Quinta, 15 Outubro 2020 16:34

No dia dos professores... educar para a revolução! Destaque

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Se ensinar é revolucionário, um grupo formado por professores, estudantes e técnicos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) decidiu marcar o 15 de outubro - Dia dos Professores - com mobilização. Pela manhã, distribuíram panfletos no centro de Cuiabá e, na Praça da Prefeitura, chegaram a entoar um trecho da famosa “A Internacional”.

“Bem unidos façamos dessa luta final uma terra sem amos, a Internacional”, cantaram os militantes, chamando a população para refletir sobre essa ferramenta fundamental para qualquer tipo de transformação: Educação. No panfleto com título “A Educação Nossa! Por uma Educação Popular e Libertadora”, assinado pela Associação dos Docentes da UFMT (Adufmat-Ssind), Diretório Central dos Estudantes (DCE), ANDES – Sindicato Nacional e Sindicato dos Trabalhadores Técnico-administrativos (Sintuf-MT), afirmaram que grupos políticos disputam a Educação. O primeiro, com o intuito de lucrar, e o segundo – do qual fazem parte - com o intuito de melhorar a vida das pessoas.  

Além de criticar a forma de acesso às universidades, que contempla os ricos e marginaliza os filhos da classe trabalhadora, afirmaram que a permanência no ensino superior também é uma luta, devido aos cortes de recursos voltados para a Assistência Estudantil. A prioridade à lógica da iniciativa privada dos governos também foi destacada. “Enquanto as universidades, que deveriam ser do povo, totalmente gratuitas, são desmanteladas, o dinheiro que deveria ser investido nelas é dado para a iniciativa privada. A mesma que faz nos endividarmos pelo sonho de ter um diploma. Programas de financiamento como o FIES e o PROUNI são o que é ofertado para aqueles que tiveram negada a universidade pública, totalmente gratuita, com direito a alimentação e bolsa de estudos”, afirmaram no documento distribuído.

 

Por fim, a construção de uma Educação Popular e Libertadora tem como ponto de partida a valorização dos trabalhadores da Educação – principalmente com a recusa da proposta de Reforma Administrativa encaminhada ao Congresso Nacional - e recomposição do orçamento das universidades.

 

“Defendemos o direito de que a vida de ninguém seja posta em risco pelo sonho de nos formarmos e da assistência estudantil como elemento fundamental para a permanência dos filhos da classe trabalhadora que conseguiram entrar nas universidades. Colocamos que não só não devem faltar creches e escolas para que os pais possam trabalhar tranquilos, como também que nossa educação seja um mecanismo de libertação, uma ferramenta para mudarmos o mundo. No dia dos professores, mais do que lhes dar parabéns, defendemos a estabilidade nos cargos públicos, nos colocamos contra a reforma destrutiva e nos unimos com eles por um projeto de educação dos trabalhadores”, finalizaram.  

 

Leia abaixo a íntegra do texto distribuído.

 

15 de outubro: DIA DO PROFESSOR

 

A EDUCAÇÃO NOSSA! POR UMA EDUCAÇÃO POPULAR E LIBERTADORA

 

A educação está em disputa e não é de hoje. Em lados opostos se colocam dois projetos de educação, mas também de país. Um privilegia os lucros, cada vez maiores, mas não para o povo. Os mentores deste lado colocam, e muitas vezes impõem contra a vontade popular, tentativas de privatização do público; e por “público” dizemos o que é de todos. Cada vez se torna mais difícil para os filhos de trabalhadores entrarem e permanecerem nas universidades. A assistência estudantil, que antes permitia que nós permanecêssemos na universidade, ainda que não tivéssemos condições dignas de trabalho, é cada vez menor e sofre, agora mais do que nunca, tentativas de liquidação completa. Mas por quê? E quem ganha com isso?

 

Basta dar uma olhada para o lado para perceber onde os trabalhadores, veladamente expulsos das universidades públicas, começaram a estudar. Enquanto as universidades, que deveriam ser do povo, totalmente gratuitas, são desmanteladas, o dinheiro que deveria ser investido nelas é dado para a iniciativa privada. A mesma que faz nos endividarmos pelo sonho de ter um diploma. Programas de financiamento como o FIES e o PROUNI são o que é ofertado para aqueles que tiveram negada a universidade pública, totalmente gratuita, com direito a alimentação e bolsa de estudos. Nos endividamos por uma promessa de diploma quando o conhecimento científico se torna cada vez mais menosprezado, crentes de que conseguiremos arcar com uma promessa de emprego que não só pode não vir, como de fato não tem vindo para muitos de nós. Enquanto isso, os professores, fundamentais para a formação de todos os profissionais, têm seus direitos retirados por diversos ataques como os que acontecem agora com a (Contra)Reforma Administrativa. O fim da estabilidade, proposto pela Contra Reforma, deixa os professores à mercê de bicos, fragilizando mais uma categoria. Não queremos igualdade na exploração, queremos trabalho digno para todos!

 

Enquanto é esta a situação das universidades, o corte de 4,2 bilhões que o governo planeja para a educação se traduz em menos creches para nossos filhos e na piora da estrutura das escolas. E a promessa de foco no ensino básico, usada para justificar a ruína de nossas universidades, vai ficando de lado. Se comprova ainda mais o descaso quando olhamos para as tentativas de desvio do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB), principal fonte de recurso das escolas e creches.

 

Então nós, que estamos do outro lado da disputa, colocamos para a educação um projeto popular, que seja de todos os trabalhadores para todos os trabalhadores. Para isso, reivindicamos a valorização daqueles que se colocam à frente do ensino e que conosco lutam para que a universidade pública, em vez de destruída seja transformada. É para que ninguém mais tenha que se endividar para estudar que defendemos a recomposição do orçamento das universidades e a escolha democrática de reitores comprometidos com a expansão da universidade e não com sua liquidação. Defendemos o direito de que a vida de ninguém seja posta em risco pelo sonho de nos formarmos e da assistência estudantil como elemento fundamental para a permanência dos filhos da classe trabalhadora que conseguiram entrar nas universidades. Colocamos que não só não devem faltar creches e escolas para que os pais possam trabalhar tranquilos, como também que nossa educação seja um mecanismo de libertação, uma ferramenta para mudarmos o mundo. No dia dos professores, mais do que lhes dar parabéns, defendemos a estabilidade nos cargos públicos, nos colocamos contra a reforma destrutiva e nos unimos com eles por um projeto de educação dos trabalhadores!

 

 

 

 Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Ler 853 vezes Última modificação em Quinta, 15 Outubro 2020 16:46