Segunda, 30 Novembro 2015 17:22

 

Vivemos em um período de muitas transformações e contradições, onde o certo e o errado se confundem no imaginário popular.
Com o sucesso do Plano Real na segunda metade da década de noventa, foram fincadas as bases da estabilidade econômica no nosso país.
Isso permitiu maior oferta de empregos, tanto nas atividades ditas tradicionais, quanto nas novas.
Entretanto, a qualidade da mão de obra, pela nossa deficiência educacional, dificultou o crescimento do emergente mercado de trabalho.
Ficamos com um problema de difícil solução, que era atender ao crescimento do Brasil.
Como resolver em brevíssimo espaço de tempo a qualificação dos trabalhadores com pouca escolaridade?
A missão é difícil, mas não impossível, desde que se torne um programa de prioridade nacional.
Com vontade política dos nossos governantes em realmente investir pesado e sem erros em educação básica e técnica, teremos a tão desejada mão de obra necessária ao nosso desenvolvimento.
O governo, contudo, está mais interessado no ensino superior que, quando de qualidade, dá maior visibilidade ao país pelas suas conquistas e inovações.
Atualmente, temos no país um ensino superior público caríssimo e que consome grande fatia do orçamento do Ministério da Educação, formando profissionais de qualidade duvidosa, quando não, maus profissionais.
Um bom ensino técnico é prioridade para esta nação. É bom lembrar que profissionais de ensino técnico conseguem, inclusive, salários melhores em relação aos de nível superior.
É triste verificar a quantidade de pessoas com nível de escolaridade superior sem emprego, com desvio ocupacional para baixo e com salários irrisórios.
O país investe maciçamente no ensino universitário, muitas vezes com cursos ornamentais e ociosos quando a nossa prioridade e o mercado estão a nos mostrar a necessidade premente de excelentes profissionais de nível técnico.
Temos de continuar a buscar novos conhecimentos científicos para conquistarmos nosso espaço entre os países desenvolvidos, porém, nunca esquecendo os bons técnicos para conquistar o seu espaço no mercado de trabalho.

Gabriel Novis Neves
02-11-2015

Quarta, 25 Novembro 2015 19:45

 

JUACY DA SILVA*
 
Há poucos  dias  foi encerrada a CAMPANHA OUTUBRO ROSA, que  representa um alerta para as mulheres  e seus familiares quanto aos riscos do CÂNCER DE MAMA e a importância dos  exames  preventivos para diagnosticar  precocemente este  tipo de doença, que a cada ano mata quase 20 mil mulheres em  nosso país

Agora, com  o estímulo da OMS - Organização Mundial da Saúde,  estamos no início do NOVEMBRO AZUL, mês  dedicado ao alerta mundial quanto aos perigos  e riscos que  o CÂNCER DE PRÓSTATA oferece  aos homens que, principalmente por machismo ou ignorância, se recusam  a realizar os exames  preventivos, incluindo o famoso,  detestável  e temido TOQUE  RETAL,  fundamental, além  do exame de sangue PSA, para detectar com muita precocidade a existência  de câncer de próstata.  Outro exame  nesta bactéria de prevenção  contra o câncer de próstata e outros mais é a ultrassonografia do abdome.

Em 2015 estão previstas 245.641 mortes por câncer no Brasil, incluindo todos os tipos  da doença, ambos os sexos  e todas as faixas  etárias. Desse  total pouco mais da  metade , 132.126 das vítimas serão homens, mais do que o dobro de todos os assassinatos que tanta notícia  e  medo  infunde na população brasileira  que vive a mercê da bandidagem.

Isto demonstra que além da violência percebida e denunciada pelos diversos meios de comunicação, também existe uma enorme violência oculta que está vitimando centenas de milhares de pessoas  todos os anos .  Muitas, talvez a grande maioria,  dessas  mortes poderiam ser evitadas, se a saúde pública funcionasse a contento  e não fosse  o caos que atualmente a  caracteriza, principalmente pela incompetência e incúria de nossas autoridades. Em dez  anos o Ministério de saúde deixou de aplicar mais de R$185 bilhões , apesar  de que o  OGU – Orçamento Geral da União contemplasse  recursos para vários programas que  não  funcionam a contento, isto é um crime contra a população perpetrado pelos  nossos governantes.

Voltando ao NOVEMBRO AZUL,  neste ano  - 2015 – o câncer  de próstata  deve ser a causa de morte para 18.850 homens, um aumento de 9,5% na mortalidade por este tipo de câncer  em 3 anos, pois em 2012 morreram 17.218 homens  por  esta causa. As  previsões  do Globocan – organismo de pesquisa e monitoramento de câncer , ligado a OMS, indica que entre 2015 e 2035, o número de mortes  por câncer de próstata no Brasil deve aumentar em 105,1%, passando de 18.850 mortes  neste ano para 41.469  óbitos  dentro de 20 anos.  O mais alarmante é que a cada ano, devido ao envelhecimento da população  brasileira, o percentual de mortes por câncer  de próstata vai atingir muito mais  homens  com mais de 65 anos  de idade, passando de 89,4% em 2015 para 92,8% em 2035.

Segundo dados e estimativas do Globocan, entre 2012  e 2035  só de câncer  de próstata deverão morrer nada menos do que 658.303  homens no Brasil, número igual a  3,5 vezes  mais do que todas as pessoas mortas  em  Hiroshima e Nagasaki  devido ao bombardeio atômico feito pelos EUA em 1945 e fato que ainda hoje causa tanta  consternação no mundo todo.

Todavia, diante  de tantas mortes por todos os tipos de câncer e principalmente de câncer  de próstata em nosso país, este sofrimento de milhares de pessoas , seus familiares e amig@s, parece nada representar, principalmente para nossas  autoridades públicas que relegam a um plano secundário  as necessidades e o  sofrimento do povo, principalmente as camadas mais pobres, mais humildes e excluídas da sociedade  e que precisam  aguardar meses ou anos nas filas dos  serviços  especializados  do SUS, um Sistema falido pelo descaso de nossos governantes.  Este descaso é um verdadeiro crime contra o povo e um desrespeito incabível contra os direitos dos pacientes, principalmente os portadores  de câncer, que merecem não  apenas  nossa solidariedade, mas fundamentalmente, terem  seus direitos reconhecidos.

Nossa Constituição, a chamada Constituição Cidadã e a Lei de criação do SUS estabelecem que “saúde é um direito de todos e dever do Estado”. Todavia, como tantos dispositivos legais em nosso país, para milhares de pessoas que sofrem, mesmo  recorrendo à  justiça para  garantirem  o direito a vida, acabam sucumbindo, tudo  isto é letra morta ou apenas belas frases de  efeito, longe  da realidade de quem enfrenta esta vergonha que é  a nossa saúde pública.

A burocracia, o descaso de nossas autoridades, a incompetência dos organismos públicos, principalmente de saúde e a corrupção estão matando, assassinando milhares de pessoas inocentes no Brasil, diversas vezes mais do que todos os assassinatos e mortes no trânsito que tanto aterrorizam a população.

Que   este  NOVEMBRO  AZUL  sirva para uma reflexão mais profunda sobre esta questão  do câncer de próstata  e a saúde pública em nosso pais  e que, fruto dessas reflexões,  possamos  dar novos rumos `a política  e programas de saúde  pública antes que a  mortalidade aumente  ainda  mais.

 

*JUACY DA SILVA,  professor universitário, fundador, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista  de jornais, sites e blogs. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy

Quarta, 25 Novembro 2015 11:23

 

Estatísticas recentes indicam que mais de cinquenta milhões de brasileiros, para não serem vítimas da omissão constitucional do Estado, utilizam algum plano ou seguro de saúde para sua manutenção pessoal. 
Comercializada, a relação médico-paciente desaparece, surgindo um vínculo voltado ao lucro, inviabilizando o exercício da medicina hipocrática, pontuada muito bem pelo Presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM). 
O médico passa a ser chamado de “prestador de serviço” e o cliente de “usuário”. 
O antigo facultativo é remunerado pelas leis do mercado, e os contratos de serviços prestados receberam o apelido de “pacotes” e “pacotinhos”. 
Os honorários profissionais desapareceram dos trabalhos médicos e o mercantilismo atingiu também o ensino da medicina, onde centenas de novas escolas foram autorizadas a funcionar a partir de 2003, sendo que 69% delas são privadas. 
As mensalidades nessas escolas privadas chegam a atingir a incrível cifra de onze mil reais mensais, ficando na média de cinco mil e quatrocentos reais. 
O Ministério da Educação, através de normas, define critérios para um município sediar uma escola médica, entretanto, os mesmos nem sempre são respeitados, segundo o Conselho Federal de Medicina. 
Essas escolas, assim criadas e implantadas, confiam na cumplicidade ou incapacidade de fiscalização do MEC que, com deficiência de técnicos e recursos financeiros, acaba com os sonhos dos estudantes de frequentar uma qualificada casa de ensino. 
Dessa forma, a segurança dos pacientes com bons médicos no sistema de saúde termina frequentemente em enorme frustração. 
É oferecido à população um ensino-aprendizado de péssima qualidade, formando profissionais com insuficiência de conhecimentos científicos para o exercício da mais humana das profissões. 
É intolerável esta realidade, que tem como sustentação, apenas, ganhos empresariais e ambições político-partidárias. 
Temos de tratar de obter propostas de interesse público, e apagar esse vergonhoso quadro.

Gabriel Novis Neves
26/10/2015

Segunda, 23 Novembro 2015 16:11

 

JUACY DA SILVA* 

Líderes do G20, grupo formado pelos 20 países com as maiores economias do mundo estão  reunidos em Antalya, na Turquia para discutir  e analisar os principais desafios que afetam não  apenas esses países, mas  o mundo todo.

Diversos temas  constam da pauta dessas  reuniões do G20, incluindo a situação  da economia mundial,  com  destaque para a  recessão ainda presente em vários países, inclusive o Brasil; a  inflação  que começa a acelerar em vários países; o desemprego, os subsídios que ainda são  oferecidos para as fontes de energia baseadas em combustíveis fósseis e dificultam a viabilidade econômica das fontes limpas e alternativas, fundamentais para um desenvolvimento sustentável.

Na  segunda feira, 16 de novembro, o Presidente OBAMA concedeu uma longa entrevista  a mais de cem profissionais de imprensa de  vários países quando destacou  alguns  aspectos, considerados por ele como importantes e que foram discutidos na reunião de cúpula do G20.

Além das questões  econômicas  já mencionadas Obama  destacou três temas que mereceram uma discussão  mais aprofundada: a)  a questão  do espaço cibernético,  guerra  e segurança  cibernéticas; b) a questão  das mudanças climáticas  e a conferência  do clima que deverá  ser realizada em Paris dentro de duas semanas  e a necessidade de um avanço para não apenas controlar as emissões de gases que provocam o efeito estufa, mas para conseguir um acordo para a sua redução significativa, e, finalmente, c) o combate ao terrorismo, principalmente  a partir  dos atentados  praticados pelo Estado Islâmico no último final de semana em Paris.

Praticamente  todos os questionamentos dos profissionais de imprensa  presentes na  coletiva versavam sobre  este ultimo tema. Os principais  questionamentos apresentados ao presidente Americano estavam direcionados principalmente  sobre a  estratégia do governo Obama que se recusa a enviar tropas americanas para combates terrestres.

Além de  caracterizar o Estado Islâmico  como a face do demônio, Obama enfatizou alguns aspectos importantes nesta Guerra. Primeiro, a necessidade de uma maior cooperação entre os diversos países, principalmente os que integram o G20,tanto em relação aos meios militares, inteligência quanto no estrangulamento econômico e diplomático, bem como reduzir até extinguir o espaço do que pretende o ISIS que deseja transformar-se  em um califado,  com território definido e governo constituído.

Obama fez questão de defender também que o mundo ocidental seja solidário e apoie uma solução para mais de um milhão  de imigrantes sírios que estão  sendo perseguidos e mortos pelo ISIS, independente de que  esses  refugiados sejam mulçumanos, cristãos ou de outras religiões. Reafirmou também que o ISIS  não  representa o islamismo, mas apenas  um  grupo  terrorista composto de fanáticos e assassinos.

Finalmente OBAMA disse que em face do terrorismo seu governo tem dois grandes objetivos  estratégicos: primeiro, manter a segurança física do território Americano, incluindo a população e os interesses nacionais dos EUA  ao redor do mundo e, segundo, negar  espaço de ação para o ISIS  tanto na Síria e Iraque,  destruindo suas bases de treinamento, suprimentos de armas e sua base econômica e financeira, procurando também  eliminar seus líderes  como aconteceu com a Al Qaeda, principalmente após o assassinato de seu líder maior, Osama Bin Laden, praticamente o fim do  referido grupo terrorista.

Como última mensagem Obama disse que com certeza à medida que tanto curdos, quanto outros grupos insurgentes  que lutam contra o Governo sírio conseguirem reconquistar esses territórios, com certeza o ISIS  irá se transformar em apenas um grupo terrorista sem território e com toda a certeza não  terá espaço  para planejar suas ações e treinar seus membros e que o governo Americano e outros países aliados irão combater  o ISIS ao redor do mundo  até que o mesmo seja totalmente derrotado e desapareça.

Neste sentido OBAMA  afirmou que até o momento 65países já se comprometeram  a juntarem-se aos esforços Americanos e europeus para que  esta Guerra, que tem seus objetivos  e estratégias diferentes de uma Guerra convencional, que  será de longa duração,  possa ter  êxito e devolver a paz tanto ao Oriente médio, norte da África quanto na Europa e em outros países, enfim, levar este combate decisivo a todos os locais em que o terrorismo tente impor suas práticas e ações suicidas. A paz verdadeira e duradoura somente será possível com a eliminação do terrorismo que tanto medo e pavor acarreta às pessoas e à população em geral.

*JUACY  DA SILVA,  professor  universitário, fundador, titular e aposentado UFMT,  mestre  em sociologia, articulista e colaborador  de jornais, sites e blogs.  Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Twitter@profjuacy Blog www.professorjuacy.blogspot.com

Terça, 17 Novembro 2015 11:21

 

Nasci em casa, na “Rua de Baixo” (Galdino Pimentel, há oitenta anos, onde morei até aos onze anos de idade. 
Depois, vivi na “Rua do Campo” (Barão de Melgaço) até aos dezessete anos, quando fui concluir o ensino médio (Colégio Anglo Americano) e Medicina na Praia Vermelha (hoje UFRJ), no Rio de Janeiro. 
Sou produto do hoje Centro Histórico de Cuiabá, totalmente abandonado pelas nossas autoridades. 
Permaneci cerca de doze anos na “Cidade Maravilhosa”. Durante este período residi em treze endereços diferentes em seis bairros, todos na zona sul pelas proximidades com minha escola. 
Comecei alugando vaga em quarto e terminei em uma quitinete. 
Esse período de “pula-pula” foi enriquecedor! Absorvi muita coisa útil para a minha vida. 
Tempo de enriquecimento humanístico, para consolidar a minha educação caseira de menino do interior, com aquisição de novos valores que só me trouxeram benefícios. 
Tive muita sorte em frequentar uma excelente Escola de Medicina, com professores que disputaram o Nobel de Fisiologia (Thales Martins), que perdeu para o argentino Houssay, em cujo livro eu estudei. 
O nosso professor de Biofísica (Carlos Chagas Filho) era um dos consultores científicos do Vaticano. O corpo docente da Praia Vermelha era composto pelos melhores mestres do Brasil. 
Tinha colegas estrangeiros e de praticamente todos os Estados brasileiros, pois na ocasião possuíamos apenas vinte e três escolas para o ensino médico. 
O Rio ainda era a capital do Brasil e vivia um momento mágico de efervescência cultural com o surgimento da “bossa nova”. Elenco de jovens músicos e compositores universitários, tendo como líder o poeta Vinícius de Morais, diplomata de carreira do Itamaraty. 
O Rio era uma cidade alegre, onde não temíamos assaltos ou arrastões. 
Namorava-se nos bancos das praias com a maior tranquilidade, e nosso transporte predileto (por ser barato), eram os bondes da Light.  
Cinemas, teatros, dancings, bares, boates e restaurantes eram a cara do Rio. 
Copacabana, com sua famosa praia, era chamada de “princesinha do mar”, mas, o Arpoador no Posto 9, era o que havia de mais sofisticado em termos de praias, com as suas lindas mulheres. 
Na época, o Leblon era o fim do mundo e Ipanema a capital do Rio de Janeiro, por mérito. 
Terminei o meu curso de medicina e fiquei mais cinco anos me preparando para ser médico do interior. 
Retornei à Cuiabá e encontrei o Centro de Cuiabá bastante transformado, para pior. 
As residências desapareceram e deram lugar ao comércio. 
Depois de tudo deturpado, como é hábito acontecer, a região foi tombada, e hoje pertence ao Patrimônio Histórico Nacional. 
Seus casarões terminaram em ruínas, outros foram demolidos para dar lugar a lojas comerciais, como a casa onde nasci. 
As calçadas, com suas cadeiras de balanço, eram verdadeiras salas de visitas, e foram substituídas por moradias de dependentes químicos e mendigos. 
Sem recursos e sem políticas sociais, acabamos por nos acostumar com o abandono a que foi submetida a nossa manjedoura. Consequentemente, o aumento insuportável do índice de violência, incompatíveis com a outrora “Cidade agarrativa e linda” dos nossos poetas. 
Hoje, moro em uma torre de concreto na antiga “Rua do Caixão” (Estevão de Mendonça), de onde observo uma cidade que não é a que nasci. 
O progresso chegou! E o desenvolvimento foi esquecido.

Gabriel Novis Neves
25/10/2015

Segunda, 16 Novembro 2015 11:14

 

JUACY DA SILVA*
 
“A verdadeira amizade, que também  é uma forma de  amor, duplica as alegrias e divide as tristezas, as angústias e as incertezas da vida” Francis Bacon.

Muitas pessoas vivem  em  uma correria sem  parar. Falta-lhes  tempo para  refletir  sobre o sentido da vida, sobre os valores mais duradouros e não percebem a beleza de cada momento, o canto de um pássaro, a alegria de uma criança que corre solta, o desabrochar de uma flor, uma brisa que entra pela janela, não conseguem sonhar, não tem  esperanças e, de uma hora para outra percebem que o presente  já é quase passado e o futuro, o amanhã, pode não chegar, para si ou para quem está  tão perto, sua família, seus amig@s, vizinhos, colegas de trabalho, de escola  ou de igreja

A vida é  uma caminhada, para  alguns pode ser longa, às vezes chega aos cem anos ou até mais, para outros pode ser breve, poucos anos, poucos meses, não importa. Nesta caminhada vamos acumulando coisas, objetos, entulhando nossas casas, muitas   talvez  desnecessárias, isto é muito próprio  para quem se apega `as  coisas materiais  e não percebem  que ao fim da jornada neste planeta nada vão levar, nem riqueza, bens materiais, prestígio, fama, poder, opulência, riqueza, prepotência, luxúria, futilidades e coisas do gênero.

Enquanto caminhamos pela vida vamos  encontrando pessoas  com as quais compartilhamos  ideias, ideais, sonhos,  desilusões, certezas, angústias, esperanças  e  realizações. De repente  chegamos a uma encruzilhada, onde os caminhos se bifurcam, tomando rumos e destinos diferentes, as vezes opostos ou as vezes  apenas atalhos que acabam se encontrando novamente.

Da mesma forma que os encontros, nas encruzilhadas da vida  o importante é que a escolha do caminho seja feita sem mágoas, sem conflitos, sem destruição, para que  novas pontes possam ser construídas devemos  cultivar a amizade verdadeira, fundada na  compreensão, no amor, na solidariedade,  na fé e também no diálogo. Somos apenas viajantes  planetários nesta caminhada rumo `a uma nova realidade desconhecida.

William Shakespeare fala um pouco sobre a caminhada de cada pessoa quando diz  que “A alegria e a paz interior evitam os males que destroem as  nossas vidas, prolonga a própria vida e indica o caminho do amor  eterno e da felicidade duradoura”.

Mahatma Gandhi, o artífice da libertação da Índia do jugo colonial inglês e o profeta da não violência nos deixa  uma  reflexão muito inspiradora quando afirma“ Não  existe um  caminho para a felicidade pois a felicidade é o caminho que devemos trilhar ao longo de nossas vidas”

Vivamos  o hoje, o aqui e agora com alegria e esperanças renovadas,  como se o amanhã possa não chegar para nós  ou para aqueles a quem tanto amamos! Perder coisas materiais é ruim, mas muito pior é perder as pessoas, parentes ou amig@s verdadeir@s, principalmente aquelas que são importantes para cada um de nós, com  as quais  compartilhamos tantas coisas boas, momentos felizes ou até mesmo angústias  e desafios.

Que nesse dia 02 de novembro,, dia de finados, dedicado aos entes queridos e amig@s  que nos deixaram possamos ter o conforto de  suas lembranças e dos momentos felizes junto aos quais passamos! No silêncio de seu coração e no âmago de sua alma faça uma prece de agradecimento à vida e esteja feliz sempre!

 

*JUACY DA SILVA, professor universitário, fundador, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista de jornais, sites e blogs. EmailO endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy

Sexta, 13 Novembro 2015 14:51

 

Nos bancos escolares do ensino básico somos obrigados a escrever as tarefas de casa. Na Faculdade de Medicina aprendemos a escrever anamneses, que são a história dos pacientes.  
A queixa principal sempre é o título do artigo. A investigação científica dos sinais e sintomas compõe o conteúdo da matéria, no caso, as informações para o diagnóstico da doença, causa da vinda dos pacientes ao consultório. 
Sempre desconfiei que todo médico, por ofício, é um escritor em potencial. 
Pelos anos de exercício de profissão, esses textos vão sendo aprimorados e cada um desenvolve a sua técnica de passar suas perguntas técnicas ao papel. 
Esses escritos são confidenciais e só por ordem judicial podem ser revelados. 
Publicar anamneses em revistas e jornais, nem pensar! 
Pois bem, alguns psiquiatras especialistas em análise recomendam, para auxiliar na cura da autoestima perdida, a publicação de textos livres escritos pelos seus clientes, uma espécie de catarse dos seus sofrimentos. 
É um remédio amargo expor seus conceitos e opiniões ao domínio público para quem não é profissional em comunicação. 
Como é para recuperar a saúde perdida, com muito esforço alguns “heróis” aceitam essa terapêutica. 
Os primeiros artigos publicados causam um constrangimento pior que a autoestima perdida. 
Adquirido o hábito de escrever e publicar os textos e metabolizar o julgamento dos leitores, o “paciente” torna-se outra pessoa. 
Sente-se útil servindo de ponte entre semelhantes, e o ato de escrever passa a ser uma necessidade. 
Quem escreve modifica a sua própria vida e, às vezes, a de outros. 
Aprendi com a jornalista Valéria del Cueto a colocar no papel, sem nenhuma lógica, tudo que vem à cabeça. 
Nessa fase quanto menos se pensar melhor - diz a minha professora da “Ponta do Leme”. 
A fase seguinte é tentar ordenar aquele lixo em texto final. 
Sempre foi assim, sendo que a única coisa no mundo moderno que mudou foi a velocidade da informação. 
O ato de escrever, porém, produz uma coisa maior na nossa alma, que é a paz.

Gabriel Novis Neves
24-10-2015

Quarta, 11 Novembro 2015 16:09

 

JUACY DA SILVA*

Dando continuidade à reflexão contida no artigo anterior sob o mesmo título, quando, além de apresentar uma classificação  geral das formas de violências e as pessoas ou grupos sociais mais susceptíveis de serem vítimas das mesmas, fiz um destaque bem rápido para a violência contra a mulher, um tema bem atual nas discussões em todas as esferas de poder, organizações públicas e privadas e pela população em geral.

Neste segundo artigo, gostaria de mencionar um outro tipo de violência contra as  mulheres  e que seus autores não  são alcançados pela Lei Maria da Penha. As consequências  deste  tipo de violência é bem maior e mais cruel do que todos os crimes incluídos pela violência  doméstica, no trabalho ou em locais públicos. Pouca gente percebe a gravidade desta violência que é muito sentida pelas mulheres e familiares, mas que fica quase oculta aos olhos da sociedade, dos poderes públicos e, principalmente, pelas nossas autoridades, que, na verdade são os perpetradores desta crueldade contra as mulheres.

Estamos findando o mês dedicado ao alerta sobre o Câncer de Mama, o OUTUBRO ROSA. À parte  da campanha publicitária, as discussões não  chegam ao âmago da questão, ou seja, o direito que todas as mulheres, a partir de 30 anos tem de fazerem diagnósticos precoces, principalmente aquelas que tem familiares que foram  diagnosticadas com câncer  de mama ou outro tipo de câncer  ou que vieram a morrer  decorrente  desta doença.

Enquanto mulheres  das classes alta e média possuem  recursos financeiros ou planos de saúde para buscarem atendimento médico, hospitalar ou ambulatorial, as mulheres pobres,  integrantes de grupos excluídos social e economicamente em nosso país, dependem única e exclusivamente do Sistema único de saúde, o SUS, que é bonito, lindo em sua concepção, mas  um verdadeiro caos e vergonha nacional. Alguém  deveria sugerir que nossas autoridades  fossem  obrigadas a serem atendidas pelo SUS  e ficarem em filas por meses, em corredores fétidos de unidades de saúde e hospitais públicos  como os que os meios de comunicação de massa  mostram diariamente. Só assim, iriam prceber o nível de violência e humilhação que os usuários do SUS  sofrem,  principalmente  as mulheres.

Pouco se diz de que em torno de 85% dos municípios brasileiros não tem um mamógrafo sequer, ou laboratórios para que seja possível a realização de outros exames como papa nicolau  ou outros que possam contribuir  para diagnósticos precoces da doença.

Enquanto 4.500 mulheres são assassinadas no Brasil e  isto causa uma grande comoção, o que é justo e correto quando nos indignamos contra  esta barbárie,  em 2012 nada menos do que 103.606  mulheres  foram a óbito tendo como causa todos os tipos de câncer, com destaque  para o Câncer  de mama que ceifou 16.412 mil mulheres. Dados estatísticos da Globocan, instituição de pesquisa e alerta sobre o câncer, vinculada à  Organização Mundial da Saúde, demonstram que a  situação relacionada com o câncer é  extremamente grave e sua tendência é muito alarmante  no Brasil.

As projeções da Globocan  para o Brasil indicam que, `a  medida que a população envelhece e a saúde pública continua  vivendo um verdadeiro caos,  entre 2012  e 2025 as  mortes por câncer  deverão atingir 1.76.376 mil mulheres e 2.070.474 mil homens.  Isto representa  uma média  de mortalidade anual geral  de 274.12; a média anual para homens é de 147.891   e para as mulheres 126.241.

No caso das mulheres as mortes por câncer  representam 28 vezes mais do que a média dos feminicídios – assassinatos de mulheres. Enquanto os assassinos de mulheres podem ser alcançados pela justiça e levados `as  barras dos tribunais e condenados, tendo como instrumentos  de defesa a Lei Maria da Penha, e os códigos penal   e de processo penal, as mortes de centenas  de milhares  de mulheres  por câncer, seus autores  jamais serão pegos, pois  estão  a salvo nas entranhas burocráticas e na corrupção  que rouba o dinheiro público necessário para construir e equipar hospitais, laboratórios, contratar e pagar profissionais capacitados para atendimento nesta área, prover tratamento, medicamentos para as pacientes.

Em 2015 o câncer  de mama deverá  ceifar a vida de 17..872  mil mulheres, o de útero mais 9.100; de ovário 4.211; de pulmão 12.233; de coloretal mais 9..974 e de estômago 6.072. Apenas  esses seis  tipos de câncer  serão  responsáveis por quase 60 mil mortes de mulheres, principalmente a partir da faixa  etária dos 30 anos, agravando-se mais a partir da faixa  de 49 anos.

Somente durante esses cinco anos de mandato da Presidente  Dilma, a primeira presidente mulher do Brasil e que só neste ano cortou mais de 11 bilhões de reais do Ministério da Saúde, o câncer e o caos na saúde pública  deverão matar mais  de 265 mil mulheres. Com  certeza  esta é a maior violência  que  está sendo cometida contra as mulheres brasileiras. Enquanto isso os Governos Lula/Dilma/PT seus aliados vem cortando sistematicamente bilhões  de reais da saúde pública, com  a justificativa de um equilíbrio  fiscal que, na verdade, é um  engodo para não dizer   que  a grande prioridade do Governo Federal é o pagamento  de juros, encargos e a rolagem da dívida pública que  em setembro ultimo atingiu mais de 2,7  trilhões de reais.  Só de juros sobre  esta dívida impagável  o Governo Dilma tem gasto  mais de  300  bilhões por ano, enquanto para o combate ao câncer e a saúde pública sobram praticamente  migalhas  depois da parte que vai para alimentar os lucros e acumulação de capital dos grandes bancos e instituições financeiras nacionais e internacionais.

 

*JUACY DA SILVA, professor universitário, fundador, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista de jornais, sites e blogs de MT e de alguns outros estados. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy

 

Terça, 10 Novembro 2015 16:01

 

Hoje vivemos uma incerteza angustiante. Saber quem vai perder o cargo primeiro - se a Presidente da República, se o Presidente da Câmara dos Deputados ou se o Ministro da Fazenda. 
Esta dúvida acarreta um desânimo muito grande em todos aqueles que trabalham e pagam impostos exorbitantes. 
Políticos profissionais palpiteiros, mas com um bom cacife, só pensam em tirar do governo o ministro de uma pasta iminentemente técnica, que é a Fazenda, e colocar em seu lugar um irresponsável comprometido com políticas públicas, que visam, unicamente, o poder, e não, a solução da grave crise financeira que nos atinge. 
O grandalhão do Bradesco vive na corda bamba assistindo seus planos de reajuste fiscal e contenção de despesas inúteis irem por água abaixo. 
A palavra da presidente, garantindo a permanência do seu ministro da Fazenda, não vale nada, pois, de há muito terceirizou o poder para não ser cassada, e a política está comandando a economia, e não, o contrário. 
Com isso, o país vive um desânimo que, segundo estudiosos no assunto, se deve mais à ausência de perspectiva política que econômica. 
Como consequência, os hotéis estão com leitos ociosos, os restaurantes vazios, sendo que muitos estão pedindo concordata ou fechando mais cedo por falta de frequentadores. 
Parece que ninguém mais está saindo à noite para se encontrar ou comemorar. 
A falta de dinheiro é um fator importante, mas o desânimo da população é maior.
Só os ricos e milionários ainda não foram acometidos desse mal, não tendo sido necessário mudar os seus hábitos – por enquanto. 
É indiscutível a crise da falta de ânimo que tomou conta deste país da corrupção, do desemprego e da violência. 
Não é mais possível viver nessa gangorra!   
Enquanto isso, a nação está arrecadando menos impostos devido a recessão, produzindo menos riquezas, seu povo sofrendo e perdendo sua autoestima. 
Vamos reagir minha gente! 
Não deixe para amanhã, o que você pode fazer hoje - diz o sábio e antigo ditado popular. 
Tem de ser encontrada uma solução para ressuscitar este gigante adormecido! 
Continuar assim? Não é possível! 

Gabriel Novis Neves
23/10/2015

Segunda, 09 Novembro 2015 17:52

 

JUACY DA SILVA*
 
A questão da violência é um tema recorrente nas discussões  acadêmicas e também entre autoridades, gestores públicos, entidades da sociedade civil organizada e de representações profissionais,  o Sistema judiciário e os operadores do direito. Enfim, é  uma  realidade que ronda e amedronta milhões de famílias pelo mundo afora e também está muito presente em nosso Brasil, país que ostenta um dos maiores índices de violência do planeta, contrapondo-se aos discursos da cordialidade do brasileiro.

A violência se manifesta das mais variadas formas, incluindo contra o patrimônio, com roubos, furtos, invasões de propriedade e domicílios ou contra a pessoa com ameaças de mortes, estupros, assassinatos, sequestros, latrocínio, espancamentos, lesões  corporais, cárcere privado. Existe  também  a violência psicológica, a violência  econômica, como o trabalho escravo, a falta de comida, a pobreza, a miséria ou até mesmo a violência religiosa marcada por imposição de dogmas, lavagem cerebral e outras manipulações psicológicas.

Costuma-se dizer que a violência é democrática, ou seja, atinge todas as camadas socioeconômicas ou classes sociais, todos os estados e regiões, faixas  etárias, ambos os sexos e diferentes orientações ou opções sexuais  e cidades  de todos os tamanhos.

Todavia,  os números da violência apresentam  um quadro um pouco diferente, não  confirmando  que a mesma  seja  tão democrática. Dados do Mapa da Violência, em suas diversas apresentações e também de diversos estudos e fontes oficiais, dos Governos Federal e Estaduais  demonstram que alguns grupos são mais vulneráveis e susceptíveis à violência do que outros. Entre  esses grupos podemos destacar: crianças, adolescentes, mulheres, pessoas negras  e  pardas, afrodescendentes, idosos, integrantes da comunidade LGBT, pobres, moradores  de favelas e outros mais, incluindo minorias étnicas como indígenas  e  imigrantes.

Em  decorrência, existe uma  grande mobilização por parte  desses grupos que mais sofrem  com a violência para que suas demandas sejam incluídas nas pautas políticas ou agenda nacional, estadual e municipal dos poderes públicos, principalmente buscando a definição  de políticas públicas e ações  que reduzam  a violência, bem como outras ações que tenham alcance de longo prazo, no sentido de prevenir que a violência  venha a ocorrer.

Diversas propostas para  reduzir ou acabar com a violência  acabam gerando polêmicas, como, por  exemplo, a pena de  morte , prisão perpétua,  aumento do tempo de encarceramento ou para a progressão de regime prisional, redução  da maioridade penal e assim por diante.

Um dos debates mais presentes nos últimos dez anos tem sido a violência contra a mulher, principalmente após a promulgação da Lei 11.340, de 07/08/2006, popularmente  conhecida como Lei Maria da Penha. A importância  desta Lei, principalmente  em seu sentido simbólico é reconhecida por toda a sociedade, tanto é verdade que, prestes  a completar uma década de sua  promulgação, no próximo ano,  foi  o tema da redação do ENEM  realizado no último final de semana, quando mais de sete milhões  de estudante tiveram a oportunidade de refletir pelo menos por alguns minutos sobre esta questão.

Alguns números indicam a magnitude desta modalidade de violência. Só no primeiro semestre  deste ano o telefone 180, que  recebe nacionalmente denúncias e pedidos de Socorro de vítimas  da violência contra  a mulher registrou mais  de 32 mil chamadas.  Por ano  são assassinadas, em média, no Brasil 4.500 mulheres, com índices que  variam do Espírito Santo com  9,8  assassinatos para cada grupo de 100 mil mulheres  ao  menor índice  registrado no Piauí  com 2,5.  O Brasil apresenta um índice de 5,9 , ocupando a 7a. posição na incidência de violência contra a mulher, entre 84 países cujos dados são  monitorados pela ONU e outras organizações  internacionais.

Entre  1980 e 2011  foram  registrados 96.612 assassinatos de mulheres, representando  17,4% do  total de assassinatos que foram registrados no Brasil, algo quase inimaginável: 556 mil pessoas foram  assassinadas em nosso país nesse período, número muito maior do que em muitas guerras e conflitos sangrentos pelo mundo afora.

Oportunamente voltarei a este tema da violência contra a mulher, abordando outros aspectos que também  são  relevantes e às vezes acabam passando despercebidos.

 

*JUACY DA SILVA, professor universitário, fundador, titular e aposentado UFMT, mestre  em sociologia. Articulista de Jornais, Sites e Blogs. E-mail  O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog www.professorjuacy.blogspot.com  Twitter@profjuacy