Segunda, 27 Maio 2019 16:09

 

As ruas do país serão novamente ocupadas por atos em defesa da educação pública em 30 de maio, próxima quinta-feira. Entidades estudantis e sindicais estão chamando mobilizações em todo o país para fortalecer a luta contra os cortes de orçamento. O Dia de Lutas também servirá como preparação para a Greve Geral, convocada pelas centrais sindicais para 14 de junho.

Docentes, servidores e estudantes sairão às ruas em 30 de maio

Após o sucesso das manifestações de 15 de maio, entidades estudantis e sindicais se reuniram para definir novas ações em defesa da educação. Além de convocar os atos de 30 de maio, as entidades decidiram realizar uma agenda preparatória de mobilização nas próximas semanas, com atividades nas instituições de ensino e aulas públicas na rua.

O Dia de Lutas de 30 de maio foi convocado por ANDES-SN, Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Fasubra, Sinasefe, Federação Nacional dos Estudantes em Ensino Técnico (Fenet), União Nacional dos Estudantes (UNE) e União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes).

 

Confira atos já marcados para 30 de maio

 

São Paulo (SP)

Local: Largo da Batata

Horário: 16h

 

Rio de Janeiro (RJ)

Horário: 15h

 

Porto Alegre (RS)

Local: Esquina Democrática

Horário: 18h

 

 

Belo Horizonte (MG)

Local: Praça da Estação - Avenida dos Andradas

Horário: 09h

 

Brasília (DF)

Horário: 10h

 

Salvador (BA)

Local: Praça do Campo Grande

Horário: 10h

 

Cuiabá

Praça Alencastro

Horário: 14h 

 

Curitiba (PR)

Local: Praça Santos Andrade

Horário: 18h

 

Fortaleza (CE)

Horário: 10h

 

Belém (PA)

Horário: 13h

 

Recife (PE)

Local: Rua da Aurora

Horário: 15h

 

Manaus (AM)

Local: Praça da Saudade

Horário: 15h

 

Natal (RN)

Horário: 10h

 

São Luis (MA)

Local: Praça Deodoro

Horário: 15h

 

Fonte: ANDES-SN (com edição da Adufmat-Ssind)

Sexta, 24 Maio 2019 15:12

Depois dos cortes de 30% no orçamento das universidades e institutos federais, outros ataques podem recair diretamente sobre docentes e técnico-administrativos.

Entre eles, o corte salarial e a demissão de servidores públicos.

A hipótese foi colocada na mesa pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, na Comissão Especial de Educação da Câmara, na manhã de quarta-feira (22).

Convidado, Weintraub buscou apresentar um diagnóstico da educação no Brasil.

Insistindo na palavra “contingenciamento”, ele disse que ninguém foi mandado embora das universidades e que “o professor está recebendo salário pontualmente”.

Weintraub disse que salários e aposentadorias compõem uma fatia do orçamento que não pode ser “contingenciada”.

A argumentação do ministro é que “o Brasil está no limite da insolvência fiscal”.

Segundo disse, se a reforma da Previdência não for aprovada “pactos consagrados terão que ser revistos”, reforçando a chantagem que já tinha feito antes.

Ele afirmou que o “gasto com pessoal” no ensino superior aumentou muito nos últimos anos, o que “engessou toda estratégia de educação no Brasil”.

Ele destacou a situação dos servidores do estado do Rio Grande do Sul e de países como Grécia e Irlanda.

Disputa de narrativas

Tentando relativizar o caos que o governo Bolsonaro tem se tornado, o ministro disse estaríamos vivendo uma disputa de narrativas.

Um dos exemplos, segundo disse, é que os problemas das universidades só começariam em setembro, e que os Institutos Federais de Ensino estariam funcionando plenamente.

O ministro foi rebatido por parlamentares, que destacaram que os cortes já inviabilizam pesquisas e o funcionamento das várias universidades.

Inclusive os hospitais universitários, muito afetados atingidos pelos cortes, segundo Weintraub estão funcionando normalmente.

Sobre a nomeação de reitores, o ministro disse que cumprirá estritamente a lei e retomou uma afirmação que já havia dito em outra ocasião: as universidades são autônomas, mas não são soberanas. Em seguida, disse ser favorável que forças policiais entrem nos campi.

22/05 - Estudantes estiveram na Comissão Especial de Educação, que terminou com um jovem sendo agredido

Para Antonio Gonçalves, presidente do ANDES-SN, a cada fala do ministro da Educação revela-se o projeto educacional do atual governo federal.

“É um projeto que vai além dos cortes orçamentários, mas que visa atacar a autonomia das IES e os servidores públicos”, afirmou.

“O 15M foi uma grande demonstração da nossa capacidade de organização e reação. Agora precisamos avançar na construção do 30M e da Greve Geral em 14 de junho”, reforçou.

Fonte: ANDES-SN

Sexta, 24 Maio 2019 12:31

 

Os ataques crescentes à Educação pública e gratuita oferecem apenas uma alternativa para quem estuda ou deseja estudar numa universidade pública: lutar. O governo Bolsonaro nunca escondeu que odeia direitos sociais, serviços públicos e pensamento crítico. Ele não pretende parar. O anúncio de que surgiu dinheiro para a Educação depois das manifestações de 15/05 foi uma primeira vitória, agradou as comunidades acadêmicas, mas não convenceu. Continua a luta em defesa da Educação pública, gratuita e de qualidade.   

 

Numa aula pública realizada nessa quinta-feira, 23/05, pela Reitoria da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) ficou evidente que há disposição para encher as ruas novamente no dia 30/05. E também na Greve Geral do dia 14/06.

 

Diante de estudantes, professores e técnicos, Myrian Serra, reitora da UFMT, afirmou que a violência contra a Educação é ideológica, está além dos “contingenciamentos” de recursos. “Todos os governos fizeram cortes, mas eles dialogavam com os reitores sobre os motivos. Agora não há nenhum canal de diálogo. Nós ficamos sabendo pelo facebook, twitter, imprensa… não temos o mínimo de respeito. Não é só financeiro. É um projeto para esvaziar a possibilidade de qualquer formação crítica. Isso está muito claro”, disse a reitora.

 

A professora citou diversos outros exemplos de como a comunidade acadêmica tem sido tratada pelo atual governo: falta de diálogo com os representantes, repressão e agressões aos estudantes, impedimento de participação nos espaços que deveriam ser de debates, entre outros.

 

Para o diretor geral da Adufmat-Ssind, Aldi Nestor de Souza, dessa vez a universidade tem de se posicionar com firmeza. “Como os ataques não vão cessar por agora, precisamos pensar de forma mais ampla, não apenas redirecionar o orçamento. A universidade tem de ter uma diretriz clara: de que lado ela está? Qual o projeto de universidade que ela defende?”, questionou o professor, enquanto a plateia, formada por estudantes em sua maioria, aplaudia.  

 

O apelo do diretor inclui uma série de reivindicações apresentadas pela comunidade acadêmica em diversas mobilizações anteriormente ignoradas pela Reitoria, como a revisão de contratos com empresas terceirizadas, a reestatização do Restaurante Universitário, entre outros. “O resultado da terceirização é uma tragédia sobre os brasileiros. E os trabalhadores terceirizados estão desorganizados, sem ter com quem contar. Nosso olhar agora tem de ser diferente. Não podemos cair no erro de fragilizar o mais fraco, porque é sempre ele que paga. A universidade tem de ter outra postura na hora de fazer ajustes necessários, sem retirar bolsas e empregos. Que não coloquemos mais esse peso nas costas dos mais pobres”, defendeu.

 

Serra disse ainda que entende, agora, que as universidades brasileiras devem voltar o olhar para a América Latina. “Nós ainda temos muito do pensamento de colonizado e colonizador. Olhamos muito pouco para o nosso continente com a tentativa de criar identidade e solidariedade, mas a América Latina espera que o Brasil seja solidário nesse momento”, afirmou a professora.

 

Estudantes e servidores técnico-administrativos concordaram com o diretor geral da Adufmat-Ssind. “Os trabalhadores terceirizados deveriam estar aqui. Eles também fazem parte da comunidade acadêmica. A minha sugestão à Reitoria é de que nós apoiemos a formação de uma cooperativa para que os próprios trabalhadores gerenciem seu trabalho, e não as empresas”, disse a representante do Sintuf-MT, Lea Oliveira.

 

“A universidade tem de se tornar um espaço aberto de debate permanente, reflexão e também ação. A universidade precisa se posicionar publicamente com relação ao decreto do armamento, ao Agronegócio, entre outras coisas”, cobrou a servidora, em seguida.

 

Os estudantes que representaram os Diretórios Centrais dos Estudantes de Cuiabá e Várzea Grande, Vinícius Brasilino e João Lucas Viana, respectivamente, destacaram que a defesa da universidade tem de ser uma posição de toda a sociedade brasileira, e que, para isso, é preciso extrapolar os muros da UFMT.   

 

“O momento é de luta, é de rua, não só para a universidade, mas para toda a sociedade brasileira. Nossa juventude negra quer estar viva, dentro da universidade, e não morrendo nas periferias. Nós não podemos mudar o nosso planejamento para atender um projeto que não é o nosso”, disse Brasilino, dialogando com a afirmação de Myrian Serra minutos antes, de que não há outro plano, a decisão política será não aceitar as imposições do governo. Em suas palavras: “as universidades não vão arredar o pé; quem terá de mudar essa política será o governo”.

 

O estudante de Várzea Grande lembrou a importante mobilização estudantil realizada em 2018, em defesa do Restaurante Universitário a R$ 1 e universal, além de lamentar que os estudantes do campus de Várzea Grande estejam há cinco anos “provisoriamente” no campus de Cuiabá, disputando salas de aulas e laboratórios.

 

Ali os estudantes demonstraram muito bem que a luta não é pontual. Há que se lutar por outro modelo de administração pública, de universidade, de sociedade. Ficou definido, ao fim da aula pública, que a alternativa é e sempre será a rua, porque nenhum governo suporta ver o povo na rua. A agenda apontada: 30/05 e 14/06.  

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Sexta, 24 Maio 2019 09:10

 

A audiência na Comissão Especial de Educação, na Câmara dos Deputados, na quarta (22), terminou com estudantes agredidos.

Após quase cinco horas de reunião com o ministro da Educação, Abraham Weintraub, a presidente da comissão cedeu a palavra às entidades estudantis UNE e UBES.

Sem meias palavras, o responsável pelo MEC disse que não queria ouvi-las. Em seguida, os deputados da base governista iniciaram um tumulto.

A intenção dos parlamentares era não permitir a participação dos estudantes, segundo nota publica pela UNE.

A entidade denuncia que deputados governistas “partiram, junto a seguranças da Casa, à agressão física. Arrastaram o presidente da UBES, Pedro Gorki, e a presidenta da UNE, Marianna Dias, para fora do plenário”.

Na mesma nota, a UNE repudia veementemente a atitude desproporcional e reafirma o compromisso da entidade “com a ciência, a pesquisa e a educação pública”.

A União Nacional dos Estudantes termina a nota afirmando: “no 30M voltaremos às ruas contras os cortes a educação e ciência”.

 

Fonte: ANDES-SN

Quarta, 22 Maio 2019 14:28

 

****
O Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
 
****

 

 

Roberto Boaventura da Silva Sá

Prof. de Literatura/UFMT; Dr. em Jornalismo/USP

O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

 

Nunca foi tão fácil encontrar um título para um artigo como o que se lê acima; bastou-me um “Ctrl+C”/“Ctrl+V”, pois ele foi um dos destaques nos cartazes das manifestações do último dia 15, ocorridas em mais de 200 cidades brasileiras.

De posse desse enunciado politicamente dúbio, presto reverências aos que foram às ruas para defender a educação dos ataques profundos que (também) o governo atual promove.

Detalhe: caso os ataques não sejam interrompidos, outras manifestações virão. A luta pela educação pública, de qualidade, gratuita e laica não pode perder força. Mais do que antes, a união será necessária.

Aliás, isso foi o que compartilhei com os egressos de Literatura/UFMT, durante o um recente descerramento da placa de formatura. Para tanto, resgatei um fragmento de São Bernardo (1934) de Graciliano Ramos, um escritor que foi encarcerado por nos fazer repensar as estruturas do sistema capitalista.

No cerne, o romance trata da existência de Paulo Honório, um ser de origem humilde, além de órfão de pai e mãe desde cedo, mas que vai se tornando tão ambicioso que passa a ser proprietário de muitas terras. Por conta disso, já perto dos 50 anos, percebe que precisava de um herdeiro. Por algumas artimanhas, casa-se com Madalena para ter essa garantia. Ao se casar, age como se tivesse adquirido também a propriedade do corpo e da alma de sua esposa.

Enganara-se.

Madalena – que era “professora das primeiras letras – lia também “em estrangeiro”; logo, pelo acúmulo de suas leituras, ela compreendia a existência de forma humanitária, solidária e respeitosa, principalmente com os trabalhadores da Fazenda São Bernardo. Isso bastou para Honório considerá-la comunista.

Identificando-a assim, ele tenta anulá-la com seu autoritarismo. Mais: Honório tem auxílio de todos os que o circundam, exceto de Pe. Silvestre, que, em uma passagem sobre a calorosa discussão ideológica, sentenciara:

“(...) Quanto ao comunismo, lorota, não pega. Descansem: entre nós não pega. O povo tem religião, o povo é católico”.

Salvas as exceções, assim como Madalena, os professores brasileiros não pretendem (e nem têm armas para) implodir o capitalismo para a ascensão do comunismo, até porque já se sabe que o sistema vigente, por si, é autofágico.

Assim, a preocupação da maioria dos professores é, no máximo, compartilhar uma visão de vida mais humanitária e solidária, buscando minimizar as desigualdades, mas tudo dentro do modelo sistêmico.

Todavia, com a chegada do neofascismo ao poder central, até mesmo essa simples intenção pedagógica, sempre atrelada ao conteúdo das matérias, está ameaçada, pois, como dissera Gilberto Gil, na versão da música “Woman, no cry”, de Bob Marley, os hipócritas já estão “disfarçados, rondando ao redor”; alguns já estão imitando Silvério dos Reis, o delator vil da Inconfidência Mineira.

Como já “há perigo na esquina”, pedi aos novos professores que não privilegiem o seu EU. Neste momento de tormenta, semelhante a mares já antes navegados em nosso passado recente, o NÓS precisa estar no primeiro plano das ações nossas de cada dia.

Juntos, poderemos resistir às ações dos ignorantes e cruéis guardiões da ordem. Em cada escola, cada professor tem de ser solidário com o outro. Jamais ser traíra. Nunca aquele enunciado “mexeu com ele, mexeu comigo” foi tão importante.

Espero que ninguém, nos espaços de aprendizagem, se deixe vencer pelo medo, pois é verdadeiro que “a educação destrói ‘mitos”. Todos! Inclusive os recém-criados.  

Terça, 21 Maio 2019 16:51

 

Acontece na próxima quinta-feira (23), às 9h30, no Ginásio Poliesportivo da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), a aula pública “Em defesa da Educação! Contra os cortes e ataques às universidades!”. O evento será um espaço de exposição e esclarecimentos sobre o atual momento da Universidade diante dos cortes no Ministério da Educação (MEC) e sobre as ações que estão sendo desenvolvidas nacionalmente com o objetivo de reverter a situação. 


Na oportunidade, serão respondidas dúvidas sobre os impactos dos cortes do ensino, pesquisa e extensão da Instituição e como isso impõe dificuldades na realização de projetos importantes para a UFMT e que impactam toda a sociedade.


Estarão presentes na aula a reitora da UFMT, professora Myrian Serra, representantes de unidades acadêmicas, do reitorado, dos câmpus do interior e das entidades de classe - Diretório Central dos Estudantes (DCE), Sindicato dos Trabalhadores Técnicos-Administrativos em Educação da UFMT (Sintuf) e Associação dos Docentes da UFMT (Adufmat).

 

Fonte: Ascom UFMT

Terça, 21 Maio 2019 16:36

 

A Adufmat-Ssind vem a público declarar solidariedade aos trabalhadores da rede estadual de ensino de Mato Grosso, que deflagraram greve por tempo indeterminado em assembleia geral realizada na segunda-feira, 20/05/19.

É legítima a reivindicação dos trabalhadores por todos os seus direitos. Não devemos absorver o discurso de que nós temos de pagar a conta de uma crise que, na verdade, foi forjada apenas para aumentar a lucratividade sobre o nosso trabalho, sucumbindo com cada uma das nossas conquistas históricas.

Nesse momento de profundo ataque em todos os âmbitos, a Adufmat-Ssind se coloca à disposição dos trabalhadores da educação no estado, reafirmando o compromisso de lutar, ombro a ombro, contra quem quer que seja o algoz da classe trabalhadora.

 

Cuiabá, 21 de maio de 2019

Diretoria da Adufmat-Ssind

Gestão Luto Pela Universidade Pública!

Segunda, 20 Maio 2019 11:08

 

A luta em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade terá uma nova rodada no dia 30 de maio.

As entidades representativas de estudantes, professores, técnicos-administrativos preparam para a data mais um dia de lutas da educação, em nível nacional.

A preparação da nova mobilização do setor foi definida em reunião na sexta-feira (17). O encontro contou com ANDES-SN, CNTE, FASUBRA, FENET, SINASEFE, UBES e UNE.

Nas redes sociais, em especial no twiiter, já circulam hashtags convocando novas mobilizações para o 30 de maio.

As entidades pretendem realizar uma agenda preparatória de mobilização nas próximas semanas. Esta agenda inclui a realização atividades dentro das universidades e Institutos Federais.

Em 22 de maio, elas pretendem realizar um dia de “universidade na rua”, como preparação para o dia 30.

Além da defesa da educação, todas as iniciativas visam a construção da greve geral, contra a reforma da Previdência. A greve geral está marcada para 14 de junho e foi acordada entre todas as centrais sindicais.

Em 15 de maio, a comunidade escolar se levantou contra os cortes orçamentários anunciados pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub.

Foi a primeira grande manifestação contra o governo Bolsonaro. Em viagem aos Estados Unidos, no dia 15, o presidente chamou os manifestantes de “idiotas úteis”.

Houve manifestações em 222 cidades, em todas as capitais, incluindo Brasília. No Rio de Janeiro, o protesto contou com mais de 250 mil pessoas. Em São Paulo, foram 120 mil.

Antes da grande greve do dia 15, a comunidade escolar adotou medidas para levar a universidade para a sociedade. Foram aulas públicas e divulgações científicas em praças, ônibus, parques.

 

Fonte: ANDES-SN

Quinta, 16 Maio 2019 20:31

 

Abraham Weintraub, ministro da educação, foi convocado a comparecer à Câmara dos Deputados na quarta-feira (15) para explicar os cortes orçamentários na educação. Em meio às grandes manifestações da Greve Nacional da Educação, o ministro deixou a casa legislativa sem explicar os cortes orçamentários.

Em tom belicoso, Weintraub atacou parlamentares da oposição

O ministro começou sua intervenção apresentando slides com as metas do Plano Nacional de Educação (PNE) em vigência. Criticando a situação atual da educação brasileira, tentou isentar o governo e a si da responsabilidade sobre os cortes. Segundo Weintraub, a culpa seria dos governos de Lula, Dilma e Temer.

Ele repetiu que os cortes realizados nas universidades e institutos federais são de 3,5%. Ao falar isso, o ministro tenta ocultar que o orçamento manejado pelos reitores no cotidiano não inclui as verbas obrigatórias. Weintraub opta por uma narrativa para fazer parecer que os cortes pareçam menores do que são. Ele também oculta que o governo não pode, por força de lei, cortar verbas que servem diretamente ao pagamento do salário de servidores concursados.

Os cortes do MEC variam de 15 a 54% dos orçamentos das universidades. Os dados foram compilados pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior no Brasil (Andifes) e divulgados nesta quinta (16). A média dos cortes é de 29,74%.

Os muitos nomes do corte de verbas

Weintraub também insistiu que não realizou cortes, e sim contingenciamentos. O fato é que as instituições de ensino não têm dinheiro para pagar água, luz, internet e o salário de trabalhadores terceirizados.

O ministro também citou que a prioridade de investimento é na educação básica, em detrimento do ensino superior. Ocorre que, ao contrário do que afirmou Weintraub, a educação básica também sofreu com os cortes orçamentários.

O ministro ainda repetiu a chantagem que tem se tornado um mantra dos deputados da base do governo. Segundo ele, caso a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 06/2019, da reforma da Previdência, seja aprovada, os cortes podem ser revertidos.

Weintraub também ressaltou que o governo não cortará o ponto dos servidores federais que aderiram à Greve Nacional da Educação. A visita do ministro à Câmara foi cercada de tensões, e muitos parlamentares da oposição foram atacados por Weintraub em suas intervenções.

Terceiro ministro convocado para falar na Câmara

Abraham Weintraub se tornou o terceiro ministro a ser convocado a prestar esclarecimentos na Câmara desde a promulgação da Constituição, em 1988.

Antes de Weintraub, o então ministro da Educação, Cid Gomes, teve de prestar esclarecimentos ao Plenário, em 2015. Cid falou sobre declarações polêmicas contra o então presidente da Casa, Eduardo Cunha. O episódio levou à demissão de Cid Gomes.

Outro ministro convocado para falar em Plenário foi Antônio Cabrera, titular da pasta da Agricultura, em 1991. Ele falou sobre os efeitos do Plano Collor 2 no setor rural.

Fonte: ANDES-SN (com informações e imagem de Agência Câmara).

Quinta, 16 Maio 2019 20:21

 

Na noite de quarta-feira, 15 de maio, circulava a informação de que 222 cidades haviam registrado protestos contra os cortes anunciados pelo MEC. Houve manifestações em todas as capitais do país, incluindo Brasília. Em cidades universitárias, espalhadas pelos 26 estados, houve diferentes formas de manifestações: aulas públicas, cartazes, performances e, claro, passeatas. Milhares de estudantes, professores e técnicos-administrativos foram às ruas.

As fotos das manifestações nas capitais impressionam. Os números também. No Rio de Janeiro, a estimativa é que o protesto tenha reunido 250 mil pessoas. Na Av. Paulista, em São Paulo, 120 mil. Em outras capitais, os números expressam a força da primeira mobilização contra o governo Bolsonaro: 50 mil em Fortaleza (CE), outros 50 mil no Recife (PE), 30 mil em Belém (PA). Em Brasília, segundo os organizadores, o ato contou com 50 mil pessoas.

Em Curitiba (PR), a greve da Educação começou dias antes, com alunos, em especial da Universidade Federal do Paraná, entrando nos ônibus e explicando para a população o impacto dos cortes. A mesma iniciativa foi repetida em outras cidades. Nos dias que antecederam o 15M, nas redes sociais, diferentes “cards” e “posts” anunciavam que a aula seria na rua.

“Os docentes, os trabalhadores da educação, os estudantes, a sociedade está parando hoje, porque na Educação não se mexe. Fica cada vez mais claro que o projeto desse governo é destruir a Educação. Nós não vamos permitir”, afirmou Antonio Gonçalves, presidente do ANDES-SN.

Para Antonio, o governo “mexeu em um vespeiro” ao anunciar os cortes para educação. “O povo está na rua para derrotar todas as políticas neoliberais desse governo, que rebaixam a qualidade de vida para o nosso povo”, disse.

Participando do ato em Brasília, Antonio reforçou: “Vamos derrotar todas as políticas do governo Bolsonaro e em defesa da educação pública, gratuita, laica, de qualidade e que seja socialmente referenciada”.

Para o presidente do ANDES-SN, entretanto, a força do 15M deve ser preservada, para derrotar a reforma da Previdência: “vamos sair daqui com uma tarefa importantíssima, a de manter a mobilização para a grande Greve Geral do dia 14 de junho”.

Confira aqui algumas imagens do 15M

Rio Grande do Sul

Porto Alegre

 

Pelotas

Santa Catarina

Florianópolis
Chapecó

Paraná

Curitiba
Londrina

São Paulo

São Paulo
Campinas

Minas Gerais

Belo Horizonte
Uberlândia

Espírito Santo

Vitória
Vitória

Rio de Janeiro

Candelária - Rio de Janeiro
Universidade na Praça - Rio de Janeiro

Bahia

Salvador
Vitória da Conquista

Sergipe

Aracaju
Aracaju

Alagoas

Maceió
Maceió

Pernambuco

Recife
Recife

Paraíba

João Pessoa
Campina Grande

Rio Grande do Norte

Natal
Mossoró

Ceará

Fortaleza
Sobral

Piauí

Teresina
Parnaíba

Maranhão

São Luís
São Luís

Pará

Belém

Amapá

Macapá

Amazonas

Manaus

Rondônia

Porto Velho

Roraima

Boa Vista

Acre

Rio Branco
Rio Branco

Mato Grosso

Cuiabá

Mato Grosso do Sul

Universidade Federal Mato Grosso do Sul

Goiás

Goiânia. Em Goiás, mais de 40 cidades tiveram manifestações.

Distrito Federal

Brasília

 

Fonte: ANDES-SN