Segunda, 30 Setembro 2019 10:43

 

O discurso do presidente Jair Bolsonaro na 74ª Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York (EUA), na manhã do dia 24/09, reafirma sua política de ultradireita, autoritária e conservadora.

 

 

Em 32 minutos, Bolsonaro esbravejou mentiras, manteve ataques à Amazônia e ao meio ambiente, assim como reafirmou a exploração de terras indígenas. “Quero deixar claro: o Brasil não vai aumentar para 20% sua área já demarcada como terra indígena, como alguns chefes de Estados gostariam que acontecesse”, disse.

 

O presidente defendeu o que acredita ser a “soberania brasileira sobre a Amazônia”: mentiu, minimizou as recentes queimadas na Amazônia e seguiu com a política de defesa de ruralistas, do agronegócio, da mineração e de madeireiros ilegais.

 

Esbravejou sobre o que seriam falácias do presidente Emmanuel Macron, mesmo sem citá-lo diretamente, pelas críticas do francês no ápice dos incêndios da Amazônia: “Valendo-se dessas falácias, um ou outro país, em vez de ajudar, embarcou nas mentiras da mídia e se portou de forma desrespeitosa, com espírito colonialista”.

 

Após criticar o presidente da França de maneira velada, Bolsonaro, ao contrário, foi todo elogios ao presidente dos EUA, Donald Trump, afirmando que o norte-americano “sintetizou o espírito que deve reinar entre os países da ONU: respeito à liberdade e à soberania de cada um”. Mais uma vez, se prestou ao papel de capacho do imperialismo estadunidense.

 

Elogiou ainda o Estado assassino de Israel, com o qual faz parcerias na área de tecnologia e segurança, ou seja, para a política de armamento contra morros e favelas  brasileiras, além da busca pelo fortalecimento de um estado armado.

 

Bolsonaro mentiu ainda descaradamente ao defender “seu compromisso intransigente com os mais altos padrões de direitos humanos”. Esqueceu, no entanto, de seus discursos anteriores, as omissões nos crimes contra os direitos humanos e da foto postada por seu filho em novembro 2017 na qual aparece com uma camiseta escrita “direitos humanos, esterco da vagabundagem”.

 

Voltou a apoiar a ditadura militar, saudou a Polícia Militar, sem discorrer uma única palavra sobre as mortes causadas por policiais, em que são alvejadas crianças e o povo pobre nas  periferias, principalmente nas favelas cariocas.

 

As mais de 434 mortes no Rio de Janeiro de inocentes no primeiro trimestre deste ano pelas mãos da polícia foram ignoradas. Genocídio feito em nome de uma “política de segurança” do governo de Wilson Witzel, com permissão do governo Bolsonaro/Mourão, que destrói famílias nas favelas, mata crianças e mata trabalhadores indiscriminadamente.

 

Condenou o que em sua avaliação seria “socialismo”, repetindo as fake news do “fantasma do comunismo”, acusando ditaduras, quando ele mesmo é um defensor declarado de regimes ditatoriais. Seguiu seu discurso colocando suas crenças religiosas à frente. “Meu país esteve muito próximo do socialismo, o que nos colocou numa situação de corrupção generalizada, grave recessão econômica, altas taxas de criminalidade e de ataques ininterruptos aos valores familiares e religiosos que formam nossas tradições”.

 

Refutou ainda o que de acordo com sua avaliação são ideologias que ignoram a biologia, em uma explícita defesa de sua intolerância com a diversidade.  “A ideologia invadiu nossos lares para investir contra a célula manter de qualquer sociedade saudável, a família. Tentam ainda destruir a inocência de nossas crianças, pervertendo até mesmo sua identidade mais básica e elementar, a biológica”. Continuou com a defesa de que essa “ideologia se instalou no terreno da cultura, da educação e da mídia, dominando meios de comunicação, universidades e escolas”.

 

Defendeu ainda uma política de estado mínimo, de aumento da privatização e da flexibilização de direitos trabalhistas no que chamou de “desburocratização, da desregulamentação” no mundo do trabalho.

 

“Não pode haver liberdade política sem que haja também liberdade econômica. E vice-versa. O livre mercado, as concessões e as privatizações já se fazem presentes hoje no Brasil”, reafirmou o tom ultraliberal do governo.

 

Segundo a CSP-Conlutas, Bolsonaro reafirma seu caráter de inimigo das causas sociais e dos povos originários, assim como o de liberal-conservador e defensor da ditadura. “Um assecla do capitalismo”, resumiu o dirigente da Secretaria Executiva Nacional da Central Atnágoras Lopes.

 

De acordo com Atnágoras, o discurso de  Bolsonaro deve ser respondido com a defesa explícita do verdadeiro socialismo, o que muitas vezes foi traído pelas direções burocráticas.

 

A CSP-Conlutas ante a política reacionária e ideológica de ultradireita do governo Bolsonaro/Mourão seguirá insistindo em unir a classe trabalhadora e o povo pobre em geral contra os capachos do imperialismo norte-americano e defendendo um programa alternativo:

 

  • Basta desse governo inimigo dos trabalhadores e do povo pobre!
  • Em defesa da Previdência pública!
  • Contra as privatizações da Petrobrás,  Correios,  Eletrobrás, bancos públicos e outras estatais!
  • Em defesa do emprego, salários e direitos!
  • Contra o genocídio do povo negro e das periferias!
  • Terra e moradia aos que vivem do trabalho!
  • Defesa dos serviços e servidores públicos1
  • Em defesa das liberdades democráticas e do direito de manifestação, organização e greve!

 

“O Brasil precisa de um governo dos trabalhadores.  Por tudo isso, é preciso uma nova greve geral que barre estes ataques e derrote esse governo de ultradireita. Nossa luta é pelo socialismo, mas isso não se confunde com a defesa da volta do PT ou qualquer projeto de conciliação de classes”, resumiu Atnágoras.

 

 

 Fonte: CSP-Conlutas

Segunda, 30 Setembro 2019 10:39

 

Em mais um ataque aos docentes, o ministro da Educação Abraham Weintraub afirmou, na quinta-feira (26), em São Paulo, durante o 21º Fórum Nacional de Educação Superior Particular, que precisa “atacar a zebra mais gorda”: o salário de professor universitário federal.

Ele deu esta declaração ao defender que cobrar mensalidade dos alunos das universidades públicas não resolveria o problema do ensino superior no Brasil. “Cobrar mensalidade de quem pode pagar não vai resolver nada. Eu tenho que ir atrás de onde está a zebra mais gorda, que é o professor de uma federal, com dedicação exclusiva, que dá oito horas de aulas por semana e ganha de R$ 15 mil a R$ 20 mil por mês”.

Exército

O ministro também criticou a quantidade de servidores do Ministério da Educação (MEC). Segundo ele, são 300 mil. Ele classificou como um "exército" a ser enfrentado.

“Mais de 80% do ensino superior está na iniciativa privada e o MEC tem uma folha de pagamento com professores federais que cresce 8% ao ano sem eu fazer nada. Metade dos 600 mil servidores da República está no MEC, 300 mil. Eu tenho que enfrentar este exército. Dentre outras coisas, doutrinação, metodologia de alfabetização totalmente errada, gastam-se fortunas em universidades enquanto o filho do pobre não vai para a pré-escola”, declarou.

“É um absurdo o ministro falar que é ‘zebra gorda’ um professor que ganha de 15 a 20 mil reais. Os professores que chegam a ganhar um valor aproximado a este estão no final de carreira, depois de 30, 40 anos produzindo conhecimento para melhorar o país. Absurdo são as mordomias do Judiciário, do Legislativo e do Executivo. Absurdo é pagar deputado para votar contrarreformas que retiram direitos dos trabalhadores", criticou Eblin Farage, secretária geral do ANDES-SN.

Autorregulação das universidades privadas

No mesmo evento, Weintraub defendeu um sistema de autorregulação das universidades privadas. “O que o governo vai fazer por vocês? Nada. Vocês têm que se virar. Vou começar por essa provocação: façam autorregulação. Mercado financeiro tem. Vocês têm que se reunir e buscar soluções”.

Em entrevista coletiva após a fala, o ministro afirmou que autorregulação é “respeitar os indivíduos e instituições legítimas para tomar suas próprias decisões”. 

“Isso significa menos fiscalização do MEC, mas criam-se duas camadas: a fiscalização estatal e a autorregulação. O setor se autorregula e o estado fiscaliza cada um deles e vê se a autorregulação está funcionando corretamente”, propôs. "Pedir a faculdades privadas para elaborar o seu próprio sistema de autorregulação é comparável a colocar a demarcação de terras indígenas e a agricultura familiar sob o julgo do agronegócio. O Estado é que tem a obrigação de criar autorregulação da Educação, em especial a do setor privado, que é um grande mercado no Brasil”, ressaltou Eblin Farage.

Confira a nota de repúdio do ANDES-SN 

 

Fonte: ANDES-SN

Sexta, 27 Setembro 2019 14:15

 

Maioria dos estudantes, docentes, técnicos e comunidade regional de todos os campi votaram favoráveis ao pedido de destituição

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Votação em Chapecó teve 768 votantes. Foto: Assessoria Sinduffs/Sindtae

Realizadas nesta quarta-feira (25) e quinta-feira (26), as assembleias em caráter consultivo sobre a Proposição à Presidência da República da destituição de Marcelo Recktenvald do cargo de Reitor da UFFS. Recktenvald ocupava o terceiro lugar na lista tríplice enviada ao Executivo após o processo de consulta para a Reitoria da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), mas foi nomeado pelo presidente no início de setembro.

Depois disso, os campi da UFFS se organizaram para realizar assembleias universitárias. Na última quarta feira, estudantes, docentes, técnicos e comunidade regional da universidade se reuniram em Passo Fundo e Laranjeiras do Sul e votaram em maioria a favor do pedido de destituição. 

Em Chapecó, Cerro Largo, Realeza e Erechim, as assembleias aconteceram na noite desta quinta-feira (26). 

Em Passo Fundo, foram 47 votos favoráveis, 14 contra e 2 abstenções, enquanto em Laranjeiras foram  110 votos favoráveis, 24 contrários e 2 abstenções. 

Em Chapecó, assembleia contou com 768 votantes, sendo 753 votos favoráveis, o que representa 98,04% dos participantes. Foram 9 votos contrários, 4 abstenções e 2 nulos.

Em Erechim, foram 538 votos, sendo 504 favoráveis, 17 contrários, 9 abstenções, 5 nulos e 3 em branco. Os votos favoráveis representam 94%.

Na assembleia realizada em Realeza, 120 votantes a favor, 5 contrários e 2 abstenções, totalizando 127 votos, sendo 94,48% a favor da destituição.

Em Cerro Largo, com 101 votos totais, foram 98,01% favoráveis a destituição, sendo 99 votos a favor, 01 contra e 01 abstenção.

VOTAÇÃO TOTAL

Somando as votações realizadas em todos os campi, o total de votantes foi de 1733 pessoas. Destas, 1633 votaram favoráveis à destituição de Marcelo Recktenvald, o que representa 94,22% dos votos. 

Os votos contrários somaram 70, sendo 4,39% do total. Ainda, houve 19 abstenções (1,09%), 7 votos nulos (0,40%) e 4 brancos (0,23%).

 

Fonte: Sinduffs (com edição da Adufmat-Ssind)

 

Quinta, 26 Setembro 2019 12:16

 

 

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O Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
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JUACY DA SILVA*
 

Conforme podemos ler na Bíblia Sagrada, tanto no velho quanto no novo testamento, os profetas tiverem um papel significativo na vida do povo de Deus. Eram eles que denunciavam as injustiças, as iniquidades, a corrupção dos governantes da época, que, lamentavelmente ainda está presente nos dias de hoje no Brasil e em tantos outros países.


Enfim, eram os profetas que abriam a boca e exortavam os donos do poder, os governantes quanto aos seus erros e a importância do respeito que a gente simples, os trabalhadores e excluídos merecem, que só com a verdade e com a equidade poderia ser construído um reino próspero e realmente humano.


A cada momento, principalmente os mais decisivos, os mais angustiantes, ao longo da história surgem os profetas para denunciarem tudo o que esteja errado, seja em um país ou na dimensão planetária. Por esta razão, os profetas e as profetizas falam as verdades que os potentados, os donos do poder, os governantes que se colocam sempre acima das massas, enfim, os poderosos e seus asseclas/aliados não gostam de ouvir.


Muitos profetas foram mortos ao longo da história, na vã ideia de que ao matarem os profetas suas mensagens iriam desaparecer. Mas foi o próprio Cristo quem disse, ao final de uma parábola, que “ Se calarem os profetas, até as pedras falarão”, querendo com isto dizer que ninguém consegue calar a voz da verdade, a voz da justiça, a voz em defesa de quem não tem voz e nem vez.


Sempre é bom lembrar de alguns desses profetas modernos, cada qual com sua voz defendendo causas relacionados com o bem comum, com a liberdade, com os direitos humanos, com a justiça social e contra todas as formas de exploração, preconceitos. Ghandi, o profeta da não violência que conseguiu libertar a Índia do jugo colonialista da Inglaterra; Martin Luter King que lutou contra a discriminação racial nos EUA, com sua celebre frase “Eu tenho um Sonho”, o seu sonho era de que um dia negros e brancos e pessoas de todas as raças e origens deveriam ser tratados igualmente; Chico Mendes que lutou em defesa da Floresta amazônica, que ainda hoje está sendo impiedosamente destruída e consumida pelas chamas; Malala, uma jovem que por sua luta na defesa dos direitos das meninas do Paquistão poderem estudar e agora, esta nova profetiza Greta Thunberg que está levando sua mensagem, que também é a mensagem de bilhões de pessoas preocupados com as mudanças climáticas, com o aquecimento global, com o derretimento das calotas polares e geleiras, com a insensibilidade e incúria da maioria dos governantes mundo afora.


Há dois dias, na última quarta feira, 25 de Setembro de 2019, um dos jornais mais influentes não apenas do Reino Unidos, mas também da Europa, o The Guardian, veiculou uma matéria sobre esta menina sueca, de apenas 16 anos, de estatura baixa, mas com uma voz ponderosa, dizendo que a mesma foi a estrela maior durante os trabalhos da reunião do clima, denominado de Ação Climática, promovida pela ONU, como o mais importante evento que antecedeu a Abertura oficial dos trabalhos da Assembleia Geral da mesma.


Segundo o The Guardian, esta adolescente, que não teve medo de cruzar o Oceano Atlântico da Suécia até Nova York, em um pequeno veleiro movimentada a energia solar, para vir a esta reunião da ONU e falar diante de governantes famosos, estrelas mundiais, poderosos e muitos também extremamente prepotentes, que imaginam saber de tudo, poder fazer tudo, ignorando até mesmo verdades científicas, como as de centenas de cientistas, na forma de alerta para a catástrofe climática que já estamos vivendo.


Foi exatamente nesta reunião, com o apoio decisivo do Secretário Geral da ONU, Antônio Guterres, que Greta Thunberg demonstrou sua coragem, sua determinação, sua capacidade de falar a verdade em qualquer lugar, sua tenacidade em levar a mensagem que ela e bilhões de pessoas acreditam quanto à urgência de que ações sejam tomadas por todos os governos e governantes mundo afora, para reduzir drasticamente os níveis de poluição do ar, o maior responsável pelo aquecimento global, pela emissão dos gases que provocam o efeito estufa, pelo aquecimento dos oceanos e aumento das catástrofes climáticas.


Em sua fala emocionada, que a todos os presentes e aos que a assistiram pelos meios de comunicação, demonstrou firmeza, coragem e preparo em uma área não apenas complexa mas também controvertida. Muitos céticos quanto às mudanças do clima que vivem envoltos no que eu denomino de OBSCURANTISMO AMBIENTAL ou ECOLÓGICO, além de não acreditarem na mensagem que Greta Thunberb está levando aos quatro cantos do mundo, ainda começaram a atacar esta profetiza do meio ambiente.


Já que não podem confrontar com a verdade contida em sua mensagem, tentam desconstruir sua imagem, invocando inclusive, de uma forma nada ética e até mesmo perversa que ela sofre de alguma doença, como o autismo, em uma demonstração de mais um preconceito contra milhões de pessoas que sofrem com esta doença ao redor do mundo.


Greta Thunberg disse na cara dos governantes presentes à reunião do clima da ONU e também através dos meios de comunicação aos que não estiveram presentes ou foram excluídos da reunião por não terem feito o dever de casa, como o Governo brasileiro; que a insensibilidade, a incompetência e o descaso dos mesmos em relação ao meio ambiente em geral e às mudanças climáticas em particular estão roubando a esperança não apenas das atuais, mas sim, das futuras gerações; que os modelos econômicos existentes na maioria dos países só induzem ao lucro imediato  e na acumulação de riquezas em poucas mãos em detrimento da grande maioria da população e do planeta, da biodiversidade, das pessoas; que esta insensibilidade e irresponsabilidade dos governantes estão matando as pessoas e destruindo irreparavelmente o planeta.


Disse que a cada ano, não apenas nas reuniões da ONU mas também em outros fóruns internacionais esses mesmos governantes ou quem os antecederam ou irão sucede-los falam bastante, proferem belos discursos, mas tudo não passa de palavras e as ações que poderiam mudar este roteiro de destruição e sofrimento não surgem e a cada ano as mudanças climáticas e suas consequências são maiores e muito piores, só não vê quem não quer.


Antes de sua presença e discursos na ONU, Greta Thunberg já esteve falando, dizendo as mesmas coisas, levando a mesma mensagem ante o Parlamento Europeu; participou de uma conferência do clima na Austrália; esteve com o Papa Francisco, com o Presidente Macron, da França e outros chefes de Estado e de Governo e tem concedido, talvez, centenas de entrevistas a canais de televisão, rádio ou outros veículos de comunicação, onde e quando não se cansa de levar avante esta sua cruzada que começou como algo despretensioso, uma menina franzina que todas as sextas feiras se recusava a ir a escola para ir protestar, silenciosamente, com um cartaz escrito a mão em uma cartolina ou pedaço de papelão, em frente ao Parlamento Sueco, dizendo “Greve nas escolas pelo clima”.


O resultado em pouco tempo, apenas um ano foram as grandes manifestações, reunindo milhões e milhões de pessoas ao redor do mundo, mais de 500 cidades, inclusive varias no Brasil e também nos EUA e outros países, como aconteceu na última semana.


Dizem que a verdade incomoda, que a verdade dói, que a verdade provoca calafrios. É com a verdade que Greta Thunberg está alimentando sua mensagem em defesa da vida e do planeta, por isso, já está começando a sofrer ataques, injúrias e difamação por parte de pessoas e grupos ultra conservadores, que imaginam que em nome do progresso e do bem estar de uma minoria, seja nos diversos países ou no planeta como um todo, podemos destruir impiedosamente o meio ambiente, gerando mais pobreza, miséria e sofrimento.


Precisamos de centenas, milhares, milhões de Greta Thunberg neste momento de crise e calamidade ambiental, de destruição das florestas, de poluição do ar, de matrizes energéticas baseadas em combustíveis fósseis, de uso abusivo de agrotóxicos que estão afetando a saúde dos consumidores e matando milhões de pessoas.


Com certeza a voz e a mensagem de Greta Thunberg não vão ser ouvidas por grileiros, madeireiros que invadem terras indigenas, que desmatam as florestas, quem provocam queimadas como as que acontecem no Brasil, na Bolívia e outros países, por mineradoras e garimpeiros que retiram riquezas do sub-solo e deixam crateras e desastres como de Mariana, Brumadinho, Barcarena e outros mais; de latifundiáiros e portentados do agronegócio que se recusam a ver que o meio ambiente não pode ser apenas para uso e em busca de lucros imediatistas e também, esta mensagem não é ouvida por governantes de índole totalitária, que desejam apenas  os votos dos eleitores e depois, ignoram a população quando da definição e implementação das ações governamentais. Por governantes demagogos, que mistificam e destorcem os fatos e usam de mentiras e meias verdades para tentarem enganar a opinião pública.


Em todos os momentos de crise, quando os desafios são enormes que a muitos parecem impossíveis de serem vencidos, são nesses momentos que surgem os profetas e profetizas. Quando os profetas e profetizas são calados por quem quer que seja, principalmente as forças ponderosas dos interesses econômicos, com certeza outros profetas e profetizas irão surgir e ocupar o lugar de quem foi calado ou eliminados fisicamente, mortos, como tem acontecido com diversas lideranças indigenas, de trabalhadores rurais, de ambientalistas, religiosos e de quem tenha abraçado a causa dos direitos humanos como sua missão.


Por tudo isso, podemos ter a certeza, como bem disse Greta Thunberg, citação em ingles ““You are failing us. But the young people are starting to understand your betrayal… We will not let you get away with this… The world is waking up. And change is coming, whether you like it or not. We never forgive you, never” Traduzindo, dizendo na cara de diversos líderes mundiais presentes ao Encontro do clima da ONU, inclusive Trump que deu uma “passadinha”, mesmo antes tendo dito que não atenderia a reunião do clima, “Voces estão falhando. Nós, os jovens, estamos começando a entender a enganação de voces,  não vamos deixar voces escaparem disso…O mundo está acordando e as mudanças estão chegando, quer voces queiram ou não”  e para finalizar completou…”Nós não iremos perdoar voces jamais”.


Acessando o Youtube, podemos ouvir Greta Thunberg em suas diversas manifestações, ela traz uma mensagem forte, verdadeira, urgente, comovente e que chama a todos, crianças, adolescentes e jovens que representam as gerações que viverão em um mundo muito mais ameaçado pelas mudanças climáticas, pela degradação do meio ambiente e por idéias malévolas que são consideradas como OBSCURANTISMO AMBIENTAL.


Sua mensagem também é um apelo para adultos e idosos que já estão sofrendo com as mudanças climáticas e com o aquecimento do planeta, mas nem de longe podem imaginar o que realmente será o futuro, se nada for feito agora, com a urgência que esta questão nos impõe.


A omissão, a irresponsabilidade e descaso em relação ao meio ambiente, tanto por parte de governantes quanto de empresários e também da população, com sistemas de produção poluidores e hábitos de consumo perdulários, estão, na verdade criando um inferno  no planeta terra.


É sobre isto que esta profetiza do século 21 está levando sua mensagem de alerta quanto `a catástrofe ambiental em curso, mas, ao mesmo tempo, esta é uma mensagem de esperança, que, se ações concretas e não  belos discursos, como enfatizou o Secretário Geral da ONU, forem tomadas, de fato agora, ainda existe esperança para reverter este futuro sombrio anunciado.


*Juacy da Silva, professor titular e aposentado UFMT, sociólogo, mestre em sociologia, colaborador de alguns veículos de comunicação. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy 

Quinta, 26 Setembro 2019 10:24

 

A Diretoria da Adufmat-Ssind, no uso de suas atribuições regimentais, convoca todos os sindicalizados para Assembleia Geral Ordinária a se realizar:
 
Data: 30 de setembro de 2019 (segunda-feira)
Local: AUDITÓRIO DA ADUFMAT 
Horário: às 13h30 com a presença mínima de 10% dos sindicalizados e às 14h, em segunda chamada, com os presentes.

Pontos de Pauta:
 
 
1 – Informes;

2 – Análise de Conjuntura;

3 – Paralisação da Educação dias 02 e 03 de outubro;

4 – Fora Bolsonaro! Fora Bolsonaro?
 
 
 
 
 
  
 
 
 

Cuiabá, 25 de setembro de 2019.


Aldi Nestor de Souza
Diretor Geral da ADUFMAT-Ssind

Quinta, 26 Setembro 2019 09:31

 

Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), os casos de depressão aumentaram 18% em dez anos (2010-2018) e até 2020 será a doença mais incapacitante do planeta. Junto a esse dado, outro índice também é alarmante: a cada 40 segundos uma pessoa tira a própria vida no mundo.

 

O Brasil ocupa o 8º lugar em números absolutos e a 113ª posição na média mundial, embora acredita-se que há subnotificação dos casos. De 2007 a 2016, segundo dados do Ministério da Saúde, 106.374 pessoas morreram dessa forma. Somente em 2016, foram registradas 3.097 mortes de adolescentes e jovens de 10 a 29 anos.

 

O tema ainda é um tabu. Incompreendido, assustador, triste. Mas cada vez mais vem se ampliando o debate sobre essa realidade.

 

No país, a campanha Setembro Amarelo ganhou destaque desde que foi criada pelo CVV (Centro de Valorização da Vida), pelo Conselho Federal de Medicina e pela Associação Brasileira de Psiquiatria, em 2015, inspirada no Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio (World Suicide Prevention Day), da Associação Internacional de Prevenção do Suicídio (IASP, na sigla em inglês).

 

Apesar de ser um fenômeno social presente ao longo da história da humanidade, associado a uma série de fatores psicológicos, culturais, sociais e econômicos, o crescimento dos casos em todo o mundo coloca em debate as condições da sociedade atual.

 

Dois estudos realizados pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e conduzidos pelos psiquiatas Jair Mari, Elson Asevedo e Denisse Jaen-Varas revelam que, entre os anos de 2006 e 2015, as taxas de suicídio em adolescentes no Brasil aumentaram 24%. Indicadores socioeconômicos, particularmente desigualdade social e desemprego, foram considerados determinantes sociais relevantes nesse tema.

 

Os levantamentos, publicados na revista científica Brazilian Journal of Psychiatry e na Current Opinion in Psychiatry, foram realizados em seis grandes cidades brasileiras (Porto Alegre, Recife, Belo Horizonte, Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo).

 

De acordo com as pesquisas, níveis mais altos de desemprego foram associados a maiores taxas de suicídio. “Sentimentos de desesperança e inutilidade, que frequentemente ocorrem em quadros depressivos, são frequentemente vistos como mecanismos psicológicos desencadeantes do comportamento suicida. Esses mesmos sentimentos parecem muito prevalentes na geração de jovens desalentados, sem propósitos claros, que nem trabalham nem estudam”, analisa o psiquiatra Elson Azevedo.

 

Segundo o professor Jair Mari, do Departamento de Psiquiatria da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp), o jovem enfrenta um mercado de trabalho com baixas ofertas e um momento de mudanças tecnológicas que exigem cada vez mais qualificação diferenciada em escolas despreparadas.

 

“Nos extratos de baixa renda esses problemas se acentuam, o que pode induzir jovens a buscar alternativas como o tráfico de drogas e a prostituição infantil”, acredita Mari.

 

“A desigualdade social, os altos índices de violência e a expansão do mercado de drogas são fatores que se interpenetram e, a partir deles, surgem casos de risco ao suicídio”, complementa o pesquisador.

 

O Brasil é campeão de casos de depressão na América Latina. Quase 6% da população, um total de 11,5 milhões de pessoas, sofrem com a doença, segundo dados da OMS. É grande também o número de casos de transtornos de ansiedade e síndrome do pânico. Em 2015, 18,6 milhões de pessoas sofriam com transtorno de ansiedade no Brasil.

 

“Toda morte que ocorre em uma sociedade diz algo sobre essa sociedade. E a gente precisa refletir sobre o processo que a gente vive, a fragilidade dos nossos vínculos”. A reflexão é da psicóloga Ana Sandra Fernandes, vice-presidenta do Conselho Federal de Psicologia (CFP), em entrevista no Jornal Brasil Atual. Ouça a entrevista completa AQUI.

 

“O problema do suicídio é sério, complexo, multideterminado e precisa de políticas públicas efetivas para dar conta desse fenômeno. É muito importante a existência do Setembro Amarelo, mas a gente compreende também que não é suficiente para abordar os aspectos que envolvem o suicídio. É preciso falar de saúde mental e da prevenção ao suicídio todos os meses e todos os dias do ano”, disse Ana.

 

O contexto atual, que impõe praticamente uma inversão de prioridades na vida das pessoas, é um dos fatores que pode agravar o problema. “A sociedade capitalista exige cada vez mais, que a gente trabalhe, consuma, e parece que as relações vão ficando relegadas a um segundo plano. Temos observado de uma forma assustadora como a necessidade de atenção e afeto está muito presente na vida e no relato das pessoas e dos jovens. E estas relações vêm trazendo a gente algo que precisamos efetivamente pensar. Talvez seja urgente que retomemos conceitos de humanização”, propõe.

 

Os transtornos na saúde mental, o estresse, a ansiedade e os suicídios também são realidade nos locais de trabalho. A causa de quase um terço dos casos de afastamento no trabalho e pagamentos de auxílio-doença (30,67%) é transtorno mental provocado pelo ambiente de trabalho. Os dados são de um levantamento feito em 2017 pelo Ministério da Previdência.

 

Um estudo do Laboratório de Teoria Social, Filosofia e Psicanálise da Universidade de São Paulo – USP – (Latesfip) atesta que os transtornos mentais são resultados de um processo de exploração em que o trabalhador é submetido ao seu limite, a fim de atender aos interesses das corporações.

 

De acordo com o psicanalista Christian Dunker, professor da USP, o neoliberalismo descobriu que o sofrimento pode ser gerenciado e capitalizado para fazer o trabalhador aumentar a produtividade. A ideologia neoliberal, afirma o professor, aliena os cidadãos induzindo-os a aceitar que quanto mais são pressionados, mais eles produzem e, portanto, mais inseridos no sistema eles permanecem.

 

Opressão e suicídio

 

Um relatório chamado “Transsexualiadades e saúde pública no Brasil” apontou que o suicídio é uma das principais causas de morte de travestis, mulheres transsexuais e homens trans no Brasil. O relatório ainda aponta que 85,7% dos homens trans já pensaram ou tentaram cometer suicídio.  Outros estudos também evidenciam o cruzamento da questão racial e a maior pressão sobre a população trans não branca.

 

Para Marcela Azevedo, integrante do Movimento Mulheres em Luta, esse fator está diretamente relacionado com o fato dos setores oprimidos da classe trabalhadora sofrerem com maior peso as mazelas do capitalismo.

 

“Infelizmente, o sofrimento dos setores oprimidos é o que permite ao capitalismo garantir maior lucro. Por isso, as péssimas condições de trabalho – quando se consegue trabalho-, aliado ao aumento da discriminação, deixam esse setor da classe trabalhadora muito mais exposto ao adoecimento e as medidas trágicas”, disse.

 

“Discursos de ódio como os reproduzidos e incentivados pelo atual governo Bolsonaro tem aumentado esse risco, além da falta de serviços que possam dar a assistência devida à população. Por isso, o Setembro Amarelo é importante, mas insuficiente”, opinou.

 

Marcela, que também é terapeuta ocupacional e atua na área de saúde mental, destaca ainda que a política da burguesia e suas instituições é responsabilizar o indivíduo pelo adoecimento e pelo fim da própria vida.

 

“As religiões, em sua maioria, condenam a pessoa que cometeu suicídio e pressionam mais ainda aquelas que tentaram. Os serviços de saúde sucateados não dão conta da demanda e a sociedade, de modo geral, ainda trata os sintomas da depressão como fraqueza ou falta de vontade de reagir. Enquanto isso, o governo tenta privatizar o SUS e retirar as mínimas liberdades democráticas o que só aprofunda a situação de adoecimento social”, denuncia.

 

“É preciso pensar mecanismos coletivos de prevenção do suicídio, amparado em investimento e fortalecimento da rede pública de assistência psicossocial, assim como a luta para que essas políticas públicas devem vir associadas com a luta pela destruição desse sistema que tem em sua essência promover o adoecimento e a morte dos trabalhadores”, concluiu.

 

Fonte: CSP-Conlutas (com informações de Rede Brasil Atual e Unifesp)

 

Quarta, 25 Setembro 2019 08:59

 

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, reafirmou em entrevista nesta segunda-feira (23) ao jornal O Estado de S. Paulo a intenção de contratar docentes e técnico-administrativos através de processos seletivos simplificado, via Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).

Essa proposta já consta no programa Future-se, apresentado em julho pelo MEC, quando aponta que a gestão das universidades e institutos federais passará a ser feita através de Organizações Sociais.

O presidente do ANDES-SN, Antonio Gonçalves, ressalta que a intenção de burlar a contratação através de concurso público, via Regime Jurídico Único (RJU) é uma das estratégias para desmonte da Educação Pública Federal e do modelo de universidade baseado no tripé ensino-pesquisa-extensão, defendido pelo Sindicato Nacional.

“Nós defendemos o RJU, como forma de estruturar a educação pública. É fundamental que os servidores – docentes e técnicos - sejam selecionados com isonomia, a partir de um concurso, e que, a partir de concuursos e que haja estabilidade para que não fique à mercê do governo da vez, sendo pressionado e ameaçado de demissão. Além disso, é importante que os critérios de avaliação não sejam critérios produtivistas e meramente meritocráticos, na perspectiva do mercado, como o Ministro tem dado a entender”, explica.

O dirigente do Sindicato Nacional ressalta ainda que os processos de avaliação já existem, e que deveriam ser acompanhados de uma avaliação das condições da instituição, uma vez que o resultado final não é fruto apenas do trabalho docente, mas depende também das contrapartidas do Estado em garantir recursos e oferecer boas condições de trabalho.

Para Gonçalves, a intenção de contratação via CLT no serviço público tem como propósito aparelhar o Estado e precarizar ainda mais as condições de trabalho através da flexibilização, perseguição de servidores, o que resultará em alta rotatividade de quadros que devem ser permanentes para garantir a qualidade do serviço. “O RJU oferece certa imunidade e proteção aos trabalhadores, inclusive contra os ataques dos diversos governos. Porque somos trabalhadores do Estado e não do governo da vez”, salienta.

Na entrevista ao periódico, Weintraub cita a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) como exemplo de contratação celetista no serviço público e uma forma de diminuir o impacto dos salários no orçamento da Educação.

Antonio Gonçalves aponta que a afirmação do ministro comprova como o ANDES-SN e outras entidades estavam corretos em criticar a criação da Ebserh. “Naquela época [2011], inaugurava uma nova lógica que é a de desmontar o RJU, atacando desse modo os serviços e os servidores públicos, e que agora é usada como exemplo pelo governo Bolsonaro para nos atacar ainda mais”, afirma o presidente do Sindicato Nacional.

O ministro da Educação afirma ainda, ao Estado de S.Paulo, que a folha de pagamento representa cerca de 85% da verba das universidades federais. “Isso pode até ser verdade, mas o orçamento foi tão achatado que o impacto da folha aumentou. Se não fosse esse achatamento do orçamento, o impacto da folha seria bem menor”, contrapõe Gonçalves.

Weintraub critica também o aumento no número de contratações no MEC – de 200 mil para 300 mil servidores -, que segundo ele se deu nos mandatos petistas. O ministro ignora a expansão da rede federal de Educação, tanto com ampliação da quantidade de Institutos Federais como de Universidades que ocorreu no mesmo período.

O presidente do ANDES-SN afirma que esse número ainda está aquém do necessário para se ofertar educação pública de qualidade e um bom atendimento à população usuária dos serviços ofertados pelas instituições federais de ensino.

Antonio reforça ainda que a fala do ministro busca, mais uma vez, apontar o servidor público como grande vilão da crise pela qual passa o Estado brasileiro. No entanto, a quantidade de servidores públicos no Brasil é muito menor do que a média de muitos países.​

“Se pegarmos a nossa população e a quantidade de servidores públicos que nós temos, o percentual no Brasil é muito inferior a de diversos outros países, inclusive de países do capitalismo central, que têm um quadro de servidores muito maior do que o nosso”, acrescenta.

De acordo com dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), à qual o governo Bolsonaro trabalha para que o Brasil integre, em 2015 a cada 100 trabalhadores brasileiros, 12 eram servidores públicos. A média é a mesma verificada nos demais países da América Latina. Já nos países mais desenvolvidos, esse percentual costuma ser quase o dobro (21%).

Já o número de servidores públicos em relação ao total da população brasileira representava apenas 1,6%, enquanto que nos Estados Unidos esse percentual é de 15,3%.


Rejeição ao Future-se

Até o momento, o Conselho Universitário de 25 universidades já se posicionaram contrários a adesão ao programa Future-se. Confira:

Universidade de Brasília (UnB)
Universidade Federal de Goiás (UFG)
Universidade Federal do Cariri (UFCA)
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
Universidade Federal do Ceará (UFC)
Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf)
Universidade Federal de Roraima (UFRR)
Universidade Federal do Amapá (Unifap)
Universidade Federal do Amazonas (Ufam)
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop)
Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ)
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
Universidade Federal do ABC (Ufabc)
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Universidade Federal Fluminense (UFF)
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)
Universidade Federal de Pelotas (UFPel)
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Universidade Federal do Paraná (UFPR)
Universidade Federal do Rio Grande (Furg)
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Universidade Federal do Pará (UFPA)

 

Fonte: ANDES-SN

Terça, 24 Setembro 2019 11:07

 

Os metalúrgicos da Embraer, em São José dos Campos (SP), aprovaram nesta terça-feira (24) greve por tempo indeterminado em razão do impasse na Campanha Salarial da categoria. É a primeira paralisação deflagrada após a aquisição da empresa pela Boeing este ano.

 

 

Os trabalhadores rejeitaram a proposta patronal que insiste em arrocho salarial e redução de direitos. Sem conceder aumento real de salários há quatro anos, a empresa ofereceu apenas reajuste de 3,28% (referente a inflação de setembro de 2018 a agosto de 2019).

 

Além disso, a Boeing/Embraer quer excluir do Acordo Coletivo de Trabalho a cláusula que garante estabilidade aos trabalhadores lesionados, bem como a liberação irrestrita da terceirização na empresa.

 

O ataque aos direitos é rechaçado pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e região, filiado à CSP-Conlutas. Os trabalhadores reivindicam 6,37% de reajuste e renovação da Convenção Coletiva na íntegra.

 

Segundo o diretor do Sindicato e trabalhador da Embraer Herbert Claros, os trabalhadores estão no limite e não irão mais aceitar a retirada de direitos. “A terceirização já é uma prática adotada pela Boeing em suas plantas e agora quer impor isso a qualquer custo na região. Há quatro anos a Embraer não aplica aumento real aos salários. Mesmo assim, a empresa reajustou o convênio médico em 17%, disse.

 

Desde as primeiras horas da manhã, a empresa colocou a Polícia Militar para intimidar e pressionar os trabalhadores a entrarem na empresa. Contudo, a ampla maioria dos metalúrgicos do 1° turno e do administrativo mantêm a decisão de paralisação.

 

“Esta greve mostra não só a insatisfação dos trabalhadores com seus salários, mas principalmente que eles estão dispostos a lutar por seus direitos. É preciso estarmos unidos e mobilizados para enfrentar a ganância da Embraer e da Boeing, que desejam aprofundar a precarização das condições de trabalho para aumentar lucros”, afirmou.

 

Para o dirigente da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Luiz Carlos Prates, o Mancha, Bolsonaro permitiu a venda da Embraer para a Boeing, sacramentando de vez a desnacionalização dessa importante empresa e abrindo caminho para ataques aos trabalhadores.

 

“A primeira medida da nova empresa é retirar direitos dos trabalhadores, como alertamos. Para garantir seus direitos, os trabalhadores devem lutar e, principalmente, saber que é preciso mobilizar pela reestatização desta empresa, que mesmo depois de vendida à Boeing seguirá sendo financiada com dinheiro do BNDES. As plantas da Embraer de Araraquara e Botucatu dirigidas pela CUT e Força Sindical deveriam parar também”, avalia Mancha.

 

“É hora de unificar as lutas com outras categorias em luta, como os trabalhadores dos Correios, petroleiros, trabalhadores das estatais em luta contra as privatizações, servidores públicos, professores, estudantes. Esse é o caminho para derrotar Bolsonaro, Mourão e os patrões”, afirmou.

 

A CSP-Conlutas afirma todo apoio à luta dos trabalhadores e trabalhadoras da Embraer. Estamos juntos!

 

Fonte: CSP-Conlutas

Terça, 24 Setembro 2019 11:02

 

 

 

Moradores do Complexo do Alemão realizaram um protesto, na manhã desse sábado, 21 de setembro, pela morte da pequena Ágatha Félix, de apenas 8 anos, que morreu após ser mais uma vítima da violência no Rio de Janeiro. A menina foi baleada com um tiro nas costas de um fuzil 7.62. A Polícia Militar ainda teve a cara de pau e o desrespeito de acompanhar o protesto com um caveirão e diversas viaturas.

 

Cinco crianças foram assassinadas pela política genocida do governo de Wilson Witzel nas favelas cariocas neste ano de 2019. São elas:

 

– Ágatha Félix. 8 anos, morta com um tiro de fuzil nas costas, no Complexo do Alemão, no última sexta-feira (20);

 

– Kauê Ribeiro dos Santos. 12 anos, assassinado com um tiro na cabeça, no Complexo do Chapadão, no último dia 7;

 

– Kauan Rosário. 11 anos, assassinado em Bangu, em 16 de maio;

 

– Jenifer Cilene Gomes. 11 anos, também assassinada, na porta de casa, durante uma ação da PM de Witzel, em 15 de fevereiro.

 

– Kauan Peixoto, 12 anos, baleado, em março, na comunidade da Chatuba, quando saiu de casa para comprar um lanche, em 16 de março.

 

Além desses, mais onze crianças foram baleadas, mas conseguiram sobreviver.

 

 

“Não dá pra aceitar. Não dá pra se calar. Não dá pra dizer que é ‘coisa da vida’ ‘é vontade de Deus’. É maldade alimentada por ganância. É crueldade que se justifica pela lógica insana de um mundo que gera Witzels e Bolsonaros e lhes concede o ‘direito’ de se sentirem superiores, acima de quaisquer leis. É um escárnio brutal contra a própria humanidade”, declarou Wilson Honório da Silva, do Quilombo Raça e Classe, indignado em suas redes sociais.

 

A CSP-Conlutas reforça: É inaceitável a política de morte institucionalizada no Rio de Janeiro. Foram 434 mortes apenas no primeiro trimestre do ano. Sob o argumento de uma política de segurança o governo Witzel, com permissão do governo Bolsonaro/Mourão, mata, destrói famílias nas favelas, mata crianças, mata trabalhadores.

 

“É a política que incita a morte, que faz disparos de helicópteros em cima de casas e escolas, que faz dias de operações com invasões a domicílios e comete abuso de autoridade”, denúncia nas redes sociais a Maré Vive.

 

“Não há ‘diálogo’ possível com um sistema baseado na marginalização, enraizado no racismo, governado por um bando de canalhas covardes e asquerosos como Witzel e sua corja e cujos privilégios são mantidos e garantidos por facínoras que, sob a farsa das UPPs ou na forma de milícias, nada mais são do que assassinos a mando do Estado”, repudia Wilson.

 

Este é um sentimento que se estende por toda a CSP-Conlutas. É preciso transformar o luto em luta! É mais do que necessário reunir forças e derrotar essa política de ultradireita e seus governantes.

 

BASTA! Participe dos protestos que começam a ser organizados:

 

 

Fonte: CSP-Conlutas

Terça, 24 Setembro 2019 10:19

 

 

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O Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
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JUACY DA SILVA*

 

No Brasil, a Lei federal 11.133, de 14 de julho de 2005, instituiu o Dia Nacional de LUTA da pessoa portadora de deficiência, a ser observada ou “comemorada” como diz o texto da Lei, se é que os deficientes tem muito a comemorar, no dia 21 de setembro, que é também o Dia da Árvore, inicio da primavera, estação da esperança.


Por isso, o mês de Setembro, no Brasil, além de ser Amarelo, de alerta quanto à prevenção dos suicídios, é também o Setembro Verde, em reconhecimento à luta pelos direitos e a dignidade de mais de 52 milhões de pessoas portadoras de algum tipo de deficiência ou com alguma limitação funcional. São mais de 6,5 milhões de deficientes visuais e outros milhões de deficientes físicos ou mentais, que, apesar da Constituição de 1988; das decisões das Assembleias Gerais da ONU, das recomendações da OMS – Organização Mundial da Saúde aos diversos países, inclusive o Brasil, destacando a importância do reconhecimento dessas pessoas enquanto seres humanos, tão dignos e tão humanos quanto a maioria da população que não tem nenhum tipo de deficiência.


No mundo , segundo a OMS, existem em torno de um bilhão de pessoas com algum tipo de deficiência e isto representa 15% da população mundial.

 

Boa parte dessas pessoas nascem com tais deficiências, mas também boa parte deste elevado contingente humano, milhões de pessoas tornam-se deficientes devido à violência urbana, aos conflitos armados, `as guerras civis e guerras entre países ou atos terroristas que acabam dilacerando parcialmente a vida de outros milhões de pessoas, além de acidentes nos sistemas de trânsito e transporte, acidentes de trabalho e até mesmo acidentes domésticos que deixam milhões de pessoas mutiladas ou incapacitadas para o resto da vida, que passam a ser incluídas como pessoas deficientes.


Enquanto no Brasil o DIA DE LUTA em defesa dos direitos e da dignidade das pessoas com deficiência é “comemorando” hoje, 21 de setembro; a ONU, desde 1.992 estabeleceu 03 de Dezembro como o DIA INTERNACIONAL DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA.


De forma semelhante a ONU estabeleceu desde 2006 que 03 de dezembro é também o dia da Acessibilidade, enfatizando que as pessoas portadoras de algum tipo de deficiência também devem ser inseridas no mundo digital e não ficarem à margem dos avanços da ciência e da tecnologia, que cada vez mais está substituindo pessoas por máquinas na era da robótica, da inteligência artificial e da revolução nas comunicações. Se nada ou pouco for feito nesta área as pessoas com deficiência, seja pelas limitações advindas dessas deficiências ou pelas condições de pobreza e precariedade de renda em que vivem a grande maioria das pessoas deficientes, estarão mais excluídas ainda, é o que podemos chamar de exclusão digital e tecnológica.


Conforme  deliberação da Assembleia Geral da ONU de 1982 foi estabelecido  e aprovado o Programa Mundial de Ação a respeito das pessoas com deficiência. A Convenção Internacional sobre os direitos das pessoas com deficiência em seu artigo 25  enfatiza que essas pessoas devem ter acesso a saúde de  melhor qualidade, segundo as necessidades de cada tipo de deficiência e não apenas cuidados paliativos ou descontinuados, agravando sobremaneira as condições de saúde e de vida dessas pessoas , sem qualquer tipo de discriminação.


Além dos cuidados com a saúde, como um direito universal aos portadores de deficiência outro direito fundamental, que, lamentavelmente não tem sido cumprido integralmente são as questões da mobilidade e da acessibilidade. Tudo isso é dever do Estado prover e não através da caridade publica, como seu as pessoas com deficiência fossem párias sociais, como ocorria há séculos.


Basta darmos uma olhada em nossos hospitais e demais sistemas e unidades de saúde para constatar que a população pobre em geral e as pessoas deficientes, geralmente também as mais pobres não tem seus direitos e dignidade respeitados, são atendidos com negligência, as vezes com maus tratos, sem segurança, enfim, são discriminadas velada ou abertamente.


O mesmo acontece com a mobilidade e acessibilidade que é praticamente inexistentes na maior parte dos municípios e sistemas de transporte e de transito. As ruas não tem sinalização adequadas/sonoras para surdos ou pisos táteis para cegos, não tem faixas de pedestres, as calçadas são uma vergonha em todas as cidades brasileiras, com lixo, buracos, degraus, obstáculos de toda ordem, incluindo carros e motos estacionadas, material de construção e sacos de lixo amontoados nas referidas calçadas.


Tudo isto impede que as pessoas com deficiência possam ter o direito de ir e vir, direito `a mobilidade e acessibilidade tolhidos e desrespeitados, ante a complacência de governantes, gestores públicos e até mesmo ante o olhar complacente e omissões dos organismos de controle e defesa dos direitos dos cidadãos em geral e dos deficientes em particular como os Ministérios Públicos Federal e Estaduais e as defensorias publicas e conselhos de defesa correspondentes.


Ora, se existem Leis federais, estaduais e municipais, resoluções da ONU, convenções internacionais que o Brasil é signatário, regulamentos e normas como da ABNT, que estabelecem os direitos das pessoas com  deficiência e existem os órgãos de controle, os chamados “fiscais da Lei”, porque tudo é simplesmente ignorado e nada funciona? Porque as Prefeituras, os Estados e a União, como entes públicos também não cumprem as Leis e nem exercem o poder de policia?


Com muita frequência podemos constatar degraus, escadas e outros tipos de obstáculos, falta de rampas, falta de elevadores em edifícios públicos federais, estaduais e municipais,  escolas com obstáculos limitadores `a mobilidade de pessoas com deficiência, sem que nada disso seja corrigido e garantidos os direitos das pessoas com deficiência, como no caso de cegos, deficientes visuais, cadeirantes e outros mais que são discriminados nas escolas publicas ou outros organismos públicos, onde  documentos e livros não estão em braile, como deveria ser ou a falta de interpretes em libras, linguagem  de sinais para os surdos. Nas escolas existe uma ênfase para o aprendizado do português e de línguas estrangeiras, mas interpretes e o ensino da linguagem de libras e livros em braile não existem, isto caracteriza uma forma, dentre tantas outras que discriminam as pessoas deficientes.


Diante de tudo isso, com certeza este 21 de Setembro, e o próprio mês denominado de SETEMBRO VERDE, são e continuam sendo um momento de LUTA na defesa de milhões de brasileiros, que, por serem diferentes, nem melhores e jamais piores do que as demais pessoas, cujos direitos continuam sendo desrespeitados, sendo violados em sua dignidade como seres humanos e como cidadãos.


Esta luta não é para ser travada apenas pelas pessoas deficientes e seus familiares, mas é uma luta geral, que pede e exige o engajamento de todos e todas quanto almejam para nosso país uma sociedade calcada na justiça social, na solidariedade,  no amora o próximo, no respeito, na mobilidade, na acessibilidade e na cidadania plena para todos. Sem tudo isso, falar em estado democrático e de direito, soa como mais uma balela, um engodo!


Por isso, precisamos mobilizar mais a opinião pública, precisamos pressionar mais nossos governantes, gestores públicos e os organismos de controle para que cumpram e façam cumprir as Leis e demais dispositivos do ordenamento jurídico nacional e internacional, nossos governantes precisam governar realmente para todos e não apenas para grupos sociais, políticos e econômicos privilegiados. Não tem sentido os governos federal, estaduais e municipais abrirem mão de centenas de bilhões de reais a titulo de renuncia fiscal e subsídios creditícios a grandes empresas e alegar que não tem recursos ou dotação orçamentária para atender politicas sociais e de assistência social, onde geralmente estão os programas de atendimento `as pessoas com deficiência.


Ser pobre, miserável e deficiente no Brasil não é nada fácil, viver nesta condição é submeter-se a muitas formas de discriminação, humilhação, negligencia, maus tratos e desrespeito à dignidade humana.


Precisamos trazer à tona esta e outras discussões que tratam de fato dos direitos humanos. Alguém precisa dizer aos nossos governantes que direitos humanos não significam defender bandidos e muito menos vagabundos, como com frequência ouvimos de altas autoridades que deveriam zelar para que os direitos das pessoas com deficiência sejam plenamente respeitados, isto também é defender direitos humanos de verdade!


*JUACY DA SILVA, professor universitário, titular e aposentado UFMT, sociólogo, mestre em sociologia, colaborador de veículos de comunicação. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Twitter@profjuacy Blog www.professorjuacy.blogspot.com