Sexta, 26 Setembro 2025 08:25

 

A Câmara dos Deputados aprovou nessa quarta-feira (24) um projeto de lei que exclui das regras do arcabouço fiscal as despesas temporárias em Educação Pública e Saúde, custeadas com recursos do Fundo Social do pré-sal. A proposta segue para votação no Senado.

O PLP 163/25 trata das despesas temporárias equivalentes a 5% da receita do Fundo, em cada exercício por cinco anos, contados a partir de uma lei específica que irá direcionar os recursos. Esse uso foi autorizado pela Lei 15.164/25, oriunda da Medida Provisória 1291/25.

Segundo o texto, essa lei específica será a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), por isso o projeto precisa ser votado e transformado em lei antes da LDO de 2026 entrar em vigor. A Lei de Diretrizes Orçamentárias deverá definir ainda os percentuais destinados à Saúde e à Educação e as ações prioritárias para alocação dos recursos.

O Fundo Social (FS) foi criado para receber recursos da União obtidos com os direitos pela exploração do petróleo para projetos e programas em diversas áreas como educação, saúde pública, meio ambiente e mitigação e adaptação às mudanças climáticas. A proposta assegura que os recursos sejam, de fato, destinados para as áreas de Saúde e de Educação. 

Sem essa mudança no arcabouço fiscal, não haveria condição legal para aumentar os recursos para a Saúde e Educação. Além disso, os recursos repassados pelo Fundo Social poderiam ser usados para compensar a redução de outras despesas não obrigatórias – discricionárias. 

De acordo com o autor do projeto, Isnaldo Bulhões Jr. (MDB-AL), os aportes anuais ao Fundo Social são da ordem de R$ 30 bilhões, logo o adicional para essas duas áreas (Saúde e Educação) será em torno de R$ 1,5 bilhão ao ano.

O projeto exclui esses recursos dos limites de despesas primárias, e também da apuração da meta fiscal. Com isso, as despesas discricionárias, que o governo pode escolher não executar para alcançar a meta fiscal, não serão afetadas por esse montante.

No Orçamento de 2025, as discricionárias foram calculadas em cerca de R$ 219 bilhões. Para 2026, estão estimadas em R$ 237 bilhões.

Piso mínimo

O PLP 163/25 também exclui esses recursos adicionais dos pisos mínimos constitucionais de gastos com educação e saúde públicas. De acordo com a Constituição, o crescimento dessas despesas segue regras diferentes das definidas no arcabouço fiscal, que limita o crescimento real da despesa primária ao máximo de 2,5% do crescimento real da receita primária.

Em vez desse limite, o governo tem de aplicar, anualmente, 15% da receita corrente líquida em Saúde e 18% dos impostos arrecadados, descontadas as transferências constitucionais, em Educação Pública. Com a entrada do dinheiro do Fundo Social, eventuais mudanças nesses limites poderiam ser amortecidas pelos novos recursos em termos de valor nominal total.

Para o ANDES-SN, a medida é importante, mas insuficiente para recuperar o orçamento da Educação Federal, que sofreu drásticas reduções, especialmente nos últimos 10 anos. “Se considerados os valores deflacionados, o investimento em infraestrutura física das instituições federais em 2023 sofreu uma redução de aproximadamente 87% em comparação com o patamar de 2016. Enquanto hoje são executados R$ 1,2 bilhão para essa finalidade, o valor necessário para equiparar o poder de aquisição de sete anos atrás seria drasticamente maior”, afirma o 2º tesoureiro da entidade, Diego Marques.

O docente lembra que, segundo dados da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), seriam necessários R$ 8,4 bilhões para cobrir as despesas básicas apenas das universidades federais. No entanto, o orçamento executado em 2023 foi de apenas R$ 6,2 bilhões, gerando um déficit de R$ 2,2 bilhões.

Marcelo Vallina, 1º vice-presidente da Regional Norte 1 do ANDES-SN, ressalta que parte do problema do desfinanciamento do Ensino Superior Federal e do Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia é o fato dos mesmos não serem considerados despesas constitucionalmente subvinculadas, um mecanismo que já garante os recursos mínimos para áreas como saúde e educação básica.

"Nós temos que transformar o orçamento discricionário da Educação Superior e da Ciência e Tecnologia nesse país em despesa obrigatória de Estado. Nós não podemos continuar aceitando uma situação em que as universidades, institutos federais, cefets e os órgãos de fomento à ciência e tecnologia são utilizados para praticar política fiscal. Não podemos aceitar essa situação”, reforçou o docente, que é coordenador do Grupo de Trabalho Verbas e Fundações do Sindicato.

Para Marcelo Vallina, o projeto aprovado na Câmara é positivo, na medida em que vai permitir mais recursos para a Educação e Saúde, desvinculados do limite imposto pelo arcabouço fiscal. “No entanto, é fundamental reafirmarmos a luta pela exclusão total da Educação e da Saúde Públicas do Arcabouço e seguirmos exigindo também o fim desse mecanismo que impôs um novo teto de gastos, que sufoca o investimento em políticas públicas fundamentais para a classe trabalhadora”, ressaltou.

 

Fonte: Andes-SN (com informações da Agência Câmara)

Sexta, 26 Setembro 2025 08:21

 

 

Em debate realizado nesta terça-feira (24), representante do ANDES-SN apontou que desinvestimento na educação superior já dura uma década e cria cenário "insustentável"; recursos dependem cada vez mais de decisões políticas individuais

 

 

O ANDES-SN alertou, em debate realizado nesta quarta-feira (24), que o ciclo de desinvestimento nas universidades federais brasileiras já perdura quase uma década e atingiu um nível crítico, especialmente nos recursos destinados à infraestrutura. De acordo com a entidade, o cenário atual compromete a expansão e a qualidade da educação pública e coloca em risco a autonomia universitária.

A denúncia aconteceu durante Audiência Pública na Comissão de Legislação Participativa (CLP) da Câmara dos Deputados, que tratou do financiamento das universidades federais.

Diego Marques, 2º tesoureiro do Sindicato Nacional, apresentou um dado impactante: se considerados os valores deflacionados, o investimento em infraestrutura física das instituições federais em 2023 sofreu uma redução de aproximadamente 87% em comparação com o patamar de 2016. Enquanto hoje são executados R$ 1,2 bilhão para essa finalidade, o valor necessário para equiparar o poder de aquisição de sete anos atrás seria drasticamente maior.

"Esse é, talvez, o aspecto mais sensível e que mais compromete o importante processo de expansão da universidade pública no Brasil", afirmou Marques. O diretor destacou que as condições de trabalho para docentes e técnicos administrativos e de ensino-aprendizagem para os estudantes estão "no limite do insustentável".

Dependência de emendas e ameaça à autonomia

Um dos pontos mais criticados pelo ANDES-SN é a origem dos recursos. Do R$ 1,2 bilhão executado para infraestrutura, R$ 358 milhões (mais de 30%) tiveram origem em emendas parlamentares. O dirigente avaliou que, em algumas circunstâncias, os parlamentares podem agir no interesse público, mas classificou esse nível de dependência como inaceitável.

"Ele atinge de morte os artigos 206 e 207 da Constituição Federal e esse instituto fundamental para a gestão das nossas instituições, que é a autonomia universitária. Então, essa é uma situação que, definitivamente, não poderia perdurar", argumentou o docente.

 

 

Subfinanciamento crônico

A situação de infraestrutura é agravada por um déficit crônico no custeio das instituições. Diego Marques destacou que a própria Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) reconhece que seriam necessários R$ 8,4 bilhões para cobrir as despesas básicas. No entanto, o orçamento executado em 2023 foi de apenas R$ 6,2 bilhões, gerando um déficit de R$ 2,2 bilhões.

O ANDES-SN atribui parte desse problema ao fato de o Ensino Superior e o Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia não serem contemplados pela vinculação constitucional de despesas, um mecanismo que garante recursos mínimos para áreas como saúde e educação básica.

"Nós temos que transformar o orçamento discricionário da Educação Superior e da Ciência e Tecnologia nesse país em despesa obrigatória de Estado. Nós não podemos continuar aceitando uma situação em que as universidades (...) são utilizadas para praticar a política fiscal", defendeu.

Chamado à mobilização
Diante do cenário, o representante do Sindicato Nacional fez um chamado à unidade e à mobilização social. A greve realizada no ano passado por docentes e técnicas e técnicos administrativos foi um importante mecanismo de denúncia da situação.

"Imagino que a maior parte dos/as docentes tivesse no seu horizonte não apenas um interesse econômico (...), mas essa situação de precariedade das condições de trabalho e de depreciação das condições das nossas universidades, que tem que ser revertida imediatamente", avalia o diretor do ANDES-SN. E lembra que o debate sobre o financiamento é central para o futuro do país. "Só vai haver um Brasil soberano de verdade se nós conseguirmos garantir mais verbas para a educação pública", conclui.

Clique aqui e assista à íntegra da audiência

 

Fonte: Andes-SN

Sexta, 26 Setembro 2025 08:19

 

 

Na linha de frente da Semana Unificada de Lutas, o ANDES-SN participou, nessa quarta-feira (24), de atos, visitas a gabinetes parlamentares e audiência pública na Câmara dos Deputados, reafirmando o compromisso da categoria em derrotar a proposta de reforma Administrativa.

 

Foto: Thamires Barreto / Imprensa ANDES-SN

 

Pela manhã, em articulação com demais entidades do Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), as e os docentes protestaram em frente ao Anexo II da Câmara em ato unificado contra a reforma e denunciaram os retrocessos que a proposta representa para o serviço público e para os direitos da população.

“O ato, ocorrido no Anexo II, permitiu ampliar ainda mais o diálogo com trabalhadores e trabalhadoras que passavam pelo local, bem como com parlamentares, evidenciando os prejuízos ao serviço público decorrentes da tentativa de aprovação dessa contrarreforma. O saldo foi o fortalecimento da nossa disposição para derrotar qualquer proposta que ataque o serviço público e os direitos do funcionalismo”, destacou Cláudio Mendonça, presidente do ANDES-SN.

No início da tarde, servidoras e servidores públicos percorreram gabinetes para dialogar com deputadas e deputados e entregaram o material “5 razões para dizer NÃO à Reforma” e a “Carta a Parlamentares”, na qual cobram posicionamento firme contra a proposta. Os materiais criticam a reforma Administrativa e apontam que, sob o pretexto de reduzir privilégios de uma minoria, ela prejudica a maioria do funcionalismo público e da sociedade. Entre os pontos questionados estão a generalização de contratos temporários, a adoção de metas que priorizam quantidade sobre qualidade e a conversão de parte dos salários em bônus, medidas que podem achatar remunerações, precarizar aposentadorias e enfraquecer serviços públicos essenciais. Acesse o folder aqui e a Carta aqui.

“Conseguimos visitar um número significativo de gabinetes. Agora, é manter a pressão e a mobilização para derrotarmos, na luta, a contrarreforma administrativa”, completou Mendonça.

 

Foto: Thamires Barreto / Imprensa ANDES-SN

 

Ainda no período da tarde, a mobilização se estendeu à audiência pública que debateu o subfinanciamento das universidades federais. O ANDES-SN foi representado por Diego Marques, 2º tesoureiro, que destacou os impactos da falta de recursos sobre as instituições e a necessidade de barrar a agenda de desmonte do Estado. Saiba mais aqui.

Como parte da Semana Unificada de Lutas, docentes se reúnem na sede do ANDES-SN, nesta quinta (25) e sexta-feira (26), em encontro conjunto dos setores das Ifes e Iees/Imes/Ides, para avaliar a mobilização e definir novas estratégias de luta e barrar a proposta da contrarreforma no Congresso Nacional.

Fonte: Andes-SN

Quinta, 25 Setembro 2025 15:12

 

 
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Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
 
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JUACY DA SILVA*

 

“Senhor, fazei de mim um instrumento de vossa paz; onde houver ódio, que eu leve o amor; onde houver ofensa, que eu leve o perdão; onde houver discórdia, que eu leve a união; onde houver dúvida, que eu leve a fé; onde houver erro, que eu leve a verdade; onde houver desespero, que eu leve a esperança; onde houver tristeza, que eu leve a alegria; onde houver trevas, que eu leve a luz! Ó Mestre, fazei que eu procure mais: consolar, que ser consolado; compreender, que ser compreendido; amar, que ser amado. Pois é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado e é morrendo que se vive para a vida eterna!” Oração de São Francisco de Assis.

“São Francisco de Assis pode ser considerado um profeta por seu retorno radical ao Evangelho, vivendo a pobreza e a fraternidade com os mais necessitados, o que o tornou um "anti-sistema" que confrontou a riqueza e a indiferença de sua época. Sua vida foi um anúncio profético do Reino de Deus, onde os pobres e oprimidos são os primeiros a serem abraçados, e sua preocupação com os animais, a natureza e todo o universo o configuram como um profeta da vida e do cuidado com a "Casa Comum”. Por isso, é também o Santo protetor dos animais, o defensor da natureza e o Patrono/padroeiro da Ecologia Integral.

Para os cristãos — católicos romanos, ortodoxos e evangélicos — Deus falou no passado, em diferentes momentos da história, e continua falando no presente à humanidade, através dos profetas, de suas vozes, de suas atitudes, de seus comportamentos, de seus estilos de vida e de suas ações.

O único problema é que, tanto no passado quanto no presente, nós, a humanidade, teimamos em não ouvir a voz de Deus pelos profetas que ainda existem entre nós, muitos deles verdadeiros mártires que lutam ao lado dos pobres, oprimidos e excluídos.

Os profetas eram e são homens e mulheres que viveram e vivem em profunda comunhão com a Divindade, Deus, o Criador, e não fazem adivinhações quanto ao futuro, mas sim, são pessoas extremamente “enraizadas” em seus tempos históricos e seus territórios, pessoas de carne e osso, muitas das quais também realizaram diversos milagres reconhecidos pela Igreja e também pela ciência, razão pela qual foram e continuam sendo canonizadas, ou seja, tornando-se Santos e Santas, como São Francisco de Assis.

Profetas são pessoas que, diante das maldades humanas, das injustiças sociais, econômicas e políticas, transmitem às demais pessoas, às nações e sociedades o desapreço divino em relação ao que a humanidade, principalmente os poderosos, os chamados “donos do poder” e seus apoiadores, os donos do capital, das riquezas e das rendas, infligem de injustiças e violência aos humildes, aos pobres, aos excluídos em cada momento histórico e em cada território.

Muitas vezes, o profetismo não é exercido pela palavra, mas pelo exemplo de uma vida que foge aos padrões de ostentação ou de exploração do povo. É por isso que os profetas, além de denunciarem as práticas injustas e pecaminosas das pessoas, também anunciam as boas novas, ou seja, coerentes com a ideia de que não basta denunciar o que está errado, mas o mais importante é, também e principalmente, apontar o caminho ou os caminhos que levem a um mundo melhor, um mundo onde reine a fraternidade, a solidariedade, a equidade, a justiça, a inclusão, a dignidade humana, a cidadania e o respeito pelos direitos humanos em sua plenitude. Enfim, a sociedade do bem viver ou a terra sem males.

Diante desses parâmetros é que eu gostaria de situar São Francisco de Assis, o protetor dos animais, o defensor da natureza e o visionário da ecologia integral; por isso, além de Santo, também podemos considerá-lo um profeta que, principalmente pelo seu exemplo, seu estilo de vida, sua maneira bastante “esdrúxula” de observar e tentar entender o universo como obra da Criação de Deus — a natureza, todos os seres vivos, animais e plantas — demonstrava que, ao assim viver, estaria fazendo a vontade do Criador e abrindo caminho para que todas as obras da criação sejam entendidas como criadas e pertencentes a um mesmo princípio criador. Razão pela qual a todas as obras da criação o jovem Francisco de Assis as chamava de irmão e irmã (irmão sol, irmã lua, irmão lobo, irmão rouxinol... como na música Cantiga por Francisco, do Padre Zézinho), já que somos uma grande família e temos um mesmo Pai.

Giovanni di Pietro di Bernardoni, depois São Francisco de Assis, nasceu na cidade de Assis, na Itália, no dia 5 de julho de 1182 e, bastante doente, debilitado, assistido pelos discípulos, irmãos e irmãs de caminhada, faleceu com apenas 44 anos de idade em Assis, Itália, no dia 3 de outubro de 1226. Dois anos depois de sua morte, ele foi canonizado pelo Papa Gregório IX, tornando-se São Francisco de Assis.

Em um determinado momento de sua vida, ao ouvir a “voz de Deus” dizendo-lhe para reformar a sua Igreja, no início imaginou que seria uma reforma física de uma determinada igrejinha na Itália do século XII, e foi assim que ele fez.

Mas, na verdade, a reforma da Igreja que Deus estava falando para o jovem Francisco de Assis não era uma reforma física, mas uma reforma moral, uma reforma ética, uma reforma espiritual, contra uma Igreja que vivia (e em certo sentido ainda vive) na opulência, abraçada com os donos do poder, com os poderosos, apesar de dizer-se uma Igreja que faz a opção preferencial pelos pobres.

E por falar em pobres, São Francisco de Assis era de origem de uma família rica, abastada, que abandonou todas as benesses que poderia ter usufruído e vivido com seus pais e demais parentes, e optou, de forma profética, por uma mudança radical: passou a viver na pobreza, junto aos pobres e também junto aos animais, em permanente contato com a natureza, demonstrando que Deus ama verdadeiramente os pobres e caminha com eles, enfrentando todos os dissabores e injustiças que sofrem cotidianamente.

Uma coisa é sermos solidários com os pobres, os famintos, os injustiçados, os sem-teto, os sem-terra, os sem-comida, os sem-direitos, os sem-liberdade, os abandonados, os que sofrem discriminação e preconceitos, as pessoas que sofrem violência de toda ordem — enfim, quem vive nas periferias físicas e existenciais — mas apenas por palavras; outra coisa, bem diferente, diametralmente oposta, é estarmos ao lado, caminharmos juntos e juntas com quem vive na pobreza e sofre as agruras da vida, enfim, tudo o que nós sabemos e vemos que sofrem, como fazia o jovem Francisco de Assis.

Depois de sua conversão e de ter abandonado a vida luxuosa em que vivia sua família, para dedicar-se inteiramente à caminhada ao lado e com os pobres, principalmente doentes, inclusive leprosos, em 1208 pediu autorização ao Papa para fundar uma irmandade mendicante.

Em 1219 estava fundada a “Ordem dos Irmãos Mendigos de Assis”, que se instalou em cabanas no alto dos montes e no interior das cavernas, renunciando a qualquer forma de propriedade e tendo uma vida em comum, como nas comunidades cristãs primitivas.

Conforme relato de Dilva Frasão, sobre a biografia de São Francisco de Assis: “Em 1215, no intuito de resguardar a autoridade papal, o Concílio de Latrão reconheceu a 'Ordem dos Irmãos Menores de Assis’. O Cardeal Ugolino foi designado 'protetor' da Ordem. Francisco consentiu repartir seus discípulos em dois grupos para seguir em peregrinação pelo mundo para disseminar o sentimento da fé cristã e converter os infiéis. Durante a peregrinação, os franciscanos tiveram seus primeiros martírios, quando cinco discípulos foram mortos em Ceuta pelos muçulmanos, pois recusaram sua conversão. Francisco de Assis embarcou para a Terra Santa, onde foi aprisionado e levado ao sultão. Para mostrar a superioridade da fé cristã, Francisco andou sobre brasas e imediatamente foi libertado”.

No mesmo relato, Dilva Frasão menciona um pouco da história primitiva dos franciscanos quando enfatiza que: “Em 1220, Francisco de Assis voltou para a Itália e encontrou uma cisão no movimento (franciscano). Alguns discípulos, pressionados por Ugolino, preconizaram uma reforma com novas 'regras', menos severas quanto ao voto de pobreza.

Em 1221, Assis apresentou um texto com a nova 'Regra' para a ordem: 'Observar o Santo Evangelho, viver da obediência, da castidade e não possuir absolutamente nada e só dividir a pobreza’.

O texto foi recusado pelo cardeal Ugolino. Em 1223, o texto foi retocado e finalmente aceito pelo Papa Honório III. Naquela ocasião, os franciscanos perderam muitos dos traços que os distinguiam originariamente.

Um fato curioso foi a inspiração que Francisco de Assis exercia em relação à sua amiga Clara, depois também canonizada como Santa Clara. Ambos devotaram suas vidas aos pobres e excluídos. Costuma-se dizer que São Francisco de Assis foi o mentor ou "pai espiritual" de Santa Clara de Assis.

Quase oito séculos depois de sua morte e canonização, São Francisco de Assis também inspirou o cardeal Jorge Mário Bergoglio que, ao ser eleito Papa, em 13 de março de 2013, escolheu o nome de Francisco, tendo como motivação a vida piedosa, voto de pobreza, defensor dos pobres, dos animais e da ecologia integral.

Inspirando-se em São Francisco de Assis, o Papa Francisco tornou-se um novo profeta da ecologia do século XXI, ao publicar a Encíclica Laudato Si e as Exortações Querida Amazônia e Laudate Deum; ao criar o Dia Mundial dos Pobres, instituído pela Carta Apostólica Misericordia et Misera, publicada em 20 de novembro de 2016, ao fim do Jubileu Extraordinário da Misericórdia e celebrado no 33º Domingo do Tempo Comum de cada ano (neste ano em 16 de novembro de 2025), com o objetivo de motivar a Igreja Católica e demais igrejas cristãs e as sociedades no mundo inteiro a reconhecerem que o amor de Cristo pelos pobres é algo fundamental para construirmos um mundo melhor.

Outra proposta do Papa Francisco, inspirada em São Francisco de Assis, é a substituição dos paradigmas que sustentam a economia da morte, característica dos atuais sistemas econômicos que não respeitam nem a natureza, nem os direitos dos trabalhadores, dos consumidores e nem das futuras gerações, por novos paradigmas que sejam os alicerces de uma economia da vida, da agroecologia e da economia solidária e circular, a chamada Economia de Francisco e Clara, em alusão a São Francisco de Assis e Santa Clara de Assis.

Estamos nos aproximando do término do Tempo da Criação e também do dia dos animais, dia da natureza e também dia de São Francisco de Assis, em 4 de outubro próximo, razão mais do que suficiente para celebrarmos também a figura deste Santo dos pobres, dos animais, padroeiro da Ecologia Integral e profeta de uma Igreja em saída, missionária, samaritana e sinodal.

Nesses tempos tão difíceis em que o mundo está vivendo, em meio a tantas guerras, genocídio, violência, ódio, fome, pobreza, degradação ambiental, crise climática e tantos outros males, qual seria a mensagem, por palavras e ações, que nos daria o jovem Francisco de Assis? Certamente, um mundo de paz, com justiça, equidade, solidariedade, sustentabilidade e muito amor aos nossos próximos, principalmente aos pobres!

Oxalá possamos refletir sobre a vida, a obra e os sonhos de Francisco de Assis (ele também sonhava com um mundo melhor), tendo como carisma o que ele expressava por seu estilo de vida, pelo exemplo, pelas palavras de sua oração transcritas no início desta reflexão! Paz e Bem!

 

*Juacy da Silva, professor fundador, titular e aposentado da Universidade Federal de Mato Grosso, sociólogo, mestre em sociologia, ambientalista, articulador da Pastoral da Ecologia Integral. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Instagram @profjuacy 

Quarta, 24 Setembro 2025 15:24

 

O ANDES-SN iniciou o processo de articulação para integrar a campanha de solidariedade organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), intitulada “Remédios para o Povo Cubano”. Na quinta-feira (18), em Brasília (DF), houve reunião da diretoria do Sindicato Nacional com as integrantes da coordenação nacional do MST, Ceres Hadich e Judite Santos, para tratar do tema.

 

Encontro de amigos e amigas do MST realizado em Cuba, em dezembro de 2023 - foto: Brasil de Fato

 

A decisão de apoiar a campanha foi aprovada no 68º Conad, que ocorreu de 11 a 13 de julho, em Manaus (AM). A ação tem caráter emergencial e busca arrecadar recursos para a compra de medicamentos, insumos médicos e assistência hospitalar e envio por via aérea ao país. Somente no mês de agosto, a campanha arrecadou R$ 31 mil, o equivalente a um quarto da meta inicial. A campanha não tem prazo para acabar.

Cuba enfrenta há mais de seis décadas um duro bloqueio econômico, financeiro e de transportes dos EUA, o que impacta diretamente o acesso da população a medicamentos. Para enfrentar essa situação, o MST, em conjunto com movimentos populares, lançou a campanha de arrecadação. 

De acordo com o MST, foi feita uma parceria com um laboratório para adquirir os medicamentos a preço de atacado. Entretanto, cada encomenda precisa ter um valor mínimo de R$ 200 mil. “Por isso, propomos que cada militante contribua com pelo menos R$ 200. Se mil companheiros e companheiras participarem, já poderemos enviar a primeira carga e manter essa corrente solidária ao longo do ano”, afirma o economista e fundador do MST, João Pedro Stédile.

Segundo a secretária-geral do ANDES-SN, Fernanda Maria, as representantes do MST ficaram animadas em saber que o Sindicato Nacional apoiará a campanha. “Elas agradeceram essa solidariedade tirada pela nossa categoria. Nos apresentaram, no entanto, um pouco da dificuldade que é o processo de encaminhar a medicação até Cuba, em especial por conta do bloqueio estadunidense. Isso cria dificuldades para que a gente possa enviar com maior grau de rapidez essa medicação”, explica.

Caroline Lima, 1ª vice-presidenta do ANDES-SN, informa que o encontro foi produtivo e uma nova reunião será realizada nos próximos dias com João Pedro Stédile, que é o responsável dentro do MST pelo diálogo com o governo cubano, para garantia da compra e envio dos insumos hospitalares e medicações. Após essa reunião, o ANDES-SN implementará a efetivação da resolução aprovada no 68º Conad.

Participe da Campanha!

Confira os dados para contribuição:
Instituto Cultivar
CNPJ: 11.586.301/0001-65
Caixa Econômica Federal
Chave pix: a34d8347-2a43-4ed6-b2d7-c755291bd917

 

Fonte: Andes-SN

Quarta, 24 Setembro 2025 15:21

 

Como parte da Semana Unificada de Lutas contra a reforma Administrativa, organizada pelo ANDES-SN em articulação com demais entidades do Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), ocorreu na tarde de segunda-feira (22), a mesa de debate "Os ataques às universidades públicas são ataques à democracia!".

 

Foto: Thamires Barreto / Imprensa ANDES-SN

 

O encontro reuniu especialistas no auditório da Associação de Docentes da Universidade de Brasília (Adunb – Seção Sindical do ANDES-SN) para discutir a crescente ofensiva da extrema direita contra as instituições de ensino superior, e sua relação com um projeto mais amplo de desmonte dos serviços públicos e fragilização do país.

Marcos Soares, 1º vice-presidente Regional São Paulo do ANDES-SN e encarregado de Relações Sindicais da entidade, ressaltou que os ataques às universidades fazem parte de uma estratégia maior. Segundo ele, essa ofensiva se expressa no desgaste da imagem das instituições, nos cortes orçamentários que comprometem sua infraestrutura e nas alterações de regras relacionadas à escolha e nomeação de reitoras e reitores.

Soares destacou que a resposta deve ser coletiva e articulada. “O combate à reforma Administrativa, à escala 6 por 1 - que precariza e adoece os trabalhadores -, aos ataques às universidades, tudo isso faz parte de uma mesma luta contra os ataques da extrema direita. Por isso, é necessário que a gente se unifique”, afirmou.

A mesa contou também com a participação de Maria Lídia, presidenta da Adunb SSind., mediadora do debate, e de Cláudia Maria Dadico, representando a Associação Juízas e Juízes para a Democracia (AJD). A magistrada aposentada também é diretora do Departamento de Mediação e Conciliação de Conflitos Agrários do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (DEMCA/MDA).

 

Foto: Thamires Barreto / Imprensa ANDES-SN

 

Dadico destacou o papel estratégico das universidades no desenvolvimento nacional e na inserção internacional do Brasil. Para ela, os ataques têm raízes coloniais. "Na medida em que as universidades também representam essa dimensão fundamental no sentido de permitir que o país também tenha inserção nos mecanismos globais multilaterais, ela se torna também uma ameaça a esses projetos extremistas que ao fim e ao cabo são também projetos coloniais", ressaltou.

Ela classificou a ofensiva como uma forma de "ódio ao conhecimento", que busca bloquear a pesquisa científica e manter o Brasil em uma posição de dependência e exportador de commodities.

Semana Unificada de Lutas

O debate marcou a abertura da Semana Unificada de Lutas contra a reforma Administrativa, em Brasília (DF), que segue até sexta-feira (26). A programação inclui atos, debates e reuniões organizativas. Nesta terça-feira (23), ocorreu ato no aeroporto pela manhã. Na quarta (24), está previsto um ato público às 9h em frente ao Anexo II da Câmara dos Deputados, seguido de visitas a gabinetes parlamentares e uma audiência pública na Câmara. Saiba mais sobre a programação aqui.

Clique aqui e assista ao debate na íntegra.

 

Fonte: Andes-SN

Quarta, 24 Setembro 2025 10:46

 

 

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Juacy da Silva*

 

“Os nossos avós foram e são para nós exemplos de fé e de devoção, de virtudes cívicas e compromisso social, de memória e perseverança nas provações; os idosos são as primeiras testemunhas de esperança; a velhice é um tempo de bênção e de graça; a fragilidade dos idosos precisa do vigor dos jovens e a inexperiência dos jovens precisa do testemunho e exemplo dos idosos para projetar um futuro com sabedoria”. Papa Leão XIV, mensagem para o V DIA Mundial dos Avós e dos Idosos em 27 de julho de 2025.

Ontem recebi um vídeo da manifestação que ocorreu na Av. Paulista, em São Paulo, contra a PEC da Bandidagem/Blindagem, que, se aprovada, transformará o Congresso Nacional em reduto de criminosos e bandidos de todas as espécies, enquanto as demais pessoas serão cidadãos e cidadãs de segunda classe perante o sistema Judiciário brasileiro, abolindo o preceito constitucional de que “todos/todas são iguais perante a lei” e, também, um grande protesto contra o Projeto de Lei, o PL da Anistia aos golpistas do 8 de Janeiro de 2023, alguns já condenados e outros ainda a serem condenados.

Durante praticamente 10 anos, desde 2014, quando a direita e a extrema-direita tomaram as ruas e avenidas do Brasil participando das pressões que redundaram na derrubada da presidente Dilma, legitimamente eleita e reeleita pelo povo, passando pela eleição e os quatro anos terríveis do governo Bolsonaro, até o 08 de janeiro de 2023, quando da destruição da Praça dos Três Poderes, parecia que as forças de esquerda haviam desaparecido do cenário político, institucional e eleitoral do Brasil.

Todavia, parece que os ataques ao Judiciário, principalmente contra o STF e seus integrantes, e também as pressões internacionais contra a soberania nacional e a soberania popular, e ainda um Congresso Nacional que, além de extremamente conservador, quer aumentar seus privilégios, reservando para seus integrantes um sistema de proteção para todas as formas de ação, inclusive vários tipos de crimes, que ficariam longe dos tentáculos da justiça, acabaram acordando o povo que, sem medo, de forma pacífica e ordeira, demonstrou o seu desapreço e seu repúdio com os rumos e o que está acontecendo no Congresso Nacional, que, de defensor da democracia, do Estado Democrático de Direito, da soberania nacional e popular, deseja legislar para proteger interesses menores de seus integrantes, em lugar dos interesses dos eleitores que os elegeram e dos interesses e objetivos nacionais.

O Congresso Nacional, vale dizer, a maioria conservadora de direita (Centrão) e extrema-direita, há pelo menos nas três últimas legislaturas, tem se transformado em força que tem tentado ou vem tentando “emparedar” os demais poderes: o Executivo e o Judiciário, seja através do orçamento da União, ampliando absurdamente as emendas que são gastas sem a devida transparência, como o próprio orçamento secreto, e também via aprovação de PECs – Projetos de Emendas Constitucionais, enfim, afrontando o princípio da independência e harmonia entre os poderes.

Contra tudo isso, parece que, finalmente, o povo, única fonte real de poder, acordou, e sua voz começa, novamente, a ser ouvida pelos quatro cantos deste país.

Em mais de 40 cidades de médio e grande porte, incluindo as 27 capitais, ocorreram manifestações semelhantes, com dezenas ou centenas de milhares de pessoas que se manifestaram também em defesa da democracia, da soberania popular e soberania nacional, de direitos trabalhistas, resgatando a bandeira nacional e outros símbolos que há algum tempo foram “sequestrados” pela direita e extrema-direita golpistas e entreguistas.

Em lugar de bandeiras de outros países, como tem acontecido nas manifestações da direita e extrema-direita, ontem o que podia ser visto na Avenida Paulista, em São Paulo, por exemplo, foi uma grande, imensa bandeira brasileira, com o verde e amarelo tremulando, lembrando e relembrando que “o Brasil é dos brasileiros”.

A bandeira brasileira e os símbolos nacionais pertencem ao povo brasileiro e jamais podem ser sequestrados por um partido político, por uma ideologia ou por qualquer outro segmento populacional. Afinal, independentemente de nossas predileções políticas, partidárias e ideológicas, somos todos e todas brasileiros e brasileiras, jamais inimigos internos ou inimigas internas. Este é o único caminho para a pacificação nacional.

Pelas fotos, pode-se perceber que a esquerda, vale dizer, os partidos de esquerda, os movimentos sociais, as ONGs, os sindicatos, as entidades comunitárias, os estudantes, as donas de casa, os trabalhadores e trabalhadoras, finalmente acordaram e tomaram, novamente, as ruas, praças e avenidas do Brasil.

Além dessas entidades, notamos ainda a presença de muitas pessoas idosas, cujo símbolo maior foi o pronunciamento do padre Júlio Lancelotti, nascido em 27 de dezembro de 1948, ou seja, com quase 77 anos, lá estava ele, defendendo não apenas o povo, os moradores de rua, os sem teto, sem moradia, sem comida, sem saúde, sem voz e sem voto, mas também a causa do povo palestino, vítima de um verdadeiro genocídio, onde já foram mortas 65 mil pessoas e 166 mil feridas, a grande maioria, mais de 90%, crianças, jovens e idosos, enfim, população civil indefesa, além da destruição física daquele território.

Padre Júlio Lancelotti é sacerdote católico e conhecido pelo seu trabalho com a população em situação de rua e pela promoção da dignidade e dos direitos humanos fundamentais (comida, água, abrigo, moradia, trabalho, uma nova chance, enfim, dignidade humana), demonstrando, na prática, como podemos unir fé com cidadania, com ação sociotransformadora e mobilização profética.

Da mesma forma que o padre Júlio Lancelotti, que é responsável pela Pastoral do Povo de Rua da Arquidiocese de São Paulo, milhares de pessoas idosas por este Brasil afora ainda lutam por um Brasil menos desigual, mais justo, democrático, soberano e sustentável, enfim, por um mundo melhor, a partir de cada território onde estamos.

Com certeza, diante de tantas ameaças que o Brasil e as instituições nacionais, principalmente os poderes Executivo e Judiciário, vêm enfrentando nos contextos interno e internacional, a mobilização popular é o único caminho para fortalecer as instituições nacionais, a democracia e eleger um presidente da República, governadores, Congresso Nacional e parlamentos estaduais que estejam realmente à altura das aspirações, dos interesses e dos objetivos do povo brasileiro, em que a política, a ética e a justiça, principalmente a justiça social, estejam umbilicalmente interligadas.

Finalizando, gostaria de destacar uma das primeiras mensagens do Papa Leão XIV sobre alguns dos desafios da atualidade: “A guerra e todas as formas de violência nunca são inevitáveis, as armas podem e devem silenciar, porque não resolvem os problemas, mas os aumentam; pois entrará para a história quem semeia a paz, não quem provoca vítimas; porque os outros não são inimigos a serem odiados, mas seres humanos com os quais devemos dialogar”. Papa Leão XIV.

Este foi e sempre será o sentido e o significado do povo ocupando as ruas, praças e avenidas do Brasil inteiro, pavimentando o caminho das urnas em 2026.

 

*Juacy da Silva, 83 anos, professor fundador, titular e aposentado da Universidade Federal de Mato Grosso, sociólogo, mestre em Sociologia, ambientalista, articulador da Pastoral da Ecologia Integral – Região Centro Oeste. E-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.; Instagram @profjuacy

 

Quarta, 24 Setembro 2025 10:06

 

A Adufmat - Seção Sindical do ANDES Sindicato Nacional, representante legítima da categoria docente da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), que, em 2025, completa 47 anos de luta em defesa da UFMT e da educação pública, gratuita e de qualidade, vem a público manifestar posição da categoria sobre as propostas de desmembramento do campus universitário de Sinop.
 

No último período, tomamos conhecimento de algumas propostas que visam a separação do campus de Sinop e do campus do Araguaia da estrutura institucional da UFMT. Todas as propostas tomaram a comunidade universitária com espanto, dado que nenhuma delas foi elaborada ou discutida junto à comunidade antes de ser submetida ao Legislativo Federal. A mais recente das propostas a ganhar notoriedade foi a apresentada pelo PL 4812/2020, do senador Carlos Fávaro (PSD/MT), hoje ministro da Agricultura, que “autoriza a criação da Universidade Federal do Nortão de Mato Grosso”. Recentemente, o PL foi objeto de discussão e deliberação na Comissão de Educação do Senado Federal e o parecer, que indica que o Executivo Federal delibere sobre a matéria, foi aprovado nessa ocasião.
 

Na mesma semana em que o tema foi discutido no Senado, a Adufmat-Ssind realizou uma reunião com a Reitoria da UFMT e uma Assembleia Geral, espaço deliberativo máximo da categoria, ambas com o tema do desmembramento. Nas duas ocasiões, tanto a Diretoria da Adufmat-Ssind quanto a categoria docente da base manifestaram preocupação pelo caráter das propostas apresentadas, e da proposta específica que havia sido votada pela Comissão de Educação do Senado. Todas elas foram elaboradas sem quaisquer movimentos de consulta ou debate democrático junto à comunidade acadêmica. Vale lembrar que a criação ou extinção de campus universitário é de prerrogativa dos conselhos superiores da UFMT, por meio das suas representações legitimamente eleitas nas bases. Isso significa que quaisquer mudanças que venham a ser feitas na estrutura da UFMT são de interesse de toda a comunidade docente, discente e de técnicos(as)-administrativos(as).
 

Os e as docentes da UFMT, reunidos em assembleia no dia 19/09, indicaram frontal contrariedade ao processo de desmembramento que se planeja pôr em curso, sob uma ideia enganadora de “emancipação”, por entender que não apenas ela não cumpre os requisitos do debate democrático com toda a comunidade, como exposto acima, mas também por se tratar de proposta construída de fora para dentro, expressando fundamentalmente os interesses do setor empresarial, em especial do Agronegócio, via entidades privadas que, ao legislar de fora para dentro sobre os destinos da UFMT, violam a autonomia universitária, desrespeitam toda a comunidade acadêmica e a sociedade que dizem querer representar - quando, na verdade, representam apenas seus próprios interesses econômicos.
 

O desmembramento de um campus universitário para conversão em universidade é um processo longo e que demanda um debate aprofundado sobre as vantagens e riscos dessa ação, no que diz respeito à garantia da sua estrutura administrativa, de ensino, pesquisa e extensão, da sua segurança orçamentária e patrimonial, do estatuto legal dos seus trabalhadores, etc. Uma canetada não converte um campus em uma universidade - no máximo, fragiliza toda uma comunidade que se vê invadida e desrespeitada pelo interesse daqueles que querem apenas “uma universidade para chamar de sua”, para atender aos seus interesses econômicos de lucrar sobre o que é público, para desvirtuar a função social daquilo que eles veem apenas como “lugar para fazer negócios”.

Além disso, a diretoria da Adufmat-Ssind registra seu repúdio às movimentações espúrias de representantes do Poder Público e do setor empresarial que, pela via da ameaça velada ou explícita, ou de declarações que mostram uma suposta “preocupação” com a sociedade sinopense, defendem ferrenhamente a consecução dessa proposta antidemocrática de desmembrar a qualquer custo. A Adufmat-Ssind defende a necessidade de um amplo debate sobre que projeto de universidade nós queremos e defendemos, e qual projeto de multicampia deve fazer parte dessa concepção; defende que o tema da multicampia, ou seja, da coexistência administrativa, pedagógica e científica entre os campi, seja ponto central de pauta dos debates da UFMT no próximo período, inclusive na realização da Assembleia Universitária de 2025 e suas etapas preparatórias.

 

Não aceitaremos que os interesses econômicos de uma pequena elite que tem aversão ao que é público invadam a autonomia universitária e tentem exercer controle autoritário sobre os destinos da UFMT. A UFMT é um valorosa instituição pública, com 55 anos de produção de ciência, educação, cultura, política, e não está à venda aos interesses privados. Os rumos da UFMT, quem decide é sua comunidade, em diálogo franco, amplo e democrático com a sociedade mato-grossense. Seguiremos firmes em defesa da UFMT, em diversidade, em sua complexa e necessária multicampia, em sua totalidade! 

 

 

Mato Grosso, 24 de setembro de 2025
Diretoria da Adufmat-Ssind
Gestão “Adufmat é pra lutar!” 

 

Terça, 23 Setembro 2025 08:57

 

Milhares de pessoas saíram às ruas em diversas cidades do Brasil, nesse domingo (21), para protestar contra a chamada "PEC da Blindagem" e a proposta de anistia às condenadas e aos condenados pela tentativa de golpe que culminou nos ataques de 8 de janeiro de 2023, em Brasília (DF). 

 

 

As manifestações, convocadas por movimentos sociais, estudantis, sindicais, populares, partidos de esquerda, centrais sindicais e artistas, ocorreram sob o mote "Congresso Inimigo do Povo" e foram registradas em mais de 33 cidades brasileiras, incluindo todas as 27 capitais, com shows e apresentações musicais. Além de repudiar a PEC e a proposta de anistia, as e os manifestantes exigiram ainda a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado, organização criminosa, entre outros crimes. 

O ANDES-SN esteve presente nos atos em Brasília e em vários outros estados, reforçando a luta contra os ataques à democracia e aos direitos da classe trabalhadora. Na capital federal, milhares de pessoas se reuniram na Esplanada dos Ministérios, em um dos principais protestos do país.

 

 

Em São Paulo, segundo o Monitor do Debate Político, da Universidade de São Paulo (USP), 43 mil pessoas participaram da manifestação na Avenida Paulista. Já no Rio de Janeiro, 42 mil ocuparam a orla de Copacabana.

Na cidade de Salvador (BA), milhares de pessoas se concentraram na Barra. Em Belo Horizonte (MG), uma multidão ocupou a Praça Raul Soares. Outras capitais com atos registrados foram Natal (RN), Fortaleza (CE), Recife (PE), Porto Alegre (RS), Curitiba (PR), Cuiabá (MT), Manaus (AM), Belém (PA), Teresina (PI) e Florianópolis (SC).

Em João Pessoa (PB), as e os manifestantes direcionaram palavras de ordem ao presidente da Câmara, o deputado paraibano Hugo Motta. Brasileiras e brasileiros no exterior também protestaram em cidades como Lisboa (PT), Londres (UK), Paris (FR) e Berlim (DE).

 

 

Imagem de drone do ato em Cuiabá

 

Motivação

As manifestações foram uma resposta direta a duas recentes decisões da Câmara dos Deputados. Na terça-feira (16), foi aprovada a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 3 de 2021, apelidada de "PEC da Blindagem" ou "PEC da Bandidagem". A medida, que ainda precisa ser aprovada pelo Senado, torna quase nulos os caminhos para punir judicialmente congressistas, permitindo prisão apenas em flagrante de crimes inafiançáveis e condicionada à autorização da respectiva Casa Legislativa. 

No dia seguinte, quarta-feira (17), foi aprovado o regime de urgência para o Projeto de Lei (PL) 2162/23, de autoria do deputado Marcelo Crivella (Republicanos-RJ), que propõe anistiar as envolvidas e os envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Com a urgência, o projeto pode ser votado diretamente no Plenário, sem análise das comissões. 

Avaliação

Caroline Lima, 1ª vice-presidenta do Sindicato Nacional, presente no ato em Brasília, destacou a importância da mobilização popular diante dos retrocessos.

“Nós, do ANDES Sindicato Nacional, nunca saímos das lutas e das ruas. Hoje, nessa conjuntura marcada por golpes, por tentativa de anistiar golpistas, estamos em Brasília, e em todo o país, dizendo basta! Basta para o centrão e à extrema direita que querem golpear o nosso povo. A classe trabalhadora não permitirá que a PEC da Blindagem ou a anistia de golpista avance. Fascistas não passarão. Nosso lugar é nas ruas contra a extrema direita. Vamos fazer como a Revolta dos Malês, como a Cabanagem, como Canudos: é a insurgência popular já!”, disse.

 

 

Já Cláudio Mendonça, presidente do ANDES-SN, ressaltou o significado das manifestações em um momento em que o Congresso Nacional ataca os direitos das trabalhadoras e dos trabalhadores e o serviço público, reforçando a centralidade da mobilização popular. Ele também reforçou a disposição da diretoria nacional do sindicato, que suspendeu sua reunião de trabalho para se somar à construção dos atos.

“Este ato tem um significado fundamental. Enquanto o Congresso, inimigo do povo, aprova medidas que atacam os direitos dos trabalhadores e tenta aprovar a reforma Administrativa, que quer destruir o serviço público, nós, lutadores e lutadoras, estamos mobilizando a categoria. Compreendemos que somente com muita mobilização e luta derrotaremos esse Congresso inimigo do povo. Estamos nas ruas e nas lutas contra o Congresso, com firmeza e convicção de que iremos derrotar a extrema direita. Vamos à luta, sem anistia aos golpistas”, finalizou. 

 

Fonte: Andes-SN (com informações de Agência Brasil de Notícias e da Adufmat-Ssind) | Fotos: Eline Luz/Imprensa ANDES-SN

Terça, 23 Setembro 2025 10:18

 

 
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Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
 
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Juacy da Silva*

 

“Propomos definir o pecado ecológico como uma ação ou omissão contra Deus, contra o próximo, a comunidade e o meio ambiente. É um pecado contra as gerações futuras e se manifesta em atos e hábitos de contaminação e destruição da harmonia do ambiente, em transgressões contra os princípios da interdependência e na ruptura das redes de solidariedade entre as criaturas e contra a virtude da justiça”. Fonte: Documento Final do Sínodo dos Bispos da Amazônia, matéria publicada por Elisangela Cavalheiro, em 30/01/2024 no Portal A12.

Bom dia, amigas e amigos, ótimo, abençoado e feliz domingo, 21 de setembro, DIA DA ÁRVORE e amanhã, 22 de setembro, é o início da primavera no Hemisfério Sul (Brasil, América do Sul, boa parte da África e vários outros países) e o início do outono no Hemisfério Norte (Europa, EUA, Canadá e outros países).

A primavera representa o fim de um verão cada vez mais escaldante, de poucas chuvas, baixa umidade do ar, que afetam tremendamente a saúde humana, mas também o mês das flores, do verde, da renovação da vida, da esperança, principalmente para o meio ambiente, para a ecologia integral, um melhor cuidado com o Planeta, a nossa Casa Comum, ou seja, um tempo benfazejo.

E por estarmos no ANO DO JUBILEU, convocado pelo Papa Francisco, que ao longo de seus 12 anos de magistério nos deixou um rico legado de exortações quanto à degradação dos biomas e ecossistemas, à necessidade de a Igreja ser e estar sempre em saída, no espírito da sinodalidade e do profetismo, para caminhar junto com os pobres, oprimidos e excluídos, os mais afetados pelas consequências da degradação ambiental e da crise climática.

Sempre é bom recordarmos que o tema do Jubileu de 2025 é PEREGRINOS DA ESPERANÇA, que deve representar um período especial de graça e renovação espiritual em todas as dimensões da vida humana, inclusive na caminhada ecológica da Igreja, representada pelos fiéis e também pela hierarquia eclesiástica, principalmente quando, por coincidência, estamos também celebrando o TEMPO DA CRIAÇÃO, representado por tantas obras da natureza e da humanidade. Isto deve nos iluminar para percebermos que precisamos construir uma harmonia total entre os seres humanos e destes com a natureza.

Quanto às celebrações do DIA DA ÁRVORE, não basta apenas plantarmos umas poucas mudinhas em diferentes locais, principalmente onde houver visibilidade, para fotografarmos e compartilharmos nas diferentes redes sociais com nossos contatos, como tanto gostam de fazer nossos governantes.

O importante é também refletirmos sobre a destruição que temos assistido de imensas áreas de florestas, a extração ilegal de madeira, a contaminação por mercúrio e agrotóxicos, o desmatamento e as queimadas, legais ou ilegais, de milhões de hectares e BILHÕES DE ÁRVORES, de forma irracional, transformando essas áreas em terras degradadas, como tem acontecido em todos os biomas brasileiros, principalmente no CERRADO, na AMAZÔNIA LEGAL e no PANTANAL.

Apenas para “refrescar” nossa memória e aquilatarmos o tamanho desta destruição, basta mencionar que em 2023 o desmatamento e as queimadas no CERRADO atingiram mais de 1,1 milhão de hectares, o que corresponde a 750 MILHÕES DE ÁRVORES.

Entre 1985 e 2023, o desmatamento e as queimadas no Cerrado destruíram 38 milhões de hectares, o que representa 27% da perda de toda a cobertura vegetal originária deste bioma e uma perda significativa de sua biodiversidade vegetal e animal, além de afetar todas as nascentes que formam os rios que alimentam tanto a Bacia Amazônica quanto a do Paraguai/Paraná, do São Francisco e do Parnaíba, inclusive os aquíferos que estão nesta vasta região.

Em termos de árvores destruídas, é algo extremamente gigantesco. Em quatro décadas este bioma “perdeu” nada menos do que 24,7 BILHÕES DE ÁRVORES.

É fundamental também que se diga que em 2023 o desmatamento e as queimadas que destruíram boa parte do Cerrado representaram um aumento de 68% em relação ao ano anterior e que esta destruição superou as perdas registradas na Amazônia.

Quanto à Amazônia, mesmo que tenha havido uma queda significativa em relação às décadas anteriores, mesmo assim o desmatamento e as queimadas devoraram 515 mil hectares, o que representa a destruição de aproximadamente 335 MILHÕES DE ÁRVORES.

Todavia, apesar desta “queda” no desmatamento e queimadas, na Amazônia Legal, no período de 1984 até 2023, ou seja, em 39 anos, foram destruídos 12,7 milhões de hectares de florestas nativas. Isto é algo assustador, pois representa 8,3 BILHÕES DE ÁRVORES destruídas e, pior ainda, boa parte deste vasto território teve os solos degradados, não se prestando mais para qualquer uso produtivo.

Já em relação ao nosso PANTANAL, considerado pela nossa Constituição, juntamente com a Amazônia, como Patrimônio Nacional, estabelecendo que, enquanto tais, devem ser preservados e cuidados, pelo respeito que devemos ter para que as presentes e, principalmente, as futuras gerações possam desfrutar de um meio ambiente saudável e sustentável.

Apesar de toda esta preocupação dos Constituintes em 1988, o Pantanal, nos últimos trinta ou quarenta anos, tem experimentado um aumento e agravamento do desmatamento e das queimadas e a redução significativa do volume de suas águas. Mesmo com uma redução significativa, em 2023 foram destruídos por desmatamento e queimadas uma área de 21 mil hectares, ou seja, 13,7 MILHÕES DE ÁRVORES desapareceram neste bioma que, pela sua exuberância, também é considerado pela UNESCO como PATRIMÔNIO NATURAL DA HUMANIDADE e não apenas patrimônio brasileiro.

Para compreendermos melhor a dinâmica da destruição, seja de forma legal ou ilegal ou por queimadas, é bom que vejamos qual o tamanho desta destruição nas últimas quatro décadas.

Entre 1985 até 2023, nada menos do que 1,8 milhão de hectares do Pantanal foram destruídos, sendo que em algumas regiões as queimadas atingiram áreas de uma forma totalmente devastadora, ocasionando também a degradação total das mesmas. Quando traduzimos esta destruição em relação ao total de árvores que desapareceram, chegamos a um número também absurdo. Em 39 anos foram destruídas 1,17 BILHÕES DE ÁRVORES que sumiram deste bioma, que, pela sua dimensão, corre o risco de desaparecer totalmente em algumas décadas, tanto pelo desmatamento e queimadas quanto por outros fatores como a destruição e degradação de todos os cursos d’água, como rios e córregos que alimentam o Pantanal e formam a Bacia Paraguai/Paraná.

Assim, quando estamos celebrando o TEMPO DA CRIAÇÃO, o DIA DA ÁRVORE e também o início da primavera em nosso país, plantando algumas mudinhas de árvores, como em Cuiabá, que há anos vem sofrendo perda de sua cobertura vegetal urbana, substituindo árvores por concreto, de outrora quando recebia a alcunha de CIDADE VERDE, para hoje que nem mesmo o PDAU (Plano Diretor de Arborização Urbana) tem, apesar de a cada ano experimentarmos temperaturas mais escaldantes, é imperioso termos uma visão crítica sobre a questão da falta de arborização urbana e também a gravidade das perdas que já ocorreram pelo desmatamento e queimadas sem controle ao longo das últimas quatro décadas em todos os biomas e ecossistemas.

Resumindo, nessas últimas quatro décadas a soma das áreas que foram desmatadas e queimadas na Amazônia, no Cerrado e no Pantanal chega a 52,5 milhões de hectares e 34,2 BILHÕES DE ÁRVORES, que simplesmente desapareceram nesses territórios. Convenhamos: algo que deveria nos preocupar quanto ao presente e também quanto ao futuro, nos contextos da COP30, da justiça climática, justiça social, justiça intergeracional e dos DIREITOS HUMANOS.

Oxalá, este DIA DA ÁRVORE, do início da primavera, da mesma forma que o DIA DAS FLORESTAS, dos RIOS e de todos os biomas brasileiros, nos imponha a necessidade de buscarmos soluções para os nossos grandes desafios socioambientais, tanto no Brasil quanto nos territórios de cada bioma e ecossistema, presentes em cada território.

Os desafios socioambientais em Mato Grosso, principalmente para a Igreja Católica e as demais Igrejas Cristãs e outras religiões, são muito maiores do que em outros estados, tendo em vista que em nosso território estão presentes a Amazônia Legal, o Cerrado e o Pantanal. Por coincidência ou não, os três biomas são os que têm sido mais devastados e destruídos nas últimas décadas.

Para a doutrina da Igreja Católica, a OMISSÃO é um pecado, e a OMISSÃO diante da destruição da natureza, da ecologia integral, é um PECADO ECOLÓGICO, mais uma razão para assumirmos nossas responsabilidades como católicos, católicas, cristãos e cristãs.

 

*Juacy da Silva, professor fundador, titular e aposentado da Universidade Federal de Mato Grosso, Sociólogo, mestre em Sociologia, ambientalista, articulador da Pastoral da Ecologia Integral – Região Centro Oeste. E-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.; Instagram @profjuacy