ANDES-SN vai à Embaixada da Palestina reafirmar solidariedade e apresentar resoluções do 68º Conad
Empossada em 11 de julho passado, a nova diretoria do ANDES-SN esteve, na manhã da última quinta-feira (14), na Embaixada da Palestina para reafirmar o compromisso de solidariedade com o povo palestino e se apresentar, formalmente, ao Embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben. Também foram levadas ao embaixador as resoluções mais recentes da categoria docente relativas à causa palestina, aprovadas no 68º Conad realizado no mês passado, em Manaus (AM).

O Sindicato Nacional foi representado pela encarregada de Relações Internacionais e 1ª vice-presidenta, Caroline Lima, pelo encarregado de Imprensa e 2º tesoureiro, Diego Marques, pelo 2º secretário, Herrmann Muller, pela 2ª vice-presidenta da Regional Planalto, Muna Muhammad Odeh, e pela 1ª vice-presidenta da Regional Rio de Janeiro, Raquel Vega.
“Nós apresentamos as resoluções que aprovamos nesse último Conad, principalmente aquelas relacionadas aos estudantes refugiados que estão vindo para o Brasil. O debate foi muito importante porque o embaixador trouxe elementos políticos sobre o acolhimento a esses e essas estudantes, e como o Brasil não tem uma política de imigração, não tem uma política de Estado para atender refugiados e refugiadas”, disse Caroline Lima.
Conforme a encarregada de Relações Internacionais, o representante da Palestina afirmou que o governo brasileiro tem disposição de acolher as e os imigrantes, mas não tem uma política de Estado que garanta a permanência, principalmente para estudantes que virão para as universidades públicas. “Esse elemento foi importante porque nós colocamos, inclusive, para o embaixador Ibrahim Alzeben, o papel das universidades, IFs e cefets no debate sobre a construção de uma política de Estado para receber refugiados e refugiadas. Um outro elemento que nós debatemos é a construção, em diálogo com a embaixada e com o povo palestino, de políticas sindicais para que possamos avançar, no setor da Educação, pensando a luta contra o genocídio do povo palestino”, explicou.
Caroline avaliou que a reunião foi muito importante para abrir um canal de diálogo formal com a embaixada para diversas articulações, inclusive no Legislativo e Executivo, bem como para espaços formativos. “Nós findamos com uma solicitação do embaixador de levarmos para o MEC, e para os espaços deliberativos do ANDES-SN, uma discussão de intercâmbio entre docentes brasileiras e brasileiros e professores e professoras palestinos e palestinas, considerando a história da América Latina e da sua resistência, como também da resistência do povo palestino, a partir de uma perspectiva decolonial, reafirmando a necessidade do debate classista”, contou a docente.
A embaixada da Palestina também confirmou participação na reunião do Grupo de Trabalho de Política de Formação Sindical (GPFS) do ANDES-SN, que será realizada nos dias 5 e 6 de setembro. “No dia 5, nós vamos conversar sobre a rede de pesquisadores palestinos, tanto brasileiros e brasileiras que estudam Oriente Médio e o povo palestino, quanto professores e professoras palestinas que estão aqui no Brasil. Ficamos muito felizes com essa possibilidade. A embaixada informou que vai se fazer presente nessa atividade, para contribuir não só com a discussão, mas para fortalecer esse elo com o movimento sindical no Brasil e com o ANDES-SN”, acrescentou a 1ª vice-presidenta do Sindicato Nacional.
68º Conad
Além de buscar mecanismos de solidariedade e apoio a estudantes palestinos no Brasil, o 68º Conad também aprovou que o Sindicato Nacional incentive as Seções Sindicais a adotarem iniciativas para concretizar as deliberações em relação ao Boicote, Desenvolvimento e Sanções (BDS).
Para intensificar a denúncia da guerra contra a Palestina, foi indicado, ainda, às seções sindicais que, junto à campanha BDS, realizem manifestações, palestras e debates que possam ajudar na propaganda em defesa do povo palestino. Também reafirmaram a luta para fazer das Instituições de Ensino Superior (IES), dos institutos federais e cefets territórios livres de apartheid.
Fonte: Andes-SN
CARTA DE MANAUS
(Também disponível para download no Arquivo Anexo abaixo)
Reunida(o)s na cidade de Manaus, terra do espetáculo encontro das águas, das muitas cores e sabores, cercada(o)s pelos cantos da floresta, docentes de todo o Brasil, acalentada(o)s pela mãe-terra Pachamama, realizaram, de 11 a 13 de julho de 2025, o 68º CONAD, tendo como tema central: UNIFICAR AS LUTAS ANTICAPITALISTAS: CONTRA O COLAPSO SOCIOAMBIENTAL E EM DEFESA DA VIDA E DA EDUCAÇÃO PÚBLICA.
O 68º CONAD contou com a presença de 80 delegada(o)s e 194 observadora(e)s que representaram 83 seções sindicais de todo o país, além de 34 diretora(e)s.
O CONAD iniciou com o ritual de defumação realizado pelo indígena Diakara Dessano, uma prática ancestral entre os povos originários, para proteção, purificação e cura, necessárias diante do desafio conjuntural em que enfrentamos o fascismo e o conservadorismo. Nada como vivenciar a cultura popular e dançar com os bois Garantido e Caprichoso!
O CONAD de posse da nova diretoria do ANDES-SN para o biênio 2025-2027 foi marcado por simbolismos, diante de um presidente negro, vindo da periferia maranhense e professor EBTT, e nesse encontro das diversidades, que marcam nossos corpos, a prof.ª Jacyara nos embala: “Exu sorriu, Dandara dançou e Zumbi celebrou! Quilombo Presente!”.
O CONAD se realiza em um cenário que impõe nossa unidade diante do avanço do capital sobre nossas vidas e direitos. Foram três dias de intensos debates, sejam nas plenárias, sejam nos grupos mistos, reafirmando o método democrático de um ANDES-SN que se organiza e projeta suas ações pela base.
Reafirmamos nesse CONAD a necessidade de atuarmos unificada(o)s para enfrentarmos o ataque à soberania brasileira, diante do tarifaço proposto pelo imperialismo americano, apontando para a ampliação da relação da extrema direita golpista brasileira com o presidente Trump.
O capital não cessa sua potência destrutiva e o cenário de múltiplas guerras exigem uma atuação cada vez mais incisiva por parte daquela(e)s que constroem e apontam para a emancipação da vida. Por isso, o CONAD reafirmou seu repúdio à ação do estado genocida de Israel sobre a Palestina: do rio ao mar, Palestina Livre Já! e reforça a campanha pelo rompimento do governo brasileiro com Israel.
A capacidade de destruição do atual estágio do capitalismo, que ameaça nossas existências, é o embate que travaremos no presente, diante do colapso socioambiental que atinge, de forma mais brutal, as populações mais pobres. No Brasil, os ataques do setor agrominero-exportador são visíveis com o PL da Devastação e a retomada do embate da tese do Marco Temporal, desvelando a permanência da lógica colonial de ataque violento aos povos indígenas.
Esses embates se darão de forma mais incisiva diante da COP 30 em Belém-PA, especialmente pela insistente manutenção por parte do governo federal em manter o projeto de extração petrolífera na foz do Rio Amazonas.
No plano nacional, enormes desafios se apresentam diante de um cenário que precariza e degrada nossas vidas, cuja barbárie se apresenta com a feição mais brutal numa política de extermínio frequente dos corpos jovens, negro(a)s e trans. Na plenária do tema I, foi registrada a indignação frente ao assassinato por espancamento do jovem Leonardo Vilaça, ocorrido recentemente na cidade de Manaus, reforçando a necessidade de ampliar ainda mais a nossa luta contra a homofobia e transfobia.
A participação na campanha pelo fim da jornada 6x1, uma agenda de configuração classista, ganha fôlego e desperta o esperançar de que o compromisso construído ao longo da história de nosso sindicato classista, de luta, anticapacitista, antirracista, antimachista, antilgbtfóbico e solidário com a classe trabalhadora como um todo, é a nossa maior conquista nos 44 anos de existência do ANDES-Sindicato Nacional!
A conjuntura nos desafiou a pensar nas atualizações dos nossos planos de lutas, seja no setor das federais, estaduais, municipais e distrital.
Organizar a luta da categoria para o cumprimento do Acordo de Greve permanece em nosso horizonte, dentre eles, destacamos a luta pelo fim do controle de frequência da(o)s docentes da carreira EBTT. Uma ação que não se atrela à pauta orçamentária, apenas necessitando vontade política por parte da Casa Civil, em publicar a alteração do Decreto 1.590/94. Por esse motivo reafirmamos: Rui Costa inimigo da(o)s EBTTs.
Os ataques à educação pública se evidenciam de forma plena quando se discute o PL de Romeu Zema, que objetiva privatizar a Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG). Derrotar Romeu Zema é uma luta de todas, todes e todos que defendem a educação pública de qualidade, socialmente referenciada e democrática.
O capital avança sobre o patrimônio público, privatizando e eliminando direitos conquistados pela classe trabalhadora, como educação, saúde, moradia e outros tantos, paulatinamente rebaixados diante das contrarreformas que continuam ameaçando a classe trabalhadora, como a contrarreforma administrativa e a previdenciária.
Em nosso último dia, além dos debates na construção de nossa agenda de lutas, não poderíamos deixar de registrar o quão fraterna, acolhedora e atenciosa foi a atuação da(o)s companheira(o)s da seção sindical que nos receberam com sorrisos largos e “merendas” com sabores locais. Com quem aprendemos, por meio de uma sinfonia anticapitalista, que o sapo e a sapa não lavam o pé porque não querem e podem fazer esta escolha por serem legítima(o)s possuidora(e)s de seus territórios, o que potencializa sua organização e força, a exemplo dos ancestrais povos indígenas e sua luta pelo território! Não ao Marco Temporal!
São essas experiências que aprendemos com o COLETIVO DE NEGRAS E NEGROS DO ANDES-SN que, em seu manifesto, reafirma que a luta antirracista “não é uma campanha de nicho. É uma campanha civilizatória, que deve ser responsabilidade de todas e todos” e denunciam o pacto da branquitude que tenta burlar a política de cotas para vagas nos concursos das universidades federais por meio de sorteios.
Nos lembram que “Direitos não são apostas. Direitos se garantem. Reduzir a política de cotas a um sorteio é perpetuar o racismo institucional e desestimular a participação de negras, negros, indígenas e quilombolas no serviço público. A política de cotas raciais não é favor, não é concessão. É reparação histórica, justiça social e instrumento de enfrentamento ao racismo estrutural”.
A luta pelo reconhecimento das assimetrias que oprimem e exploram nossos corpos, de forma distinta, ficou evidenciada na ação das mulheres presentes no 68º CONAD. A ocorrência da violência política de gênero culminou em um ato das docentes no plenário, alertando que em nosso Sindicato Nacional não há espaços para machistas e misóginos, porque nós mulheres, tal qual Maria Bethânia, cantamos juntas: “Não mexe comigo, que eu não ando só”! Machistas não passarão!
O 68 CONAD tratou de temas centrais, como a inserção do ANDES-SN na campanha do Plebiscito pelo fim da Escala 6x1 e pela taxação dos super-ricos. Atualizou o plano de lutas dos setores e aprovou resoluções importantes para a política educacional e sindical. Reafirmou e avançou na sua política de solidariedade internacional, em especial na deliberação de apoio a estudantes palestina(o)s vinda(o)s para o Brasil e solidariedade ao povo cubano.
O CONAD se encerra com a mesma certeza da experiência vivenciada no Amazonas e seus encontros (e porque não dizer encantos) das águas, que por grandes extensões não se juntam, mas caminham lado a lado, despontando a força e a beleza que a unidade produz.
Que nossas diversidades e diferenças sigam a sabedoria ancestral das águas amazonenses que, após correr em separado, se juntem e que possamos, assim, ampliar nosso potencial emancipatório, de luta em defesa da educação pública em nosso país trilhando os muitos caminhos aos lençóis maranhenses!
68º CONAD do ANDES-SN: UNIFICAR AS LUTAS ANTICAPITALISTAS:
contra o colapso socioambiental e em defesa da vida e da educação pública.
A Secretaria do ANDES-SN divulgou, nessa terça-feira (22), por meio da Circular nº 300/25, a Carta de Manaus, documento que expressa os principais debates e deliberações do 68º Conad, realizado entre os dias 11 e 13 de julho deste ano, na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), em Manaus (AM).
Com o tema central "Unificar as lutas anticapitalistas: contra o colapso socioambiental e em defesa da vida e da educação pública", o encontro reuniu 80 delegadas e delegados, 194 observadoras e observadores, representantes de 83 seções sindicais de todas as regiões do país, além de 34 diretoras e diretores do Sindicato Nacional.
Redigida pela secretária-geral do ANDES-SN, Fernanda Maria Vieira, a Carta de Manaus sintetiza as reflexões políticas, denúncias de violações de direitos e encaminhamentos construídos coletivamente ao longo dos três dias de intensos debates do 68º Conad. O documento reafirmou o compromisso do Sindicato Nacional com a luta classista, democrática, combativa e autônoma, frente aos desafios colocados pelo atual cenário político, econômico e ambiental.
O 68º Conad também marcou a posse da nova diretoria do ANDES-SN para o biênio 2025-2027, marcada por simbolismos. A eleição de um presidente negro, oriundo da periferia maranhense e docente do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT), reforçou o envolvimento da entidade com a luta antirracista e com a valorização de trajetórias historicamente invisibilizadas.
A Carta de Manaus destacou o colapso socioambiental, provocado pela expansão do capital, e a barbárie cotidiana imposta à juventude negra e LGBTI+, como evidenciado no brutal assassinato de Leonardo Vilaça na cidade de Manaus (AM). Na esfera internacional, denunciou o genocídio promovido por Israel, exigindo o rompimento de relações diplomáticas por parte do governo brasileiro, e reforçou a solidariedade com o povo palestino.
O documento sintetizou as deliberações centrais do 68º Conad, como a participação do Sindicato Nacional na campanha pelo fim da escala 6x1 e pela taxação dos super-ricos, a luta contra a precarização e o desmonte da educação pública — como evidenciado pelo projeto do governador Romeu Zema (Novo), que pretende privatizar a Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg) — e o enfrentamento ao controle de frequência de docentes do EBTT.
Encerrando os trabalhos em clima de celebração e reconhecimento, a Carta exaltou a recepção acolhedora da Associação dos Docentes da Ufam (Adua - Seção Sindical do ANDES-SN), anfitriã do evento, e enalteceu os saberes, as culturas, a culinária e a resistência do povo amazonense. “Que nossas diversidades e diferenças sigam a sabedoria ancestral das águas amazonenses que, após correr em separado, se juntem e que possamos, assim, ampliar nosso potencial emancipatório, de luta em defesa da educação pública em nosso país trilhando os muitos caminhos aos lençóis maranhenses!”, finalizou a Carta de Manaus. Acesse aqui a íntegra do documento.
Moções
Nessa segunda-feira (21), as 18 moções aprovadas no 68º Conad também foram encaminhadas via circular (298/2025). Entre vários temas abordados nos textos, constam manifestações de repúdio à participação da Petrobrás no genocídio do povo palestino, conforme denúncia da ONU, à pulverização de agrotóxicos por drones no Ceará, e ao tarifaço imposto pelo governo Trump ao Brasil e as políticas econômicas regressivas.
As e os docentes manifestaram apoio à professora Nathália Wicpolt, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), vítima de racismo institucional, e solidariedade ao professor Iguatemi Rangel, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
O cumprimento integral do acordo firmado com docentes federais em 2024, a atuação do Ministério Público Federal em defesa das ações afirmativas, bem como a implementação de políticas específicas para pessoas trans e travestis nas instituições federais de ensino foram temáticas abordadas nas moções.
Leia aqui todas as moções.
Saiba mais:
Encerramento do 68º Conad é marcado por moções e leitura da Carta de Manaus
Fonte: Andes-SN
Atualização das Lutas dos Setores do ANDES-SN destaca debate sobre extinção da Uemg
Intensificação da luta pelo cumprimento integral do Acordo de Greve da Educação Federal também foi aprovada na manhã deste domingo
O grupo de Maracatu de Baque Virado “Maracatu Pedra Encantada” abriu os trabalhos deste domingo (13), no 68º Conad do ANDES-SN, trazendo a música e a força da ancestralidade de África, do povo Nagô, para o 68º Conad. No período da manhã do último dia do evento, as e os participantes se dedicaram às discussões e deliberações da atualização do Plano de Luta dos Setores das Instituições Estaduais, Municipais e Distrital de Ensino Superior (Iees, Imes e Ides) e das Instituições Federais de Ensino (Ifes).
Iees, Imes e Ides
A possibilidade de extinção ou privatização da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg) foi o ponto principal do debate do plano do Setor das Iees, Imes e Ides. A categoria enfrenta uma forte luta na Uemg contra o governo de Romeu Zema (Novo) que, para pagar as dívidas do estado com a União no âmbito do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), editou dois projetos de lei que se forem aprovados significarão o fim da universidade.
O Projeto de Lei (PL) 3.733/2025 autoriza o Poder Executivo a vender para iniciativa privada ou transferir para a União os bens imóveis de propriedade do Estado de Minas Gerais, suas autarquias e fundações públicas, para fins de pagamento de parte da dívida. Já o PL 3.738/2025 propõe a extinção da Uemg e a transferência de sua gestão e de seu patrimônio para a União ou para a iniciativa privada.
Palavras de ordem como “Uemg: quem conhece, defende!” e “Mexeu com uma, mexeu com todas” foram puxadas durante as falas das e dos docentes. Além do debate sobre a importância de fortalecer e nacionalizar a luta em defesa da Uemg, foi apontado o risco de outros estados adotarem medidas semelhantes.
Nesse sentido, foi aprovado que a discussão sobre a proposta da transferência da Uemg para a União e/ou sua privatização, seja parte de painel na reunião do Setor das Iees, Imes e Ides sobre Federalização e Propag, promovendo ainda um debate acerca dos PLs 3733 e 3738.
Além disso, entre outras ações, o ANDES-SN intensificará o apoio político, financeiro, jurídico e estrutural à luta em defesa da Uemg contra os projetos de lei do governo Zema, que visam à destruição da universidade. Dentro da campanha "Universidades Estaduais: quem conhece defende", serão também produzidos materiais e um dia nacional de luta em defesa da Uemg, e, ainda, uma campanha nacional de solidariedade à instituição estadual mineira, seus docentes e em defesa da autonomia universitária.
As delegadas e os delegados aprovaram também outras resoluções mais amplas do Setor, como a realização do XXI Encontro do Setor Iees, Imes e Ides, nos dias 24, 25 e 26 de outubro deste ano, com o tema “Salário, carreira e condições de trabalho”. O evento será sediado na Universidade Estadual da Paraíba (Uepb), no campus de Campina Grande.
As secretarias regionais e as seções sindicais ampliarão a luta contra o confisco de recursos dos fundos de previdência estaduais, a exemplo do que aconteceu com o RioPrevidência, e pela restituição desses recursos onde o confisco já ocorreu, como no Paraná. Também lutarão pela revogação das contribuições previdenciárias compulsórias de aposentados, aposentadas e pensionistas nos estados, Distrito Federal e municípios onde essa prática acontece.
Setor das Ifes
Na atualização do Plano de Luta das Federais, o foco foi na discussão de estratégias de enfrentamento à reforma Administrativa, pelo cumprimento integral do acordo firmado na greve da Educação Federal de 2024 e demais ataques aos direitos de servidoras e servidores, como a Instrução Normativa (IN) 71/2025, que muda as regras para receber o auxílio transporte, vedando o uso de transporte próprio e vinculando a concessão ao controle de presença.
Para ampliar a mobilização conjunta, o Sindicato Nacional irá propor ao Sinasefe a realização de uma campanha e ações conjuntas, em níveis nacional e local, pela publicação da alteração do Decreto 1.590/1995, acerca do controle de frequência da categoria do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT), responsabilizando o Ministério da Casa Civil e nomeando o ministro Rui Costa como inimigo dos e das docentes EBTT. Será ainda organizada uma reunião entre a coordenação do Setor das Ifes e as seções sindicais em que vigora o controle de frequência, para avaliar estratégias de luta em articulação com o Sinasefe.
Ainda sobre o acordo de greve, também será intensificada a defesa da instalação, no âmbito das negociações com o governo, do grupo de trabalho para discutir as questões de carreira e também do grupo de trabalho para reenquadramento dos aposentados e das aposentadas no nível equivalente ao da sua aposentadoria. Será ampliada também a luta pelo fim da contribuição previdenciária de servidores e servidoras aposentadas, debatendo os projetos de lei sobre o tema que tramitam no Congresso Nacional.
Foram deliberadas ações conjuntas com as demais entidades do Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) para pressionar o governo federal e o Congresso Nacional em defesa do funcionalismo e dos serviços públicos.
Em unidade com Fasubra, Sinasefe e entidades estudantis, o ANDES-SN irá propor a construção de um calendário de lutas no segundo semestre em defesa da recomposição dos orçamentos das Instituições Federais de Ensino, articulado com a luta pela revogação do novo arcabouço fiscal e quaisquer medidas de cortes e contingenciamentos. Também será feita uma articulação com as entidades de gestores das Ifes para discutir uma campanha unificada pela recomposição dos orçamentos dessas instituições e o debate sobre o orçamento de 2026.
Ainda sobre as questões orçamentárias, as seções sindicais deverão promover atividades de debate e mobilização nos locais de trabalho, em articulação com as demais entidades da educação, sobre a luta pela recomposição dos orçamentos das Ifes e para pressionar que as direções a disponibilizar dados atualizados sobre os impactos dos cortes e contingenciamentos nas atividades acadêmicas.
Pelo Fim da Lista Tríplice
Os e as participantes ainda discutiram, no debate da atualização do Plano de Luta dos Setores, a divulgação, no segundo semestre, de materiais de comunicação, dando visibilidade à luta pela extinção de lista tríplice para a escolha de reitores e reitoras nas Iees, Imes, Ides e Ifes, em consonância com o Dia Nacional de Luta pelo Fim da Lista Tríplice aprovado no 43º Congresso, ressaltando as interferências e os problemas causados pelas intervenções autoritárias nas universidades públicas.
Caroline Lima, 1ª vice-presidenta do ANDES-SN que coordenou a plenária, destacou a importância da atualização do plano de lutas dos setores, com uma série de deliberações propositivas, dialogando com a atual conjuntura, que irão pautar as ações da categoria organizada no Sindicato Nacional para o próximo semestre.
“É importante destacar que no Setor das Iees, Imes e Ides aprovamos o nosso próximo encontro, em outubro, em Campina Grande, na Estadual da Paraíba. No Setor das Federais, aprovamos um plano de lutas para ir para cima do governo e cobrar o acordo de greve. É uma vergonha o que o Rui Costa está fazendo com os professores da carreira EBTT. E nós saímos com aprovação de ações para cobrar do governo federal e, principalmente do inimigo dos EBTTs, o Rui Costa, que o acordo seja cumprido. Acho que um outro elemento importante é a continuidade da luta pelo fim da lista tríplice, não só para o Setor das Federais, mas também para o Setor das Estaduais, Municipais e Distrital”, afirmou.
Caroline apontou também a luta em defesa da carreira no Setor das Federais, pelo cumprimento do acordo de greve e contra a reforma Administrativa como importantes deliberações para mobilizar a categoria no próximo período. “A gente aprovou resoluções que fortalecem a presença do ANDES-SN na organização e na participação de ações de combate à reforma Administrativa, tanto aquela proposta pelo governo Bolsonaro quanto à proposta pelo governo Lula e a que venha surgir do GT da Câmara. Não vamos deixar essa reforma passar e esse Conad deu o recado para o governo federal e os governos estaduais e municipais que já colocaram curso suas reformas. Vamos ocupar as ruas e as lutas para combater a reforma Administrativa”, reforçou.
A diretora do Sindicato Nacional lembrou também a importância das resoluções em defesa das universidades estaduais mineiras e contra os ataques do governo Zema aos serviços públicos no estado. “Não tem como não falar e destacar que o nosso Conad foi marcado pela luta em defesa das universidades estaduais de Minas Gerais. O governo Zema, que é um governo de extrema direita, que ataca a Uemg, ataca todo o funcionalismo público, no momento que tenta se utilizar do Propag para privatizar uma universidade estadual. Esse Conad aprovou resoluções que vão garantir a luta em defesa da Uemg, a luta em defesa da Unimontes e também de todos os serviços públicos no estado de Minas Gerais”, concluiu.
Além de Caroline Lima, participaram da coordenação da plenária as diretoras Maria do Céu de Lima, 3ª tesoureira, e Gracinete Bastos de Souza, 2ª vice-presidenta da Regional Nordeste 3, e o diretor Herrmann Vinicius de Oliveira Muller, 2º secretário do ANDES-SN.
Contra o PL da Devastação
Ao final da plenária da manhã de domingo, as e os mais de 300 participantes do 68º Conad realizaram um ato na Ufam, contra a aprovação do Projeto de Lei 2159/21. Com palavras de ordem como “Floresta de Pé, Fascista no Chão” e cartazes, as e os docentes percorreram os corredores da instituição.
Conhecido como PL da Devastação, a proposta já aprovada no Senado altera normas e diretrizes gerais para o licenciamento ambiental em todo o país e representa um grande retrocesso em um momento em que os impactos da crise climática já são fortemente sentidos em todo o mundo. O texto pode ser votado na Câmara na próxima semana.
68º Conad
Evento deliberativo da categoria, o 68º Conad acontece de sexta (11) a domingo (13), na Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Com o tema central “Unificar as lutas anticapitalistas: contra o colapso socioambiental, em defesa da vida e da educação pública”, o evento é organizado pela Associação dos Docentes da Ufam (Adua – Seção Sindical do ANDES-SN).
Fonte: Andes-SN (Fotos: Eline Luz)
Mais de 300 docentes de diversas instituições públicas de ensino do país participaram, nesta sexta-feira (11), da plenária de Abertura do 68º Conad do ANDES-SN, realizada na Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Com o tema central “Unificar as lutas anticapitalistas: contra o colapso socioambiental, em defesa da vida e da educação pública”, o evento deliberativo é organizado pela Associação dos Docentes da Ufam (Adua – Seção Sindical do ANDES-SN).
O 68º Conad, que se estende até domingo (13), tem como objetivo atualizar o plano de lutas geral e os planos setoriais da categoria, aprovados no 43º Congresso, em Vitória (ES), além de apreciar a prestação de contas do último período. Esta edição incluiu, ainda, a cerimônia de posse da nova diretoria do ANDES-SN para o biênio 2025-2027.
A mesa de abertura foi conduzida por Gustavo Seferian, presidente do ANDES-SN que encerrou sua gestão neste Conad, e contou com a participação de representantes da Adua SSind., de outras entidades sindicais, de movimentos quilombolas e indígenas, além de diretoras e diretores do Sindicato Nacional, tanto da gestão anterior quanto da nova diretoria empossada na manhã desta sexta-feira.
Mônica Xavier, presidenta da Seção Sindical dos Docentes da Universidade do Estado do Amazonas (Sinduea SSind.), enfatizou a relevância da rearticulação da seção sindical e a retomada da sua força, com o apoio do ANDES-SN e da Regional Norte 1. Ela defendeu o fortalecimento de movimentos sindicais, estudantis e populares que estejam enfraquecidos. Para ela, é urgente unificar forças para intensificar a luta contra o fascismo, em defesa da universidade pública e por pautas populares como a reforma agrária. “Em cada lugar onde o movimento sindical, estudantil ou popular esteja desorganizado, é necessário que a gente envide esforços na reorganização, porque as lutas e os desafios são enormes”, afirmou.
Clarice Gama, da Frente Amazônica de Mobilização em Defesa dos Direitos Indígenas (FAMDDI), também reforçou a importância da articulação coletiva diante do avanço do capitalismo sobre os territórios indígenas, por meio da mineração, construção de hidrelétricas e projetos habitacionais. Gama criticou o papel da universidade por, muitas vezes, reproduzir o pensamento colonizador e capitalista, e convocou as e os docentes a repensarem suas práticas pedagógicas, com base em uma educação anticolonial, diversa e em defesa dos biomas. “Está na hora de repensar o sistema brasileiro de educação. Será que estamos apenas cumprindo carga horária ou realmente formando mentes críticas? E, como professores, precisamos nos perguntar: estamos repovoando nossas mentes ou ainda estamos presos ao pensamento do século XVIII?”, questionou.
Elisiane Lima, do Sindicato Nacional dos(as) Servidores(as) Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica do Amazonas (Sinasefe/AM), destacou o desafio de ampliar o engajamento ativo de base nas lutas para manter vivas as pautas da educação pública e reforçou a união nas lutas anticapitalistas e socioambientais na região amazônica. “Temos quase 500 filiados na Seção Manaus, mas muito poucos engajados. Esse é um grande desafio, assim como enfrentar a reforma administrativa e cobrar o cumprimento dos acordos da nossa última greve”, apontou.
Segundo Ana Lúcia Gomes, presidenta da Adua SSind., receber um evento nacional do ANDES-SN, em meio à floresta amazônica, é um ato de afirmação política, territorial e de pertencimento. "Quem trabalha, quem estuda, quem vive na Amazônia, já começa como um lutador. Todos nós que estamos aqui, quem passou por aqui, quem mora aqui, quem veio de passagem, já é um lutador", afirmou. Ela ressaltou que o contexto amazônico é desafiador, marcado por distâncias, precariedades e uma realidade muitas vezes ignorada pelos grandes centros políticos e acadêmicos.
Também participaram da mesa de abertura: Júlia Cacho, da Federação Nacional dos Estudantes em Ensino Técnico (Fenet); Gleice Oliveira, do Fórum das Águas; Júlio Cesar, do Movimento de Luta dos Trabalhadores Independentes (MLTI); Ronaldo Vitoriano, do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Superior do Estado do Amazonas (Sintesam); e Tanara Lauschner, reitora da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
Encerramento de gestão
Gustavo Seferian realizou o discurso de encerramento da sua gestão e entregou o Relatório de Atividades ao presidente eleito (2025-2027), Cláudio de Souza Mendonça. Antes da fala, foi exibido um vídeo que sintetizou as lutas e ações encampadas pelo ANDES-SN, nos últimos dois anos, pela gestão composta por 83 diretores e diretoras.
Após a exibição do vídeo, Seferian fez um balanço político-organizativo da gestão, reforçando a centralidade da mobilização de base como eixo da resistência sindical. Dividindo sua fala entre a denúncia das opressões sistêmicas e a análise dos desafios enfrentados ao longo do mandato, o ex-presidente destacou o papel do ANDES-SN na luta anticapitalista, antirracista e em defesa da educação pública.
“No Sindicato Nacional, nós enfrentamos uma aventura duríssima. Tempos marcados pela consigna da morte, do genocídio, da destruição das perspectivas de vida, que vão da Ucrânia, da Palestina, aos nossos territórios militarizados no Brasil”, destacou.
Gustavo ressaltou a gravidade da conjuntura nacional e internacional, marcada pelo avanço da extrema direita, pelos ataques aos povos indígenas, negros e quilombolas, e pela precarização crescente do trabalho docente. Denunciou também o discurso da “saída única” por meio da conciliação de classes, promovido por setores que integram o governo federal, reforçando a defesa histórica do ANDES-SN por autonomia e independência de classe.
A crise ambiental global, a desestruturação da classe trabalhadora e a ilusão de que a saída estaria nas alianças institucionais com o Capital foram temas centrais criticados. Segundo Seferian, o papel do sindicato é organizar a resistência desde a base, por meio de enfrentamentos diretos e da construção coletiva de alternativas reais.
O ex-presidente do ANDES-SN também analisou a atuação da sua gestão no biênio 2023-2025. Segundo ele, houve um crescimento do número de sindicalizados e sindicalizadas, fruto da retomada de lutas em várias seções sindicais e da reorganização de bases antes ligadas à Proifes. “Se há pouco se dizia que o ANDES-SN estava em declínio, hoje é possível afirmar o contrário. Crescemos em número de sindicalizados e em combatividade nas bases”, celebrou.
Durante o discurso, foi enfatizada ainda a importância da greve da educação federal de 2024 como conquista coletiva, organizada de forma democrática nas assembleias de base do sindicato, e não por acordos fechados à revelia da categoria. A retomada de sindicatos históricos, como a Adufscar e a Adufc, e o fortalecimento das oposições sindicais em bases ainda ligadas à Proifes foram apontados como sinais do amadurecimento político da categoria. “Se hoje o ANDES-SN sai maior, mais forte e mais combativo, é graças à entrega de cada uma e cada um dos 83 camaradas que compuseram esta gestão, além dos trabalhadores e das trabalhadoras que constroem o Sindicato no dia a dia”, afirmou.
Por fim, o discurso reforçou que os desafios permanecem imensos, mas que a direção que assume a gestão do ANDES-SN encontrará um sindicato fortalecido, coerente com seus princípios históricos e preparado para os próximos embates. “Acertamos e erramos à beça, porque fizemos luta à beça. E que bom que foi assim. Só erra quem luta. Só constrói quem se dispõe a enfrentar as contradições de frente”, concluiu.
Nova diretoria
Na sequência, ocorreu a cerimônia de posse da nova diretoria do Sindicato Nacional para o biênio 2025/2027, eleita em maio deste ano. Cláudio de Souza Mendonça, Fernanda Maria Vieira e Sérgio Barroso assumiram, respectivamente, os cargos de presidente, secretária-geral e 1º tesoureiro. Foi feita ainda a chamada nominal de toda a diretoria, composta por 83 diretores e diretoras, para a assinatura simbólica do ato de posse.
Cláudio de Souza Mendonça, novo presidente do ANDES-SN, realizou um discurso marcado pela emoção e pelo compromisso político. Ele destacou a importância dos laços construídos ao longo da trajetória de militância sindical e reforçou a urgência da luta coletiva diante dos ataques aos direitos da classe trabalhadora e da ascensão da extrema direita.
O docente, que é o primeiro presidente negro eleito no ANDES-SN, relembrou sua trajetória sindical e acadêmica, desde a atuação como técnico-administrativo e docente no Instituto Federal do Maranhão (IFMA) até a filiação à base da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Maranhão (Apruma SSind.), quando foi redistribuído para a Ufam, em 2012. “Me filiei imediatamente a um sindicato que é uma referência para mim desde o tempo de secundarista, quando meus pais eram ocupantes de terra urbana e professoras e professores da Apruma SSind. estavam ao lado do povo nas grandes ocupações que sacudiram São Luís nos anos 1980”, relatou.
Emocionado, fez homenagens à companheira, aos filhos e aos pais já falecidos, lembrando a importância da ancestralidade e do acolhimento em espaços como o quilombo Negros e Negras. “Mesmo com as diferenças salutares que existem, que nos ajudam a avançar, nunca sofri nenhum tipo de violência. Isso, para mim, é muito importante e não poderia deixar de registrar”, disse.
Ainda em seu discurso, Cláudio fez duras críticas ao sistema capitalista, às políticas de ajuste fiscal e à violência estatal que atinge de forma desproporcional a população negra e periférica. “Sobrevivemos em um mundo em que mais de um milhão de pessoas não têm o que comer. Só no Brasil, são mais de 33 milhões. Desses, mais de 9 milhões são crianças”, pontuou.
Ele também denunciou o genocídio do povo palestino e criticou a destruição promovida por políticas neoliberais ao redor do mundo. A fala reforçou a importância da greve da educação federal de 2024 e da luta permanente por direitos, como o cumprimento dos acordos firmados, o combate às reformas e a defesa da carreira única. “Assim como derrotamos a PEC 32, podemos derrotar qualquer tentativa de reforma Administrativa, seja vinda do Congresso, seja vinda do governo federal”, afirmou.
Mendonça também defendeu a unificação das pautas da categoria com outras lutas sociais, como as de combate ao racismo, ao machismo, à misoginia, à LGBTI+fobia e ao capacitismo. “É preciso unir todas as lutas”, enfatizou, citando nomes como Angela Davis e Conceição Evaristo. Ao final do seu discurso, o novo presidente do ANDES-SN declarou aberto o 68º Conad.
Lançamentos
Durante a mesa de abertura do 68º Conad, foi lançada a edição nº 76 da revista Universidade & Sociedade (U&S). Participaram da apresentação representantes da comissão editorial da publicação: Jennifer Webb, Annie Hsiou e Letícia Nascimento, diretoras da gestão que se encerrou.
Com o tema central “As lutas anticapitalistas no contexto da COP 30: em defesa da vida, da Amazônia e dos povos originários/tradicionais”, a edição reforça a articulação entre a defesa ambiental, os direitos dos povos e a crítica ao modelo de desenvolvimento baseado na exploração e destruição dos territórios.
A Universidade e Sociedade é uma publicação semestral do ANDES-SN, voltada para o fomento de pesquisas e debates relacionados tanto às experiências no campo da pesquisa acadêmica como oriundos das experiências sindicais e sociais acerca de temas de relevância para as lutas empreendidas pelas e pelos docentes em defesa uma educação pública, gratuita e de qualidade. (Acesse aqui a revista)
Condições de Trabalho e Saúde Docente
Ainda na plenária de abertura, Amanda Moreira e Pedro Costa, docentes das universidades do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e de Brasília (UnB), respectivamente, e Gilberto Calil e Josevaldo Cunha, ambos diretores do ANDES-SN da gestão 2023/2025, apresentaram os resultados preliminares da 2ª etapa da Enquete Nacional “Condições de Trabalho e Saúde Docente”, organizada pelo Sindicato Nacional, por meio do Grupo de Trabalho de Saúde e Seguridade Social (GTSSA).
A iniciativa teve como objetivo traçar um panorama das condições de trabalho e saúde das e dos docentes do ensino superior e do ensino básico, técnico e tecnológico, que atuam em universidades federais, estaduais, municipais e distrital, além de institutos federais e cefets.
Esta segunda etapa ampliou o alcance para 144 instituições, com a participação de 5.362 professoras e professores, sendo 4.783 na ativa e 579 aposentadas e aposentados. A enquete evidenciou a sobrecarga de trabalho e os impactos na saúde física, emocional e financeira da categoria em atividade. Também abordou aspectos como tempo de trabalho, condições estruturais e salariais, relações de trabalho e organização sindical.
Foi possível delinear o seguinte perfil a partir das respostas. A maioria das e dos respondentes (64,7%) está na faixa etária entre 40 e 59 anos, com predominância de mulheres cisgênero (54,5%), pessoas brancas (65,5%) e heterossexuais (83,5%). Em termos de formação, 87,9% possuem doutorado e 95,5% ocupam cargos efetivos nas instituições de ensino, sendo que 86,6% trabalham em regime de 40 horas semanais, dos quais 90,7% têm contrato de Dedicação Exclusiva.
Grande parte dos e das respondentes ingressou nas universidades a partir do período de expansão do ensino superior público, com o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), e hoje 25,9% acumulam entre 11 e 15 anos de serviço. Cerca de 33,5% são de Ciências Humanas, e 34,7% desenvolvem atividades simultaneamente na graduação e na pós-graduação.
O resulto final da Enquete será enviado, em breve, às seções sindicais por circular do ANDES-SN.
Apresentação cultural
Antes do início da plenária de Abertura, nesta sexta-feira (11), o indígena Jaime Diakara, do povo Desâna, pedagogo, mestre em Antropologia Social, doutorando e escritor, fez um ritual de defumação com as e os docentes presentes no auditório. A defumação é uma prática ancestral do povo Desâna, usada em cerimônias de oração, proteção, purificação e cura.
Em seguida, o grupo Cateto da Toada fez uma apresentação contagiante das toadas dos bois-bumbás Garantido e Caprichoso. O folclore dos bois no estado representa a identidade, a cultura e a paixão do povo amazonense.
Fonte: Andes-SN (fotos: Eline Luz)
68º Conad aprova a integração do ANDES-SN e seções sindicais no Plebiscito Popular: por um Brasil mais justo
Plenária que atualizou plano de lutas gerais do Sindicato Nacional tratou ainda de temas do GTPE, GTPAUA, GTC&T, GTCA, GTSSA, GTPFS, GTCarreira, entre outros
A atualização das lutas do ANDES-SN teve continuidade na Plenária do Tema II do 68º Conad, na tarde e noite de domingo (13), último dia do evento. Entre 11 e 13 de julho, mais de 300 docentes se reuniram na Universidade Federal de Manaus (Ufam), para debater e deliberar resoluções que darão sequência às lutas da categoria no próximo período. O encontro também foi marcado pela posse da diretoria que estará à frente do Sindicato Nacional durante o biênio 2025-2027.
As delegadas e os delegados entenderam importante que o ANDES-SN e suas seções sindicais integrem a iniciativa do plebiscito popular contra a escala de trabalho 6 x1, pela taxação dos super-ricos; pela redução da jornada de trabalho sem redução salarial e pela isenção do pagamento do imposto de renda para quem recebe até R$ 5 mil e com maior taxação para quem ganha acima de R$ 50 mil.
Organizado pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, o plebiscito foi apontado, durante os debates, como uma importante ferramenta para mobilizar a população em torno de temas que dialogam com a realidade da classe trabalhadora. As resoluções sobre o tema apontam que o ANDES-SN e suas Seções Sindicais integrem a organização do Plebiscito Popular: por um Brasil mais justo; e que o ANDES-SN convide outras entidades da educação para, via Secretaria Regionais e Seções Sindicais, realizar debates sobre os temas do Plebiscito nas instituições de ensino, divulgando a ação, ampliando o debate e buscando mobilizar a comunidade acadêmica e a população em geral.
Em consonância com o tema central do 68º Conad, “Unificar as lutas anticapitalistas: contra o colapso socioambiental, em defesa da vida e da educação pública”, as delegadas e os delegados atualizaram o Plano de Lutas de Política Agrária, Urbana e Ambiental para que o ANDES-SN e suas seções sindicais promovam, em articulação com outros movimentos sócio-ambientais, ações de enfrentamento ao PL da Devastação (PL 2.159/2021) e contra outras medidas que visem a flexibilização do licenciamento ambiental.
O Sindicato Nacional também irá promover ações, em conjunto com movimentos sociais e ambientais, que visem denunciar as ações de milícias rurais organizadas por madeireiros, grileiros, garimpeiros, fazendeiros e mineradoras em suas disputas por territórios e ofensivas contra povos originários, tradicionais e camponeses, bem como ações de solidariedade às vítimas dessas milícias.
Na atualização do Plano de Lutas de Política de Classe para as Questões Étnico-Raciais, de Gênero e Diversidade Sexual foi destacada, entre outras resoluções, a importância de que o ANDES-SN se posicione firmemente contra e articule ações para a eliminação do mecanismo de sorteio na seleção de cotistas para políticas afirmativas, abrangendo as cotas raciais para pessoas negras, quilombolas, indígenas, para Pessoas com Deficiência (PcD), e para pessoas trans, nos concursos públicos e processos seletivos simplificados, defendendo a utilização exclusiva de critérios classificatórios por mérito e qualificação; de maneira a garantir que as políticas de cotas cumpram seu papel de justiça reparatória e de acesso qualificado.
Já o Plano Nacional de Educação (PNE) foi um dos pontos centrais na avaliação e atualização do Plano de Lutas de Política Educacional. Foi aprovado que o ANDES-SN produza análises referentes às emendas apresentadas ao PL 2.614/2024 (PNE 2024/2034), com o objetivo de confrontar o seu conteúdo ao PNE da Sociedade Brasileira e às resoluções aprovadas nos espaços deliberativos do ANDES-SN. O Sindicato Nacional continuará participando das audiências públicas e debates relacionados à atualização do PNE, defendendo o PNE da Sociedade Brasileira e suas formulações históricas relacionadas ao tema e as resoluções aprovadas nos espaços deliberativos da entidade.
Ainda em relação ao Plano Nacional de Educação (PNE), foi definido atuar de forma articulada com as organizações científicas e outros movimentos sociais que já apresentaram emendas ao PNE em defesa da educação pública, sintonizadas com as deliberações do ANDES-SN, fortalecendo a luta pela aprovação. Será pautado, ainda, pelo Sindicato Nacional, no âmbito da Coordenação Nacional de Entidades em Defesa da Educação Pública e Gratuita (Conedep), que a Plenária da Educação, prevista para o segundo semestre deste ano, tenha como tema central a construção de uma agenda de luta das entidades da educação e estímulo à construção de plenárias estaduais em torno da questão do orçamento público, a partir da bandeira histórica dos 10% do PIB para a educação pública e da construção de um PNE que atenda às necessidades educacionais da classe trabalhadora.
Também foi deliberado, no âmbito do GTPE, atualizar a cartilha “Projeto do capital para a educação, volume 4: O ensino remoto e o desmonte do trabalho docente”, propondo formas de combater os novos mecanismos de normalização de atividades não presenciais no ensino presencial, além de mapear os impactos da normatização nas universidades, institutos federais e Cefets, com o objetivo de denunciar a precarização no ensino, extensão e pesquisa.
A plenária também discutiu, no Plano de Lutas de Política e Formação Sindical, questões organizativas da entidade, bem como a relação com as lutas e com entidades internacionais de educação. Foi reafirmado o apoio ao povo palestino, cubano e de países do continente africano.
As delegadas e os delegados definiram que o GTPFS, em conjunto com as encarregaturas sindical e relações internacionais, realize um painel sobre as entidades que organizam a luta internacional em defesa da educação para acúmulo e posterior deliberação sobre a filiação, ou não do ANDES-SN em uma destas entidades. Também foi aprovada a produção de materiais e InformAndes Especial sobre as ações do ANDES-SN de solidariedade ao povo cubano, contendo as resoluções aprovadas sobre o tema ao longo da história do Sindicato Nacional, destacando o legado da Revolução Cubana e a chamada pelo fim do bloqueio.
O Sindicato Nacional também participará da ação emergencial de solidariedade ao povo cubano, organizada pelo MST, para a compra de remédio e demais insumos médicos essenciais e de assistência à saúde para hospitais cubanos. Recomendará, ainda, por meio de circular, às seções sindicais que apoiem essa ação de solidariedade.
Também foram aprovadas resoluções referentes à luta contra o confisco previdenciário de aposentadas e aposentados, ações de continuidade do levantamento sobre procedimentos de progressão e promoção funcional e sobre carga horária para preparação de aula; ampla divulgação dos resultados da enquete sobre condições de trabalho e saúde docente bem como que as seções sindicais encampem a defesa de docentes que precisem de apoio institucional para carga horária e progressões funcionais adequadas às suas necessidades assistenciais em saúde e/ou de seus dependentes neurodivergentes ou com doenças graves.
Durante a atualização das lutas também foram aprovadas resoluções referentes à Política de Comunicação e Arte, como a inclusão na programação do IX Encontro de Comunicação e Arte, debates sobre direito à comunicação, regulação das plataformas, uso das plataformas por sindicatos e movimentos e construção de alternativas às Big Techs. Já no debate de Ciência e Tecnologia, foi definido que o ANDES-SN aprofunde o debate sobre as implicações do uso intensivo das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) digitais, sobretudo, a Inteligência Artificial (IA) em ensino, pesquisa e extensão.
Todas as resoluções aprovadas na atualização do Plano de Lutas Gerais serão encaminhadas às seções sindicais e disponibilizadas no site do ANDES-SN, no relatório o 68º Conad.
Caroline Lima, 1ª vice-presidenta do ANDES-SN que presidiu a plenária, destacou a resolução do GTPCEGDS, que coloca o Sindicato Nacional na luta contra o sorteio das vagas dos cotistas em concursos públicos. “O que o governo federal fez em relação a um avanço importante nas políticas de ação e reparação com o sorteio é um ataque, é um ataque inclusive à ausência de políticas sérias de reparação histórica, população negra, indígena e quilombola”, criticou.
“Um outro elemento importante foi a aprovação da participação do ANDES-SN no plebiscito popular e na sua construção. Acho que isso é fundamental porque coloca o Sindicato Nacional em conjunto com outros movimentos sociais e entidades na luta contra a jornada 6x1, taxação das grandes fortunas, além de outros debates que tocam centralmente na vida da classe trabalhadora”, acrescentou.
Caroline pontuou ainda os debates sobre as políticas educacionais e a construção de espaço para debater o Plano Nacional de Educação dos movimentos sociais.” Isso é fundamental, porque nós precisamos disputar o Plano Nacional de Educação a partir dos princípios que defendemos nesses mais de 43 anos de história. E este Conad, referendou, inclusive, a nossa luta histórica em defesa de uma universidade pública, laica, socialmente referenciada, diversa, e que nós façamos a disputa pelo Plano Nacional de Educação da classe trabalhadora”, afirmou.
A diretora do ANDES-SN apontou ainda como elemento fundamental para a organização luta da categoria foram as deliberações que tratam da organização sindical, também das questões administrativas, financeiras e de relações internacionais. “Aprovamos uma resolução sobre debater e acumular em relação às entidades internacionais que o ANDES-SN possa se relacionar, pensando em educação pública, para que a gente, em um dado momento, a partir desse acúmulo, decida ou não se filiar a uma entidade internacional. Acho que isso é um avanço importante, após fazermos, em 2019, o Seminário Internacional do ANDES-SN, e após participarmos também do 2º e 3º Congresso Mundial contra o Neoliberalismo na Educação e também das nossas participações em atividades de educação em Cuba, no Equador, por exemplo. Essa resolução é fruto desse movimento que o ANDES-SN vem fazendo no último período. Acho que é algo que marca, de forma importante, os avanços deste Conad”, concluiu.
Além de Caroline Lima, participaram da coordenação da plenária as diretoras Maria do Céu de Lima, 3ª tesoureira, e Gracinete Bastos de Souza, 2ª vice-presidenta da Regional Nordeste 3, e o diretor Herrmann Vinicius de Oliveira Muller, 2º secretário do ANDES-SN.
Fonte: Andes-SN (Fotos: Eline Luz)
CADERNO DE TEXTOS DO 68º CONAD
CLIQUE AQUI PARA LER O CADERNO DE TEXTOS DO 68º CONAD (também disponível para download no Arquivo Anexo abaixo).
A secretaria do ANDES-SN divulgou na última sexta-feira (20) o Caderno de Textos do 68º Conad do Sindicato Nacional. Com o tema central "Unificar as lutas anticapitalistas: contra o colapso socioambiental, em defesa da vida e da Educação Pública", a atividade ocorrerá de 11 a 13 de julho, na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), em Manaus, organizada pela Associação de Docentes da Ufam (Adua – Seção Sindical do ANDES-SN).
O documento, com 363 páginas, traz textos de apoio e resolução sobre as três temáticas do 68º Conad. São sete textos do Tema I – Atualização do Debate sobre Conjuntura e Movimento Docente; 37 textos referentes ao Tema II – Atualização dos Planos de Lutas dos Setores e Plano Geral de Lutas; e 13 textos do Tema III – Questões Organizativas e Financeiras. O material servirá de base para preparar a participação das e dos representantes das seções sindicais no Conad e também subsidiará os debates durante o evento.
O Caderno de Textos traz também a proposta de programação e pauta do 68º Conad, que será aprovada na plenária de instalação. Para sexta-feira (11), estão previstas a Plenária de Abertura, das 9 às 12h, com a posse da Posse da Diretoria do ANDES-SN, gestão 2025/2027; a Plenária de Instalação, das 13h às 15h; e a Plenária do Tema I, das 15h às 18h. Ainda na noite do primeiro dia os grupos mistos deverão se reunir, das 19h30 às 22h30, para discutir o Tema II.
No sábado (12), os grupos mistos seguirão trabalhando sobre o Tema II no período da manhã (9h às 12h) e, à tarde (14h às 17h), se debruçarão sobre o Tema III. Na noite do sábado, terá início a plenária do Tema II, das 19h às 22h, que deverá ter sequência no domingo, das 9h às 12h. A plenária que irá deliberar sobre o Tema III está prevista para ocorrer das 14h às 17h, e a Plenária de Encerramento, das 19h30 às 22h30, podendo ser estendida até às 23h59.
Acesse aqui o Caderno de Textos do 68º Conad.
Fonte: Andes-SN
Docentes e seções sindicais têm até 10 de junho para enviar textos ao caderno do 68º Conad
Seções sindicais e docentes sindicalizadas e sindicalizados têm até o dia 10 de junho para encaminhar as contribuições ao Caderno de Textos do 68º Conad. Os materiais devem ser encaminhados para o e-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo..
Os textos devem estar relacionados aos seguintes temas do 68º Conad: I – Atualização do Debate sobre Conjuntura e Movimento Docente; o II – Atualização dos Planos de Lutas dos Setores e Plano Geral de Lutas; e o III – Questões Organizativas e Financeiras.
Encerrado o prazo previsto para a composição do Caderno de Textos, conforme deliberação do 42º Congresso do ANDES-SN, não serão aceitos anexos ao Caderno de Textos, e qualquer novo texto deverá ser submetido à discussão durante a plenária de Instalação.
O 68º Conad acontecerá de 11 a 13 de julho, em Manaus (AM), e terá como tema central: “Unificar as lutas anticapitalistas: contra o colapso socioambiental, em defesa da vida e da educação pública”. Instância de deliberação da categoria docente, o evento ocorrerá na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), com organização da Associação dos Docentes da Ufam (Adua-Seção Sindical do ANDES-SN).
Credenciamento
O credenciamento para o 68º Conad será prévio e digital, e deve ser realizado até o dia 16 de junho. Os documentos necessários devem ser enviados exclusivamente por meio de formulário disponível AQUI
Mais informações sobre a formatação dos textos e as inscrições estão disponíveis na Circular 162/2025.
Fonte: Andes-SN