Quarta, 25 Novembro 2015 19:45

 

JUACY DA SILVA*
 
Há poucos  dias  foi encerrada a CAMPANHA OUTUBRO ROSA, que  representa um alerta para as mulheres  e seus familiares quanto aos riscos do CÂNCER DE MAMA e a importância dos  exames  preventivos para diagnosticar  precocemente este  tipo de doença, que a cada ano mata quase 20 mil mulheres em  nosso país

Agora, com  o estímulo da OMS - Organização Mundial da Saúde,  estamos no início do NOVEMBRO AZUL, mês  dedicado ao alerta mundial quanto aos perigos  e riscos que  o CÂNCER DE PRÓSTATA oferece  aos homens que, principalmente por machismo ou ignorância, se recusam  a realizar os exames  preventivos, incluindo o famoso,  detestável  e temido TOQUE  RETAL,  fundamental, além  do exame de sangue PSA, para detectar com muita precocidade a existência  de câncer de próstata.  Outro exame  nesta bactéria de prevenção  contra o câncer de próstata e outros mais é a ultrassonografia do abdome.

Em 2015 estão previstas 245.641 mortes por câncer no Brasil, incluindo todos os tipos  da doença, ambos os sexos  e todas as faixas  etárias. Desse  total pouco mais da  metade , 132.126 das vítimas serão homens, mais do que o dobro de todos os assassinatos que tanta notícia  e  medo  infunde na população brasileira  que vive a mercê da bandidagem.

Isto demonstra que além da violência percebida e denunciada pelos diversos meios de comunicação, também existe uma enorme violência oculta que está vitimando centenas de milhares de pessoas  todos os anos .  Muitas, talvez a grande maioria,  dessas  mortes poderiam ser evitadas, se a saúde pública funcionasse a contento  e não fosse  o caos que atualmente a  caracteriza, principalmente pela incompetência e incúria de nossas autoridades. Em dez  anos o Ministério de saúde deixou de aplicar mais de R$185 bilhões , apesar  de que o  OGU – Orçamento Geral da União contemplasse  recursos para vários programas que  não  funcionam a contento, isto é um crime contra a população perpetrado pelos  nossos governantes.

Voltando ao NOVEMBRO AZUL,  neste ano  - 2015 – o câncer  de próstata  deve ser a causa de morte para 18.850 homens, um aumento de 9,5% na mortalidade por este tipo de câncer  em 3 anos, pois em 2012 morreram 17.218 homens  por  esta causa. As  previsões  do Globocan – organismo de pesquisa e monitoramento de câncer , ligado a OMS, indica que entre 2015 e 2035, o número de mortes  por câncer de próstata no Brasil deve aumentar em 105,1%, passando de 18.850 mortes  neste ano para 41.469  óbitos  dentro de 20 anos.  O mais alarmante é que a cada ano, devido ao envelhecimento da população  brasileira, o percentual de mortes por câncer  de próstata vai atingir muito mais  homens  com mais de 65 anos  de idade, passando de 89,4% em 2015 para 92,8% em 2035.

Segundo dados e estimativas do Globocan, entre 2012  e 2035  só de câncer  de próstata deverão morrer nada menos do que 658.303  homens no Brasil, número igual a  3,5 vezes  mais do que todas as pessoas mortas  em  Hiroshima e Nagasaki  devido ao bombardeio atômico feito pelos EUA em 1945 e fato que ainda hoje causa tanta  consternação no mundo todo.

Todavia, diante  de tantas mortes por todos os tipos de câncer e principalmente de câncer  de próstata em nosso país, este sofrimento de milhares de pessoas , seus familiares e amig@s, parece nada representar, principalmente para nossas  autoridades públicas que relegam a um plano secundário  as necessidades e o  sofrimento do povo, principalmente as camadas mais pobres, mais humildes e excluídas da sociedade  e que precisam  aguardar meses ou anos nas filas dos  serviços  especializados  do SUS, um Sistema falido pelo descaso de nossos governantes.  Este descaso é um verdadeiro crime contra o povo e um desrespeito incabível contra os direitos dos pacientes, principalmente os portadores  de câncer, que merecem não  apenas  nossa solidariedade, mas fundamentalmente, terem  seus direitos reconhecidos.

Nossa Constituição, a chamada Constituição Cidadã e a Lei de criação do SUS estabelecem que “saúde é um direito de todos e dever do Estado”. Todavia, como tantos dispositivos legais em nosso país, para milhares de pessoas que sofrem, mesmo  recorrendo à  justiça para  garantirem  o direito a vida, acabam sucumbindo, tudo  isto é letra morta ou apenas belas frases de  efeito, longe  da realidade de quem enfrenta esta vergonha que é  a nossa saúde pública.

A burocracia, o descaso de nossas autoridades, a incompetência dos organismos públicos, principalmente de saúde e a corrupção estão matando, assassinando milhares de pessoas inocentes no Brasil, diversas vezes mais do que todos os assassinatos e mortes no trânsito que tanto aterrorizam a população.

Que   este  NOVEMBRO  AZUL  sirva para uma reflexão mais profunda sobre esta questão  do câncer de próstata  e a saúde pública em nosso pais  e que, fruto dessas reflexões,  possamos  dar novos rumos `a política  e programas de saúde  pública antes que a  mortalidade aumente  ainda  mais.

 

*JUACY DA SILVA,  professor universitário, fundador, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista  de jornais, sites e blogs. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy

Quarta, 25 Novembro 2015 11:23

 

Estatísticas recentes indicam que mais de cinquenta milhões de brasileiros, para não serem vítimas da omissão constitucional do Estado, utilizam algum plano ou seguro de saúde para sua manutenção pessoal. 
Comercializada, a relação médico-paciente desaparece, surgindo um vínculo voltado ao lucro, inviabilizando o exercício da medicina hipocrática, pontuada muito bem pelo Presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM). 
O médico passa a ser chamado de “prestador de serviço” e o cliente de “usuário”. 
O antigo facultativo é remunerado pelas leis do mercado, e os contratos de serviços prestados receberam o apelido de “pacotes” e “pacotinhos”. 
Os honorários profissionais desapareceram dos trabalhos médicos e o mercantilismo atingiu também o ensino da medicina, onde centenas de novas escolas foram autorizadas a funcionar a partir de 2003, sendo que 69% delas são privadas. 
As mensalidades nessas escolas privadas chegam a atingir a incrível cifra de onze mil reais mensais, ficando na média de cinco mil e quatrocentos reais. 
O Ministério da Educação, através de normas, define critérios para um município sediar uma escola médica, entretanto, os mesmos nem sempre são respeitados, segundo o Conselho Federal de Medicina. 
Essas escolas, assim criadas e implantadas, confiam na cumplicidade ou incapacidade de fiscalização do MEC que, com deficiência de técnicos e recursos financeiros, acaba com os sonhos dos estudantes de frequentar uma qualificada casa de ensino. 
Dessa forma, a segurança dos pacientes com bons médicos no sistema de saúde termina frequentemente em enorme frustração. 
É oferecido à população um ensino-aprendizado de péssima qualidade, formando profissionais com insuficiência de conhecimentos científicos para o exercício da mais humana das profissões. 
É intolerável esta realidade, que tem como sustentação, apenas, ganhos empresariais e ambições político-partidárias. 
Temos de tratar de obter propostas de interesse público, e apagar esse vergonhoso quadro.

Gabriel Novis Neves
26/10/2015

Segunda, 23 Novembro 2015 16:11

 

JUACY DA SILVA* 

Líderes do G20, grupo formado pelos 20 países com as maiores economias do mundo estão  reunidos em Antalya, na Turquia para discutir  e analisar os principais desafios que afetam não  apenas esses países, mas  o mundo todo.

Diversos temas  constam da pauta dessas  reuniões do G20, incluindo a situação  da economia mundial,  com  destaque para a  recessão ainda presente em vários países, inclusive o Brasil; a  inflação  que começa a acelerar em vários países; o desemprego, os subsídios que ainda são  oferecidos para as fontes de energia baseadas em combustíveis fósseis e dificultam a viabilidade econômica das fontes limpas e alternativas, fundamentais para um desenvolvimento sustentável.

Na  segunda feira, 16 de novembro, o Presidente OBAMA concedeu uma longa entrevista  a mais de cem profissionais de imprensa de  vários países quando destacou  alguns  aspectos, considerados por ele como importantes e que foram discutidos na reunião de cúpula do G20.

Além das questões  econômicas  já mencionadas Obama  destacou três temas que mereceram uma discussão  mais aprofundada: a)  a questão  do espaço cibernético,  guerra  e segurança  cibernéticas; b) a questão  das mudanças climáticas  e a conferência  do clima que deverá  ser realizada em Paris dentro de duas semanas  e a necessidade de um avanço para não apenas controlar as emissões de gases que provocam o efeito estufa, mas para conseguir um acordo para a sua redução significativa, e, finalmente, c) o combate ao terrorismo, principalmente  a partir  dos atentados  praticados pelo Estado Islâmico no último final de semana em Paris.

Praticamente  todos os questionamentos dos profissionais de imprensa  presentes na  coletiva versavam sobre  este ultimo tema. Os principais  questionamentos apresentados ao presidente Americano estavam direcionados principalmente  sobre a  estratégia do governo Obama que se recusa a enviar tropas americanas para combates terrestres.

Além de  caracterizar o Estado Islâmico  como a face do demônio, Obama enfatizou alguns aspectos importantes nesta Guerra. Primeiro, a necessidade de uma maior cooperação entre os diversos países, principalmente os que integram o G20,tanto em relação aos meios militares, inteligência quanto no estrangulamento econômico e diplomático, bem como reduzir até extinguir o espaço do que pretende o ISIS que deseja transformar-se  em um califado,  com território definido e governo constituído.

Obama fez questão de defender também que o mundo ocidental seja solidário e apoie uma solução para mais de um milhão  de imigrantes sírios que estão  sendo perseguidos e mortos pelo ISIS, independente de que  esses  refugiados sejam mulçumanos, cristãos ou de outras religiões. Reafirmou também que o ISIS  não  representa o islamismo, mas apenas  um  grupo  terrorista composto de fanáticos e assassinos.

Finalmente OBAMA disse que em face do terrorismo seu governo tem dois grandes objetivos  estratégicos: primeiro, manter a segurança física do território Americano, incluindo a população e os interesses nacionais dos EUA  ao redor do mundo e, segundo, negar  espaço de ação para o ISIS  tanto na Síria e Iraque,  destruindo suas bases de treinamento, suprimentos de armas e sua base econômica e financeira, procurando também  eliminar seus líderes  como aconteceu com a Al Qaeda, principalmente após o assassinato de seu líder maior, Osama Bin Laden, praticamente o fim do  referido grupo terrorista.

Como última mensagem Obama disse que com certeza à medida que tanto curdos, quanto outros grupos insurgentes  que lutam contra o Governo sírio conseguirem reconquistar esses territórios, com certeza o ISIS  irá se transformar em apenas um grupo terrorista sem território e com toda a certeza não  terá espaço  para planejar suas ações e treinar seus membros e que o governo Americano e outros países aliados irão combater  o ISIS ao redor do mundo  até que o mesmo seja totalmente derrotado e desapareça.

Neste sentido OBAMA  afirmou que até o momento 65países já se comprometeram  a juntarem-se aos esforços Americanos e europeus para que  esta Guerra, que tem seus objetivos  e estratégias diferentes de uma Guerra convencional, que  será de longa duração,  possa ter  êxito e devolver a paz tanto ao Oriente médio, norte da África quanto na Europa e em outros países, enfim, levar este combate decisivo a todos os locais em que o terrorismo tente impor suas práticas e ações suicidas. A paz verdadeira e duradoura somente será possível com a eliminação do terrorismo que tanto medo e pavor acarreta às pessoas e à população em geral.

*JUACY  DA SILVA,  professor  universitário, fundador, titular e aposentado UFMT,  mestre  em sociologia, articulista e colaborador  de jornais, sites e blogs.  Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Twitter@profjuacy Blog www.professorjuacy.blogspot.com

Quinta, 19 Novembro 2015 08:01

Roberto Boaventura da Silva Sá

Dr. Jornalismo/USP; Prof. Literatura/UFMT 

A semana que passou foi uma daquelas que ninguém gostaria de ver repetida.

No âmbito nacional, duas barragens se romperam em Mariana, uma das cidades históricas do ciclo do outro em Minas Gerais. Hoje, ao invés do metal que abundava no século XVIII, enriquecendo nações europeias, o que vemos é uma onda gigantesca de lama de dejetos de uma mineradora. A lama já extinguiu a vida de antigos povoados, bem como o ecossistema de uma vasta região.

Todavia, por mais danos que aquela lama tenha provocado, e ainda provocará, nada se compara ao lamaçal político diário que estamos vivendo há muito tempo em nosso país. Pelo viés de cortes orçamentários, esse tipo de lama extingui vidas humanas diariamente.

No plano internacional, perplexidades. Na luta entre jihadistas e valores ocidentais, muitos deles realmente absurdos, consoante as palavras do historiador Robert Darnton (Folha de S.Paulo; 17/11/2015: A11), o “coração mais civilizado do Ocidente”, há poucos dias, foi bombardeado. 

A “Cidade Luz”, da antiga e glamorosa “belle époque”, hoje, é uma cidade que vive uma “époque d’enfer”. Literalmente, um show foi interrompido. Vidas humanas foram extintas sem aviso prévio. Agora, fazer soar novas notas e acordes musicais, sem sentir o pânico de ouvir algum barulho ensurdecedor de outras bombas e/ou o estampido de tiros, será desafio imenso a todos os mortais que, politicamente, estão do lado onde se põe o sol na Terra.

Mas não continuarei a falar das extinções de Mariana, nem das de Paris.  Falarei de outra tragédia; falarei do abandono da sala de aula por parte também de ex-estudantes que mal assumiram vagas de concursos públicos para professores efetivos realizados alhures.

Na verdade, esta não é a primeira vez que trato do tema; e o faço, agora, aproveitando o conteúdo da matéria “São Paulo enfrenta saída recorde de professores” (Folha de SPaulo; 17/11/2015: B1).

Na essência, embora a matéria da Folha se circunscreva a São Paulo, essa realidade é nacional. E os motivos centrais por esse abandono de lá são semelhantes também, quando não os mesmos, aos de outros lugares país afora.

E quais são os motivos que estão afastando os professores da escola?

Vários. Acima de todos, os salários que já beiram a humilhação social. Somam-se a isso outras motivações: o excesso de carga horário de trabalho em sala de aula; a dupla ou tripla jornada de trabalho, geralmente em diferentes colégios; o excesso de alunos em salas nem sempre adequadas; o excesso de atividades extra sala de aula (elaboração e correção de provas e atividades diversas); a falta de estrutura física de muitas unidades escolares; a falta de recursos tecnológicos em diversos lugares do país; a falta de manutenção dos recursos tecnológicos, quando eles existem; a desmedida competição incentivada entre os pares; a ausência de limites sociais por parte da maioria das crianças, adolescentes e jovens; a constante exposição a atos violentos por parte de estudantes, de pais e de polícias militares, especialmente quando os professores estão em greve.

Diante desse quadro, ou mudamos quase tudo na educação brasileira ou, em breve, teremos uma carência de professores “nunca antes vista na história...”  

P.S.: Na contramão desse tipo de abandono, registro minha admiração aos professores, estudantes, pais e membros de movimentos sociais que ficaram e ocuparam, dias atrás, várias escolas ameaçadas de serem fechadas exatamente pelo governo paulista. Foi uma rica e emocionante aula magna de cidadania.

Quarta, 18 Novembro 2015 11:23

Professor Odorico Ferreira Cardoso Neto
UFMT/CUA/ICHS
 
Em Barra do Garças, desde 1999, por meio da Lei Complementar nº. 049/99, a carreira do magistério era organizada nos mesmos padrões da Lei Complementar nº050/98 do estado de Mato Grosso.
A Lei Complementar nº 162 de 03 julho de 2014 que alterou os dispositivos da Lei Complementar nº 049 de 17 de maio de 1999 e da Lei Complementar nº 151 de 05 de julho de 2013, historicamente, retirou a condição de vanguarda educacional do município, trazendo retrocesso, desrespeito e luto aos profissionais da educação municipal. A ação de tornar a educação municipal “anoréxica” foi do prefeito apoiada por nove (09) parlamentares. O que foi alterado?
Art.2º - Para efeitos desta Lei Complementar, entende-se por profissionais do magistério público da educação básica aqueles que desempenham as atividades de docência ou as de suporte pedagógico à docência, isto é, direção ou administração, planejamento, inspeção, supervisão, orientação e coordenação educacionais, exercidas no âmbito das unidades escolares da educação básica, em suas diversas etapas e modalidades.
Art. 44 – Fica implantado por esta Lei Complementar em consonância com a Lei Federal nº 11.738/2008, o piso salarial nacional para os profissionais do magistério público da educação básica, na forma de subsídio, em parcela única, para jornada de, no máximo, 40 (quarenta) horas semanais; referentes às demais jornadas de trabalho, serão proporcionais ao valor do piso salarial.
Parágrafo único – A implantação pela Lei do piso nacional da educação básica compreende somente aos profissionais mencionados no artigo 2º desta Lei Federal nº 11.738/2008, não alterando vencimento dos demais servidores, cujos reajustes obedecerão ao regime normal de recomposição salarial da Municipalidade.
O professor e vereador Kiko em manifesto dirigido ao prefeito Roberto Ângelo Farias, ao Presidente do PT e Vice – Prefeito Mauro Gomes Piauí, aos dirigentes e militantes da Educação e aos vereador@s assim se expressou em relação à derrubada da Lei Complementar 049/99:
[...] Quando Vossa Excelência mandou o projeto de lei, dispondo sobre a alteração da Lei Complementar 049/99 sem discutir com os educadores, com a Secretária de Educação, com o líder do prefeito na Câmara, que é professor, mudando coeficientes, achatando a carreira do magistério, excluindo em torno de 400 profissionais da educação da carreira, não visualizo alternativa que não seja sair da liderança do governo. [...] Mexer na carreira dos profissionais da educação para assegurar o pagamento do piso nacional, retirando dela os técnicos administrativos e o apoio administrativo representa retrocesso nas lutas históricas, havendo quebra no pacto pela educação de qualidade. A carreira está consolidada e o piso é uma conquista a partir de 2009 não implementada em nosso município.
O que estava escrito na Lei Complementar nº. 049/99?
TÍTULO II
DA ESTRUTURA DA CARREIRA DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA
CAPÍTULO I
DA CONSTITUIÇÃO DA CARREIRA
Art. 3° A carreira dos Profissionais da Educação Básica é constituída de três cargos:
I - Professor - composto das atribuições inerentes às atividades de docência, de coordenação e assessoramento pedagógico, e de direção de unidade escolar;
II - Técnico Administrativo Educacional - composto de atribuições inerentes às atividades de administração escolar de multimeios didáticos e outras que exijam formações específicas; e
III - Apoio Administrativo Educacional - composto de atribuições inerentes às atividades de nutrição escolar, de manutenção de infraestrutura e de transporte, ou outras que requeiram formação em nível de ensino fundamental.
A Lei Complementar 049/99 foi desestruturada, tendo em vista que houve quebra na composição da carreira, permeado de um retrocesso de praticamente de quinze (15) anos de história. A lei aprovada vem sendo contestada judicialmente, o prefeito chegou a ser afastado do cargo por não cumprimento de decisão judicial, contudo retomou ao cargo. Perdeu mais dois recursos, mas ações protelatórias continuam respaldando a decisão de não fazer pela valorização do magistério. 
Os últimos acontecimentos em relação à epopéia do piso apontam que no dia 12/11/2015 o Supremo Tribunal Federal suspendeu a liminar que mandava pagar o piso. A suspensão teve apoio do Procurador Geral do Ministério Público Federal Rodrigo Janot. 
A LIMINAR suspensa ordenava que o réu (Prefeitura de Barra do Garças) cumpra a Lei do piso nacional de forma determinada pela “lei 11.738/2008, observando os coeficientes fixados na Lei Complementar nº 133/2010, para os profissionais do Magistério público da educação básica, classes “B, C, D e E”, neste município, sob pena de multa diária, no importe de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), em face da flagrante inconstitucionalidade do art. 49, relativo aos coeficientes fixados tanto na Lei Complementar n° 151 de 05 de Julho de 2013 quanto no projeto de Lei Complementar 007/2014, transformado na Lei Complementar nº162/2014.”
Um “desinformativo” local se apressou em dizer que a prefeitura de Barra do Garças está pagando o piso nacional dos professores desde 2013. A decisão de novembro não é de mérito. O “juridiquês” ensina que “LIMINAR significa início, começo. No linguajar jurídico, medida liminar é a decisão que analisa um pedido urgente. É uma decisão precária, uma vez que a medida pode ser revogada e o direito sob análise pode ou não ser reconhecido no julgamento de mérito da causa”.
O que o prefeito alega para continuar sem pagar o piso? Alega que se pagar estará sob grave ameaça de lesão à ordem e à economia públicas, circunstância que justificaria a sua motivação para continuar penalizando os profissionais da educação. 
Aos desavisados que acham que cobrar “plano de governo seja coisa de canalha”, que “quem se junta a pau de galinheiro, pau de galinheiro é”, para quem acha que continuar lutando por educação de qualidade é coisa de “hipócrita”, continuo no firme propósito de não se curvar aos que lesam os educadores e cometem estelionato eleitoral. 
Continuamos na luta, pois acreditamos: “nenhum direito a menos, nenhum passo atrás”

Terça, 17 Novembro 2015 11:21

 

Nasci em casa, na “Rua de Baixo” (Galdino Pimentel, há oitenta anos, onde morei até aos onze anos de idade. 
Depois, vivi na “Rua do Campo” (Barão de Melgaço) até aos dezessete anos, quando fui concluir o ensino médio (Colégio Anglo Americano) e Medicina na Praia Vermelha (hoje UFRJ), no Rio de Janeiro. 
Sou produto do hoje Centro Histórico de Cuiabá, totalmente abandonado pelas nossas autoridades. 
Permaneci cerca de doze anos na “Cidade Maravilhosa”. Durante este período residi em treze endereços diferentes em seis bairros, todos na zona sul pelas proximidades com minha escola. 
Comecei alugando vaga em quarto e terminei em uma quitinete. 
Esse período de “pula-pula” foi enriquecedor! Absorvi muita coisa útil para a minha vida. 
Tempo de enriquecimento humanístico, para consolidar a minha educação caseira de menino do interior, com aquisição de novos valores que só me trouxeram benefícios. 
Tive muita sorte em frequentar uma excelente Escola de Medicina, com professores que disputaram o Nobel de Fisiologia (Thales Martins), que perdeu para o argentino Houssay, em cujo livro eu estudei. 
O nosso professor de Biofísica (Carlos Chagas Filho) era um dos consultores científicos do Vaticano. O corpo docente da Praia Vermelha era composto pelos melhores mestres do Brasil. 
Tinha colegas estrangeiros e de praticamente todos os Estados brasileiros, pois na ocasião possuíamos apenas vinte e três escolas para o ensino médico. 
O Rio ainda era a capital do Brasil e vivia um momento mágico de efervescência cultural com o surgimento da “bossa nova”. Elenco de jovens músicos e compositores universitários, tendo como líder o poeta Vinícius de Morais, diplomata de carreira do Itamaraty. 
O Rio era uma cidade alegre, onde não temíamos assaltos ou arrastões. 
Namorava-se nos bancos das praias com a maior tranquilidade, e nosso transporte predileto (por ser barato), eram os bondes da Light.  
Cinemas, teatros, dancings, bares, boates e restaurantes eram a cara do Rio. 
Copacabana, com sua famosa praia, era chamada de “princesinha do mar”, mas, o Arpoador no Posto 9, era o que havia de mais sofisticado em termos de praias, com as suas lindas mulheres. 
Na época, o Leblon era o fim do mundo e Ipanema a capital do Rio de Janeiro, por mérito. 
Terminei o meu curso de medicina e fiquei mais cinco anos me preparando para ser médico do interior. 
Retornei à Cuiabá e encontrei o Centro de Cuiabá bastante transformado, para pior. 
As residências desapareceram e deram lugar ao comércio. 
Depois de tudo deturpado, como é hábito acontecer, a região foi tombada, e hoje pertence ao Patrimônio Histórico Nacional. 
Seus casarões terminaram em ruínas, outros foram demolidos para dar lugar a lojas comerciais, como a casa onde nasci. 
As calçadas, com suas cadeiras de balanço, eram verdadeiras salas de visitas, e foram substituídas por moradias de dependentes químicos e mendigos. 
Sem recursos e sem políticas sociais, acabamos por nos acostumar com o abandono a que foi submetida a nossa manjedoura. Consequentemente, o aumento insuportável do índice de violência, incompatíveis com a outrora “Cidade agarrativa e linda” dos nossos poetas. 
Hoje, moro em uma torre de concreto na antiga “Rua do Caixão” (Estevão de Mendonça), de onde observo uma cidade que não é a que nasci. 
O progresso chegou! E o desenvolvimento foi esquecido.

Gabriel Novis Neves
25/10/2015

Segunda, 16 Novembro 2015 11:14

 

JUACY DA SILVA*
 
“A verdadeira amizade, que também  é uma forma de  amor, duplica as alegrias e divide as tristezas, as angústias e as incertezas da vida” Francis Bacon.

Muitas pessoas vivem  em  uma correria sem  parar. Falta-lhes  tempo para  refletir  sobre o sentido da vida, sobre os valores mais duradouros e não percebem a beleza de cada momento, o canto de um pássaro, a alegria de uma criança que corre solta, o desabrochar de uma flor, uma brisa que entra pela janela, não conseguem sonhar, não tem  esperanças e, de uma hora para outra percebem que o presente  já é quase passado e o futuro, o amanhã, pode não chegar, para si ou para quem está  tão perto, sua família, seus amig@s, vizinhos, colegas de trabalho, de escola  ou de igreja

A vida é  uma caminhada, para  alguns pode ser longa, às vezes chega aos cem anos ou até mais, para outros pode ser breve, poucos anos, poucos meses, não importa. Nesta caminhada vamos acumulando coisas, objetos, entulhando nossas casas, muitas   talvez  desnecessárias, isto é muito próprio  para quem se apega `as  coisas materiais  e não percebem  que ao fim da jornada neste planeta nada vão levar, nem riqueza, bens materiais, prestígio, fama, poder, opulência, riqueza, prepotência, luxúria, futilidades e coisas do gênero.

Enquanto caminhamos pela vida vamos  encontrando pessoas  com as quais compartilhamos  ideias, ideais, sonhos,  desilusões, certezas, angústias, esperanças  e  realizações. De repente  chegamos a uma encruzilhada, onde os caminhos se bifurcam, tomando rumos e destinos diferentes, as vezes opostos ou as vezes  apenas atalhos que acabam se encontrando novamente.

Da mesma forma que os encontros, nas encruzilhadas da vida  o importante é que a escolha do caminho seja feita sem mágoas, sem conflitos, sem destruição, para que  novas pontes possam ser construídas devemos  cultivar a amizade verdadeira, fundada na  compreensão, no amor, na solidariedade,  na fé e também no diálogo. Somos apenas viajantes  planetários nesta caminhada rumo `a uma nova realidade desconhecida.

William Shakespeare fala um pouco sobre a caminhada de cada pessoa quando diz  que “A alegria e a paz interior evitam os males que destroem as  nossas vidas, prolonga a própria vida e indica o caminho do amor  eterno e da felicidade duradoura”.

Mahatma Gandhi, o artífice da libertação da Índia do jugo colonial inglês e o profeta da não violência nos deixa  uma  reflexão muito inspiradora quando afirma“ Não  existe um  caminho para a felicidade pois a felicidade é o caminho que devemos trilhar ao longo de nossas vidas”

Vivamos  o hoje, o aqui e agora com alegria e esperanças renovadas,  como se o amanhã possa não chegar para nós  ou para aqueles a quem tanto amamos! Perder coisas materiais é ruim, mas muito pior é perder as pessoas, parentes ou amig@s verdadeir@s, principalmente aquelas que são importantes para cada um de nós, com  as quais  compartilhamos tantas coisas boas, momentos felizes ou até mesmo angústias  e desafios.

Que nesse dia 02 de novembro,, dia de finados, dedicado aos entes queridos e amig@s  que nos deixaram possamos ter o conforto de  suas lembranças e dos momentos felizes junto aos quais passamos! No silêncio de seu coração e no âmago de sua alma faça uma prece de agradecimento à vida e esteja feliz sempre!

 

*JUACY DA SILVA, professor universitário, fundador, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista de jornais, sites e blogs. EmailO endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy

Segunda, 16 Novembro 2015 11:10
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Sexta, 13 Novembro 2015 14:51

 

Nos bancos escolares do ensino básico somos obrigados a escrever as tarefas de casa. Na Faculdade de Medicina aprendemos a escrever anamneses, que são a história dos pacientes.  
A queixa principal sempre é o título do artigo. A investigação científica dos sinais e sintomas compõe o conteúdo da matéria, no caso, as informações para o diagnóstico da doença, causa da vinda dos pacientes ao consultório. 
Sempre desconfiei que todo médico, por ofício, é um escritor em potencial. 
Pelos anos de exercício de profissão, esses textos vão sendo aprimorados e cada um desenvolve a sua técnica de passar suas perguntas técnicas ao papel. 
Esses escritos são confidenciais e só por ordem judicial podem ser revelados. 
Publicar anamneses em revistas e jornais, nem pensar! 
Pois bem, alguns psiquiatras especialistas em análise recomendam, para auxiliar na cura da autoestima perdida, a publicação de textos livres escritos pelos seus clientes, uma espécie de catarse dos seus sofrimentos. 
É um remédio amargo expor seus conceitos e opiniões ao domínio público para quem não é profissional em comunicação. 
Como é para recuperar a saúde perdida, com muito esforço alguns “heróis” aceitam essa terapêutica. 
Os primeiros artigos publicados causam um constrangimento pior que a autoestima perdida. 
Adquirido o hábito de escrever e publicar os textos e metabolizar o julgamento dos leitores, o “paciente” torna-se outra pessoa. 
Sente-se útil servindo de ponte entre semelhantes, e o ato de escrever passa a ser uma necessidade. 
Quem escreve modifica a sua própria vida e, às vezes, a de outros. 
Aprendi com a jornalista Valéria del Cueto a colocar no papel, sem nenhuma lógica, tudo que vem à cabeça. 
Nessa fase quanto menos se pensar melhor - diz a minha professora da “Ponta do Leme”. 
A fase seguinte é tentar ordenar aquele lixo em texto final. 
Sempre foi assim, sendo que a única coisa no mundo moderno que mudou foi a velocidade da informação. 
O ato de escrever, porém, produz uma coisa maior na nossa alma, que é a paz.

Gabriel Novis Neves
24-10-2015

Quinta, 12 Novembro 2015 13:42

Roberto Boaventura da Silva Sá

Dr. Jornalismo/USP; Prof. Literatura/UFMT 

Como sou um peixe que pouco se seduz pelos meandros sem-fim das redes sociais, tem sido comum me sentir um vertebrado aquático fora d’água em diversos momentos em que pessoas próximas comentam sobre “a última” que viram na internet. Claro que isso não me causa a sensação de “(des)pertencimento” deste mundo. Uso as redes só o necessário; e o necessário para mim é bem pouco, é quase nada.

Lógico que essa condição me impede de saber de tudo em tempo real. Dias atrás, p. ex., vi rapidamente alguns jornalistas explicando em um telejornal o significado de “jihadista”. A explicação era dada por conta de um “erro crasso” ocorrido no Facebook do Ministério da Justiça (MJ). 

Aí, reconheço, o peixe caiu na rede. Entrei no site do telejornal para me inteirar da situação. Tratava-se de um “diálogo” de um internauta com o referido ministério.

Explico: o MJ lançara a campanha “#EuTambémSouImigrante”, visando combater a xenofobia. Na busca da interação pelas redes, afirmava-se ali que “Imigrantes de todas as partes do mundo ajudam a construir nosso país”. Depois, o MJ convidava o internauta a participar da campanha e fazer o seu post.

O “facebookiano” Heder Duarte aceitou o diálogo, dizendo: “Imigrantes pacíficos são bem-vindos, já os jihadistas devem ser bloqueados de entrar no Brasil”.

A isso, responde o MJ: “Temos que (sic.) desconstruir alguns conceitos, Heder. Os jihadistas, assim como qualquer outro povo de qualquer outra origem, vêm ao Brasil para trazer mais progresso ao nosso país e merece (sic.) respeito”.

Penso que nem nas respostas do ENEM, já subtraindo os probleminhas com a língua materna, sairia uma pérola como essa. O termo “Jihad”, em árabe, significa “luta ou empenho em disseminar a fé”, e não a designação de um povo.

Recentemente, “Jihad” passou a ser usado por radicais islâmicos como convocação para a “guerra santa”. Logo, “jihadista” é o indivíduo que atente a esse chamado.

O MJ reconheceu o “erro crasso”, dizendo que a empresa contratada para responder aos internautas já havia sido afastada.

Como?!?

Empresa responde os diálogos propostos pelos ministérios?

Até isso foi privatizado pelo governo?

Por mais absurdo que seja, sim.

Por coincidência, logo depois, vi uma propaganda do governo federal sobre o “Dialoga Brasil: o país fica melhor quando você participa”. Isso foi lançado pela presidente da República em ato público no último dia 28 de julho; ou seja, no meio da mais extensa greve das universidades federais. Greve na qual o MEC em nenhum momento recebeu o Sindicato dos Professores para qualquer tipo de diálogo. E olhem que até a sala do ex-ministro Janine foi ocupada!

Diante dessas informações, novas e estarrecedoras, pelo menos para mim, fiquei pensando: será que o Sindicato Nacional dos Docentes teria de entrar no Facebook e “dialogar” com o MEC? Ou melhor, dialogar com algum funcionário de alguma empresa privada, contratada para bater papo com internautas? É esse o tipo de diálogo que o governo estabelece com a sociedade civil organizada?

Mas voltando ao “Dialoga Brasil”. Aquele programa abrange os seguintes temas: saúde; segurança pública, educação; redução da pobreza; cultura.

Concretamente, é dito naquela página oficial que “o governo federal analisará as três propostas mais apoiadas em cada programa e dará um retorno à sociedade”.

Bem, a essa altura, só sendo mesmo um abestado das redes para perder tempo com um governo tão inconfiável.

Encerro com uma lembrança: assim como os imigrantes, os brasileiros também merecem respeito.