Terça, 25 Julho 2023 18:20

Tomam posse novas diretorias eleitas da Adufmat-Ssind para o biênio 2023-2025 Destaque

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Esta terça-feira, 25/07, foi de finais e inícios de ciclos na Adufmat-Ssind. Com parabenizações, agradecimentos, votos de sucesso na caminhada e leituras de poemas, tomaram posse as diretorias eleitas na última semana, “Lutar e mudar as coisas nos interessa mais” - para direção geral do sindicato - e “A Adufmat somos todos nós” (representação local em Sinop), que estarão à frente da entidade entre 2023 e 2025.  

 

O diretor geral da gestão “Pedro Casaldáliga”, que se despedia, iniciou a assembleia de posse parabenizando os eleitos e fazendo um breve balanço dos dois anos do mandato. Leonardo Santos lembrou de diversos eventos nacionais e regionais, além de campanhas, jornais, reuniões e mobilizações. “Estivemos presentes em quase a totalidade dos eventos do Andes, dos Grupos de Trabalho (GTs) Seguridade Social e Assuntos de Aposentadoria (GTSSA), Política Educacional (GTPE), Ciência e Tecnologia (GTC&T), Política Agrária, Urbana e Ambiental (GTPAUA), Política e Formação Sindical (GTPFS), tanto nas atividades locais quanto nacionais, realizamos diversas campanhas, relembro aqui da de sindicalização, com jornal, depoimentos de sindicalizados sobre a importância de estar sindicalizado, faixas, folders, vídeos; a campanha “Em Defesa da UFMT”, com diversas reportagens denunciando problemas específicos da universidade, especialmente a partir dos cortes de recursos, alertamos sobre a precarização dos espaços de trabalho, com relação à saúde dos docentes, técnicos e estudantes; tivemos agendas, avanços em processos judiciais, a campanha nacional por reajuste salarial – que infelizmente ainda não foi o que consideramos o adequado, mas foi alguma coisa depois de dois anos sem nenhum reajuste -, mobilizações de solidariedade nas lutas conjuntas do 8 de março, 20 de novembro, em defesa das águas do Pantanal, em defesa da vacina; tivemos movimentações pela democracia interna na UFMT, luta pela recomposição do orçamento aqui no estado e também em BSB, além do retorno do baile docente. Vale destacar que todas decisões desta diretoria foram debatidas e aprovadas em assembleia; tivemos algumas reuniões do Comando Local de Mobilização (CLM), a continuidade do trabalho do Arquivo com contratação de arquivista. Esperamos que vocês tenham melhores condições de luta e conquista do que nós tivemos, e tenham certeza de que nós estaremos juntos”, concluiu, agradecendo também à categoria pela participação e apoio durantes os dois anos.

 

 

Tesoureira da gestão finalizada, a professora Maria Luzinete Vanzeler se manifestou em seguida. Parabenizou os colegas eleitos e agradeceu a parceria da diretoria que entregou a gestão. “Foi um período turbulento, mas concluímos essa gestão com força e dignidade”, afirmou. Depois apresentou rapidamente informações financeiras, que serão avaliadas com mais atenção em assembleia específica, como de costume.

 

A professora Loanda Cheim, diretora de Assuntos Socioculturais, agradeceu aos colegas e lembrou de alguns eventos promovidos pelo sindicato, como os cafés da manhã e o Baile Docente. “Participar da diretoria da Adufmat-Ssind foi uma experiência pela qual, na minha opinião, todos deveriam passar”, afirmou.

 

Diretora secretária, a professora Márcia Montanari também cumprimentou a todos, concordando com Cheim no sentido de que todos deveriam partilhar do grande aprendizado que é dirigir um sindicato como a Adufmat-Ssind.

 

Por fim, o diretor geral declarou empossadas as novas diretorias, mas fez questão de concluir sua gestão da forma como começou: recitando o poema Canção da Foice e o Feixe, de Pedro Casaldáliga, que segue:

 

Colhendo o arroz dos posseiros
de Santa Terezinha,
perseguidos
pelo Governo e pelo Latifúndio.

 

Com um calo por anel,
monsenhor cortava arroz.
Monsenhor “martelo
e foice”?

 

Me chamarão subversivo.
E lhes direi: eu o sou.
Por meu Povo em luta, vivo.
Com meu Povo em marcha, vou.

 

Tenho fé de guerrilheiro
e amor de revolução.
E entre Evangelho e canção
sofro e digo o que quero.
Se escandalizo, primeiro
queimei o próprio coração
ao fogo desta Paixão,
cruz de Seu mesmo Madeiro.

 

Incito à subversão
contra o Poder e o Dinheiro.
Quero subverter a Lei
que perverte ao Povo em grei
e ao Governo em carniceiro.
(Meu Pastor se faz Cordeiro.
Servidor se fez meu Rei.)

 

Creio na Internacional
das frontes alevantadas,
da voz de igual a igual
e das mãos enlaçadas…
E chamo a Ordem de mal,
e ao Progresso de mentira.
Tenho menos paz que ira.
Tenho mais amor que paz.

 

… Creio na foice e no feixe
destas espigas caídas:
uma Morte e tantas vidas!
Creio nesta foice que avança
– sob este sol sem disfarce
e na comum Esperança –
tão encurvada e tenaz!

  

Já como diretora geral adjunta, a professora Lélica Lacerda iniciou sua fala agradecendo a todos e afirmando que não há outra forma de garantir a democracia que não exercendo-a. “Por isso, iniciamos a gestão pedindo aos companheiros que não se afastem”.

 

 

O diretor geral, Maelison Neves, falou diretamente de Sinop, por meio do sistema de videoconferência do sindicato. Apesar de não estar no município para atividades sindicais, o professor aproveitou o momento para reafirmar o compromisso de aproximação da nova gestão com os campi de Sinop e Araguaia.

 

A professora Clarianna Silva, diretora secretária, lembrou que o fortalecimento dos GTs também é um compromisso da nova gestão, além da luta por uma resolução de encargos docentes que substitua a 158 contemplando, de fato, as necessidades da categoria, assim como o respeito ao direito à progressão funcional. “São dois debates que serão feitos em breve no Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe), e eu chamo a atenção de vocês sobre isso”, alertou.  

 

Diretora de Comunicação, a professora Ana Paula Sacco também falou sobre a importância da relação entre os docentes lotados na capital e no interior do estado, e quanto é importante que o sindicato seja o espaço onde a categoria possa realmente dividir suas questões.

 

A professora Adriana Pinhorati apelou para que a categoria caminhe junto à direção neste que chamou de grande desafio. “Nosso sindicato é grande e forte. Nós esperamos fazer um bom trabalho, mas sozinhos não faremos nada”, afirmou.

 

Um dos fundadores da Adufmat-Ssind, primeiro presidente da entidade ainda na década de 1970, o professor Waldir Bertúlio disse que quebrou uma promessa que havia feito a si mesmo depois de ser anistiado: ser apenas militante, e não dirigente sindical. Por sua luta política, Bertúlio foi exonerado da UFMT, mas retornou após ter seu direito de anistia reconhecido. “Estou aqui lembrando dos tempos idos de luta em 1978, 1979, quando fundamos a Adufmat, em pleno período da ditadura militar. Foi um tempo duro, de grandes embates”, destacou.   

 

Os colegas justificaram a ausência da professora Ana Luisa Cordeiro, diretora de Assuntos Socioculturais, que estava em sala de aula, trabalhando. Aproveitaram para convidar os presentes para a cerimônia de posse seguida de sarau, que pretendem organizar para a próxima sexta-feira, 28/07, a partir das 19h.  

 

Representando a nova gestão em Sinop, a professora Claudia dos Reis, agora coordenadora secretária da Subseção afirmou que os últimos anos foram de desafios, que devem persistir neste novo período. “Acredito que vamos continuar tendo alguns desafios, pois o sindicato está bem esvaziado. A gente agradece a diretoria geral que nos acolheu nesses dois anos, e estamos felizes com a diretoria que assume agora, principalmente porque temos representantes de todos os campi”, pontuou.

 

Coordenador geral da Subseção, o professor Rogério Machado falou da necessidade de unidade da categoria. “Temos grandes desafios que não podem ser deixados em segundo plano, um deles é a emancipação do campus de Sinop. É provável que aconteça e precisa ter a participação de todos neste debate. Precisamos definir que universidade queremos: será uma universidade de fato ou, no linguajar popular, um ‘colejão’?”, questionou. A luta pelo direito conquistado aos 28,86% também foi ponto destacado pelo docente.  

 

Após as saudações dos empossados, foram eleitos os membros do Conselho Fiscal: Aldi Nestor de Souza, Loanda Cheim e Luciane Gomes como titulares, e Edson Barbosa e Márcia Montanari como suplentes.

 

 

Finalizando a assembleia, o professor Breno Santos, diretor da Regional Pantanal do Andes-SN, parabenizou as duas gestões. “Gostaria de parabenizar a gestão que sai, pela luta contínua e árdua, lembrar que, entre outras coisas, fomos nós que conseguimos, em luta, tirar o governo genocida, que causou a morte de 700 mil pessoas. E também gostaria de saudar a nova gestão, composta por pessoas que de fato participam, que têm experiência nas lutas. Não estou falando de diretorias, estou falando de lutas. Porque nós temos como tarefa urgente a reorganização da classe trabalhadora. Ela não será realizada se não houver unidade”, afirmou, lembrando que a Adufmat-Ssind é uma das maiores seções sindicais da base do Andes-SN, e concluindo que as histórias das duas entidades são indissociáveis.  

 

A professora Maria Adenir aproveitou a oportunidade para, além de parabenizar a nova gestão, defender a retomada, em âmbito regional, do GT História do Movimento Docente (GTHMD).

  

Por fim, a professora Lélica Lacerda também quis iniciar sua gestão com um poema. “Assim, a gente toma posse, e conclama todo mundo a construir um mundo novo, porque esse está impossível”, declarou. O texto escolhido, declamado pelo professor Waldir Betúlio, foi “Uma razão a mais para...”, de Mauro Iasi:

 

Uma razão a mais pra ser anticapitalista
Te amo
e odeio tudo que te deixa triste.
Se o mundo com seus horários e famílias
e fábricas e latifúndios e missas
e classes sociais, dores e mais-valia
e meninas com hematomas
no lugar de sua alegria
insistir em te deixar triste,
apertando tua alma
com suas garras geladas,
teremos, então, que mudar o mundo.
Nenhum sistema que não é capaz
de abraçar com carinho a mulher que amo
e acolher generosamente minha amada classe
é digno de existir.
Está, então, decidido:
Vamos mudar o mundo,
transformá-lo de pedra em espelho
para que cada um, enfim, se reconheça.
Para que o trabalho não seja um meio de vida
para que a morte não seja o que mais a vida abriga
Para que o amor não seja uma exceção,
façamos agora uma grande e apaixonada revolução.

 

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Luana Soutos

Assessoria de Imprensa daAdufmat-Ssind

Ler 237 vezes Última modificação em Terça, 25 Julho 2023 18:36