Segunda, 24 Outubro 2016 13:39

 

Estudantes do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), antiga escola técnica, fecharam as portas da unidade de Cuiabá, no início da manhã desta segunda-feira (24), somando-se aos demais manifestantes do país e reagindo contra a PEC 241, que congela verbas federais por 20 anos, e a Medida Provisória 746, que muda a estrutura do Ensino Médio.

 

Divulgação Porta dos alunos: 'Ocupado'.

 

Com a ocupação, as aulas e atividades no instituto estão suspensas nesta segunda.

Tanto a PEC 241 quanto a MP 746 são medidas do governo recente do presidente Michel Temer (PMDB).

"Não vamos deixar ninguém entrar, porque essas pautas são nacionais, mas interferem na nossa vida diretamente", explicou o aluno Leonardo Rondon, diretor executivo do grêmio estudantil do IFMT campus Cuiabá, ressaltando que "a manifestação é pacífica até o momento" e que deve durar 24 horas.

As manifestações nos institutos federais do país, algumas delas por tempo indeterminado, são puxadas pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBes).

PEC 241

A PEC 241, que já passou em primeira votação na Câmara dos Deputados, é uma proposta de emenda constitucional, que congela as despesas do Governo Federal por até 20 anos.

É a principal aposta do recente governo do presidente Michel Temer (PMDB) de contenção do rombo nas contas públicas e superação da crise econômica.

Os contrários entendem que ela corta gastos em setores fundamentais, como a educação e a saúde e não resvala em banqueiros por exemplo, que são as grandes fortunas do país.

 

 

Divulgação Paralisação é por 24 horas.

 

MP 746

Já a Medida Provisória 746 altera a estrutura do Ensino Médio. Entre as principais mudanças determinadas por esta MP estão a ampliação a carga horária, a obrigatoriedade do ensino de língua portuguesa e matemática nos três anos do ensino médio. A língua inglesa também fixa-se como prioridade, em detrimento de outros idiomas, como espanhol por exemplo. Já arte, educação, filosofia e sociologia tornam-se conteúdos facultativo.

Contrários entendem que ela foi imposta, a toque de caixa, e que é retrógrada quanto ao entendimento do que seja educação plena.

Favoráveis reforçam a necessidade de reformulação do Ensino Médio desde a década de 90, quando já havia diagnóstico apontando dificuldades no segmento.

Reitoria

A Assessoria de Imprensa do IFMT informou que historicamente a reitoria respeita todo tipo de manifestação.

Às 10h48, a Direção Geral do IFMT - Campus Cuiabá declarou que "respeita a manifestação dos estudantes que é legitima".

Informou ainda que houve reações semelhantes às de Cuiabá em campi do interior, como em Rondonópolis e Confresa.

Destacou também que tais manifestações estão na pauta da 69ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), confirmada para ocorrer em Brasília no período de 8 a 10 de novembro.

Professores e servidores

GD tentou falar com a representação dos professores e servidores do instituto federal, mas não conseguiu contato até o fechamento desta matéria.

O IFMT

O IFMT tem 19 campi em Mato Grosso, sendo dois na capital.

São mais de 25 mil alunos, nos mais de 100 cursos de nível superior , pós-graduação, técnico, de educação a distância, além de cursos de curta duração.

O IFMT tem 1782 servidores, sendo 993 docentes e 789 técnicos.

Foi fundado em 1909, quando iniciaram as primeiras experiências de formação técnica no país.

Até os dias atuais, é referência em Mato Grosso.

 

Fonte: Keka Werneck/Gazeta Digital

Terça, 04 Outubro 2016 17:28

 

 

Circular nº 324/16

Brasília, 4 de outubro de 2016

 

 

 

Às seções sindicais, secretarias regionais e aos Diretores do ANDES-SN

 

 

Companheiros,

 

 

A Diretoria do ANDES-SN, no uso das atribuições que lhe confere o inciso XII do art. 30 do Estatuto da ANDES-Sindicato Nacional, convoca o 36º CONGRESSO do Sindicato para o período de 23 a 28 de janeiro de 2017, a realizar-se na cidade Cuiabá/MT, sob a organização da ADUFMAT Seção Sindical, com o tema central: Em defesa da educação pública e contra a agenda regressiva de retirada dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras.

Anexa a proposta de pauta e cronograma.

 

Chamamos a atenção para as seguintes informações:

1. DOS PRAZOS PARA AS CONTRIBUIÇÕES AO CADERNO DE TEXTOS

1.1 As contribuições das seções sindicais e dos sindicalizados para integrarem o Caderno de Textos deverão estar na sede do ANDES-SN até o dia 14 de novembro de 2016, por e-mail.

1.2 As contribuições que chegarem à sede do ANDES-SN no período de 15 de novembro de 2016 a 6 de janeiro de 2017 também serão remetidas às seções sindicais, juntamente com as correções e análises de textos, para comporem o anexo ao Caderno de Textos a ser publicado no dia 11 de janeiro de 2017.

1.3 Conforme deliberação do 59o CONAD, a apresentação de textos referentes ao Tema I – Movimento Docente, Conjuntura e Centralidade da Luta – somente será admitida no Caderno de Textos principal, cujo prazo de envio é até o dia 14 de novembro de 2016.

1.4 Por recomendação do 18º CONGRESSO, o Caderno de Textos deve ser ordenado dentro de cada tema específico. Para tanto, estamos encaminhando, anexas, algumas orientações visando uma melhor ordenação e dinâmica dos trabalhos.

1.5 Encerrados os prazos previstos para a composição do Caderno de Textos e do Anexo, qualquer novo texto só será submetido à discussão, obedecidas as deliberações do 20º CONGRESSO (Rio de Janeiro, 15 a 21 de fevereiro de 2001) registradas a seguir:

“2 - após a publicação do Anexo, qualquer novo texto somente poderá ser submetido à discussão no evento se aprovada sua inclusão pela Plenária de Instalação. Para a apreciação pela Plenária de Instalação, o novo texto deverá apresentar uma justificativa demonstrando a necessidade da sua apreciação no evento e os fatos excepcionais que levaram à apresentação fora dos prazos fixados.

2.1 a inclusão de novos textos deve ser aprovada por maioria simples dos delegados presentes.

2.2 - no caso de aprovação da inclusão de novos textos, cabe à comissão organizadora a responsabilidade da reprodução destes para o conjunto de participantes do evento.”

 

2. DO CREDENCIAMENTO PRÉVIO E DO CREDENCIAMENTO

2.1 O ANDES-SN, empenhado em implementar um sistema mais ágil de inscrição em seus eventos nacionais, reafirma a importância do credenciamento prévio como elemento facilitador do processo. Para o 36º CONGRESSO, fica estabelecido o período de 1º de dezembro de 2016 a 18 de janeiro de 2017, para o recebimento da documentação regimental para inscrição de delegados e observadores. O credenciamento durante o evento dar-se-á no dia 23 de janeiro de 2017, das 9h às 12h e das 14h às 17h. Os critérios para a escolha dos participantes do 36º CONGRESSO estão expressos nos arts. 16 e 17 do Estatuto do ANDES-SN (cópia anexa).

2.2 Pelo menos um representante da delegação de cada seção sindical ou secretaria regional, credenciada previamente deverá comparecer à Secretaria do 36º CONGRESSO, no dia 23 de janeiro nos horários especificados no item 2.1 que se refere ao credenciamento, para confirmar, ou não, a presença do(s) delegado(s) e do(s) observador(es).

 

3. DA DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA AO CREDENCIAMENTO

3.1 Ata da assembleia geral (assinada pela mesa coordenadora dos trabalhos) em que foram escolhidos os delegados, os observadores e os suplentes de delegados. Os suplentes de delegados devem, obrigatoriamente, ter sido escolhidos comoobservadores/suplentes de delegados. Quando o observador tiver sido indicado por outra instância que não tenha sido a assembleia geral de sua seção sindical ou da secretaria regional, este não poderá substituir o delegado.

3.2 Lista de presença na Assembleia Geral.

3.3 O Delegado de Diretoria poderá ser indicado por meio de carta da seção sindical, ou constar da ata da Assembleia Geral (devidamente identificado como tal) que elege os Delegados de Base.

3.4 Os Delegados de Base, de acordo com o art. 17 do Estatuto da ANDES-SN, devem ser escolhidos na seguinte proporção cumulativa.

- até 500 sindicalizados                 - 1 delegado por conjunto de 100 ou fração;

- de 501 a 1.000 sindicalizados   - 1 delegado por conjunto de 250 ou fração;

- a partir 1.001 sindicalizados      - 1 delegado por conjunto de 500 ou fração.

3.5 Comprovação pela seção sindical de quitação com a Tesouraria (até o mês de novembro de 2016) das seguintes contribuições mensais dos sindicalizados:

3.5.1 Contribuição mensal;

3.5.2 Fundo de Único;

3.5.3 Fundo Nacional de Greve;

3.6 Comprovação pela seção sindical do pagamento de Rateios de CONAD e Congressos

3.7 Comprovação pela seção sindical do pagamento das parcelas vencidas de acordos realizados quanto aos pagamentos previstos nos itens 3.5.1, 3.5.2. 3.5.3 e 3.6, se houver.

Solicitamos às seções sindicais que estiverem com problemas de débitos junto à Tesouraria Nacional comunicar-nos o fato, o mais breve possível, para que possamos evitar transtornos por ocasião do credenciamento.

 

4. LOCAL DO 36º CONGRESSO

As Plenárias do 36º Congresso serão realizadas no Teatro Universitário da Universidade Federal de Mato Grosso (Av. Fernando Corrêa da Costa, 2367 - Boa Esperança, Cuiabá - MT, 78068-600) e os locais grupos mistos serão informados durante o evento.

 

5. HOSPEDAGEM

As opções de hospedagem serão enviadas posteriormente.

 

Sem mais para o momento, renovamos nossas cordiais saudações sindicais e universitárias.

 

Prof. Eblin Farage

Presidente

 

 

Terça, 12 Abril 2016 13:32

 

GABRIEL NOVIS NEVES*
 

Resolvi fazer um passeio pelas praças da minha cidade. Iniciei meu city-tur pela “pração”, chamada de Campo d’Ourique - centro geodésico da América do Sul. Era uma enorme área, onde no século XIX e início do XX, a nossa gente se divertia com as touradas e festas religiosas, sendo a do Divino a mais marcante. A criançada aproveitava o local para as peladas de futebol. No final da década de sessenta o governo escolheu este espaço para construir o prédio da Assembléia Legislativa. Ninguém disse nada, e perdemos um precioso espaço de lazer em uma cidade rica em espaços livres. Asfixiamos aquela importante região, que hoje abriga a Câmara de Vereadores.
 
Prossegui em direção ao Porto. Em frente à antiga cadeia pública, outro grande espaço que poderia ser um maravilhoso bosque, foi fechado para a construção do hoje inviável, por questões, principalmente, de logística, o estádio de futebol Presidente Dutra, carinhosamente chamado de Dutrinha. Próximo ao Arsenal de Guerra, imensas áreas livres faziam a alegria da meninada aos domingos, onde “apareciam” vários campos de futebol. Por incrível que pareça todos esses espaços foram cedidos para construções de prédios públicos. A Praça do Porto continua ainda aguardando a construção de um prédio oficial qualquer. No momento serve de dormitório para mendigos, menores abandonados e ponto de prostituição.
 
No centro da cidade, passei pela Praça Ipiranga, outrora parque de recreação dos estudantes da Escola Modelo Barão de Melgaço – escola onde minha geração estudou. A Praça Ipiranga está localizada numa área que era um dos pulmões da cidade. Hoje parece uma cozinha, com fumaça de frituras por todos os lados. Herdou o belíssimo coreto da Praça Alencastro. Nesta última, para substituir o antigo coreto, foi construída uma fonte luminosa, paixão de todos os prefeitos da época.
 
Ainda no centro passei pela Praça da República, com a Matriz na sua cabeceira. Não é mais um ponto de lazer dos cuiabanos. Durante o dia funciona como passagem de pessoas, e local para pequenos protestos políticos. À noite é um local deserto e perigoso para a integridade física dos cidadãos.
 
Continuando pelo centro vou para a Praça Alencastro - ex-praça principal de Cuiabá. O Palácio do Governo ficava ali, mas foi demolido e no seu lugar foi construído esse monstrengo que é hoje a sede do governo municipal. Sem o gasômetro, símbolo de uma época da nossa história, sem o coreto das retretas, e a presença da sociedade cuiabana, essa praça só não foi utilizada para a construção de um prédio de trinta andares, por ser área tombada pelo patrimônio histórico. A Praça Alencastro atual só serve para se contratar negócios macabros, com preços de ocasião.
 
As praças dos bairros, construídas nos últimos quarenta anos, hoje funcionam como lugar de comercialização de drogas e fazendas do mosquitinho da dengue. O nosso bosque, outrora centro terapêutico para tratamento da coqueluche, virou praça para a comercialização de mercadorias. Possuímos praças sem vida, apenas para homenagear personalidades. A pracinha da Avenida Lava-pés, em área nobre da cidade, foi aproveitada para a construção de um sufocante prédio, hoje cedido a Secretaria de Cultura. Nos bairros periféricos e não tão periféricos também, as pracinhas funcionam como sinal de “Cuidado” aos seus moradores.
 
Uma cidade que destrói o seu passado, que não respeita as suas praças, ora fazendo ocupações irracionais com prédios ou jogando-as ao abandono, não é uma cidade, mas sim um lugar onde as pessoas ficam sozinhas juntas.
 

Gabriel Novis Neves, reitor fundador da UFMT, é médico em Cuiabá
 

 

Sexta, 19 Fevereiro 2016 13:51

 

Quem acredita que a população não está interessada ou aceitará tranquilamente o reajuste da tarifa de transporte em Cuiabá, que pode chegar à R$ 3,80 até o final desse mês, está enganado. Nessa quinta-feira, 18/02, um grupo de estudantes protocolou, na Prefeitura de Cuiabá, o Manifesto “R$ 3,10 já é roubo”.

 

Em tom de denúncia, o documento, assinado por diversas entidades representativas de estudantes e trabalhadores, condena o novo aumento, avaliando que o reajuste só beneficia os empresários do transporte. “Esses aumentos da tarifa apresentam a mesma situação todo ano! Beneficiam apenas os empresários do transporte coletivo, que são os grandes financiadores de campanhas eleitorais. Depois de eleitos, esses representantes devem beneficiar e devolver o que foi cedido nas eleições.”, diz o Manifesto.

   

Apesar de toda a estrutura policial fornecida pela Prefeitura para “acompanhar” o ato, incluindo a cavalaria da Polícia Militar, a manifestação organizada para essa quinta-feira (a segunda desse ano) não ocorreu. O grupo decidiu apenas protocolar o documento na Prefeitura.  No entanto, deixou claro que continua articulado, mobilizando, e acompanhando as ações da gestão municipal.

 

Segue, abaixo, o Manifesto na íntegra:   

 

 

3,10 já é roubo!

 

Novo ano com velhos ataques! Mal começamos 2016 e já nos deparamos com a intenção de um novo aumento na tarifa do transporte público em Cuiabá.


O ano que passou foi marcado por diversas retiradas de direitos, desde o aumento do tempo de serviço para receber o seguro desemprego, até a ampla terceirização. Os governos, juntamente com os empresários, vêm, cada vez mais, realizando ataques aos direitos trabalhistas.


Nacionalmente, passamos por um momento de aumentos das tarifas de transporte coletivo; em Cuiabá não é diferente. Mais uma vez, o Prefeito Mauro Mendes aumenta a tarifa do transporte público, prejudicando, assim, a vida dos que dependem desse meio de transporte como o único disponível para trabalhar e estudar. Mesmo antes da tarifa custar 3,10, já se apontava que o valor era um custo alto para os trabalhadores. Custando mais do que isso, nossos bolsos serão roubados cada dia mais.


Esses aumentos da tarifa apresentam a mesma situação todo ano! Beneficiam apenas os empresários do transporte coletivo, que são os grandes financiadores de campanhas eleitorais. Depois de eleitos, esses representantes devem beneficiar e devolver o que foi cedido nas eleições.


O cotidiano de quem utiliza o ônibus em nossa capital tem apenas piorado: frotas sem ar-condicionado, sendo o calor de nossa cidade insuportável; ônibus sucateados que causam diversos acidentes, colocando em risco a vida dos trabalhadores; frotas com poucos ônibus, insuficientes para atender a população, gerando superlotação; 3,10 já é um preço abusivo que não corresponde ao serviço prestado pelas empresas, pois essas só visam o lucro.


Além disso, a manipulação e fraude do Prefeito Mauro Mendes retirou, via um decreto nos últimos dias do ano, sua responsabilidade sobre o aumento da tarifa, nesse sentido o Prefeito de Cuiabá fez uma manobra estilo “Eduardo Cunha” e, de forma ditatorial, brinca com a paciência da população, ao passar para a Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados da Capital (Arsec) - ligada à prefeitura - a decisão do aumento da tarifa. Sabemos que as decisões tomadas por essa agencia são de responsabilidade do prefeito, e vamos denunciar mais essa atitude em favor dos empresários do transporte coletivo.


Com todos esses ataques, precisamos criar um movimento de resistência, formado por movimentos sociais, sindicais e estudantis! Movimento que, com o conjunto da classe explorada, consiga impedir o aumento da tarifa do busão e avançar em nossas reivindicações.

 

Chamamos você para que faça parte dessa luta, toda indignação é justa quando a corda tá no pescoço!

 

Estão de acordo com este manifesto e constroem a organização dessa luta, diversos indivíduos e militantes independente, assim como as seguintes organizações e entidades:

 

RUA - Juventude Anticapitalista
Juventude Revolução
JPT
Resistência Popular MT
Para Todos
Intersindical MT
UNE
DCE UFMT Cuiabá
CACIS UFMT
CAHIS UFMT
Rusga Libertária
PCB MT
AEB - Alternativa Estudantil Pela Base
Unidade Classista
UJC MT
UJS
PSOL
APS

Terça, 16 Fevereiro 2016 12:58

 

Até o final de fevereiro, a tarifa do transporte público em Cuiabá deve aumentar mais uma vez, e pode ser uma das mais caras do país. Embora não chegue nem perto do tamanho, da demanda e da qualidade do transporte público de São Paulo, a intenção das empresas e dos órgãos públicos é estabelecer em Cuiabá o valor R$ 3,80, isto é, um reajuste de R$ 0,70, igualando a tarifa do transporte unitário da maior e mais populosa cidade do Brasil e da América Latina.

 

Na próxima sexta-feira, 19/02, a Agência Municipal de Regulação de Serviços Públicos Delegados de Cuiabá (Arsec) vai realizar uma audiência pública para debater os valores que ela mesma propõe: R$ 3,60 ou R$ 3,80. A audiência será às 14h no Palácio Alencastro.  

 

Com a bandeira “R$ 3,10 já é roubo”, os integrantes do Bloco de Lutas Por Uma Vida Sem Catracas, que organizam um segundo ato contra o aumento para a quinta-feira, 18/02, às 7h30, na Praça Alencastro, questiona o novo aumento, alegando que os argumentos para o reajuste não são claros, que só beneficiam as empresas e prejudicam os usuários.

 

“Esses aumentos da tarifa apresentam a mesma situação todo ano! Beneficiam apenas os empresários do transporte coletivo, que são os grandes financiadores de campanhas eleitorais. Depois de eleitos, esses representantes devem beneficiar e devolver o que foi cedido nas eleições. Soma-se a isso o aumento generalizado dos preços de serviços e produtos que corroem o salário do trabalhador - desde os valores no supermercado, conta de luz e agua, passando pelo aumento da tarifa - o custo de vida sobe enquanto os serviços públicos e direitos dos trabalhadores caem”, afirma o Bloco no material de divulgação do ato.

 

A partir dos debates que orientam o grupo, as reivindicações incluem a estatização do transporte público e a tarifa zero (que ganha corpo com as manifestações nacionais).

 

Em 2005, a CPI do Transporte da Câmara Municipal de Cuiabá, formada pelos então vereadores Domingo Sávio, Walter Rabello e Luiz poção, reuniu documentos que apontavam, já naquela época, valores superfaturados nos cálculos de reajuste. Mas nada foi feito com relação a isso, porque todos os documentos simplesmente sumiram.

 

Num rápido exercício de comparação entre os transportes de São Paulo e Cuiabá, que podem ter tarifas iguais, temos que integração entre ônibus e trilhos (metrô e trem) mensal em São Paulo custa R$ 230,00. Se a tarifa reajustada em Cuiabá chegar a R$ 3,80 (valor unitário em São Paulo), um usuário de transporte que utiliza quatro passagens diárias (isto é, almoça em casa), vai gastar cerca de R$ 304,00 do seu salário só para andar de ônibus, nas condições de Cuiabá, que são conhecidas como as piores do país.

 

A Prefeitura de Cuiabá disse que só autorizaria o reajuste se parte da frota de ônibus (50 carros) fosse renovada.

 

Os últimos reajustes do transporte em Cuiabá foram: R$ 2,30 para 2,50 em 2011 (8%); R$ 2,50 para R$ 2,70 em 2012 (8%); R$ 2,70 para R$ 2,85 em 2013 (5,5%), reduzida para R$ 2,60 em virtude dos protestos de julho de 2013; R$ 2,60 para R$ 2,80 em 2014 (7,7%); e R$ 2,80 para R$ 3,10 em 2015 (10,7%).

 

É possível observar que, somente no ano de 2015, o valor do reajuste ficou um pouco abaixo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), 11,2%, que é também a base de reajuste salarial para a maioria dos trabalhadores. Em 2013, o índice de reajuste foi igual ao INPC acumulado no ano, 5,5%. No entanto, em 2011, 2012 e 2014, o reajuste do transporte foi superior ao INPC da época, respectivamente, 6%, 6,2% e 6,2%.   

 

 

Saiba mais sobre o protesto na página do evento no facebook. Clique aqui.   

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Terça, 16 Fevereiro 2016 12:54

 

 

Até o final de fevereiro, a tarifa do transporte público em Cuiabá deve aumentar mais uma vez, e pode ser uma das mais caras do país. Embora não chegue nem perto do tamanho, da demanda e da qualidade do transporte público de São Paulo, a intenção das empresas e dos órgãos públicos é estabelecer em Cuiabá o valor R$ 3,80, isto é, um reajuste de R$ 0,70, igualando a tarifa do transporte unitário da maior e mais populosa cidade do Brasil e da América Latina.

 

Na próxima sexta-feira, 19/02, a Agência Municipal de Regulação de Serviços Públicos Delegados de Cuiabá (Arsec) vai realizar uma audiência pública para debater os valores que ela mesma propõe: R$ 3,60 ou R$ 3,80. A audiência será às 14h no Palácio Alencastro.  

 

Com a bandeira “R$ 3,10 já é roubo”, os integrantes do Bloco de Lutas Por Uma Vida Sem Catracas, que organizam um segundo ato contra o aumento para a quinta-feira, 18/02, às 7h30, na Praça Alencastro, questiona o novo aumento, alegando que os argumentos para o reajuste não são claros, que só beneficiam as empresas e prejudicam os usuários.

 

“Esses aumentos da tarifa apresentam a mesma situação todo ano! Beneficiam apenas os empresários do transporte coletivo, que são os grandes financiadores de campanhas eleitorais. Depois de eleitos, esses representantes devem beneficiar e devolver o que foi cedido nas eleições. Soma-se a isso o aumento generalizado dos preços de serviços e produtos que corroem o salário do trabalhador - desde os valores no supermercado, conta de luz e agua, passando pelo aumento da tarifa - o custo de vida sobe enquanto os serviços públicos e direitos dos trabalhadores caem”, afirma o Bloco no material de divulgação do ato.

 

A partir dos debates que orientam o grupo, as reivindicações incluem a estatização do transporte público e a tarifa zero (que ganha corpo com as manifestações nacionais).

 

Em 2005, a CPI do Transporte da Câmara Municipal de Cuiabá, formada pelos então vereadores Domingo Sávio, Walter Rabello e Luiz poção, reuniu documentos que apontavam, já naquela época, valores superfaturados nos cálculos de reajuste. Mas nada foi feito com relação a isso, porque todos os documentos simplesmente sumiram.

 

Num rápido exercício de comparação entre os transportes de São Paulo e Cuiabá, que podem ter tarifas iguais, temos que integração entre ônibus e trilhos (metrô e trem) mensal em São Paulo custa R$ 230,00. Se a tarifa reajustada em Cuiabá chegar a R$ 3,80 (valor unitário em São Paulo), um usuário de transporte que utiliza quatro passagens diárias (isto é, almoça em casa), vai gastar cerca de R$ 304,00 do seu salário só para andar de ônibus, nas condições de Cuiabá, que são conhecidas como as piores do país.

 

A Prefeitura de Cuiabá disse que só autorizaria o reajuste se parte da frota de ônibus (50 carros) fosse renovada.

 

Os últimos reajustes do transporte em Cuiabá foram: R$ 2,30 para 2,50 em 2011 (8%); R$ 2,50 para R$ 2,70 em 2012 (8%); R$ 2,70 para R$ 2,85 em 2013 (5,5%), reduzida para R$ 2,60 em virtude dos protestos de julho de 2013; R$ 2,60 para R$ 2,80 em 2014 (7,7%); e R$ 2,80 para R$ 3,10 em 2015 (10,7%).

 

É possível observar que, somente no ano de 2015, o valor do reajuste ficou um pouco abaixo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), 11,2%, que é também a base de reajuste salarial para a maioria dos trabalhadores. Em 2013, o índice de reajuste foi igual ao INPC acumulado no ano, 5,5%. No entanto, em 2011, 2012 e 2014, o reajuste do transporte foi superior ao INPC da época, respectivamente, 6%, 6,2% e 6,2%.   

 

Saiba mais sobre o ato na página do evento no facebook. Clique aqui

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind