Terça, 02 Fevereiro 2016 11:41

 Benedito Pedro Dorileo 

Este ano de 2016 assinala jubileus marcantes da intelectualidade, como os 150 anos de nascimento de Euclides da Cunha, em 20 de janeiro de 1866. Outros, tal como o centenário de nascimento de uma inteligência fulgurante, em 19 de junho de 1916, de Gervásio Leite. Jurista e poeta, associado do Instituto Histórico e Geográfico e da Academia Mato-Grossense de Letras, da qual foi presidente. Nessa, empossado em 1945, fora recepcionado pelo acadêmico Otávio Cunha que discursou: “viestes, Gervásio, colaborar num capítulo do volume deste século com os poetas desta Casa. Além de outros, são teus companheiros de labor neste cenáculo: Maria de Arruda Müller – a poetisa de Mato Grosso. ” (In Egéria Cuiabana). Homenageando este crânio privilegiado, cultor da língua portuguesa, fisguemos do assunto a flexão genérica do substantivo poeta.

Cioso das gramáticas tradicionais, flexionei sempre para mulher – a poetisa.  Estudiosos atuais como o professor Claudio Moreno, professor na UFRGS, lembra que o feminino foi sempre poetisa. Todavia historia que: “na primeira metade do século XX brotaram academias femininas de letras e que essas novas entidades, reforçando a crença chauvinista de que tais instituições originalmente eram privilégios dos homens, começaram a usar, por exemplo – Cecília Meirelles, uma grande poeta”. Acentue-se que a moda pegou, admitindo tratar-se de substantivo comum-de-dois, tal como: estudante, pianista.

O professor Adalberto J. Kaspary, também da mesma universidade gaúcha, preleciona: “a forma poeta para o feminino tem caráter mais profissional, ao passo que poetisa identifica, atualmente, mais a mulher que faz versos eventualmente, até por diletantismo. Tem certa conotação pejorativa, passando a ideia de sentimentalismo versejado. ” Socorre-nos o mestre Domingos Paschoal Cegalla, em seu Dicionário de Dificuldades da Língua Portuguesa: poeta, aplica-se a homem; para mulher – poetisa. Com autoridade sustenta: “por ignorância ou desprezo pela tradição da língua, há quem use poeta em vez de poetisa”, como a frase – “a poeta Cecília Meirelles era, ao mesmo tempo, leitora e analista minuciosa da poesia de Mário de Andrade”. E decreta: “poetisa não encerra nenhuma conotação depreciativa. Chamar de poeta a mulher que escreve poemas é que a deprecia. ” Quando se reporta à essa festejada escritora, Carlos Drummond de Andrade, sobre o Romanceiro da Inconfidência, patenteou: “a poetisa traz-nos seu primeiro livro, porém não o entrega logo”.

Como dissera ao atento professor Germano, resguardo-me em Napoleão Mendes e no professor Antenor Nascentes, emérito do Colégio Pedro II, que autorizam a flexão genérica de poetisa. Naturalmente a observar a dinâmica linguística com os seus diligentes cultores. Aliás, o gramático dos nossos dias, professor Luiz Antônio Sacconi, em Nossa Gramática, afirma: o poeta, a poetisa. E acrescenta: “De modo nenhum use a poeta”. Então, não há saudosismo ou mesmo ato de emperrar-se na cátedra empoeirada. É de bom gosto, doçura prosódica, trato delicado da mulher intelectual para presenteá-la de maneira sonorosa com a flexão – poetisa. Lindo, soa cantante, artístico.

Ah, Gervásio, como era bom dialogar com a sua inteligência. Lembro-me de uma passagem quando tratávamos do vocábulo poeta e sua flexão genérica, ouvindo a beleza harmoniosa de poetisa. E com sua sagacidade comentava sobre a variabilidade da presença do adjetivo na frase, a demonstrar propriedade imaginativa e sonhadora. Era uma lição de estilística, pois se trata de um processo lírico, como se exemplifica – o amargo cálice da poetisa. A língua portuguesa, as neolatinas facultam a colocação díspar do rigor anglo-saxônico com uniformização antecipada do adjetivo, como no inglês ou no alemão. O certo é que o emprego das palavras atende a duas operações: a percepção e o sentimento. Na prática há objetos ou noções que despertam mais a nossa inteligência, outras ferem mais a nossa sensibilidade. A carga sentimental é determinante. 

Benedito Pedro Dorileo é advogado e

foi reitor da UFMT

Terça, 02 Fevereiro 2016 11:39

ADUFMAT Contrata: Assistente Administrativo 

Atividades a serem desenvolvidas: 

1        Executar serviços de apoio nas áreas de recursos humanos, administração, finanças e logística; atender fornecedores e sindicalizados; fornecer e receber informações sobre produtos e serviços; organizar documentos variados e outros.

2        Auxiliar na organização de documentos para a contabilidade e consignatária junto ao MPOG/SICAF; auxiliar no controle das máquinas fotocopiadoras; auxiliar em relatórios para conselho fiscal e arquivos.

  1. Realizar serviços bancários, tais como pagamentos de despesas, controle de relatórios e extratos bancários; organizar e formalizar correspondências e documentos no protocolo; protocolar documento no correio e cartório.

3        Exigência: Ensino Médio completo. 

Interessados, encaminhar Currículo Vitae na sede da ADUFMAT (das 7:30h até 11:30h e das 13:30h até 17:30h), ou enviar nos e-mails abaixo até o dia 11 de fevereiro de 2016.                                                                                                                                            

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A Diretoria

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Terça, 02 Fevereiro 2016 11:36

ADUFMAT Contrata Contador ou Economista 

Atividades a serem desenvolvidas: 

  1. Controlar receitas e despesas; realizar pagamentos, conciliação fiscal, contábil e bancária; organizar os documentos para a contabilidade e consignatária junto ao MPOG/SICAF; organizar demanda de documentos na contratação de funcionários; atualizar e acompanhar cadastro bancários, planilhas de custos, balancetes e relatórios para conselho fiscal e arquivos.
  2. Controlar inclusão e exclusão de sindicalizados, de lançamentos no sistema financeiro, controle do sistema associado, relatórios, envio de arquivo; desconto em folha; realizar ações junto ao banco; protocolar documento no correio e cartório.
  3. Exigência: Graduação em Ciências Contábeis ou em Economia. 

Interessados, encaminhar Currículo Vitae na sede da ADUFMAT (das 7:30h até 11:30h e das 13:30h até 17:30h), ou enviar nos e-mails abaixo até o dia 11 de fevereiro de 2016.                                                                                                            

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A Diretoria

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Segunda, 01 Fevereiro 2016 21:12

A Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal do Poder Executivo (Funpresp-exe) é uma entidade fechada de Previdência Complementar (ou Fundo de Pensão), vinculada ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), e criada pelo governo federal para administrar o plano de benefícios de caráter previdenciário dos servidores públicos federais do poder Executivo. É uma entidade privada, que se baseia na acumulação de reservas e investimentos no mercado e - por ser privada - o Estado brasileiro não tem qualquer responsabilidade sobre sua saúde financeira.  

Como funciona o Funpresp? 

O Regime de Previdência Complementar (RPC) possui caráter facultativo (opção voluntária) e a modalidade é de contribuição definida, ou seja, cada servidor que aderir ao Funpresp sabe quanto irá contribuir, mês a mês, durante vinte, trinta anos para o fundo, desconhecendo, porém, qual será o valor da sua aposentadoria. Para o servidor com salário menor ou igual ao teto do INSS (atualmente R$ 4.159,00) a aposentadoria é integral, independente do regime a que estiver associado. O valor dependerá das aplicações financeiras que o Funpresp-exe fizer no mercado, sempre instável e flutuante. 

Para quem ingressou antes de março de 2013 

O servidor que ingressou no serviço público antes de 1º de março de 2013 tem diferentes possibilidades de aposentadoria, mas em todos os casos, aquele que permanece no Regime Próprio de Previdência Social tem direito a uma aposentadoria com valor pré-estabelecido na forma da lei. A escolha pelo Funpresp-exe implicará automaticamente na renúncia aos direitos previdenciários decorrentes de regras anteriores. É uma opção irretratável e irrevogável, cuja desfiliação só ocorre com a perda do vínculo funcional e o servidor conviverá com a incerteza do valor do benefício a ser resgatado durante toda sua vida laboral e na sua aposentadoria.   

Para quem entrou depois de março de 2013

Os docentes que ingressaram no serviço público federal depois de 1º/3/2013, têm garantido para aposentadoria valores limitados pelo teto do INSS (R$ 4.159). Se o salário for superior a este valor, a opção se torna mais complexa, pois é preciso analisar e pesquisar outros tipos de aplicação que possam oferecer mais segurança que o Funpresp como forma de complementar a aposentadoria. 

