Quinta, 17 Dezembro 2015 13:17

 

Lá se vão os tempos em que chamar uma moça de namoradeira não tinha, com certeza, nenhuma conotação pejorativa. 
No mundo atual os ânimos se acirraram, as agressões aumentaram de volume, o nível educacional diminuiu e, em consequência de tudo isso, aumentou a preocupação com o politicamente correto - que está chegando às raias da comicidade. 
A imprensa noticiou que duas figuras da nossa classe dirigente se estranharam durante um jantar, aparentemente de congraçamento, pelo simples fato de a figura feminina em questão ter sido chamada pela figura masculina de namoradeira. 
Lamentável que por um motivo tão banal, tenha sido desperdiçada, quem sabe, uma taça do famoso “PETRUS” (vinho dos deuses), tão ao gosto de alguns presidentes e pessoas abastadas. 
Durante reuniões sociais, formais ou não, há sempre que se questionar, o grau de "alegria" dos convidados. Também avaliar o grau de intimidade que possa existir entre eles, o que, com certeza, torna qualquer reunião mais descontraída. 
Por último, imagina-se que o grau de educação dos convidados seja sempre maior que o aparecimento de rompantes agressivos por parte de qualquer um deles. 
Essa soma de características é fundamental para o sucesso de uma festa, sem que ela possa ser transformada a qualquer momento num imenso “barraco”. 
Aliás, são inúmeros os moradores de casas humildes com muito mais classe e educação do que a maioria das figuras políticas divulgadas pela imprensa. 
O termo “namoradeira”, portanto, é altamente incorreto politicamente. 
Não há mais nada a ver, nessa república tupiniquim em que alguns de seus componentes substituem a troca de ideias pela troca de tapas e impropérios, verdadeiras cenas de pugilato. 
Isso foi visto explícito e a cores numas dessas últimas sessões do Conselho de Ética, melhor chamado “Conselho Antiético”, reunido apenas com o propósito de julgar a admissibilidade ou não da abertura de um processo contra o presidente da Câmara de Deputados. 
Além de nada conseguir ser votado por sete sessões seguidas, regiamente pagas, o país ainda é premiado com espetáculos do mais baixo nível, absolutamente incompatível com pessoas eleitas para manter o estado de direito e a ordem.  
Lamentavelmente termos escancarado para nós mesmos e para o mundo o nosso precaríssimo grau civilizatório, foi muito humilhante. 
Ah! Que saudades de estadistas como Ulisses Guimarães, Paulo Brossard, Santiago Dantas, Darci Ribeiro e tantos outros que, mesmo em posições políticas antagônicas, sabiam enriquecer os debates políticos e não aviltá-los num festival de ignorâncias como temos visto nesse atual Congresso, talvez o mais precário de nossa história! 
Que o politicamente correto se faça necessário, não nas festinhas entre amigos, mas na condução de toda uma classe dirigente à altura da posição desempenhada e de um país que tem tudo para sair do subdesenvolvimento e da pobreza!

Gabriel Novis Neves
13-12-2015

Quinta, 17 Dezembro 2015 13:16

 

JUACY DA SILVA*

Este artigo não trata de uma questão ambiental, como à primeira vista pode parecer, como aquelas notícias em que uma anaconda ou sucuri devora suas presas, jacarés  e também outras cobras menores. Poderia ser classificado como uma reflexão  sobre a ecologia política brasileira, a partir das cenas que já se tornaram rotineiras através  das constantes ações da Polícia Federal,  cumprindo ordens do Poder  judiciário,  correndo atrás não de bandidos comuns, traficantes de drogas , de armas e de  seres humanos ou contrabandistas; mas sim prendendo, algemando políticos e gestores públicos, vasculhando suas casas, seus escritórios e até mesmo gabinetes parlamentares, em Câmaras municipais, Assembleias Legislativas ou da Câmara Federal, como ocorreu há poucos dias em Brasília e em diversos Estados.

A cada dia as investigações  do Ministério Público, da Polícia Federal e da Justiça, divulgadas amplamente pelos meios de comunicação,  possibilitam ao povo, ao eleitor e ao contribuinte,  constatarem que  estamos sendo governados, ainda bem que apenas uma parcela menor,  por verdadeiros bandidos  de colarinho branco, verdadeiras quadrilhas que usam o mandato e os cargos públicos para roubarem, bilhões de reais  que fazem  falta para a implementação  das políticas públicas voltadas `a solução de graves problemas que afetam a população, principalmente as camadas mais humildes.

