Sexta, 06 Outubro 2023 10:58

 

Atenção, professores

 

O Baile está chegando e será uma alegria imensa ter vocês conosco! Ele é organizado com muito carinho e dedicação com um único objetivo: proporcionar à nossa categoria maior interação, troca e convivência. Por esse motivo, pensamos algumas mudanças com relação à retirada e utilização dos convites, respeitando nossas limitações de espaço e financeiras, conforme abaixo:

- Os convites só serão entregues aos docentes sindicalizados e em dias com a contribuição sindical;

- Na retirada do convite, o nome do docente e de, no máximo, um eventual acompanhante, irá para a lista que constará na entrada do Baile. Só será autorizada a entrada de quem estiver com o nome na lista, isto é, do docente que retirou o convite e seu acompanhante. Em outras palavras, o convite será intransferível;

- A distribuição dos convites aos docentes sindicalizados e em dia será feita entre os dias 09 e 17 de outubro. Após o esgotamento dos 400 convites, será registrada uma lista de interessados em espera. Nos dias 18 e 19 de outubro o sindicato entrará em contato com os docentes que retiraram os convites para confirmar a presença. Havendo desistências, os convites serão redistribuídos aos constantes na lista de espera no dia 20/10.

Agradecemos desde já a compreensão de todos. 

Nos vamos no Baile!

 

 

Comissão Organizadora do Baile dos Professores 2023

Segunda, 04 Abril 2022 08:02

 

 

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Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.

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JUACY DA SILVA*

“A luta contra a fome exige a superação da lógica fria do mercado, concentrada avidamente no mero benefício econômico e na redução do alimento a uma mercadoria como tantas outras e no fortalecimento da lógica da solidariedade. O tema proposto este ano pela FAO enfatiza a necessidade de ação conjunta para que todos tenham acesso a uma alimentação que garanta a máxima sustentabilidade ambiental e que seja adequada e a um preço acessível. Cada um de nós tem uma função a desempenhar na transformação dos sistemas alimentares em benefício das pessoas e do planeta, e todos podemos colaborar para o cuidado da criação, cada um com sua cultura e experiência, suas iniciativas e capacidades. Os nossos estilos de vida e nossas práticas diárias de consumo influem na dinâmica global e ambiental, mas se aspiramos a uma mudança real, devemos exortar produtores e consumidores a tomarem decisões éticas e sustentáveis e conscientizar a geração mais jovem sobre a importante tarefa que ela desempenha para tornar realidade um mundo sem fome. Cada um de nós pode dar sua contribuição para esta nobre causa” Papa Francisco, em pronunciamento/mensagem enviada ao Presidente da FAO, por ocasião do Dia Mundial da Alimentação, em 16 de outubro e 2021 (Vatican News).

Seguindo esta exortação do Papa Francisco, a CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil definiu e decidiu que o tema da CF Campanha da Fraternidade para o ano de 2023 será FRATERNIDADE E FOME, buscando, com esta iniciativa colocar na Agenda Nacional esta, que volta a ser novamente, uma questão crucial na definição de políticas públicas, nos níveis nacional e estadual, tendo em vista que no próximo ano novos governantes estarão ocupando essas instâncias de poder.

A fome é cruel, traz sofrimento e morte para milhões de pessoas que não conseguem ter este sagrado direito atendido, não apenas em decorrência das consequências da COVID-19, mas sim por causas estruturais, mais profundas que geram desigualdades de renda e oportunidades, fruto também de uma imensa concentração de renda nas mãos de uma minoria, deixando a maioria da população na pobreza e na miséria, tem aumentado muito A FOME NO MUNDO e, inclusive, no Brasil.

Estamos em um ano eleitoral, precisamos fazer de tudo para que a FOME, a DESIGUALDADE SOCIAL, ECONÔMICA, REGIONAL e SETORIAL sejam colocadas na ordem do dia, na agenda das discussões politicas e eleitorais.

Precisamos saber o que os candidatos se comprometem a fazer, seja no Poder Legislativo Federal (Congresso Nacional) seja nas Assembleias Legislativas e, claro, os candidatos aos cargos de Governador e de Presidente da República, chefes dos respectivos poderes executivos, se propõem a realizar, não com promessas e discursos demagógicos e falsos, ou medidas de cunho meramente assistencialistas, eleitoreiras, mas sim, através de politicas públicas para combater e equacionar este grave problema e desafio, única forma de construirmos um pais desenvolvido, justo e sustentável, além do que, a fome destrói a dignidade humana e avilta quem não tem segurança alimentar, tornando tais pessoas massa de manobra dos donos do poder.

A seguir transcrevo alguns dados sobre a fome no mundo, creio que esses dados estão um pouco desatualizados e precisamos realizar uma atualização dos mesmos, principalmente quanto aos impactos que a COVID-19 teve e está tendo sobre o mapa da fome no Brasil e no mundo.

Além dos dados, precisamos identificar as verdadeiras causas da fome no Mundo e no Brasil, o interessante é que, os dados disponíveis demonstram que nas ultimas 5 décadas o crescimento da produção de alimentos foi e continua sendo muito maior do que o crescimento da população em geral e da população urbana também, isto significa que não existe, globalmente, mundialmente, escassez de alimentos, mas sim, a falta de renda por parte da grande massa da população que impede milhões, bilhões de pessoas adquirem alimentos e terão que se contentar com migalhas que caem da mesa dos poderosos e dos donos do poder, na forma de assistencialismo, elites políticas e econômicas que também se apropriam do Estado/poderes públicos em benefício próprio e de uma minoria e definem politicas públicas que contribuem para aumentar o acúmulo de capital, via subsídio e outras benesses, de um lado e de exclusão, miséria e fome do outro. A fome  é também uma forma de violência contra essas massas excluídas.