Funpresp X RPPS 

O Regimento Próprio da Previdência Social (RPPS) protege o trabalhador público em caso de doença, invalidez e outros afastamentos previstos em lei com salário integral, enquanto, o Funpresp, prevê a criação de um fundo específico, ainda não definido, para cobrir, exclusivamente, os casos de morte e invalidez. 

O Funpresp administrará um patrimônio constituído pelas contribuições mensais dos servidores e pela contra partida do governo. Como consequência, penalizará quem se aposentar com menor tempo de contribuição, à exemplo de mulheres, professores do ensino básico, aposentadorias especiais e mesmo aqueles que se aposentarem por doença. 

As entidades nacionais dos servidores públicos têm posição contrária ao Funpresp, por entenderem que tal Fundo atuará no mercado com verba pública e com dinheiro dos trabalhadores. Além disso, o Funpresp representa a continuidade da malfadada Reforma da Previdência, iniciada por FHC e aprofundada por Lula da Silva e Dilma Rousseff, que retira direitos dos trabalhadores na ativa e aposentados, ao mesmo tempo em que avança na privatização de um dos serviços essenciais do Estado: a Previdência Social. 

Clique aqui para ler o panfleto do ANDES-SN sobre o Funpresp-exe  

Clique aqui para ver a cartilha do ANDES-SN 

Fonte: ANDES-SN

Segunda, 01 Fevereiro 2016 21:10
Cinco novas seções sindicais foram homologadas durante a plenária, que aprovou por aclamação Cuiabá como a sede do 36º Congresso do ANDES-SN
 
Durante a tarde deste sábado (30), os delegados presentes no 35º Congresso do ANDES-SN aprovaram os textos de resolução referentes às questões organizativas e financeiras do Sindicato Nacional. Foram deliberadas alterações que atualizaram o estatuto do Sindicato Nacional. Entre as mudanças, está a que dá prerrogativa de seção sindical a todas as associações docentes filiadas até o 36º Congresso do ANDES-SN, ressalvados os diretos daquelas que, em assembleia geral, decidirem o contrário. Os delegados votaram ainda o regimento eleitoral para o processo de escolha da diretoria que estará à frente do Sindicato Nacional no biênio 2016/2018.

Após rica discussão sobre a utilização do Fundo Único – Fundo Nacional de Solidariedade, Mobilização e Greve do ANDES-SN, entre as deliberações referentes à temática, os docentes aprovaram por ampla maioria, a proposta consensuada de apresentar proposta no 61º Conad de utilização do fundo único considerando as especificidades das seções sindicais com dificuldades financeiras com as regras de utilização percentual a ser utilizado por seção sindical e o prazo máximo para atendimento.

Novas seções sindicais
Durante a plenária, a constituição de cinco novas seções sindicais foi homologada pelos delegados. A Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal do Oeste da Bahia (Adufob SSind.), a Seção Sindical dos Docentes em Educação à Distância do Rio de Janeiro (Adopead/RJ SSind.), a Seção Sindical dos Docentes do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Sul de Minas (Sindisuldeminas SSind.), a Seção Sindical dos Docentes da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Sindunilab SSind.) e a Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal da Integração Latino-americana (Sesunila SSind.) agora integram o ANDES-SN. 

Segundo Claudia March, secretária geral do ANDES-SN, muitas das novas seções sindicais surgiram durante o processo de greve nas Federais em 2015, onde houve ao reconhecimento por parte dos docentes da necessidade de construir a greve e também constituir a seção sindical e se filiar ao ANDES-SN. De acordo com Claudia, tanto no caso das alterações regimentais como no caso de criação de novas seções sindicais, é muito importante ressaltar que esse processo traz o resultado de um conjunto de movimentos políticos que tivemos nesse último ano. 
 

“O elemento central é que 2015 foi um ano em que tivemos um movimento forte dos docentes e o reconhecimento do ANDES-SN como um lugar onde podemos fazer a luta classista e a defesa da educação pública. Acho que isso é muito importante porque ao mesmo tempo em que você tem um movimento de expansão precarizada da educação pública, você tem o reconhecimento por parte daqueles que estão chegando, ou que já estão na universidade em campi do interior, de se organizar para enfrentar esses processos de intensificação do ataque à educação pública e aos direitos dos trabalhadores, em particular dos docentes”, afirmou a secretária geral do Sindicato Nacional.

Cuiabá será a sede do próximo Congresso do ANDES-SN

A cidade de Cuiabá, no Mato Grosso, foi aprovada, por aclamação como sede da 36º Congresso do ANDES-SN, que acontecerá em 2017. A capital mato-grossense foi proposta pela delegação da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Mato Grosso (Adufmat Seção Sindical) para sediar o evento nacional, que é instância máxima de deliberação da categoria. Reginaldo Araújo, presidente da seção sindical, destacou o histórico de lutas da Adufmat SSind, criada em 1978, e a intensa participação nas lutas travadas pelos docentes desde então.

“Ao nos aproximarmos de quatro décadas de atuação, nossos militantes orgulham-se em afirmar que em todas as greves e demais movimentos de luta, nosso sindicato colocasse na dianteira. Outro dado que nos dá certeza que passamos por um momento de efervescência na região são as novas sindicalizações. Nos últimos doze meses, 130 novos companheiros se aproximaram da luta. Tal fenômeno resulta do diálogo aberto sobre a importância do fortalecimento do sindicato. É nesse contexto que apresentamos a enorme vontade de acolher o 36º Congresso do ANDES em 2017”, afirmou, lembrando que a Adufmat SSind já acolheu dois congressos do Sindicato Nacional – o 10º, em 1992, e o 25º, em 2006.

Maelison Neves, da delegação da Adufmat SSind, completou dizendo que “o Mato Grosso é um estado conservador, um dos principais polos do agronegócio. Então, levar um congresso de um sindicato classista e combativo como o ANDES-SN para lá é muito importante para trazer essa tensão da luta de classes para dentro da universidade”.

Finanças

Os delegados aprovaram a prestação de contas 60º Conad, a manutenção das contribuições financeiras à Auditoria Cidadã da Dívida e à Escola Florestan Fernandes e o apoio financeiro ao Casarão da Luta e ao Sistema de Formação Política do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).

Fonte: ANDES-SN

Segunda, 01 Fevereiro 2016 21:09

Pela terceira vez, Cuiabá sediará o Congresso do ANDES – Sindicato Nacional. A disposição em trazer o evento para perto dos docentes mato-grossenses em 2017 partiu da delegação do estado, que apresentou a proposta durante a penúltima plenária do 35º Congresso do ANDES, realizado entre os dias 25 e 31/01, em Curitiba. 

O presidente da Associação dos Docentes de Mato Grosso – Seção Sindical (Adufmat-Ssind), Reginaldo Araújo, leu o discurso que preparou momentos antes de falar à plenária, demonstrando que seria uma grande honra receber, novamente, o evento que reúne uma das categorias que (para além de suas demandas) mais se preocupa com as questões sociais do país. “Ao nos aproximarmos de quatro décadas de atuação, nossos militantes orgulham-se em afirmar que, em todas as greves e demais momentos de lutas,  nosso sindicato coloca-se na dianteira, sendo, historicamente, um dos primeiros a entrar no paradeiro e um dos últimos a sair. Nos orgulhamos, também, em dizer que participamos de lutas que garantiram conquistas como: carreira única, dedicação exclusiva, reajustes lineares, titulação e tempo de serviço, entre tantas outras”, disse Araújo. 

Depois da leitura, o professor Maelison Neves, um dos delegados da Adufmat-Ssind, afirmou que o Congresso do ANDES é um excelente momento para levar a um dos estados mais conservadores do país, berço do agronegócio, um debate qualificado na perspectiva da luta de classe. “É muito importante levar o congresso de um sindicato nacional classista e combativo para o estado, para proporcionar essa tensão da luta de classes”, destacou. A plenária, animada, aprovou a proposta por unanimidade. 

Cuiabá sediou o 10º Congresso do ANDES-SN em 1992, durante a diretoria do professor Tomas Aquino. Na ocasião, os docentes iniciavam as discussões sobre a carreira docente no Brasil; 14 anos depois, na gestão do professor Carlos Eilert, a capital voltou a receber o evento, que teve como tema “Financiamento público: garantia de direitos sociais e de democracia”. 

Para o atual presidente da Adufmat-Ssind, um dos motivos pelos quais o Congresso deve ser realizado em Mato Grosso é a avaliação de que os docentes estão interessados no fortalecimento do sindicato. “[...] vivemos um momento de efervescência na organização do movimento docente em nossos campi, conseguindo envolver novos colegas na militância, ao mesmo tempo em que garantimos a participação e contribuição dos companheiros históricos no sindicato. Nos últimos 12 meses, aproximadamente 130 novos companheiros se aproximaram da luta. Tal fenômeno resulta do diálogo aberto sobre a importância do fortalecimento do sindicato”, ressaltou. 