Mas  vamos ao que  interessa nesta reflexão, a operação catilinárias, executada pela Polícia Federal  há poucos dias, tendo como alvo mais de 53 mandados de busca e apreensão,  nas  residências  oficial e particular do Presidente da Câmara Federal; de dois ministros do Governo Dilma, de  um ex-ministro e senador da República, na sede do PMDB em Alagoas, de deputados e senadores, enfim, um montão de gente importante, tendo ficado de fora o  Presidente do Senado, devido a não autorização ao pedido do procurador Geral da República, por parte do Ministro Teori Zavaski,  relator da Operação Lava Jato , no Supremo Tribunal Federal. Todos os pedidos de busca e apreensão tiveram como alvos políticos e dirigentes ou ex-dirigentes públicos, ligados ou pertencentes ao PMDB  e  que estão  na famosa “Lista do Janot”.

Da referida lista constam 14 senadores, 28 deputados federais,  além de 14 ex-deputados federais e a ex-governadora do Maranhão  e o Ex-Governador do Rio de  Janeiro, no caso dos ex-governadores, todos do PMDB.  Mais da metade dos deputados que estão  sendo investigados pertencem ou pertenciam ao PP. Entre os senadores investigados fazem parte uma  ex-ministra, um ex-ministro, um ex-presidente da República. Cabe  destaque também que tanto o Presidente da Câmara quanto do  Senado  estão sendo investigados, além de já  estarem presos o ex-líder do Governo Dilma no Senado e o ex-ministro chefe da casa civil de  Lula, e mais um ex-tesoureiro do PT e diversos empresários de peso, que tinham livre  acesso no palácio do  Planalto, onde o povo jamais pode entrar, apesar de pagar impostos  que mantém a máquina pública e os privilégios e mordomias dos donos do poder.

Diante disso, parece que ao dirigir as operações dos últimos dias apenas contra pessoas investigadas ligadas ou pertencentes aos quadros do PMDB, pode, sim, representar  um  certo direcionamento que também beneficia o Governo Dilma, na medida que deixa de fora políticos suspeitos e investigados por corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e outros crimes de colarinho branco, pertencentes  ao PT, ao PP, ao PTB  e de outros partidos que  fazem parte da base do governo Dilma.

Todos sabem que a aliança  entre PT e PMDB, é  um ajuntamento fisiológico, afinal o PDMB  participou durante 08  anos do Governo FHC e chegou a indicar a candidata na Chapa de Serra, quando a coligação PSDB/PMDB  perdeu as eleições  em 2002 para Lula.

Todavia, tão logo Lula foi eleito, o PMDB  aderiu ao  Governo petista e desde então não largou mais o osso, era e continua a fase do “toma lá,  dá cá”, participando do balcão  de negócios dirigidos pelos governos Lula/Dilma, onde a moeda de troca para o apoio politico  são  as nomeações de ministros, ocupantes de segundo, terceiro escalão, dirigentes de Estatais, inclusive na Petrobrás, que foi roubada durante esses últimos 15 anos, de uma maneira vil e também as famosas emendas parlamentares.

Como os ratos que percebem quando o navio está afundando  e pulam na água na esperança  de se salvarem, também os políticos  trocam de lado, pulam do barco politico, sem a mínima cerimônia, quando percebem que um determinado governo está afundando, como é o caso do Governo Dilma, que, segundo pesquisas do início desta semana, em que 70% da população consideram seu governo ruim ou péssimo e apenas 9% avaliaram  como ótimo ou bom. Pior ainda quando os entrevistados são indagados se confiam ou não na Presidente. O  resultado indica  o  que o povo está sentindo: 78% não confiam na Presidente e apenas 18% confiam. Este sentimento é o mesmo  em  ambos os sexos, faixas  etárias, regiões do país, níveis de renda e de escolaridade e tamanho das cidades. Ou seja,  Dilma é  a   presidente mais rejeitada  ao longo dos últimos 30 anos, desde o início do Governo Sarney.

Diante disso, vendo que se continuar atrelado ao PT poderá  ir ao naufrágio político, o PMDB  está iniciando o desembarque do Governo Dilma e tem imposto várias  derrotas `a mesma nos últimos meses. A opinião pública sabe muito bem que hoje, o maior inimigo do PT não são os partidos de oposição, mas sim o PMDB que caminha a passos rápidos para bandear-se para o outro lado, com vistas as eleições municipais de 2016 e as eleições gerais de 2018.