Politicas assistencialistas minoram apenas temporariamente o drama da fome, da pobreza e da miséria, precisamos de medidas mais profundas que reduzam, drasticamente, os mecanismos que geram concentração de renda, riqueza, propriedade e oportunidades.

Dados de 2020 indicam que no mundo cerca de 100 milhões de pessoas estão sem teto; existem 1 bilhão de analfabetos; 1,1 bilhão de pessoas vivem na pobreza, destas, 630 milhões são extremamente pobres, com renda per capta anual bem menor que 275 dólares; 1,5 bilhão de pessoas sem água potável, mais de 3,5 bilhões sem saneamento básico; 1 bilhão de pessoas passando fome; 150 milhões de crianças subnutridas com menos de 5 anos (uma para cada três no mundo); 12,9 milhões de crianças morrem a cada ano antes dos seus 5 anos de vida, tendo como a principal causa a fome e a desnutrição aguda.

De acordo com a ONG Banco de Alimentos, durante o período da COVID-19, entre 2020 e 2021, a situação da fome no Brasil piorou drasticamente. “A fome sempre foi um problema grave no Brasil, mas com a Covid-19, a situação piorou muito. Antes da pandemia, havia 57 milhões de pessoas vivendo em insegurança alimentar no país, sem acesso pleno e permanente a alimentos; em abril de 2021, 116,8 milhões de pessoas passavam a viver em insegurança alimentar, sendo que 43,3 milhões não tem acesso aos alimentos em quantidade suficiente (insegurança alimentar moderada) e 19 milhões passam fome (insegurança alimentar grave), segundo pesquisa da Rede PENSSAN – Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, realizada em dezembro de 2021, o que revela a urgência da mobilização”.

Conforme reportagem da Revista Radis em 24/06/2021, “em 2014, graças ao Programa FOME ZERO, desenvolvido durante o Governo Lula, apenas 3,6% dos brasileiros estavam em situação de insegurança alimentar grave, o que fez o Brasil deixar o Mapa da Fome pela primeira vez na história, já em 2020, o país voltou a figurar no relatório produzido pelas Nações Unidas sobre a situação da pobreza, fome e  miséria.

Desde então, o fantasma da fome passou a atormentar e provocar dor, sofrimento e morte de milhões de brasileiros. A fila dos ossos/ossinhos, em Cuiabá, que ganhou destaque no noticiário nacional no final de 2021, é apenas uma das faces desta crueldade e desumanidade que é a fome endêmica.

Ainda de acordo com a mesma reportagem da Revista Radis, “um estudo coordenado por cientistas do grupo “Alimentos para a Justiça”, divulgado em abril (2021) e que também mediu os níveis de insegurança alimentar no país, revelou um número ainda mais alto: 125,6 milhões de brasileiros não comeram em quantidade e qualidade ideais desde a chegada do novo coronavírus”. Isto é o que se chama fome endêmica, que produz consequências físicas, mentais, psicológicas terríveis em pessoas que não tem o que comer. De forma semelhante não deixa de ser uma forma de tortura e que vai matando aos poucos tais pessoas. Que praticamente perdem a dignidade humana e se transformam em figuras esquálidas, como chamamos de “mortos vivos”.

Mesmo que a realidade se apresente de forma diferente, muita gente, ainda hoje imagina que a principal causa da fome no mundo seja o desequilíbrio entre produção e oferta de alimentos e o aumento populacional, do  mundo ou de alguns países.

Essas pessoas, sabendo ou não, conhecendo ou não, na verdade estão utilizando o arcabouço do malthusianismo, uma teoria criada por um sacerdote anglicano, de nome Thomas Malthus, que viveu na Inglaterra entre os anos 1.766 e 1.834.

Ao estudar a dinâmica demográfica da Inglaterra, das colônias inglesas e da Europa, elaborou uma teoria em que afirmava que enquanto a população crescia em progressão geométrica, a produção e disponibilidade de alimentos crescia apenas em progressão aritmética.

Em um determinado período este desequilíbrio provocaria o surgimento da fome que dizimaria milhões de pessoas e ai, haveria um novo equilíbrio entre crescimento da população e a produção e oferta de alimentos.

Desta teoria alarmista, que não imaginava como poderia ser o futuro em termos de avanços científicos e tecnológicos e como este avanço poderia contribuir para o aumento da produção de alimentos, muitos outros teóricos criaram as chamadas teorias neomalthusianas, que, em lugar de advogar o avanço da produtividade, graças `as mudanças nos sistemas de cultivo e de novas tecnologias, passaram a advogar o controle da natalidade.

Tanto Malthus quanto os neomalthusianistas escamoteiam a dimensão política, social e econômica que, de fato reduz o poder aquisitivo das massas trabalhadoras e, em decorrência, como não dispoem de renda suficiente, mesmo que a produção de alimentos esteja crescendo, essas camadas passam fome.

Vejamos o que aconteceu no Brasil nesses últimos 40 anos, após o deslanche da revolução verde que aconteceu nas duas décadas após a segunda Guerra mundial. Foi, na verdade após os anos 80 que uma nova revolução aconteceu na produção agropecuária brasileira, com o avanço das fronteiras agrícolas em direção ao cerrado, a pré-amazônia nas regiões Centro-Oeste, parte do Nordeste (a chamada região do MATOPIBA – Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e a incorporação de milhões de ha de áreas até então consideradas imprestáveis principalmente para a produção de grãos.

Outro aspecto foi e continua sendo a utilização de maquinário cada vez mais sofisticado e insumos que reduzem a necessidade de mão de obra e aumentam a produtividade de maneira significativa.

Diante disso, entre os anos de 1980 e as previsões da corrente safra (2021/2022), pode-se perceber esta relação entre aumento da população brasileira e a produção de alimentos, bem como o aumento da produtividade no campo.

Em 1980 o Brasil tinha uma população de 120,7 milhões de habitantes e uma produção de grãos na ordem de 52,5 milhões de toneladas. Em 2022 a população estimada do nosso país é de 214,8 milhões de habitantes, ou seja, um crescimento de 1,78 vezes. Enquanto isso a produção de grãos está estimada em 284,4 milhões de toneladas, um crescimento de 5,42 vezes.

Quanto a produtividade, toneladas x ha de área cultivada, vemos o mesmo Quadro já mencionado, um aumento expressivo da produtividade, ou seja, a cada ano ou a cada década, uma maior produção por ha de área cultivada.

A área plantada em 1980 foi de 49,3 milhões de ha e em 2022 são 72,1 milhões de ha. A produtividade em 1980 foi de 1,06 ton/ha e em 2022 é de 3,94 ton/ha; ou seja, um crescimento de 3,72 vezes, muito além do crescimento populacional, que foi de apenas 1,78 vezes.

Pelo menos no Brasil e também em nível mundial a teoria malthusiana tem se mostrado equivocada, ou seja, não é o aumento da população que tem gerado e continua gerando o flagelo da fome, mas sim políticas de governo que favorecem de um lado o enriquecimento e acumulo de capital, renda, riquezas e oportunidades nas mãos de uma minoria e a perda constante do poder aquisitivo dos salários, principalmente do salário mínimo.

Cabe ressaltar que aproximadamente 80% da massa trabalhadora, sejam os trabalhadores que ainda estão na ativa, aposentados ou pensionistas ganham no máximo dois salários mínimos, valor aquém do poder aquisitivo e das necessidades básicas como alimentação, habitação (aluguel), transporte, artigos de higiene e limpeza, saúde – medicamentos, educação e cultura, que eram os itens constantes do que estabelecia a Lei de criação do salário mínimo nos anos quarenta do século passado.

Algumas pesquisas, como estudos do DIEESE, indicam que o valor do salário mínimo, em 2022, ao invés de R$1.200,00 (mil e duzentos reais), para atender ao que estabelecia a referida Lei, deveria ser de aproximadamente R$4.800,00 (quatro mil e oitocentos reais), ou seja, 4  vezes maior. Esta diferença representa o que muitos economistas denominam de “mais valia’, ou seja, quanto que o fator trabalho perde nas relação de produção e trabalho como acontecem no modelo politico, econômico e social em vigor na atualidade.

Portanto, o problema, a questão da fome não apenas um problema de saúde pública, ou nutricional ou cultural, mas fundamentalmente um problema politico, ou seja, é fundamental o estabelecimento de políticas públicas que reduzam este processo pernicioso de concentração de renda que leva ao empobrecimento, à fome e à miséria mais da metade da população brasileira.

Alimentos não faltam, como bem atesta manchete do Jornal do Comércio de 15/10/2020 quando estampava em primeira página “Brasil produz comida para alimentar 1,6 bilhões de pessoas”, ou outros pronunciamentos de governantes e líderes do agronegócio dizendo que nosso país é celeiro do mundo.

Todavia, nada é falado sobre milhões de pessoas que passam fome, sofrem e morrem e que vivem neste país que tanto se orgulha de seu papel no cenário internacional como um grande “player” das commodities, principalmente alimentos.

Medidas paliativas, assistencialismo, distribuição de quentinhas, sacolões e cestas básicas minoram o problema da fome de alguns, por alguns dias, mas o que é necessário e urgente são medidas que enfrentem os fatores que causam a pobreza, a fome e a miséria, ou seja, reformas estruturais mais profundas que alterem os sistemas politico, econômico e social do Brasil, rumo a uma sociedade justa, verdadeiramente democrática, ambientalmente sustentável, participativa e transparente.

Antes de encerrar esta reflexão, gostaria de chamar a atenção para um aspecto muito enfatizado pelo Papa Francisco de que “tudo esta interligado, nesta Casa Comum”, ou seja, a questão, problema e desafio da FOME está intimamente interligado com diversos aspectos de nossa realidade, tais como: sistemas produtivo, tanto industriais quanto agropecuário, níveis de concentração e distribuição de renda e salário; políticas públicas, principalmente políticas de saúde, educação e saneamento básico, política de preços dos alimentos, formas de organização dos trabalhadores, papel das organizações não governamentais no encaminhamento das discussões e busca de solução para os problemas que afetam as camadas populacionais excluídas, defesa do consumidor e outros aspectos.

Neste contexto é que surgem as propostas que conduzem os excluídos, os famintos e marginalizados para participarem das soluções, atitudes e ações que contribuam para a busca de uma saída para esses desafios, novos paradigmas, já que os modelos econômicos, políticos e sociais não tem sido suficientes para, de fato, enfrentarem a pobreza, a miséria e a fome, que, na verdade são consequências desses modelos.

Novos paradigmas podem ser encontrados na economia solidária, no cooperativismo/associativismo tanto do trabalho quanto do consumo, na geração de energia compartilhada (solar e eólica), na agroecologia, na Economia de Francisco e Clara, na agricultura urbana e periurbana, hortas domésticas, escolares e comunitárias, enfim, na busca de uma nova sociedade que facilite a prática do “bem viver”, reduzindo o consumismo, o desperdício e a geração de resíduos sólidos (lixo) que estão destruindo o meio ambiente e o planeta.

Tudo isso, de forma direta ou indireta, faz parte da Agenda 2030, dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, estabelecidos pela ONU em 2015 e homologados/aceitos por todos os países, inclusive pelo Brasil, para que 17 objetivos sejam alcançados e os desafios possam ser equacionados até 2030.

Vários desses objetivos estão diretamente relacionados com o assunto desta reflexão (fome): 1) Erradicação da pobreza; 2) Fome Zero; 3) Boa saúde e bem-estar; 7) Energia accessível e limpa (sustentável); 8) Emprego digno (condições e salários justos) e crescimento econômico; 10) Redução das desigualdades; 11) Cidades e comunidades sustentáveis; 12) consumo e produção responsáveis (sustentáveis); 13) Combate `as mudanças climáticas; 14) Vida debaixo d’água e, 15) Vida sobre a terra.

Esses aspectos deverão nortear a Campanha da Fraternidade de 2023, vamos acompanhar o que acontece com a fome no Brasil e no mundo.

Finalizando, precisamos  reforçar a ideia de que fraternidade assistencial (dar o peixe), que eu denomino de distribuição de migalhas, em momentos críticos, é importante, mas não resolve, de forma definitiva, o problema da fome, que é gerada pela exclusão social, política e econômica, precisamos ir mais além, para outros tipos de fraternidade/caridade promocional (ensinar a pescar), até chegarmos `a caridade/fraternidade libertadora (pescar juntos) que, de fato, transforma os pobres, marginalizados, excluídos, famintos de objeto de manipulação, de toda ordem, em protagonistas de sua própria história e, realmente, fator de transformação das estruturas sociais, econômicas e políticas injustas, as verdadeiras causas da pobreza, da miséria e da fome, no Brasil e no mundo.

*JUACY DA SILVA, professor universitário, fundador, titular e aposentado da Universidade Federal de Mato Grosso, sociólogo, mestre em sociologia. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

 

Quinta, 23 Dezembro 2021 18:05

 

Na última sexta-feira, 17/12, a Associação dos Docentes da UFMT (Adufmat-Ssind) recebeu os sindicalizados para comemorar seus 43 anos com um café da manhã no Largo Pedro Casaldáliga. Na ocasião, o sindicato homenageou dois docentes que simbolizam etapas fundamentais dessa história: José Afonso Botura Portocarrero, arquiteto que idealizou e é responsável pelo prédio sede da Adufmat-Ssind - a famosa “oca”, e Maria Adenir Peraro, historiadora que iniciou a organização do arquivo desses mais de 40 anos de luta, que já renderam um livro e um filme documentário.

 

A partir de agora, a sede da Adufmat-Ssind e o Centro de Documentação do sindicato terão, respectivamente, os nomes José Afonso Botura Portocarrero e Maria Adenir Peraro. E todo mundo vai saber que esses dois professores, como parte de uma categoria inteira, se dedicaram à construção e preservação de um ideal de sociedade na qual a educação é libertadora, direitos são essenciais e a igualdade social é condição de segurança para a diversidade cultural e humana.

 

“Foi uma honra. Eu não esperava tamanha consideração e me sinto muito feliz e agradecida por estar com saúde, aos 69 anos de idade, realizando esse trabalho, que teve início na gestão anterior do professor Reginaldo - de 2017 a 2019. Nós fizemos um primeiro trabalho de pesquisa para escrever a história da Adufmat-Ssind, que foi publicada em livro, e a partir daí eu continuei me apaixonando pela documentação e pensei em organizar o arquivo herdado pelas diretorias anteriores. Ela está bastante segura, preservada, era necessário só classificar. Desde então nós estamos fazendo isso, de acordo com o Arquivo do Centro de Documentação (CEDOC) do ANDES-Sindicato Nacional”, disse a professora Maria Adenir Peraro após receber a homenagem.

 

Para a historiadora, a luta dos docentes do ensino superior deve ser divulgada. “Essa história deve ser divulgada para que as próximas gerações possam entender as lutas, os desafios e o que pode ser feito ainda para que esse país seja mais justo, mais democrático, e que a universidade continue sendo pública e democrática. O arquivo da Adufmat-Ssind, seus documentos, mostram que essa luta vale a pena”, concluiu Peraro, lembrando, ainda, que a exemplo do ANDES-SN, a documentação da Adufmat-Ssind precisa ser acompanhada permanentemente por um profissional arquivista.   

   

O professor José Portocarrero também se emocionou e agradeceu a homenagem, citando alguns momentos que vivenciou no prédio que, agora, leva o seu nome.

 

“Sou muito agradecido à Adufmat-Ssind por ter feito essa homenagem, esse contato. Mais contente ainda por estar junto da Maria Adenir, que é uma pessoa fantástica e que realizou um trabalho que faz muita falta para nós todos da universidade, não só da Adufmat-Ssind, que é esse cuidado com a documentação, com a nossa história. Eu fico contente também porque esse próprio prédio é, agora, um documento da nossa história. Ele está aqui, de concreto. Me deixa tão contente poder... ser um arquiteto que fez um projeto há 30 anos e depois ser reconhecido, assim, ser chamado para ter o nome aqui, dentro do prédio, desse desenho que nasceu de um risquinho, virou um projeto e depois uma obra, e essa obra virou o prédio da Adufmat-Ssind, um espaço usado para encontros, discussões, propostas, inovação. É um espaço muito vivo a Adufmat-Ssind. Eu fico muito contente, lisonjeado mesmo, orgulhoso”, declarou o docente.

 

Sobre a tentativa recente de cobrança de aluguel do sindicato, por parte da Reitoria da instituição, Portocarrero lamentou e considerou que a questão deve ser resolvida de forma diplomática. “Depois que esse prédio foi inaugurado, quando ainda não havia a parede fechando, o auditório era uma praça grande aqui em baixo. Muitas vezes, quando acabava a luz – e teve uma época isso acontecia muito aqui no Coxipó -, eu e alguns outros professores trazíamos os alunos para cá e dávamos aulas aqui. Esse auditório tem servido para todos nós, para complemento de aula, seminários, reuniões. Ele faz parte, é um espaço da universidade, não é só nosso. Eu entendo que essa possibilidade poderia ser pagar a conta de luz, de água, mas cobrar o aluguel eu acho que é uma indelicadeza. Não deveria”, avaliou.

 

Portocarrero destacou, ainda, o ineditismo da obra. “O prédio faz parte da própria instituição hoje. Ele trouxe para dentro da universidade pública, pela primeira vez, o desenho das habitações indígenas. Colocou concretamente a tecnologia indígena dentro de uma universidade federal, e isso tem contribuído para que a tecnologia indígena seja reconhecida como tecnologia. Esse é um espaço muito caro para mim. Foi meu primeiro projeto nessa direção, que é a raiz da minha pesquisa. Eu fico contente de ver que ele está aqui dentro da universidade, e a universidade deveria considerar essa conjuntura toda. Nós somos um espaço onde os povos indígenas também vêm fazer reuniões, a universidade está sempre aberta, a Adufmat-Ssind cede esse espaço sempre. É uma questão de diálogo diplomático entre as duas partes para ajustar isso e manter o prédio aberto como sempre foi, quando era praça e, mesmo agora, com o auditório fechado, porque ele continua sendo aberto para a comunidade”.

 

Além dos bons momentos, o docente evidenciou, dentro da arena de debates, onde concedeu entrevista, que a sede da Adufmat-Ssind também é fruto de uma construção coletiva. “Esse prédio é uma construção coletiva. Nós tivemos a contribuição de outros professores, parte de estrutura hidráulica, elétrica. Uma lembrança bonita que eu tenho é que, durante a execução da obra, quando era apenas a estrutura, a universidade federal realizou concerto aqui. Acho que era o professor Bussiki [Marcelo] o dirigente da Orquestra. Então é um espaço que a própria universidade sempre prezou. Foi muito bonito, a orquestra aqui, as pessoas em volta. Eu gostaria muito de encontrar uma foto dessa noite. A Adufmat-Ssind tem essa representação, esse caráter, de ser um espaço capaz de acolher os povos indígenas não só do ponto de vista da questão indígena, mas também de tecnologia, de arquitetura, como uma referência para nós, dentro dos cursos que nós temos, mas para outras universidades também. Então, como eu estava dizendo, a Maria Adenir cuida da documentação, e esse também é um documento”, finalizou.   

 

Veja aqui as FOTOS do Café da Manhã em Comemoração aos 43 anos da Adufmat-Ssind

 

Quer saber mais sobre a história da Adufmat-Ssind? Assista aqui o vídeo documentário produzido como uma das ações do aniversário de 40 anos do sindicato.

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind  

Terça, 14 Dezembro 2021 13:33

 

É com enorme alegria que a Diretoria Colegiada Dom Pedro Casaldáliga convida todos(as) os(as) sindicalizados(as) para um delicioso café da manhã em comemoração aos 43 anos de resistência e luta do nosso Sindicato. Será na próxima sexta-feira, dia 17 de dezembro, às 7h30, na sede, em Cuiabá.  

No encontro, além de revermos amigos(as) e companheiros(as) das nossas melhores esperanças, prosear, ouvir boa música e dar boas risadas, o Sindicato homenageará a professora Dra. Maria Adenir Peraro e o professor Dr. José Afonso Botura Portocarrero.

Haverá ainda, a partir das 10h, uma breve reunião com a Assessoria Jurídica que acompanha a ação do 28,86%.

Venha e traga sua família para juntos confraternizarmos!!!


Atenção:
1. O referido evento será realizado com todos os cuidados sanitários. Desse modo, será disponibilizado álcool em gel, máscaras, e observado o distanciamento nas atividades sociais.
2. Para garantir a melhor estrutura física possível, solicitamos que os(as) sindicalizados(as) confirmem a presença até às 12h do dia 16 de dezembro, junto a funcionária Giselle, por meio do celular (65) 99696-9293 (WhatsApp).

Sexta, 15 Outubro 2021 17:45

 

Após quase dois anos de reclusão por causa da pandemia, a Adufmat-Ssind reuniu, na manhã dessa sexta-feira, 15/10, alguns docentes sindicalizados para confraternizar durante o Dia dos Professores. O café da manhã com música e poesia foi realizado no Largo Pedro Casaldáliga, espaço aberto, e mobilizou cerca de 60 pessoas.

 

Promoveram a animação as cantoras Iris e Izafeh, o cantor e ator Márcio Borges, além do professor Abel dos Anjos, com sua inseparável viola de cocho.

 

“Diferente de um Buffet que presta serviço sem ter nenhum laço afetivo com as pessoas que irão usufruir, eu, como professora e filha de professora, me senti muito honrada em participar da organização deste café da manhã. Poder cuidar de todos os detalhes e oferecer o melhor para os colegas, preparar o chá de véspera para poder gelar, preparar gelo com chá para deixá-lo mais saboroso, encomendar biscoitos e solicitar que fossem feitos com manteiga para ficarem mais saborosos, usar materias pessoais, como filtros de vidro e queijeira para servir uma mesa mais bonita... foi gratificante participar da organização e trabalhar em equipe com os funcionários e diretores para realizar esse evento”, afirmou a diretora de Assuntos Socioculturais do sindicato, Loanda Cheim.

 

A professora destacou, ainda, que foram tomados todos os cuidados para oferecer os alimentos, atendendo todas as normas de higiene e segurança.

 

A opção pelo café da manhã também se deu por questão de segurança, pois o tradicional Baile dos Professores, que costuma receber entre 250 e 300 convidados, ainda não pode ser realizado.

 

Para os presentes, a pequena comemoração do Dia dos Professores foi um evento agradável, com pessoas alegres e sorridentes, justamente por se tratar de um momento de confraternização muito esperado por todos.

 

“Faço das palavras da colega e diretora Marlene Menezes, as minhas: como professora, me sinto cumprimentada e grata à Adufmat-Ssind", concluiu Cheim.

 

CLIQUE AQUI PARA VER AS FOTOS DO CAFÉ DA MANHÃ NA ADUFMAT-SSIND

 

Dia de Luta!

 

Além da confraternização, a Adufmat-Ssind marcou o Dia dos Professores com a veiculação de uma campanha contra a PEC 32 em rádios, emissoras de televisão e nas redes sociais. Confira aqui.    

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Quarta, 04 Dezembro 2019 10:59

 

CAROS DOCENTES

 

Neste ano que já se aproxima de seu término, a sociedade brasileira tem experimentado situações tão estranhas quanto inaceitáveis. A ameaça do retorno do AI-5, um dos atos mais cruéis da ditadura militar, foi apenas um dos inúmeros exemplos proporcionados, principalmente, por agentes governistas.

Diante desse quadro, o Instituto de Linguagens encerrará o conjunto de seus saraus (SarArt), realizados durante 2019, tematizando exatamente essa tentativa de imposição da censura ao povo brasileiro:

 

NEM CÁLICE NEM CALE-SE!

Local: Saguão do IL/UFMT

Horário: das 17h30min às 20h

Data: 07/DEZ/2019

Como sempre ocorre nesses encontros artísticos do IL, todos os presentes poderão ser partícipes efetivos, declamando poemas, cantando, dançando, pintando, compartilhando depoimentos...

Por menores que sejam as ações contra qualquer tentativa de imposição da censura a qualquer sociedade, elas são fundamentais neste momento.

Compareça.

NÃO SE OMITA.

NÃO SE CALE.

Roberto Boaventura da Silva Sá

Diretor do IL

 

Quarta, 30 Outubro 2019 15:16

 

O Baile dos Professores 2019, organizado pela Adufmat-Seção Sindical do ANDES-SN no último sábado, 26/10, foi um verdadeiro sucesso, e reuniu o maior número de professores nas confraternizações do sindicato dos últimos anos.

 

Além do encontro entre colegas, a gestão “Luto pela Universidade Pública!” promoveu um diálogo com a categoria, ressaltando a importância social do professor e da Educação, bem como a agenda de lutas dos próximos dias, que inclui a assembleia universitária para barrar o Future-se na próxima terça-feira, 05/11, às 9h, no ginásio de esportes da UFMT.

 

Para receber os colegas, a diretoria preparou informações, mas também uma homenagem em referência ao 15 de outubro. Confira, abaixo, o poema de Bráulio Bessa, declamado pelo diretor geral do sindicato, Aldi Nestor de Souza. Ao final do texto, clique no parágrafo sublinhado para visualizar as fotos do Baile dos Professores 2019.      

 

 

A Força do Professor

Um guerreiro sem espada
sem faca, foice ou facão
armado só de amor
segurando um giz na mão
o livro é seu escudo
que lhe protege de tudo
que possa lhe causar dor
por isso eu tenho dito
Tenho fé e acredito
na força do professor.

Ah... se um dia governantes
prestassem mais atenção
nos verdadeiros heróis
que constroem a nação
ah... se fizessem justiça
sem corpo mole ou preguiça
lhe dando o real valor
eu daria um grande grito
Tenho fé e acredito
na força do professor.

Porém não sinta vergonha
não se sinta derrotado
se o nosso pais vai mal
você não é o culpado
Nas potências mundiais
são sempre heróis nacionais
e por aqui sem valor
mesmo triste e muito aflito
Tenho fé e acredito
na força do professor.

Um arquiteto de sonhos
Engenheiro do futuro
Um motorista da vida
dirigindo no escuro
Um plantador de esperança
plantando em cada criança
um adulto sonhador
e esse cordel foi escrito
por que ainda acredito
na força do professor.

 

Bráulio Bessa

 

CLIQUE AQUI E CONFIRA AS FOTOS DO BAILE DOS PROFESSORES 2019

 

 

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Segunda, 25 Março 2019 12:26

 

Duas bandas, caldos, bebidas, exibição do filme em homenagem aos 40 anos de luta da Adufmat-Ssind, e tudo o que uma confraternização em boa companhia pode oferecer. Esse é o convite da Adufmat-Seção Sindical do ANDES-SN para a próxima sexta-feira, 29/03, aos docentes da Universidade Federal de Mato Grosso e toda a comunidade acadêmica da instituição.

 

O evento terá início às 18h, na sede da Adufmat-Ssind em Cuiabá.

 

Esta será a última edição do Lusco Fusco (happy hour cuiabano) organizada pela gestão “Adufmat de Luta, Autônoma e Democrática”, que encerra seu mandato no dia 09/04/19, passando a direção da entidade para os docentes eleitos na última semana, membros da chapa “Luto pela Universidade Pública”.

 

Assim, de forma simbólica, as águas de março encerram um ciclo, e reabrem um novo, cheio de desafios e novas conquistas.

 

“O Lusco Fusco teve início em 2018. Nós pensamos em organizar uma atividade cultural com o objetivo de marcar a unidade dos trabalhadores de dentro de fora da universidade, nesse contexto político tão delicado que vivemos, de necessária mobilização”, reafirmou o diretor Sociocultural do sindicato, José Ricardo de Souza.

 

Esta também será a primeira atividade do sindicato depois da revitalização de sua área externa. As bandas que farão a animação da festa são “Clássicos do Popular” e “Carol Brandalise e convidados”.

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

 

 

Quarta, 12 Dezembro 2018 10:54

 

A emoção tomou conta dos sindicalizados da Adufmat-Ssind no último sábado, 08/12. Em uma cerimônia para comemorar os 40 anos da entidade, os atores dessa história de luta e resistência lembraram de vários momentos, desde a fundação do sindicato, em plena Ditadura Militar, passando pelas inúmeras conquistas da categoria, e pela contribuição de companheiros cuja presença, hoje, se faz apenas em memória.

 

O atual presidente, Reginaldo Araújo, iniciou o ato agradecendo a presença de todos, e destacando a importância do momento. Em  seguida, leu a carta aos docentes da Universidade Federal de Mato Grosso, registrando alguns dos fatos mais marcantes dessas quatro décadas.

 

“Foram as grandes mobilizações, realizadas a partir da década de 1980 até os dias atuais, que nos possibilitaram conquistar, dentre outros avanços, o Plano de Carreira do Magistério Superior das IFES, o Reenquadramento Funcional, a Dedicação Exclusiva, Licença Capacitação, concurso público como única forma para atuação no magistério superior, o Regime Jurídico Único, Carreira Única, isonomia salarial, reajustes lineares, garantia de pagamento de Retribuição por Titulação também para docentes substitutos e, mais recentemente, a implementação dos 28,86% para todos os docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)”, disse o presidente.

 

Em seguida, antes das homenagens, a diretoria apresentou o teaser do documentário sobre a entidade, que ficará pronto nos próximos dias. Coordenado pela cineasta Danielle Bertolini, o filme abordará a trajetória política do sindicato a partir de diversos relatos, imagens e outros registros.   

 

Já no início das homenagens, o primeiro presidente da Adufmat-Ssind, no ano de 1978, Waldir Bertúlio, lembrou que os docentes que se dispunham a se organizar, à época, eram perseguidos pela Ditadura Militar e contou, muito emocionado, que chegou a ser preso e torturado no período, além de demitido pela instituição. Sua situação só foi revertida a partir da edição da Lei da Anistia, conquistada pelos trabalhadores em 1979. “A história desse sindicato é a nossa história. É com muita alegria que reencontro as pessoas que enfrentaram tantas situações adversas para construir essa luta tão importante para a democracia, e saúdo este trabalho magnífico da atual diretoria. Nesse momento, o caráter público da universidade está ameaçado, mas nós continuaremos lutando e a universidade sobreviverá. Nós sobreviveremos a mais essa luta”, relatou o professor aposentado.

 

Também membro da primeira diretoria, o professor Vicente Ávila fez questão de destacar que a força provém da unidade da classe trabalhadora. “A grande força é a nossa força”, disse.

 

A primeira gestão do sindicato foi destituída em 1979, e substituída por uma Junta Governativa, o que é considerado pela categoria uma ruptura. A retomada veio pela gestão Renascer, em 1980, da qual a professora aposentada, Enelinda Scala, fez parte. “Foi uma gestão muito difícil. O presidente, professor Eudson Castro, chegou a ser ameaçado e renunciou, junto com alguns membros da diretoria. Mas nós brigamos muito e a democracia foi conquistada. Nós não devemos esquecer nunca que liberdade é vida, é criatividade, é felicidade”, afirmou a docente.

 

O professor George Profeta, também aposentado, foi um dos dirigentes do sindicato na gestão que esteve à frente da entidade entre 1985 e 1986. Em suas palavras, também demonstrando grande emoção, “a reunião dos ex-diretores para realização da homenagem é mais um momento histórico” do sindicato.

 

Carlos Sanches, que presidiu a entidade pela primeira vez em 1987, mas voltou à direção em 2012, enfatizou as perseguições e demissões de diretores por motivos políticos no início da história do sindicato.  

 

Para a professora Marilza Matsubara, primeira mulher a presidir a Adufmat-Ssind, em 1988, a homenagem, relembrando a história da Adufmat-Ssind, demonstrou que o sindicato é, realmente, o lugar da categoria. “Foi aqui que eu aprendi a construir. Aqui é o nosso lugar, onde a gente tem de continuar resistindo”, disse.

 

 

 

O docente aposentado Sérgio Scala, que participou da mesma gestão, falou sobre as assembleias cheias, as discussões acirradas, e as inúmeras lutas que a categoria enfrentou coletivamente entre 1980 e 1990.

 

A professora Vera Lúcia Bertoline lembrou da ex-presidente Liliah Galetti, e chorou ao relatar grandes debates em defesa dos direitos dos trabalhadores e da categoria.

 

Na avaliação do professor Roberto Boaventura, que presidiu o sindicato entre 1993 e 1994, o início dos anos 1990 demarcou, de certa forma, um distanciamento da categoria da organização sindical. “A partir dos anos 1990, a luta ficou cada vez mais difícil. Alguns colegas priorizaram a disputa por cargos e a militância em partidos políticos”, revelou. O docente destacou, no entanto, que a conjuntura atual exige novos esforços. “Esse é um momento que exige de todos nós. O combate é necessário”.

 

Seguindo a dinâmica da homenagem, em que os próprios ex-diretores entregaram a placa com símbolo da Adufmat-Ssind às gestões que os sucederam, Boaventura entregou a placa com símbolo da oca ao idealizador da sede administrativa, o professor da UFMT e arquiteto, José Portocarrero. A obra foi inaugurada entre 1992 e 1993, período marcado, também, pelo início da luta pelos 28,86%. “Diante da nossa história, o que eu posso dizer é que esse não é o espaço que eu projetei, mas o espaço que vocês construíram em meio a tantas dificuldades”, disse Portocarrero.

 

 

Os professores Gerson da Silva e Lúrnio Ferreira, respectivamente presidente e vice-presidente do sindicato entre 1994 e 1995, relembraram a unidade entre professores, estudantes e técnicos administrativos, e as participações conjuntas nas assembleias e espaços de discussão em geral. “Nós discutíamos no sindicato, não nos corredores”, afirmou Ferreira, que presidiu o sindicato na gestão seguinte.

 

Foi na gestão de Ferreira, entre 1995 e 1996, que o então secretário de Assuntos Sócio Culturais, Elson Figueiredo, elaborou a inconfundível marca da entidade. “Eu era um jovem docente, apaixonado pela universidade e pela biologia. A morfologia da oca era o que melhor representava a nossa categoria”, afirmou Figueiredo.  

 

Já na passagem para os anos 2000, o professor José Domingues de Godoi esteve à frente do sindicato em duas gestões, e falou sobre alguns conflitos internos, por vezes levados à Justiça. O docente também destacou lutas mais recentes, e afirmou que a categoria precisa ter coragem e força para o enfrentamento. 

 

Em seguida, a professora Maria Adenir Peraro, atual diretora da Adufmat-Ssind, leu uma mensagem enviada pelo ex-presidente (2002-2004) Luis Galetti, agradecendo a homenagem, assim como os colegas da universidade que caminharam lado a lado nas lutas e os funcionários do sindicato, em seu nome e da esposa. Antes de falecer, em junho deste ano, Liliah Galetti pediu à família para que parte das suas cinzas fossem enterradas na área verde da entidade.

 

A professora Iva Ferreira Gonçalves, uma das professoras que mais participou de diretorias, relatou a importância da Adufmat-Ssind em sua vida e garantiu: “se eu tivesse que voltar agora para viver todos esses momentos, eu voltaria”, declarou. 

 

Para encerrar, a atual diretoria, representada pelo vice-presidente, Maelison Neves, agradeceu a todos. “A luta de vocês é, certamente, uma inspiração para a nossa. Daqui a alguns anos também vamos poder contar nossas experiências à frente do sindicato. A luta continua!”, disse o docente.

 

 

Após as homenagens, a professora Maria Adenir Peraro apresentou ainda o Caderno de Memórias dos docentes aposentados que fizeram parte da construção do sindicato nesses 40 anos. O material foi pensado pelo Grupo de Trabalho de Assuntos de Aposentadoria e Seguridade Social (GTSSA) da Adufmat-Ssind. Em seguida, os presentes desfrutaram de um jantar com show ao vivo de Carol Brandalise e músicos, em edição especial do Lusco Fusco, e puderam observar outros materiais organizados pela diretoria para a data, como a linha do tempo da Adufmat-Ssind e uma exposição de fotos.      

 

 

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Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Terça, 11 Dezembro 2018 09:27

 

A Adufmat-Seção Sindical do ANDES Sindicato Nacional, compreendendo a importância da unidade e solidariedade entre as entidades organizadas de trabalhadores, também nos momentos de confraternização, adquiriu dez convites para a Festa do Sindicato dos Servidores Técnicos da UFMT (Sintuf/MT), que será realizada no próximo sábado, 15/12, a partir das 10h, na sede administrativa do próprio Sintuf/MT.

 

Os primeiros dez docentes sindicalizados que demonstrarem interesse poderão adquirir um convite gratuitamente, cada um, e deverão retirá-los na Adufmat-Ssind no decorrer desta semana.

 

A Festa de Final de Ano do Sintuf/MT será animada pela banda Gil Baiano. Mais informações e detalhes sobre o evento estão disponíveis no site do Sintuf/MT (clique aqui).

 

Adufmat-Ssind