Quinta, 15 Agosto 2019 17:36

 

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Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
 
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Algumas substâncias e termos eram até pouco tempo atrás elementos estranhos à liturgia da política, à majestade do poder. Mas, Bolsonaro colocou no vocabulário nacional, na imprensa, no congresso, nas ruas a bosta, essa substância profunda, intestinal, local de onde parece evadir as ideias presidenciais.


Sua proposta para melhorar o meio ambiente é que deixemos de evacuar, em síntese uma bosta de sugestão, nojenta, como a mente presidencial, que só vê maldade, sexualidade e porcaria para todo lado, e tem um humor negro, ofensivo e asqueroso.


Por esse comportamento ofensivo, por realizar essas baixarias linguísticas, por ser pequeno, rústico, bronco e mal-educado, por ser impróprio ao cargo que ocupa, nos obriga a ficarmos passando vergonha diante do mundo, que tem agora o Brasil como uma republiqueta de última categoria, com um presidente capacho do Trump. E nos obriga também a termos que baixar o nível para nos comunicar com termos rasos, que são os únicos que podem descrever as coisas absurdas que Bolsonaro faz e diz.


Até agora o que fez nosso presidente? Só merda. Está cagando no meio ambiente, a educação está indo para bosta, e o país anda de lado economicamente, patinando no coco de legislações ruins. Como se faltassem leis nesse país, como se precisássemos de leis, quando na verdade faltam pessoas com atitudes maduras.


O fato é que Bolsonaro é um cagão, teme o debate político, científico, artístico e popular, realizando um monólogo na imprensa, desautorizando perguntas de repórteres e fazendo só proselitismo político. Está cagando para os pobres, para nordestinos, para o povo que está além do seu celular, para professores, cientistas, e a população de forma geral. Está fazendo desse país uma merda de país: violento, destrutivo, ofensivo.


Fôssemos pessoas boas e razoáveis, estaríamos agindo para colocar limite nesse adolescente petulante que temos como presidente, que atira merda para todo lado, que ofende a todos. Ofende a nossa inteligência tendo que ouvir um discurso tolo, ignorante e repleto de termos chulos, impróprios a um presidente. Alguém que quer mais decretar do que governar, quer mais ordenar do que estabelecer o bem comum, que quer mais impor seus valores morais ou ideológico, sem respeitar os demais, não serve como presidente de uma república. É um tirano que se não estiver limitado pela sociedade civil vigilante, usurpará o poder para governar de forma totalitária.


E que fique claro, de todas as merdas enunciadas por Bolsonaro a pior é ser favorável a ditadura e a tortura, algo que por si mesmo o desabona para ser nosso presidente. Se uma parte grande da população não se importa com isso, o que revela os cagãos que somos, o resto do mundo não se engana com as bravatas bolsonaristas. O Brasil cada vez mais irrelevante terá apenas coco por todo lado para apresentar, pois além dos cocos de índios que Bolsonaro decididamente não gosta, terá a bosta urbana infinitamente superior imundiciando nossos rios, visto que nada faz para a coleta do esgoto e tratamento das águas.


Enquanto o presidente fica preocupado com os poucos cocos de índios, não vê a grande quantidade de bosta que a civilização produz, e para a qual não tem nenhuma solução, aliás, nunca pensou a respeito.


 
*Roberto de Barros Freire
Professor do Departamento de Filosofia/UFMT

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Quarta, 14 Agosto 2019 14:39

 

As ofensivas dos governos têm agitado trabalhadores e estudantes de todo o país. Em Mato Grosso, movimentos sociais organizados aproveitaram a Greve Geral da Educação dessa terça-feira, 13/08, para lançar a Frente em Defesa da Educação Pública e Gratuita (FEDEP-MT). O ato teve início às 8h30, no auditório da Associação dos Docentes da UFMT (Adufmat-Ssind).

A greve dos trabalhadores da rede estadual de Educação, que durou mais de 70 dias, foi um dos pontos que culminou na unidade de diversas entidades. Numa demonstração de gestão autoritária, o governador Mauro Mendes se recusou a dialogar, preferindo aumentar a violência contra os trabalhadores por meio de perseguições, retaliações, corte do ponto, ameaçando demitir e permitindo, inclusive, o uso da força policial contra os servidores nas manifestações.

"Salve a corajosa e histórica greve dos professores e professoras do estado contra o tirano e abusivo governador Mauro Mendes", destacou o grupo no manifesto de lançamento. 

Outro ponto que resultou na unidade para instituição da Frente foi o corte sistemático de recursos destinados ao ensino superior para, por fim, justificar a implementação do Projeto Future-se, cujo objetivo é entregar as universidades públicas - produtoras de mais de 90% das pesquisas realizadas no país - nas mãos da iniciativa privada. Somente esse ano o Ministério da Educação já retirou R$ 2 bi do orçamento.  

Diante disso, a Frente declarou sua posição “em defesa da responsabilização do Estado pelos cuidados e educação de seu povo; por mais investimentos públicos em escolas e nos professores e professoras, do que em bancos: pagamento imediato do RGA e dos salários cortados; por 10% do PIB para a educação pública, gratuita, laica, de qualidade e socialmente referenciada; por uma educação vinculada às necessidades dos trabalhadores e trabalhadoras e seus filhos, em detrimento do lucro; Por maior oferta de escolas, creches e universidades públicas e gratuitas; Pela não criminalização da ciência, da arte e dos que lutam; e Pelo combate à discriminação de classe, gênero e raça/etnia.”  

Até o momento, fazem parte do FEDEP – MT as seguintes entidades: DCE/UFMT - Diretório Central dos Estudantes da UFMT; UJS – Unidade da Juventude Socialista; Fórum Permanente de Saúde; UNE - União Nacional dos Estudantes; FENET – Frente Nacional dos Estudantes de Ensino Técnico; Unidade Classista; UJC – União da Juventude Comunista; Coletivo Negro; Sintep-MT; Livre-Mente; Intersindical; Sinasefe – Seção Sindical Mato Grosso; Adufmat – Seção Sindical do ANDES; Sintuf - Sindicato dos Servidores Técnico-administrativos. 

 

VEJA AQUI A GALERIA DE IMAGENS

 

Leia, abaixo, a íntegra do MANIFESTO EM DEFESA DA EDUCAÇÃO PÚBLICA E GRATUITA DE MATO GROSSO (FEDEP-MT)

 

Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas (RUBEM ALVES)

Queremos asas às nossas crianças na medida em que possam brincar, aprender e sonhar; asas ao nosso povo para que saiba desenvolver e utilizar conhecimentos e tecnologias que promovam o bem-estar coletivo.

Sonhamos com creches e escolas que possam receber todos os filhos e as filhas dos trabalhadores e das trabalhadoras, de modo que o Estado divida com as famílias os custos de lhes dar o de comer e vestir e estimular o espírito de toda geração do porvir pelo acesso à arte, ciência, esportes e brincadeiras.

Sonhamos com escolas de graça e de qualidade em todos os bairros; universidades públicas e gratuitas em todas as regiões do país para que o filho e a filha da faxineira tenham estudos tão bons quanto os filhos e as filhas dos patrões e fazendeiros, num projeto de redução das desigualdades no nosso país.

Na contramão de nossos sonhos, vemos desencadeados o obscurantismo  e o ódio, necessários às nossas elites, sobre nós trabalhadores e trabalhadoras para nos impor uma sociedade insuportavelmente injusta e exploratória: querem, os donos dos bancos, indústrias e terras, que não haja mais teto, pão e educação para o povo trabalhador. Retiram-nos comida, escolas e nossa identidade, para enriquecerem ainda mais às nossas custas.

Contrariando o pedido das ruas de educação padrão Fifa, os governos têm sistematicamente cortado recursos da educação, num congelamento de recursos que durará 20 anos. Estudantes ocuparam escolas, universidades e as ruas denunciando a Emenda Constitucional 95 proposta pelo Governo Temer, no ano de 2016, que congelou por 20 anos os investimentos sociais. Mas os gritos da educação não foram ouvidos e hoje vivemos os seus efeitos, assistindo professores e professoras empobrecidos e criminalizados, escolas sem merenda e estrutura básica; universidades com corte de luz, salários e bolsas.

Com 20 anos de orçamento congelado, os hospitais e escolas padecem sem recursos e seus profissionais pedem socorro por meio de formas veladas como o suicídio e a depressão; e de forma aberta, como nas greves.

Outra resposta que viola os interesses do povo para satisfazer os interesses dos bancos foi dada: O (ilegítimo) governo Bolsonaro, que se anunciava como a alternativa radical à situação colocada no país, seguiu adotando medidas de austeridade, cortou 30% dos recursos das universidades e 47% dos recursos da educação básica; tudo para pagar juros a bancos.

A sede de lucros ainda maiores são as grades que engaiolam escolas, universidades, nossos corpos e projetos de futuro. Quando o ministro da educação corta 30% das verbas das universidades para pagar os bancos, enriquece ainda mais banqueiros às custas dos filhos e das filhas dos trabalhadores e trabalhadoras, indígenas, negros e negras e quilombolas que não conseguirão estudar sem bolsa, nem pagar para estudar.

Quando o ministro corta 47% dos recursos da educação básica, precariza ainda mais a estrutura das escolas, piora a qualidade da merenda escolar, enquanto empobrece e criminaliza professores; e a gaiola da precariedade das escolas prende os filhos e filhas dos pobres nas piores profissões para se trabalhar.

Quando fecham as creches, deixam as crianças, mães e avós desamparadas num contexto de crise e desemprego. Quando negam educação sexual nas escolas, prendem nas grades do patriarcado os corpos de mulheres e LGBTs violentadas e abusadas sexualmente; quando omitem o debate étnico-racial, naturalizam o sangue retinto e indígena que rega a luta de classes brasileira.

Um povo com dignidade é aquele que vive com bem-estar, protegido pelos serviços públicos, gratuitos e de qualidade.

  • Por mais investimentos púbicos em escolas e nos professores e professoras, do que em bancos: Pagamento imediato do RGA e dos salários cortados!
  • Pelo cumprimento das leis de carreira, e por valorização profissional nas redes municipais.
  • Por 10% do PIB para a educação pública, gratuita, laica, de qualidade e socialmente referenciada!
  • Por maior oferta de escolas, creches e universidades públicas e gratuitas;
  • Por uma educação vinculada às necessidades dos trabalhadores e trabalhadoras e seus filhos, em detrimento dos lucros;
  • Pela responsabilização do Estado pelos cuidados e educação de seu povo;
  • Por uma educação, ciência e tecnologia voltadas ao desenvolvimento e bem-estar de seu povo em detrimento às empresas privadas;
  • Pela não criminalização da ciência, da arte e dos que lutam;
  • Pelo combate à discriminação de classe, gênero e raça/etnia;

 

Num ato de solidariedade entre profissionais da educação e destes com a população negra, indígena, quilombola, mulher, trabalhadora, LGBTs, vimos por meio desta carta lançar a Frente em Defesa da Educação Pública e Gratuita de Mato Grosso.

 

SALVE A CORAJOSA E HISTÓRICA GREVE DOS PROFESSORES E PROFESSORAS DO ESTADO CONTRA O TIRANO E ABUSIVO GOVERNADOR MAURO MENDES!

SÃO TEMPOS QUE REQUEREM CORAGEM DE ROMPER AS GAIOLAS CADA VEZ MAIS APERTADAS PARA OUSAR VOAR!

 

 

 

 

 

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Quarta, 14 Agosto 2019 11:45

Atualizada às 19h do dia 16/08/19

 

Em mais um dia de mobilização na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), as trabalhadoras da limpeza, contratadas pela Presto, decidiram manter a greve que teve início na última quarta-feira, 14/08. A decisão foi tomada após a empresa dizer que não há possibilidade de atender à principal reivindicação: pagar o salário atrasado do mês de julho.

 

No período da manhã, as trabalhadoras realizaram um ato pela universidade, que agregou estudantes que andavam pelo campus. Durante a manifestação, as trabalhadoras reafirmaram sua posição com palavras de ordem: "salário atrasado, vassoura no armário"; "eu sou trabalhador, salário não é favor". O ato terminou com a ocupação da Reitoria, onde as trabalhadoras informaram os motivos do ato e a expectativa de que o impasse entre empresa e instituição seja resolvido.  

 

A empresa chegou a depositar parte do vale transporte e do vale alimentação na quinta-feira, mas as trabalhadoras questionaram: "nós não trabalhamos só para comer e andar de ônibus". Assim, a limpeza da instituição ficará suspensa até que o salário e outros direitos já acordados junto à Secretaria Regional do Trabalho e Emprego sejam garantidos.

 

No final de julho as trabalhadoras iniciaram um movimento paredista que fez a empresa se comprometer a pagar o salário atrasado de junho, entregar cestas básicas e não atrasar o salário seguinte. Apesar de ter efetuado o pagamento do salário de junho – já no início de agosto -, a Presto não entregou as cestas e voltou a atrasar os salários, abrindo caminho para o início da greve.

  

Permanece o conflito entre a UFMT e a empresa acerca de quem é o culpado pelo atraso.  

 

Recentemente, os vigilantes terceirizados da MJB também paralisaram os serviços na universidade porque estavam sem salários há três meses, o que demonstra que a terceirização ou privatização de serviços na universidade implica numa série de prejuízos, especialmente, aos trabalhadores.

 

Nesse momento, os servidores, estudantes e professores da UFMT e de todo o país estão mobilizados contra a imposição da lógica privatista também a outros setores das instituições, por meio do Future-se.   

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind    

Quarta, 14 Agosto 2019 11:42

 

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Roberto Boaventura da Silva Sá

Prof. de Literatura/UFMT; Dr. em Jornalismo/USP

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Em 28/04/16, a BBC Mundo escrevia que, “Em um artigo para marcar o início do período de 100 dias que antecedia os Jogos Olímpicos, o britânico The Guardian afirmara que o Brasil ‘entrara na reta final olímpica parecendo mais uma república de bananas do que uma economia emergente moderna...".

 Como se sabe, “República de Bananas” é expressão pejorativa que se refere a um país, em geral, da América Latina, politicamente instável, submisso a um país rico e, frequentemente, com um governante corrompido e opressor.  

Na perspectiva social, tais repúblicas são bem divididas em termos de classes: de um lado, os empobrecidos trabalhadores; de outro, as elites econômica, política e militar.

A expressão em pauta foi criação de O. Henry; originalmente, em seu livro “Cabbages and Kings”, de 1904, referia-se a Honduras. Naquele momento, “república” era a forma irônica de denunciar a ditadura hondurenha.

Com o passar do tempo, aquele país tornou-se um tipo de sinédoque, significando, pois, todos os demais com características semelhantes às suas.

Mas não quero falar de “bananas” de nossa República; quero falar de “excremento”, que, como quase toda palavra de nossa língua, apresenta duas perspectivas: a dicionarizada e a figurada.

Consoante o Dicionário Online de Português, referencialmente, “excremento” é toda “matéria evacuada pelo corpo humano ou animal através de vias naturais; fezes ou outras substâncias. No plano figurado, diz respeito à “pessoa ignóbil e desprezível”. Ex: “Ele sempre foi considerado um excremento da sociedade”.

O exemplo acima foi extraído do mesmo dicionário; e ele – lembrando agora das ironias de Machado contra a ignorância da elite de seu tempo – caiu feito luva à mão.

Sendo assim, como não preciso nominar a criatura que possa estar embutida nesse “Ele”, vou me ater à leitura objetiva do termo em questão; “excremento”, em outra palavra, refere-se ao “cocô” nosso de cada dia.

Dito isso, o leitor atento ao cotidiano de nosso país já sabe que estou me referindo ao escárnio (ou seria repertório real?) exposto pelo presidente da República, ao sugerir que “fazer cocô, dia sim, dia não” pode melhorar o meio ambiente; para ele, isso reduziria a poluição do Planeta.

Perplexo, recorro ao poema “Pneumotórax” de Bandeira. Ao final daquele texto, num diálogo entre médico e paciente (no caso, o eu-poético do poema), este fica sabendo – por meio daquele – estar com “uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado”. Pior: que, como não seria possível tentar o “pneumotórax”, “a única coisa a fazer...” era “...tocar um tango argentino”.

É claro, que, no plano social, diferentemente da particular condição de saúde do eu-poético de Bandeira, ainda há muito o que fazer contra o conjunto de estupidez deste momento que estamos a viver em nossa República de Excrementos. Ex.: usar – mas todos os dias – a arte como forma de conscientização social ou, simplesmente, como escape.

De minha parte, ao invés de “tocar um tango argentino”, nesse próximo final de semana, estarei ao lado da cantora japonesa Akane Iizuka e de mais quatro instrumentistas para – tapando o nariz dos cocôs atirados pra todos os lados – cantar pérolas de nossa MPB, com destaque às consequências da seca vivida pelos nordestinos nos anos 30 do século passado.

Esse encontro artístico, que se propõe a contar/cantar parte de nossa história, ocorrerá no Espaço Mosaico (R. Floriano Peixoto, 512), às 20h, no sábado e no domingo.

Sinta-se convidado, caro leitor. 

Segunda, 12 Agosto 2019 14:33

 

Defensores da Educação Pública e Gratuita voltam às ruas nessa terça-feira, 13/08, para demonstrar repúdio à maneira como os governos têm tratado a educação pública no país.

Em Mato Grosso, além do governo federal - que só este ano já cortou mais de R$ 2 bilhões dos recursos destinados às universidades públicas -, o governo estadual também será alvo, após o pouco caso demonstrado por Mauro Mendes, que se recusou a negociar com os trabalhadores da rede estadual durante os 74 dias em que a categoria permaneceu em greve.

Em vez de dialogar sobre as reivindicações por direitos, Mauro Mendes preferiu aumentar a violência contra os trabalhadores, perseguindo, retaliando, cortando o ponto, ameaçando demitir, e permitindo, inclusive, o uso da força policial nas manifestações.  

As ofensivas dos governos têm agitado trabalhadores e estudantes de todo o país. Em Mato Grosso, inclusive, movimentos sociais organizados vão aproveitar a Greve Geral da Educação para lançar a Frente em Defesa da Educação Pública e Gratuita de Mato Grosso (FEDEP-MT). O ato será às 8h30, no auditório da Associação dos Docentes da UFMT (Adufmat-Ssind).

Confira abaixo a íntegra da programação da UFMT (Cuiabá, Várzea Grande, Sinop e Araguaia) para a Greve Geral da Educação dessa terça-feira, 13/08:  

Cuiabá

8h30 – Lançamento da Frente em Defesa da Educação de Mato Grosso (FEDEP-MT)

11h – Concentração na Praça do RU para oficina de cartazes

13h – Saída em carreata para a Praça Alencastro

14 – Ato unificado na Praça Alencastro

Sinop

8h – Café da manhã coletivo no IFMT, seguido de Debate sobre o Future-se. Os participantes devem contribuir com algum prato para compartilhar.

Araguaia

7h30 – Concentração no Sintep

8h30 – Saída rumo à Praça dos Garimpeiros

 

 

   

 

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Segunda, 12 Agosto 2019 07:54

 

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou em segundo turno, com 370 votos favoráveis e 124 contrários, o texto-base da contrarreforma da Previdência (PEC 6/19). A votação foi concluída no início da madrugada desta quarta-feira (7), após seis horas de debate. No primeiro turno, em julho, foram 379 votos a favor e 131 contrários.

Na sequência, já na sessão desta quarta, os deputados votaram rejeitando oito destaques apresentados ao texto. Agora, o texto segue para apreciação no Senado, também em dois turnos. Caso haja alteração no conteúdo votado pelos deputados, a PEC volta para a Câmara.

O início da semana foi marcado por manifestações por todo o país contra o desmonte da Seguridade Social previsto no texto aprovado pelos deputados. Representantes de diversas categorias realizaram atos nos aeroportos para pressionar os parlamentares que se deslocavam para Brasília. Na terça, em várias cidades ocorreram atos, panfletagens, aulas públicas para dialogar com a população sobre os ataques aos trabalhadores contidos na proposta.

Na capital federal, na segunda, foi realizado um ato convocado pela Conferência Nacional de Saúde. Na terça, depois de recepcionar os parlamentares no aeroporto, os manifestantes se concentraram na entrada do Anexo 2 da Câmara dos Deputados. A diretoria do ANDES-SN e os representantes das Seções Sindicais na Comissão Nacional de Mobilização estiveram presentes nas atividades em Brasília (DF).

Texto-base

Na regra geral, o texto estabelece idade mínima para aposentadoria: 62 anos para mulheres e 65 para os homens. O tempo de contribuição necessário é de 15 anos, mas para receber o benefício integral, o trabalhador precisará contribuir por 40 anos. A aposentadoria será calculada com base na média de todos os salários de contribuição.

A PEC 06/2019 também aumenta as alíquotas previdenciárias. Esses dispositivos foram preservados na votação desta quarta. Como foram apresentados apenas oito destaques, vários itens já foram confirmados. Confira alguns desses pontos:
- retorno da alíquota de 20% da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para os bancos. Essa alíquota estava vigente até dezembro de 2018, quando passou a ser de 15%;
- alíquotas escalonadas da contribuição do segurado do INSS e do servidor público (ativo, aposentado e pensionista);
- regras de transição por pontos (idade + tempo de contribuição), de “pedágio” de 50% do tempo que faltar para se aposentar na data de publicação da reforma (INSS), de idade (INSS) e de tempo de contribuição (INSS);
- regras para detentores de mandato eletivo;
- todos os artigos que desconstitucionalizam regras sobre Previdência Social, remetendo novas alterações a leis;
- regras sobre fundo complementar de servidores públicos;
- regras de transição sobre policiais, agentes penitenciários e socioeducativos federais;
- cobrança de Previdência sobre indenização recebida por anistiados políticos; e
- regras sobre acumulação de pensões por morte.

Liberação de recursos para parlamentares

Nesta terça-feira (6), antes o início da votação da PEC 06/2019, o governo enviou o projeto de lei do Congresso Nacional (PLN) que remaneja recursos do Orçamento e libera R$ 3,041 bilhões para vários ministérios, dos quais R$ 2 bilhões são para emendas parlamentares. As verbas são direcionadas às bases eleitorais dos deputados e senadores. Para remanejar o Orçamento, é preciso que o governo cancele gastos em outras áreas.

 

Fonte: ANDES-SN
 

Sexta, 09 Agosto 2019 18:41

 

Após trancar as guaritas da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) durante quase toda a sexta-feira, 09/08, os vigilantes terceirizados da MJB Segurança e Vigilância conseguiram fazer a empresa se comprometer a regularizar os pagamentos atrasados até o dia 20/08. Alguns trabalhadores já estão sem receber há quatro meses, enfrentando dificuldades diversas.

 

Durante todo o dia a entrada na universidade foi permitida, mas sem veículos. As guaritas só foram reabertas por volta das 18h, quando a empresa finalmente apareceu. Durante a manhã, apenas a UFMT conversou com os trabalhadores, e assegurou que a situação da instituição está regular.

 

No final do dia, um documento assinado pela universidade e pela MJB demonstrou que, de fato, a empresa não repassou à UFMT os comprovantes de pagamento dos meses de abril e maio período em que os salários começaram a atrasar. De acordo com o contrato, a universidade só pode repassar os valores mensais à empresa terceirizada após a comprovação de que a mesma está em dia com suas responsabilidades trabalhistas.

 

 

 

Em março deste ano, os funcionários da MJB já haviam iniciado um movimento para reivindicar salários atrasados. Na ocasião, a empresa - que está em recuperação judicial - demitiu trabalhadores organizados para evitar novas mobilizações, e não pagou os salários atrasados, mesmo recebendo o recurso da universidade.

 

Nessa sexta-feira, após análise dos vigilantes sobre a proposta apresentada, ficou decidido que a universidade fará um depósito para que a empresa pague dois salários atrasados no dia 14/08. Em seguida, a MJB apresentará os comprovantes à universidade, que repassará novos valores para que a empresa quite os outros dois salários atrasados até o dia 20/08.

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

  

  

 

Sexta, 09 Agosto 2019 17:52

 

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Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
 
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Por Roberto de Barros Freire*

 

Toda vez que escrevo algum artigo com críticas ao governo, uma boa parte de leitores me acusam ou cobram para falar do Lula ou do PT. Falar mal, é claro. Acreditam que ao fazer críticas a um, estou beneficiando o outro, que a desqualificação de um deles representa a qualificação automática do outro. Nada mais equivocado, pois ainda que, na suposição de que um seja bom, o outro seja o mal, pode ocorrer, como ocorre, de ambos serem mal, apenas com maldades distintas, pois há infinitas formas de errar e só uma para acertar.


Já fiz críticas ao Lula, a Dilma, aliás fiz críticas a todos governantes, desde Geisel, já que iniciei em 1974 a esboçar minha opinião na mídia. Se quiserem é só pegar meus artigos passados e verão que fiz críticas a todos os governantes, mais acentuadamente depois da redemocratização em 1985. Quando criticava Lula e Dilma, me chamavam de neoliberal, agente do FMI, vassalo dos Estados Unidos e outros adjetivos bem mais ofensivos, ou me criticavam por não falar mal de Fernando Henrique Cardoso, como fazem agora, apenas com outras ofensas e com outro governante.


O que constato é a dificuldade que os partidários (seja de que partido for) tem de aceitarem uma crítica. Percebo também como as pessoas ficam cegas sobre os problemas próprios enumerando os problemas alheios. Ou que os defeitos alheios justificam qualquer defeito próprio, criando uma reserva moral, considerando nossos defeitos menos defeituosos do que os outros. Ledo engano! O que distingue o bom do mal, é que o bom faz o bem mesmo aos maus.


Creio que Cid Gomes, irmão do candidato Ciro, disse tudo sobre Lula: “Lula tá preso! Babaca!”. Não só ele está preso, ele está fora da arena política mesmo que seja liberto da cadeia. Teve seus direitos políticos cassados por 8 anos. Enfim, é carta fora do baralho. Qual o sentido de fazer críticas a uma pessoa que está afastada da corrida eleitoral? E ainda que o passado tenha sido ruim, não vai alterá-lo se continuar repetindo os equívocos realizados pela gestão petista. O que importa é a forma como se está realizando o presente, pois que disso depende nosso futuro.


O passado deve servir para tirarmos lições do que evitar, não para ser simplesmente renegado, xingado, ou alimentarmos ressentimentos contra antigos governantes. O problema não é apenas de mal governantes, mas da péssima participação política da sociedade civil, que se caracteriza, fundamentalmente, pela omissão. Nossos governantes, sem exceção, sempre abusaram do poder, sempre privilegiam seus parentes, sempre separam o melhor dos tributos para seus próximos. Isso não mudou, nem mudará, pois que sem que a sociedade civil tenha civismo, que se engaje de forma republicana pelo bem comum, governantes tendem a realizar suas idiossincrasias mais do que a vontade geral.


O grande problema nacional é haver poucas pessoas boas e honestas, sendo a grande maioria condescendente com os defeitos próprios e intransigente com os defeitos alheios. Muitos se consideram pessoas de bem, mas portam armas; muitos se consideram honestas, mas sonegam impostos ou compram mercadorias contrabandeadas; muitos se consideram superiores, o que os torna inferiores, pois que somos todos iguais. Não se consegue consertar o mundo, enquanto não se percebe como parte do problema, e não apenas como vítima das ocorrências. 
 
*Roberto de Barros Freire
Professor do Departamento de Filosofia/UFMT
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Sexta, 09 Agosto 2019 17:13

 

A Diretoria da Adufmat-Ssind e o Grupo de Trabalho de Seguridade Social e Assuntos de Aposentadoria (GTSSA) convida todos os docentes sindicalizados para a Roda de Conversa com o tema "Perdas Salariais dos Docentes Aposentados", que será realizada na próxima quarta-feira, 14/08, às 14h30, no auditório da Adufmat-Ssind. 
 
Na ocasião, o professor José Airton de Paula, membro do GTSSA da Adufmat-Ssind, explanará sobre o tema.
Quinta, 08 Agosto 2019 17:24

 

A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) será palco de mais uma manifestação nessa sexta-feira, 09/08. O motivo é mais do que justo: trabalhadores que prestam serviço pela empresa de terceirização MJB Vigilância e Segurança estão sem receber os salários há três meses. Alguns, há quatro. Por isso, as guaritas da instituição deverão ser fechadas a partir das 6h.

 

Depois de meses tentando estabelecer diálogo com a empresa e com o sindicato da categoria - sem sucesso -, os trabalhadores chegaram à conclusão de que somente demonstrando à sociedade o que está acontecendo é que vão conseguir garantir o direito mais básico de todos: receber pelo trabalho realizado. Mais uma vez, a Associação dos Docentes da UFMT (Adufmat-Ssind) e Sindicato dos Trabalhadores Técnico-administrativos (Sintuf-MT) acompanham o caso.

 

A expectativa é que, a partir da paralisação, os responsáveis tomem as devidas providências.

 

Semelhante a situação provocada pela Presto - empresa terceirizada responsável pela limpeza da UFMT - a MJB Vigilância e Segurança tem garantido apenas o vale transporte para os trabalhadores, para que compareçam ao trabalho. No entanto, além dos salários, também o vale alimentação e os repasses do FGTS e INSS estão sendo desrespeitados.  

 

Os motivos apontados como responsáveis pelo descumprimento dos direitos dos trabalhadores demonstram, mais uma vez, como a terceirização é prejudicial à relação de trabalho. De um lado, a UFMT - que contratou a MJB - diz que está regular, e que não faz o repasse à empresa porque esta não apresentou as notas fiscais, como prevê o contrato. A MJB, de outro lado, chegou a enviar as cópias de notas e protocolos de entrega, junto a uma sentença judicial, alegando que a UFMT é quem desrespeita a decisão da Justiça.

 

“Aos trabalhadores que estão sem receber há meses os motivos são indiferentes. Quem tem de resolver esse impasse é a MJB e a UFMT. O que importa e o que tem de ser resolvido imediatamente é que os trabalhadores estão vindo aqui, exercendo seu trabalho, e têm de receber por isso”, disse diretor geral da Adufmat-Ssind, Aldi Nestor de Souza.

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind