Sexta, 14 Dezembro 2018 11:00

 

Contrariando todas as expectativas da comunidade acadêmica, o Conselho Universitário (Consuni) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) autorizou, nessa quarta-feira, 12/12, o aumento da refeição no Restaurante Universitário (RU) para R$ 2,00 a partir de janeiro do próximo ano. Na mesma reunião, os conselheiros aprovaram também a realização de um segundo reajuste, a partir de julho de 2019, levando o valor de almoço e jantar para R$ 2,50, cada, além da dissolução do caráter universal da política de alimentação.

 

De acordo com relatos, a votação realizada pelo Consuni que aprovou o reajuste - superior a 100% para todas as refeições servidas no Restaurante Universitário - foi, novamente, tumultuada.  

 

Em abril deste ano, os estudantes de todos os campi da universidade começaram a se mobilizar para barrar a proposta apresentada pela Reitoria em março. Construíram e mantiveram uma greve estudantil histórica durante quase dois meses, até que a administração recuasse. A questão, no entanto, foi retomada na reunião do Consuni realizada no dia 21/11, quando o Conselho recebeu o relatório da comissão responsável por avaliar a política de alimentação da universidade, formada pela Reitoria a contragosto de boa parte da comunidade acadêmica à época.

 

No relatório enviado ao Consuni para apreciação no dia 21/11 – disponibilizado aos conselheiros via sistema de protocolo interno da UFMT (SEI) sob o número 23108.990937/2018-03 - havia duas propostas: a primeira de manutenção do valor a R$ 1,00 e universal, e a segunda indicando o aumento autorizado, e dissolvendo o caráter universal do RU. Mesmo sem apresentação dos estudos por parte da comissão, a diretora da Faculdade de Nutrição (FANUT), Tânia Kinasz de Oliveira, solicitou vistas do processo, e a discussão foi suspensa.

 

O parecer da diretora sob o pedido de vistas foi apresentado na reunião seguinte, realizada nessa quarta-feira, 12/12, e submetido à votação do pleno pela Reitoria. “A Myrian colocou em votação apenas quem concordava ou não com o relato da Tânia. Mas o relato da Tânia era favorável ao aumento. Então, as pessoas votaram no aumento por meio do relatório da Tânia”, disse uma estudante que acompanhou a reunião. Fez-se, então, o tumulto.

 

Incomodado com a maneira como a votação foi encaminhada, o diretor do Instituto de Linguagens (IL), Roberto Boaventura, enviou uma carta aos colegas. “Quando percebi que o Conselho poderia não deliberar de forma adequada, por conta de alguns atropelamentos de condução, pedi uma questão de ordem, previamente aprovada na Congregação do IL. Para tanto, solicitei que nada fosse votado naquela reunião, pois estávamos diante de impasses e denúncias que precisavam ser estudados. Assim, solicitei a suspensão daquele ponto de pauta, mantendo-se os atuais preços praticados no RU até nova reunião do Consuni para deliberar sobre a matéria. Apontei o final de abril para isso. Nesse período, que as arestas e denúncias ali expostas fossem resolvidas pelos membros da Comissão. Minha questão de ordem não foi acatada. Assim, a Mesa continuou com as inscrições e imediatamente pôs em votação o relatório da conselheira da FANUT, o que inviabilizou o debate acerca das duas propostas existentes. Este fato prejudicou todos os estudos feitos pela Comissão”, relatou o conselheiro no documento.

 

O diretor afirmou ainda que o IL decidiu coletivamente pelo voto na proposta de número 1, ou seja, manutenção da refeição no Restaurante a R$ 1,00 e universal, que, no fim, pela dinâmica adotada pela Mesa, não foi apresentada como opção aos conselheiros para votação. Foram 24 votos favoráveis à proposta da representante da FANUT, 12 contrários e 8 abstenções.       

 

Apesar da proximidade do recesso de final de ano, a universidade já se movimenta no sentido de avaliar a questão e encaminhar algumas ações.   

 

Relembre o caso

 

Durante a greve estudantil realizada entre abril e junho deste ano contra a proposta de aumento da refeição no RU e diluição do seu caráter universal, os estudantes também questionaram prazos e o valor milionário do contrato entre a UFMT e a empresa que fornece as refeições (Novo Sabor, do grupo Leila Malouf).

 

Entre outros apontamentos, os acadêmicos lembraram ainda que a instituição se compromete há alguns anos (e não cumpre) a gerenciar com maior autonomia a política de assistência mais importante para os estudantes, inclusive a partir da reforma da cozinha do Restaurante.