Tudo isso depende da velocidade da operação Lava jato, principalmente  as sob a responsabilidade do STF, que está muito devagar, diferente  das investigações e condenações  em Curitiba, sob a batuta do juiz Sérgio  Moro que correm rápido, as que tem como investigados  parlamentares e outras figuras importantes  que gozam de “foro especial”, um privilégio só existente no Brasil, pode ajudar a  enjaular mais  gente importante ou engrossar o rol da impunidade, beneficiando, como sempre, os criminosos de colarinho  branco.

Essas  operações contra   políticos acusados de corrupção são importantes e devem continuar, mas não pode escolher investigados que pertencem a um determinado partido, deixando outros de fora;  deve ir mais a fundo e pegar todos os que ,comprovadamente , roubaram dinheiro público.

Da mesma forma, não pode embaralhar o foco principal que é a questão do impeachment.  O povo quer tanto que os políticos e demais corruptos investigados na operação  Lava  Jato sejam punidos, quanto a Presidente Dilma encerre  o seu mandato o mais  breve possível.  Todas as pesquisas de opinião pública indicam isso. Impeachment  ou renúncia é  a chave para desatar este nó em que o PT colocou o Brasil.

Em Brasília, tanto  no Congresso, quanto nos Poderes Executivo e   Judiciário,  só  existem cobras criadas, vorazes e a luta entre  essas cobras é muito grande,  cada uma querendo engolir  as demais, incluindo gente importante que  age como eminências pardas  e desejam retornar ao poder,  afinal do poder emana privilégios e muitas mutretas, o que menos conta  são  os interesses e as necessidades do povo brasileiro.

*JUACY  DA SILVA,  professor universitário, titular e aposentado UFMT,  mestre em sociologia. E-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog  http://www.professorjuacy.blogspot.com/ Twitter@profjuacy

Quarta, 16 Dezembro 2015 12:45

 

Todos nós aprendemos nas aulas de história que o Oriente Médio foi o berço da civilização. 
O Oriente Médio Moderno surgiu apenas após a Primeira Grande Guerra Mundial, quando o Império Otomano, na época aliado às potências mundiais derrotadas, foi dividido em várias nações separadas entre si. 
Com a criação do Estado de Israel, em 1948, saíram da região as grandes potências europeias, como o Reino Unido e a França. Essas foram substituídas pela maior influência na região dos Estados Unidos da América. 
No século XX, por volta, mais especificamente, de 1945, houve o boom do petróleo e, com ele, o despontar da grande importância econômica e geográfica da região formada pela Arábia Saudita, Irã, Iraque, Kuait e Emirados Árabes Unidos. 
Basta dizer que Irã e a Arábia Saudita detêm as maiores reservas mundiais do ouro negro. 
Com a guerra fria, EUA e União Soviética passaram a competir, inclusive, pela influência, não só econômica, mas também ideológica, numa região de grande diversidade cultural e religiosa.  
A relativa paz após a Segunda Guerra Mundial tem sido sempre interrompida por guerras como a do Golfo, a do Iraque, o conflito permanente entre árabes e israelenses e, mais recentemente, pelo programa nuclear do Irã. 
Os ataques terroristas atuais pelo mundo mostram as inúmeras contradições que cercam esses fatos, assim como as origens de tanto ódio e de tanta violência. 
Os ataques às Torres Gêmeas em Nova York foram feitos por cidadãos do mundo árabe, porém, treinados nos EUA. 
Os ataques na Europa partiram de cidadãos europeus, mais especificamente, franceses e belgas, ainda que com ascendência e valores do mundo islâmico. 
Ao que tudo indica essas pessoas filhas de imigrantes não se reconhecem no país onde nasceram, pois, educados com valores rígidos de suas respectivas culturas, crescem nas periferias sem uma verdadeira identidade francesa ou de qualquer outro país. 
Esses jovens são facilmente sugestionáveis. Voltam aos países de origem de seus avós, destruídos pelas guerras, e lá são submetidos a treinamentos bélicos, voltando aos seus países de nascimento com objetivos de ódio e vingança. 
Esse costuma ser o mecanismo fácil de sedução desses jovens pelo Estado Islâmico. 
Segundo pesquisas, todos apresentam um mesmo perfil de timidez, insegurança e moradores de periferia com baixo poder econômico, já que as oportunidades para esses filhos de imigrantes não são as mesmas oferecidas aos cidadãos franceses genuínos. 
A França, tradicionalmente um país laico, mantém a política das portas abertas, mas, em troca, pelos que lá decidem ficar, obrigam a uma adesão total aos seus valores básicos de “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. 
Todos esses valores, inclusive os religiosos e econômicos, são muito difíceis de serem aceitos. 
Com relação ao recente ataque terrorista no hotel de luxo em Mali, ex-colônia francesa na África, é bom saber que a França ainda mantém na região, rica em ouro, mil soldados. 
O que está acontecendo agora na Europa e na África tem a ver com séculos e séculos de história dessa humanidade suicida que nunca, até hoje, conseguiu viver sem valores de dominação e poder. 
Os cruéis ataques terroristas atuais nada mais são do que uma diversificação no formato das guerras, não mais com tanques ou exércitos, mas com inimigos sem rosto, que podem estar em qualquer lugar do planeta, a qualquer hora, movidos apenas pelo ódio e pela violência. 
Não creio que ataques aéreos sejam suficientes para destruir ideologias. 
Se a palavra e o entendimento não conseguirem salvar a humanidade, estaremos todos condenados ao extermínio, lamentavelmente.

Gabriel Novis Neves
23-11-2015

Terça, 15 Dezembro 2015 13:29

 

Literalmente, o ano de 2015 foi inundado por um extenso mar de lama, seja no meio político, seja no meio social, seja no ambiental.
Na política, figuras eminentes do nosso cenário, chafurdaram em transações escabrosas, estando algumas presas e outras ameaçadas de perda de seus mandatos.
Só mesmo aqui na terrinha, paraíso das mordomias, tanta dificuldade para prender os ladrões de gravata.
Em Nova York, por exemplo, há algum tempo, por muito menos, um prefeito saiu de seu gabinete algemado e ninguém considerou nenhuma calamidade, já que o não cumprimento rígido das leis por parte de quem tem obrigação de defendê-las é muito mais grave do que o fato de um cidadão comum não fazê-lo.
Revoltante viver num país em que seus cidadãos, políticos ou não, desprezem as regras sociais básicas de conduta moral.
Em decorrência dessa falta de probidade, companhias de alto risco, tais como as mineradoras, aqui se instalam visando apenas os altos lucros auferidos, totalmente alheias aos danos ambientais que delas possam advir.
A tragédia com o rompimento da barragem de Mariana em Minas Gerais, já considerada um dos cinco maiores desastres ambientais do mundo, cobre-nos de vergonha e de horror, já que foram absolutamente negligenciados todos os contingenciamentos possíveis para essa tragédia anunciada.
O descaso dos nossos dirigentes para com a população mais pobre e menos aculturada é revoltante.
Cidades do Espírito Santo,  como Baixo Guandu, Colatina e Linhares, agonizam, na medida em que sua flora e sua fauna, fontes de renda da população,  foram totalmente destruídas  pela lama que, no seu trajeto de morte, chega célere ao oceano.
Só mesmo autoridades oligoides da nossa administração, após dias de descaso, conseguem ver o Rio Doce, hoje falecido, melhor no futuro.
Todo o Brasil agoniza, não somente as regiões atingidas, diante de um quadro tão grave e que trará graves consequências econômicas e sociais nas próximas duas décadas para todos nós.
Os efeitos tardios de toda essa tragédia ainda não foram divulgados, nem foram tomadas providências quanto à contaminação das águas do Rio Doce e de seus afluentes por metais pesados, altamente maléficos à saúde, a curto e longo prazo.
Ao que se sabe, as multas ridículas impostas a essas empresas nem sempre são pagas, já que seus advogados tratam de livrá-las judicialmente das mesmas. 
Novamente batemos na mesma tecla de sempre.
Enquanto não tivermos educação para todos nossos direitos serão sempre meros detalhes.
Vivemos apenas para deveres, esses sim, cobrados até a última gota de sangue desse povo espoliado de sempre e sem forças para lutar.

Gabriel Novis Neves
30-11-2015

Segunda, 14 Dezembro 2015 14:49

 

Nossa vizinha, a bela Argentina, com todo o seu potencial de riquezas, após doze anos de governo dos Kitchener conseguiu trocar a condução de sua política através da recente eleição do novo presidente Maurício Macri. 
Oriundo de uma das famílias mais ricas da Argentina é o primeiro presidente de centro direita da nação portenha a ser eleito após os longos anos de cruel ditadura, uma das mais violentas da América do Sul. 
Após esse período sombrio o país foi sempre presidido por peronistas ou por social democratas. 
Trata-se, portanto, a eleição de Macri, mesmo com uma pequena porcentagem de votos, de um fato inédito para a nação hermana. 
Por sua plataforma eleitoral, Macri cobre de esperanças grande parte da população argentina, desencantada com as políticas populistas até então vigentes. 
Para nós brasileiros fica a expectativa de um melhor intercâmbio comercial, com menor número de barreiras, benéfico para ambos os países. 
Há mais ou menos trinta anos, pelas inúmeras viagens ao país amigo, perturbava-me o grau de decadência em todo o sistema político- econômico. 
Paulatinamente tenho acompanhado, infelizmente, a destruição de sua indústria, o imenso declínio de seu comércio, a tristeza e a miséria crescentes de seu povo. 
Na minha última viagem, há cerca de um ano, custei a acreditar no que via, inclusive, com um enorme declínio do turismo, restaurantes outrora fervilhantes totalmente vazios, ruas desertas, rostos tristes, enfim, tudo ao contrário do que encontrávamos na bela Buenos Aires até algum tempo atrás, uma das mais requintadas e elegantes cidades do mundo. 
Claro, o mundo mudou, populações empobreceram de uma maneira global, mas o que aconteceu com a Argentina é muito triste para todos aqueles que, em curtas incursões de lazer, se encantavam com o desenvolvimento e com a elegância transmitidas pelos hermanos a “nosotros”, sempre aquém dos padrões de vida argentino. 
A esperança é o que move a humanidade!  Aqui ficamos na torcida para que melhores dias voltem a essa rica nação, à qual somos ligados por laços afetivos tão profundos.

Gabriel Novis Neves
30-11-2015

Sábado, 12 Dezembro 2015 08:02

 

É considerado o mal do século XXI. Será que os antigos eram imunes a esse terrível mal? Ou ele é produto não desejável da longevidade e da sociedade de consumo? 
O estilo de vida altamente competitivo, os fatores genéticos, o espichamento da expectativa de vida, associado a uma educação reprimida e fortemente direcionada à produção de bens materiais, acredito serem os fatores principais dessa patologia. 
Quando, no crepúsculo da existência, constatamos que os valores pelos quais tanto lutamos ao longo da vida foram substituídos por outros que não nos dizem respeito, o conflito fatalmente se instala, e vem a depressão. 
A sensação de necessidade do trabalho braçal costuma permanecer nessa fase da vida, que deve ser encarada como um prêmio para aqueles cujo passado faz jus a uma nova etapa sem os deveres e obrigações do dia a dia.
Mas, isso é difícil para nós que fomos condicionados pelo sistema a produzir como máquinas, na ânsia cada vez maior de acúmulos de bens materiais. 
As emoções que afloram abundantemente nesse período não encontram guarida nesse contexto de ganhos materiais. 
O sofrimento é imediato, o fechamento com relação ao convívio social fica maior, às vezes por pura proteção das agressões do mundo moderno. 
A depressão vai ocupando os espaços existenciais encontrados, encurtando a proximidade dos extremos da grande aventura que é a vida.
Sabemos o mecanismo do processo, mas, muitas vezes não suportamos a realidade. 
Neste momento a importância de pessoas cúmplices é muito mais eficaz que fármacos de última geração, embora estes sejam mais fáceis de serem encontrados. 
Thiago de Melo quando diz em seus versos que uma criança apenas confia em outra criança, sabia do que estava falando. 
Infelizmente, o mesmo não acontece com os adultos que, com a idade, vão precisando cada vez mais e recebendo cada vez menos. 
Talvez aí esteja a semente que costuma contribuir para o estado depressivo comum na velhice. 
 

Gabriel Novis Neves
16-11-2015

Quinta, 10 Dezembro 2015 18:35

 

JUACY DA SILVA*
 
Hoje é o último domingo de novembro de 2015. De amanhã até dia 11 de Dezembro estará sendo realizada a COP 21 – Conferência do Clima em Paris,  já  estamos  entrando no clima do Natal e da festividades  de final de ano. Como o tempo está passando tão rápido.

No mundo inteiro e também no Brasil muitas  coisas  tem acontecido, a operação LAVA-JATO, a prisão  de empresários importantes e de políticos poderosos marcaram o país, ao lado da corrupção, da crise econômica e financeira, do desemprego, da violência, do caos na saúde, da recessão  e das crises setoriais.

Nos Estados  também o combate à corrupção corre celeremente  e tem muita gente importante com as “barbas” de molho, além  de outr@s que estão pres@s. O Governo Dilma segue acuado e paralisado, nada funciona em Brasília, tudo gira em torno das operações policiais e do MP  que vasculha gabinetes de parlamentares  e  de ministérios.

Os presidentes da Câmara Federal e do Senado,  juntamente  com vários deputados e senadores, estão na berlinda e na “Lista do Janot”,  suspeitos e investigados por corrupção, alguns por suposto envolvimento na roubalheira da PETROBRÁS.

Os partidos  estão em polvorosa, principalmente os três  grandes que ao longo desses 26 anos estiveram no comando do país: PMDB, PSDB e PT. Parece que o fio que liga tudo isso é a corrupção, a demagogia, a  mentira e a manipulação das massas pela propaganda  e o “marketing” politico, custeado com o suado dinheiro do contribuinte.

O povo perplexo  diante de tanta corrupção  começa a se indagar, será que o Brasil merece esta democracia corrompida no lugar da tão odiada ditadura que levou milhões  `as ruas? Esta  sensação  está refletida nas pesquisas de opinião quando as Forças Armadas e os militares  no  topo das  avaliações  e os partidos políticos, classe políticas e o Governo beirando a zero!

Oxalá, no NOVO ANO que se aproxima, Deus ouça as preces do povo brasileiro e se apiede do nosso sofrimento e que PAPAI NOEL nos traga de presente novos governantes que atuem com eficiência, eficácia, efetividade e,

acima de tudo, com honradez , lisura e ética no uso dos recursos públicos  e que os corruptos  sejam guardados na  cadeia por vários anos.
O tempo passa rápido e o sofrimento do povo não pode esperar.

*JUACY DA SILVA, professor universitário,  fundador, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista e colaborador de Jornais, Sites e Blogs. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog  www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy

Terça, 08 Dezembro 2015 11:45

 

A Presidente da República vetou o financiamento empresarial de campanhas eleitorais e partidos políticos. 
Essa decisão já tinha sido tomada pelo Senado Federal e Supremo Tribunal Federal (STF). 
Pesquisas realizadas sobre o assunto revelam que três em quatro brasileiros são contra essas doações (?). A maioria quase absoluta dos entrevistados diz que elas estimulam a corrupção. 
“Empresa não vota, investe”, diz o povo nas ruas. 
Financiam certos candidatos de dois em dois anos e depois de eleitos recuperam o investimento feito em suas candidaturas, cobrando faturas com juros e correções monetárias. 
Muitos acreditam que com o fim do financiamento empresarial fica extinta a corrupção neste país em liquidação. 
Não acredito nessa mudança de conduta com apenas esse método. 
Nosso sistema político está tão viciado e sofisticado tecnologicamente para roubar nosso dinheiro, via empresas e agentes públicos, que outros planos já foram testados e aprovados para manter o status quo do poder. 
Sem dinheiro não há eleições livres neste país. 
Sabemos que nas últimas eleições, para eleger um deputado federal, foram necessários pelo menos cinco milhões de reais, salvo raríssimas e honrosas exceções. 
Infelizmente, sem “molhar a mão do eleitor”, será muito difícil conseguir o seu voto. 
A imagem do político brasileiro é a pior possível em termos de ética com o nosso dinheiro. 
Um Congresso que aprova a construção de um Shopping Câmara de quatrocentos milhões de reais, e ainda diz que o dinheiro é da Instituição de Leis, não possui credibilidade para propor o fim da imoralidade nas eleições. 
No Brasil todo poder emana das empresas, e o poder exercido pelos privilegiados nesse sistema político não tem legitimidade. 
Investir maciçamente na educação de qualidade para todos é a saída democrática em médio prazo para o combate à corrupção e às eleições livres, com o poder emanando do povo. 
Mas isso é outra história.

Gabriel Novis Neves
05-11-2015

Sexta, 04 Dezembro 2015 14:27

 

JUACY DA SILVA*
 
No ultimo dia 15 deste mês de novembro, no Brasil comemoramos  a Proclamação da República, quando civis  e militares positivistas colocaram fim ao Império, forma de governo já naquela  época denunciada por muitos, inclusive por Rui Barbosa,  como a quintessência  da corrupção.

Passados exatamente 126 anos de vida republicana, a praga da corrupção parece  estar muito maior do que quando do fim do Império. Mas  esta é outra estória que pode estimular  melhores reflexões  de como a corrupção é o fio de Ariadne, tecendo o pano de fundo da vida nacional por vários séculos, desde o descobrimento até os escândalos do MENSALAO, DO PRETOLÃO/LAVA-JATO,  e outros que ainda  estão aguardando que sejam  decifrados pelas investigações nos Estados e no país como um todo.

O dia 15  de novembro  também é dedicado, pela ONU, através  da Organização Mundial da Saúde, para reverenciar milhões  de mortos cujas vidas preciosas são ceifadas todos os anos em acidentes de trânsito, nas estradas, rodovias, ruas e avenidas do mundo todo, inclusive em  nosso pais, como bem atestam as estatísticas tanto de organismos internacionais quanto de entidades brasileiras.

De  acordo  com o relatório mais  recente, de 2015, da OMS-Organização Mundial de Saúde,  intitulado Rodovias seguras, os acidentes de trânsito foram  responsáveis em 2014 por 1,25 milhões de mortes, ou seja,  3.425 pessoas perderam a vida nesses acidentes. Enquanto o mundo todo, principalmente a grande mídia  ficaram  consternados pelos atentados do último final de semana quando foram assassinados pelo terrorismo 129  pessoas, todos os dias, todos os anos, os  acidentes de trânsito matam 26,6  vezes mais do que atentados terroristas. Isto é como se todos os dias, durante vários anos seguidos acontecessem 27 atentados como os últimos ocorridos em Paris, mas pouca ou praticamente nenhuma comoção é notada quando milhões de pessoas são mortas em acidentes de trânsito.

Só no Brasil, que  está  entre os cinco países com  maiores taxas e número de mortes, verdadeiros assassinatos ao volante, em 2013  morreram 46.935 pessoas. Entre  1980  e 2013,  o total de mortes no trânsito em nosso país chega a 1.070.773,  uma verdadeira chacina que não comove nem nossas autoridades e nem a opinião pública, deixando apenas sofrimento  e saudades para as famílias que tenham perdido seus entes queridos  e  a certeza de que a  impunidade para  este tipo de crime vai  continuar seu caminho.

Cabe também destacar que as taxas de mortalidade em  acidentes de trânsito são maiores nos países e nas  regiões mais pobres e subdesenvolvidas do que em países  e  regiões do mundo mais rico e desenvolvidos, tomando-se como referências  o PIB , população e número de veículos. A média mundial de mortes em  acidentes de trânsito por 100 mil habitantes é de 17,4; sendo a maior na África com 26,6 e a menor na Europa com 9,3. Neste aspecto, o Brasil está muito mais próximo dos países africanos do que dos europeus, pois tem uma taxa de 23,4 para cada grupo de 100 mil habitantes.

Segundo o relatório da ONU/OMS  as mortes por acidente em trânsito representam uma  grande perda em termos de vidas humanas, principalmente se considerarmos que a maioria das vítimas estão  em plena juventude ou idade produtiva, além  de perdas econômicas, em torno de 3% do PIB mundial e , no caso do Brasil, essas perdas representam 5% do PIB. 

Considerando o ano de 2015, quando o PIB mundial nominal deverá ser de US$78,28 trilhões de dólares  as perdas ou custos por mortes em acidentes de trânsito deverão ser US$ 2,35trilhões  de dólares. Tais custos para o Brasil neste ano (2015), tendo em vista a recessão nosso PIB, mesmo assim, será de US$1,8 trilhões de dólares,  caindo para a nona posição no ranking mundial, os custos das mortes por acidente de trânsito serão de US$ 90 bilhões de dólares ou R$ 350 bilhões  de reais, mais do que a soma dos orçamentos dos ministérios da saúde, da educação e do desenvolvimento social.

Uma  última informação, os  dados do relatório da OMS deste ano indicam que os acidentes de trânsito representam a principal  causa de mortalidade para pessoas com idade entre 15 e 29 anos, seguindo-se pelos suicídios, a  Terceira HIV/AIDS e a quarta assassinatos. Todas essas causas passíveis, principalmente de mortes no transito, de serem reduzidas e evitadas, desde que existam leis com penalidades mais pesadas, maior fiscalização, menos corrupção e maior responsabilidade, principalmente por parte de condutores, além, é claro de infra estrutura urbana e nas rodovias para garantirem um tráfego seguro.

Convenhamos. além de reverenciarmos mais de um milhão de pessoas que morreram em acidentes de trânsito no Brasil nas últimas três décadas, e mais de 12 milhões no mundo nos últimos dez anos, devemos fazer  um grande esforço para que essas taxas  absurdas de mortalidade em nosso país sejam reduzidas drasticamente como fizeram vários países como a China, os EUA, a Austrália, a Coréia do Sul, o Japão e praticamente todos os países europeus.

 

*JUACY DA SILVA, professor universitário, fundador, titular e aposentado UFMT,  mestre em sociologia, articulista de jornais, sites e blogs.

E-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Twitter@profjuacy  Blog www.professorjuacy.blogspot.com

Terça, 01 Dezembro 2015 14:46

 

JUACY DA SILVA*
 
Em um mundo marcado pelo egoísmo, pelo  descaso em  relação às outras pessoas, pela falsidade, pelo  engodo, manipulação, pela mentira, pelas “amizades” superficiais e interesseiras, pela virtualidade enganosa, onde a “lei de Gerson” é a base de valores  imediatistas, sempre é bom a gente refletir sobre o sentido e  significado  desta virtude, tão pouco praticada ou quase fora de moda, que é a gratidão.

Nesta  reflexão me  vem à mente uma passagem relatada na Bíblia  Sagrada que registra uma  estória/parábola interessante contada por Jesus  sobre a questão  da GRATIDÃO. É a estória dos  dez leprosos.

Indo o Mestre de Samaria para a Galiléia, ao passar por uma aldeia dez leprosos, que era a pior doença física e social de todos os tempos, correram  em sua direção mas não  se aproximaram  tanto devido os costumes e proibições em relação  a quem  sofria daquela  doença, que deviam se manter longe das demais pessoas,  e, aos gritos e lamentos, imploravam a Jesus que os curasse.
O Mestre compadecido e amoroso como eram duas de suas características,  disse-lhes…”ide  e apresentai-vos aos  sacerdotes”  e eles  assim o fizeram. Ao  caminharem  perceberam  que estavam curados. Um deles, então, decidiu  retornar para agradecer a Jesus.

Ao  ver este leproso que fora curado e vinha em sua direção, Jesus perguntou-lhe: “não  eram  dez? Onde estão os outros nove”. Isto demonstra que ainda hoje 90%  das pessoas que  recebem algum tipo de ajuda, de apoio, seja material, financeiro, moral ou até  mesmo espiritual são  tão  egoístas que jamais tem sequer  uma palavra de agradecimento. De seus dicionários não constam as expressões: MUITO OBRIGADO, valeu, você me tirou do sufoco quando eu mais precisava e por isso sou-lhe grato ou grata.

Por isso existe um provérbio que diz…”faça o bem  e não  olhe a quem”.  Pessoas  que  cultivam virtudes  como justiça, solidariedade,  amor ao próximo, altruísmo, sinceridade, lealdade,  jamais podem  esquecer  que existe também uma outra grande e importante virtude  que é a GRATIDÃO.

Todavia, essa virtude precisa ser  cultivada e cuidada como  uma plantinha, desde nossa infância, para que quando chegamos  a idade adulta possamos praticá-la como algo corriqueiro  em nosso dia-a-dia. Gratidão ajuda a construir relações  de amizade sincera e de amor verdadeiro, não meras  palavras vazias para impressionarem com quem mantemos contato, virtual ou real.
Por ultimo,  gostaria de fazer  referência  a uma outra estória que escutei de uma pessoa referindo-se  como foi importante uma ajuda financeira que  recebeu em meio a um problema difícil que  estava passando  de um amigo recente, quase desconhecido que veio  em seu apoio, tirando-a do sufoco.

Essa pessoa disse a outra que havia lhe ajudado: “Eu não me canso e jamais deixarei de  reconhecer e agradecer o que você fez por mim no momento em que eu mais precisava, quando eu estava no maior sufoco, quando  eu desesperada pedia por socorro, e a maioria de meus amigos e amigas viraram as costas. Você me ajudou, por isso sou-lhe muito e eternamente grata”

Esta é  uma atitude digna de registro, apesar de representar exatamente igual aquele único leprozo que  voltou para agradecer a Jesus, enquanto os outros nove  rapidamente esqueceram  de agradecer. Existem muito mais casos de falta de Gratidão  do que de pessoas que agradecem  a quem lhes ajudam  ou apoiam.

Talvez  a vida, em novos momentos de dificuldades e sufoco, acabe sensibilizando essas pessoas que não costumam praticar  ou cultivar  a virtude da gratidão. E você, caro leitor ou leitora,  como anda em termos da prática da gratidão? Faça um exame em sua consciência e responda a si próprio ou própria. Talvez você  tenha  recebido algo  e tenha  se esquecido ou esquecida de dizer muito obrigado, muito obrigada meu amigo, minha amiga.
Pense  nisso. O mundo seria muito mais belo se todos nós praticássemos esta virtude que se chama Gratidão, vale a pena tentar, comece  hoje mesmo. Se você recebeu apoio, compreensão, atenção, solidariedade e, por alguma razão, não  tenha agradecido ou agradecida,  ainda é tempo de corrigir esta falha  e restabelecer pontes que possam ter sido danificadas. Gratidão  está para uma amizade  verdadeira como alimento está para uma pessoa faminta.

*JUACY DA SILVA, professor universitário, fundador, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista de  jornais, sites e blogs. EmailO endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy