Sexta, 10 Julho 2015 13:20

 

JUACY DA SILVA* 

Seguindo a mesma  “escola”  e formas de mistificar  a  realidade que seu criador  e antecessor ex-presidente Lula, a atual presidente Dilma, sempre que acuada pelas notícias, pelos meios de comunicação  e pela opinião pública  tenta desqualificar tanto as acusações quanto seus acusadores.

Parece  que ambos  são mestres na arte de dissimulação  e enrolação  através  de muitas lorotas e bravatas  como a que a mesma  acaba de proferir  em entrevistas durante sua atual viagem  aos EUA. Indagada  e bombardeada pelos jornalistas brasileiros e alguns estrangeiros quanto às denúncias feitas no andamento da operação LAVA-JATO, que apura o maior escândalo  de corrupção  na  história  brasileira, Dilma não se fez de rogada e disse “não  respeitar  delatores”.

Na  sequência  tentou comparar  as denúncias do Presidente  da UTC , uma  das grandes empreiteiras, que  é  acusado de ser o ‘presidente do clube das empreiteiras”  que até pouco tempo tinha livre acesso a gabinetes palacianos  e  ministeriais,  com  as  tentativas que os  agentes dos governos militares  no DOI/CODI tentavam  transformar presos políticos em delatores de “companheiros” que  lutavam contra o governo e o Estado naquela época.

Ninguém ignora que após deixar a presidência da República Lula  viajou algumas vezes em jatinhos da empreiteira Odebrecht  a  outros países onde a referida empreiteira  e outras mais tinham atividades e recebiam financiamentos do BNDES, os quais ainda estão encobertos por um manto de sigilo, verdadeiras operações secretas, que Dilma  vetou para que não se tornassem públicas  e transparentes.

Tal comparação não tem nenhuma relação e representa  uma distorção da história política e institucional brasileira e,  ao  mesmo tempo, é uma  agressão ao ordenamento jurídico estabelecido democraticamente, que oferece aos criminosos  tanto de colarinho branco quanto os bandidos cujos colarinhos são de outras cores, a colaborarem  com a justiça, mediante um acordo livre  e assistido por seus advogados, apresentando dados e informações que facilitem a justiça chegar a atos  praticados por outros criminosos que ainda não prestaram contas à justiça.

Com  certeza a OPERAÇÃO LAVA-JATO,  presidida pelo Juiz Federal Sergio Moro, tendo o apoio  do Ministério Público Federal e as ações  investigativas da Polícia Federal  deverão ir a fundo nessas  denúncias, doa a quem doer, como costuma dizer a Presidente Dilma,  e a verdade deverá vir a tona.

As  denuncias feitas pelo Presidente da UTC  e de outros presos pela operação LAVA-JATO,  não foram  feitas  sob tortura ou qualquer constrangimento, mas amparadas pela  legislação e princípios legais, constitucionais, não precisando a Presidente diga que caberá  a Justiça, ao  Ministério Público  e a Polícia Federal fazer, pois cabe a essas instituições apenas cumprirem  suas missões, investigarem e punirem os culpados.

Se houve dinheiro sujo nas campanhas de Lula, de Dilma e de outros políticos, isso é crime  e como tal  deverá  ser tratado  e os  responsáveis punidos com  os rigores da Lei, afinal vivemos em um Estado de direito e democrático, em uma República, onde todos devem ser tratados de forma igual, sem privilégios.  Está mais do que na hora de o Brasil acabar com a imunidade, o foro privilegiado, os privilégios dos governantes e portentados.  Só  assim o combate `a corrupção  será algo verdadeiro e não apenas para  “inglês  ver”. A denúncia  foi feita formalmente pelo presidente da UTC, cabe agora essas entidades irem a fundo nas investigações.

Desde a década de noventa, portanto há quase vinte anos, o Brasil é signatário de vários tratados internacionais aprovados pela ONU, OEA, OECD e outros mais, para que o combate `a corrupção seja  uma prática efetiva por parte dos governos nacionais.

Apesar disso, diversos casos escabrosos de corrupção, onde o MENSALÃO  e o PETROLÃO – LAVA JATO são os símbolos maiores, ocorreram e continuam a ocorrer durante  os mandatos  de Lula  e Dilma, atingindo figuras importantes de seus governos e do PT e outros partidos aliados no Congresso.

Com  certeza não será com bravatas e lorotas que os atuais donos de poder irão intimidar o Ministério Público, a Polícia Federal e muito menos juízes íntegros como o ex-Ministro Joaquim Barbosa e o Juiz  Federal Sérgio Moro. Estamos em plena  fase da operação “mãos limpas” tupiniquim. Praza  Deus que possamos passar nosso país a limpo e banir os corruptos e as práticas  de corrupção no Governo e meio empresarial como aconteceu na Itália há algumas décadas.

 

*JUACY DA SILVA, professor universitário, fundador, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista de A Gazeta, Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy

Segunda, 15 Junho 2015 14:32

 

JUACY DA SILVA* 

No ultimo  dia 08  deste  mês  de junho foi comemorado  em todos os países o DIA MUNDIAL  DO MEIO AMBIENTE, instituído pela ONU durante a primeira conferência do meio  ambiente  realizada em  Estocolmo na Suécia, em 1972.  Portanto, lá se vão 43  anos desde que o mundo acordou para este  desafio que é cuidar melhor do meio ambiente e preservar  a vida  no planeta.

O tema  deste ano para comemorar o DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE é: “ Sete bilhões de sonhos, um planeta: consuma  com cuidado”. Este  tema chama  a atenção  para os limites de crescimento, de um lado o aumento populacional mundial, hoje somos sete bilhões  e dentro em  breve seremos nove bilhões de pessoas e de outro  os  riscos da degradação ambiental.  O problema não  está apenas em relação `a  pressão que a população exerce sobre os ecossistemas em termos de produção de alimentos, de energia, de matérias primas, de água e do solo, mas principalmente o que isto significa para o futuro da humanidade.

Para efeito de reflexão e das ações que devem ser realizadas pelos  governos de todos os países  e em  todos os níveis de poder em cada país e  também pela população, mas  também  na questão do desperdício que o consumismo esta estimulando. O tema é desdobrado em  quatro dimensões: água,  energia, uso do solo e o consumo acelerado de bens e serviços que acabam representando uma pressão muito grande sobre o meio ambiente.  Para alimentar  uma  população de bilhões de pessoas os sistemas econômicos gastam água, solo e  energia, que são  fatores  escassos  e acabam também sendo degradados  com a erosão, o assoreamento dos rios  e lagos, o  desmatamento continua acelerado em vários países e essa dinâmica econômica, em busca de um lucro a qualquer preço deixa  um rastro de destruição ou o que é modernamente chamado de passivo ambiental.

Pior em tudo isto é perceber de um lado o consumismo que leva a um desperdício de alimentos, cujo custo mundial é superior a 750 bilhões de dólares por ano.  . Mas o desperdício de alimentos também representa o  desperdício de água, de solo  e de energia que foram usados para a sua produção.

Estamos  em pleno período da realização das conferências  municipais de saúde, quando a população de todos os municípios do Brasil está discutindo a situação e os rumos da saúde pública em nosso país. Qual o tamanho do CAOS  em que se encontra a saúde e quais os rumos que devem ser tomados para que este direito constitucional possa  deixar de ser letra morta em nossa Carta Magna  para se transformar  em uma realidade concreta do dia-a-dia das pessoas?

Boa parte das doenças que  a população enfrenta têm suas origens na  degradação ambiental.  As queimadas urbanas e rurais,  os sistemas de produção agrícola assentado sobre o uso exagerado de agrotóxicos, onde o Brasil é o segundo maior consumidor mundial,  a  falta  de saneamento básico, os lixões, os esgotos escorrendo a céu aberto, tudo isso  afeta a saúde da população, principalmente  das camadas mais empobrecidas do país.

O SUS gasta anualmente  mais de 400 milhões de reais  para  tratrar  pessoas que são internadas em decorrência de diarreias, além de muitos outros milhões com doenças respiratórias e outras mais decorrentes da falta de cuidado com o meio ambiente.  Costuma-se  dizer que para cada real investido em saneamento e cuidados  ambientais poderiam ser economizados quatro reais no tratamento de doenças. Saneamento, neste sentido, também  é saúde.

Mais  de 61% da população  brasileira, ou seja, 124  milhões de habitantes não  tem   tratamento de esgoto.  Na  região norte esta é a  realidade  de 83,4%  da população; no Nordeste 76%; no Sudeste 61,;  na região Sul 68%e no Centro Oeste 55,1%.  Ou seja, milhões de brasileiros  convivem  com valões, córregos, rios e oceanos estão morrendo devido `a falta de saneamento.  Na  verdade  são  grandes esgotos a céu aberto, onde animais, lixo e toda  sorte de dejetos produzem mal cheiro e riscos para a saúde da população.

Em  nosso maior  aglomerado urbano de Mato Grosso, por exemplo, Cuiabá  tem  apenas 39,9%  de esgotos tratados e Várzea Grande 21%  e  a média no restante do Estado é de menos de 20%.  Neste  aglomerado que tem pouco mais de 820 mil habitantes 66% da população não é servida por tratamento de esgoto, são aproximadamente  540 mil habitantes, convivendo com uma das formas de degradação ambiental.

A pergunta  que se faz, isto é correto,  é digno? Qual a qualidade de vida dessas pessoas? Qual a saúde que tem? Qual o futuro que nos  espera? Com a palavra  nossos  representantes eleitos, nossos gestores públicos, enfim,  nossos governantes que continuam  insensíveis a  este drama que afeta  dezenas de milhões de brasileiros/as.

 

*JUACY DA SILVA, professor universitário, titular e aposentado UFMT,  mestre  em sociologia, articulista  de A Gazeta. 

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Quinta, 07 Maio 2015 12:39

 

JUACY DA SILVA*


Desde os escritos  de Malthus, principalmente com a publicação intitulada “Ensaios sobre o crescimento populacional”  em 1.798, existe um debate entre  a capacidade de produção de alimentos e matérias primas no planeta e o crescimento demográfico.

Observando o crescimento populacional, a produção de alimentos e a melhoria dos níveis de bem estar nos quatro séculos que antecederam  suas pesquisas, Malthus  resumiu sua teoria afirmando que enquanto a capacidade de produção de alimentos e matérias primas crescia em uma progressão aritmética, o crescimento populacional seguia um projeção geométrica. Se nada fosse feito, com certeza a fome e a mortalidade acabariam se encarregando de restaurar um equilíbrio entre  estes dois vetores.

Em 1800, dois anos após a publicação da obra de Malthus, a população mundial era de aproximadamente UM BILHÃO de habitantes. Cinco décadas  depois, em 1.850,  a população mundial havia atingido  o patamar de 1.265  bilhões, ou seja, foram necessários 50 anos para que o mundo tivesse  este aumento populacional.

Em 2000 a população mundial atingiu 6.090  bilhões  de pessoas e no dia 01 de julho próximo (2015)  seremos 7.325 bilhões  de habitantes no planeta terra. Em apenas 15 anos a população mundial cresceu em 1.163  bilhões de habitantes, ou seja,  4,4  vezes o crescimento de cinco décadas no período após a publicação dos estudos de Malthus.

As previsões  de Malthus não se concretizaram de forma tão catastróficas como ele imaginava, principalmente pelo avanço da ciência e da tecnologia que permitiram uma verdadeira  revolução na produção agrícola, pecuária e de diversas matérias primas animais, vegetais  e minerais.  A fome, mesmo muito presente  em diversas partes do mundo, que  afeta mais de dois bilhões de pessoas, ocorre muito mais pelos desníveis socioeconômicos e exclusão dessas pessoas  do que propriamente pela falta de produção.

Todavia, desde a publicação  da obra “Os limites do crescimento” pelo Clube de Roma  em 1972, além da primeira  conferência do meio ambiente  realizada pela ONU em junho de  1972, em Estocolmo na Dinamarca até a próxima conferência sobre mudanças climáticas, a ser  realizada  entre 30 de novembro e 11 de dezembro deste ano (2015), tanto a ONU quanto diversos organismos internacionais , universidades e instituições de pesquisas governamentais e não governamentais  tem batido na tecla dos limites e hiato entre um  crescimento acelerado da população e como consequência imediata o aumento rápido do consumo, seja decorrente do aumento demográfico em si, seja pelo aumento do poder aquisitivo de grandes massas até então alijadas do Mercado e também pelo enorme desperdício que ocorre em todos os países.

A ampliação da produção e oferta de alimentos e matérias primas  de forma  rápida tem ocorrido em total desrespeito ao meio ambiente, razão pela qual a ONU  tem enfatizado ao longo dos últimos 43  anos a importância  de serem incluídas a ideia  e  as práticas de sustentabilidade, ou seja, o  crescimento econômico tem um prêco ambiental. Não é justo e nem ético que as atuais gerações  deixem  esta fatura para as próximas gerações.  A  maior parte dos recursos naturais  são finitos e a sua exploração sem critérios de sustentabilidade e  respeito ambiental vai aumentar os problemas em todos os países. Recursos como água, solo, subsolo, fontes energéticas  e mesmo o ar, devem ser tratados com parcimônia e respeito pelas  gerações atuais, principalmente  o setor produtivo e os consumidores.

Entre  1972  e os dias atuais vários alertas já foram dados na forma de  estudos, conclusões e recomendações de inúmeros  eventos, principalmente sob os auspícios da ONU, valendo destacar: A Eco-92, conferência sobre meio ambiente realizada em nosso país; o Simpósio sobre  desenvolvimento sustentável realizado em Johanesburgo, África do Sul  em dezembro de 2002;  o Protocolo de Kyoto, sobre o Clima, a conferência da ONU  sobre mudanças climáticas realizada em dezembro de 2009, em Copenhagen, Dinamarca; a Rio + 20,  sobre desenvolvimento sustentável, realizada novamente no Brasil em 2012  e no ano de 2014, os  simpósios  e pré-conferência sobre  as mudanças climáticas em New York e Lima, como preparação do que poderá  ser a grande conferência de Parias no final deste ano.

Percebe-se que o desenvolvimento mundial e de cada país, cada estado/província  e municípios  tem que estar  articulado com uma grande agenda verde, onde as questões ambientais diretas  ou indiretas precisam estar no âmago das diversas políticas públicas, sob pena dos problemas que enfrentamos hoje tornarem-se mais graves e de difícil solução.

A pergunta que não quer se calar:  Será que nossos  governantes, empresários, universidades, ONGs, enfim , a população em geral, tem consciência das catástrofes que poderão afetar bilhões de pessoas, o nosso futuro planetário e também nosso futuro imediato como pessoas?

*JUACY DA SILVA, professor universitário, fundador, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista de A Gazeta.  Email  O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. twitter@profjuacy Blog www.professorjuacy.blogspot.com

Segunda, 27 Abril 2015 13:59

 

JUACY DA SILVA*
 

Durante décadas a Petrobrás foi um símbolo da soberania e sonho do povo brasileiro, um verdadeiro orgulho nacional. Desde  a memorável  campanha de O PETRÓLEO É NOSSO, nos anos cinquenta, ate o descobrimento do pré-sal, a história da estatal  tinha sido de glória e eficiência.

Todavia,  este círculo virtuoso de crescimento, eficiência e posicionamento entre  as 10  maiores companhias petrolíferas no mundo, foi quebrado de forma vergonhosa  com a chegada do PT ao poder e o aparelhamento  das estatais, fundos de pensão e administração direta, que passou a fazer parte de seu projeto de poder. Para tanto, o Presidente Lula nomeou alguns diretores corruptos, que acabaram formando verdadeiras quadrilhas  que  assaltaram e dilapidaram bilhões de dólares da Petrobrás.

Dilma que participou com ministra das Minas e Energia e posteriormente como Ministra-Chefe da Casa Civil, e, nesta  condição, Presidente do Conselho de Administração da maior companhia brasileira, e ultimamente como Presidente da República , mesmo tendo ao seu dispor uma série de organismos  de controle interno e externo, da mesma forma que Lula, nunca soube de nada, nunca viu nada, nunca ouviu nada. A corrupção correu solto durante doze anos e envolvia gente importante do Governo e empresários de peso, que também tinham livre acesso aos gabinetes  ministeriais e ao Palácio do Planalto   e participavam dos banquetes do poder, vários dos quais deixaram seus  gabinetes de luxo e mordomias  e hoje estão no xilindró em Curitiba, graças as decisões do juiz federal Moro.

Coube a este Juiz que até o momento tem conseguido manter sua espinha vertebral ereta  e não tem se curvado às ameaças  e encantos do poder, com a colaboração do Ministério Público Federal  e da  Polícia  Federal, bem como dados e informações levantados e trazidos a público pelos meios de comunicação de massa, TCU  e uma  vaga contribuição do Congresso Nacional, que na maioria das investigações através de CPIS  tem  se comportado como um anexo ou   puxadinho do Palácio do Planalto, graças a uma maioria parlamentar composta pelos partidos da base de apoio ao Governo, extremamente subserviente aos interesses dos donos do poder, desvendar  o que até agora tem sido considerado o maior escândalo de corrupção do Brasil e do mundo, talvez em breve possa ser ultrapassado pelo que uma próxima CPI do BNDES.

Nesta   última quarta  feira, 22 de Abril, deve  passar para  história brasileira como a data da vergonha nacional, quando   a PETROBRÁS,  depois de muitas relutâncias  divulgou seu balanço  anual de 2014 e, de forma clara e cristalina informou que teve um prejuízo de R$ 21,6 bilhões de reais, dos quais nada menos do que R$6,2 bilhões de reais, ou seja, 3% do faturamento bruto da estatal , foi devido a corrupção. Todavia, todos sabem que a corrupção em alguns casos chega até a 10%  dos contratos,  e se for aplicado  o  percentual de 5%, ao invés de 3%,  o rombo provocado pela corrupção chega a R$10,3  bilhões e as “perdas” totais podem chegar a R$25,7 bilhões em 2014.

Como a roubalheira das quadrilhas comandadas pelos diretores que até o momento já foram identificados,  agia abertamente há doze anos e não apenas em 2014, quando o escândalo ganhou  os meios de comunicação de massa, o montante  das perdas da PETROBRÁS  pode  chegar  a mais de R$150  bilhões de reais.  Estudos  do Grupo de economia e soluções ambientais  da Fundação Getúlio Vargas avaliou que as perdas da PETROBÁS  chegaria a R$87  bilhões de reais, e que o patrimônio  da empresa perdeu 80% de seu valor em doze anos, além de que seu endividamento poderá chegar a R$300  bilhões  no final de 2015.

Os impactos da queda de investimentos, o mais baixo nível em 20 anos, em 2014 representou  20%  a menos do que a média histórica, ou seja, a Estatal por problemas da corrupção, falta de caixa e rompimento de contratos, reduziu  seus investimentos em R$ 27,5  bilhões de reais.  No momento existe  uma pressão muito grande para que a estatal corte custos, inclusive os decorrentes  da   ineficiência e da corrupção,  caso isto não  ocorra a mesma  terá que se desfazer de parte de seu patrimônio  e com baixa capacidade de investimentos, agravada pela queda do preço internacional do petróleo, existe uma grande probabilidade de que o pré-sal  tenha que revisar  suas metas e calendário.

Por ultimo, a divulgação do balanço da PETROBRÁS  e a confissão pública da existência da corrupção e o montante da roubalheira, ganharam as manchetes dos principais jornais de vários países europeus, Estados Unidos, Canadá e América Latina e do Brasil. Além disso, o maior fundo de pensão Suécia que é um investidor da PETROBRÁS  está  entrando na Justiça internacional, da mesma forma que nos EUA, devem representar mais uma pedra  no sapato da estatal  e uma mancha indelével  na imagem da empresa, do país e , principalmente, do governo petista, já considerado um dos governos mais corruptos na história brasileira.

A novela  corrupção na PETROBRÁS  , no  governo Dilma  e o envolvimento de partidos e políticos  da base  aliada, tendem  a se  agravar nos próximos meses à medida que os políticos constantes  da Lista do Procurador Geral do MPF, Janot comecem  a  ser investigados e denunciados  vai ser mais gasolina na fogueira e uma  pressão muito grande para o impeachment  ou renúncia de Dilma. Os gritos FORA DILMAFORA PT, FORA CORRUPTOS vão ecoar  com mais vigor nas  próximas manifestações  populares.

 

*JUACY DA SILVA, professor universitário, fundador, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia,  articulista de A Gazeta.  E-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.  Blog  www.professorjuacy.blogspot.com  Twitter@profjuacy

Terça, 07 Abril 2015 13:05

 

JUACY DA SILVA*

A  cada ano morrem mais  de dois milhões de  pessoas, principalmente  crianças  e idosas, em decorrência de doenças relacionadas com o consumo de alimentos contaminados por agrotóxicos, herbicidas, fungicidas, antibióticos  ou em estado de conservação impróprios ao consumo humano por conterem bactérias, vírus, parasitas ou outros  vetores patogênicos.

Em  sua edição de março último  a Revista National  Geographic, destacou em uma matéria que mais  de dois milhões de pessoas nos EUA ficam doentes  a cada ano por consumirem alimentos de origem  animal (principalmente bovinos, suínos e aves)  impróprios, os quais  contém altas doses de antibióticos, tornando  as  bactérias  altamente resistentes. Em 2014  ocorreram 23 mil  mortes devido a doenças vinculadas  ao consumo de alimentos que não  estavam de acordo com os padrões e normas,  internacionais e dos EUA. O custo dessas doenças para  o Sistema  de saúde nos EUA   foi  entre 21  e 34  bilhões de dólares. Informa  também a reportagem  que 80%  de todos os antibióticos consumidos/comercializados no país  são utilizados na  criação  de animais voltados à produção alimentar.

Em 1948, na primeira Assembleia da OMS (Organização Mundial de Saúde), organismo  especializado da ONU para  esta área, foi aprovada uma  Resolução instituindo o DIA MUNDIAL  DA SAÚDE, a  ser “comemorado” em 07  de Abril  de cada ano.  O primeiro DIA MUNDIAL  DA SAÚDE  foi em 1950 e  desde então, nesses 65  anos, a OMS  tem estimulado a  reflexão, análise e debates sobre  temas fundamentais para  a saúde.

O tema do DIA MUNDIAL DA SAÚDE  em  2015 é “Segurança  dos alimentos”, e envolve  a discussão desde a produção,  `a industrialização, o armazenamento, o transporte, a distribuição ou comercialização e o consumo. Mais  de 200 tipos de doenças  são  causadas por alimentos que são produzidos ou comercializados  e consumidos fora  dos padrões  estabelecidos pela “Codex  Alimentarius” uma  instância  da OMS  em parceria  com a FAO  e participação da União Europeia, mais 49 organizações  intergovernamentais, 16 organismos  especializados da ONU, 150 ONGs  de vários países. Em  2015 nada menos que 186 países  haviam aderido a CODEX ALIMENTARIUS  e   a  mesma  desde 2012  tem o reconhecimento da Organização Mundial do Comércio  com instância para dirimir conflitos entre países em relação as questões de alimentos e  também  o poder  de estabelecer normas  e padrões internacionais que todos os países  devem seguir para resguardar  a saúde  dos consumidores.

No momento em que o Brasil experimenta uma  verdadeira explosão na produção de “commodities”, sem que, todavia, muitas dessas normas sejam respeitadas, principalmente quanto ao uso de agrotóxicos, herbicidas, fungicidas, antibióticos e outros produtos nocivos à  saúde humana, é mais do que oportuno que possamos discutir este tema.

Outro aspecto  também importante nesta discussão é o papel da agricultura  orgânica ou agricultura sustentável ou agroecologia,  incluindo também pecuária  e os hortifruti,  como alternativa ao Sistema mercantilista de produção.

Este é um grande desafio que todos os governos e também entidades não governamentais, incluindo as que representam  a agricultura familiar, a  economia solidária e também dos consumidores  devem  enfrentar. Os custos  para  os sistemas de saúde  e também para a qualidade de vida da  população estão diretamente relacionados com a qualidade e segurança dos alimentos, cabendo aos organismos públicos, nas três  esferas de governo, fiscalizarem para que os alimentos consumidos  pela população atendam  a  essas normas estabelecidas pela OMS e objeto deste DIA MUNDIAL DA SAÚDE.

 

*JUACY DA SILVA, professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, E-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.  Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy