RETIFICAÇÃO DE EDITAL DE SELEÇÃO PARA ESTÁGIO EM COMUNICAÇÃO DA ADUFMAT - SEÇÃO SINDICAL DO ANDES-SN
ONDE SE LÊ:
3.3. Análise de currículo (Nota de 0 a 10, Eliminatória)
Resultado: 11/08/2025 (no site da Adufmat)
LEIA-SE:
3.3. Análise de currículo (Nota de 0 a 10, Eliminatória)
Resultado: 08/08/2025 (no site da Adufmat)
ONDE SE LÊ:
3.4. Prova prática e entrevista, por ordem de inscrição (Eliminatória e classificatória)
Data: 12/08/2025, das 08h às 18h (e, se necessário, 12/08/25, das 8h às 12h)
- Prova Prática: Elaboração de conteúdo para redes sociais (texto, imagem e/ou vídeo) com base em um tema fornecido.
- Entrevista
- Local: Sede da Adufmat (Cuiabá)
LEIA-SE:
3.4. Prova prática e entrevista, por ordem de inscrição (Eliminatória e classificatória)
Data: 20/08/2025, das 08h às 18h
- Prova Prática: Elaboração de conteúdo para redes sociais (texto, imagem e/ou vídeo) com base em um tema fornecido.
- Entrevista
- Local: Sede da Adufmat (Cuiabá)
ONDE SE LÊ:
3.5. Resultado Final
Divulgação: 13/08/2025, pelo site da Adufmat (https://www.adufmat.org.br/)
LEIA-SE:
3.5. Resultado Final
Divulgação: 22/08/2025, pelo site da Adufmat (https://www.adufmat.org.br/)
Cuiabá (MT), 08 de agosto de 2025
A Adufmat-Ssind informa o resultado da análise da documentação para os editais de seleção de trabalhadores nas seguintes áreas:
ESTAGIÁRIO(A) EM COMUNICAÇÃO
Bárbara Fernanda de Silva Carvalho |
HOMOLOGADA |
Diuno Camargo Freitas |
HOMOLOGADA |
Felipe Sokoloski |
HOMOLOGADA |
Lívia Gabriela de Almeida Alves |
HOMOLOGADA |
Melissa Liandra Souza Santana |
NÃO-HOMOLOGADA (FORA DA ÁREA DE ATUAÇÃO) |
Pedro Augusto de Assis |
HOMOLOGADA |
ASSESSOR(A) SINDICAL
Carla Fahima Narçay Milas |
HOMOLOGADA |
Fernanda Roberta Zimmer de Lima |
HOMOLOGADA |
Laís Carolina Amaral Guerrante |
HOMOLOGADA |
Ocimara Moreira Ferreira |
HOMOLOGADA |
Rebecca Helena Bruno Gregui |
HOMOLOGADA |
Ruan Gabriel de Almeida Vital |
HOMOLOGADA |
Thaisa de Jesus Arruda Moreschi |
HOMOLOGADA |
Wagner Pereira Moura Junior |
NÃO-HOMOLOGADA (AUSÊNCIA DE DOCUMENTAÇÃO) |
Yasmin Vitória Martins da Costa Lima |
HOMOLOGADA |
ASSISTENTE DE SUBSEÇÃO - SINOP
Leandro José de Oliveira |
NÃO-HOMOLOGADA (NÃO CUMPRIU REQUISITO PARA A VAGA) |
Mara Jane da Silva |
HOMOLOGADA |
Sandrine Kaylane França de Souza |
HOMOLOGADA |
Tainara Patrícia Rauber |
NÃO-HOMOLOGADA (NÃO CUMPRIU REQUISITO PARA A VAGA) |
Cuiabá (MT), 08 de agosto de 2025
Já votou no Plebiscito pelo Fim da Escala 6X1 e pela Taxação dos Super Ricos?
A urna deve ficar no DCE até meados de setembro, mas também é possível votar online, no site oficial do plebiscito: https://plebiscitopopular.org.br/
Vote, compartilhe e divulgue essa campanha que é de todos os brasileiros e brasileiras!
Clique aqui para saber mais sobre a campanha e confira o convite do professor Breno Santos, diretor geral da Adufmat-Ssind:
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Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
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José Domingues de Godoi Filho
UFMT/Faculdade de Geociências
Num mundo extremamente dependente dos recursos minerais, de energia e outras matérias primas, a demanda por tais recursos aumentou e acelerou o desenvolvimento da indústria extrativa. A voracidade, em especial, pelos recursos minerais vem representando uma ameaça real para a paz e para a segurança da espécie humana. Por exemplo, os conflitos no Mali (África) e os bombardeios franceses realizados, com a justificativa falaciosa de conter o terrorismo fundamentalista, escondem a disputa pelo urânio da região, explorado pela estatal francesa Areva. Outro exemplo, bem próximo, é a atual situação social, política e econômica enfrentada pela Bolívia, Chile e Argentina que, dentre outras variáveis, inclui o denominado “triângulo do lítio”, onde se concentra uma das maiores reservas de lítio do mundo. A importância do lítio vem crescendo devido sua utilização na indústria de baterias recarregáveis para veículos elétricos e híbridos. Isso sem esquecer que a indústria dos EUA, Japão, França, Alemanha, Inglaterra e Comunidade Europeia dependem em quase 100% de cromo, cobalto, platina, manganês, tântalo, estanho, níquel, tungstênio, vanádio, zircônio, titânio e nióbio.
As disputas geopolíticas envolvendo os EUA, a China e a Rússia têm ampliado a demanda pelos recursos naturais e energia, de tal maneira que a exploração de minerais e combustíveis fósseis atingiu níveis impensáveis. Nesse cenário, tem aumentado à pressão das empresas sobre os Estados para obtenção de facilidades e para o desenvolvimento de seus distritos minerais, especialmente, nos países da América Latina. A exploração dos recursos naturais na América Latina e no Brasil teve sua retomada mais recente na reestruturação econômica ocorrida nos anos 90, na maioria dos países. Apoiado pelos governos, os investimentos estrangeiros se tornaram objeto do desejo e, nesse sentido, foram implementadas privatizações de empresas, assinados decretos, leis e regulamentações com o objetivo de atrair os investidores estrangeiros, aceitando as propostas e reivindicações das empresas transnacionais. Obviamente, a pressão dos investidores para a exploração dos recursos naturais também significou pressão sobre os ecossistemas e as comunidades que compartilham seus territórios com jazidas minerais, hidrelétricas e outras obras de infraestrutura destinadas à produção de recursos naturais, principalmente para exportação.
As empresas envolvidas com a exploração de recursos minerais, invariavelmente, se apresentam prometendo melhorias nas condições de vida das populações: prometem a construção de escolas, hospitais, estradas e geração de empregos. Contudo, o que se tem observado é que as comunidades locais experimentam o aumento da pobreza, destruição dos meios de sobrevivência, conflitos violentos, desrespeito aos direitos humanos, degradação ambiental e corrupção.
As empresas envolvidas com a atividade minerária pouco se importam com as comunidades locais e com o próprio Estado, transformando a atividade em sinônimo de pilhagem dos recursos naturais e destruição ambiental. Quando as comunidades conseguem se mobilizar para questionar os empreendimentos, não encontram respaldo nas instâncias pertinentes para que suas demandas sejam atendidas; ao contrário, os conflitos aumentam e, não raramente, atingem níveis de violência com altos custos sociais para as comunidades e o ambiente.
“Por outro lado, não se trata aqui de se posicionar contra a atividade minerária, pois a espécie humana necessita da extração dos bens minerais para sua sobrevivência e desenvolvimento de suas atividades. A mineração, em seus diversos segmentos, é um setor fundamental para a definição e manutenção de um padrão de consumo na escala mundial, via o fornecimento de matérias-primas para diferentes cadeias produtivas, desde a agricultura até bens de consumo em geral. Assim, o que está em questão, não é a atividade mineraria, mas o modelo adotado, que privilegia margens de lucro maiores e continuadamente crescentes. Um novo modelo tem que ser discutido e construído, uma vez que a demanda por recursos naturais deve atender as necessidades da espécie humana. A atividade minerária não pode se manter como um processo de expropriação de populações para atender os interesses de alguns poucos. Para que, para quem e o que as alegadas demandas do modelo atendem, ou escondem, são perguntas que devem ser respondidas com clareza” (Godoi Filho, in press)*.
É urgente discutirmos as condições em que se realizam a atividade minerária em nosso país, além de deixar clara a contradição entre as promessas que são feitas e o modelo de desenvolvimento econômico dependente, que se concretiza e que não reduzem as desigualdades sociais, degradam as condições socioambientais, aumentam os conflitos e geram acontecimentos trágicos e criminosos como os ocorridos em Mariana e Brumadinho.
O Plano Nacional de Mineração 2030(PNM-2030), elaborado pelo Ministério de Minas e Energia entre 2008 e 2010, foi apresentado como uma perspectiva de grandes investimentos na produção mineral para atender o processo de exportação em grande escala. Claramente, o PNM-2030 e o recém elaborado PNM-2050 visam atender as demandas da globalização e os interesses de investidores e corporações nacionais, multinacionais ou transnacionais.
As universidades públicas e o ANDES-SN - Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior podem contribuir muito, incentivando a discussão do PNM-2030 e do PNM-2050 e suas implicações na formação de pessoal, desenvolvimento de tecnologias, melhorias na atividade minerária, incluindo temas como: prevenção e mitigação dos impactos socioambientais do setor, os efeitos cumulativos de diferentes empreendimentos minerais (incluindo porto, minerodutos, ferrovias, alternativas energéticas, etc.), coexistência da atividade minerária com outras atividades, o conceito de territórios livres de mineração e a pressão econômica gerada pela atividade minerária.
Com as modificações ocorridas na conjuntura mundial, de 2020 até o momento, com a guerra por procuração na Ucrânia, o genocídio na Faixa de Gaza, os ataques ao Irã, a destruição da Síria, as guerras na África e mais de uma dezena de outras guerras e conflitos, agravados pelo medonho presidente norte-americano e pretenso xerife do mundo, é fundamental e urgente o debate sobre a relevância dos agrominerais, dos minerais estratégicos, dos energéticos, dos essenciais à saúde, dos utilizados na construção civil, sem perder de vista o grande potencial mineral para ferrosos (ferro,manganês), não ferrosos (alumínio, cromo, grafita, talco, estanho,tungstênio), metais preciosos (ouro), metais-base, (chumbo, cobre, zinco) e estratégicos (cobalto, lítio, tântalo, terras raras, platina, tálio, nióbio, vanádio), dentre outros, tanto no continente, quanto nas áreas oceânicas bordejando a costa brasileira, como também na Antártica.
Nesse contexto é crucial e urgente que as universidades públicas e o ANDES-SN , como já acontece em relação ao MST - Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, se articulem e garantam espaço de debates e trocas de conhecimento com o MAM - Movimento pela Soberania Popular na Mineração com o objetivo de denunciar os conflitos gerados pela atividade minerária e debater um outro modelo de uso e exploração dos recursos naturais não-renováveis e energéticos.
*Observação: Com pequenas modificações, o texto, de minha autoria, foi submetido ao 40ºCongresso do ANDES-SN e aprovado. Para submetê-lo ao 40º Congresso, seguindo as regras então vigentes, consegui o apoio de 07 companheiros que o subscreveram. Como o considero de interesse para o momento que vivemos, com as retaliações e ameaça de golpe por parte do governo norte-americano, incluindo o denominado clã Bolsonaro.
A Diretoria da Adufmat-Ssind, no uso de suas atribuições regimentais, convoca todos os sindicalizados para Assembleia Geral Ordinária PRESENCIAL a ser realizada na sede do SINTUF-MT:
Data: 12 de agosto de 2025 (terça-feira)
Horário: 13h30 (Cuiabá) com a presença mínima de 10% dos sindicalizados e às 14h, em segunda chamada, com os presentes.
Pauta:
1. Informes;
2. Análise de conjuntura;
3. Composição do Conselho Fiscal 2025-2027;
4. Comissão para o Baile dos/as Professores/as 2025.
A Assembleia será presencial e ocorrerá simultaneamente no auditório da sede de Cuiabá e nos campi do Araguaia e SINOP.
IMPORTANTE: devido à reforma na sede da Adufmat-Ssind, em Cuiabá, a assembleia da categoria será realizada na sede do Sindicato dos Servidores Técnico-administrativos (Sintuf-MT), cujo acesso se dá pelo estacionamento localizado atrás da Biblioteca Central da UFMT.
COMO CHEGAR: Dentro da UFMT, entre pela avenida lateral do Teatro Universitário e siga reto até o acesso ao prédio da Agronomia/Zootecnia/Med. Veterinária; vire à esquerda e siga em frente, SUBINDO uma pequena rampa que dá acesso ao estacionamento localizado atrás do prédio da Biblioteca Central; dali já será possível visualizar a sede do Sintuf-MT, basta continuar seguindo em frente após subir a rampa (ACESSE AQUI A LOCALIZAÇÃO).
Cuiabá, 07 de agosto de 2025
Gestão Adufmat é pra lutar!
A Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária (JURA) na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) deste ano já começou e terá entre as principais atividades uma feira estadual para valorizar a produção camponesa e a agroecologia, além de fortalecer o vínculo entre universidade e sociedade. Ela será realizada em frente ao Restaurante Universitário (RU) entre os dias 14 e 16/08.
Os participantes encontrarão, entre os produtos comercializados, pratos típicos da culinária da terra, isto é, da baixada cuiabana, como ventrecha de pacu e Maria Isabel, além de muitas folhas - alface, rúcula, couve - e legumes - cará (inhame), mandioca -, entre outras variedades de cultivo, próprias da diversidade que a agricultura camponesa e familiar oferece.
Segundo a organização, durante a feira haverá também rodas de conversa, apresentações culturais e atividades de extensão. Isso porque a edição deste ano marcará a celebração dos 30 anos de existência e resistência do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no estado.
O coordenador do movimento, Vanderly Scarabeli, reforçou o convite a todos. “Amigos e amigas do MST e da luta pela Reforma Agrária no estado de Mato Grosso, gostaria de convidá-los e convidá-las para participarem do evento de comemoração de 30 anos do MST neste estado, de 14 a 16 de agosto, com uma grande celebração e feira da Reforma Agrária. Nesses dias teremos mesas de debates sobre temas como a questão climática, ambiental, análise de conjuntura política, com destaque para a crise do capitalismo. Também haverá um grande ato, no dia 16, às 8h, para celebrarmos, de maneira oficial, a existência do MST em Mato Grosso. Durante todos esses dias, além dessas atividades, também teremos shows. Então, todas as noites, de 14 a 16 de agosto, teremos atividades importantíssimas para vocês participarem. Compareçam, tragam seus familiares, amigos e amigas, imprescindíveis para a construção desse movimento e da luta pela Reforma Agrária em Mato Grosso”.
As Jornadas Universitárias em Defesa da reforma Agrária são realizadas todos os anos em todo o país pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em parceria com as universidades locais.
Comida, saúde e conhecimento
Dentro da programação da JURA, entre 29 e 31/07, foram realizadas, ainda, palestras e oficinas voltadas para pesquisadores que trabalham o tema "Expansão do Agronegócio e Conflitos Socioambientais no Mato Grosso Contemporâneo". Participaram representantes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR) - articulados entre o Departamento de História e Instituto de Geografia, História e Documentação da UFMT com o Instituto de Ciências Humanas e Sociais da UFR -, além de convidados da University of Innsbruck (Áustria) e University of Miami (EUA).
A atividade integrou grupos de pesquisa como Núcleo de Estudos Rurais e Urbanos (NERU), Grupo de Pesquisas em Geografia Agrária e Conservação da Biodiversidade (GECA), Núcleo de Pesquisa em História (NPH), Núcleo de Estudos Ambientais, Saúde, Trabalho e Educação (NEAST) e Núcleo de Documentação e Informação Histórica Regional (NDIHR).
Durante a programação, os presentes partilharam dados e resultados obtidos por meios dos trabalhos realizados.
“Partindo de um projeto de extensão protocolado junto ao SIEX/UFMT [Sistema de Extensão da universidade], este evento foi pensado e organizado a partir da necessidade de uma maior aproximação entre pesquisadores e pesquisadoras de grupos e núcleos de pesquisas que se dedicam a estudar e debater, no tempo presente, conflitos relacionados à expansão do agronegócio no estado de Mato Grosso. Desta forma, envolvendo o esforço de todas essas instituições e núcleos de pesquisa, o evento foi ampliado e passou a ser organizado pelo IGHD [Instituto de Geografia, História e Documentação], com grande contribuição da professora Dra. Giseli Dalla Nora, que fez a articulação com a JURA, reunindo pesquisadores que vão continuar compartilhando resultados de pesquisa e fomentando debates abertos à comunidade externa da UFMT”, destacou a professora do Departamento de História, Dra. Juliana Cristina da Rosa, também integrante do NERU e NPH, e coordenadora do projeto de extensão que resultou no evento.
Confira abaixo o material de divulgação da Feira Estadual da Reforma Agrária:
Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind
O ANDES-SN participou, na manhã desta terça-feira (5), de um seminário na Câmara de Deputados para debater a instituição do Sistema Nacional de Educação (SNE). O projeto que estabelece o SNE (PLP 235/2019) foi aprovado no Senado em 2022, e agora tramita, em regime de urgência, na Câmara.

Representando o Sindicato Nacional, Francisco Jacob Paiva, 3º secretário da entidade, iniciou sua fala citando Florestan Fernandes. “A gente tem definido as diretrizes, mas não as bases”, alertou. O docente resgatou a luta de várias entidades do setor da Educação, incluindo o ANDES-SN, na construção da Constituição de 1988 e, posteriormente, da Lei de Diretrizes e Bases (LDB), em 1996.
Segundo o coordenador do Grupo de Trabalho de Política Educacional, tanto o resultado da Constituinte quanto da LDB foram os consensos possíveis, mas não contemplaram as reais necessidades da imensa maioria da população brasileira em relação a uma educação pública efetivamente de qualidade, em todos os níveis e modalidades.
Jacob recordou também a atuação do Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública e a formulação do Plano Nacional de Educação da Sociedade Brasileira. “Em 1997, já falávamos da necessidade em termos a aplicação de 10% do PIB na educação pública, para reverter o quadro que herdamos da ditadura empresarial-militar, com uma enorme expressão de analfabetos, altas taxas de evasão e repetência”, observou. “Até hoje, passados vários PNEs, de diferentes governos, não conseguimos atingir esse patamar”, acrescentou.
O diretor do Sindicato Nacional disse ser necessário recuperar e atualizar o diagnóstico das necessidades do país, passando pelo debate da efetivação de profissionais de educação, que atuem de forma qualificada, com carreira valorizada e salários decentes em todos os níveis e modalidades da Educação pública. Acrescentou ainda a urgência em ampliar o acesso ao Ensino Superior Público, dominado atualmente pelo setor privado, garantindo acesso e permanência a estudantes, além de condições de trabalho e salário a docentes das Instituições Federais, Estaduais, Municipais e Distrital, especialmente aqueles e aquelas em instituições multicampi e/ou afastadas dos grandes centros.
“Entendemos que educação é direito de todos e dever do Estado, em todos os níveis e modalidades”, concluiu, convocando as entidades da sociedade civil do setor da Educação a se unirem na luta para colocar o debate do orçamento e dos 10% do PIB para a educação pública como centrais na disputa do novo PNE.
Também participaram do Seminário integrantes da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes); Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif); Associação Brasileira dos Reitores das Universidades Estaduais e Municipais (Abruem); Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE); União Nacional dos Estudantes (UNE); União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes); bem como representantes do setor privado da Educação.
Clique aqui e assista ao Seminário na íntegra.
Fonte: Andes-SN
O governo dos Estados Unidos, sob a liderança de Donald Trump, anunciou a aplicação de uma sobretaxa de 40% sobre os produtos brasileiros exportados ao país, que já estavam sujeitos a uma tarifa de 10%. Com isso, o total da tarifa chega a 50% e entrará em vigor a partir de quarta-feira (6). Embora o governo estadunidense tenha recuado parcialmente em relação ao anúncio feito em junho — retirando 694 itens da lista, como petróleo, suco de laranja, minérios e aeronaves —, a medida é vista como parte de uma ofensiva mais ampla, de caráter imperialista, contra o Brasil e sua soberania.
A sobretaxa foi acompanhada por uma série de ações e declarações que colocam em xeque o respeito dos Estados Unidos (EUA) à democracia e ao Estado de Direito no Brasil. Entre elas, estão acusações infundadas de ataques à liberdade de expressão, utilizadas como pretexto para proteger os interesses das big techs* norte-americanas, interferências no processo judicial contra Jair Bolsonaro pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e suspeitas de um ataque especulativo ao Real, que teria gerado lucros bilionários a grupos com acesso privilegiado a informações.
Segundo comunicado da Casa Branca, a medida seria uma resposta a ações do governo brasileiro que, na avaliação dos EUA, representam uma “ameaça incomum e extraordinária” à segurança nacional, à política externa e à economia norte-americana.
Diante desse cenário, manifestações contra o tarifaço e a ofensiva imperialista vêm sendo organizadas em várias partes do país. Na última sexta-feira (1º), ocorreram atos em locais públicos e em frente a representações diplomáticas dos Estados Unidos.
Para analisar esse contexto e refletir sobre os caminhos da luta sindical e popular diante dessa conjuntura, Marcos Soares, 1º vice-presidente da Regional São Paulo e encarregado de Relações Sindicais do ANDES-SN, deu uma entrevista ao site do Sindicato Nacional.
ANDES-SN: Quais os impactos econômicos e sociais da sobretaxa para os trabalhadores e as trabalhadoras brasileiras, especialmente nos setores mais afetados pela exportação?
Marcos Soares: Agora que o tarifaço, ou a sobretaxa, foi anunciada, alguns itens e setores foram mais afetados, outros menos, mas, de forma geral, não houve muita mudança em relação ao que havia sido anunciado previamente. Se observarmos as áreas econômicas do Brasil mais impactadas, destacam-se o café, o açúcar (com toda a cadeia da cana-de-açúcar), as carnes e os calçados — setores com forte presença nas exportações brasileiras para os Estados Unidos.
Os representantes e empresários desses setores têm defendido que o governo brasileiro continue tentando negociar com os EUA, buscando reduzir o percentual da sobretaxa ou até conseguir isenções, como ocorreu com outros setores. Além da via diplomática e política, alguns também têm cobrado que o governo adote uma política de apoio financeiro, nos moldes do que foi implementado, ainda que parcialmente, durante a pandemia.
Essa estratégia, no entanto, tem impacto direto na economia brasileira, pois implica a entrada do Estado com recursos, financiamento e apoio aos setores produtivos, em especial ao setor privado. É uma discussão importante, já que envolve grandes segmentos da economia nacional. O impacto imediato, no entanto, recai sobre os trabalhadores. O setor de calçados, por exemplo, já anunciou que, se a sobretaxa for mantida, até 8 mil postos de trabalho poderão ser eliminados.
ANDES-SN: Quais medidas o governo brasileiro deveria adotar diante desta sanção comercial dessa magnitude, imposta unilateralmente pelos EUA?
MS: O governo Lula procurou os empresários para discutir e negociar, demonstrando, assim, um caráter de forte conciliação com esse setor. Ainda que, em essência, esses setores também sejam vítimas de um processo absolutamente arbitrário, por um governo de um país muito rico e poderoso do ponto de vista econômico. No entanto, até o momento, Lula não chamou os trabalhadores para essa discussão, o que considero um problema.
É claro que o governo brasileiro está sob grande pressão, sobretudo porque essas medidas do Trump têm um caráter conspiratório, intervencionista e de aliança com a extrema direita brasileira. Por isso, a discussão no Brasil não é tranquila. Estamos assistindo, por exemplo, ao próprio filho do ex-presidente Bolsonaro, nos Estados Unidos, conspirando contra o Brasil e contra setores que, em tese, até poderiam apoiá-lo politicamente, como o agronegócio. Portanto, esse diálogo interno não é fácil de ser feito no Brasil, mas, seguramente, ele fica mais difícil se não houver um diálogo com as centrais sindicais, os movimentos sociais, enfim, com a classe trabalhadora.
Acredito que uma das medidas que o governo deveria tomar, além das econômicas, que visem mitigar os impactos da sobretaxa e das tarifas, seria abrir um canal de diálogo com o movimento sindical, os trabalhadores e as trabalhadoras e os movimentos sociais em geral. A possibilidade de demissão é latente, porque é a resposta imediata que o capital faz para tentar diminuir o impacto do aumento do custo de produção e impostos. Então, o governo brasileiro precisaria chamar os trabalhadores para discutir essa situação.
ANDES-SN: Antes do anúncio oficial do tarifaço, os EUA vincularam as tarifas a uma suposta “censura” no Brasil e saíram em defesa de Bolsonaro, acusado de tentativa de golpe. De que forma essa postura ameaça a soberania do Judiciário brasileiro e enfraquece nossas instituições democráticas?
MS: O Trump lidera hoje um projeto global da extrema direita, com articulações em países da Europa, Israel, alguns contatos no Oriente Médio e a Argentina, na América Latina — onde se alinha diretamente a figuras como Bolsonaro e sua equipe. O tarifaço anunciado pelos EUA não mira apenas o Brasil, mas aqui teve um tratamento particular: não houve negociação oficial, e a medida veio acompanhada de pressões políticas, como a defesa pública de Bolsonaro e críticas infundadas ao sistema judiciário brasileiro. Trata-se de uma ofensiva em duas frentes — econômica e política — para proteger aliados e interferir em processos internos, como não culpabilizar Bolsonaro por tentativa de golpe. Recentemente, um general chegou a admitir que cogitou o assassinato de Lula, do vice Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, o que revela a gravidade da ameaça à democracia brasileira.
Não haverá um apoio substancial da União Europeia, ou de outros países, muito menos da Rússia ou da China, à ideia de que há uma “caça às bruxas” no Brasil ou de que a Justiça esteja perseguindo Jair Bolsonaro. Até porque, pela lógica da política internacional e da diplomacia, os países costumam evitar interferências diretas nos assuntos internos de outras nações. Isso é, em certa medida, uma regra da diplomacia internacional. Na verdade, o que temos visto é o contrário. No dia 25 de julho, o ANDES-SN esteve presente na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, na Universidade de São Paulo (USP), durante o lançamento da campanha Soberania Nacional. Foram mais de 300 entidades, a maioria ligada aos movimentos sociais, à luta por democracia, por direitos humanos, mas, no evento, havia também representantes do empresariado, discutindo que a soberania de um país não se negocia.
Nós, trabalhadoras e trabalhadores organizados, sabemos que o Judiciário no Brasil é muito seletivo. No entanto, na discussão específica que envolve a acusação contra Jair Bolsonaro e sua equipe numa trama golpista, a Justiça está seguindo os ritos legais e as provas estão aí para todos e todas verem. Há uma ameaça à soberania nacional. Por isso, é fundamental que os movimento sociais e os sindicatos estejam atentos e atuem para impedir qualquer manifestação no sentido de dar a um país estrangeiro a outorga de se inserir e fazer algum tipo de ingerência na soberania do nosso país, do ponto de vista das suas instituições, da luta geral e do próprio governo. Soberania não se negocia.
ANDES-SN: A AGU tem apurado possíveis operações no mercado financeiro brasileiro com base em informações privilegiadas, envolvendo lucros com câmbio antes e depois dos anúncios de taxação feitos por Donald Trump. O que essa possível operação especulativa revela sobre os mecanismos de dominação financeira internacional e seus impactos sobre a economia brasileira?
MS: Demonstrou como o sistema financeiro internacional, embora pareça ter regras e uma estrutura formal, é uma grande farsa. No campo da discussão que nos traz István Mészáros, com a incontrolabilidade do capital, mostra que o capital é incontrolável. O Brasil foi o país, até aqui, com a taxação mais alta, de 50%, o que envolve muito dinheiro.
Há uma farsa em termos de controle sobre a lógica do capitalismo em nível mundial e expõe os mecanismos de dominação financeira. Grupos que se beneficiam com informações privilegiadas, com movimentos especulativos que afetam a economia, porque isso significa essa volatilidade de capital, que entra e sai do país a partir dessas informações, desse circuito informativo que acontece entre pessoas que dominam o capital, ligadas a governos, ou diretamente ao capital especulativo, Bolsa de Valores etc.
ANDES-SN: De que forma a política externa dos EUA, marcada pelo unilateralismo e por ações imperialistas, impacta países do Sul Global como o Brasil?
MS: É importante dizer que, desde o final do século XIX, quando os Estados Unidos começam a se consolidar e, principalmente, pós-Segunda Guerra, como a principal potência imperialista do planeta. É importante dizer que a relação com os demais países sempre foi uma relação de dominação, seja ela econômica ou militar. Podemos pegar o exemplo das políticas econômicas lideradas pelo FMI [Fundo Monetário Internacional] para os países da periferia do capital, ou as intervenções militares, como no Iraque, no Afeganistão e em outros países.
O unilateralismo é uma marca deste atual momento dos Estados Unidos, ou seja, um país que vai se dirigindo aos demais de forma quase que individual, não por blocos. Um ponto interessante é que, mesmo em relação aos seus grandes parceiros europeus, já há divergências públicas. Essas divergências já existiam, mas eram tratadas de forma mais velada. Agora, são abertamente expostas, inclusive no que diz respeito aos gastos militares.
Me parece que o unilateralismo é uma resposta a essa conjuntura marcada por um tipo de governo de extrema direita, com traços até protofascistas. No campo econômico, essa postura se expressa por meio de pressões feitas a países de forma isolada, o que, na prática, aumenta ainda mais essa pressão. Uma coisa é pressionar um bloco como o Mercosul, outra é pressionar individualmente países como Argentina, Brasil, Venezuela e México. A saída, do ponto de vista da soberania dos países, seria buscar a unificação dessas economias.
Nós temos os Brics**, que ampliaram sua participação com a entrada de novos países como membros e parceiros. Alguns analistas dizem que essa ação dos Estados Unidos tem a ver, inclusive, com a expansão dos Brics. Ou seja, seria uma forma protecionista de se proteger economicamente.
O grande problema da América Latina é que não há uma certa unidade, mesmo nos governos ditos progressistas. Atualmente, temos governos assim no Chile, na Colômbia e no Brasil, mas já houve outro momento na América Latina em que mais países tinham governos chamados progressistas e, ainda assim, não buscaram uma linha política e econômica que lhes garantisse alguma segurança frente às políticas expansionistas do imperialismo estadunidense, como ocorre agora.
Ao mesmo tempo, outros analistas apontam que esse impacto pode abrir outros caminhos para exportações que antes eram minoritárias, voltadas a outros países. O Brasil, por exemplo, anunciou que muitos empresários estão procurando mercados, como o mexicano, para comercializar seus produtos.
ANDES-SN: Como as trabalhadoras, os trabalhadores, os movimentos sociais e entidades como o Sindicato Nacional podem se posicionar diante dessas ofensivas econômicas e políticas? E por que é fundamental que entidades sindicais e populares se manifestem contra as medidas que ferem a soberania nacional e favorecem o capital internacional?
MS: Do ponto de vista político, trata-se de defender a soberania nacional. Estamos assistindo uma aliança da extrema direita dos Estados Unidos, com Donald Trump como liderança global desse campo, em conluio com a extrema direita brasileira. É essa mesma extrema direita brasileira que colocou o boné da campanha do Trump “Fazer a América grande novamente”. América, aqui, entendida como Estados Unidos. E agora, parte dessa direita, como os governadores de São Paulo, Minas Gerais e Paraná, tem se posicionado a favor de Trump, se colocando, inclusive, em situações delicadas, como no caso de São Paulo, onde o agronegócio pode ser impactado em grande medida pelos tarifaços. Isso gerou questionamentos ao governador [Tarcísio de Freitas (Republicanos)], eleito com o apoio desse setor, a respeito de qual lado ele está.
Temos ainda um parlamentar em licença, nos Estados Unidos, o filho de Jair Bolsonaro [Eduardo], que atua como um embaixador da extrema direita brasileira e que, junto a Donald Trump, ataca a soberania brasileira.
É uma prova cabal de que a pecha de “patriotas” não cabe a essas pessoas, porque estão defendendo interesses de um país estrangeiro em detrimento dos do Brasil. É um conluio entre a extrema direita brasileira e estadunidense. Então, do ponto de vista político, os movimentos sociais devem denunciar essa aliança e defender a soberania nacional.
Do ponto de vista da classe, nós, trabalhadores e trabalhadoras, temos que nos posicionar em defesa dos empregos e da economia nacional. Ou seja, se o tarifaço gerar desemprego, é preciso pressionar empresas e governos a criarem novos postos de trabalho, que substituam aqueles eventualmente perdidos em função dessas políticas, responsabilizando o governo dos Estados Unidos, Donald Trump e os seus aliados no Brasil. Além da soberania nacional, a campanha deve focar na defesa do emprego para todos e todas.
ANDES-SN: O pretexto de “ataque à liberdade de expressão” tem sido utilizado para justificar a resistência das big techs norte-americanas à regulação de suas atividades no Brasil. Como esse discurso vem sendo manipulado por grandes corporações para evitar o cumprimento das leis brasileiras e a atuação do Estado?
MS: Liberdade de expressão é um termo que, no capitalismo, é um conceito polissêmico, porque envolve certos limites daquilo que se fala e daquilo que se faz. No caso das big techs, mas sem entrar muito nessa discussão, trata-se de um tema relativamente novo, tanto no Brasil quanto no mundo, e ainda é difícil consolidar uma compreensão clara na opinião pública. De modo geral, penso que a população tende a acreditar que tudo se enquadra como liberdade de expressão. E isso atrapalha o debate sobre a regulação das big techs.
O discurso mais fácil, quando se fala em regulação, é o da censura. Mas há diferença entre regular e censurar. Eu penso que a regulação seja necessária. Se pegarmos, por exemplo, o processo eleitoral, essas grandes empresas tiveram um papel preponderante no pleito que elegeu Jair Bolsonaro, divulgando informações falsas, muitas delas mentirosas.
De qualquer jeito, a legislação brasileira e o próprio debate público vêm sendo alvo de tentativa de desmoralização por parte da extrema direita, que tenta deslegitimar instituições como o Supremo Tribunal Federal (STF), como se o Judiciário fosse um poder autoritário, que quer controlar o país e se sobrepor aos demais poderes.
A ideia, amplamente veiculada na mídia, de que essas plataformas apenas permitem a comunicação entre pessoas e não têm controle sobre o que se fala ou escreve, não corresponde à realidade. Quem produz um instrumento de comunicação controla esse instrumento, seja diretamente ou por meio de algoritmos. Essas plataformas muitas vezes direcionam os usuários a determinados conteúdos ou opiniões, moldando percepções e comportamentos. Portanto, é necessário conquistar a opinião pública para entender que a chamada liberdade de expressão precisa, hoje, ter limites. Liberdade de expressão é uma coisa. Preconceito, mentira e fake news são outra.
É fundamental construir um debate nacional sobre a regulação dessas grandes empresas de tecnologia e pensar uma legislação brasileira que o faça sem cair na censura. Porque nosso país viveu uma ditadura de 21 anos, e os legisladores se acostumaram a censurar. Mas, no caso das fakes news , regular não seria censura.
Apostar todas as fichas apenas na via judicial, entretanto, me parece temerário. Os movimentos sociais e sindicais precisam assumir esse debate, com suas bases, sobre a necessidade de se estabelecer critérios para a atuação dessas empresas. É fundamental construir coletivamente uma compreensão sólida sobre o que é regulação e o que é censura. E, sobretudo, saber diferenciar uma coisa da outra.
*Big techs, ou gigantes de tecnologia, são as grandes empresas que exercem domínio no mercado de tecnologia e inovação, como Apple, Google, Amazon, Microsoft e Meta.
**Composto por onze países - Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã -, o Brics atua como um fórum de articulação político-diplomática entre nações do Sul Global, promovendo a cooperação em diversas áreas.
Fonte: Andes-SN
A partir deste sábado (2), Brasília (DF) será novamente palco de um dos mais importantes encontros de mulheres indígenas do país. A IV Marcha das Mulheres Indígenas acontecerá no Eixo Cultural Ibero-Americano, antiga Funarte, com o tema “Nosso corpo, nosso território: somos as guardiãs do planeta”.

A mobilização, que ocorrerá de 2 a 8 de agosto, reunirá lideranças de povos originários de diversas regiões do país. A marcha está marcada para o dia 7 de agosto, com concentração às 7h no acampamento. De lá, as participantes seguirão em caminhada até a Praça dos Três Poderes, onde entregarão, ao Congresso Nacional, a "Carta dos Corpos-Territórios em Defesa da Vida".
O protesto ocorre em um momento decisivo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem até o dia 8 de agosto, um dia após a Marcha, para sancionar, vetar ou vetar parcialmente o PL 2.159/21, aprovado em julho pela Câmara dos Deputados. Conhecido como “PL da Devastação”, o projeto enfraquece as regras de licenciamento ambiental e representa mais um retrocesso ambiental validado por um parlamento que, em 2023, já aprovou a inconstitucional lei do Marco Temporal.
Neste ano, a União das Mulheres Indígenas da Amazônia Brasileira (Umiab), em parceria com a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), levará à marcha a Tenda da Amazônia, com o tema: "Pelo Clima e Pela Amazônia: A Resposta Somos Nós". O espaço será voltado a debates sobre ações em defesa dos territórios, da floresta e do equilíbrio climático, protagonizadas por mulheres indígenas da região.
A programação da Marcha inclui atos públicos, plenárias e rodas de diálogo, reafirmando a resistência coletiva das mulheres indígenas frente às ameaças aos seus direitos, territórios e modos de vida.

Conferência Nacional
A IV Marcha será realizada de forma articulada com a 1ª Conferência Nacional das Mulheres Indígenas, que ocorrerá entre os dias 4 e 6 de agosto, também em Brasília. Com o tema “Mulheres Guardiãs do Planeta pela Cura da Terra”, a expectativa é reunir cerca de 5 mil mulheres indígenas de todo o país. A atividade é coordenada pelos Ministérios dos Povos Indígenas (MPI) e das Mulheres (MMulheres), com apoio da Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga).
Participação do ANDES-SN
Na última edição do evento, realizada em setembro de 2023, mais de 6 mil mulheres indígenas participaram da III Marcha, que tomou as ruas da capital federal com reivindicações em defesa do meio ambiente, da cultura dos povos originários, do fim da violência contra as mulheres indígenas e pela garantia de direitos. O ANDES-SN esteve presente na mobilização, assim como em edições passadas, e reafirmou seu compromisso com as lutas dos povos indígenas, especialmente na resistência ao marco temporal e aos ataques ao meio ambiente.
Fonte: Andes-SN (com informações de Brasil de Fato)
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