A Diretoria da Adufmat, Seção Sindical do ANDES-SN, vem a público expressar sua inteira solidariedade aos lutadores e lutadoras do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra e a toda a militância, estudantes, docentes e técnicos(as) que fazem parte da organização da Feira Estadual da Reforma Agrária de Mato Grosso, que está sendo realizada no campus Cuiabá da UFMT, de 14 a 16 de agosto de 2025.
Nos últimos dias, esse fundamental movimento de luta e toda a comunidade universitária têm sofrido ataques e ameaças daqueles que não admitem a democracia e não toleram o que é público. Por meio das redes sociais e pelo uso de forças de segurança, políticos golpistas e seus apoiadores vêm disseminando ódio contra trabalhadores e trabalhadoras, e incentivando comportamentos e ações de caráter fascista e autoritário contra a universidade pública e o movimento, com o intuito principal de causar tumulto e falsificar o papel da universidade e a história das lutas sociais no Brasil. Repudiamos firmemente esses ataques!
O MST Mato Grosso, nos seus 30 anos de luta, tem sido um promotor fundamental da cultura, da soberania alimentar, da defesa dos direitos fundamentais e da educação e da ciência popular. Seu lugar é também na universidade, por direito! E não será o desespero e a ameaça fascista que irá limitar esse direito.
Viva a Feira Estadual da Reforma Agrária! Viva os 30 anos do MST Mato Grosso! Quem ameaça o MST, ameaça a educação pública. E para esses, reafirmamos: NÃO PASSARÃO!
Mato Grosso, 18 de agosto de 2025
Diretoria da Adufmat-Ssind
Gestão Adufmat é pra lutar!
As contas do historiador, escritor e comunicador social Jones Manoel no Instagram e Facebook foram excluídas pela empresa Meta, no início deste mês. Com mais de 1 milhão de seguidoras e seguidores no Instagram, Jones, que é conhecido por suas críticas à extrema direita, foi notificado da exclusão sem direito a recurso.
A denúncia foi feita pelo próprio comunicador em outra rede social e, após a repercussão do caso na mídia, a empresa recuou e devolveu suas contas. O episódio soma-se a outros recentes que evidenciam o monopólio das grandes plataformas digitais. Um deles foi relatado pelo youtuber Felca, que denunciou perfis responsáveis por promover e monetizar a adultização de crianças, entre outras práticas, e apontou o papel dos algoritmos na difusão de conteúdos de pedofilia.
Esses casos, segundo Helena Martins, 1ª secretária da Regional Nordeste 1 do ANDES-SN e integrante do coletivo Direito à Comunicação e Democracia (DiraCom), reforçam a urgência da regulação das plataformas digitais no Brasil. Para ela, no caso de Jones Manoel, mais grave que as razões da exclusão dos perfis, é a ausência de explicações por parte da empresa.
“Não temos como saber os motivos que levaram à supressão das contas do Jones Manuel. E, para mim, isso é mais sério até do que a gente especular sobre um determinado motivo ou outro. A ausência desse motivo faz com que a plataforma tome decisões de forma absolutamente opaca e reforça o que nós temos alertado há bastante tempo, que é o risco das plataformas virarem ministérios da verdade, que simplesmente suprimem conteúdo, diminuem o alcance de conteúdos ou projetam outros conteúdos sem nenhum tipo de controle público, sem nenhuma transparência nas suas próprias operações e sem o que a gente chama de devido processo”, criticou.
A diretora do Sindicato Nacional ressaltou que não é aceitável depender apenas da comoção pública para que contas ou conteúdos sejam restabelecidos. “Esse é o tipo de situação que mantém toda uma forma de agir das plataformas, que é bastante opaca, e, também, que não se guia por nenhuma regra, por nada público. Isso é muito perigoso, porque, no fim das contas, reforça o poder dessas plataformas”, acrescentou.
Além disso, a representante do DiraCom comparou o caráter essencial das redes ao de serviços públicos, defendendo uma regulação que garanta direitos e transparência. “Se o seu ônibus não passa, se a sua energia é cortada, você tem a quem recorrer, porque se compreende que há um serviço público sendo provido mesmo que seja explorado por uma empresa privada. No caso da internet, e das redes sociais especificamente, precisamos avançar nesse sentido, compreendendo que a importância e a relevância desses espaços lhes conferem um caráter público e que devem, portanto, ser objeto de uma regulação”, disse.
De acordo com ela, diversos países já implementaram regulações voltadas a combater práticas anticompetitivas, ampliar a participação de agentes nacionais e garantir transparência. No Brasil, o Marco Civil da Internet (2014) e a Lei Geral de Proteção de Dados (2018) são avanços, mas precisam ser atualizados diante da centralização de poder nas plataformas.
“Há vários tipos de regulação mundo afora. Uma pesquisa da Coalizão de Direitos na Rede mostrou que há 100 países com algum tipo de regulação sobre plataformas digitais, por exemplo, para conter práticas anticompetitivas e a ampliar a participação de agentes diversos num determinado setor, de música, de rede social, enfim. Esse é um tipo de regulação voltada para a questão do antitruste, para evitar uma concentração de mercado, que é um pensamento, inclusive, bastante liberal. Você ter agentes nacionais, por exemplo, que possam competir e evitar que apenas um grande agente transnacional domine um determinado mercado, porque isso tem impactos do ponto de vista financeiro e do mercado de trabalho e, claro, a nosso ver central, do ponto de vista da circulação da cultura, da informação, do conhecimento e da própria democracia”, explicou.
Recentemente, o Supremo Tribunal Federal (STF) retomou o julgamento sobre a constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da Internet, com discussões sobre a necessidade de ordem judicial para remoção de conteúdo e a possibilidade de responsabilização das plataformas por conteúdos ilegais, mesmo sem ordem judicial prévia. O STF aumentou a responsabilidade das plataformas digitais pelo conteúdo que publicam e estabeleceu os parâmetros que elas devem seguir.
“O fato de STF atuar em relação a esse tema mostra a urgência que temos de fazer essa pauta avançar e explicita também a dificuldade que o Brasil encontra de fazer um caminho via Congresso Nacional, o qual seria mais correto, com participação social, com debates entre parlamentares, com votação, com escutas de especialistas. O Supremo tomou a frente, digamos, dessa especificação por meio da regulação, porque o Congresso, obviamente, tem colocado empecilhos, obstáculos, para que o país avance no sentido da regulação”, criticou Martins, lembrando que o STF não pode criar um órgão regulador nem estabelecer regras que não estejam previstas em lei.
De acordo com a docente, apenas alterar a legislação para responsabilizar as plataformas pelos conteúdos publicados é uma medida limitada e arriscada. “Só mudar e falar que as plataformas passam a ser responsabilizadas pelos conteúdos é insuficiente e perigoso, no sentido de que pode gerar esse processo de derrubada proativa de conteúdos. Mas é, sobretudo, insuficiente porque a gente não vai ter mecanismos para definir quais conteúdos devem permanecer ou não, quem é que vai dizer qual é o conteúdo que viola direito ou não, como é que a pessoa que tiver um conteúdo moderado pode recorrer a essa decisão. Não tem transparência, não tem devido processo e não tem órgão regulador. São questões que mostram a carência de regulação”, explicou a integrante do DiraCom.
Diego Marques, 2º tesoureiro e encarregado de Imprensa e Divulgação do ANDES-SN, reforçou a necessidade de marcos regulatórios que impeçam abusos, garantam transparência e assegurem a pluralidade de vozes na internet. O docente reforçou também a importância da categoria docente se apropriar dessa pauta e fortalecer essa luta.
"A regulação das big techs é urgente para garantir a soberania informacional, a pluralidade de vozes e a democratização do acesso à comunicação. Hoje, plataformas digitais como Google, Meta e X concentram poder econômico e político, controlando algoritmos que determinam o que a população vê, lê e ouve, muitas vezes priorizando desinformação e discurso de ódio em busca de lucro. Enquanto isso, o setor público brasileiro investe somas exorbitantes de recursos em publicidade nessas mesmas corporações e despendeu mais de R$23 bilhões nos últimos dez anos em licenças de TICs [Tecnologia da Informação e Comunicação], fortalecendo monopólios estrangeiros. Sem regras claras sobre transparência algorítmica, moderação de conteúdo, tributação e destinação de recursos, a comunicação seguirá refém de interesses privados. Regular é proteger a democracia, assegurar o direito à informação e ampliar o espaço para mídias públicas, comunitárias, populares e independentes”, avaliou o diretor do Sindicato Nacional.
Fonte: Andes-SN
Com muita alegria, a organização do Ciclo Convergências Lésbicas convida todas e todos a participarem das atividades que já estão ocorrendo, em Cuiabá, ao longo do mês de agosto. Serão exibidas obras audiovisuais com a temática lésbica, seguidas de rodas de conversa com mulheres lésbicas maravilhosas, que constroem e pensam a existência lésbica a partir de diferentes perspectivas, territórios e gerações.
Confiram a programação completa abaixo, lembrando que a sessão especial do dia 19/08 será no Cine teatro Cuiabá.
????️????Sessões Cineclube Coxiponés - UFMT, campus Cuiabá:
(Dias 7, 14, 21 e 28/08, às 19h)
Av. Edgar Vieira, 513-549 - Boa Esperança, Cuiabá - MT.
???????? Sessão especial - Dia do Orgulho Lésbico - Cine Teatro Cuiabá:
(Dia 19/08, às 19h)
Av. Pres. Getúlio Vargas, 247 - Centro, Cuiabá - MT.
Entrada gratuita e aberta ao público!!!! Colem com a gente!
Fonte: Divulgação
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou, na última sexta-feira (8), com 63 vetos, o Projeto de Lei (PL) 2159, mais conhecido como “PL da Devastação”. Aprovado pelo Congresso Nacional, o projeto enfraquece as regras para o licenciamento ambiental no país. A matéria retorna ao Parlamento, que pode derrubar os vetos e restabelecer a versão anterior.

A proposta, amplamente defendida pela bancada do agronegócio e setores da mineração, abre caminho para o aumento do desmatamento da Mata Atlântica e reduz exigências para obras e empreendimentos de médio porte, por meio de mecanismos como o autolicenciamento — a Licença por Adesão e Compromisso (LAC). Embora o veto presidencial tenha impedido a ampliação da LAC para atividades de médio potencial poluidor, a modalidade seguirá autorizada para empreendimentos de pequeno porte, que poderão se autolicenciar.
Entre os dispositivos vetados estão: a regionalização de critérios para o licenciamento, que permitiria a estados e municípios criarem normas próprias e mais frágeis para atrair investimentos; a retirada do regime de proteção da Mata Atlântica nos casos de supressão de floresta nativa; a dispensa de consulta à Funai e à Fundação Cultural Palmares em obras em terras indígenas e quilombolas não regularizadas.
O veto presidencial também manteve a possibilidade de exigir condicionantes ambientais para impactos indiretos e sobre serviços públicos, preservou a obrigatoriedade de análise técnica em Unidades de Conservação e impediu que produtores rurais com Cadastro Ambiental Rural (CAR) pendente sejam dispensados do licenciamento.
Lula também vetou a criação de uma Licença Ambiental Especial (LAE) em modelo monofásico, com aprovação simplificada para empreendimentos considerados “estratégicos” pelo Conselho de Governo, mesmo quando apresentassem impactos ambientais relevantes, o que, segundo especialistas, traria riscos jurídicos e anteciparia custos.
No entanto, no mesmo dia da sanção, o governo publicou, em edição extra do Diário Oficial da União, a Medida Provisória (MP) 1.308/2025, instituindo a LAE em um formato diferente do que constava no PL da Devastação. A nova versão não prevê análise em fase única, como propunha o projeto, mas mantém a possibilidade de acelerar a autorização de obras e empreendimentos estratégicos para o Executivo. A MP já está em vigor e, embora apresente algumas mudanças, preserva a essência da celeridade no licenciamento.
Na prática, a MP 1.308/2025 pode permitir, por exemplo, o avanço da autorização para atividades como a exploração de petróleo na Amazônia, caso do pedido feito pela Petrobras para explorar petróleo na Margem Equatorial da Foz do Amazonas. A exploração na região enfrenta forte oposição devido à sua alta biodiversidade e aos impactos ambientais associados à expansão do uso de combustíveis fósseis, responsáveis pelo aquecimento global e pelas mudanças climáticas.
De acordo com a MP, o processo de concessão da LAE envolve a definição do conteúdo e a elaboração do Termo de Referência (TR), o requerimento da licença, a apresentação de manifestações de autoridades competentes, a análise de documentos, projetos, cronogramas e dos estudos ambientais, além da realização de audiência pública quando necessária.
Para Annie Hsiou, 3ª vice-presidenta do ANDES-SN e da coordenação do Grupo de Trabalho de Política Agrária, Urbana e Ambiental (GTPAUA) do sindicato, a decisão do governo ficou aquém do necessário. “O governo deveria ter vetado todo o projeto, porque, na medida em que se vetam artigos, se criam medidas provisórias como essa, que pode abrir brechas para exploração da Foz do Amazonas. Isso ocorre num momento em que precisamos reduzir a emissão de gases de efeito estufa. O governo deveria ser a linha de frente, ainda mais num ano de COP30, dando exemplo e se opondo a medidas anti-povo, que colocam em risco o meio ambiente e a vida das pessoas, no Brasil e no mundo”, avaliou.
ANDES-SN na luta
O ANDES-SN se somou à mobilização contra o PL da Devastação, conforme deliberação do 68º Conad, realizado em Manaus, em julho deste ano. O Sindicato Nacional alerta que a pressão precisa continuar, já que o Congresso pode derrubar os vetos presidenciais e reinstaurar dispositivos que abrem caminho para tragédias socioambientais semelhantes às de Brumadinho e Mariana, em Minas Gerais.
Em nota publicada no mês de julho, o ANDES-SN também reafirmou seu repúdio à aprovação do PL 2159 e convocou a categoria docente a intensificar a campanha pelo veto integral ao projeto. O Sindicato Nacional participou ativamente da campanha #VETALULA, que tomou as redes sociais com uma plataforma para envio de mensagens ao presidente e com ações nas ruas.
“A sanção com vetos foi apresentada pelo governo como um movimento estratégico para manter diálogo com um Congresso de perfil reacionário, alinhado à extrema direita e ao centrão fisiológico. Entretanto, avaliamos que ceder a pautas do agronegócio e da mineração não fortalece a frente ampla e repete equívocos de governos petistas anteriores na área socioambiental”, criticou a diretora do Sindicato Nacional.
Annie Hsiou reforçou que a mobilização permanece fundamental para impedir retrocessos e garantir que as pautas ambientais e os direitos dos povos e comunidades tradicionais não sejam sacrificados em nome de interesses econômicos imediatos.
Com informações da Agência Senado
Fonte: Andes-SN
Uma força-tarefa composta pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério do Trabalho e Emprego e Polícia Federal resgatou 563 trabalhadores em condições análogas à escravidão na obra da TAO Construtora, em Porto Alegre do Norte (MT), na última quarta-feira (6). Os trabalhadores atuavam na construção de uma usina de etanol da 3tentos.

As investigações sobre a situação desses trabalhadores foram intensificadas após um incêndio destruir alojamentos, no último dia 20 de julho, e expor um cenário de extrema precariedade. De acordo com o MPT, as inspeções constataram condições degradantes nos alojamentos e locais de trabalho, além de inúmeras violações às normas de saúde e segurança do trabalho.
Durante audiências administrativas realizadas entre 30 de julho e 5 de agosto de 2025, foram ouvidos trabalhadores e representantes da empresa, cujos depoimentos confirmaram uma série de violações aos direitos trabalhistas. Os trabalhadores resgatados eram majoritariamente de outros estados, especialmente do Maranhão, Piauí e Pará.
Conforme relatos colhidos pelas equipes do MPT, as condições dos alojamentos eram extremamente precárias, as jornadas exaustivas chegavam até a 22 horas de trabalho e as refeições oferecidas continham larvas e moscas. Os trabalhadores dormiam em quartos superaquecidos, em colchões usados e de má qualidade. Não eram fornecidos travesseiros, fronhas ou roupas de cama adequadas. Havia também superlotação, com trabalhadores dormindo no chão sob mesas, quando não havia camas disponíveis.
De acordo com as informações colhidas pelos auditores-fiscais do Trabalho, a situação se agravou nas semanas que antecederam o incêndio, quando problemas no fornecimento de energia elétrica se tornaram frequentes. A falta de energia causava a interrupção do bombeamento de água dos poços artesianos para as caixas d'água, deixando os trabalhadores sem água para consumo e higiene pessoal.
Os depoimentos revelaram que nos dias anteriores ao incêndio, os trabalhadores precisaram tomar banho com canecas e enfrentaram filas enormes para usar banheiros sujos devido à falta de água. No dia do incêndio, a situação atingiu um ponto crítico e a empresa foi obrigada a utilizar caminhões pipa para buscar água do Rio Tapirapé, fornecendo água turva e inadequada para consumo nos bebedouros.
A precariedade das condições de trabalho e alojamento, somada à falta de água e energia por dias consecutivos, criou um ambiente insustentável que culminou na destruição dos alojamentos masculino e feminino, parte da panificadora e da guarita de entrada.
As inspeções também revelaram graves violações às normas de segurança do trabalho no canteiro de obras. Os trabalhadores eram expostos a condições insalubres, com refeitórios inadequados, locais de trabalho sem refrigeração e excesso de poeira. Foram constatados acidentes do trabalho não registrados adequadamente, incluindo trabalhadores que sofreram lesões nas mãos e pés, além de doenças de pele causadas pelos produtos manuseados. A falta de equipamentos de proteção individual e as condições precárias de trabalho colocavam em risco a saúde e segurança de todos os empregados.
Ainda foram confirmadas irregularidades na jornada de trabalho. Os trabalhadores eram submetidos ao sistema denominado "cartão 2", onde laboravam além da jornada contratual de 8 horas e 48 minutos diárias, chegando a trabalhar até 22 horas e aos domingos. As horas extras eram controladas em planilhas separadas e pagas em cheques ou dinheiro, "por fora" da folha de pagamento oficial, caracterizando sonegação fiscal e precarização das relações trabalhistas.

Os depoimentos indicaram que muitos trabalhadores foram aliciados por intermediários em suas cidades de origem, pagando do próprio bolso as passagens para chegar ao local de trabalho, sendo posteriormente descontados os valores em seus salários. Aqueles que não passavam no exame médico ou não eram aprovados no processo seletivo ficavam sem recursos para retornar às suas cidades. A alimentação fornecida era inadequada e repetitiva, com trabalhadores relatando a existência de larvas e moscas na comida, além de alimentos requentados e deteriorados. O refeitório era quente e sem ventilação adequada.
Após o incêndio, a empresa foi obrigada a alojar os trabalhadores em hotéis e casas alugadas na cidade. Foram registradas 18 demissões por justa causa, 173 pedidos de rescisão antecipada de contratos por prazo determinado e 42 pedidos de demissão. Cerca de 60 trabalhadores perderam todos os seus pertences pessoais no incêndio.
As investigações da força-tarefa prosseguem, com análise de documentos e não está descartada a necessidade de novas inspeções no local. A empresa TAO Construtora possui atualmente quatro obras em Mato Grosso, empregando aproximadamente 1.200 trabalhadores, sendo a obra de Porto Alegre do Norte a maior delas.
Segundo informação do Ministério do Trabalho e Emprego, apesar das graves infrações identificadas, a empresa manifestou disposição para firmar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), com o objetivo de reparar os danos causados e prevenir novas violações. Comprometeu-se também a custear as despesas de transporte e alimentação para o retorno dos trabalhadores aos seus estados de origem, além de restituir os valores indevidamente cobrados pela viagem inicial. Será paga, ainda, uma compensação de R$ 1.000,00 a cada trabalhador pelos bens pessoais perdidos no incêndio.
Os auditores-fiscais do Trabalho permanecem no local acompanhando os desdobramentos da operação e zelando pela garantia dos direitos dos trabalhadores. Está assegurado que os resgatados terão acesso ao seguro-desemprego na modalidade especial destinada a vítimas de trabalho análogo à escravidão, além do pagamento integral das verbas rescisórias, incluindo salários pagos "por fora", horas extras, férias proporcionais, 13º salário, FGTS e demais indenizações devidas.
Fonte: Andes-SN (com informações de MPT)
A assembleia geral da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (Adufmat-Ssind) realizada nesta terça-feira, 12/08, retomou uma ferramenta fundamental para a leitura das movimentações realizadas para destruir todos os tipos de direitos: a análise de conjuntura. Além disso, conforme edital de convocação, os presentes elegeram o Conselho Fiscal, que fará a análise das contas no biênio 2025-2027, e a comissão que organizará o Baile dos Professores 2025.
Durante os informes, a professora Adriana Pinhorati relatou que a reforma da cobertura da sede do sindicato - a oca - já está na etapa final, mas que será preciso repensar outras questões, como o ambiente interno, que sofreu impactos com a obra. O professor Aldi Nestor de Souza questionou sobre recentes demissões realizadas pelo sindicato.
Pela Diretoria, o professor Breno Santos, falou sobre algumas atividades do Andes – Sindicato Nacional que serão realizadas nos próximos dias, como o Seminário "Reforma Administrativa: Destruição dos Serviços Públicos e dos Direitos dos(as) Servidores(as)" - dias 15 e 16 deste mês -, além de reuniões dos Grupos de Trabalho Política Agrária, Urbana e Ambiental (GTPAUA), Política e Formação Sindical (GTPFS) e Comunicação e Artes (GTCA). “Nós assumimos há cerca de duas semanas, mas estamos fazendo o possível para garantir a normalidade das atividades, então, pedimos aos GT’s que continuem nos encaminhando suas demandas”, disse o diretor-geral.
Santos também informou que a nova diretoria já fez sua primeira reunião com o advogado responsável pelo processo dos 28,86% e, segundo ele, não há nenhuma novidade. O docente explicou, ainda, que o sindicato não solicitou e nem participou de qualquer reunião com ministro, senador ou outra pessoa que não o próprio Alexandre Pereira, que reponde pela ação. Além disso, respondeu que as demissões realizadas pela Adufmat-Ssind foram justificadas pela diretoria anterior como uma necessidade de reorganização financeira.
Análise de conjuntura
O debate sobre a conjuntura teve início com o próprio diretor-geral, que destacou as investidas imperialistas estadunidenses, o debate sobre a soberania no Brasil e a iniciativa do Plebiscito Popular pelo Fim da Escala 6X1 e pela Taxação dos Super Ricos. “Na minha leitura, neste momento, as pautas do Plebiscito devem estar à frente das lutas populares, e nós devemos retomar as ruas, nos moldes de como estávamos fazendo em 2022”, afirmou.
Em seguida, o professor Carlos Sanches contribuiu dizendo que os movimentos sociais se afastaram, ao longo dos anos, da luta em defesa de um projeto societário revolucionário, e que é justamente esse caminho que precisa ser recuperado.
O professor José Domingues também fez uma análise do cenário internacional, concluindo que há indícios de que estejamos próximos de uma Terceira Guerra Mundial, e que a universidade deve se atentar, urgentemente, a esta questão. “Há um império em decadência, e historicamente todo império cai atirando. A novidade, agora, é o uso da bomba. Há análises de que ela pode começar a ser utilizada já em 2026”, disse, acrescentando que a movimentação estadunidense incluiu um golpe em franco andamento no Brasil e que a universidade segue alheia, preocupada em formar um contingente de “escravos ou desempregados”.
A professora Adriana Pinhorati chamou a atenção para a questão climática e energética, cujas mudanças têm aprofundado as desigualdades sociais e, por isso, também merecem a atenção dos movimentos sociais. Outras contribuições chegaram à realização da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), que é citado como um evento que reflete as preocupações com tais mudanças, mas que, realizado pelo capital, tem apenas a intenção de promover mais acúmulo - a especulação imobiliária na cidade sede do evento, Belém do Pará, já é uma realidade.
A conclusão geral foi de que, se as instituições capitalistas trabalham pela destruição dos direitos sociais, humanos e ambientais, não é possível que as ações dos movimentos sociais de trabalhadores se deem por dentro delas; reação à altura só poderá se dar com organização, ocupação das ruas e ampla denúncia desses ataques.
O professor Carlos Sanches refez uma sugestão dada anteriormente, de que o sindicato organize um ciclo de debates abordando a incompatibilidade entre o exercício da docência no ensino superior e a posição política conservadora. José Domingues de Godoi Filho sugeriu que o sindicato faça materiais gráficos e camisetas indicando a insatisfação da categoria com a conjuntura.
Composição do Conselho Fiscal 2025-2027
O terceiro ponto de pauta da assembleia realizada nesta terça-feira foi a composição do Conselho Fiscal, que ficará responsável pela conferência das contas do sindicato durante o biênio 2025-2027. Se candidataram à função os docentes Djeison Benetti, Eralci Terezio e Reinaldo de Marchi. Com duas abstenções, a assembleia aprovou os nomes.
Comissão para organizar o Baile Docente 2025
A assembleia foi finalizada após a formação da comissão que organizará o Baile dos Professores 2025. A Diretoria já está neste processo, e a professora Irenilda Santos se disponibilizou à auxiliar.
O professor George Profeta solicitou mais tempo para inclusão de novos nomes e envio de sugestões ao baile, proposta acatada pela mesa.
Em Sinop, a Comissão já está formada, com a participação dos professores Paula Moreira, Mauro Dresch, Luanna Gomes, Monyca Laureano e Rafaela Zampieron. No Araguaia a Representação local informou que a própria Diretoria organizará o evento.
Carlos Sanches defendeu que o próprio Baile da categoria demonstre o caráter político da entidade, demarcando um princípio da retomada revolucionária.
Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind
O Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) realizará, nos dias 15 e 16 de agosto, o seminário "Reforma Administrativa: Destruição dos Serviços Públicos e dos Direitos dos(as) Servidores(as)", no auditório do Sindsep-DF, em Brasília (DF). Com formato híbrido, presencial e online, a atividade reunirá servidoras e servidores das esferas federal, estadual e municipal.
O seminário ocorre em um contexto de forte ameaça à estrutura do Estado e aos direitos das trabalhadoras e dos trabalhadores do serviço público. No último semestre, o tema ganhou fôlego com a criação de um Grupo de Trabalho (GT) na Câmara dos Deputados, que retomou o debate sobre a Reforma Administrativa. A proposta representa graves riscos para a população brasileira, pois aponta para o desmonte dos serviços públicos e para a precarização das condições de trabalho do funcionalismo público.
Segundo Marcos Soares, 1º vice-presidente da Regional São Paulo do ANDES-SN e encarregado de Relações Sindicais, é fundamental a unidade entre todas as categorias do funcionalismo para barrar quaisquer ameaças de reforma Administrativa, tanto do Parlamento quanto do Executivo Federal. Segundo diretor do Sindicato Nacional, as mudanças pretendidas irão afetar não apenas as servidoras e os servidores, mas também a qualidade dos serviços prestados à população.
“Nós temos um desafio grande, que é combater essa proposta que virá da Câmara, mas também pressionar o governo a não apresentar uma proposta de Reforma Administrativa, que tem sido tratada no MGI como uma espécie de inovação do serviço público no Brasil”, reforçou.
Soares destacou alguns elementos que têm sido propagados como ‘modernização’ do Estado e que podem contribuir ainda mais para o desmonte dos serviços prestados. O fim do regime próprio, a mudança nos critérios para demissão de servidores, a possibilidade de contratações temporárias, a terceirização e privatização de alguns serviços e a aproximação das plataformas digitais, são alguns dos temas que já vêm sendo tratados, inclusive por medidas infralegais. Esse último, segundo o docente, pode até garantir uma facilidade de acesso da população aos serviços públicos. No entanto, em contrapartida, há a possibilidade de redução drástica de servidores e servidoras.
“É necessária uma unidade nacional das entidades e das servidoras e dos servidores públicos, uma ampla campanha de mobilização, a pressão sobre parlamentares, em Brasília e nas suas bases, material que possa esclarecer a população de que isso irá significar uma precarização do serviço público prestado. Porque não se trata apenas, ou especificamente, de uma defesa do trabalhador, do servidor público. É também, e principalmente, a defesa de um serviço público de qualidade prestado à população”, frisou, lembrando a importância da participação da categoria docente. “O seminário servirá de organização da nossa classe para combater essa reforma que virá nesse segundo semestre”, acrescentou.
Programação
A programação do seminário terá início na manhã de sexta-feira (15), com uma mesa de análise da conjuntura nacional e internacional. Em seguida, as discussões se aprofundam com a Mesa 1, que abordará o "Arcabouço Fiscal e as contrarreformas da Previdência: Escopo da destruição dos serviços públicos e dos direitos dos servidores federais, estaduais e municipais”.
À tarde, a Mesa 2 debaterá a "Contrarreforma Administrativa: Transformação ou Desmonte do Estado?", abordando os verdadeiros objetivos por trás da proposta que tramita no Congresso Nacional.
Na sexta-feira (16), a programação segue com a Mesa 3, dedicada ao tema “Os ataques aos serviços públicos e aos direitos dos(as) servidores(as) com a proposta do GT da Reforma Administrativa”.
O encerramento do seminário será marcado por um momento de construção coletiva de estratégias de enfrentamento à reforma. A atividade será voltada à organização, unidade e luta das servidoras e dos servidores públicos das três esferas, com o objetivo de definir orientações, diretrizes e um calendário nacional de mobilizações.
Inscrições
As inscrições podem ser realizadas até dia 13, por meio do formulário disponível AQUI, no qual as e os representantes sindicais deverão indicar a forma de participação – presencial ou virtual. Além disso, o seminário será transmitido ao vivo pelo canal do Fonasefe no YouTube.
Clique nas datas abaixo para assistir:
Dia 15 (sexta-feira) a partir das 9h
Dia 16 (sábado) a partir das 9h
Mobilização
O seminário acontece em meio à retomada da mobilização contra a reforma Administrativa. Na terça-feira (5), servidoras e servidores públicos recepcionaram as e os parlamentares que retornavam do recesso legislativo no Aeroporto de Brasília. Com faixas e palavras de ordem, as e os manifestantes exigiram o arquivamento definitivo da contrarreforma e denunciaram os prejuízos que ela trará para a sociedade brasileira.
Na quarta (6), o Fonasefe realizou uma reunião de rearticulação dos fóruns estaduais e regionais, que tiveram papel central na luta contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32/20 e agora serão fundamentais para barrar a nova investida do Congresso Nacional.
O ANDES-SN, que integra o Fonasefe, reforça a importância da mobilização permanente da categoria e convoca docentes a participarem das atividades rumo à derrota definitiva da reforma Administrativa.
Fonte: Andes-SN
Edital suspenso pela organização no dia 18/08. Leia a decisão aqui*
Conforme Edital de Seleção publicado em 31/07, a Adufmat-Ssind divulga horário das entrevistas com os candidatos e candidatas à vaga de estágio em Comunicação.
Data da entrevista: 20/08/2025
Nome do Candidato |
Situação (análise documental) |
Data / Horário Entrevista 20/08/2025 |
Diuno Camargo Freitas |
Aprovada |
14:00 |
Pedro Augusto de Assis |
Aprovada |
14:40 |
Felipe Sokoloski |
Aprovada |
15:20 |
Lívia Gabriela de Almeida Alves |
Aprovada |
16:00 |
Bárbara Fernanda de Silva Carvalho |
Aprovada |
16:40 |
Mais de 5 mil mulheres indígenas de mais de 100 povos, oriundas de todas as regiões e biomas do Brasil e de outros países da América Latina, ocuparam as ruas de Brasília (DF) na manifestação que encerrou a IV Marcha das Mulheres Indígenas e a I Conferência Nacional das Mulheres Indígenas, com o tema “Nosso corpo, nosso território: somos as guardiãs do planeta”. Representantes de movimentos sindicais, como o ANDES-SN, sociais e ambientais também participaram do ato, realizado na manhã desta quinta-feira (7).

Com palavras de ordem como “Mulheres unidas jamais serão vencidas”, “Veta Lula!” e “Educação é um direito, mas tem que ser do nosso jeito”, as mulheres indígenas marcharam do Eixo Cultural Ibero-Americano, antiga Funarte, rumo ao Congresso Nacional. A mobilização cobrou o veto presidencial total ao PL da Devastação (PL 2159/21), bem como a demarcação de terras, educação inclusiva que respeite a cultura e saberes dos povos, o fim da violência contra as mulheres indígenas e seus povos, justiça climática e o reconhecimento da sabedoria ancestral das mulheres indígenas.
Conforme resolução congressual, o ANDES-SN participou da marcha, além de apoiar financeiramente algumas delegações e fazer doação de materiais de higiene pessoal, roupas, cobertores, entre outros, para apoiar a estrutura do acampamento. “Hoje, o ANDES-SN marcou presença na IV Marcha das Mulheres Indígenas. A atividade reuniu vários povos, oriundos de todas as regiões e biomas do Brasil e contou com a participação também de várias delegações da América Latina, unidas na luta pela demarcação das terras indígenas e exigindo o veto do Lula ao PL 2.159/21 – o PL da Devastação, que foi aprovado em julho pela Câmara dos Deputados e que representa um retrocesso ambiental gigantesco”, contou Lívia Gomes dos Santos, 1ª vice-presidenta da regional Planalto do ANDES-SN.
A diretora do Sindicato Nacional destacou a força das mulheres indígenas, a ancestralidade e a luta pelo futuro expressas na marcha. “Com o tema “Nosso corpo, nosso território: somos as guardiãs do planeta”, foi um potente movimento, conduzido por mulheres indígenas, e também com a participação de várias crianças, lutando pelo direito de existência, pela preservação dos diferentes biomas e pelos direitos dos povos indígenas. A participação do ANDES-SN na marcha é uma das expressões da unificação das lutas anticapitalistas e a necessidade de ações contra o colapso socioambiental, que foi inclusive o tema de nosso último Conad, e reafirma o nosso compromisso com as lutas dos povos indígenas”, concluiu.
I Conferência Nacional das Mulheres Indígenas
A Marcha das Mulheres Indígenas ocorre bienalmente e esta quarta edição teve um marco histórico: a realização da I Conferência Nacional das Mulheres Indígenas. A mobilização teve início em 2 até 8 de agosto e reúne lideranças de povos originários de diversas regiões do país. “Nosso corpo é território! Somos as guardiãs do planeta pela cura da terra!” é o que afirma a Carta Pela Vida e Pelos Corpos-Territórios lançada na noite de quarta-feira (06/08), durante o encerramento da Conferência.
O documento é resultado das 49 propostas priorizadas, após as discussões realizadas no evento e durante as sete etapas regionais preparatórias. Publicadas no caderno de resoluções da conferência, as propostas se dividem em cinco eixos temáticos: Direito e Gestão Territorial; Emergência Climática, Políticas Públicas e Violência de Gênero; Saúde; e Educação e a Transmissão de Saberes Ancestrais para o Bem Viver.
O material servirá de base para a criação da Política Nacional para Mulheres Indígenas. Também foi anunciada, durante a Conferência, a portaria que estabelece um grupo de trabalho autônomo, interministerial e colaborativo, responsável pela elaboração da minuta dessa política.
Leia aqui a Carta Final da I Conferência Nacional das Mulheres Indígenas
Fonte: Andes-SN