado por Bolsonaro e seu ministro da Educação, Abraham Weintraub e o inconsequente contingenciamento de recursos - buscando responsabilizar a Reitoria, que já havia anunciado, meses antes, a inviabilidade financeira da universidade neste cenário.

 

A razão do ataque é bastante cristalina: retirar a reitora se opôs ao contingenciamento para colocar um interventor que irá orquestrar a privatização da universidade, retirando do caminho todos que demonstrarem resistência, em especial os movimentos sindicais e estudantis.

 

Apesar das divergências políticas que o sindicato tem com a atual Reitoria, defendemos que a decisão de modificar ou não a administração da universidade é da própria comunidade universitária - a mesma que a indicou!

 

A Adufmat-Ssind repudia veementemente mais essa manobra realizada pelo governo e seus correligionários, e afirma que não reconhecerá nenhuma iniciativa que vislumbre impor qualquer alteração na universidade que não respeite os espaços de decisão construídos pela comunidade acadêmica.   

 

Parafraseando Ney Matogrosso, nossa disposição é de lutar para, no centro da própria engrenagem, inventarmos a contramola que resiste!

 

 

Diretoria da Adufmat-Ssind

18 de julho de 2019

 

Acompanhem o calendário de luta: 

Quinta, 18 Julho 2019 14:19

 

 

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Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
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JUACY DA SILVA*
 

A jornada pode ser curta ou longa, pode demorar pouco ou durar muito tempo, mas toda ela deve ser percorrida, não existem atalhos que possam ser palmilhados como novas alternativas, alguns dizem que isto é um “carma”.


Cada pessoa tem uma cruz, que lhe é exclusiva para carregar, uma travessia que precisa fazer sozinha/sozinho, muitos fantasmas que precisam ser espantados, muitas miragens que precisam se aproximar.


O ocaso da existência humana não é nada fácil, mesmo que algumas pessoas teimem em dizer que esta fase pode ser denominada de “melhor idade”, esta forma de pensar ou se referir `a última etapa de uma caminhada que, quase sempre é complicada e triste, para se dizer o mínimo.


A fase final da vida, da existência humana é caracterizada, na maioria das vezes, pelo abandono, por parte de parentes, amigos, amigas, vizinhos; muitos e muitas das quais já se foram.


A solidão, a perda da consciência, as doenças debilitadoras, crônicas, degenerativas, a perda das funções vitais, as demências, a perda da consciência de sua própria identidade revelam um lado triste, amargo, cruel para quem, um dia foi ativo/ativa, tinha muita energia física, mental e emocional e espiritual, indicam que a jornada está caminhando por uma estrada sem luz, com muita escuridão.


Muitas pessoas ao cruzarem com quem esta caminhando rumo ao ocaso da existência, nem imaginam quem foram esses caminheiros, o que fizeram, o que sonharam e o quanto contribuíram para suas comunidades, afinal, depois de tanto percorrem os caminhos da vida, para muitos mais se parecem com “trapos humanos”, vegetando longe do que podemos dizer “dignidade humana”.


Basta visitarmos alguns hospitais, sanatórios, UTIs, albergues, casas de idosos ou mesmo muitos que vivem nas ruas e praças de nossas cidades, sem nenhum apoio, respeito ou consideração.


Os olhares desses viajantes solitários, ao se aproximarem da linha da chegada, cansados, exauridos pelo tempo e pela dureza da vida vivida, já perderam o brilho que os caracterizavam quando jovens, cheios de energia, sonhos, esperanças e vontade de lutar, vencer e parecem se perder no infinito, tão sombrio quanto os próprios desígnios da existência humana!


Assim milhões de pessoas, por este mundo afora, estão dando adeus à própria existência. Enquanto isso, o mundo não para, mais se parecendo com uma grande engrenagem que vai moendo impiedosamente todos nós.


De nada adianta beleza, vaidade, poder, dinheiro, cartões de credito, tratamento ”vip”, opulência, riqueza, badalações; um dia cada um de nós vamos nos defrontar com a linha da chegada e , quem ainda tiver consciência de sua própria existência, vai perceber que nosso destino comum é o mesmo: o fim da linha chegou!


A jornada terminou, a festa acabou e vamos alçar novos voos, como os pássaros, rumo ao infinito, desconhecido e por todos tanto temido, mas que inexoravelmente chegou!


Este será o momento da despedida, do adeus final, pois a jornada acabou, não poderá ser prorrogada e nem adiada! Quando iremos prestar contas do que fizemos, deixamos de fazer, como vivemos, por que e para que vivemos!


Pense nisso, caro leitor, prezada leitora! Reflita um pouco mais profundamente sobre seu presente e seu futuro, não se atemorize se já estiver vendo ou percebendo que a linha de chegada está bem ali, praticamente na esquina da vida! Nem tente correr para trás, isto é impossível! A vida vai terminar ou já terminou!


*JUACY DA SILVA, professor universitário, sociólogo, mestre em Sociologia, colaborador de diversos veículos de comunicação. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.Twitter@profjuacy Blog www.professorjuacy.blogspot.com