Sexta, 15 Abril 2016 17:29

 

O ANDES-SN divulgou, na última sexta (8), uma moção em apoio ao Movimento Nacional de Luta Antimanicomial que luta em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) e da Reforma Psiquiátrica Brasileira. Militantes do movimento antimanicomial - trabalhadores em saúde mental, usuários dos serviços e familiares, ocupam uma sala da coordenação-geral de Saúde Mental do Ministério da Saúde, desde o dia 15 de dezembro de 2015, em protesto a indicação e nomeação do médico Valencius Wurch Duarte Filho para o cargo de Coordenador Geral de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas. 

 

O médico é ex-diretor da Casa de Saúde Doutor Eiras, Paracambi, localizado na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro, fechado por ordem judicial em 2012, após denúncias sobre violações dos Direitos Humanos e das condições subumanas a que os pacientes eram submetidos. Na tarde desta sexta-feira (15) a Polícia Federal está realizando um processo de reintegração de posse na ocupação.

 

Walcyr de Oliveira Barros, 3º tesoureiro do ANDES-SN e um dos coordenadores do Grupo de Trabalho de Seguridade Social e Assuntos de Aposentadoria Sindicato Nacional (GTSSA) do Sindicato Nacional, explica que a moção é em apoio à ocupação e à luta de um movimento que desde os anos de 1970 atua para modificar o cenário da atenção no setor de saúde mental, historicamente usado como um significativo instrumento de lucratividade no mercado da saúde. “Tanto o setor privado de ‘atenção à saúde mental’ quanto as indústrias farmacêuticas vêm lucrando com a ‘loucura’ sistematicamente. Para estes, a loucura passa a ser uma ótima 'matéria prima' para se ganhar dinheiro”, afirma.

 

Para o diretor do ANDES-SN, a nomeação do Valencius, que dirigiu o maior hospício da América Latina, é mais uma prova de que a saúde mental é tratada como mercadoria de alta lucratividade por diversos governos. “Vivemos uma situação de desmonte do serviço público, um processo de privatização e de entrega do fundo público ao espaço financeiro. E a saúde publica e saúde mental, é um mostra disso”, explicou Walcyr, que reafirmou o compromisso do Sindicato Nacional com a defesa da saúde pública, do serviço público e da luta contra qualquer forma de precarização e privatização destes espaços. Ele concluiu ressaltando que, estrategicamente, esse setor vem sendo utilizado para a reprodução desta lógica privatista , através de seu atrelamento ao dispositivo das Organizações Sociais (OS's).

 

 Fonte: ANDES-SN

Quinta, 11 Fevereiro 2016 14:39

 

Pelo terceiro ano seguido, trabalhadores, estudantes, usuários do SUS, sindicalistas e outros grupos solidários gritaram, durante o carnaval, pelo fim das Organizações Sociais na saúde pública de Mato Grosso. A união do útil ao agradável já é tradição do Bloco “Xô OSS - sai do SUS que ele não te pertence”. A mídia nacional até fala sobre alguns protestos de seu interesse durante a folia, mas a local faz questão de esconder as manifestações populares de conteúdo crítico.

 

Talvez a íntima relação do governador Pedro Taques com a imprensa mato-grossense seja um dos motivos pelos quais não se questione publicamente sua mudança de posição. Durante a campanha eleitoral, o atual governador se colocava claramente contrário à gestão via OSS. Depois de eleito, o discurso é outro: “Existem organizações que são ruins por natureza, mas não podemos generalizar [...] Não existe um único médico para todos esses males. Teremos vários modelos [...] Não posso editar um decreto e romper o contrato com a empresa que administra o Hospital Regional de Rondonópolis”, declarou Taques em entrevista concedida em abril do ano passado (clique aqui para ler toda a entrevista).

 

Os organizadores do Bloco questionam essa mudança. “Em Mato Grosso, as OSS foram amplamente discutidas no período eleitoral, quando os principais candidatos se colocaram contrários ao modelo. Porém a privatização da saúde está com força total no estado. O atual governador, Pedro Taques, que no ultimo carnaval deu de encontro com nosso Bloco Xô OSS e disse aos manifestantes que não era ‘bobó cheira, cheira, e que OSS era roubalheira’ mudou sua opinião. Seu governo anunciou a privatização via OSS da Farmácia de Alto Custo e a continuidade das OSS nos hospitais regionais!”, consta no material de apresentação do evento, realizado em Chapada dos Guimarães no último domingo (07/02). 

 

O tema desse ano, relembrando as denúncias do Ministério Público contra as OSS e outros escândalos foi “Terceirização: o povo paga e o empresário lucra. Não à venda dos serviços públicos!”. Tais denúncias e escândalos motivaram, inclusive, a coleta de mais de 30 mil assinaturas, entregues em 2013 na Assembleia Legislativa para a elaboração de um Projeto Lei de Iniciativa Popular contra as OSS’s que nunca avançou.

 

Nessa onda de privatização e sob a ameaça de contratações via OSS para outros setores do serviço público, como a educação, o Bloco tende a ganhar força. Entidades como a Associação dos Docentes (Adufmat-Ssind), Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFMT, Intersindical, Alternativa de Luta, Centros Acadêmicos de Serviço Social e Filosofia da UFMT, Sindicatos dos Servidores do Dentran (Sinetran), dos Correios (Sintect) e dos Jornalistas (Sindjor), Alternativa Estudantil pela Base (AEB), além do Sindicato dos Médicos e Comitê em Defesa da Saúde Pública, já apoiaram o evento em 2016.         

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Quinta, 11 Fevereiro 2016 14:24

 

Pelo terceiro ano seguido, trabalhadores, estudantes, usuários do SUS, sindicalistas e outros grupos solidários gritaram, durante o carnaval, pelo fim das Organizações Sociais na saúde pública de Mato Grosso. A união do útil ao agradável já é tradição do Bloco “Xô OSS - sai do SUS que ele não te pertence”. A mídia nacional até fala sobre alguns protestos de seu interesse durante a folia, mas a local faz questão de esconder as manifestações populares de conteúdo crítico.

 

Talvez a íntima relação do governador Pedro Taques com a imprensa mato-grossense seja um dos motivos pelos quais não se questione publicamente sua mudança de posição. Durante a campanha eleitoral, o atual governador se colocava claramente contrário à gestão via OSS. Depois de eleito, o discurso é outro: “Existem organizações que são ruins por natureza, mas não podemos generalizar [...] Não existe um único médico para todos esses males. Teremos vários modelos [...] Não posso editar um decreto e romper o contrato com a empresa que administra o Hospital Regional de Rondonópolis”, declarou Taques em entrevista concedida em abril do ano passado (clique aqui para ler toda a entrevista).

 

Os organizadores do Bloco questionam essa mudança. “Em Mato Grosso, as OSS foram amplamente discutidas no período eleitoral, quando os principais candidatos se colocaram contrários ao modelo. Porém a privatização da saúde está com força total no estado. O atual governador, Pedro Taques, que no ultimo carnaval deu de encontro com nosso Bloco Xô OSS e disse aos manifestantes que não era ‘bobó cheira, cheira, e que OSS era roubalheira’ mudou sua opinião. Seu governo anunciou a privatização via OSS da Farmácia de Alto Custo e a continuidade das OSS nos hospitais regionais!”, consta no material de apresentação do evento, realizado em Chapada dos Guimarães no último domingo (07/02). 

 

O tema desse ano, relembrando as denúncias do Ministério Público contra as OSS e outros escândalos foi “Terceirização: o povo paga e o empresário lucra. Não à venda dos serviços públicos!”. Tais denúncias e escândalos motivaram, inclusive, a coleta de mais de 30 mil assinaturas, entregues em 2013 na Assembleia Legislativa para a elaboração de um Projeto Lei de Iniciativa Popular contra as OSS’s que nunca avançou.

 

Nessa onda de privatização e sob a ameaça de contratações via OSS para outros setores do serviço público, como a educação, o Bloco tende a ganhar força. Entidades como a Associação dos Docentes (Adufmat-Ssind), Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFMT, Intersindical, Alternativa de Luta, Centros Acadêmicos de Serviço Social e Filosofia da UFMT, Sindicatos dos Servidores do Dentran (Sinetran), dos Correios (Sintect) e dos Jornalistas (Sindjor), Alternativa Estudantil pela Base (AEB), além do Sindicato dos Médicos e Comitê em Defesa da Saúde Pública, já apoiaram o evento em 2016.         

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind