Quinta, 21 Fevereiro 2019 13:48

 

O presidente Jair Bolsonaro entregou seu projeto de Reforma da Previdência ao Congresso Nacional na manhã de quarta-feira (20). A Proposta de Emenda à Constituição (PEC), ainda sem número, prevê o aumento da idade mínima para aposentadoria e a diminuição do valor de benefícios. A PEC prepara o terreno para o fim da previdência pública e institui que a aposentadoria integral só será paga após 40 anos de contribuição. Os militares não foram incluídos na Reforma.

Reforma de Bolsonaro busca mudar profundamente o sistema previdenciário brasileiro, segregando a Previdência do sistema de Seguridade Social. A mudança afetará o financiamento e o orçamento, tanto da Previdência, como da saúde e da assistência social.

Atualmente, a Seguridade Social é definida na Constituição Federal, como um “conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social”.

Talvez a mais grave mudança prevista na PEC é a instituição de um sistema de capitalização individual. Esse sistema é utilizado, por exemplo, no Chile, onde 90% dos aposentados recebam menos de um salário mínimo.

A PEC estabelece que uma lei complementar do Poder Executivo instituirá esse sistema. Assim, o governo facilita a aprovação do sistema de capitalização, pois uma lei complementar é mais simples de aprovar.

"A proposta deve ser derrotada no seu conjunto, pois ela destrói a seguridade social e visa impedir o direito à aposentadoria. Há vício de origem, a seguridade social é superavitária", afirma Antonio Gonçalves, presidente do ANDES-SN.

As principais mudanças de regras propostas pelo governo

A PEC de Bolsonaro institui a idade mínima para aposentadoria em 65 anos para homens e 62 anos para mulheres. O tempo de contribuição mínimo será de 20 anos. A aposentadoria integral só será paga após 40 anos de contribuição. A aposentadoria integral será calculada a partir da média de todas as contribuições. As aposentadorias não poderão ultrapassar o teto do INSS, atualmente de R$ 5.839,45. O piso estabelecido é o salário mínimo.

Quem se aposentar com menos de 40 anos de contribuição, terá aposentadoria proporcional. Com 20 anos de contribuição, a aposentadoria será de 60% da média aritmética simples. A partir daí, a aposentadoria aumenta 2% a cada ano trabalhado, chegando a 100% nos 40 anos de contribuição.

As idades mínimas são as mesmas para os servidores públicos que contribuem para o Regime Próprio de Previdência Social (RPPS). No entanto, o tempo mínimo de contribuição para servidores é de 25 anos, sendo exigidos 5 anos no cargo. A PEC engloba servidores federais, estaduais, municipais e distritais.

Outra mudança prevista na PEC que atinge os servidores públicos é a unificação das alíquotas do Regime Geral de Previdência Social com as do RPPS. Se aprovada a Reforma, alíquota unificada será de 7,5% (para quem ganha até um salário mínimo), 7,5% a 8,25% (R$ 998,01 a R$ 2 mil), 8,25% a 9,5% (R$ 2.000,01 a R$ 3.000,00), 9,5% a 11,68% (R$ 3.000,01 a R$ 5.839,45), 11,68% a 12,86% (R$ 5.839,45 a R$ 10 mil), 12,86% a 14,68% (R$ 10.001,01 a R$ 20 mil), 14,68% a 16,79% (R$ 20.000,01 a R$ 39 mil) e mais de 16,79% para os que ganham mais de R$ 39 mil. Por outro lado, o trabalhador terá que contribuir por 40 anos para receber a aposentadoria integral.

Regras de transição

Há três regras de transição previstas pela PEC, cabendo ao trabalhador escolher. Estão sujeitos às regras de transição trabalhadores que já contribuíram por 30 anos, se mulheres, ou por 35 anos, se homens. Também os trabalhadores que, somando idade e tempo de contribuição, atingem 86 pontos (mulheres) ou 96 pontos (homens).

A primeira opção de transição traz um sistema de pontos, calculado entre idade e tempo de contribuição. A segunda traz como idade mínima 61 anos para homens e 56 para mulheres. A terceira não considera idade mínima, mas cobra pedágio de 50% sobre o período faltante para a aposentadoria.

Para os servidores públicos, incluídos os docentes, as regras de transição são bastante nocivas. Um servidor público poderá se aposentar quando preencher cumulativamente a idade (56 anos mulher/ 61 homens), o tempo de contribuição (30 anos mulher/ 35 homem), 20 anos de efetivo exercício no serviço público, 5 anos no cargo efetivo em que se dê a aposentadoria e a somatória da idade e do tempo de contribuição, incluídas as frações, equivalente a 86 pontos, se mulher, e 96 pontos, se homem.

Nessas regras de transição, a partir de 1º de janeiro de 2020 será acrescido um ponto a mais a cada ano. Assim para as mulheres obterem o direito à aposentadoria integral, terão que atingir o limite de 100 pontos. No caso dos homens, 105 pontos. Desse modo, a aposentadoria se tornará, a cada ano, mais distante. Além disso, o tempo de contribuição se estenderá e quem conseguir se aposentar receberá somente o teto do INSS.

Benefícios são atacados pela PEC

Os mais atacados pela PEC são os trabalhadores rurais, os idosos pobres e as pessoas com deficiência. A Reforma aumenta a idade mínima para aposentadoria de trabalhadores rurais para 60 anos para ambos os sexos. Também aumenta a contribuição mínima para 20 anos. A PEC ainda retira dos sindicatos de trabalhadores rurais o direito de emissão de declaração de comprovação da atividade rural.

O Benefício de Prestação Continuada (BPC), se a PEC for aprovada, será diminuído de R$ 998 para R$ 400, sem vinculação com o salário mínimo. O BPC só chegará ao valor do salário mínimo para quem tiver 70 anos. O benefício é pago a idosos em situação de miserabilidade e a pessoas com deficiência. Outro benefício que será diminuído é a Pensão Por Morte.

A Reforma ainda prevê o fim da obrigatoriedade de recolhimento do FGTS para trabalhadores que já estiverem aposentados. Também extingue a multa de 40% para o trabalhador que estiver aposentado pela Previdência Social e for demitido enquanto estiver na empresa.

Tramitação

A PEC de Bolsonaro será enviada à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, que analisará se o texto fere algum princípio constitucional. Em seguida, se a CCJ aprovar a constitucionalidade do texto, será criada uma comissão especial formada por deputados para discutir o mérito da proposta.

Se for aprovada pelo colegiado, a PEC segue para votação no plenário da Câmara, onde precisará do apoio de ao menos 308 dos 513 votos em dois turnos de votação. Uma vez aprovada na Câmara, a PEC segue para a CCJ do Senado. Em seguida, vai ao plenário, onde precisará de ao menos 49 votos entre os 81 senadores, também em dois turnos de votação. Se aprovada sem modificações, segue para sanção presidencial. Se modificada, volta para nova apreciação da Câmara.

A posição do ANDES-SN

O ANDES-SN é contrário à Reforma da Previdência. Em seu 38º Congresso, realizado no início do ano em Belém (PA), o Sindicato Nacional incluiu a luta contra a Reforma na centralidade da luta. Foi deliberado que o ANDES-SN irá “atuar buscando maior mobilização da base, pela construção de uma ampla unidade para combater a contrarreforma da previdência, as privatizações e revogar a EC 95”. 

Na terça-feira (19), mais de 50 entidades sindicais estiveram no lançamento do Fórum Sindical, Popular e de Juventudes por direitos e liberdades democráticas. O Fórum tem a defesa da Previdência Pública e universal e a luta contra reforma da Previdência como uma de suas pautas centrais. O evento aconteceu na sede da Apeoesp, em São Paulo (SP). Leia mais.

No dia da entrega da proposta da PEC, mais de 10 mil pessoas estiveram num ato na Praça da Sé, em São Paulo, contra a Refora da Previdência. Trabalhadoras e trabalhadores de várias partes do país realizaram um forte ato político. Na pauta, a organização da luta contra a PEC. Leia mais.

 

 Fonte: ANDES-SN
Quinta, 21 Fevereiro 2019 10:47

 

Em 12 de novembro de 2018, mais de 300 pessoas se reuniram no auditório do Dieese, na região central de São Paulo, para ouvir o chileno Mário Reinaldo Villanueva Olmedo, dirigente da Confederación de Profesionales Universitarios de la Salud (Fenpruss). O evento promovido por 8 centrais sindicais também serviu para lançar a Campanha Permanente em Defesa da Previdência e Seguridade.

previdencia modelo chileno no afp

Mario Villanueva tinha sido convidado a falar sobre o modelo de Previdência Social chileno, cujo sistema — capitalização individual — faz parte da proposta de reforma previdenciária do governo Bolsonaro.

Na capitalização individual, cada trabalhador contribui mensalmente para sua aposentadoria numa conta separada dos outros trabalhadores, como se fosse uma poupança. É diferente do sistema atual — de repartição — em que todos contribuem para um fundo que mantém as aposentadorias e demais benefícios previdenciários e assistenciais.

Para trabalhadores da chamada "classe média", a capitalização individual pode parecer tentadora. Afinal, esse estrato social contribui por mais tempo, já que está menos vulnerável à informalidade ou dispõe de recursos para manter a contribuição ao longo dos anos.

Não é tão simples assim. Em primeiro lugar, a capitalização individual elimina o caráter de solidariedade presente no sistema de repartição. Além disso, o fato de um trabalhador contribuir para sua própria aposentadoria não é garantia de que estará assegurada mais tarde.

É o que está acontecendo no Chile, segundo Olviedo. Passados 38 anos da adoção do regime de capitalização individual, a experiência chilena revelou-se um enorme fracasso, como se verá a seguir.

A experiência chilena
O Chile foi o primeiro país a privatizar a Previdência. A reforma aconteceu em 1981, durante a ditadura de Pinochet (1973-1990). No modelo chileno, cada trabalhador tem que contribuir com 10% do salário. Os recursos são aplicados no mercado financeiro por empresas privadas, as administradoras de Fundos de Pensão (AFP), que ainda ficam com 1,5% do que é poupado pelos trabalhadores.

Não existe contribuição patronal. Segundo Olviedo, o sistema remunera muito mal os trabalhadores, mas enriquece os bancos. O dirigente chileno afirmou que 78% das aposentadorias pagas pelas AFP são inferiores a 1 salário mínimo e 44% estão abaixo da linha de pobreza, o que levou o governo a criar, em 2008, fundo para complementar a renda desse grupo mais pobre.

Quando o modelo foi implantado, havia a promessa de que os aposentados receberiam perto de 70% de seu último salário. Hoje, a situação é muito diferente. O valor do benefício de um trabalhador é, em média, 33% do salário que ele recebia às vésperas da aposentadoria.

Para as trabalhadoras, a situação é ainda pior: em média, essas recebem apenas 25% do salário que tinham antes de se aposentar. Essa diferença existe, em parte, porque se aposentam mais cedo e usam parte dos recursos para outros fins”, como a licença maternidade.

O grau de penúria levou o governo a criar, em 2008, fundo para complementar a renda dos grupos mais pobres, com aportes de US$ 98 e de US$ 158.

Por que não deu certo
O fracasso do modelo de capitalização tem vários motivos. Um deles é a dificuldade de os trabalhadores permanecerem por longo tempo no mercado de trabalho sem interrupções. Em 2018, havia 10,7 milhões de trabalhadores filiados ao sistema das AFP, mas apenas 5,4 milhões contribuíam de forma contínua.

O outro motivo é o risco inerente às aplicações financeiras. Em 1981, a rentabilidade era de 12% e hoje é de apenas 4%. A crise de 2008 provocou perdas gigantescas que nunca mais foram recuperadas. Perdas, diga-se de passagem, para os trabalhadores, e não para as empresas gestoras, as AFP.

Esse quadro dramático levou ao surgimento do NO+AFP, movimento vigoroso contra o modelo adotado no Chile e que defende uma Previdência universal e solidária, com financiamento tripartite — trabalhadores, empresários e governo — e administrada pelo Estado.

Por este motivo, o NO+AFP está coletando assinaturas para apresentar projeto de lei de iniciativa popular que propõe mudança radical no sistema de pensões e defende a volta do modelo de repartição.

Em novembro de 2018, o governo acabou apresentando projeto de lei para aumentar gradualmente o valor das aposentadorias e tentar frear o movimento do NO+AFP.

A experiência chilena deve servir de alerta aos trabalhadores brasileiros. Paulo Guedes, o banqueiro que hoje atua como ministro da Economia, trabalhou na Universidade do Chile no início dos anos 80, quando a Previdência chilena foi privatizada. Em entrevista ao jornal britânico Financial Times, em 11 de fevereiro, Guedes chegou ao delírio de dizer que o “Chile é agora como a Suíça” [1] ao defender as reformas ultraliberais executadas pela ditadura militar chilena. É isso que ele agora promete para o Brasil.

(*) Professora de Geografia, diretora do Sinpro-SP e colaboradora do Diap

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NOTA
[1] Financial Times. Bolsonaro’s financial guru plans free-market perestroika, disponível em: https://www.ft.com/content/fd0b68d0-2b25-11e9-a5ab-ff8ef2b976c7, acesso em 13/02/2019.

Quarta, 20 Fevereiro 2019 17:21

 

Com representações de sindicatos e movimentos de várias partes do país e delegações de trabalhadores de diversas categorias, as centrais sindicais brasileiras realizaram nesta quarta-feira (20), na Praça da Sé, um forte ato político contra a Reforma da Previdência do governo Bolsonaro. Cerca de 10 mil manifestantes deram o recado: vai ter muita luta para impedir que o governo ataque a aposentadoria e a Previdência Social.

 

 

No dia em que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) entregou a proposta de reforma no Congresso Nacional, considerada por todos os manifestantes ainda pior que a de Temer, as centrais reafirmaram o repúdio à proposta e defenderam a unidade e a mobilização para barrar esse ataque.

 

CSP-Conlutas defende preparar a Greve Geral

Ao longo do ato, dirigentes e trabalhadores de várias entidades falaram de cima do caminhão de som que ocupou a frente da Catedral da Sé. A gravidade da proposta de reforma da Previdência, bem como os ataques do governo Bolsonaro já nos primeiros dias de mandato foram denunciados por todos.

 

O integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Atnágoras Lopes falou em nome da central. O dirigente iniciou lembrando que a unidade das centrais, baseada na mobilização dos trabalhadores, construiu a Greve Geral, em abril de 2017, que foi fundamental para enterrar a proposta de reforma de Temer, e que agora isso novamente se faz necessário.

 

“Hoje, estamos vendo essa unidade se repetir e, no momento em que esse governo de ultradireita quer impor um ataque ainda pior, essa assembleia nacional tem o desafio de apontar o início da construção de um dia nacional de lutas, rumo a uma nova Greve Geral no país”, afirmou.

 

“A maioria dos trabalhadores, independente de quem votou, não concorda em piorar a sua aposentadoria. É tarefa da direção das centrais sindicais e das direções do movimento encabeçar essa luta. Precisamos construir comitês de luta nos estados, locais de trabalho e moradia e organizar a mobilização”, defendeu.

 

O presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos, da Força Sindical, Miguel Torres destacou que o ato desta quarta é só o início da jornada de mobilização contra a reforma. “Se depender deles o futuro dos trabalhadores será a carteira de trabalho verde e amarela sem direitos trabalhistas e sem aposentadoria”, afirmou.

 

O presidente da CUT Vagner Freitas afirmou que a proposta apresentada por Bolsonaro hoje não é uma reforma, mas sim o fim da Previdência Social e do direito à aposentadoria, ressaltando ainda que os verdadeiros privilegiados, os políticos e a alta cúpula militar, não serão afetados.

 

“Todos estão sendo prejudicados com essa reforma, quem já está no mercado de trabalho e quem vai entrar. Por isso, trabalhadores, procurem os seus sindicatos, opinem, ajudem a construir a luta. Faremos o que for preciso para barrar a reforma, mas precisamos construir isso coletivamente. Participe, crie comitê de resistência no seu bairro, nas escolas, associações, onde for preciso. Procure o sindicato e vamos construir a luta”.

 

Representando um dos movimentos populares presentes ao ato, Irene Maestro, do Movimento Luta Popular, filiado à CSP-Conlutas, também falou aos manifestantes. Centenas de famílias do movimento haviam realizado um protesto por moradia em frente à CDHU, que fica próxima à Praça da Sé. “Nós não vamos aceitar essa reforma da Previdência. Estaremos juntos com o movimento sindical na luta e não vamos dar um minuto de trégua para Bolsonaro e os pilantras do Congresso que só sabem reservar para o povo pobre despejo, desemprego e repressão. Não vamos entregar nosso sangue e suor para eles”, afirmou.

 

Paulo Pedrini, da Pastoral Operária de SP, destacou que a Praça da Sé sempre foi um local simbólico para a luta da classe trabalhadora e lembrou quando fascistas foram escorraçados do local no passado. “Agora, temos um governo de ultradireita que quer atacar os trabalhadores e hoje as centrais deixam suas diferenças de lado, pois o momento é de unidade para derrotar essa reforma”, disse.

 

Dois fatos que chocaram nesse início de ano, o crime da mineradora Vale em Brumadinho (MG) e o anúncio do fechamento da fábrica da Ford em São Bernardo do Campo (SP) também foram destacados por vários dirigentes. Atnágoras Lopes destacou que esses ataques, assim como a Reforma da Previdência, revelam a ganância dos poderosos e que a luta dos trabalhadores e do povo pobre é que podem defender a aposentadoria, empregos e direitos.

 

Centrais organizarão outros dias de luta unificada

A Assembleia Nacional da Classe Trabalhadora neste dia 20 lançou o Manifesto unificado das centrais sindicais contra Reforma da Previdência que afirma o início de um processo de mobilização nacional, com atos públicos e protestos nos locais de trabalho e bairros no próximo período, além de uma ampla campanha de conscientização da população sobre a gravidade da proposta.

 

O documento antecipa que será definido um dia nacional de lutas e mobilizações em defesas das aposentadorias e da Previdência, e que os dias 8 de Março – Dia Internacional da Mulher e 1° de Maio – Dia Internacional do Trabalhador também serão datas de mobilizações unificadas contra a reforma.

 

As centrais sindicais se reúnem novamente na próxima terça-feira (26) para avançar na construção do calendário de lutas.

 

 Fonte: CSP Conlutas

Terça, 19 Fevereiro 2019 09:38

 

A organização da Assembleia Nacional da Classe Trabalhadora, que ocorre nesta quarta-feira (20), a partir das 10h, na Praça da Sé, em São Paulo (SP), aponta para que a atividade seja um grande ato contra a Reforma da Previdência.

 

Sindicatos e movimentos estão promovendo plenárias nos estados e organizando os últimos preparativos para essa mobilização que será a primeira realizada, em unidade, pelas Centrais em defesa das aposentadorias.

 

Nos estados, sindicatos e movimentos já definiram em plenárias a organização da Assembleia. Nas regiões, também estão sendo organizadas caravanas de ônibus do movimento operário e popular, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul para participação nesta mobilização.

 

Veja também: Assembleia Nacional da Classe Trabalhadora apontará Dia Nacional de Lutas rumo à Greve Geral

 

Atos nos estados

Em Recife (PE), haverá uma aula aberta na Praça do Diário, às 16h.

 

 

Em São Luís (MA), haverá um ato Sindicato e Popular,  às 16h na Praça Teodoro.

 

Em Fortaleza (CE), o ato será às 15h na Praça do Ferreira.

 

 

Em Aracaju (SE), a Assembleia Estadual da Classe Trabalhadora ocorrerá no dia 20 de Fevereiro, às 15h, na Praça General Valadão. Nos próximos dias, cada movimento e sindicato distribuirá os panfletos em suas categorias.  Nesta segunda (18), ocorrem panfletagens unificadas no Centro Comercial de Aracaju, com concentração na Caixa Econômica.  Na terça (19), a partir do meio-dia, a panfletagem será no bairro Industrial, em diálogo com os trabalhadores da Empresa Alma Viva. Terça pela tarde, a panfletagem continua no município de Nossa Senhora do Socorro a partir das 15h, na porta da Fabrica Yazaki. As centrais, os sindicatos, partidos e frentes de luta vão pedir audiência pública com o governador e a bancada federal de Sergipe (deputados e senadores).

 

 

 

 

 

 

No Amapá (AP), no dia 20 de fevereiro será realizada, a partir das 5h, uma panfletagem conjunta do movimento sindical nas garagens de ônibus da capital. Em seguida, às 10h, ocorrerá um ato público em defesa da previdência social em frente ao prédio do INSS no centro da cidade. Para encerrar o dia de mobilização, às 17h, ocorrerá um debate chamado pelos sindicatos da base estadual para discutir a situação da previdência estadual (Amprev). O objetivo dessa iniciativa é unificar as lutas do Estado em defesa da previdência com a mobilização nacional contra as reformas de Bolsonaro. Todos os sindicatos ficaram de mobilizar suas bases para construir o dia unificado de lutas e em seguida aprovar um plano de lutas.

 

 

O Fórum de Lutas no Rio de Janeiro (RJ) se reuniu no dia 12 de fevereiro para também organizar a participação no ato. Haverá uma concentração em frente ao INSS, na rua Areolino de Abreu, às 8h. Participarão movimentos sindicais e de luta do campo. Como uma das iniciativas aprovadas na reunião, há um indicativo de criação de uma Frente contra a Reforma da Previdência e a favor dos direitos democráticos.

 

Em Teresina (PI), foi definido ato unificado em frente ao prédio do INSS (Instituo Nacional de Seguridade Social), às 8h, com organização de todas as centrais sindicais e mobilização de todos os sindicatos e movimentos sociais.

 

 

Em Natal (RN), nesta terça, ficou definido que haverá  debate sobre Reforma da Previdência, às 9h. Também contará com uma plenária deliberativa contra a Reforma da Previdência, que acontecerá no dia 20 na sede da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Rio Grande do Norte (FETARN), às 14h. Haverá também um ato de rua, caminhada contra a reforma da previdência, às 16h, com encerramento em frente à sede do INSS.

 

É importante que em cada região, movimentos e sindicatos se integrem na preparação deste dia de luta.

 

Contra a Reforma da Previdência

É necessário explicar à classe trabalhadora os ataques que estão embutidos na Reforma da previdência do governo Jair Bolsonaro (PSL), que pretende acabar com a aposentadoria e direitos previdenciários.

 

O que foi divulgado até agora é um verdadeiro ataque aos trabalhadores e trabalhadoras do país. Tempo mínimo de contribuição sobe para 40 anos; homens e mulheres precisarão da idade mínima de 65 anos para entrar com pedido de aposentadoria; direitos previdenciários, como auxílios doença, acidente de trabalho e licença-maternidade vão ser restritos e querem privatizar a Previdência por meio do chamado sistema de capitalização.

 

Por isso, o ato do dia 20 será um momento muito importante de luta unitária da classe trabalhadora contra a Reforma da Previdência. “Nosso objetivo é realizar nesse dia 20 uma grande assembleia de luta, em repúdio à proposta de Reforma da Previdência de Bolsonaro, e votar um plano de lutas, com assembleias, atos, manifestações e a preparação da tão necessária greve geral”, salientou a integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Renata França.

 

Fonte: CSP Conlutas

Quinta, 14 Fevereiro 2019 18:55

 

Para tentar reduzir o repúdio da população à Reforma da Previdência, integrantes do governo Bolsonaro têm dito que as mudanças para ter direito à aposentadoria só afetarão novos trabalhadores, ou seja, quem for entrar no mercado de trabalho após a aprovação da medida. Assim como outros argumentos do governo para tentar aprovar essa reforma nefasta, isso também é mentira!

 

Se for aprovada, a Reforma da Previdência vai afetar todos os trabalhadores brasileiros, não só os que ainda vão entrar no mercado de trabalho, mas também os que já estão na ativa, inclusive, que estariam prestes a se aposentar. Isso porque, assim como outras reformas que já foram feitas em governos passados, haverá uma regra de transição que valerá para todos os trabalhadores.

 

Segundo uma das principais propostas que está em estudo pelo governo Bolsonaro, a regra de transição prevê um sistema de pontos que soma a idade e o tempo de contribuição, a exemplo do que já acontece com o Fator 86/96 que está em vigor.

 

Porém, a regra 86/96, usada hoje para se conseguir o benefício integral, na transição será usada para definir quem está apto a se aposentar mesmo sem ter completado 65 anos, mas sem direito a 100% do benefício.

 

Pela proposta da reforma, esta exigência subiria um ponto a cada ano para homens e mulheres, até chegar a 105 pontos para os dois, ou seja, igualaria a idade mínima entre homens e mulheres para se obter o benefício.

 

Ou seja, como a pontuação aumenta a cada ano, é preciso ver em que ano a soma da idade e do tempo de contribuição do trabalhador coincide com os pontos exigidos pela Previdência.

 

Veja ao final deste texto, alguns exemplos.

 

 

Aposentadoria cada vez mais longe

O fato é que o governo Bolsonaro, assim como fez Temer, Dilma e Lula, também alega que a aposentadoria dos trabalhadores e os benefícios da Previdência Social, como auxílio-doença, licença-maternidade e outros, é que causariam um rombo nas contas do país. É mentira!

 

Não existe rombo na Previdência. Existe é ROUBO da Previdência, com desvios dos recursos do setor pelo governo para pagar a Dívida Pública a banqueiros e especulares; sonegação das empresas que já soma mais de R$ 450 bilhões; isenções bilionárias que o governo dá para empresários e privilégios para políticos e militares, que trabalham pouco e se aposentam cedo.

 

A regra de transição, especificamente, é uma regra cruel que faz com que trabalhadores que já trabalharam a vida toda sejam penalizados e tenham que trabalhar mais do que seria inicialmente necessário para obter a aposentadoria. Sem contar, o risco, por exemplo, de ficarem desempregados e perderem ainda mais tempo.

 

Não se engane! Os trabalhadores da cidade e do campo, os que lutam por moradia e direitos sociais, os que lutam contra as opressões, a juventude que está entrando no mercado de trabalho, todos devemos nos unir e impedir que direitos que são fundamentais para as nossas vidas sejam arrancados.

 

As Centrais Sindicais estão preparando uma grande Assembleia Nacional no próximo dia 20, às 10h, na Praça da Sé, em São Paulo. Será um ato nacional para organizar a luta contra a Reforma da Previdência. Haverá caravanas de todo o país.

 

A CSP-Conlutas defende a construção de um Fórum Nacional de Lutas, reunindo as centrais sindicais, sindicatos e movimentos sociais e populares, com ampla unidade e fortalecimento da luta rumo à convocação de uma Greve Geral contra a Reforma da Previdência.

 

Confira alguns exemplos de como a regra de transição vai afetar os trabalhadores:

 

– Um trabalhador tem hoje 49 anos de idade e 28 anos de contribuição. Pela regra atual, ele poderia pedir aposentadoria daqui a sete anos, em 2026. Pela regra de transição prevista no texto preliminar da reforma, a exigência de pontos, obtidos com a soma de idade e tempo de contribuição, será de 103 naquele ano. No entanto, aos 56 anos e com 35 anos de contribuição, ele só terá 91 pontos (ou seja, faltam 12 pontos para a exigência da transição, ou seis anos de contribuição, já que o fato de ficar seis anos mais velho também é contabilizado). Como a pontuação mínima avança até 105 enquanto ele continua contribuindo, ele se aposentará 7 anos após o previsto na regra atual. Alexandre completará 105 pontos em 2033, aos 63 anos e com 42 anos de contribuição, com direito a 100% do benefício.

 

– Francisco tem hoje 50 anos de idade e 33 anos de contribuição. Ele poderia, pela regra atual, pedir aposentadoria daqui a dois anos, em 2021. Pela regra de transição prevista, a exigência de pontos, obtidos com a soma de idade e tempo de contribuição, será de 98 naquele ano. No entanto, aos 52 anos e com 35 anos de contribuição, ele só terá 87 pontos (ou seja, faltam 11 pontos para a exigência da transição, ou cinco anos e meio de contribuição, já que o fato de ficar mais velho também é contabilizado em igual medida). Como a pontuação mínima avança até 105 enquanto ele continua contribuindo, ele se aposentará 9 anos após o previsto na regra atual. Francisco completará 105 pontos em 2030, aos 61 anos e com 44 anos de contribuição, com direito a 100% do benefício. Caso não consiga contribuir por todo esse tempo, um ano a menos representará a necessidade de um ano a mais na idade. Nesse caso, porém, há a opção de aposentadoria nos cinco anos seguintes à aprovação da reforma sem atingir os pontos, mas sujeito ao fator previdenciário.

 

– Maria tem hoje 52 anos de idade e 28 anos de contribuição. Ela poderia, pela regra atual, pedir aposentadoria daqui a dois anos, em 2021. Pela transição, a exigência de pontos, obtidos com a soma de idade e tempo de contribuição, será de 88 naquele ano. No entanto, aos 54 anos e com 30 anos de contribuição, ela só terá 84 pontos (ou seja, faltam 4 pontos para a exigência da transição, ou dois anos de contribuição, já que o fato de ficar dois anos mais velha também é contabilizado). Como a pontuação mínima avança até 92 enquanto ela continua contribuindo, ela se aposentará 4 anos após o previsto na regra atual. Maria completará 92 pontos em 2025, aos 58 anos e com 34 anos de contribuição, com direito a 88% do benefício. Nesse caso, porém, há a opção de aposentadoria nos cinco anos seguintes à aprovação da reforma sem atingir os pontos, mas sujeito ao fator previdenciário.

 

– Sandra tem hoje tem 47 anos de idade e 25 anos de contribuição. Ela poderia, pela regra atual, pedir aposentadoria daqui a cinco anos, em 2024. Pela transição, a exigência de pontos, obtidos com a soma de idade e tempo de contribuição, será de 91 naquele ano. No entanto, aos 52 anos e com 30 anos de contribuição, ela só terá 82 pontos (ou seja, faltam 9 pontos para a exigência da transição, ou quatro anos e meio de contribuição, já que o fato de ficar mais velha é contabilizado em igual medida). Como a pontuação mínima avança até 100 enquanto ela continua contribuindo, ela se aposentará 7 anos após o previsto na regra atual. Essa trabalhadora completará 100 pontos em 2033, aos 61 anos e com 39 anos de contribuição, com direito a 98% do benefício. Nesse caso, porém, há a opção de aposentadoria nos cinco anos seguintes à aprovação da reforma sem atingir os pontos, mas sujeito ao fator previdenciário.

 

Fonte: CSP-Conlutas (com informações do Estadão)

 

 

Sexta, 08 Fevereiro 2019 15:54

 

O governo de Jair Bolsonaro (PSL) pretende acabar com a aposentadoria dos trabalhadores do campo e da cidade.

 

Com a reforma da Previdência, o tempo de contribuição sobe para 40 anos, a idade mínima para requerer a aposentaria pode atingir 65 anos para homens e mulheres contra os 60 (homens) e 55 (mulheres) atuais e a aposentadoria abaixo do salário-mínimo para pessoas com baixa renda.

 

Esses e outros ataques são anunciados sob o argumento de que existe um rombo na Previdência. Pura mentira! O que existe é um roubo e desvio de verbas para os banqueiros e a sonegação do INSS pelos empresários.

 

Contra esses ataques propostos pelo governo Bolsonaro, as Centrais Sindicais convocam a Assembleia Nacional em defesa da Previdência Pública e Contra o Fim da Aposentadoria.

 

A assembleia acontecerá no próximo dia 20 de fevereiro, às 10h, na Praça da Sé, no Centro de São Paulo. Haverá caravanas de diversos estados.

 

A CSP-Conlutas defende a criação de um Fórum Nacional de Lutas para ampliar e fortalecer a mobilização rumo à preparação de uma Greve Geral no país, assim o como aconteceu na Greve Geral de 28 de abril que derrotou a Reforma da Previdência de Temer.

 

Clique no link abaixo e assista ao vídeo que demonstra a manipulação de informações sobre a Previdência:

 

https://www.youtube.com/watch?v=5HkqBhgmkfk&feature=youtu.be

 

 

Fonte: CSP Conlutas

 

Sexta, 08 Fevereiro 2019 15:46

 

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O Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
 
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Publicamos a pedido do Prof. Jose Domingues de Godoi Filho.

 

Olá Pessoal.

Segue, [no documento anexo disponível para download, abaixo], uma coletânea de artigos sobre a Reforma da Previdência que procuram mostrar os números e interesses que o governo, a mídia capacho e os crupies sacripantas do cassino tentam esconder.

Peço que divulguem juntos aos sindicalizados para que conheçam uma outra visão sobre o tema.

Att.

Prof. Domingues

Sexta, 25 Janeiro 2019 15:58

 

Em defesa da Previdência e contra o fim das aposentadorias, as Centrais Sindicais estão convocando, para o próximo dia 20 de fevereiro, uma Assembleia Nacional da Classe Trabalhadora. Será um Dia Nacional de Luta e mobilização com a orientação de que, neste dia, sejam realizados atos e mobilizações para fortalecer e apoiar essa importante atividade.

 

 

Os preparativos para a data foram discutidos em reunião na manhã desta quinta-feira (23), na sede do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), em São Paulo.

As representações das Centrais definiram que a Assembleia Nacional ocorrerá em São Paulo, na Praça da Sé, ponto histórico de luta da classe trabalhadora, e irá apontar os próximos passos da luta em defesa das aposentadorias. Nesta atividade serão deliberadas ações, assim como estratégias de luta para barrar esse ataque.

O horário indicado de duração da atividade será das 10h às 12h, com previsão de ônibus vindo de diversas partes de estado. A Plenária será aberta e contará com a presença de sindicatos e também de movimentos populares, do campo, e da juventude e de luta contra as opressões. A intenção é que cada um desses segmentos denunciem como serão afetados, caso a Reforma da Previdência seja aprovada.

“A nossa Central acredita ser importante que esses setores participem dessa mobilização, pois também compõem a classe trabalhadora, e serão os mais afetados, por serem negros, mulheres, quilombolas, extratos mais vulneráveis da sociedade”, pontuou Marcela Azevedo, representando a Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas.

Marcela apontou ainda que importantes indicativos de greves e paralisações podem fortalecer e impulsionar o dia 20. “Os metroviários de São Paulo estão com indicativo de greve para fevereiro, assim como os municipais de São Paulo contra a reforma da previdência estadual, o SampaPrev, essas lutas podem ajudar no cenário de mobilizações para o mês de fevereiro”, salientou.

Materiais de comunicação serão adequados para divulgar a data, com previsão de divulgação nas redes sociais, além de um panfleto impresso para ser distribuído nas bases.

Proposta da Reforma da Previdência pode será apresentada nos próximos dias
Na reunião, o diretor-técnico do Dieese Clemente Ganz Lúcio alertou para a possibilidade de o novo governo apresentar a proposta de reforma nos próximos dias. “Até lá, nossa linha de atuação é ser contra a Reforma da Previdência seja qual for a proposta e continuar na defesa das aposentadorias e seguridade social”, informou.

A CSP-Conlutas orienta suas bases a fortalecerem esse dia de luta nos estados e se organizarem para participar da Assembleia Nacional, em São Paulo. Vamos para cima do governo e mostrar que não aceitares retrocessos. Não à Reforma da Previdência!

 

Fonte: CSP-Conlutas

 

Segunda, 19 Novembro 2018 09:42

 

A mobilização acontecerá no dia 22 de novembro, em todo o país

As centrais sindicais brasileiras divulgaram, nesta quarta-feira (14), um jornal para mobilização do Dia Nacional de Luta em Defesa da Previdência, marcado para 22 de novembro. O material contém explicações sobre os ataques à aposentadoria dos trabalhadores. Traz também informação sobre como é o sistema de previdência em outros países. Confira aqui o material.

A data nacional de luta foi definida em plenária unificada das centrais, realizada na segunda (12), em São Paulo (SP). As entidades lançaram a Campanha Permanente em Defesa da Previdência e da Seguridade Social e oficializaram a retomada da mobilização em defesa da aposentadoria e da previdência.

A iniciativa é uma resposta às propostas de reforma em discussão pelo governo Temer e pelo presidente eleito Jair Bolsonaro. Essas propostas representam o fim da aposentadoria e dos direitos previdenciários dos trabalhadores. As centrais querem conscientizar e mobilizar a classe trabalhadora e a sociedade em geral para barrar a Reforma da Previdência.

Eblin Farage, secretária-geral do ANDES-SN, destaca que essa é a primeira atividade conjunta das centrais sindicais após o processo eleitoral. E reforça que é de extrema importância o envolvimento de todas as categorias. “Diante das mudanças que o governo eleito anuncia, piorando aquilo que já era ruim de proposta de reforma da previdência, é fundamental que as categorias se mobilizem e façam do dia 22 um dia de mobilização, com lutas e de esclarecimento à população do quão perversa será a contrarreforma da previdência para os trabalhadores”, conclama.

Saiba mais:

Centrais sindicais convocam mobilização em defesa da previdência para dia 22

 

 Fonte: ANDES-SN (com informações da CSP-Conlutas)

 

Quarta, 14 Novembro 2018 09:50

 

Em plenária unificada realizada na segunda (12), em São Paulo (SP), as centrais sindicais brasileiras oficializaram a retomada da mobilização em defesa da aposentadoria e da previdência. As entidades lançaram a Campanha Permanente em Defesa da Previdência e da Seguridade Social e definiram 22 de novembro como dia nacional de mobilização.

 

A iniciativa é uma resposta às propostas de reforma em discussão pelo governo Temer e pelo presidente eleito Jair Bolsonaro. Essas propostas representam o fim da aposentadoria e dos direitos previdenciários dos trabalhadores. As centrais querem conscientizar e mobilizar a classe trabalhadora e a sociedade em geral para barrar a Reforma da Previdência.

 

No dia 26/11, data que marca a criação do Ministério do Trabalho, as centrais realizarão manifestações em frente às Secretarias Regionais do Trabalho, em protesto à proposta do governo Bolsonaro de extinguir esse ministério.

 

Materiais de divulgação da campanha, como jornais, cartilhas, vídeos e artes para as redes sociais, também serão produzidos para esclarecer a população que a Reforma da Previdência pretendida vai acabar com a aposentadoria e com os direitos garantidos pela previdência e pela Seguridade Social. A orientação é que sejam organizadas, nos estados e regiões, plenárias para organizar a luta contra a reforma da previdência.

 

Membros da Secretaria Executiva Nacional (SEN) da CSP-Conlutas participaram da atividade com o objetivo de ressaltar e fortalecer a unidade das Centrais Sindicais para encaminharem a luta contra a reforma.

 

“O debate de hoje demonstrou a tragédia social que foi a reforma feita no Chile, que acabou com a previdência pública para entregar ao setor privado, através do modelo de capitalização. Diante dos ataques que estão por vir, se faz necessária a unidade para lutar e barrar qualquer reforma, pois o que eles querem é reduzir e acabar com direitos. Foi definido um plano de mobilização que começa no próximo dia 22/11 e chamamos todas nossas entidades a se engajarem nessa luta”, avaliou o metalúrgico Luiz Carlos Prates.

 

O exemplo do Chile

 

A plenária das centrais teve início com uma apresentação de Mário Reinaldo Villanueva Olmedo, da Coordenação Nacional Não Mais AFP (Associação de Fundos de Pensão) do Chile.

 

Ele fez uma palestra sobre o desastre que foi em seu país a criação do modelo de capitalização, proposta que Bolsonaro estuda para o Brasil. “No Chile, as AFPs fracassaram. Não cumpriram o objetivo, pois não dão pensões dignas”, disse.

 

Segundo ele, um trabalhador recebe 33% do que recebiam antes de se aposentar, e uma trabalhadora menos ainda, apenas 25%. Por exemplo, de um salário de 700 dólares, homens só recebem 231 dólares de pensão e mulheres 175 dólares. Hoje, cerca de 2,5 milhões de pessoas recebem aposentadorias inferiores a um salário mínimo (424 dólares).

 

O integrante da campanha Não Mais AFP, movimento que reúne várias organizações dos trabalhadores do Chile contra o modelo de capitalização, afirmou ainda que esse modelo foi pensado para injetar recursos no mercado de capitais, controlado por Colômbia, Itália, Chile e Estados Unidos. “Mas esse sistema falhou em nosso País”, reafirmou, finalizando que é preciso uma “grande frente dos trabalhadores e trabalhadoras latino-americanos em defesa dos direitos sociais, da Previdência e da Seguridade Social”.

 

Fonte: CSP-Conlutas (com edição de ANDES-SN)