Quinta, 23 Novembro 2017 09:39

 

 

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O Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
 
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JUACY DA SILVA*

Anualmente tanto o mundo quanto o Brasil destacam alguns dias e meses para que sejam enfatizados alguns aspectos relacionados com a saúde, como forma de chamar a atenção da opinião pública quanto aos cuidados com as doenças, principalmente as que mais afligem  a população e as que mais matam as pessoas. A ênfase nesses alertas é quanto a importância dos diagnósticos precoces, a fim de que as doenças sejam identificadas em seus estágios iniciais e, assim, possam ser tratadas e até mesmo curadas. Neste sentido, a prevenção é a medida mais importante, principalmente quando se sabe que muitas doenças são agravadas pelos hábitos alimentares e estilo de vida das pessoas.

Por outro lado, os cuidados com a saúde, na grande maioria dos países, principalmente onde a concentração de renda, riquezas e oportunidades é grande ou com índices absurdos, como no Brasil, a grande maioria da população é constituída por camadas pobres e miseráveis e que não dispõe de renda suficiente sequer para sua subsistência e dependem única e exclusivamente dos serviços de saúde pública para se prevenirem das doenças e se cuidarem corretamente

No Brasil, com o advento da Constituição Federal de 1988 e com a Lei de criação do SUS, a ideia era que a universalização da saúde pública pudesse atender de forma humana, eficiente e eficaz milhões de pessoas que vivem em condições econômicas e sociais precárias. Todavia,  como soe acontecer, em nosso pais tanto as Constituições quanto as Leis são muito mais figuras de retórica do que bases concretas para a ação política, entendida esta como o conjunto das ações do Estado ou dos poderes constituídos. Como se diz: “para inglês ver”, já que a saúde pública no Brasil a cada dia afunda mais no caos, como o noticiário dos meios de comunicação demonstram amplamente todos os dias. A saúde pública no Brasil a cada dia esta se transformando em casos de polícias, tantas são as mazelas que a caracterizam, indo desde a corrupção, passando pela incompetência, gestão fraudulenta, falta de recursos humanos, financeiros, equipamentos e descaso com os usuários.

É  neste contexto que devemos refletir sobre o novembro azul, dedicado à prevenção, cuidados e alerta em relação ao câncer de próstata que, conforme relatório recente da OMS – Organização Mundial de Saúde vem se constituindo em um dos mais sérios problemas de saúde pública no mundo, seja pela complexidade da doença quanto pelos elevados custos de tratamento.

Conforme a OMS no mundo em 2012 foram diagnosticados 1,1 milhões de novos casos de câncer de próstata com 300 mil mortes e as previsões indicam que em 2025 serão mais de 2,0 milhões de novos casos e mais de 600 mil mortes; uma verdadeira catástrofe muito maior do que todas as guerras e conflitos em  curso no mundo atualmente.

No Brasil a situação também é grave, principalmente pela precariedade da saúde pública que impossibilita o acesso de milhões de homens que deveriam realizar exames anualmente e não conseguem ou quando conseguem, após meses ou anos na fila de espera, acabam  sendo diagnosticados tardiamente e morrem sem assistência e tratamento adequado.

Entre 1980 e 2014 no Brasil morreram 251.165 homens devido ao câncer de próstata e nada menos do que 285.165 mulheres com câncer de mama, totalizando 536.535 mil óbitos, boa parte que poderiam, perfeitamente, ser evitadas se fossem diagnosticadas e tratadas a tempo. A maior parcela dessas pessoas, como de resto, milhões de outras, morreram e continuam morrendo, prematuramente, como se fossem condenadas `a morte pela omissão dos poderes públicos e pelo descaso  dos governantes em relação à saúde pública, enfim, a saúde dos pobres, já que as pessoas das classes media, media alta e alta possuem recursos suficientes para terem planos de saúde ou custearem suas próprias despesas com saúde, educação e  segurança, enquanto os pobres são relegados a tratamento praticamente sub humano ante o caos que impera na saúde pública, nos níveis federal, estaduais e municipais, em todos os Estados e regiões.

A chance de morrer por falta de atendimento em saúde é de dezenas de vezes maior entre os pobres do que entre os ricos e dos donos do poder no Brasil. A fila para atendimento na saúde pública no Brasil é pior do que o “corredor da morte” nas penitenciárias de alguns países em que a pena de morte é adotada. Morre muito mais gente por falta de atendimento da saúde pública no Brasil do que pessoas  executadas por pena de morte no mundo todo.

O importante também a  destacar é que as taxas de mortalidade por câncer em geral, quanto de câncer de mama e de próstata vem aumentando ano após ano. Em 1980 a taxa de câncer de mama era de 6 por 100 mil mulheres e a de câncer de próstata era de 4 por 100 mil homens; em 2014 passaram para 14 por cem mil, tanto para o câncer de mama quanto de próstata. Isto corresponde a aproximadamente 28 por 100 mil habitantes.

Em media a cada ano são diagnosticados em torno de 65,2 mil novos casos de câncer de próstata e de 13,1 mil óbitos decorrente desta doença, enquanto  foram diagnosticados 57.960 novos câncer de mama, que também  foi responsável por 14.388 mortes em 2016.

Esses também são aspectos que não podem ser deixados de lado quando falamos em outubro rosa ou novembro azul. É mais do que urgente que nossos governantes deixem a demagogia e as mentiras de lado e destinem recursos suficientes para que a saúde pública não continue mantando dezenas de milhares de pessoas a cada ano, simplesmente porque são pobres e dependem única e exclusivamente da saúde pública que vive um caos permanente há décadas.

*JUACY DA SILVA, professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista e colaborador de jornais, sites e blogs. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Twitter@profjuacy Blogwww.professorjuacy.blogspot.com

Quarta, 08 Novembro 2017 15:59

 

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Roberto Boaventura da Silva Sá

Prof. de Literatura/UFMT; Dr. em Jornalismo/USP

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Mesmo não sendo profissional da saúde, a saúde do trabalhador sempre me importou.

Desde cedo, me inquietavam as informações sobre as condições de trabalho dos operários que viveram a alteração da manufatura para a produção em série, aliás, um dos registros da contemporaneidade. 

Por aqui, perturbavam-me, e ainda me perturbam, as crueldades ocorridas durante a escravidão. Aquela tragédia – tão bem transposta nos poemas de Castro Alves, p. ex. – sempre me foi repugnante. Quantos transtornos – físicos e emocionais – foram vividos por tantos seres humanos!

Por falar em transtorno, hoje, trato disso em um espaço de trabalho que poucos supõem ocorrer: nas universidades federais, sobretudo nas pós-graduações.

Claro que ao falar de pós nas federais, estou falando de algo ainda sério: mestrado e doutorado. Nem penso nessas especializações ofertadas, via de regra, on line, por muitas privadas, que só servem para certificar cartorialmente quem busca acumular papéis, não conhecimentos.

Isso posto, vou ao cerne do artigo: comentar a matéria “Suicídio levanta questões sobre saúde mental na pós” (Folha de S.Paulo: 27/10/2017; B7).

Muito do que é dito na matéria, e tudo já constatado por meio de pesquisas, de minha parte, já havia sido compartilhado, mas em relação aos docentes que vivem em constante cobrança por um produtivismo.

Costumo brincar, dizendo que colegas que atuam na pós não passam um dia sem pedir benção à deusa CAPES(Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e ao deus CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). Confesso, lamentando, minha negligência em relação à saúde dos discentes de tais espaços.

E é justamente desse segmento de que trata a matéria referida. Motivo: suicídios nas universidades. O mais recente ocorreu em um dos laboratórios de pós na USP, não sem antes o estudante deixar um recado na lousa: “cansei de tentar, de ter esperança, de viver”. I’m just done” (“pra mim, deu”), disse.

Claro que o suicídio é ato extremo de uma rotina que vem de longe. No meio do caminho do suicida podem haver insônias, síndrome do pânico e outros transtornos, tanto emocionais quanto físicos, como gastrites, enxaquecas, dores pelo corpo etc. Raramente alguém fica incólume. Antes da conclusão de qualquer trabalho acadêmico, alguma doença pode se alojar em quem se prontificar a esse tipo de trabalho, que, em tese, é indispensável ao futuro melhor de uma nação.

Como reverter o quadro?

Revendo posturas/hábitos já naturalizados.

Como?

Resgatando a autonomia das universidades. A pós-graduação não pode continuar refém da lógica produtivista da CAPES, do CNPq... Recusar-se ao produtivismo é imperante. O aprisionamento a essa lógica tem levado docentes e discentes à competitividade, ao stress extremo. Nas universidades, os experimentos, a troca de experiências e os debates são imprescindíveis; e isso demanda tempo e comportamento ético, que estamos a perdê-los.

Se conseguirmos isso nas universidades, ainda teremos chance de atingir o maravilhoso estágio do trabalho intelectual, que não entra em competição alguma, que não se deixa mensurar por quantidade da produção e por tempo determinado.

No campo do trabalho de um intelectual, que extrapola trabalhos de meros acadêmicos, a conclusão de alguma hipótese pode nem chegar no tempo de vida do intelectual, que literalmente pensa.

Enquanto esse patamar não for atingido, restar-nos-á lamentar e chorar pelos doentes e pelos mortos do meio acadêmico.

Quinta, 19 Outubro 2017 14:19

 

  

Os docentes e técnicos administrativos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) aprovaram, em assembleia conjunta realizada nessa quinta-feira, 19/10, as taxas de reajuste de onze planos em convênio coletivo com a Unimed para os anos de 2017, 2018, e uma perspectiva de negociação para 2019. Os percentuais são referentes aos contratos de números 6890, 6891, 6892, 6900, 6901, 6902, 6903, 6910, 6911, 6912 e 9840.

 

As reuniões entre as partes, trabalhadores e plano de saúde, tiveram início em fevereiro desse ano, quando a Unimed presentou uma proposta de 67% de reajuste para 2017. Depois de diversas reuniões e duras negociações, com cinco propostas diferentes, docentes e técnicos conseguiram baixar o percentual de 2017 para 20%. “Nós não aceitamos, na verdade. Não houve acordo na negociação, então nós trouxemos para a assembleia. Nosso ideal era 10% em 2017, e 10% em 2018, mas até o momento, depois desse longo e desgastante processo, isso não foi possível”, disse o professor Fernando Nogueira, presidente da comissão, ao apresentar os dados da negociação.

 

Além dos 20% para 2017 e 18% para 2018, os trabalhadores aprovaram, na assembleia dessa quinta-feira, a possibilidade de amarrar a negociação entre 15 e 22% para 2019. A Unimed quer condicionar esse percentual de reajuste ao de sinistralidade, ou seja, a taxa de procura dos usuários pelos serviços. A empresa ofereceu um plano para os usuários de terceira idade, que se propõe a viabilizar essa redução da procura, e consequentemente o percentual, por meio de acompanhamento agendado dos pacientes acima de 59 anos.

 

A representante do Sindicato dos Trabalhadores Técnicos Administrativos (Sintuf/MT), Luzia Melo, falou dos receios da categoria em fechar percentual para 2019. “Nós não vemos como diminuir a sinistralidade, porque muitas pessoas fazem tratamentos sérios, com profissionais especializados. Além disso, a conjuntura política não nos permite saber como será 2019”, afirmou a servidora.

 

Depois dos debates, no entanto, os presentes concordaram em amarrar o percentual, com a possibilidade de continuar a negociação.

 

Os presentes também apontaram a necessidade de dialogar com a empresa sobre outras questões, como os abusos na cobrança de pagamentos atrasados as implicações aos pacientes que queiram negociar, demora para agendamento de consultas e ausência de alguns profissionais especializados, além de alternativas de transferência para dependentes de titulares que venham a falecer.

 

 

 

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

 

 

Segunda, 09 Outubro 2017 18:16

 

 

A população de Sinop está mais uma vez desassistida na área da saúde, sem atendimento de urgência e emergência. A situação se arrasta há alguns meses, mas na última sexta-feira, 06/10, o Hospital Regional fechou completamente as portas, por total falta de condições de atendimento. A Organização Social (OS) que administra a instituição atualmente, Fundação de Saúde Comunitária de Sinop, acusa o Governo de não ter feito os repasses. O governo, no entanto, alega que já o fez.

 

Nessa segunda-feira, 09/10, em assembleia geral, os enfermeiros que trabalham na instituição votaram pela permanência da greve que teve início na sexta-feira, 06, pela falta de condições de trabalho e o atraso salarial de três meses.  

 

“Falta comida para os pacientes, luva cirúrgica, oxigênio, papel, saco plástico para a limpeza. Está um verdadeiro caos. Os funcionários estão sem receber há meses, vivendo de sexta básica doada população. Parece que estava previsto o pagamento do salário de julho essa semana”, disse o professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Maurício do Couto, representante da Adufmat-Seção Sindical do ANDES em Sinop.

 

Entra Governo e sai Governo, e o caos se repete em Mato Grosso. No meio disso tudo, as pessoas que precisam e custeiam o atendimento, mas não o recebem. A população só quer que o sistema funcione, mas as vezes não percebe que a grande questão é a complicada relação da gerência privada de recursos públicos. Foi exatamente assim durante a gestão da Organização Social anterior.

 

Imagem divulgada pelos manifestantes

 

“Cadê o dinheiro para a saúde?”, exibiam em cartazes os moradores da região, que ocuparam a BR-163 no início da semana passada, gerando mais de dois quilômetros de congestionamento.

 

Outras manifestações mobilizaram os habitantes do município nos últimos dias, tanto na região central como na frente do campus da UFMT, em solidariedade aos funcionários do Hospital e pela regularização da situação.

 

A falta de condições em Sinop também motivou a suspensão dos estágios de profissionais da saúde no Hospital. No dia 02/10, a enfermeira responsável pelo setor encaminhou um ofício, informando da paralisação do estágio.  

 

A UFMT, entre outras universidades, realiza estágios supervisionados, obrigatórios para a formação, em convênio com Hospital Regional. Para a universidade federal, a carga horária prática exigida é de 439 horas, e muitas turmas com estágio em andamento, ou com previsão de início, não sabem o que esperar.

 

“Seria um crime, realmente, aceitar atender alguém no Hospital, porque não há recursos. Falta tudo. O Hospital Santo Antônio, que é particular, filantrópico e conveniado, também pode nos acolher. Mas como é uma empresa, nós trabalhamos sem muita autonomia. Nós precisamos de um hospital público, do SUS, de portas abertas para ser de fato um hospital escola”, explicou a professora do curso de Enfermagem da UFMT em Sinop, e membro da comissão de estágio supervisionado, Marieli Bolpato.

 

Para ela, as manifestações na cidade e na porta da UFMT representam um grito da população local para chamar a atenção dos representantes locais e do Governo. Os moradores da região ainda sofrem com informações de que os hospitais regionais mais próximos, de Colíder e Sorriso, também enfrentam dificuldades.

 

Em junho desse ano, o Governo do Estado decretou situação de emergência para ambos, além do Hospital Metropolitano, em Várzea Grande, e do Regional de Alta Floresta. De acordo com o Governo, a medida visa a transição da gestão pública de todos esses hospitais para nova Organização Social ou empresa, mesmo depois da constatação de diversas irregularidades que provocaram o rompimento do contrato com o Instituto Pernambucano de Assistência e Saúde (Ipas) em 2014.   

 

No entanto, geridos pelo Estado, são justamente os hospitais públicos que estão recebendo os pacientes que estavam internados em Sinop. Algumas transferências estão sendo realizadas para Cuiabá.

 

A professora do curso de Farmácia da UFMT em Sinop, Maria Rissato, membro do Conselho Municipal de Saúde do município, relata que os atrasos nos repasses são históricos. “Há informações de que isso acontece desde que a OS tomou posse, há dois anos. Na verdade, na saúde como um todo há atraso. Mas as pessoas estão mobilizadas há meses, querendo apenas que Governo cumpra seus acordos e contratos. A última reunião do Conselho teve a participação de vereadores e do representante da Fundação, e o nosso esforço é para que, independentemente de partido, os representantes pensem antes de tudo nos cidadãos que precisam desses serviços”, disse a docente.  

 

Os profissionais que trabalham no Hospital reclamam que, apesar de todas as tentativas, o Governo tem ignorado a situação e desmarcado audiências para tratar do assunto. Ainda não há expectativa de retorno às atividades, nem de diálogo com a equipe do governador Pedro Taques.

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

 

Quarta, 05 Julho 2017 14:40

 

O Conselho Municipal de Saúde de Cuiabá/MT (CMS/Cuiabá/MT) está promovendo a 12ª Conferência Municipal de Saúde de Cuiabá/MT para os dias 12, 13 e 14.07.2017. Para esta ação, o CMS/Cuiabá/MT está promovendo pré-conferências municipais em vários locais/regiões do município de Cuiabá/MT.

Buscando participar, mais efetivamente, nestas pré-conferências, a Universidade Federal de Mato Grosso, através do Instituto de Saúde Coletiva, está promovendo um encontro de todas as academias de ensino e pesquisa, públicas e privadas, seus alunos, professores, técnicos e trabalhadores de Cuiabá e Região, para o dia 08 de Julho de 2017 das 08:00 às 12:00 horas, no auditório do Instituto de Saúde Coletiva (situado no Bloco CCBS-III, em frente do Teatro Universitário).

É a oportunidade ideal de profissionais da educação superiror, futuros profissionais do mercado de Cuiabá e de Mato Grosso, professores e pesquisadores, como também trabalhadores no ensino e na pesquisa, de todas as áreas acadêmicas e não apenas a da saúde, auxiliarem o CMS/Cuiabá/MT oferecendo suas percepções, visões, propostas e outros, sobre nossa saúde municipal, atual e futura.

Pré Conferência Aberta de Saúde das Academias de Ensino de Cuiabá e Região

08.07.2017 – 08:00 hs.

Auditoria do Instituto de Saúde Coletiva/UFMT

Bloco CCBS III, Térreo – Campus Universitário, Av. Fernando Correa da Costa, s/n, Coxipó – Cuiabá-MT

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(65) 3615-6248

 

 

Prof. Jackson R. Barbosa

Instituto de Saúde Coletiva/UFMT

Quinta, 18 Maio 2017 16:56

A Luta Antimanicomial completa 30 anos nesta quinta-feira 18/07. Trata-se de um movimento nacional que traz luz à realidade de muitas pessoas que sofrem de algum transtorno psíquico e, por falta de políticas públicas adequadas, acabam expostas ou submetidas a tratamentos desumanos. Em Mato Grosso, o tema será discutido durante o Seminário "Desinstitucionalizando a Loucura: A Cidade Acolhendo a Loucura", que será realizado nos dias 19 e 20/05, no Centro Cultural da UFMT, em Cuiabá (MT). O evento é gratuito e aberto a todos os interessados.

O fim dos manicômios é uma das bandeiras apoiadas pelo Andes – Sindicato Nacional, explica a professora de Psicologia e diretora regional da entidade, Vanessa Furtado, também uma das organizadoras do evento.

“A base da luta antimanicomial é a organização popular do incentivo a participação dos usuários e técnicos nas decisões das instituições. Dessa forma, muito do que percebemos do fenômeno da loucura está ligado diretamente à violação dos direitos, com a dinâmica das opressões do sistema capitalista que tem de fundo a questão social. Se nós do Sindicado do Andes somos classistas, a questão social é primordial e vai além das questões cooperativas”, explica a docente.

Apesar da Luta contar com três décadas, a professora avalia um retrocesso nos direitos já adquiridos desde a promulgação da lei nº 10.216 de 2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental.

“Parece que em trinta anos de luta estamos vendo um retrocesso na política. Em cidades que foram pioneiras na política do CAPS e dessa política da institucionalização, como Belém (PR) e a própria Cuiabá, vemos hoje um desmanche e o retorno aos hospitais, o que traz vários outras nuances. A questão não é só a privação da liberdade, tem toda uma questão que é mais violenta. Existe o lobby grande da indústria farmacêutica em que observamos, nos hospitais, altas dosagens de medicação. Aqui em Cuiabá ainda tem o recurso da contenção mecânica”.

Programação

Nos dois dias de atividades os participantes poderão conferir palestras, mesas redondas, oficina e intervenção. O encontro terá  início às 17h com o credenciamento dos participantes e na sequência a cerimônia de abertura.

A primeira palestra será ministrada pela professora Tatiane Bichara, do Instituto de Altos Estudos Nacionales (Quito – Equador) e o professor Cristiano Ribeiro Vianna, psicólogo clínico psicanalista, que atua como articulador social e agente micropolítico em projeto de Saúde Coletiva e Socioculturais. Eles apresentarão a palestra "O Direito à cidade e estratégia de intervenções para o acesso e criação de espaços públicos”.

No segundo dia do evento (20/05), o encontro segue com a palestra “Geração de renda e redução de danos: possibilidades de emancipação”, que será ministrada pela mestra em psicologia social, Evelyn Sayeg, e também pelo coordenador da Ong. ‘ÉdeLei’ e mestre em saúde pública, Bruno Ramos Gomes.

No período vespertino, as atividades serão retomadas às 14h com a mesa redonda “A atuação no CAPS e a arte como recurso”, que terá, como mediadores, Naiana Marinho Gonçalves, psicóloga do Grupo de Pesquisa em Psicologia da Infância GPPIN; e Filipe Willadino Braga, mestre em psicologia clínica e cultural e psicólogo do CAPS II.

Na sequência, haverá uma oficina, com início às 16h, que abordará temas como o teatro do oprimido, escritas poéticas, saúde mental e música, além das vivências na cultura popular. Já a intervenção cultural será a partir das 18h, com a participação de Luciene Carvalho. A artista fará uma batalha de rimas e também um grafite do Mural no MACP. 

O encerramento das atividades será às 20h com a mesa redonda "A História da luta antimanicomial em Mato Grosso”, que terá a participação da professora da UFMT, Soraya Danniza Barbosa Miter Simon, e da pesquisadora Ruzia Chaouchar dos Santos.

 

Priscilla Silva

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind 

 

 

Sexta, 07 Abril 2017 12:50

 

JUACY DA SILVA*
 

Ao longo de mais meio século a OMS –Organização Mundial da Saúde em 07 de Abril comemora o DIA MUNDIAL DA SAÚDE,  escolhendo  cada ano um tema para alertar as autoridades sanitárias de todos os países e também as organizações que representam a sociedade civil organizada  e a população em geral sobre problemas que atingem e afligem milhões de pessoas.


Esses  temas representam grandes desafios da saúde, principalmente da  saúde pública, enfim, verdadeiros flagelos que aterrorizam todos os países e causam enormes prejuízos econômicos, financeiros e humanos.


Este ano o tema  escolhido foi a depressão, inserida no contexto mais amplo da saúde mental, conforme o Plano de ação para o período de 2013 a 2020. Em 16 de outubro de 2016, Dia mundial da saúde mental, a OMS lançou um verdadeiro desafio objetivando a que todos os países redobrem os esforços para que mais pessoas procurem ajuda e os cuidados para  combater  a depressão e a ansiedade, uma porta aberta para o suicídio.


Segundo a OMS  a depressão é uma doença mental caracterizada por tristeza persistente, a perda de interesse  em atividades que as pessoas realizam rotineiramente, acompanhada de falta de  habilidade para realizar tarefas e atividades diárias, por pelo menos duas semanas seguidas.


Ainda segundo a OMS, a depressão apresenta  algumas características como : perda de energia, mudança/perda de apetite, perturbações no sono, inclusive insônia, ansiedade, angústia, redução na concentração, indecisão, procrastinação, cansaço constante. Alguns especialistas costumam dizer que a depressão é a doença da tristeza.


Muita gente imagina que depressão não é  uma doença grave.  Ledo  engano, depressão é doença séria, precisa ser diagnosticada e tratada, através de cuidados proporcionados por especialistas como psicólogos, analistas, psiquiatras. A depressão, em sua fase aguda, pode conduzir ao suicídio, outro grande desafio da saúde pública em todos os países.


Entre 1990 e 2013 o número de pessoas com depressão  aumentou em 50% e ainda segundo a OMS em torno de 10% da população mundial sofre de depressão. Em 2017 existem no mundo nada menos do que 750 milhões de pessoas com depressão.  Em alguns países esses índices podem atingir até 20% da população total.


O Brasil é um dos países com maiores índices e número de pessoas com depressão e ansiedade.  Em 2015 nada menos do que 5,8% da população, ou seja, 11,55  milhões de pessoas sofriam coma depressão, além de 18,66 milhões de pessoas ou  9,3% da população brasileira que sofriam  com ansiedade.  Tanto em relação à depressão quanto à ansiedade os índices no Brasil são maiores do que a grande maioria dos países, tanto das Américas quanto do resto do mundo.


Em termos mundiais o custo econômico e financeiro da depressão é de um trilhão de dólares, além dos custos humanos e familiares, incluindo muito sofrimento tanto das pessoas que sofrem com a depressão quanto seu círculo familiar , de amizade e de trabalho.


Como pontuado antes, a depressão é uma das principais causas do suicídio. Em torno de um milhão de pessoas cometem suicídio a cada ano no mundo e esses índices aumentaram 60%  entre  1970 quando o índice de suicídio era de 10 por cem mil habitantes  e 2015 quando o índice foi de 16 suicídios por cem mil habitantes.


Portanto, faz muito sentido quando a OMS escolheu o  lema  para o alerta deste dia mundial da saúde “Vamos falar de depressão”, afinal esta doença atinge pessoas de diferentes faixas etárias, etnia, religião, níveis sócio econômico e educacional e continua sendo um dos grandes desafios deste início de século.


Vamos refletir um pouco mais sobre este desafio.


*JUACY DA SILVA,  professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre  em sociologia, articulista de jornais, sites, blogs e outros veículos de  comunicação social. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Twitter@profjuacy Blog www.professorjuacy.blogspot.com

 

Sexta, 31 Março 2017 14:59

 

JUACY DA SILVA*

 

Mais um surto de doenças está alarmando a população brasileira. Depois de décadas de sufoco da DENGUE, vieram a chikungunya e a ZICA. Agora é a vez da FEBRE AMARELA que está apavorando a população de MINAS GERAIS, ESPÍRITO SANTO, RIO DE JANEIRO E nesses últimos dias a Bahia.


O alerta foi acionado quando dois macacos, que são considerados os “sentinelas naturais” para esta praga  foram encontrados em alguns bairros de Salvador, Bahia.  Segundo as autoridades sanitárias deverão ser vacinas mais de 1,2 milhões de pessoas, para evitar que um novo surto, igual ao que aconteceu em MINAS GERAIS, onde já morreram 137 pessoas em menos de três meses, venha a acontecer em uma área metropolitana, densamente povoada e com condições de saneamento básico extremamente precárias.


Todas essas doenças são transmitidas pelo mesmo mosquito, o AEDES AEGIPT. Está havendo um grande esforço por parte das autoridades sanitárias para conseguir  vacinar a população desses estados e dos municípios onde foram constatados casos confirmados  ou suspeitos de FEBRE AMARELA.


Aliás, em se tratando de saneamento básico, o Brasil é  uma vergonha, mais de 70% da população urbana brasileiro não possui esgotos coletados e tratados, córregos, rios, lagoas e até o mar e as nossas baias são verdadeiros depósitos de lixo e esgoto a céu aberto. Diante desta situação vergonhosa não é novidade que doenças de massa estejam proliferando e atormentando a população, principalmente, as camadas mais pobres que  vivem ou sobrevivem nessas áreas, enquanto nossos políticos, empresários e governantes continuam assaltando os cofres públicos e roubando dinheiro público que faz  falta para o saneamento básico e a saúde pública.


Se você reside  ou  pretende viajar para   os Estados de Minas Gerais, Bahia, Rio de janeiro ou Espírito Santo, é recomendável que se previna muito bem, veja se consegue se vacinar e procure outras orientações para se proteger e proteger sua família.


Antes os alertas, principalmente dos países da Europa, Estados Unidos e outros desenvolvidos,  aos turistas que pretendiam vir ao Brasil eram em relação à violência , agora, além das precauções contra a bandidagem também as pessoas devem  ter cuidado com essas doenças.

Lembre-se: Dengue, chikungunya, zika, febre amarela e corrupção matam, todo cuidado e pouco!


*JUACY DA SILVA, professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre  em sociologia, articulista e colaborador de jornais, sites, blogs e outros veículos de comunicação. 

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Terça, 22 Novembro 2016 13:55

 

Docentes das seções sindicais do ANDES-SN de Norte a Sul do país participaram no fim de semana (18 e 19) do VI Encontro Nacional de Saúde do Trabalhador Docente, realizado na cidade de Feira de Santana (BA),  com o tema central “A lógica gerencialista nas universidades e o impacto na saúde docente”. Esta é a 6° edição do encontro, o último foi realizado em 2013, que tem como objetivo propiciar aos docentes um momento de reflexão e de contato com a sociedade e com outros órgãos que pesquisam a questão do trabalho e do adoecimento laboral.

 

Durante os dois dias de encontro - sediado pela Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Ferira de Santana (Adufs-BA - Seção Sindical do ANDES-SN) -, os participantes discutiram temas como o gerencialismo dentro das universidades, que é um modelo que valoriza as técnicas utilizadas nas organizações privadas em termos de custos, onde a relevância se concentra no fator quantitativo em detrimento do qualitativo; a intensificação do trabalho docente; e o assédio moral dentro das universidades.

 

“Todas as mesas de debate contextualizaram as questão da saúde docente e o produtivismo com a conjuntura posta, principalmente, da PEC 55/2016, que congela os gastos públicos por 20 anos. E vimos que esses ataques já vinham se desenhando ao longo dos anos, com a retirada de direitos já conquistados”, disse Sirliane de Souza Paiva, 2° vice-presidente da Regional Nordeste I e da coordenação do Grupo de Trabalho de Seguridade Social e Assuntos de Aposentadoria (GTSSA) do Sindicato Nacional.

 

Na ocasião, foi lançada também uma cartilha que tem como intuito instrumentalizar as seções sindicais na realização de uma pesquisa nacional sobre saúde docente para o Sindicato Nacional obter um panorama nacional das condições de trabalho e do adoecimento docente e fundamentar as estratégias de luta acerca dessas questões. O material contém procedimentos detalhados, relacionados ao método de trabalho, para a aplicação da pesquisa e consolidação dos dados em âmbito nacional e será posteriormente enviado às seções sindicais e secretarias regionais via circular, bem como será disponibilizado no site do ANDES-SN.

 

Para a diretora do Sindicato Nacional, o encontro superou as expectativas, pois contou com a presença de docentes das mais variadas seções sindicais do país, que estão comprometidos no fortalecimento e luta em defesa da saúde do trabalhador. “O que percebemos neste evento foi o aumento na participação de docentes no encontro, que não são necessariamente da militância, buscando mais informações sobre como a precarização do trabalho está diretamente relacionada ao adoecimento docente, além disso um dos objetos do encontro era o de estimular a categoria a realizar a pesquisa nas suas universidades e, quanto a isso, a receptividade foi muito boa”, afirmou Sirliane.
 

 

Confira aqui a cartilha

 

Fonte: ANDES-SN