 

Depois de inúmeras reuniões, manifestações e discussões, e a contragosto dos estudantes e de boa parte da comunidade acadêmica, a Reitoria conseguiu formar uma comissão, dento do Consuni, para estudar as alternativas de custeio do Restaurante Universitário (confira a íntegra do relatório enviado pela comissão, que está disponível para download no arquivo anexo abaixo).    

 

Atualmente, os estudantes pagam R$ 1,00 no almoço ou jantar, e R$ 0,25 no café da manhã. Com a autorização de aumento, além dos R$ 2,00/ R$ 2,50 para almoço ou jantar, os estudantes deverão pagar R$ 1,00 pelo café da manhã.

 

Para o estudante que depende do RU para se alimentar e gasta, atualmente, cerca de R$ 50,00 mensais (contando os sábados), o aumento representará o dispêndio de R$ 112,00 a partir de janeiro, e R$ 134,00 a partir de julho. 

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Segunda, 08 Outubro 2018 10:15

 

Mais de 100 estudantes da Universidade Federal Fluminense (UFF) do campus Rio das Ostras, Rio de Janeiro, ocupam desde terça-feira (2) dois prédios da instituição. Eles reivindicam, primordialmente, a construção de um restaurante universitário (RU) no campus. A mobilização teve início no dia 1º de outubro quando os estudantes ocuparam também o prédio da reitoria, localizado em Niterói (RJ). Um dia depois, a Polícia Federal cumpriu uma reintegração de posse na reitoria e os estudantes saíram do local.

 

Segundo o Diretório Central dos Estudantes Fernando Santa Cruz (DCE-UFF), a reivindicação pelo RU é antiga. No final de 2017, os estudantes conquistaram uma emenda parlamentar de R$ 1 milhão para a construção do restaurante. Entretanto, mesmo após a aprovação da emenda para este fim, o projeto do RU no campus Rio das Ostras não saiu do papel.

 

Clara Andrade, estudante de Serviço Social na UFF, participa da ocupação. Ela afirma que devido ao término do prazo, 30 de novembro, para empenhar o dinheiro e a dificuldade da reitoria em dialogar, os estudantes resolveram radicalizar a luta.

  

“A reitoria colocou uma série de embargos e afirmou que a construção do restaurante universitário não está previsto no plano diretor da unidade. Nós apresentamos um documento da corregedoria que afirma haver um espaço na planta, que é o estacionamento, para a construção do nosso projeto. A reitoria disse que não sabia dessa possibilidade. Apesar do congelamento dos investimentos nas universidades, nós avaliamos que a decisão da reitoria é política, pois não existe uma disposição em investir em assistência estudantil”, contou.

 

Além da questão do RU, os estudantes lutam pela permanência estudantil. Há relatos, por exemplo, que na Casa do Estudante Fluminense (CEF) o teto está deteriorado e que a luz foi cortada.

 

“Abrem vagas, mas não dão condições para a permanência deste aluno, que não tem uma renda para estudar em outra cidade. Estamos vivendo aqui com os cortes de bolsas alimentação e transporte, e na moradia estudantil há vagas ociosas. E isso tem causado uma grande evasão na universidade por conta de coisas simples, mas reais, como não ter dinheiro para comer, para passagem e não ter condições de permanecer na cidade”, conta Clara. 

 

Próximos passos

 

Nesta sexta-feira (5), às 18h, estudantes, docentes e técnico-administrativos realizam uma plenária conjunta no campus Rio das Ostras para definir o rumo da mobilização. Os técnicos deliberaram em assembleia, no dia 3, entrar em greve na próxima quarta (10) diante da falta de diálogo da reitoria da UFF.

 

Elizabeth Barbosa, 2º vice-presidente da Regional Rio de Janeiro do ANDES-SN, afirma que, ao mesmo tempo, que os estudantes se sentiram vitoriosos com a conquista da verba, houve em seguida uma frustração por não conseguirem construir o RU. 

 

“A própria universidade não se empenha em consolidar algo que foi uma conquista dos estudantes. Têm alunos que não permanecem na universidade por não ter o que comer. Por isso, este é um momento de protagonismo dos estudantes e importante para os segmentos da universidade que estão fortalecendo a luta não só para as reivindicações de agora, mas para os próximos anos que serão de ataques brutais e de desmonte da educação como um todo”, avalia a docente.

 

 

Fonte: ANDES-SN

 

Quinta, 26 Julho 2018 15:49

Imagem: DCE UFMT/Cuiabá

 

Em assembleia geral realizada na última sexta-feira, 20/07, os estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), campus Cuiabá, decidiram encerrar a greve que durou mais de 60 dias em defesa do restaurante Universitário a R$ 1 e universal. No entanto, a categoria permanece mobilizada, em estado de greve.

 

Para os estudantes, embora as alterações na política de alimentação da instituição tenham sido suspensas até o final deste ano, não há nenhuma garantia de que o valor e a universalidade permanecerão inalterados a partir de 2019. A reitora Myrian Serra recusou-se por diversas vezes a assinar o termo de compromisso afirmando a manutenção da atual política até o final da sua gestão, em 2020, sob o argumento de que o Conselho Universitário (Consuni) é o órgão que deve decidir sobre isso. Todavia, historicamente, é notável a ascendência da administração superior com relação as decisões tomadas pelos conselhos.    

 

Além da saída da greve e da permanência em estado de greve, os estudantes aprovaram na assembleia a realização de Conselhos de Entidades de Base (CEB’s) mensais para apresentação dos trabalhos da Comissão de Estudos da Política de Alimentação instalada no Consuni (o primeiro deverá ser convocado na primeira semana de aula após o retorno das férias docentes); elaboração de uma nota contra o espancamento do estudante de História; composição de um comando de mobilização nos mesmos moldes de representação do Comando de Greve; convocação de uma Assembleia Geral Estudantil após a publicação dos trabalhos realizados pela da Comissão de Estudos da Política de Alimentação, instalada no Consuni, com ponto de pauta de deflagração de Greve Estudantil; ato de mobilização 15 dias após o retorno das aulas, cabendo ao CEB sua organização; solicitação de Audiência Pública para apreciação dos trabalhos apresentados pela Comissão de Estudos da Política de Alimentação instalada no Consuni; e que representantes discentes nos colegiados dos cursos levem a demanda de readequação do calendário acadêmico a partir da data da saída da greve estudantil (20/07/18).

 

Com relação a outras demandas, que pautaram três reuniões entre o Comando de Greve de Cuiabá e a Reitoria nas últimas semanas (saiba mais aqui), os estudantes entendem que a sinalização de cumprimento, por parte da Reitoria, representa mera formalidade.

 

A orientação da administração da UFMT é que os cursos organizem a retomada do calendário acadêmico de acordo com as decisões de seus órgãos colegiados.

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind    

 

Sexta, 15 Junho 2018 18:24

 

Notas, cartas abertas, manifestações públicas e declarações de apoio. Na última quarta-feira,13/06, os estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), campus Cuiabá, mobilizados há mais de 50 dias em defesa do Restaurante Universitário a um real e universal, receberam a solidariedade de diversos movimentos sociais durante ato político realizado em frente a Reitoria da instituição.

 

Entre os presentes, o diretor do ANDES Sindicato Nacional - Regional Pantanal, Vitor Wagner de Oliveira, que ressaltou a parceria entre as categorias na luta histórica em defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade. “Nós sabemos que o que está em disputa é o modelo de universidade. Os docentes sempre puderam contar com o apoio dos estudantes e não é agora, nesse momento crítico, que nós vamos nos fazer ausentes. Vocês podem contar com o apoio da Regional Pantanal do ANDES Sindicato Nacional”, disse o professor da Universidade Federal de Mato Grosso - Região Leste Sul-Matogrossense.

 

 

A professora Lélica Lacerda leu uma carta aberta assinada pelo Departamento de Serviço Social da UFMT, denunciando a entrega dos nomes e registros de matrícula de todos os estudantes do curso, incluindo já formados ou com matrícula trancada. “Em vez de questionar um contrato que cobra 23 reais num litro de leite, a Reitoria prefere criminalizar os estudantes”, apontou a docente.

 

 

Os estudantes falaram sobre o movimento, fizeram análises políticas da situação e apresentaram fotos e vídeos de diversos momentos, com destaque para as recusas de negociação por parte da reitora Myrian Serra. No momento do ato, além dos 749 nomes indicados pela Reitoria para responder ação judicial, os estudantes estavam sob a ameaça de cumprimento de reintegração de posse com auxílio de força policial.

 

Outras entidades, como Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), ONG Moral, Núcleo Mato-grossense de Auditoria da Dívida Pública, Associação Brasileira de Educadores Marxistas (ABEM), Partido Comunista Brasileiro (PCB) e Unidade Classista, também manifestaram seu apoio à luta dos estudantes.

 

 

 

O vice-presidente da Adufmat-Ssind, Maelison Neves, destacou que o movimento é, antes de tudo, pedagógico. Uma das principais lições evidenciadas por ele é a necessidade de construção de espaços de diálogo e unidade entre a comunidade acadêmica – estudantes, técnicos e docentes. Infelizmente, as táticas adotadas historicamente pelas gestões para dividir o movimento e fragilizar a luta ainda funcionam. Outra lição seria o cuidado redobrado com a comunicação, pois as perseguições e criminalizações partiram, inclusive, de espaços institucionais internos que a administração, teoricamente, não teria acesso.

 

Diante das políticas de desmonte dos serviços públicos, o docente disparou: “nos envergonha que a reitora da UFMT entregue os estudantes e colabore com essas políticas que vão destruir o aparato público”.

 

Reunião do Consuni    

  

Na manhã da mesma quarta-feira, a universidade realizou uma reunião do Conselho Universitário (Consuni) para debater a formação de uma comissão para avaliar a política de alimentação da UFMT.

 

Uma surpresa, considerando que as negociações entre Reitoria e estudantes de Cuiabá não tiveram avanço, pois a proposta dos estudantes continua sendo revisão dos contratos e, a partir das evidências, a estatização do Restaurante. Os estudantes do interior, por meio dos Diretórios Centrais dos Estudantes (DCE’s) demonstraram acordo com a proposta da Reitoria. No entanto, a reitora não tem reconhecido a legitimidade do Comando de Greve de Cuiabá, e tem dificultado o diálogo com o grupo.

 

 

A segunda surpresa foi a ausência da reitora, muito criticada pela comunidade acadêmica. A compreensão era de que ela suspenderia a agenda externa até que os conflitos dentro da universidade fossem resolvidos.

 

Ao final da reunião do Consuni, apesar dos protestos, os conselheiros aprovaram uma comissão formada por nove estudantes, nove técnicos e nove docentes para estudar e apresentar propostas sobre o Restaurante Universitário.

 

Um primeiro passo?

 

Enquanto os estudantes aguardavam mais uma notificação nessa quinta-feira, 14/06, dessa vez com reforço policial, conforme determinado pela Justiça, docentes e o vice-reitor, Evandro Soares, se dirigiram ao local. Os próprios estudantes convocaram a Reitoria para, mais uma vez, tentar algum acordo. Assim, apresentaram um documento.

 

De pronto o vice-reitor se negou a assinar. No entanto, após muita insistência dos estudantes, aceitou discutir, um a um, os 38 pontos de reivindicação documentados. A conversa durou mais de 7 horas - começou as 15h e terminou após as 22h.

 

 

Nesse período, a oficial de justiça esteve duas vezes no local – não só acompanhada, mas transportada pelo secretário de Infra-estrutura da universidade, Roberto Perillo Barbosa da Silva. A primeira vez perguntou se os estudantes sairiam, e o horário. Constatando o diálogo com o vice-reitor, disse que voltaria as 18h e, se o prédio ainda estivesse ocupado, comunicaria o delegado, mas não sabia quando ele enviaria a polícia. Na segunda passagem não disse nada. Olhou, verificou que a conversa continuava e foi embora.

 

De acordo com nota publicada pelos estudantes após a reunião, o movimento considera que finalmente a negociação teve início, embora o único compromisso assumido até o momento seja a retirada dos 749 estudantes do polo passivo do processo judicial de reintegração de posse. “Agora que já conseguimos dar início à negociação, precisamos ser perseverantes e exigir a assinatura do termo de compromisso por Myriam Serra”, afirmam os discentes na nota (leia mais aqui).

 

Nessa sexta-feira, 15/06, os estudantes foram informados sobre um Boletim de Ocorrência sugerindo responsabilidade do movimento sobre a intoxicação de um estudante no Restaurante Universitário, argumento refutado também por nota publicada na página do Comando de Greve Estudantil da UFMT.

 

 

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

  

   

 

  

Sexta, 25 Maio 2018 19:44

 

 

            A diretoria da ADUFMAT-SSind., reunida nos dias 24 e 25 de maio de 2018, reafirma seu apoio à luta estudantil contra o aumento do valor das refeições do RU. Ratificamos o reconhecimento da legitimidade da greve estudantil e de sua pauta, cuja luta fortalece a defesa da universidade pública, gratuita, de qualidade, democrática e socialmente referenciada.

            Lamentamos os recentes acontecimentos ocorridos no dia 24 de maio, quando a reitora Myrian Serra, contrariamente ao seu discurso de abertura ao diálogo, se retirou da reunião com os estudantes, após os mesmos questionarem a composição da mesa, formada por conselheiro do Consuni, representante do SINTUF e da ADUFMAT. Entendemos que a atitude da reitora não sinaliza disposição para o diálogo, dificultando o processo de negociação.

            Reconhecemos a autonomia do movimento estudantil e a necessidade de a administração superior construir espaços de discussão e deliberação efetivamente democráticos.

 

Cuiabá, MT, 25 de maio de 2018

 

 

 

Terça, 15 Maio 2018 10:19

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O Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
 
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O colegiado do Departamento de Geografia e o Colegiado do Programa de Pós-Graduação em Geografia do Instituto de Geografia, História e Documentação do Campus de Cuiabá da Universidade Federal de Mato Grosso vem tornar público, através deste manifesto, seu apoio à luta pela manutenção do atual valor cobrado pelas refeições no Restaurante Universitário - RU. Os docentes desses colegiados consideram que é imprescindível que a mobilização contra atitudes arbitrárias tomadas pela administração superior da UFMT siga firme, forte e constante. Questionamos nesse sentido, não apenas o valor, mas também a opção feita pela administração em terceirizar a gestão do RU, quando ainda existem diversas possibilidades de autogestão, capazes de diminuir os custos de manutenção desse serviço, vital para a política de permanência estudantil. Reconhecemos que as propostas em curso, não são apenas pontuais ao RU, mas sim, trata-se de um processo de precarização orçamentária, contudo consideramos que a forma como tem sido conduzida as ações da administração superior, não está pautada em princípios democráticos, haja vista, que a decisão inicial seria de alteração na política de preços já com início em 01 de maio de 2018, inviabilizando assim o amplo debate que contemplasse todas as categorias envolvidas na construção de uma universidade socialmente referendada. Dessa maneira, entendemos que essa alteração afronta conquistas históricas, com base nas lutas das classes envolvidas na construção de uma Universidade que objetive ser acessível por toda a população, independentemente de sua condição socioespacial. A alteração da atual política institucional de acesso ao RU trará consigo consequências gravíssimas para permanência de importante contingente de estudantes de condições socioeconômicas menos favorecidas na UFMT. Sucessivamente, as classes sociais menos favorecidas estão sendo convocadas a arcar com as decisões políticas do Governo Federal, que passam então a ser referendadas pela administração da UFMT quando propõe uma revisão de valor dessa intensidade, sabendo claramente que os mais prejudicados serão os mais pobres. Nesse momento histórico, marcado por insegurança jurídica, rupturas institucionais e democráticas absolutamente graves, não nos parece minimamente razoável, que decisões dessa ordem sejam tomadas sem que se considere as consequências aqui mencionadas e outras que estão por vir, pois hoje trata-se do RU, e se assim permitirmos, amanhã não se sabe mais. 

Sem mais.

 


Cuiabá, 10 de maio de 2018.
Colegiado do Departamento de Geografia.
Colegiado do Programa de Pós-Graduação em Geografia.

Segunda, 14 Maio 2018 16:54

 

 

Os estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) demonstraram mais uma vez a força do movimento contra as mudanças na política de alimentação e em defesa da universidade pública nessa segunda-feira, 14/05. Com votação significativa, o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) suspendeu o calendário de todos os cursos de graduação em todos os campi da instituição, com data retroativa a 20/04. Os cursos de pós-graduação e extensão seguem normalmente.  

 

As atividades da graduação na UFMT estão paradas por conta das greves estudantis, deflagradas em diferentes momentos, a partir da rejeição à proposta apresentada pela Reitoria. Além do aumento da refeição no Restaurante Universitário (RU), a ideia da administração continha a quebra do caráter universal da política de alimentação, o que é considerado inaceitável tanto para os estudantes quanto para os docentes e técnicos.

 

O movimento paredista teve início nos campi do Araguaia e Sinop no dia 20/04, seguido de Rondonópolis, Várzea Grande e, por último, no dia 08/05, Cuiabá, onde alguns cursos já haviam aderido à greve. As decisões tomadas coletivamente em assembleias realizadas pelos Diretório Centrais dos Estudantes (DCE) de cada campi se sobrepõem a eventuais decisões isoladas, já que os DCE’s são formados por representantes de todos os cursos, por meio dos Centros Acadêmicos.        

 

Na reunião do Consepe dessa segunda-feira, a Reitoria admitiu equívocos na condução do processo, e demonstrou preocupação com relação a intervenções externas no processo de negociação. “Na última semana presenciei duas situações drásticas: a PM [Polícia Militar] no campus a pedido de um professor contrário à ocupação, e um aluno, contrário à deliberação de assembleia do seu curso, solicitando na Justiça a reintegração de posse em todo o campus, responsabilizando uma colega de curso - que nesse momento preside o Centro Acadêmico -, e que encaminhou via e-mail a decisão de uma assembleia, assinando o documento. Muito triste presenciarmos isso em nossa instituição”, disse a reitora Myrian Serra, no início da reunião.

 

No sábado, 12/05, a Reitoria publicou uma nota no site reivindicando a autonomia da universidade (leia aqui) e a reitora, pessoalmente, se comprometeu a procurar o juiz que concedeu a reintegração de posse para tentar intermediar o caso.    

 

Para o presidente da Adufmat-Seção Sindical do ANDES-SN, Reginaldo Araújo, a Reitoria deve retirar formalmente a proposta de aumento e estratificação dos estudantes. “Nesse momento, é preciso reconhecer que essa proposta não cabe e retirá-la de pauta de uma vez por todas. Se a reitora fizesse isso, seria mais fácil retomar a rotina e discutir outras formas de reduzir o valor da refeição, utilizando a cozinha da UFMT, por exemplo”, afirmou o docente.

 

A comunidade acadêmica defende, entre outras coisas, a revisão do contrato com a empresa Novo Sabor, que fornece o serviço.

 

Nessa terça-feira, 15/05, a partir das 13h30, os docentes da universidade discutem a possibilidade de deflagração de greve da categoria em apoio aos estudantes e contra os cortes de recursos do ensino superior, que se intensificaram em 2014, reduzindo o orçamento a praticamente um terço do que a instituição recebia há quatro anos. Com a implementação da Emenda Constitucional 95/16, que congela os recursos por 20 anos, a tendência é que a situação fique ainda mais grave, o que justificaria uma greve nacional da categoria.  

 

CONFIRA A GALERIA DE IMAGENS ABAIXO.

 

Saiba mais sobre a greve estudantil na UFMT:

 

No dia seguinte ninguém teve aula

 

Aprovado indicativo de greve docente na UFMT

 

Conselho recomenda a docentes da UFMT que não punam estudantes em greve

 

Primeira assembleia interativa da Adufmat-Ssind aponta indicativo de greve docente

 

Estudantes vencem a primeira batalha, mas a luta contra o aumento do RU continua

 

Estudantes, técnicos e docentes da UFMT se colocam contrários às alterações na política de alimentação propostas pela Reitoria

 

Estudantes fecham campi da UFMT em Sinop e no Araguaia em defesa da política de alimentação universal no Restaurante Universitário

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

 

 

 

Quarta, 09 Maio 2018 19:41

 

Pela primeira vez na história da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), os estudantes dos cinco campi da instituição – Cuiabá, Várzea Grande, Sinop, Araguaia e Rondonópolis – realizam greve conjunta.  

 

A decisão de iniciar a greve no campus de Cuiabá foi tomada em assembleia geral realizada na noite de terça-feira, 08/05, acompanhando os demais campi, que estão parados há pelo menos duas semanas. Mais de mil e quinhentos estudantes votaram na assembleia convocada pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) de Cuiabá (confira, abaixo, o vídeo do momento da aprovação da greve).

 

O motivo que desencadeou o movimento paredista foi a proposta da administração da universidade de alterar a política de alimentação, visando destruir o caráter universal do Restaurante Universitário, e aumentar o valor de R$ 1, a princípio para cerca de R$ 11,00 (custo real), e depois para um valor intermediário, de R$ 5,00.  

 

Os estudantes não aceitam nenhuma proposta de aumento ou estratificação da categoria, e sugerem, em contrapartida, a revisão do contrato com a empresa terceirizada que fornece o serviço, Novo Sabor, e também de outros contratos com empresas que consomem mais de 60% dos recursos (públicos) da universidade.

 

 

 Dados da Pró-reitoria de Planejamento (Proplan) apontam que mais de 60% do orçamento da universidade é destinado a serviços terceirizados   

 

Estudantes, docentes e técnicos da universidade entendem que a instituição deve ter mais autonomia. Durante a assembleia estudantil, vários discentes lembraram que a contratação de uma empresa terceirizada se deu em 2013, durante a gestão da reitora Maria Lúcia Cavalli Neder, e teve como justificativa a ausência de uma cozinha, que começou a ser reformada, mas agora está abandonada.

 

“Vale ressaltar que a decisão pela greve estudantil se deu, inclusive, após a atual Reitoria ter divulgado uma reunião em que, aparentemente, dialoga com os estudantes sobre o assunto. Isso demonstra que, de fato, não há acordo entre a proposta da reitora Myrian Serra e as reivindicações dos estudantes”, afirmou o presidente da Adufmat-Ssind, Reginaldo Araújo.

 

Os docentes da UFMT são solidários às mobilizações estudantis, discordam da proposta da Reitoria, e já discutem, na próxima terça-feira, 15/05, a possibilidade de iniciar uma greve docente.  

 

Além disso, na segunda-feira, o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da Universidade (Consepe) debate, em reunião extraordinária, a suspensão do calendário acadêmico.  

 

Embora haja manifestações individuais contrárias à greve estudantil, que por vezes resultam em situações hostis, o respeito às decisões coletivas  prevaleceu nessa quarta-feira (09). No dia seguinte à assembleia, dentro da UFMT, ninguém teve aula.

 

 

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind       

Terça, 08 Maio 2018 20:27

 

Os professores da Universidade Federal de Mato Grosso aprovaram indicativo de greve da categoria, em assembleia geral realizada nessa terça-feira, 08/05. Foram 99 votos favoráveis, 81 contrários e oito abstenções, considerando os votos dos campi de Cuiabá, Sinop, Araguaia e Várzea Grande. Uma nova assembleia, já definida para a tarde da próxima terça-feira, 15/05, terá como ponto de pauta a deflagração da greve.

 

As intervenções feitas durante a assembleia apontam que a categoria converge na avaliação de que as alterações na política de alimentação do Restaurante Universitário (RU) é um dos pontos de um problema maior que a instituição vem enfrentando. “O que nós estamos discutindo aqui, na verdade, é se nós queremos que a universidade seja privatizada ou não”, alertou o presidente da Adufmat-Seção Sindical do ANDES, Reginaldo Araújo, chamando a atenção para a discussão política que envolve os cortes de recursos e as ações propostas pela administração da universidade.

 

Os estudantes tiveram voz na assembleia, e demonstraram preocupação com a segurança do movimento, além da perseguição de alguns docentes “Por que os estudantes têm de respeitar as greves dos docentes e dos técnicos, e não nos reconhecem enquanto categoria e respeitam nossa greve?”, questionou um estudante do Araguaia.

 

Além disso, tanto docentes quanto discentes destacaram o apoio histórico dos estudantes à greves e mobilizações docentes, afirmando que a briga não é entre estudantes e professores.       

 

Para o docente Roberto Boaventura, essa discussão é crítica, embora não seja novidade. “Nós estamos diante de dois signos: o primeiro são as nossas perdas colossais, e o segundo, as divisões inexplicáveis, ambos parte do projeto neoliberal que o sindicato sempre denunciou. Para quem está acostumado a frequentar as assembleias, não há nenhuma novidade. O Restaurante Universitário é parte de problemas maiores, entre eles a qualidade do trabalho acadêmico. Não nos resta outra alternativa além de apoiar os estudantes nesse momento”, afirmou.  

 

O professor Dorival Gonçalves utilizou a luta pela universalidade do RU para exemplificar o esvaziamento do caráter coletivo nas preocupações da comunidade acadêmica nos últimos anos. “O restaurante é uma das poucas políticas que ainda contempla a todos. Nós caminhamos cada vez mais para o individualismo, premiamos a meritocracia com bolsas, entre outras coisas”, criticou o professor.

 

A professora Alair Silveira, diretora da Adufmat-Ssind, afirmou que os estudantes são a vanguarda na luta em defesa da universidade pública, e que, muito embora a discussão não tenha de ter planilhas como base, alguns dados da própria universidade evidenciam um aumento de mais de 500% nos últimos anos com serviços terceirizados, como o do RU.    

 

Assembleia dessa terça-feira em Sinop 

 

Para o professor Gustavo Canale, de Sinop, é essencial que os docentes reflitam e se posicionem sobre o papel da universidade e as condições impostas à ela. “Fica cada vez mais evidente o processo de sucateamento da universidade pública. O movimento estudantil e sua justa indignação, após a proposição de aumento de valores das refeições no restaurante universitário, jogou luz sobre este processo e desencadeou uma reação. São em momentos como este que devemos convergir para uma reflexão, em conjunto com toda a comunidade universitária, a respeito da universidade que desejamos”, afirmou o docente.

 

Dialogando com outras manifestações registradas na assembleia dessa terça-feira, o professor Daniel Guimarães, do Araguaia, destacou também que é preciso lutar contra a Emenda Constitucional 95/16, que congelou os recursos por 20 anos. “Esse movimento de indicativo de greve é importante e válido para entendermos os desmontes das universidades, resultado dos grandes cortes orçamentários na educação. Os cortes serão ainda mais enfáticos se a Emenda à Constituição 95/2016, que limitou gastos na educação por 20 anos, não for revogada. Essa EC retira direitos dos cidadãos de terem acesso gratuito à educação e à saúde, em prol do mercado financeiro, grandes fortunas e dívida pública, e nós precisamos urgentemente resistir. Sempre estudei em escolas e universidades públicas, frutos de grandes movimentos. Nós também precisamos ter o compromisso de lutar”, disse.  

 

Assembleia dessa terça-feira no Araguaia

Além da aprovação do indicativo de greve e estabelecimento da assembleia para deflagração na próxima terça-feira, 15/05, a categoria aprovou a formação de comissões para pensar uma agenda de atividades que dialogue sobre a importância da greve com a comunidade acadêmica nesse período. Nos campi de Cuiabá e Várzea Grande, o grupo será formado pelas professoras Mirian Sewo, Rosa Lúcia Rocha, Lélica Lacerda e Marluce Silva; no campus de Sinop, pelos docentes Ricardo Carvalho, Lorenna Resende e Thiago Branco; e no campus do Araguaia, pelos professores Adriana Pinhorati, Luis Bitante, Deyvisson Costa e Sérgio de Oliveira.

 

Também foi aprovado que a Adufmat-Ssind deve levar ao ANDES-Sindicato Nacional a discussão sobre uma greve nacional dos docentes, tanto do setor federal quanto do setor estadual/municipal.  

 

Participação na Comissão formada pela Reitoria

 

Um grupo de estudantes de Sinop questionou a decisão dos docentes de não compor a Comissão formada pela Reitoria para debater sua proposta de aumento do RU. A questão foi discutida e encaminhada em assembleia anterior, realizada no dia 04/05.

 

De acordo com os docentes, a categoria recebeu um convite da administração resumido em quatro linhas, com menos de dois dias de prazo para indicação de um nome. Diante disso, o sindicato questionou formalmente o caráter da comissão, quais e quantos seriam os representantes, qual a finalidade, entre outros, e não obteve resposta até o momento. Assim, sem saber a disposição da Reitoria para dialogar abertamente sobre outras possibilidades de resolver a questão do RU, que não seja aumentar o valor da refeição ou alterar o caráter universal, os professores decidiram não participar.   

 

A professora Katia Alonso sugeriu rediscutir a participação, mas a plenária votou contra, entendendo que a ausência de resposta aos questionamentos do sindicato não atribuiu nenhum fato novo ao debate.  

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Sexta, 04 Maio 2018 14:13

 

 

A Adufmat-Seção Sindical do ANDES Sindicato Nacional realizou mais uma assembleia histórica nessa sexta-feira, 04/05. Pela primeira vez, a sede, em Cuiabá, e as subseções em Sinop e no Araguaia participaram simultaneamente da assembleia, discutindo e deliberando em conjunto, com auxílio de equipamento de videoconferência. Diante da conjuntura, a primeira experiência foi marcada também pela sugestão de indicativo de greve da categoria.

 

Durante a análise de conjuntura, os docentes dialogaram sobre os cortes de recursos que já estão comprometendo as atividades da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). “A Reitoria perdeu a oportunidade de fazer debates mais qualificados no ano passado”, afirmou o presidente da Adufmat-Ssind, Reginaldo Araújo, lembrando que o sindicato solicitou por diversas vezes que a administração respondesse em que setores os cortes realizados pelo governo federal refletiriam dentro da instituição.

 

Com relação a proposta de alteração na política de alimentação, os docentes aprovaram a não participação na comissão formada pela Reitoria para debater sua proposta de aumento; a convocação, pela Adufmat-Ssind, de uma audiência pública para debater com base nos dados levantados pela comunidade docente – avaliando, inclusive, o contrato com a empresa que presta serviços ao Restaurante Universitário; e apoio aos estudantes à solicitação de suspensão do calendário acadêmico na reunião do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) marcada para a próxima segunda-feira, 07/05.  

 

“A gente pensou num calendário importante de luta, considerando, inclusive, a possibilidade de entrar em greve. Os companheiros de Sinop apontaram essa alternativa, e houve ressonância em outros campi, entre companheiros que demonstram disposição para discutir a possibilidade de greve docente. Claro que é uma novidade, não estava em pauta, mas a proposta está muito ligada às nossas condições de trabalho, em diálogo com os riscos de privatização da universidade”, afirmou Araújo.

 

A Adufmat-Ssind convocará nova assembleia na próxima semana para debater o indicativo de greve.

 

Interação por videoconferência

 

A primeira assembleia interativa da Adufmat-Ssind atende a uma demanda da categoria, prevista inclusive no Regimento aprovado em dezembro do ano passado. “Essa assembleia marca um outro momento da organização docente na UFMT, que é a possibilidade dos colegas lotados em Sinop e no Araguaia intervirem nas assembleias de forma interativa, assim como que as nossas manifestações dialoguem diretamente com os companheiros. Claro que a gente percebe que a estrutura eletrônica ainda tem de ser aperfeiçoada de acordo com as nossas necessidades, mas sem dúvida essa assembleia representa um marco histórico nesse sentido”, avaliou o presidente do sindicato.

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind