Quarta, 16 Outubro 2019 17:39

Mais de 43 universidades rejeitam o Future-se; UFMT poderá fazer o mesmo a partir da assembleia universitária do dia 05/11 Destaque

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Mais de 43 universidades, seja por assembleia universitária ou por meio dos conselhos deliberativos, já manifestaram posição contrária ao programa do governo Bolsonaro que torna as universidades públicas reféns do capital privado. Vinte e nove delas oficializaram a posição contrária ao Future-se por meio dos conselhos; nenhuma se posicionou favorável. A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) deverá ser uma das próximas a manifestar posição.

 

As entidades que representam docentes, estudantes e técnicos (Associação dos Docentes - Adufmat-Ssind, Diretório Central dos Estudantes – DCE, e Sindicato dos Técnicos Administrativos - Sintuf-MT) já estão convocando toda a comunidade acadêmica para a assembleia geral universitária no dia 05/11 (terça-feira), às 9h, no Ginásio de Esportes. A pauta aponta três pontos de discussão: informes, cortes na educação e suas consequências na UFMT, e o projeto Future-se.

 

No dia seguinte (06/11), o Future-se voltará à pauta da instituição, dessa vez numa reunião conjunta entre os três conselhos da universidade – Conselho Universitário (Consuni), Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão (Consepe) e Conselho Diretor.

 

“Vamos discutir dois temas vitais. A questão dos cortes que comprometeram o funcionamento da universidade numa parte do ano e seus reflexos, como a diminuição do número de trabalhadores da limpeza e da segurança e o corte de bolsas de tutoria e monitoria. Hoje, por exemplo, já tivemos reunião sobre isso, é uma discussão que está acometendo o dia-a-dia da universidade. Outra coisa é o Future-se. Embora muitas universidades já tenham se manifestado, a UFMT ainda não disse nada. Tem uma reunião dos conselhos marcada para o dia 06, então as entidades vão realizar a assembleia no dia 05/10 para antecipar a posição da comunidade acadêmica, rechaçando o Future-se. A expectativa é que, no dia 06, essa posição se sacramente nos conselhos”, explica o diretor-geral da Adufmat-Ssind, Aldi Nestor de Souza.   

 

Nessa terça-feira, 15/10 - Dia dos Professores, a Unicamp, uma das universidades mais importantes do país se uniu ao conjunto de universidades públicas que já se manifestaram em defesa da educação pública e gratuita por meio de assembleia universitária. Num evento histórico, que reuniu a administração e as três categorias universitárias, mais de oito mil pessoas ergueram as mãos para aprovar uma moção em defesa da educação, ciência e autonomia universitária. O Future-se e as intervenções na nomeação de reitores foram atos duramente criticados durante as intervenções.   

 

Na moção aprovada, a comunidade afirma que os recursos que as universidades públicas necessitam para realizar suas atividades-fim não podem ser encarados como um custo para o Estado, mas como um investimento no futuro do país. Afirma, ao contrário, que todos os países desenvolvidos têm a pesquisa financiada majoritariamente pelo Estado.

 

Além disso, o documento reforça a ideia de que “interromper o fluxo de recursos constitui equívoco que impede o país de resolver desafios sociais e econômicos”, e que as críticas às humanidades e artes demonstram "ignorância absoluta" sobre o papel que a busca por conhecimento exerce no desenvolvimento do pensamento crítico e criativo, além da formulação de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento social, à redução das desigualdades e ao respeito à diversidade.

 

Leia aqui a íntegra da moção aprovada na Unicamp

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

    

Ler 860 vezes Última modificação em Quinta, 17 Outubro 2019 10:28