Sexta, 17 Agosto 2018 17:46

Conjuntura: reunião destaca forte resistência dos trabalhadores e necessidade de impulsionar lutas

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A conjuntura nacional foi o segundo ponto da programação deste primeiro dia da reunião da Coordenação Nacional da CSP-Conlutas, ainda pela manhã desta sexta-feira (17). O integrante da Secretaria Executiva Nacional Atnágoras Lopes fez a exposição inicial, destacando pontos da situação política, econômica e social do país e as lutas em curso.

 

 

Segundo o dirigente, mesmo com o início do processo eleitoral, que já vem impondo um calendário e debates, segue em curso no país uma situação polarizada na luta de classes.

 

“Há um grau de fragmentação no processo eleitoral. São 13 candidatos, o maior número depois das eleições desde 89. Muita divisão e isso ao nosso ver também é a expressão do que ocorre por baixo. Na classe, há um processo de agitação e polarização. Diante das ofensivas de governos e patrões, muita resistência”, disse Atnágoras.

 

“Há muita indignação e revolta do povo frente ao desemprego. São 65 milhões pessoas fora do mercado do trabalho. É a partir dessa ótica que a nossa classe vê a situação da economia e a realidade”, continuou.

 

Atnágoras também destacou a gravidade dos ataques contra os trabalhadores em curso, como a retirada de direitos, os ataques à educação, privatizações, inclusive, com a instabilidade também no cenário internacional, com medidas como o aumento de juros nos EUA e, guerra comercial imperialista levada por Trump.

 

“Mas nosso critério não pode ser econômico para analisar as lutas, se uma greve foi vitoriosa ou derrotada na reivindicação econômica. Temos de considerar, por exemplo, que, pelo grau da brutal ofensiva que foi a reforma trabalhista, estamos resistindo bravamente. Há também um nível de politização nas discussões que hoje são feitas pelos trabalhadores”, disse.

 

Para o dirigente, o desafio no atual momento é unificar as lutas e avançar na organização dos trabalhadores. Mas, salientou, que isso não se dará em torno da pauta do Lula Livre, como defende algumas centrais. É preciso partir das reivindicações mais sentidas da classe, segundo ele.

 

“Temos de estar de olho e estimular todas as mobilizações, desde as mais básicas, e disputar o programa para essas lutas e a estratégia”, disse. “Em meio ao processo eleitoral, temos de apresentar o programa clássico dos trabalhadores, que já acumulamos desde nossa construção, como a suspensão do pagamento da Dívida Pública, pois auditoria é pouco; a redução da jornada de trabalho, sem redução de salários; um plano de obras públicas para gerar empregos, entre outros. Em resumo, apresentar nossa pauta classista, de independência, mas também socialista”, disse.

 

Após a exposição inicial de Atnágoras, foi aberto para as falas do plenário e os representantes das entidades e movimentos filiados à Central de todo o país também falaram sobre a conjuntura, enriquecendo o debate e trazendo à tona outras lutas, temas e visões sobre a situação do país e da correlação de forças entres os trabalhadores e a burguesia.

 

O balanço do Dia do Basta em 10/8, as categorias em campanha salarial como os trabalhadores dos Correios, bancários e metalúrgicos, as lutas dos povos tradicionais, como quilombolas, seringueiros, indígenas, as mobilizações por terra e moradia, etc.

 

No domingo, as delegadas e delegados presentes à reunião votarão uma resolução sobre a conjuntura e o plano de ação da Central para o próximo período.

 

Fonte: CSP-Conlutas

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