A importante participação de Mato Grosso na greve docente de 2015 é um dos motivos de tal efervescência. Durante os quase cinco meses de paralisação, a Adufmat-Ssind realizou diversos debates sobre a dívida pública, as contrarreformas, a carreira docente, e distribuiu materiais informativos do ANDES-SN aos professores em estágio probatório. Além disso, manteve contato direto com o Sindicato Nacional, por meio de representantes no Comando Nacional de Greve e nas manifestações em Brasília. 

O diálogo com o movimento estudantil e com os técnicos da universidade também foi fundamental para fortalecer o movimento, que garantiu aos docentes a negociação efetiva da pauta interna com a Reitoria. As reuniões entre professores e a administração da universidade para debater as reivindicações da categoria começaram no final da greve, em outubro de 2015, e a agenda segue até o final do mês de março de 2016. 

Abaixo, a íntegra do discurso de candidatura para sediar o 36º Congresso Nacional do Andes em 2017: 

Boa noite a todos

A Associação dos Docentes da Universidade Federal de MT (Adufmat - Seção Sindical do ANDES) foi criada em 1978, em uma conjuntura marcada pela repressão e perseguição por militares, tendo, após sua fundação, clara retaliação por parte dos dirigentes da UFMT,  ocorrendo, inclusive, exoneração de colegas docentes do quadro permanente da instituição. 

Ao nos aproximarmos de quatro décadas de atuação, nossos militantes orgulham-se em afirmar que, em todas as greves e demais momentos de lutas,  nosso sindicato coloca-se na dianteira, sendo, historicamente, um dos primeiros a entrar no paradeiro e um dos últimos a sair. 

Nos orgulhamos, também, em dizer que participamos de lutas que garantiram conquistas como: carreira única; dedicação exclusiva; reajustes lineares; titulação; e tempo de serviço, entre tantas outras. 

Nos orgulhamos, ainda, por contribuir com valorosos companheiros na direção do nosso Sindicato Nacional. Não citarei nomes para não ser injusto, com algum esquecimento. 

Outro grande orgulho é o fato de já termos acolhido dois Congressos do Andes:
o 10º, em 1992, quando fizemos a primeira abordagem sobre a carreira docente;
e o 25º, em 2006, quando realizamos importantes debates a partir do tema "Financiamento público: garantia de direitos sociais e de democracia”.
 

Avaliamos que, atualmente, vivemos um momento de efervescência na organização do movimento docente em nossos campi, conseguindo envolver novos colegas na militância, ao mesmo tempo em que garantimos a participação e contribuição dos companheiros históricos no sindicato. 

Outro dado que nos dá a certeza de que passamos por um momento de efervescência na região, são as novas sindicalizações. Nos últimos 12 meses, aproximadamente 130 novos companheiros se aproximaram da luta. 

Tal fenômeno resulta do diálogo aberto sobre a importância do fortalecimento do sindicato. Não temos nenhum novo plano de saúde, odontológico, e nenhuma chácara que atraia os colegas. Há, sim, lutas por direitos. 

É neste contexto que expressamos a enorme vontade de acolher o 36º Congresso do Andes, em 2017, com muito calor. Ou melhor, com um grande calor humano. 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Segunda, 01 Fevereiro 2016 21:06

Pela terceira vez, Cuiabá sediará o Congresso do ANDES – Sindicato Nacional. A disposição em trazer o evento para perto dos docentes mato-grossenses em 2017 partiu da delegação do estado, que apresentou a proposta durante a penúltima plenária do 35º Congresso do ANDES, realizado entre os dias 25 e 31/01, em Curitiba. 

O presidente da Associação dos Docentes de Mato Grosso – Seção Sindical (Adufmat-Ssind), Reginaldo Araújo, leu o discurso que preparou momentos antes de falar à plenária, demonstrando que seria uma grande honra receber, novamente, o evento que reúne uma das categorias que (para além de suas demandas) mais se preocupa com as questões sociais do país. “Ao nos aproximarmos de quatro décadas de atuação, nossos militantes orgulham-se em afirmar que, em todas as greves e demais momentos de lutas,  nosso sindicato coloca-se na dianteira, sendo, historicamente, um dos primeiros a entrar no paradeiro e um dos últimos a sair. Nos orgulhamos, também, em dizer que participamos de lutas que garantiram conquistas como: carreira única, dedicação exclusiva, reajustes lineares, titulação e tempo de serviço, entre tantas outras”, disse Araújo. 

Depois da leitura, o professor Maelison Neves, um dos delegados da Adufmat-Ssind, afirmou que o Congresso do ANDES é um excelente momento para levar a um dos estados mais conservadores do país, berço do agronegócio, um debate qualificado na perspectiva da luta de classe. “É muito importante levar o congresso de um sindicato nacional classista e combativo para o estado, para proporcionar essa tensão da luta de classes”, destacou. A plenária, animada, aprovou a proposta por unanimidade. 

Cuiabá sediou o 10º Congresso do ANDES-SN em 1992, durante a diretoria do professor Tomas Aquino. Na ocasião, os docentes iniciavam as discussões sobre a carreira docente no Brasil; 14 anos depois, na gestão do professor Carlos Eilert, a capital voltou a receber o evento, que teve como tema “Financiamento público: garantia de direitos sociais e de democracia”. 

Para o atual presidente da Adufmat-Ssind, um dos motivos pelos quais o Congresso deve ser realizado em Mato Grosso é a avaliação de que os docentes estão interessados no fortalecimento do sindicato. “[...] vivemos um momento de efervescência na organização do movimento docente em nossos campi, conseguindo envolver novos colegas na militância, ao mesmo tempo em que garantimos a participação e contribuição dos companheiros históricos no sindicato. Nos últimos 12 meses, aproximadamente 130 novos companheiros se aproximaram da luta. Tal fenômeno resulta do diálogo aberto sobre a importância do fortalecimento do sindicato”, ressaltou. 

A importante participação de Mato Grosso na greve docente de 2015 é um dos motivos de tal efervescência. Durante os quase cinco meses de paralisação, a Adufmat-Ssind realizou diversos debates sobre a dívida pública, as contrarreformas, a carreira docente, e distribuiu materiais informativos do ANDES-SN aos professores em estágio probatório. Além disso, manteve contato direto com o Sindicato Nacional, por meio de representantes no Comando Nacional de Greve e nas manifestações em Brasília. 

O diálogo com o movimento estudantil e com os técnicos da universidade também foi fundamental para fortalecer o movimento, que garantiu aos docentes a negociação efetiva da pauta interna com a Reitoria. As reuniões entre professores e a administração da universidade para debater as reivindicações da categoria começaram no final da greve, em outubro de 2015, e a agenda segue até o final do mês de março de 2016. 

Abaixo, a íntegra do discurso de candidatura para sediar o 36º Congresso Nacional do Andes em 2017: 

Boa noite a todos

A Associação dos Docentes da Universidade Federal de MT (Adufmat - Seção Sindical do ANDES) foi criada em 1978, em uma conjuntura marcada pela repressão e perseguição por militares, tendo, após sua fundação, clara retaliação por parte dos dirigentes da UFMT,  ocorrendo, inclusive, exoneração de colegas docentes do quadro permanente da instituição. 

Ao nos aproximarmos de quatro décadas de atuação, nossos militantes orgulham-se em afirmar que, em todas as greves e demais momentos de lutas,  nosso sindicato coloca-se na dianteira, sendo, historicamente, um dos primeiros a entrar no paradeiro e um dos últimos a sair. 

Nos orgulhamos, também, em dizer que participamos de lutas que garantiram conquistas como: carreira única; dedicação exclusiva; reajustes lineares; titulação; e tempo de serviço, entre tantas outras. 

Nos orgulhamos, ainda, por contribuir com valorosos companheiros na direção do nosso Sindicato Nacional. Não citarei nomes para não ser injusto, com algum esquecimento. 

Outro grande orgulho é o fato de já termos acolhido dois Congressos do Andes:
o 10º, em 1992, quando fizemos a primeira abordagem sobre a carreira docente;
e o 25º, em 2006, quando realizamos importantes debates a partir do tema "Financiamento público: garantia de direitos sociais e de democracia”.
 

Avaliamos que, atualmente, vivemos um momento de efervescência na organização do movimento docente em nossos campi, conseguindo envolver novos colegas na militância, ao mesmo tempo em que garantimos a participação e contribuição dos companheiros históricos no sindicato. 

Outro dado que nos dá a certeza de que passamos por um momento de efervescência na região, são as novas sindicalizações. Nos últimos 12 meses, aproximadamente 130 novos companheiros se aproximaram da luta. 

Tal fenômeno resulta do diálogo aberto sobre a importância do fortalecimento do sindicato. Não temos nenhum novo plano de saúde, odontológico, e nenhuma chácara que atraia os colegas. Há, sim, lutas por direitos. 

É neste contexto que expressamos a enorme vontade de acolher o 36º Congresso do Andes, em 2017, com muito calor. Ou melhor, com um grande calor humano. 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Segunda, 01 Fevereiro 2016 12:07

Navegando dia desses pela Internet abri um site que relacionava várias frases de para-choque de caminhão.
A maioria delas é puro humor, mas têm também as religiosas, as reflexivas e as românticas. Dizem que elas representam a filosofia e maneira de ser do brasileiro – que leva na brincadeira todas as suas desventuras.
Três delas me chamaram a atenção: “Dinheiro não traz felicidade: manda buscar”, “A felicidade não é um destino aonde chegamos, mas sim, uma maneira de viajar.” “Alguns causam felicidade em todo lugar que vão, outros em toda hora que partem”.
A palavra felicidade está no topo da cabeça de todo nós. A filosofia, desde sempre, investiga e se propõe a achar uma fórmula para o alcance da felicidade.
Tales de Mileto - que viveu entre 7 a.C. e 6 a.C. - nos traz a mais antiga referência sobre a felicidade. Para este filósofo “ser feliz é ter corpo forte e são, boa sorte e alma formada”.
No mundo contemporâneo a investigação sobre o que nos traz felicidade ainda permanece.
O filósofo paranaense Sérgio Cortella aborda em suas conferências, de forma simples e educativa, este tema.
Assisti a um curto vídeo do seu pensamento sobre felicidade partindo de conceitos antigos que demonstra que a felicidade não é uma simples fórmula onde a felicidade é igual realidade menos expectativa.
Há pessoas que acham que a felicidade é a posse contínua de bens materiais. A verdade é que ela vem do essencial, como a amizade, lealdade, amor, dedicação, carinho e tantos outros valores imateriais.
Procuramos, prossegue o mestre, achar a felicidade no secundário, quando precisamos de autenticidade. A posse de bens não é essencial para encontrá-la. Nunca confundir com dinheiro, que é fundamental, e não, essencial.
Precisamos de coisas simples para ser feliz, que é um ato transitório, momentâneo - não é um estado permanente.
Aquela felicidade artificial adquirida por meio de fármacos ou outras drogas é ilusória e só faz mal à saúde das pessoas.
Temos de ter esperanças e procurar a felicidade diariamente. Ela não cai em nosso colo.
Como é difícil explicar o que é a felicidade!
“Quem busca a felicidade fora de si é como um caracol que caminha em busca da sua casa”. Constâncio C. Vigil, escritor uruguaio.

Gabriel Novis Neves
04-01-2016

Quinta, 28 Janeiro 2016 11:10

Roberto Boaventura da Silva Sá

Dr. Jornalismo/USP; Prof. Literatura/UFMT

 

Na novela nacional de maior audiência dos últimos tempos, a “Corrupção Brasileira”, que parece não ter fim, “o ex-chefe da OAS (Leo Pinheiro) citou quinze investigados na Operação Lava Jato”, conforme noticiou a Folha de São Paulo (FSP), em 22/01/16.

O destaque da matéria expõe fragmentos de diálogos mantidos por Leo com quatro das quinze personagens da tragédia: Eduardo Cunha (presidente da Câmara Federal); Edinho Silva (ministro da Secretaria de Comunicação); Lindbergh Farias (Senador/PT) e Ciro Nogueira (Senador/PP).

Tais diálogos, expostos na modalidade de mensagens de texto, também conforme a FSP, giraram em torno de negociação para encontros, lobby sobre temas do Congresso e pedidos de doação para campanhas.

Dos quatro diálogos destacados na matéria jornalística, o último deles – não pela essência, mas pela referência utilizada – me inquietou mais do que os outros. A conversa ocorre entre Leo e Ciro Nogueira:

1) Leo: quarta vc vai estar em Brasília? Se estiver que horas podemos falar?

2) Nogueira: Estarei sim, vamos tomar café na minha casa?

3) Leo: Vamos. 8h ou 8h30?

4) Nogueira: O que for melhor para vc, pôs (sic.) sou do sertão e acordo cedo kkk

5) Leo: Como somos sertanejos as 8hs. Abs.”

Sertanejos? Como assim?

Até essa conversa – que de fiada pode não ter nada – entre os ilustres “sertanejos”, que serviu para esquentar ainda mais a trama de nossa novela, a minha visão do sertanejo não se diferenciava muito da que é posta em “Lamento Sertanejo”, uma delicada composição de Gilberto Gil e Dominguinhos.

Naquela cantiga, o sertanejo, muito mais próximo dos poetas árcades do século XVIII, se auto apresenta, dizendo:

Por ser de lá/ Do sertão, lá do cerrado/ Lá do interior do mato/ Da caatinga do roçado/ Eu quase não saio/ Eu quase não tenho amigos/ Eu quase que não consigo/ Ficar na cidade sem viver contrariado”.

Na segunda parte da canção, o mesmo sertanejo diz ainda:

Por ser de lá/ Na certa por isso mesmo/ Não gosto de cama mole/ Não sei comer sem torresmo/ Eu quase não falo/ Eu quase não sei de nada/ Sou como rês desgarrada/ Nessa multidão, boiada caminhando a esmo”.

Definitivamente, o sertanejo da canção não se parece com os dois “sertanejos” que trocaram mensagens de texto de celular. Aquele “kkk” retira a inocência, tão típica da maioria dos reais sertanejos.

Na verdade, os dois “sertanejos” do diálogo exposto estão mais próximos de outros “sertanejos” do cenário político brasileiro, muitos deles já estrelando capítulos importantíssimos de nossa novela sem-fim.

Mas, afinal, com quem os “sertanejos” tão desenvoltos nas mensagens de computadores se parecem?

Com os elencados por Ruy Castro em “Gente Fina” (FSP; 22/01/16): o ex-presidente da República, sua esposa e Delcídio do Amaral, ex-líder do governo Rousseff no Senado, erigido das brenhas do pantanal mato-grossense.

Esses “sertanejos”, cada qual a seu jeito transformado em “gente fina”, deixaram de gostar de cama dura, de comer torresmo... Venceram a timidez e a mudez. Venceram a solidão das longínquas veredas. Ganharam o mundo. 

Aliás, um deles fala tanto, que já chegou a ser um dos mais bem pagos palestrantes do mundo capitalismo. E se o sertanejo – como aqueles de “Grande Sertão: veredas”, de Guimarães Rosa – bebia água dos riachos na palma das mãos, calejadas de tanto trabalhar honestamente com a enxada, os “sertanejos” transformados em finíssimas gentes gostam muito de holofotes e de coisas como um Romanée-Conti, o tinto francês de que só se produzem 6.000 garrafas por ano, consoante Ruy Castro.

Quarta, 27 Janeiro 2016 20:05

No terceiro dia de atividades do 35º Congresso Nacional do ANDES - Sindicato Nacional, 358 delegados (de 74 seções sindicais), nove deles representando a Associação dos Docentes da UFMT (Adufmat-Ssind), participam do Grupo Misto III, com o tema “plano de lutas dos setores”, que tem o objetivo de destacar as prioridades e estratégias das reivindicações da categoria em 2016. 

Os grupos mistos funcionam com a seguinte dinâmica: analisar os temas em profundidade com número reduzido de pessoas, tendo como base o caderno de textos que reúne contribuições elaboradas pela diretoria, mas também pela base, e depois voltar a debatê-los com toda a categoria em plenária. 

Desde o início do Congresso, na segunda-feira (25/01), questões como “movimento docente, conjuntura e centralidade da luta” (tema I) e “políticas sociais e plano geral de luta” (tema II) vêm sendo debatidas, considerando as relações políticas nacionais e internacionais que atingem diretamente a vida dos trabalhadores brasileiros. 

Sobre o tema I, em plenária realizada ainda na segunda-feira, os docentes de todo o país decidiram, após análise de conjuntura aprofundada, que a luta em 2016 deve ser centralizada pela defesa do caráter público, democrático, gratuito, laico e de qualidade da educação, da valorização do trabalho docente, dos serviços públicos e dos direitos dos trabalhadores, com a intensificação do trabalho de base e fortalecimento da unidade classista com os movimentos sindical, estudantil e popular, na construção do projeto da classe trabalhadora. 

O tema II, sobre políticas sociais e plano geral de luta, deve voltar a ser amplamente debatido na plenária prevista para a tarde dessa quinta-feira (28), assim como o tema III, acerca do plano de lutas dos setores, será apreciado em plenária na sexta-feira (29). Ainda na sexta-feira e também no sábado (30), os docentes debaterão as questões organizativas e financeiras do ANDES-SN (tema IV). 

A plenária de encerramento do evento será às 14h do sábado. 

Além dos 538 delegados, participam do 35º Congresso Nacional do ANDES-SN, que esse ano tem o tema “Em defesa da educação pública e gratuita, e dos direitos dos trabalhadores”,  74 observadores, 6 convidados e 33 diretores do Sindicato Nacional. 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind