Sexta, 13 Outubro 2017 19:18

CSP-Conlutas reúne mais de 2500 trabalhadores brasileiros e de outros países no 3º Congresso em Sumaré Destaque

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A luta dos trabalhadores é internacional. Nesse momento, 2581 pessoas estão reunidas no 3º Congresso Nacional da Central Sindical Popular (CSP) Conlutas, em Sumaré, interior de São Paulo. O encontro teve início nessa quinta-feira, 12/10, e será encerrado na manhã do próximo domingo, 15/10, com participação dos trabalhadores brasileiros organizados e também de alguns companheiros de outros países.

 

Com o tema “Outros outubros virão. Outras manhãs plenas de sol e de luz”, trecho de uma composição de Milton Nascimento e Fernando Brant, brilhantemente interpretada por Elis Regina, representantes de sindicatos e outros movimentos sociais organizados discutem, à luz dos 100 anos da Revolução Russa, os caminhos para a resistência e emancipação da classe trabalhadora no Brasil e no mundo.

 

Embora os ataques sejam duros e numerosos, a troca de experiências nas lutas e as análises que apontam reações da classe animam os participantes. “Quando o cenário foi de escravidão, fizemos os quilombos. Se há exploração, há greves. Quando há repressão, há resistência. Nos disseram que seria impossível evitar o aumento das passagens, e nós tomamos as ruas em 2013. Nos disseram que não conseguiríamos fazer uma greve geral, e nós fizemos a maior da nossa história em 28 de abril desse ano. Disseram que seria impossível evitar a privatização das escolas, e os estudantes fizeram centenas de ocupações. Disseram que os indígenas não conseguiriam intervir sobre a privatização do Parque do Jaraguá, e eles tomaram as torres de comunicação do Pico, deixaram mais de 600 mil pessoas no estado de SP sem sinal, e conseguiram ser ouvidos”, disse Helena Silvestre, do Movimento Luta Popular e membro da Secretaria Executiva Nacional (SEN) da CSP Conlutas, na mesa de abertura, causando ampla agitação na plenária.

 

 

 

“Se nós fizemos uma vez, faremos quantas outras forem necessárias. Nós não queremos a metade, queremos inteiro”, continuou a coordenadora, pontuando, em seguida, que um dos principais desafios é provocar a identificação dos trabalhadores com a classe.

 

Amauri Fragoso, diretor tesoureiro do ANDES - Sindicato Nacional e também membro da Secretaria Executiva Nacional da CSP Conlutas destacou a importância da unidade dos trabalhadores, e afirmou que “o impossível” não existe; que há, sim, o improvável, a depender das condições colocadas.

 

A Adufmat-Seção Sindical do ANDES representa a categoria com quatro delegados e um observador, respectivamente: Alair Silveira, Maelison Neves, Waldir Bertúlio, Tomás Boaventura e Reginaldo Araújo.

 

Em meio a algumas intervenções políticas, o ANDES Sindicato Nacional fez um manifesto na Plenária para divulgar a Campanha Nacional Contra o Assédio Sexual.  

 

Questões centrais

 

Durante as análises iniciais, na defesa das teses de análise de conjuntura, foram destacados pontos centrais de organização e atuação da CSP. A unidade com movimentos de trabalhadores que já retrocederam a acordos anteriores foi um deles, como ocorreu com o que deveria ser a Greve Geral de 30/06. A realização de outro evento maior, com trabalhadores de todos os setores, todas as centrais, sindicatos e movimentos sociais, foi outra demanda apresentada, assim como a construção de uma Greve Geral no dia 10/11. Um dos temas mais delicados, a posição da Central durante as eleições de 2018, também foi uma preocupação pontuada. Esses pontos de pauta serão aprofundados no decorrer do evento, por meio dos grupos de discussão e das plenárias.

 

Na manhã dessa sexta-feira, 13, a Mesa de Saudação Internacional emocionou os participantes. Representantes da Argentina, Colômbia, Chile, Paraguai, México, El Salvador, Haiti, Venezuela, Costa Rica, Estados Unidos, Portugal, França, Itália, Tunísia, Síria, África do Sul, Nicarágua, Namíbia, Palestina, entre outros, falaram da luta contra a retirada de direitos, a precarização do trabalho, a perseguição de trabalhadores. Também falaram sobre a retaliações a sindicatos, e a resistência que surge mesmo nas condições mais adversas. A solidariedade internacional entre os trabalhadores evidencia a força e a capacidade de reação da classe. Nesse Congresso, os trabalhadores também discutem a posição da CSP com relação a Venezuela e outras conjunturas internacionais.    

 

O Congresso manifestou ainda apoio à independência da Catalunha e ao povo Sírio, erguendo enormes bandeiras dos dois países. 

 

No período da tarde, além os grupos de discussão sobre as propostas apresentadas no Caderno de Teses, os participantes tiveram um painel sobre os “100 anos da Revolução Russa”, com Martin Hernandez (LIT), Kevin Murphy (University of Massachusetts), Wanderson Fábio de Melo (UFF) e Valério Arcary (IFSP).

                                                                                                        

O 3º Congresso da CSP Conlutas está sendo transmitido ao vivo. Acompanhe pela página da Central: www.cspconlutas.org.br     

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind              

Ler 771 vezes Última modificação em Sexta, 13 Outubro 2017 20:26