Sábado, 27 Janeiro 2018 18:13

 

 

Seguem firmes os debates do 37º Congresso do ANDES – Sindicato Nacional, em Salvador, com o objetivo de avaliar e fortalecer a luta docente em defesa das universidades públicas, por meio do plano de lutas da categoria, que engloba diversos temas.  

 

Na sexta-feira, 26/01, as discussões se concentraram nas políticas educacionais e para questões de classe, etnia, gênero, e diversidade sexual, que serão defendidas pelo sindicato. No sábado, último dia do evento, comunicação e questões ambientais também foram discutidos e definidos.

 

Com relação às políticas educacionais, a plenária aprovou a continuidade da luta pela revogação da contrarreforma do Ensino Médio e contra a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a construção do III Encontro Nacional de Educação (ENE), com a realização de encontros regionais e estaduais preparatórios e o objetivo de fortalecer a ampliação da Coordenação Nacional das Entidades em Defesa da Educação Pública e Gratuita (Conedep). Além disso, a categoria defendeu a ampliação das ações de denúncia de práticas de precariedade do trabalho dos docentes que atuam na Educação à Distância (EaD), bem como a avaliação da qualidade dos cursos e qualidade de contratação dos docentes contratados.

 

A plenária decidiu também, após intenso debate, participar da Conferência Nacional Popular de Educação (Conape), defendendo os princípios e posições do ANDES-SN.

 

Sobre as políticas contra opressões, a luta contra assédio moral e sexual, racismo, xenofobia, machismo e LGBTfobia incorporou também o rechaço ao preconceito contra ciganos, preconceito geracional (colaboração do professor Tomás Boaventura, do GTSSA da Adufmat-Ssind) e o chamado capacistismo, referente à pessoa com deficiência.

 

“Nós discutimos questões importantes, como a permanência do enfrentamento ao assédio sexual, com um processo de pressão para a construção, dentro da universidade, de um espaço de acolhimento das vítimas - porque não é dever do sindicato implementar, mas pressionar para que a instituição crie esse mecanismo. Outro ponto foi a ideia de formatar uma pauta reivindicatória em torno do III ENE, para poder pensar inclusive que tipo de política de educação a gente quer para a população LGBT, a questão étnico-racial, dos povos indígenas e quilombolas. O debate sobre aborto também, considerando que no congresso anterior nós aprovamos a descriminalização e agora a legalização, ou seja, a constituição de políticas públicas, um tema polêmico que a gente precisa enfrentar. Na maioria das vezes cai naquela reflexão sobre se o sujeito pode ou não fazer o aborto, que nós, enquanto instituição sindical, não temos nenhum poder. Ao contrário, nosso poder é de pressionar o Estado para que ele implemente a estrutura”, afirmou a professora Qelli Rocha, membro do Grupo de Trabalho de Políticas para Questões Etnico-racial, de Gênero, e Diversidade Sexual (GTPCEGDS) da Adufmat-Seção Sindical do ANDS-SN.  

 

A docente destacou ainda as discussões sobre acessibilidade e paridade de gênero, que gerou polêmica, pois na lógica de um sindicato classista, como o ANDES-SN, não se pensa na representação pela simples representação.     

 

Propostas para aperfeiçoar a Comunicação do ANDES-SN e das Seções Sindicais, tais como pesquisas, fortalecimento do GT de Comunicação e Arte nas Seções Sindicais, além da aproximação de grupos de comunicação comunitários também foram debatidas e devem ser encaminhadas.

 

Já no sábado, a categoria iniciou os debates acerca dos temas que orientam o grupo de trabalho do ANDES-SN sobre as políticas Agrárias, Urbanas e Ambientais (GTPAUA). As principais deliberações versam sobre a luta contra o latifúndio e o Agronegócio, com intervenções visando o fortalecimento da FUNAI, rejeição da PEC 215/15, entre outras.

 

Para o professor Waldir Bertúlio, membro do GTPAUA da Adufmat-Ssind, compete ao ANDES-SN uma condução política com relação aos temas do GT, e as discussões do 37º Congresso contribuíram para a evolução do trabalho que já está sendo desenvolvido, atribuindo maior importância e densidade.            

 

“O que nós ressaltamos, ao olhar para o Mato Grosso, é que o Texto de Resolução sobre o agrotóxico tem de estar inserido num contexto da penetração do Capital no campo. O caso deve ser um complemento que leve a reflexão sobre as políticas do setor, que incluem o trabalho escravo, mas especialmente o complexo agroindustrial, que está ligado à questão do mercado no campo, com esses venenos. Você tem o complexo médico-industrial, da indústria farmacêutica, e tem um complexo agrícola muito mais amplo. Não é papel do ANDES-SN tratar das especificidades técnicas desses problemas, porque isso está sendo feito com bastante intensidade. Mas é papel do ANDES-SN confrontar com aqueles óbices que estão colocados no enfrentamento da relação de desindustrialização, Capital – Trabalho, e especialmente em cima dos processos de dependência do país, onde o agrotóxico é um elemento dessa expropriação brutal que nós temos a partir do centro geodésico da América do Sul, que está em Mato Grosso”, afirmou o docente.

 

Durante a tarde, o debate continuou para decidir as questões de organização financeira e organizativas do sindicato, que incluem o Regimento Eleitoral, alteração de estatuto do ANDES-SN e seções sindicais, fundos de solidariedade, homologações de novas seções sindicais, e apoios financeiros à movimentos sociais. Nessa plenária, o novo Estatuto da Adufmat-Ssind, readequado após 30 anos sem alterações, foi aprovado.  

 

Todo o conteúdo aprovado no Congresso será publicado nos próximos dias pelo ANDES-SN, após compatibilização e revisão de texto.

 

 

GALERIA DE IMAGENS

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

 

Terça, 24 Outubro 2017 15:05

 

 

Circular nº 351//17

Brasília (DF), 17 de outubro de 2017

 

 

Às seções sindicais, secretarias regionais e à(o)s diretore(a)s do ANDES-SN

 

 

Companheiro(a)s,

 

Encaminhamos, para conhecimento o relatório do Seminário do GTPCEGDS, realizado de 24 a 26 de agosto de 2017, em Pelotas/RS.

Sem mais para o momento, renovamos nossas cordiais saudações sindicais e universitárias.

 

 

 

Prof. Giovanni Felipe Ernst Frizzo

2º Secretário

 

 

Presentes

 

SEMINÁRIO NACIONAL INTEGRADO DO GTPCEDS

 

Diretoria: Sirliane de Souza Paiva, Roseli Rocha, Eblin Farage, Cláudia Alves Durans, Andrea Cristina Cunha, Erlando da Silva Rêses, Leandro Neves, Caiuá Al Allan Cardoso, Raimundo Wanderley Padilha, Jacqueline Rodrigues Lima, Lila Cristina Xavier Luz, Adriana Hessel Dalagassa, Caroline de Araújo Lima.

 

 

Manhã do dia 24/08/2017

FGCPS-Cássio Henrique Alves de Oliveira; ADUFPEL-Luiz Marcos; ADUFS-Bartira Telles P.Santos; UFPEL-Ana Luiza Marcos Schuch; ADUFPEL- Fabiane Tejada , Luiz Henrique Schuch, Valéria Floriano Machado, Renato W , Luiz Henrique A F. Mendonça , Luciano Pereira dos Santos, Luiz G.; Daniela S. Hoffman e José Carlos Volcatto; ADUFLA-Catarina Dallapicula; ADUFPeL- Maria Regina Costa; SEDUFSM- Julio Dourado , Hugo Gomes , Bruna Vasconcellos , Henrique A.F.Mendoça , Juliana Petermann , Gihad Mohamad, Carlos Alberto e  Maristela Souza; Regional RS- Getulio Silva Lemos; ADUFERPE- Cícero Monteiro de Souza, Maria do Carmo da Silveira Xavier e José Nunes da Silva; ANDES-SN-Raimundo C.; APRUMA-MA-Catarina Teixeira, Roberto M.Battiste; ADUFPA- Solange Pereira da Silva , Jennifer S.Santos; ADUFMAT-Reginaldo Silva de Araujo; ANDES-Milena S; ADUSB- Patricia Araujo; ADUSB-BA-Talita Ruas; ADUFF- Marias das Graças, Kate Lane ,Arley Costa; Elizabeth Barbosa , Cecilia Castro , Bianca Novaes de Mello, Sérgio Aboud e Elza Deli Veloso; ADUNIRIO- Elizabeth Sara Lewis; SESUNIPAMPA- Guinter Tlaija Leipnitz; SINDCEFET-Suzana M. Zatti Lima; ADUFPEL-IFSUL-Francisco Carlos D. Vitoria; SESDUF-RR-Claudia da Silva Magalhas.

 

NÃO INSCRITOS

UFPEL-Ana Luiza Marcos;  -Adriana Sales; MOV-NEGRO- Meire Reis; ADUF-BA-Claudio de Souza Santana; ADUFS-BA- Gean Claudio de Souza Santana; ADUFPeL- Luciano Pereira dos Santos , Débora Allemand; ILAESE-Wilson Honório da Silva; ANDES-Renata Maffezoli; COMDIM-ABMCJ-Neusa Elaine Ledesma; DCE-UFPEL-Alisson Giaretta; APROFURG- Luiz F. Oliveira , Rodnei  Valetin Pereira Novo; FURG-UNIV.RIO GRANDE-Camarie de Freitas Paixão; ADUFS-Sanda Nívia Soares de Oliveira; CRE-Lucia E.C.Berdanet; ADUFPB-Eduardo H. de L. Guimarães; CPERS-Fabricio Ramos; ADUNEB-Luciana Souza e  Ediane Lopes de Santana

 

Noite do dia 24/08/2017

ADUFPEL-Luciano;Pereira ;ADUFF- Maria Celia Castro , Elza Deli Veloso , Elizabeth Barbosa , Sérgio Aboud , Bianca Novaes de Mello , Arley Costa; SEDUFSM-Getulio Lemos; ADUFPEL- Vanessa Doumind , Cesispe Pereira, Claudete Coelho, Henrique AF. Mendoça; ADUSB-Patricia Araujo; SEDUFSM-Maristela Souza; ADUFPA-Waldir Ferreira de Abreu; ADUFMAT-Reginaldo Silva de Araujo; ADUFS-BA-Gean Claudio de S.Santana; UFPEL-Andreía Silveira; UFMA-Rosenverck Estrela Santos; ILAESE-Wilson Honório da Silva; ADUFERPE-Jose Nunes da Silva; SINDECEFET-MG-Suzana Maria Zutti Lima; ADUFERPE-PE-Maria do Carmo; SESDUF-RR-Claudia da Silva; ADUFPEL-Fabiane Tejada; NUCLEO IFRS-Mario Augusto Correia; ANTRA-Adriana Sales; ADUNEB-Luciana Souza; APRUMA-MA-Roberta Maria batista; APRUMA-MA-Catarina Malcher Teixeira; APROFURG-RS-Rodnei Valetin, Luis Fernando; ADUFLA-Catarina Dallapiculo; ADUNIRIO-Elizabeth Sara Lewis; ADUSB-BA- Patricia Araujo , Talita Ruas Maderi; FGCPS-Cassio Henrique A; Oliveira; ADUFPA-Walder F.Abreu; SEDUFSM-Carlos Pires; ADUFF-Maria Da Graças; ADUFPEL- Rejane B. Jadrdim

 

Tarde do dia 24/08/2017

ADUSP - Celia Gregory; SESUNIPAMPA - Gabriel M. Chati; ADUFPEL- Cecispe Pereira; Regional RS – Getullio Silva Lemos;  SEDUFSM - Gihad Mohamal; ANDES-SN – Raimundo D. C. Peterman; SINDCEFET-MG- Suzana Zatti; ANDES-  Milena S. Quadros; ADUFPA- Solange Pereira da Silva; ADUFF- Maria das Graças Gonçalves; UFPEL- Andreia S; APROFURG- Luis Fernando Minasi; ADUFPEL- Claudete Coelho; ADUFPEL- Sérgio B. Cassal; ADUFS- BA- Gean Claudio de S. Santana;  SES/RS- Dóris Schuch; UFPEL- Nathalia K. Dias Oliveira; UFMA – Rosenverck Estrela Campos; UFPEL- Ana Luiza Marcos Suchuch; ADUFPEL- Débora Allemand;  UFPEL – TEATRO – Samuel de Moraes Pretto; ADUFF- Elza Deli Velozo Macedo; ADUFERPE – Cícero Monteiro de Souza; ADUSB- Patrícia Araujo de Abreu; ADUFPEL- Carmen Anita Haffmann; ADUFMAT- Reri Rocha;  ADUFERPE-  Maria do Carmo Xavier; ADUFPEL- Maria Regina; SEDUFSM-  Júlio Ouerdo; NÚCLEO IFRS- Mário Augusto Correia S. Segundo; ADUFPEL- Margarete Mulles Vieira; ADUFPEL- Fabiane Tejada  ADUFPEL- Luciana Pereira dos Santos; ADUFF-  Arley Costa; ADUFPEL – Henrique A. F Mendonça; AUDFPA- Solange Pereira da Silva; ADUFPA- Jennifer S. W. Santos; ADUNIRIO- Elizabal Sara Lemis; SESUNITAMPA- Guinter Juana; ADUFLA- Catariana Dalla; ADUFPA-      ADUFF- Sérgio Abouod;  ADUFMAT- Reginaldo Silva de Araujo

 

Manhã do dia 25/08

ANTRA- Adriana Sales; ADUFLA –  Catarina Dallapicula; ADUFPA – Solange Pereira da Silva, Jennifer S. W. Santos; ADUFMAT -  Rui Rocha, Reginaldo Silva de Araujo; ADUFPeL – Luiz Henrique Schuch, Valéria Floriano Machado , Débora Allemand, Luciano Pereira dos Santos; Claudete Coelho, Celeste Pereira, Daniela S. Hoffmann, Rejane B.Jardim,  José Carlos Marques Volcato, Samuel de Moraes P. Henrique A. F Mendonça.; APROFURG – Rodnei Valentim Pereira Novo; FGCPS – Cássio Henrique A. Oliveira; ADUFF -  Bianca Novaes de Mello, Maria Cecilia Costa,Arley Costa, Kate Lane e Elisabeth Barbosa e Maria das Graças Gonçalves;  ADUFS-BA -  Gean Cláudio de S. Santana; ILASE- Wilson Honório da Silva; UNIRIO – Elizabeth Sara Lewis; ADUFPA***; SESUNIPAMPA –  Guinter Tlaija Leipnitz; Gabriel M. Chati; ADUSB-BA – Patrícia Araújo de Abreu, Talita R. Maderi; Regional RJ – Celina Quadros; APROFURG – Luis F; FURG-  Cassiane Freitas Paixão; Núcleo IFRS – Mário San Segundo; SEDUFSM- Gihad Mohamad,Maristela Souza, Júlio Quevedo, Hugo Gomes Blois Filho e Getúlio Lemos; ADUFERPE – José Nunes da Silva, Maria do carmo da Silveira Xavier e Cícero Monteiro de Souza;  APRUMA – Rosenverck Estrela Santos; ADUNEB- Luciana Souza e Ediane Lopes; SINDCEFET-MG – Suzana Zatti; ADUFS – Bartira Telles P. Santos; SESDUF-RR – Cláudia da Silva Magalhães; Ruidosa Alma – Rui Carlos Santos Dutra; UFPEC- Ana Luiza Marcos Schuch

 

Tarde do dia 25/08

ANTRA- Adriana Sales; ADUFLA –  Catarina Dallapicula; ADUFPA – Jennifer S. W. Santos; ADUFMAT -  Rui Rocha, Reginaldo Silva de Araujo; ADUFPeL – Luiz Henrique Schuch, Valéria Floriano Machado ,  Débora Allemand,Luciano Pereira dos Santos; Claudete Coelho, Celeste Pereira, Daniela S. Hoffmann, Rejane B.Jardim,  José Carlos Marques Volcato, Samuel de Moraes P. Henrique A. F Mendonça.; APROFURG – Rodnei Valentim Pereira Novo; FGCPS – Cássio Henrique A. Oliveira; ADUFF -  Bianca Novaes de Mello, Maria Cecilia Costa,Arley Costa, Kate Lane e Elisabeth Barbosa e Maria das Graças Gonçalves;  ADUFS-BA -  Gean Cláudio de S. Santana; ILASE- Wilson Honório da Silva; UNIRIO – Elizabeth Sara Lewis; ADUFPA - Waldir Ferreira de Abreu; SESUNIPAMPA –  Guinter Tlaija Leipnitz; Gabriel M. Chati; ADUSB-BA – Patrícia Araújo de Abreu, Talita R. Maderi; Regional RJ – Celina Quadros; APROFURG – Luis F; FURG-  Cassiane Freitas Paixão; Núcleo IFRS – Mário San Segundo; SEDUFSM- Gihad Mohamad, Maristela Souza, Júlio Quevedo, Hugo Gomes Blois Filho e Getúlio Lemos; ADUFERPE – José Nunes da Silva, Maria do carmo da Silveira Xavier e Cícero Monteiro de Souza;  APRUMA – Rosenverck Estrela Santos; ADUNEB- Luciana Souza e Ediane Lopes; SINDCEFET-MG – Suzana Zatti; ADUFS – Bartira Telles P. Santos; SESDUF-RR – Cláudia da Silva Magalhães; Ruidosa Alma – Rui Carlos Santos Dutra; UFPEC- Ana Luiza Marcos Schuch

 

Manhã do dia 26-08

ANTRA- Adriana Sales; ADUFLA –  Catarina Dallapicula; ADUFPA – Solange Pereira da Silva, Jennifer S. W. Santos; ADUFMAT -  Rui Rocha, Reginaldo Silva de Araujo; ADUFPeL – Luiz Henrique Schuch, Valéria Floriano Machado , Débora Allemand, Luciano Pereira dos Santos; Claudete Coelho, Celeste Pereira, Rejane B.Jardim,  José Carlos Marques Volcato, Samuel de Moraes P. Henrique A. F Mendonça.; APROFURG – Rodnei Valentim Pereira Novo; FGCPS – Cássio Henrique A. Oliveira; ADUFF -  Bianca Novaes de Mello, Maria Cecilia Costa, Arley Costa, Kate Lane e Elisabeth Barbosa e Maria das Graças Gonçalves;  ADUFS-BA -  Gean Cláudio de S. Santana; ILASE- Wilson Honório da Silva; UNIRIO – Elizabeth Sara Lewis; ADUFPA Waldir Ferreira de Abreu; SESUNIPAMPA –  Guinter Tlaija Leipnitz; Gabriel M. Chati; ADUSB-BA – Patrícia Araújo de Abreu, Talita R. Maderi; Regional RJ – Celina Quadros; APROFURG – Luis F; FURG-  Cassiane Freitas Paixão; Núcleo IFRS – Mário San Segundo; SEDUFSM- Gihad Mohamad, Maristela Souza, Júlio Quevedo, Hugo Gomes Blois Filho e Getúlio Lemos; ADUFERPE – José Nunes da Silva, Maria do Carmo da Silveira Xavier e Cícero Monteiro de Souza;  APRUMA – Rosenverck Estrela Santos; ADUNEB- Luciana Souza e Ediane Lopes; SINDCEFET-MG – Suzana Zatti; ADUFS – Bartira Telles P. Santos; SESDUF-RR – Cláudia da Silva Magalhães; Ruidosa Alma – Rui Carlos Santos Dutra; UFPEC- Ana Luiza Marcos Schuch

 

Tarde do dia 26/08

 ADUFLA –  Catarina Dallapicula; ADUFPA – Solange Pereira da Silva, Jennifer S. W. Santos; ADUFMAT -  Rui Rocha, Reginaldo Silva de Araujo; ADUFPeL – Luiz Henrique Schuch, Valéria Floriano Machado , Débora Allemand,Luciano Pereira dos Santos; Claudete Coelho, Celeste Pereira,Rejane B.Jardim, José Carlos Marques Volcato, Samuel de Moraes P. Henrique A. F Mendonça.; APROFURG – Rodnei Valentim Pereira Novo; ADUFF -   Maria Cecilia Costa,Arley Costa, Kate Lane e Elisabeth Barbosa e Maria das Graças Gonçalves;  ADUFS-BA -  Gean Cláudio de S. Santana; ILASE- Wilson Honório da Silva; UNIRIO – Elizabeth Sara Lewis; ADUFPA Waldir Ferreira de Abreu SESUNIPAMPA –  Guinter Tlaija Leipnitz; Gabriel M. Chati; ADUSB-BA – Patrícia Araújo de Abreu, Talita R. Maderi; Regional RJ – Celina Quadros; APROFURG – Luis F; FURG-  Cassiane Freitas Paixão; Núcleo IFRS – Mário San Segundo; SEDUFSM- Gihad Mohamad, Maristela Souza, Júlio Quevedo, Hugo Gomes Blois Filho e Getúlio Lemos; ADUFERPE – José Nunes da Silva, Maria do carmo da Silveira Xavier e Cícero Monteiro de Souza;  APRUMA – Rosenverck Estrela Santos; ADUNEB- Luciana Souza e Ediane Lopes; SINDCEFET-MG – Suzana Zatti; ADUFS – Bartira Telles P. Santos; SESDUF-RR – Cláudia da Silva Magalhães; Ruidosa Alma – Rui Carlos Santos Dutra; UFPEC- Ana Luiza Marcos Schuch

 

 

 

 

 

Relatório do Seminário Nacional Integrado do GTPCEGDS

 

Entre os dias 24, 25 e 26 de agosto de 2017 foi realizado em Pelotas/RS, sediado pela ADUFPEL Seção Sindical, o Seminário Nacional Integrado do GTPCEGDS: III Seminário Nacional de Mulheres do ANDES-SN; II Seminário Nacional de Diversidade Sexual e III Seminário Nacional de Reparação e Ações Afirmativas (Programação e cartaz de divulgação nos anexos I e II).

Estiveram presentes 96 docentes provenientes de 20 seções sindicais e 14 representantes de movimentos sociais e outros sindicatos, totalizando 110 participantes no evento.

A Conferência de Abertura intitulada “Gênero, Raça e Classe: uma discussão interseccional”,  foi realizada no dia 24 às nove horas da manhã. A mesa foi coordenada por Caiuá Cardoso Al-Alam, secretariada por Adriana Dalagassa e teve como conferencistas Eblin Farage (Presidente do ANDES-SN) e Cláudia Durans (2º Vice-presidente do ANDES-SN). O Coordenador iniciou a atividade saudando as(os) participantes e leitura do poema “Charqueadas” de Oliveira Silveira.

Eblin Farage destacou em sua fala a importância da centralidade da interseccionalidade na luta de classes, sem sobrepor este debate aos outros temas. Abordou diferentes fatos transcorridos no século XX e XXI que aprofundou esta discussão e apresentou alguns dados sobre as diferenças na sociedade brasileira entre a questão de gênero, classe e étnico-racial. Em seguida, Claudia Durans realizou sua conferência destacando sua trajetória como mulher negra e a importância do debate racial perpassar a discussão de gênero. Enfatizou a contribuição de intelectuais negras como Angela Davis, Sueli Carneiro, Neuza Santos, e Cecilia Toledo para o movimento feminista. Por último, destacou as diferenças nas relações de trabalho a partir da questão étnico-racial e de gênero. O debate que seguiu contribuiu para o aprofundamento das questões apresentadas, a partir das intervenções da plateia e posicionamento das palestrantes.

            Seguindo a programação,  às 14h foi realizada a Mesa Redonda Feminismo Negro e Feminismo Trans” do III Seminário Nacional de Mulheres, composta por Meire Reis (Professora da Rede Estadual da Bahia) e Adriana Sales (ANTRA). Meire Reis destacou a trajetória do movimento feminista negro. Já Adriana Sales abordou a realidade da comunidade Trans no Brasil, debatendo sobre os desafios que são urgentes  para o sindicato e para as políticas públicas.

            No período noturno, às 18h, foi realizada a Roda de Conversa do III Seminário Nacional de Mulheres. A atividade foi coordenada por Caroline Lima com a relatoria de Adriana Dalagassa. Caroline abriu os trabalhos, explicando a proposta da atividade, que funcionaria como uma plenária, sem deliberações, mas com orientações para aprofundamento da discussão no âmbito do sindicato.  Os encaminhamentos propostos durante a roda de conversa foram os seguintes: 1. Que o ANDES-SN lute por políticas de cotas para população Trans na Graduação e na Pós-graduação; 2. Que os concursos públicos para docentes garantam cotas e o direito do uso do nome social para população Trans; 3. Que seja garantido o direito do pesquisador(a) ao uso do nome social na Plataforma Lattes; 4. Que sejam garantidos serviços públicos de saúde direcionados à população Trans, bem como, formação para a equipe de profissionais que atendem essa população; 5. Que seja realizada reunião conjunta entre o GTPCEGDS e GTSSA para planejar debates, envolvendo professores, estudantes e técnicos educativos em educação, sobre a situação da população Trans nos serviços públicos de saúde; 6. Que o sindicato promova o debate sobre o feminismo radical\feminismo materialista; 7. Que o sindicato promova o debate, envolvendo a AJN, sobre o direito de existir e emancipação humana; 8. Que o ANDES-SN e seus GT fortaleçam os comitês/fóruns municipais e estaduais em defesa da educação pública e gratuita e por uma escola sem mordaça; 9. Que as seções sindicais proponham nas instâncias deliberativas das universidades a inserção, nos currículos dos cursos de graduação e pós-graduação, de disciplinas sobre gênero, sexualidade e questões étnico-racionais; 10. Construir ações em conjunto com as entidades que atuam na defesa dos direitos das populações LGBT e no combate às opressões; 11. Que nos planos de capacitação dos servidores\técnicos sejam incluídos conteúdos sobre gênero, sexualidade e étnicos-raciais; 12. Que as seções sindicais promovam debates sobre questões de gênero, sexualidade e étnico-raciais nas Universidades; 13. Que seja realizada reunião do GTPCEGDS e GTPFS para planejar formação direcionada à saúde das mulheres negras e população Trans nas universidades.

            No dia 25 de agosto às 9h da manhã, foi realizada a Mesa Redonda “Políticas Públicas para a população LGBT e o combate a LGBTfobia nas Instituições de Ensino Superior” do II Seminário de Diversidade Sexual com a presença de Qelli Rocha (UFMT), Gean Santana (UEFS) e Wilson Honório Silva (ILAESE). Qelli abordou aspectos importantes relacionados ao cotidiano das mulheres lésbicas e os principais desafios para a militância do sindicato nesta discussão. Gean destacou a necessidade do debate LGBT dentro do movimento sindical e Wilson debateu a longa trajetória do tema dentro da esquerda mundial e brasileira.

Às 14h foi realizada a Roda de Conversa referente ao II Seminário de Diversidade Sexual sob a coordenação de Jacqueline Lima e relatoria de Lila Cristina Xavier Luz. A coordenadora abriu os trabalhos fazendo um relato dos principais pontos apresentados pelos expositores do turno da manhã como a invisibilidade/perseguição LGBT nas IES, suicídios e assassinato. Em seguida descreveu os diferentes ataques direcionados à educação pública no Brasil os quais expressam o conservadorismo e cerceamento à abordagem das questões de gênero e diversidade sexual nas escolas tais como o PNE, a Base Nacional Comum Curricular e os diversos projetos em tramitação no congresso relacionados ao escola sem partido Após o debate, foram propostos os seguintes encaminhamentos: 1. Identificar (e denunciar) aspectos ideológicos nos currículos pela característica branca, eurocêntrica, heteronormativa; 2. Realizar ações que possam contribuir para a inserção de disciplinas nos currículos relacionadas as questões de gênero, étnico-raciais e de diversidade sexual; 3. Que os currículos da área da saúde contemplem conteúdos relacionados à diversidade de gênero; 4. Criar observatórios sobre questões de gênero, sexualidade e violências para articular com outros espaços de produção de conhecimento em diferentes áreas; 5. Realizar levantamento para identificar o perfil da categoria a partir de marcadores étnico-raciais e de gênero; 6. Avançar no debate sobre as questões de gênero, étnico raciais e de diversidade sexual no âmbito do sindicato e da CSP-Conlutas; 7. Ampliar trabalho de base com a categoria, entidades sindicais e sociedade sobre questões de gênero, étnico raciais e de diversidade sexual; 8. Ampliar parceria com movimentos sociais para o enfrentamento das opressões; 9. Que o debate sobre questões de gênero, étnico raciais e de diversidade sexual seja realizado no âmbito do ANDES-SN, para além do GTPCEGDS, incluindo outros GT como GTPAUA, GTPFS; 10. Que as seções sindicais exijam das reitorias e do Ministério publico a apuração das denúncias de assedio e opressões nas IES; 11. Propor protocolo de encaminhamento das denúncias de assédio; 12. Denunciar amplamente as iniciativas de cerceamento da atuação docente nas IES; 13. Fortalecer os comitês/frentes por uma escola sem mordaça; 14. Ampliar diálogo com demais entidades sindicais ligadas ao ensino para produzir material conjunto com orientações sobre o enfrentamento do assédio; 15. Que as seções sindicais realizem debates e lançamento da Cartilha com envolvimento de toda comunidade universitária; 16. Exigir oferta de política de saúde do trabalhador nas IES.

            No dia 26 de agosto às 9h foi realizada a Mesa Redonda “Por uma Universidade Pública e Plural: a luta por direitos para a população negra, indígena e quilombola” do III Seminário de Reparação e Ações Afirmativas composta por Alessandra Gasparotto (UFPel) e Hertz Dias (Movimento Nacional Quilombo, Raça e Classe). Alessandra relatou a experiência do Coletivo Cota Sim da UFPel, debatendo os elementos destacados por ela como fundamentais para serem encarados pelo sindicato, como por exemplo, as comissões de verificação. Hertz destacou a trajetória de luta do povo negro no Brasil e os desafios atuais do tema.

            No período vespertino, às 14h do dia 26 de agosto a Roda de Conversa sobre o III Seminário de Reparação e Ações afirmativas propiciou um intenso debate, orientado pelas questões levantadas pela Mesa Redonda, e foram indicadas as seguintes proposições para serem debatidas no sindicato nacional: 1. Apoiar a institucionalização de Cotas étnico-raciais nos programas de pós-graduação; 2. Levantar dados e experiências das comissões de auto declaração étnico-racial para subsidiar debates e posicionamento sobre estas comissões; 3. Articular ações de formação docente que atendam as especificidades dos estudantes quilombolas e indígenas. 4. Levantar dados sobre o funcionamento da política de cotas e permanência estudantil nas Universidades; 5. Debater sobre os direitos do migrantes no Brasil; 6. Debater, juntamente com o GTPE, sobre o processo de validação de diplomas de graduação e pós-graduação dos migrantes e refugiados no Brasil; 7. Debater e denunciar os crimes cometidos no Haiti e a retirada das tropas brasileiras; 8. Debater as condições de empregabilidade para os(as) docentes estrangeiros (as) nas IES públicas.

Ainda, durante o Seminário foi realizado registro de depoimentos de professores, indicados pelas Seções Sindicais, que resultará em dois documentários sobre a trajetória de docentes LGBT e negros/negras dentro da universidade e do movimento docente. O documentário está sendo produzido em parceria com a Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal de Santa Maria (SEDUFSM-SSind) e atende a deliberação do 36º Congresso do ANDES-SN: “Que o GTPCEGDS, em conjunto com a Comissão da Verdade do ANDES-SN e o Grupo de Trabalho História do Movimento Docente trabalhe no registro audiovisual de narrativas de docente LGBT, negras e negros das universidades brasileiras, a fim de montar ações de visibilidade a essas trajetórias via produção de documentário e outros materiais de divulgação realizados pelo Sindicato Nacional”.

 

Avaliação

            Estes três seminários temáticos do GTPCEGDS não eram realizados há alguns anos e foram previstos inicialmente para acontecer em períodos distintos. Entretanto, a unificação dos mesmos em um evento integrado foi uma estratégia adotada pela Diretoria para garantir a realização das três atividades, apesar da intensa agenda de lutas nacionais e locais.

            A qualidade das falas e a escolha de temas geralmente pouco abordados sob a perspectiva classista, como por exemplo, o feminismo negro e Trans, foram elogiadas pelas(os) participantes que contribuíram para o aprofundamento dos debates. O formato do Seminário Nacional Integrado do GTPCEGDS foi avaliado positivamente, pois permitiu agregar um debate interseccional sobre os temas abordados contribuindo para uma maior visibilidade e acúmulo político no âmbito do ANDES-SN. As sugestões apontadas nas rodas de conversa poderão subsidiar debates para posicionamentos e construção de políticas e agenda de lutas para o sindicato.

Cabe destacar as avaliações positivas das(os) participantes sobre o posicionamento da Diretoria no enfrentamento ao assédio. Os materiais produzidos, como cartazes, vídeo e a revisão da Cartilha do GTPCEGDS, construídos coletivamente no âmbito GT, foram bastante elogiados.

Finalmente, foi sugerido que seja mantido o formato do Seminário, integrando os três seminários, e que seja indicada a periodicidade de realização do mesmo.

 

 


 

ANEXO 1

SEMINÁRIO NACIONAL INTEGRADO DO GTPCEGDS

Data: 24 a 26 de Agosto – ADUFPEL

Horário: de 9h as 21h

PROGRAMAÇÃO

 

III Seminário Nacional de Mulheres

II Seminário de Diversidade Sexual

III Seminário de Reparação e Ações Afirmativas

 

24/08

25/08

26/08

MANHÃ

09h – 12h

Conferência de Abertura“Gênero, Raça e Classe: uma discussão interseccional”

Eblin Farage (Presidente do ANDES-SN)

Claudia Durans (2º Vice-presidente do ANDES-SN)

Mesa Redonda“Políticas Públicas para a população LGBT e o combate a LGBTfobia nas Instituições de Ensino Superior”

Qelli Rocha (UFMT)

Gean Santana (UEFS)

Wilson Honório Silva (ILAESE)

Mesa Redonda“Por uma Universidade Pública e Plural: a luta por direitos para a população negra, indígena e quilombola”

Hertz Dias (Movimento Nacional Quilombo, Raça e Classe)

Alessandra Gasparotto (UFPEL) 

TARDE

14:00 – 17h

Mesa Redonda“Feminismo Negro e Feminismo Trans”

Meire Reis (Professora da Rede Estadual da Bahia)

Adriana Sales (ANTRA)

Roda de conversa

Roda de conversa

NOITE

18h – 21h

 

Roda de conversa 

 

 

Atividade cultural

 

Atividade cultural

 

 

 

 

ANEXO II

Material de divulgação impresso e digital

 

 

 

 

 

 

 

 

Segunda, 02 Outubro 2017 09:49

 

A afirmação é de Adriana Sales, professora e representante da Antra e da ABGLT, que palestrou no I Seminário Integrado do GTPCEGDS

 

No final de agosto, de 24 a 26, Pelotas (RS) foi sede do I Seminário Integrado do Grupo de Trabalho de Políticas de Classe para questões Étnico-raciais, Gênero e Diversidade Sexual (GTPCGEDS). O evento foi composto por três seminários “III Seminário Nacional de Mulheres”, “II Seminário Nacional de Diversidade Sexual” e o “II Seminário de Reparação e Ações Afirmativas” e abordou questões de gênero, raça e diversidade sexual, a interseccionalidade desses temas e a relação dos mesmos com a universidade. A necessidade de reconhecer e ‘descamuflar’ as opressões, tanto na sociedade em geral quanto na universidade e no movimento sindical, para introduzir e enraizar esse debate no cotidiano dos docentes e fazer o combate às diferentes opressões, que recaem sobre a classe trabalhadora foi intensamente discutida durante os três dias de debates. 

As provocações e reflexões propostas pelos debatedores, os relatos feitos pelos participantes e as apresentações culturais, que abriram cada palestra, contribuíram para aprofundar as discussões e permitir um olhar mais amplo sobre temáticas como feminismos trans e negro, o racismo, machismo e lgbtfobia no mundo sindical e acadêmico, as ações afirmativas transitórias e o impacto da política de cotas nas universidades.

Palestrante do III Seminário Nacional de Mulheres do ANDES-SN, que teve como temática central “Feminismo Negro e Feminismo Trans”, Adriana Sales, professora da rede estadual do Mato Grosso e dirigente da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), trouxe aos participantes um relato da luta das pessoas trans contra as diferentes formas de opressão e discriminação enfrentadas cotidianamente. 

Adriana destacou que, enquanto o Brasil lidera o ranking mundial de acessos a sites eróticos com cenas de sexo protagonizadas por travestis e trans, é, também, uma das nações que mais mata pessoas transexuais e travestis: só no primeiro semestre deste ano, 118 já foram assassinadas, ela contou. Ela observou também o fato de que as instituições de ensino ainda não estão preparadas para receber, incluir e formar essa parcela da sociedade. Para Adriana, a ocupação de espaços de conhecimento por travestis e transexuais é uma atitude política. “Não nos sentimos contempladas por uma academia que tenta falar pela gente. A escola e a universidade brasileira não dão conta da diversidade. Esses espaços ainda são para brancos, machos, burgueses, e não para a maioria da população brasileira”, avalia. 

Defendendo um feminismo que agregue ao invés de dividir, ela lança uma reflexão sobre a situação social reservada às travestis e trans. “Eu não represento 1% da minha população, pois sou branca, tenho uma família ‘estruturada’, estou na universidade. A maioria está repousando agora para ir às ruas de noite”, disse, referindo-se à prostituição como uma das únicas maneiras de sobrevivência para muitos travestis e transexuais. 

Em entrevista ao InformANDES de Setembro, Adriana contou um pouco de sua trajetória e ressaltou que é necessário firmar a universidade pública como lugar de produção de um conhecimento calcado nas demandas sociais. “A universidade se quer reconhece a nossa existência trans. Temos de pensar para quem produzimos ciência e qual o projeto de sociedade queremos”, propõe.

Durante o debate, você abordou a sua realidade enquanto mulher trans na universidade. Você pode falar um pouco dessa experiência e de sua trajetória até à academia? 

Adriana Sales: Minha trajetória se dá, e encontra um lugar de escape, um locus de sobrevivência, justamente na escola. É nesse espaço que eu descubro uma sexualidade, e que essa sexualidade não é padrão. E através do movimento estudantil que eu me aproprio dessas informações. Também acredito que, desde aquela época, a escola pública me atravessou em todos os sentidos. Por isso, me dedico a ela. Entrei num primeiro vestibular com 17 anos, e comecei a dar aula com 19 anos. Eu dava aula de línguas em escolas públicas da preferia. É nessa universidade que eu descubro a travestilidade, através do movimento estudantil, somado ao movimento LGBT no Mato Grosso. Então, tive sempre essa escola pública me encantando e me dando subsídio, em forma de conhecimento, para eu poder lutar pelas minhas questões. Claro que nada foi tranquilo. Sofri e ainda sofro muita transfobia. Mesmo agora, enquanto professora, 20 anos como professora efetiva e concursada na rede do estado, trabalhando numa secretaria de governo. Mas é nesse espaço que eu me encontro. No final da [graduação na] universidade, eu fui para a Europa, porque eu pleiteei e fui contemplada com uma pós-graduação. Fui para ficar três meses e acabei ficando um ano. Como foi difícil arranjar emprego na França - fiquei entre a região dos Pirineus e Paris - fui conhecer o que era prostituição Sobrevivi da prostituição, mas realmente não era para mim. E, quando eu voltei da França, acabei residindo no Rio de Janeiro, quando eu realmente me encontro com militantes mais antigas travestis no Brasil e é nesse movimento que eu entendo que preciso usar dessa escola, do lugar que eu tenho talento, que é ser professora e não puta. Mas dar aula no Rio de Janeiro é um emprego muito difícil, ainda mais para travesti. Consegui algumas aulas em uma escola de línguas e acabei também tentando sobreviver da prostituição. Na sequência, passei em um concurso e é no estado do Mato Grosso que essa militância ficou muito mais forte, mesmo porque nós tínhamos poucas lideranças aqui naquela época. Aí vou para o mestrado e mais uma vez utilizo desse espaço da academia para discutir a pauta travesti e escola. Concluí o mestrado e agora estou no doutorado. Sou formada em Letras, com especialização em Antropologia, mestrado em Educação e doutorado em Psicologia, já em fase de conclusão, continuando na temática travesti e escola. Essa trajetória é muito forte, mas, mais do que isso, a questão da travestilidade e do meu ativismo eu tento sempre colocar num primeiro plano. Até porque, eu não represento a população travesti brasileira, mesmo hoje sendo colocada num hall de ativista, que tem representatividade, mesmo pelos lugares que eu ocupo hoje, estar nas duas maiores redes latino-americanas - Antra - Associação Nacional de Travestis – e na ABGLT - Associação Brasileira de Gays Lésbicas Travestis e Transexuais. Na Antra, eu estou como secretária para relações internacionais, na ABGLT, eu estou como secretária de educação. Então, são espaços que me garantem muita representatividade. Porém, eu sempre procuro ter muito cuidado, muito tato para que eu utilize esses espaços da academia e da escola, para pautar as nossas questões, as nossas demandas que urgem.

Como você avalia a possibilidade e políticas de acesso e permanência para pessoas trans às escolas e universidades públicas no país? As universidades estão abertas e preparadas para receber pessoas trans?
Adriana Sales: As universidades não estão preparadas para essa população, pelo contrário. O Brasil não tem nenhuma política específica que garanta a existência dessa população trans. Temos portarias, legislações municipais, estaduais, indicativos do Ministério da Educação que orientam, mas não obrigam as escolas a respeitar o nome social, por exemplo, ou o uso do banheiro. Quiçá discutir um currículo que garanta essas corporalidades, que discuta uma postura de uma escola que garanta essas singularidades travestis e transexuais, uma discussão na educação brasileira que traga o gênero feminino, discuta as mulheres e os homens trans. [A escola brasileira] não está preparada para a população brasileira, na verdade. A escola brasileira está preparada para pessoas brancas, burguesas, machistas, misóginas, e, com isso, a população trans, dentro dessa escala, fica num último plano mesmo. [A população trans] não existe para essa escola.

- Confira a edição de Setembro do InformANDES

 

Fonte: ANDES-SN

Terça, 19 Setembro 2017 16:40

 

Atividades locais estão sendo realizadas para desnaturalizar a violência e debater pautas como assédio e machismo 

Desde que recebeu diversas denúncias de assédio sexual durante o 36° Congresso do ANDES-SN, realizado em janeiro na cidade de Cuiabá (MT), a diretoria do Sindicato Nacional criou uma Comissão de Ética para apurar os casos de assédio e abuso sexual e moral nos espaços de debate e luta do Sindicato, e construiu uma campanha de conscientização sobre assédio sexual. 

Ao longo dos meses, foram elaborados materiais como cartazes, adesivos, vídeo elucidativo sobre o que é o assédio sexual e ainda uma nova edição, atualizada, da cartilha “Contra todas as formas de assédio, em defesa dos direitos das mulheres, das/os indígenas, das/os negros, dos LGBTs". Os materiais foram lançados no mês de julho durante o 62° Conad do ANDES-SN, que também contou pela primeira vez com a Comissão de Enfrentamento ao Assédio, instituída após o 36º Congresso. 

A partir do 62° Conad, a Campanha tomou forma e diversas seções sindicais do ANDES-SN solicitaram a presença de membros do GTPCEGDS do Sindicato Nacional nos espaços de debates das seções e encontros regionais. No final de agosto, no Rio Grande do Sul, o GTPCEGDS lançou a cartilha na Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal do Pampa (Sesunipampa-Seção Sindical do ANDES-SN). O material também foi lançado no Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) em evento conjunto da Regional Rio Grande do Sul e Sinasefe local. Em setembro, no Instituto Federal da Bahia (Ifba), a Regional Nordeste III do ANDES-SN e o Sinasefe lançaram a cartilha contra as opressões em evento da “Frente Nacional Escola sem Mordaça”. 

Antes do Conad, a cartilha já havia sido lançada em outros locais como nas cidades de Sinop e Cuiabá, em Mato Grosso, em evento da Associação dos Docentes da Universidade Federal da Mato Grosso (Adufmat-Seção Sindical do ANDES-SN), no mês de junho; e em março na Universidade Federal do Maranhão (Ufma) em reunião aberta sobre assédio moral e sexual, organizada pela Associação de Professores da Universidade do Maranhão (Apruma-SSind.). 

Para Caroline Lima, 1ª vice-presidente da Regional Nordeste III do ANDES-SN e da coordenação do GTPCEGDS, a campanha contra o assédio teve e tem um impacto positivo na construção do debate sobre as opressões e defesa dos direitos. “A campanha contra o assédio tem tido resultados positivos, tanto na organização das mulheres dentro do Sindicato - no combate contra a naturalização da violência-, quanto na necessidade de se pensar em pautas feministas, étnico-raciais, LGBT dentro do mundo de trabalho. A procura das seções sindicais para que o GTPCEGDS do ANDES-SN vá até as instituições e promova o debate sobre o tema e lance a cartilha tem aumentado. E, mais, as seções tem criado GT´s para debater sobre o tema, o que significou ainda um aumento de docentes nas reuniões do GTPCEGDS e de professores que atuam no GT e, ainda, a construção do evento integrado no final de agosto em Pelotas (RS). Além disso, o debate sobre as opressões e assédio sexual e a importância da reeducação, também fez com que professoras e estudantes se organizassem em movimentos de mulheres e feministas, mudando comportamentos dentro das universidades”, disse a coordenadora do GTPCEGDS, que ressaltou a importância de aprofundar o debate desta pauta nos espaços combativos como sindicatos e centrais.  

“No Congresso da CSP- Conlutas faremos o lançamento da cartilha para que a Central fortaleça o combate ao assédio dentro desses espaços”, disse. A previsão, segundo Caroline Lima, é que o lançamento da cartilha dê continuidade nas universidades federais de Brasília (UnB) e Goiás (UFG), no mês de outubro.

 

Fonte: ANDES-SN

Terça, 29 Agosto 2017 12:59

 

A postura dos docentes e das docentes em relação às opressões que ocorrem cotidianamente nas salas de aula e no ambiente da universidade, a ausência de políticas públicas para a população LGBT e a necessidade de avançar no debate sobre os diferentes aspectos da diversidade sexual e das opressões sob uma perspectiva classista, também no ambiente sindical, foram abordados no debate do II Seminário de Diversidade Sexual do ANDES-SN, realizado nessa quinta-feira (25). A mesa redonda fez parte do Seminário Nacional Integrado do Grupo de Trabalho de Política de Classe para questões Étnico-raciais, de Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS), que ocorre desde quinta (24) a sábado (26), em Pelotas (RS).

 

Qelli Rocha, professora da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), abriu os debates com um depoimento forte sobre a realidade das mulheres lésbicas e a invisibilidade dessa parcela da população na sociedade, inclusive frente às políticas públicas essenciais, como assistência de saúde preventiva. “A matriz heterossexista nos apaga de um campo médico da saúde preventiva, por exemplo, porque a gente não existe, porque a gente não faz sexo, ou não deveria fazer. Porque toda relação sexual é pensada a partir da heteronormatividade”, afirmou.

Qelli abordou ainda como o capitalismo mercantiliza as pessoas, reforçando a lógica da especificidade para fazer com que os sujeitos que não pertencem a determinado grupo não se sinta engajado e incluído naquela luta específica. “Eu não preciso ser heterossexual para fazer a luta classista, por outro lado eu não preciso ser homossexual para fazer a luta por direitos lgbt. Quando o capitalismo coloca essa ideia de especificidade, os sujeitos que não pertencem aos espaços específicos se sentem privilegiados, e por outro lado também se acomodam e, como não fazem parte, não se incluem na luta”, explicou. Ela ressaltou ainda que é próprio do capitalismo estabelecer uma relação de desigualdade. “E, ao fazer com o que o outro não se reconheça em mim, sinta ódio, raiva e queira me aniquilar”, completou.

 

Nesse sentido, a docente da UFMT reforçou que é necessário que as políticas de representação não partam do princípio de identidade. “Temos a necessidade de políticas especificas, mas a particularidade só vai ser superada na medida em que estabelecermos identidades unitárias em que eu me veja no outro, e outro possa se ver em mim”, completou.

 

Ela contou da sua experiência na universidade e da perseguição que vem sofrendo, na instituição, por debater as questões LGBT na instituição e por montar um grupo de estudos sobre Gênero e Representatividade de Classe. Isso reforça ainda mais a necessidade de se avançar no debate, junto aos docentes, do combate à LGBTfobia, inclusive para que professores e professoras saibam lidar com as opressões sofridas por seus pares e pelos demais segmentos da comunidade acadêmica.

“Constituir no campo da Universidade, políticas de representação que atendam as demandas particulares desse segmento [mulheres lésbicas], na minha defesa, é estabelecer políticas de representação que, para além de ter como finalidade última a própria manutenção do segmento que ascendeu àquele espaço, propiciem a evidenciação do conflito e da contradição daquele sujeito no processo de ruptura com aquela norma, no caso, com a heteronormatividade compulsória”, disse Qelli.

 

Gean Santana, docente da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), provocou os presentes com a reflexão sobre se existe a possibilidade de uma sociedade capitalista sem racismo, machismo, lgbtfobia. O docente aprofundou o debate sobre a dificuldade de superação da opressão do homem pelo homem, o conceito de estranhamento e apontou as contradições dentro das organizações políticas. 

 

“Militantes de movimentos segmentados muitas vezes reforçam estranhamentos – militantes que lutam contra a opressão do capital sobre os trabalhadores, nas relações interpessoais reproduzem o machismo. Gays, que sofrem na pele a homofobia, reproduzem a mesma prática contra lésbicas e pessoas trans, a lesbofobia e a transfobia”, exemplificou. 

 

Da mesma forma, o docente resgatou a história da construção do debate de diversidade sexual dentro do ANDES-SN, a realização do I Seminário de Diversidade Sexual, no Crato (CE), em 2012, e a necessidade do Sindicato Nacional amplificar essas pautas.

 

“Companheiros nossos, nos tempos de hoje, não conseguem entender a importância de dar vazão à luta contra o machismo, o racismo e a lgbtfobia. Existe dificuldade, sim, dentro das organizações de esquerda de levar esse debate adiante e a gente precisa se apropriar da produção teórica que já foi feita e apontar uma perspectiva para frente”, disse Gean.

 

O docente apresentou dados sobre a evasão escolar e o suicídio na população LGBT, dentro da universidade, para destacar também a necessidade de se ampliar a discussão e o combate às opressões dentro do ambiente acadêmico. Ele destacou a cartilha de “Contra todas as formas de assédio, em defesa dos direitos das mulheres, das/os indígenas, das/os negros, dos LGBTs”, reeditada pelo ANDES-SN e afirmou: “se fizermos metade do que está aqui, já será um enorme avanço!”.

 

Wilson Honório Silva, do Instituto Latino-americano de Estudos Socioeconômicos (Ilaese), ressaltou em sua fala que a luta contra opressão, racismo, homofobia não começa no século 20. Ele reforçou, assim como os palestrantes que o antecederam, a lógica do Capital de fragmentar tanto as opressões como as lutas, com o objetivo de mercantilizá-las, sob a lógica da cidadania de Mercado. “A visão mercadológica de direitos é a cara do neoliberalismo”, completou.

 

“Dentro da lógica capitalista, a luta contra as opressões tem que ser permanente, eu não tenho a menor ilusão de que é possível acabar o machismo, o racismo, a lgbtfobia, xenofobia nos marcos do Capital e esse é o grande problema das saídas individuais, da militância individual, a ideia de você pode ser livre sob o Capital”, disse, destacando a presença do agronegócio, por exemplo, no financiamento da Parada Gay de São Paulo.

 

O representante do Ilaese destacou ainda o papel fundamental das professoras e dos professores na desconstrução do discurso hegemonônico, pois segundo ele, a educação é, desde sempre, palco para as reproduções das ideologias opressivas. “A educação sempre teve ideologia: é machista, homofóbica e racista. Todo sentido da nossa relação enquanto professor é com o estudante e o que estamos fazendo em sala de aula. Todos os ataques às nossas condições de trabalho têm relação direta com a nossa capacidade de atuação dentro de sala de aula”, afirmou.

 

Segundo Wilson, é necessário que a categoria docente entenda que ocupa um lugar privilegiado, e até de “guerrilha”, onde é fundamental ter uma postura contra-ideológica, na perspectiva de combater as opressões nesses espaços, mas principalmente formar estudantes com outra consciência. 

 

Ele também destacou, assim como Gean Santana, os índices de agressões a estudantes LGBTs nas universidades, e apresentou dados que apontam que 73% dos estudantes entrevistados foram agredidos. Desses, 36% fisicamente, e 60% dos alunos já faltaram à aula para fugir de assédios ou outras agressões. Silva também alertou para o alto índice de suicídio de estudantes e também de estupros, principalmente, nas universidades públicas.

 

“O número de estupros é maior nas  instituições públicas, porque a sensação de impunidade do estudante branco, de classe média alta, é maior”, disse.

 

Ele também abordou a invizibilização dos LGBTs nas mais diversas áreas de produção de conhecimento e citou como exemplo Alan Turing, matemático que inventou o computador. “As ideologias são construídas pela classe dominante, mas o povo assume essas ideologias, e nossa luta como professor é desconstruir esses discursos, essa é a nossa luta cotidiana”, completou.

 

Wilson concluiu citando Paulo Freire: “Seria uma atitude muito ingênua esperar que as classes dominantes desenvolvessem uma forma de educação que permitisse às classes dominadas percebessem as injustiças sociais de forma crítica”.

 

Fonte: ANDES-SN

Terça, 25 Julho 2017 18:11

 

 

No dia 14/08, mulheres de Sinop e região planejam dar um grande passo para fortalecer a luta contra a violência à mulher. A Adufmat-Seção Sindical do Andes, em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso, o DCE 7 de Novembro da UFMT/Sinop, entre outras entidades locais, realizarão uma série de atividades, com o ponto de partida no Fórum de Debate de Políticas Públicas para Mulheres da Mesorregião Norte Mato-grossense.

 

O evento, que será realizado a partir das 18h, na UFMT de Sinop, tem ainda a parceria do Conselho Regional de Serviço Social (CRESS-MT), Movimento de Mulheres Olga Benário, Mulheres da Amazônia, e Ordem dos Advogados do Brasil 6ª Subseção de Sinop. Entre os convidados estarão a prefeita do município, vereadores, além de docentes, estudantes, e representantes de movimentos sociais, sindicatos e sociedade civil da região.

 

A presidente da mesa-redonda será a delegada Ana Carolina Carneiro de Abreu, da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher Parauapebas, no Pará. A organização do evento acordou, ainda, com a Secretaria Estadual de Segurança Pública, a realização de um curso de capacitação para os delegados do município de Sinop, para o acolhimento das mulheres vítimas de violência.

 

De acordo com a professora Clarianna Silva, representante sindical em Sinop e membro do Grupo de Trabalho de Políticas de Classe para Questões Étnico-raciais, Gênero e Diversidade Sexual da Adufmat-Ssind (GTPCEGDS), o sindicato tem cumprido um papel fundamental na organização desse projeto. “A ideia surgiu a partir de denúncias de assédio dentro da universidade, e da percepção de que o sistema é ineficaz. Se não fosse o GT, as vítimas não teriam conseguido nem fazer o boletim de ocorrência, por diversos motivos, inclusive tentativas de desqualificação. A universidade não tem estrutura para acolher, acompanhar, e encaminhar casos de assédio. Então a gente precisa incentivar essa política aqui dentro, a função do sindicato é essa. Por isso nós estamos chamando a comunidade acadêmica e a sociedade para o debate político, em parceria com outras entidades organizadas”, explicou a docente.

 

Ainda no dia 14, pela manhã, a organização planeja uma intervenção na Avenida Júlio Campos, reivindicando uma Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM). “Há cidades menores do que Sinop que já têm as delegacias especializadas. O que a gente observa é que faltam políticas públicas, e interesse dos governantes em desenvolver essas políticas. O Fórum será a primeira de outras atividades que virão até que nós tenhamos as nossas demandas atendidas”, concluiu Silva.

 

O Fórum de Debate de Políticas Públicas para Mulheres da Mesorregião Norte Mato-grossense será aberto a todos os interessados, e gratuito.   

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Segunda, 24 Julho 2017 16:20

 

SEMINÁRIO NACIONAL INTEGRADO DO GTPCEGDS

Data: 24 a 26 de Agosto – ADUFPEL

Horário: de 9h as 21h

 

Conferência de Abertura “Gênero, Raça e Classe: uma discussão interseccional”

Eblin Farage (Presidente do ANDES-SN)

Claudia Durans (2º Vice-presidente do ANDES-SN)

 

III Seminário Nacional de Mulheres

Mesa Redonda “Feminismo Negro e Feminismo Trans”

Meire Reis (Professora da Rede Estadual da Bahia)

Adriana Sales (ANTRA)

 

II Seminário de Diversidade Sexual

Mesa Redonda “Políticas Públicas para a população LGBT e o combate a LGBTfobia nas Instituições de Ensino Superior”

Qelli Rocha (UFMT)

Gean Santana (UEFS)

Wilson Honório Silva (ILAESE)

 

III Seminário de Reparação e Ações Afirmativas 

Mesa Redonda “Por uma Universidade Pública e Plural: a luta por direitos para a população negra, indígena e quilombola”

Hertz Dias (Movimento Nacional Quilombo, Raça e Classe)

Alessandra Gasparotto (UFPEL)

 

PROGRAMAÇÃO

 

III Seminário Nacional de Mulheres

II Seminário de Diversidade Sexual

III Seminário de Reparação e Ações Afirmativas

 

24/08

25/08

26/08

MANHÃ

09h – 12h

Conferência de Abertura“Gênero, Raça e Classe: uma discussão interseccional”

Eblin Farage (Presidente do ANDES-SN)

Claudia Durans (2º Vice-presidente do ANDES-SN)

Mesa Redonda“Políticas Públicas para a população LGBT e o combate a LGBTfobia nas Instituições de Ensino Superior”

Qelli Rocha (UFMT)

Gean Santana (UEFS)

Wilson Honório Silva (ILAESE)

Mesa Redonda“Por uma Universidade Pública e Plural: a luta por direitos para a população negra, indígena e quilombola”

Hertz Dias (Movimento Nacional Quilombo, Raça e Classe)

Alessandra Gasparotto (UFPEL) 

TARDE

14:00 – 17h

Mesa Redonda“Feminismo Negro e Feminismo Trans”

Meire Reis (Professora da Rede Estadual da Bahia)

Adriana Sales (ANTRA)

Roda de conversa

Roda de conversa

NOITE

18h – 21h

 

Roda de conversa 

 

 

Atividade cultural

 

Atividade cultural

Quinta, 20 Julho 2017 18:23

 

Circular nº 219/2017

Brasília, 17 de julho de 2017

 

Às seções sindicais, secretarias regionais e à(o)s diretora(e)s do ANDES-SN

 

Companheiras e Companheiros,

 

Convocamos as seções sindicais para o Seminário Nacional Integrado do GTPCEGDS: III Seminário Nacional de Mulheres do ANDES-SN; II Seminário Nacional de Diversidade Sexual e         III Seminário Nacional de Reparação e Ações Afirmativas, que será realizado em Pelotas/RS, sediado pela ADUFPEL Seção Sindical, nos dias 24, 25 e 26 de agosto de 2017, conforme programação anexa.

As inscrições serão feitas via secretaria do ANDES-SN até o dia 14 de agosto.

Tais eventos são resoluções congressuais e fazem parte das ações desse Sindicato Nacional contra o racismo, machismo, LGBTfobia e o sexismo nos espaços do ANDES-SN e nas universidades.

Tal como previsto em resolução congressual, ocorrerá Reunião Conjunta dos GTPCEGDS, GTC&T e GTPAUA, para construirmos as lutas contra o genocídio indígena, do povo negro e a dívida ecológica, no dia 27 de agosto de 2017, também em Pelotas.

 

Sem mais para o momento, renovamos nossas cordiais saudações sindicais e universitárias.

 

Prof. Alexandre Galvão Carvalho

Secretário-Geral

Quinta, 20 Julho 2017 17:27

 

Durante o 62º Conad, que foi realizado em Niterói (RJ) entre 13 a 16 de julho, o ANDES-SN lançou uma campanha contra o assédio sexual – com cartazes, adesivos e vídeo -, além de apresentar a nova edição da cartilha “Contra todas as formas de assédio, em defesa dos direitos das mulheres, das/os indígenas, das/os negros, das/dos LGBTs". O Conad de Niterói foi, também, o primeiro evento do Sindicato Nacional a contar com uma Comissão de Enfrentamento ao Assédio, instituída após o 36º Congresso do ANDES-SN, realizado no mês de janeiro em Cuiabá (MT).

 

Caroline Lima, 1ª vice-presidente da Regional Nordeste III e uma das coordenadoras do Grupo de Trabalho de Políticas de Classe, Questões Étnico-Raciais, Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS), foi uma das integrantes da Comissão durante o Conad, e avaliou os trabalhos. “O 62° Conad foi o primeiro evento deliberativo do ANDES-SN depois do que aconteceu no 36° Congresso Nacional. Nós não tivemos nenhuma denúncia formal à Comissão aqui em Niterói, o que não significa dizer que não houve, embora possa indicar um recuo daqueles que praticam assédio. Sem dúvida, é um avanço a gente ter no regimento de um evento deliberativo do Sindicato Nacional a criação de uma comissão de enfrentamento ao assédio, mas nossa intenção é que essa comissão seja permanente", destacou.

 

A diretora do ANDES-SN também ressaltou o impacto da campanha contra o assédio lançada pelo GTPCEGDS, no Conad. “O material produzido foi bastante elogiado e o GT está sendo convidado pelas seções sindicais para fazer esse lançamento nos Estados. Isso foi muito positivo”, avaliou. Caroline lembra, entretanto, que a campanha faz parte de uma luta muito maior.

 

“A cultura do estupro, do assédio e do machismo está entranhada na gente desde o processo de formação do Estado Nacional brasileiro. O processo de colonização foi pautado no sofrimento e no estupro de mulheres indígenas e negras. A cultura do machismo está em vários espaços, está institucionalizada, como mostrou a peça. Queremos ir além das denúncias, queremos formar os companheiros e as companheiras para romper com essa cultura que naturaliza a violência, que diz que em briga de marido e mulher ninguém mete a colher, que alimenta a homofobia, a transfobia. A gente ainda tem que avançar muito. A campanha é uma conquista, uma vitória, mas é só o começo”, afirmou.

 

Deliberações do 62º Conad

 

No tema de Questões Étnico-Raciais, de Gênero e Diversidade Sexual, debatido na plenária de sábado (15) no Conad, foi aprovada a criação, na estrutura da diretoria nacional, de uma Comissão Permanente de Enfrentamento ao Assédio, a ser incorporada no Estatuto do Sindicato Nacional no 37º Congresso do ANDES-SN. Também foi deliberado que conste nos regimentos de eventos nacionais do sindicato a constituição de uma Comissão de Enfrentamento ao Assédio, composta por três membros da diretoria e dois da seção sindical que recebe o evento.

 

Confira aqui o vídeo da campanha de combate ao assédio lançado no Conad 

 

Confira aqui a nova edição da cartilha do GTPCEGDS 

 

Confira os demais materiais da campanha de combate ao assédio 

 

Fonte: ANDES-SN (com informações de Aduff-SSind.)

 

 

Sábado, 20 Maio 2017 22:51

 

Um aviso no mural: “Vocês fingem que não sabem, mas nós sabemos”. A frase, estampada num enorme cartaz, bem diferente dos habituais, chama a atenção de quem entra no Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Não há assinatura, mas uma rápida leitura evidencia os motivos. São denúncias de assédios contra mulheres.

 

Divididos em quadrinhos de diferentes proporções, relatos explicitam fatos lamentáveis, que ocorreram dentro de um espaço cuja função é estimular a reflexão. “Numa certa matéria, estudávamos diversas formas de estacionamento numa via, até que o professor mostrou uma que ‘era mais fácil apara as mulheres’”, lê-se no canto mais à direita. “Coloque uma roupa decente na sua qualificação. Nada de roupa provocante!”, consta em outro quadro, escrito a caneta, mais ao centro. “Fiquei com tanto medo que nem saía mais a noite”, relata o texto de outro quadro.

 

Acima dos relatos, lê-se ainda, escrito a caneta: “e todas passam como inocentes e vítimas de assédio. Já podem trabalhar em Hollywood como atrizes”, comentou alguém, que possivelmente não queria contribuir, mas acabou reforçando a necessidade da campanha.    

 

Os casos de abuso, violência e opressão contra mulheres têm sido cada vez mais denunciados na UFMT. Não que os assédios fossem menos praticados anteriormente, mas as discussões sobre o tema têm mudado a percepção das vítimas sobre o que realmente caracteriza esse tipo de agressão, bem como as formas de reação.

 

Para quem estuda o tema, a exposição dos casos de assédio é uma das ferramentas fundamentais na luta contra essa expressão machista. “O machismo é, ainda, visto como algo natural. Por vir disfarçado de brincadeira, de relação de cordialidade, a maioria das pessoas, principalmente as mulheres, não conseguem perceber que estão sofrendo uma violação ou algum tipo de abuso. Também pela própria perspectiva binarista das relações de gênero, que atribui papéis diferentes e inferiores às mulheres, os homens acabam achando que os papéis que nos são atribuídos justificam essas relações de opressão e hierarquia. Então, trazer a contradição, evidenciar que isso não é natural, mas um processo de sociabilidade que deve ser negado, superado e estranhado, tem de ser uma prática cotidiana. O que as meninas fizeram lá, colocando o cartaz demonstrando que abuso não é normal, é uma das medidas mais socioeducativas no processo de superação das relações machistas”, afirma a professora do departamento de Serviço Social da UFMT, Qelli Rocha. A docente, que estuda as relações de gênero há 14 anos, faz parte do Grupo de Trabalho de Políticas de Classe para Questões Etnicorraciais, Gênero e Diversidade Sexual da Adufmat-Seção Sindical do ANDES (GTPCEGDS).

 

Quanto ao comentário escrito no cartaz a caneta, a docente enfatiza o incômodo causado pelo processo de desconstrução. “Quando a gente evidencia que isso não é normal, mas sim um processo sociocultural embasado nessa dicotomia das relações de gênero, dentro de uma sociedade que tende sempre a explorar um em detrimento do outro, as pessoas que são beneficiadas por esse sistema de subordinação, exploração e opressão tendem a se sentir vitimizadas, invertendo o papel. Quando a pessoa escreve lá que nós somos atrizes, que estamos fazendo performance de situações que não aconteceram, é porque, para essa pessoa, não aconteceram mesmo. Embora materialmente tenha acontecido, simbolicamente ela não compreende como ato abusivo, violador, agressor. Mas é aquela perspectiva: o abusador, por ele sentir que detém o poder, ele acha que pode, inclusive, determinar se a gente é vítima ou não”, explicou.

 

“Eu parabenizo quem escreveu o cartaz, reforço que é necessário permanecer em luta constante, e coloco o GTPCEGDS à disposição para o fortalecimento dessa luta”, concluiu Rocha.    

 

Qualquer tipo de ação ou comentário que constranja ou tente estabelecer relação de desvantagem para mulheres pode ser considerada uma manifestação de assédio.

 

As imagens do cartaz, com os diversos relatos, estão disponíveis abaixo.

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind