Quinta, 07 Julho 2022 17:01

 

PESQUISA SOBRE VIOLÊNCIA NA UFMT

 

O Sintuf-MT iniciou, em 22/06, uma campanha por mais ações e investimentos na segurança da comunidade universitária da UFMT. São constantes os relatos de furtos, roubos, agressões e demais situações violentas dentro do campus. Para isso, está solicitando à comunidade acadêmica que responda um formulário para ajudar no mapeamento de casos.

Lembrando que é considerado furto quando alguém toma algo que pertence a outra pessoa sem estabelecer contato com ela. Por exemplo: entra numa casa, estabelecimento, prédios, sem que os donos estejam e leva bens de valor.

Considera-se roubo, quando há contato com a vítima, violência ou ameaça. Por exemplo, quando alguém invade a casa, prédio, encontra pessoas e os ameaçasse para levar seus bens. Considera-se assalto a ação equivalente ao roubo.

Para contribuir com a pesquisa preenchendo o formulário, clique aqui.

 

Fonte: Sintuf/MT (com edição da Adufmat-Ssind)

Quarta, 09 Março 2022 14:23

 

Os pesquisadores Wanderlei Pignati, Marcia Montanari Corrêa, Luís Costa Leão, Marta Pignatti e Jorge Huet Machado lançam, nessa quinta-feira, às 19h, o livro “Desastres sócio-sanitário-ambientais do agronegócio e resistências agroecológicas no Brasil”. O evento será no auditório da Adufmat-Ssind, dentro da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), será aberto ao público e transmitido em tempo real pelas redes sociais da Editora e Livraria Expressão Popular, da Associação dos Docentes da UFMT (Adufmat-Ssind) e do Núcleo de Estudos Ambientais e Saúde do Trabalhador (NEAST).

 

O livro reúne 23 artigos elaborados por docentes e discentes do Programa de Pós Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC) da UFMT e por entidades, pesquisadores e comunidades externas à universidade, que refletem estudos de bases conceituais, empíricas e metodológicas pautadas no materialismo histórico-dialético, na Epidemiologia Crítica e na Pesquisa Participativa e na Pesquisa-ação, que demonstram e analisam as injustiças legislativas, normativas, fiscais de tributos e as formas de resistências contra este modelo que oprime a agricultura familiar, quilombola, indígena, ribeirinha, pantaneira e aqueles que lutam por uma transição agroecológica.

 

“As discussões teóricas, empíricas e metodológicas versam sobre o momento conjuntural da expropriação e exploração da natureza pelo sistema capitalista nacional e internacional, com enfoque nos impactos negativos do agronegócio no ambiente, nos alimentos, nas águas, na saúde física/mental dos trabalhadores(as) e na população rural e urbana”, explicam os organizadores no material de divulgação.

 

Ao mesmo tempo, os estudos evidenciam a importância da Vigilância em Saúde e Ambiente de base territorial, bem como a necessária implementação da Vigilância do Desenvolvimento, com base nos fatores críticos e políticos basilares dos impactos negativos da cadeia produtiva do Agronegócio e no chamado à responsabilidade do Estado em defesa da vida humana e ambiental.

 

A obra contribui, ainda, para um olhar crítico ampliado dos leitores sobre os processos da cadeia produtiva do agronegócio (desmatamentos, fogo/queimadas, indústrias da madeira, pecuária, agricultura, transporte, armazenamento e agroindústrias), seus impactos negativos sócio-sanitário-ambientais e as análises sobre o papel do Estado brasileiro, que privilegia o capital e colabora técnica e politicamente com o agro, e, sobretudo sobre os movimentos de resistências das organizações populares e sindicais de trabalhadores(as) à colonização do mundo da vida pelo poder do capital para interferir radicalmente nos rumos deste país.

 

 

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind com Divulgação

 

 

Segunda, 07 Março 2022 14:58

 

A maioria das brasileiras e dos brasileiros (53%) é contra a reforma Trabalhista, aprovada no governo Michel Temer, em 2017, que aumentou a precarização das relações de trabalho no país e garantiu a rentabilidade das empresas.

A pesquisa feita pela Genial/Quaest e publicada pela Folha de S. Paulo mostrou ainda que 58% da população querem a revisão da Lei 13.467/2017, que alterou mais de 100 pontos da legislação trabalhista brasileira. Apenas 27% da população se mostraram a favor da contrarreforma.

O ANDES-SN, em unidade com diversas entidades, centrais sindicais, movimentos sociais e populares participou naquele ano de uma grande luta contra o projeto neoliberal, com mobilizações, atos e materiais sobre as consequências da aprovação da reforma Trabalhista no país.

A Lei nº 13.467 foi considerada, à época, inconstitucional por diversas entidades ligadas ao direito do trabalho, como a Frente Associativa da Magistratura e do Ministério Público (Frentas), o Ministério Público do Trabalho (MPT), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB Nacional), a Associação Brasileira de Advogados Trabalhistas (Abrat) e o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait) que, em nota, alertaram que a medida estaria "contaminada por inúmeras, evidentes e irreparáveis inconstitucionalidades e retrocessos de toda espécie, formais e materiais”.

Uma das alterações centrais da reforma Trabalhista é a de que os acordos coletivos de trabalho, definidos entre as empresas e trabalhadoras e trabalhadores, poderão se sobrepor às garantias previstas na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) - o chamado "acordado sobre o legislado" -, para prever, entre outras medidas, o parcelamento das férias em até três vezes, uma jornada de trabalho de até 12 horas diárias, trabalho intermitente, redução de salário, alterações no plano de cargos e salários, banco de horas e trabalho em casa. Um ano depois, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) incluiu o Brasil na "lista suja" de países devido à contrarreforma que viola a convenção e normas internacionais do trabalho.

Em 2020, com a pandemia da Covid -19, a imprensa do ANDES-SN conversou com o jurista e docente de direito do trabalho brasileiro da Universidade de São Paulo (USP), Jorge Luiz Souto Maior, sobre os efeitos da contrarreforma na vida das trabalhadoras e dos trabalhadores. Para ele, a lei "fragilizou sindicatos, ampliou a terceirização, legitimou o trabalho intermitente, dificultou o acesso à justiça dentre outras reduções de direitos". Com isso, segundo o jurista, "desequilibrou ainda mais as relações de trabalho em favor dos empregadores, servindo, inclusive, de estímulo ao descumprimento dos direitos restantes". Leia aqui a entrevista.

Teto dos Gastos
A mesma pesquisa revelou ainda que 40% da população é contra a Emenda Constitucional (EC) 95/16, chamada de Tetos dos Gastos, e 32% aprovam a medida. O apoio sobe de acordo com a renda: entre os que ganham até dois salários mínimos, 27% concordam com o limite nas despesas discricionárias da União. Na faixa de quem recebe entre dois e cinco salários, o apoio salta para 32%. Já entre os que ganham mais que cinco salários, chega a 40%.

A emenda é responsável por uma mudança constitucional, ocorrida no final de 2016, com a justificativa de fazer o governo economizar congelando investimentos em Saúde, Educação e outras áreas sociais até 2036, enquanto permanece o pagamento dos juros e amortização da dívida pública brasileira, que consome mais da metade do Orçamento do país.

Fonte: ANDES-SN (com informações da Folha de S. Paulo)

Quarta, 09 Fevereiro 2022 17:16

 

Sem reajuste há quase nove anos, as bolsas de estudo da pós-graduação no Brasil perderam 60% do poder de compra em decorrência da inflação acumulada no período, que foi de 63,47%. Para pressionar o governo federal a conceder o reajuste, a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) relançou a Campanha Nacional "Reajuste das Bolsas Já!", que conta com um abaixo-assinado virtual,  o qual já ultrapassou 62,7mil assinaturas.

Na próxima quinta-feira (10), a entidade realizará o Dia Nacional de Mobilização em defesa do reajuste, com ações para dialogar com a sociedade e para pressionar pela recomposição no valor das bolsas. Atualmente, as bolsas de mestrado e de doutorado da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)  são de R$ 1.500 e de R$ 2.200 ao mês, respectivamente.

Considerando a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC/IBGE), os valores deveriam ser reajustados para R$ 2.452,10 (para mestrandas e mestrandos) e R$ 3.596,41 (para doutorandas e doutorandos), considerando as perdas inflacionárias desde março de 2013, quando ocorreu o último reajuste.

“Não é razoável que um país das dimensões e potencialidades do Brasil, com uma economia de médio a grande porte, trate com tamanho descaso aqueles que são responsáveis por 90% da pesquisa científica produzida, justamente esses que podem ser a solução para tirar o país prolongada crise econômica que infelicita a nação”, afirma a entidade em texto do abaixo-assinado virtual.

A associação ressalta que a economia mundial atual tem como motor a Ciência e a Tecnologia (C&T), citando como exemplos a revolução 4.0, internet das coisas, nanotecnologia e inteligência artificial. A pandemia da Covid-19, destaca a entidade, evidenciou a necessidade vital das tecnologias próprias na Saúde, com insumos, pesquisa e técnica para produção de fármacos e vacinas, fundamentais para salvar a população.

“Nesse contexto, em que todo o mundo desenvolvido eleva à Ciência, Tecnologia e Inovação à questão de soberania, o governo brasileiro, deliberadamente, desmonta seu Sistema Nacional de C&T e condena seu ativo mais precioso – as pesquisadoras e os pesquisadores que produzem conhecimento – ao abandono, ao desemprego e à pauperização”, afirma a ANPG.

A entidade ressalta ainda que acredita na ciência como vértice para a reconstrução nacional por meio de um projeto de desenvolvimento. Um plano nacional, segundo a associação, que usufrua as potencialidades do país, retome um programa industrial baseado em tecnologia de ponta e inovação e traga de volta a perspectiva de progresso e bem-estar para o país.

Para reverter essa política de desmonte, a entidade aponta que há uma possibilidade de destinação dos recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), que por lei não podem mais ser contingenciados, para áreas essenciais e complementares como projetos estratégicos na área de Ciência e Tecnologia e reajuste de bolsas de estudos das pesquisadoras e pesquisadores.

Assine o abaixo-assinado aqui para apoiar a Campanha Nacional

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Fonte: ANDES-SN

Terça, 30 Novembro 2021 15:27

 

 

 

Pelo menos 52 pesquisadoras e pesquisadores ligados à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Ensino Superior (Capes) solicitaram desligamento de suas funções na diretoria de avaliação do órgão. Os ofícios com as renúncias coletivas foram encaminhados na última quarta (24) e nessa segunda-feira (29), segundo informação de O Estadão. Ainda de acordo com o veículo, novos pedidos de demissão podem ocorrer nos próximos dias.

Entre os motivos alegados estão a dificuldade de trabalhar seguindo padrões acadêmicos e que a Capes não tem atuado para defender a avaliação dos programas de pós-graduação. Afirmam também que existe uma "corrida desenfreada" para abertura de novos cursos de pós à distância.

Os pesquisadores e as pesquisadoras que renunciaram a seus cargos são das áreas de matemática e física. Na primeira, atuavam três coordenadores e 28 consultores. Já na segunda, eram três coordenadores e 18 consultores. Todos pediram demissão coletivamente. Com isso, a Capes terá de remontar do zero as duas equipes. "Gostaríamos de poder trabalhar com previsibilidade, respeito aos melhores padrões acadêmicos, atenção às especificidades das áreas e, principalmente, um mínimo respaldo da agência. Tais condições não têm se verificado nos últimos meses", informam, em documento publicado nesta segunda-feira comunicando a demissão.

Desmontes
Esta é a segunda demissão em massa em um órgão importante da Educação federal brasileira em menos de um mês. No início de novembro, cerca de 30 profissionais que atuavam na organização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) pediram demissão, a menos de duas semanas da realização das provas.

A Capes é uma agência de fomento à pesquisa do Ministério da Educação (MEC), que tem, entre as suas funções, a avaliação dos cursos de pós-graduação e a divulgação de informações científicas. Assim como outros da área da Educação, Ciência e Tecnologia, a Capes tem passado por um desmonte deliberado promovido pelo governo federal. Recentemente, o órgão atrasou o pagamento de bolsas de dois programas de apoio à formação de professoras e professores, deixando mais de 60 mil sem receber o auxílio.

Em julho, um apagão no sistema deixou por mais de dez dias diversas plataformas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) inacessíveis, entre elas as Plataformas Lattes (Currículo Lattes, Diretório de Grupos de Pesquisa, Diretório de Instituições e Extrator Lattes) e Carlos Chagas. 

 

Fonte: ANDES-SN (com informações do Brasil de Fato. Imagem: Divulgação).

 

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Sexta, 08 Outubro 2021 17:32

 Agricultor Marciano com parte da sua produção agroecológica

 

Embora o Agronegócio insista em afirmar que é tec, é pop, é tudo, no período em que o Brasil comemora a Semana da Agroecologia, que teve início no dia 03/10, há que se dizer: já está mais do que evidente que é preciso encontrar outras formas de produção agrícola. Aliás, um setor que cultiva commodities para exportação e não alimentos para matar a fome, só é um bom negócio para os latifundiários, porque empobrece o solo, o meio ambiente, as relações de trabalho e a sociedade como um todo, a partir das isenções fiscais que deixam de render valores expressivos aos cofres públicos – cerca de R$ 6,2 bilhões anualmente.   

 

O ensino superior, produtor de conhecimento, ciência e tecnologia, dentro das universidades - especialmente as públicas - é um dos encarregados de desmistificar a lógica desse tipo de produção, inserido no imaginário social com ajuda dos recursos midiáticos, apenas por interesses econômicos. Deve ser por isso que o Governo Federal, cúmplice da iniciativa privada, acaba de anunciar a “realocação” de 92% dos recursos destinados à Ciência para outras áreas.

 

Enquanto isso, as universidades se esforçam para devolver à sociedade um pouco do que ela investe na ciência. Em Sinop, por exemplo, o Projeto Gaia Rede de Cooperação para Sustentabilidade, desenvolvido no campus da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), tem plantado a semente da Agroecologia desde agosto de 2019. O público alvo são os trabalhadores terceirizados do campus, comunidades em risco de vulnerabilidade socioeconômica, pessoas da terceira idade, agricultores urbanos, periurbanos e rurais, assentados da reforma agrária, além de acadêmicos e estudantes da UFMT, Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), Escola Técnica de Sinop e comunidade em geral.

 

De acordo com a coordenadora, Rafaella Felipe, o principal objetivo do Projeto Gaia é a justamente a disseminação da Agroecologia. “O Projeto Gaia – Rede de Cooperação para a Sustentabilidade, inserido no contexto do Ensino, da Extensão e da Pesquisa, tem como objetivo estabelecer e fortalecer uma Rede de Produção e Comercialização de alimentos produzidos em transição agroecológica no âmbito da agricultura familiar rural e periurbana na região norte de Mato Grosso. A Agroecologia é uma ciência que integra conhecimento de diversas áreas, além de agregar também saberes populares e tradicionais, de comunidades indígenas e camponesas. Dessa forma, ela contribui para a consolidação em curto, médio e longo prazo de alguns dos objetivos de desenvolvimento sustentável, reduzindo as desigualdades”, explica a docente, que atua no Instituto de Ciências Naturais, Humanas e Sociais.

 

“Por meio da Agroecologia é possível trabalhar com ecossistemas livres de agrotóxicos como os inseticidas, o que favorece de forma impactante não apenas a produção vegetal, como também a produção animal como a meliponiculrura [produção de abelhas sem ferrão]. Em dez, das doze propriedades que receberão, ou já receberam os Sistemas Agroflorestais, serão instaladas caixas racionais de abelhas nativas sem ferrão. A professora Carmen Wobeto, especialista nesta área, atuará na formação de acadêmicos e produtores e trabalhará junto aos agricultores toda a cadeia de produção, com o controle de qualidade e comercialização do mel. Assim, além da produção vegetal agroecológica diversificada, estes agricultores terão outra fonte de renda, tão importante e valorizada não apenas em nossa região, mas também nacional e internacionalmente. É de grande importância compreender também os importantes e essenciais serviços ecossistêmicos que a meliponicultora trará para estas unidades de produção, entre elas, a polinização, que é essencial para produção de alimentos e para a manutenção das populações selvagens de plantas”, acrescenta a professora.

 

 Planejamento e formação para autonomia dos agricultores é um dos objetivos do Projeto 

 

Além de fomentar a meliponicultura e a produção de mel de abelhas nativa, o Projeto Gaia também tem como objetivos selecionar as propriedades em que poderão ser implantados os Sistemas Agroflorestais, como Unidades de Aprendizagem, com posterior levantamento da produção e comercialização dos produtos (cadastro socioeconômico) e mapeamento de uso e ocupação do solo, organizando um banco de dados geocodificados das propriedades mapeadas; promover e fortalecer a produção de frutas, hortaliças, raízes e tubérculos, grãos e plantas alimentícias não convencionais em transição agroecológica e dos produtos beneficiados pelos agricultores; propiciar a melhoria do processo de gestão para comercialização dos gêneros agroecológicos produzidos nas unidades atendidas pelo Projeto; e prestar atendimentos de base ecológica nas áreas de horticultura, fruticultura, fitopatologia e entomologia aos produtores e das comunidades público-alvo do Projeto.  

 

De acordo com Rafaella Felipe, o projeto destaca-se pela multi, inter e transdisciplinaridade, aspectos relevantes para a Agroecologia que, por princípio, abarca as dimensões ambiental, ética, cultural, financeira, técnico produtiva e política. “De forma aplicada, trabalhamos com a Agroecologia, junto a 12 propriedades de agricultores familiares, através da implantação de Sistemas Agroflorestais, com cultivos diversos, atuando em toda a cadeia de produção, deste o plantio, manejo agroecológico, gestão, sensibilização dos consumidores e comercialização dos alimentos produzidos e processados nas unidades produtivas. Outro grande diferencial do Projeto Gaia á a assistência técnica com foco na saúde do solo - solo saudável, planta saudável, ser humano saudável -, com técnicas que focam na manutenção da saúde desse solo e, consequentemente, na prevenção de doenças e pragas. Também tentamos contribuir com a autonomia dos agricultores, através das oficinas práticas de produção de bioinsumos, peletização [revestimento com biofertilizante e pó de rocha] de sementes, e dos demais manejos ecológicos, como cobertura de solo, adubação verde, melhor utilização dos recursos hídricos, consórcios de plantas entre outros”, destaca.

 

Visitas escolares às Unidades de Aprendizagem, promovidas por educadores da Escola Estadual Rural Florestan Fernandes 

 

Nesse sentido, uma grande parceira do Projeto Gaia é a Cooperativa dos Produtores Agropecuários da Região  Norte do Estado de Mato Grosso (Coopervia), localizada no Assentamento 12 de Outubro, em Cláudia, MT. Os agricultores da Coopevia foram os primeiros a implantarem a produção agroecológica, há quase dez anos, e foram a grande inspiração para o início do Projeto Gaia. 

 

Em tempo de pandemia, alerta a docente, é ainda mais urgente que a universidade aumente seus esforços para contribuir efetivamente como a redução das negativas consequências da pandemia para a população em risco de vulnerabilidade social, devido à redução da renda familiar, redução do consumo de alimentos saudáveis e maior exposição a doenças e transtornos psicossociais, sobretudo para os agricultores familiares, afetados drasticamente com a redução da comercialização de alimentos e diversas consequências de ordem material e psicossocial.

 

 

 

Por isso, além do trabalho presencial, como o plantio, manejo e a colheita dos alimentos, realizado sempre com respeito às medidas de segurança preconizadas pelos órgãos de saúde, o Projeto também mantém diálogo por meio das mídias virtuais, para planejamento, levantamento de demandas, estudo e avaliação das atividades (clique aqui para conhecer a página no Instagram - @ProjetoGaia2019).

 

Os cultivos são diversos: frutas, hortaliças, raízes, tubérculos, grãos, plantas condimentares, medicinais e plantas alimentícias não convencionais, comercializados até então na Feira Agroecológica do Cantasol. “O Cantasol é um outro Projeto de Extensão, organizado por professores da UNEMAT, que há oito anos auxilia na comercialização de produtos agroecológicos em Sinop, produzidos pelos cooperados da Coopervia. Estamos em fase de organização da Feira Agroecológica do Projeto Gaia, que receberá a produção das 12 propriedades e produção de demais agricultores em transição  que atendam os quesitos de transição agroecológica. Os produtos comercializados são todos produzidos nas hortas, quintais e nos Sistemas Agroflorestais dos agricultores beneficiados e também, os processados na agroindústria como pães, bolos, doces, compotas, macarrão, tortas, bolachas, biscoitos e produtos do extrativismo, como castanha-do-brasil”, concluiu Rafaella Felipe.

 

A professora lembra, ainda que o Projeto tem apoio do REM MT (REDD Early Movers Mato Grosso), uma premiação dos governos da Alemanha e do Reino Unido, por meio do Banco Alemão de Desenvolvimento (KFW), ao Estado do Mato Grosso, pelos resultados na redução do desmatamento nos últimos anos (2006-2015). O Programa REM MT beneficia aqueles que contribuem com ações de conservação da floresta, como os agricultores familiares, as comunidades tradicionais e os povos indígenas, e fomenta iniciativas que estimulam a agricultura de baixo carbono e a redução do desmatamento, a fim de reduzir emissões de CO² no planeta, é coordenado pelo Governo do Estado de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA), e tem como gestor financeiro o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO) - saiba mais aqui.

 

Mais informações sobre o Projeto Sustenntabilidade Gaia você também encontra em: UFMT SIEx - Gaia - Rede de Cooperação para a sustentabilidade - Enfrentamento à COVID-19

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Imagens: Equipe Gaia

Terça, 27 Julho 2021 20:27

 

 

Servidor do CNPq sai do ar e inviabiliza acesso a várias plataformas, entre elas o Currículo Lattes. Conselho ainda não informou sobre dados perdidos. FotoHerivelto Batista/MCTIC/Divulgação

Desde segunda-feira (26), diversas plataformas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) estão inacessíveis, entre elas as Plataformas Lattes (Currículo Lattes, Diretório de Grupos de Pesquisa, Diretório de Instituições e Extrator Lattes) e Carlos Chagas. Segundo informação do órgão, houve indisponibilidade do sistema. No entanto, áudios de servidores do Conselho, que circularam em redes sociais, informam que houve "queima de uma placa do servidor" e ainda não é possível saber a extensão do problema, nem quais dados foram perdidos.

“Não sabemos direito o que perdeu, se foram alguns segundos, horas, dias, a folha de pagamento está comprometida, pois vai ter que fazer processo manual. Tá um caos no CNPq", diz o áudio de uma conversa entre uma servidora e um docente, ao qual a imprensa do ANDES-SN teve acesso, mas não conseguiu comprovar a autenticidade.

Em um primeiro informe, o CNPq comunicou que seguia em esforço conjunto com o Ministério de Ciência, Tecnologia e Informação (MCTI) para reestabelecer o sistema. E declarou que todos os prazos estão suspensos e foram prorrogados. Procurado pela imprensa do ANDES-SN, o órgão não respondeu à solicitação de entrevista até o fechamento dessa matéria (17h).

Em outro comunicado divulgado em suas redes, o CNPq declarou que “o problema que causou a indisponibilidade dos sistemas já foi diagnosticado em parceria com empresas contratadas e os procedimentos para sua reparação foram iniciados”. Ainda segundo a comunicação social do Conselho, "o pagamento das bolsas implementadas não será afetado e os prazos de ações relacionadas ao fomento do CNPq, incluindo a Prestação de Contas, estão suspensos e, de ofício, serão prorrogados".

Rivânia Moura, presidenta do ANDES-SN, critica a situação e aponta que esse “apagão” nos dados do CNPq é consequência da precarização das condições de trabalho e infraestrutura no CNPq e do desfinanciamento que o órgão é alvo, desde o início do governo de Jair Bolsonaro. 

“O CNPq tem sofrido vários ataques e vem funcionando com recursos bastante reduzidos, especialmente em 2021. Isso também é mais um resultado do desmonte do órgão e tem grande impacto para a pesquisa pública brasileira. Esse apagão traz uma preocupação imensa”, aponta.

A presidenta do Sindicato Nacional lembra que, apesar das críticas ao produtivismo imposto pelas agências de fomento às e aos docentes e pesquisadoras e pesquisadores, as plataformas como a Lattes e Carlos Chagas servem como instrumento de buscas e informação e para que a população possa ter acesso ao conhecimento científico e acadêmico produzido no país com financiamento público.

“É inadmissível o que aconteceu no âmbito do CNPQ, com esse apagão no sistema, que inclui a plataforma Lattes, a qual agrupa informações sobre as pesquisas e pesquisadores do Brasil. Docentes das universidades públicas têm nesse sistema todas as informações sobre suas produções, sobre suas publicações e resultados de pesquisas. A possibilidade de perder esse enorme banco de dados é revoltante e lamentável. Caso se confirme, será um dano irrecuperável, porque é uma fonte muito importante de informações para toda a comunidade acadêmica, científica e para toda a população”, afirma.

“Embora tenhamos críticas ao produtivismo e às muitas imposições feitas pelos organismos que financiam a pesquisa no Brasil, não podemos desconsiderar que o banco de dados do CNPq é o retorno que damos para a sociedade e é a forma que as pessoas têm de acessar o resultado do nosso trabalho, do que temos produzido e que fica armazenado no sistema público do CNPq. Caso a ausência de backup se confirme, será uma perda muito grande para a pesquisa brasileira”, acrescenta.

Plataformas afetadas
Entre os sistemas afetados pelo “apagão” do CNPq estão as plataformas Lattes e Carlos Chagas. Além de disponibilizar currículos, dados e estatísticas da produção científica no Brasil por região, instituição, sexo e idade, a plataforma Lattes também divulga informações valiosas sobre programas de incentivo à pesquisa como bolsas; auxílios e prêmios.

Já a plataforma Carlos Chagas reúne dados sobre bolsas, auxílios, encaminhamento de projetos e pedidos de bolsas, andamento dos processos, emissão de pareceres, assinaturas de termos de concessão, relatórios técnicos e de prestação de contas, entre outras facilidades, para pesquisadores brasileiros e estrangeiros.


Leia também:

CNPq vai pagar apenas 12,8% das bolsas de pesquisas devido aos cortes orçamentários

 

Fonte: ANDES-SN (com imagem e informação do CNPq)

Segunda, 10 Maio 2021 11:16

 

O Brasil hoje reforça o desmonte da pesquisa científica exatamente numa conjuntura global em que a Covid-19 provou o quão crucial é a ciência para a humanidade. Neste ano, apenas 12,8% de 3.080 projetos de pós-doutorado no país vão receber bolsas de pesquisa científica. Somente 396 pesquisadores e pesquisadoras poderão dar continuidade a seus estudos acadêmicos. 

As bolsas para as e os profissionais são concedidas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), órgão ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), que viabiliza o avanço de pesquisas científicas no Brasil com o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic). 

O único edital lançado em 2021 reservou um montante orçamentário baixo para as bolsas, de apenas R$ 35 milhões. Entre as 4.279 propostas submetidas à análise do CNPq, 3.080 foram "avaliadas com mérito”, mas apenas 396 aprovados por conta de "limites orçamentários”, informou o Conselho.

A divulgação do resultado do edital surpreendeu as e os pesquisadores brasileiros que começaram a se organizar para tentar alguma reversão institucional da situação, cobrando respostas do governo. As e os pesquisadores denunciam que inúmeros projetos de pesquisas inovadoras deixarão de ser conduzidos, inclusive os relacionados ao desenvolvimento de fármacos para o combate da Covid-19. 

Além do corte brutal, os pesquisadores alertam, ainda, que nem mesmo o montante previsto de R$ 35 milhões foi liberado. "A chamada previa um total de R$ 35 milhões. Para as bolsas no país, foi aprovado o valor global de R$ 23,5 milhões. O saldo é para as bolsas no exterior, a serem divulgadas quando o cenário de pandemia for mais adequado”, justificou a coordenação de comunicação do CNPq.

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), vinculada ao Ministério da Educação (MEC), também tem passado por dificuldades orçamentárias e já precisou reduzir sua oferta de bolsas nos últimos anos.

Orçamento
O MCTI foi a pasta que sofreu o maior corte no orçamento federal, aprovado em 25 de março pelo Congresso Nacional, com uma redução de 29% dos seus recursos, em comparação ao ano de 2020. 

Diante da quantia absolutamente irrisória para a sustentação da produção científica nacional, o presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado Federal, Rodrigo Cunha (PSDB-AL), em conversa com o ministro do MCTI Marcos Ponte, disse que a saída para amenizar os cortes seria a liberação de verbas que estão represadas no Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). O Congresso Nacional aprovou, no final de 2020, um projeto de lei complementar impedindo o contingenciamento do fundo e sua utilização para outros fins que não a pesquisa científica. O presidente Jair Bolsonaro, porém, vetou esses dispositivos da lei, e os recursos do FNDTC seguem represados.

Fonte: ANDES-SN (com informações de DW)

Terça, 28 Julho 2020 12:45

 

Epicovid19-BR revelou que real número de infectados pode chegar a 8 milhões

Foto: Divulgação/Governo Federal

 

Levantamento com maior número de indivíduos testados para o novo coronavírus no mundo, coordenado pelo Centro de Pesquisas Epidemiológicas da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel), apontou uma incidência de 3,8% da população brasileira, o que representa cerca de 8 milhões de pessoas infectadas pelo vírus até o dia 24 de junho. No mesmo período, as secretarias estaduais de saúde apontavam 1,2 milhão de casos confirmados.

A pesquisa, realizada em três fases e abrangendo 133 cidades brasileiras, estimou o alcance e a proporção real de pessoas infectadas e, ainda, avaliou a velocidade de expansão no país. Foram entrevistadas e testadas, em suas casas, quase 90 mil pessoas. De acordo com o coordenador geral do estudo e reitor da Ufpel, Pedro Hallal, as estatísticas oficiais são baseadas em casos confirmados, os quais representam apenas uma parcela do total de contaminados. "Queremos enxergar para além dessa pequena parte aparente, que são os casos notificados, e conhecer a real proporção de pessoas atingidas pela infecção", explicou Hallal no início do levantamento, em maio deste ano.

A decisão do Ministério da Saúde em não renovar o contrato com a Epicovid19-BR foi comunicada no início da semana. Em nota, a pasta afirmou que as três etapas previstas da pesquisa Epicovid19-BR foram executadas, conforme estava previsto no Termo de Execução Descentralizada (TED) firmado com a Ufpel. E que dará a "continuidade a estudos de inquérito epidemiológico de prevalência de soropositividade na população". Porém, o MS não especificou se seria por "outra instituição ou PNAD Covid, pelo IBGE".

Segundo a assessoria do Centro de Pesquisas Epidemiológicas da Ufpel, a expectativa era que o contrato fosse renovado para dar continuidade à pesquisa, ainda mais neste momento da pandemia que conta com mais de 80 mil mortes por Covid-19. "Como os gestores e a sociedade, vão ter conhecimento da real dimensão da pandemia? Os casos notificados são apenas uma parcela pequena, ínfima, da realidade dos casos na população".

Epicovid19-BR
A primeira fase da Epicovid19-BR foi realizada entre os dias 14 e 21 de maio, totalizando 25.025 entrevistas e testes; a segunda fase realizou-se entre os dias 04 e 07 de junho, com 31.165 entrevistas e testes; e a terceira fase ocorreu entre os dias 21 e 24 de junho, totalizando 33.207 entrevistas e testes. 

Já levando em consideração a taxa de falsos positivos e falsos negativos do teste rápido utilizado, o percentual da população com anticorpos foi de 1,9% (1,7% a 2,1% pela margem de erro) na primeira fase; 3,1% (2,8% a 3,4% pela margem de erro) na segunda fase; e 3,8% (3,5% a 4,2% pela margem de erro) na terceira fase da pesquisa. O aumento da primeira para a segunda fase foi de 53% e da segunda para a terceira fase foi de 23%.

Os resultados mostraram que, de cada 100 pessoas que têm o vírus, uma acaba indo a óbito. O número de pessoas infectadas aumenta proporcionalmente conforme diminui o nível socioeconômico.

Embora não haja diferença no risco de contrair a infecção entre homens e mulheres ou por grupos etários, a severidade da Covid-19 tende a ser maior nas faixas de idade mais avançadas. Em relação à cor da pele, houve maior proporção de positivados para anticorpos entre as populações autodeclaradas indígenas (5,4%), parda (3,1%), preta (2,5%), amarela (2,1%) e branca (1,1%).

 

Fonte: ANDES-SN

Sexta, 17 Julho 2020 14:33

 

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Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
 
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Por José Domingues de Godoi Filho *

 
A despeito dos esforços hercúleos e práticas abomináveis de reitores, capachos do MEC, para impor práticas de “flexibilização das aulas presenciais”, houve rejeição   pela ampla maioria das Instituições Federais de Ensino Superior. Para os argumentos muito utilizados do tipo - “ o bom senso precisa prevalecer porque  as TICs (Tecnologias de Informação e Comunicação) são realidade palpável e um centro formador que se considera excelência não pode prescindir desta ferramenta de ensino e aprendizagem, que está anos-luz à frente do giz, mas que pode perfeitamente com ele coexistir”, é importante,  que fique bem claro, que ninguém, que se posicionou contrário ao MEC, propôs resgatar as práticas do ludismo, na Inglaterra do século XVIII.
 

Com a enorme rejeição, em 16 de junho de 2020, o MEC emitiu uma nova Portaria (nº 544), dispondo sobre a substituição das aulas presenciais por aulas em meios digitais, enquanto durar a situação de pandemia do nova corona vírus - Covid-19. Revogou portarias anteriores e estendeu o período de autorização até 31de dezembro de 2020.

 

Em 15/07/2020, a Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (SERES), do Ministério da Educação (MEC) informou “ que em parceria com o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), está conduzindo uma pesquisa para monitoramento das portarias publicadas este ano, para regulamentar a substituição das aulas presenciais por aulas em meios digitais enquanto durar a situação de pandemia de Covid-19.”

 

Com o apoio e colaboração de seus lacaios, a parceria SERES-CGEE está “convidando” estudantes e professores a se cadastrarem na plataforma de pesquisa e preencher o questionário. Isso depois de prorrogarem o prazo vencido em 11/07 e, desistirem do pedido que haviam feito para que as instituições informassem os dados de seus professores e alunos. Os links foram disponibilizados nessa quarta-feira (15/7).

 

Para participar, é necessário que o estudante tenha estado matriculado no primeiro semestre de 2020, e que o professor tenha atuado em instituições de ensino superior também no primeiro semestre de 2020.Contudo, o acesso ao formulário e seu conteúdo só se dará se for efetuado o cadastro. Uma estranha e capciosa maneira de fichar os envolvidos, com objetivos amplamente conhecidos de governos como o atual, que persegue as universidades; é negacionista e terraplanista; promove redução do orçamento para educação, ciência e tecnologia; intervém na escolha de dirigentes e ataca à liberdade de cátedra.
 

As antigas Assessorias de Segurança Interna (das quais sou testemunha e prejudicado por uma delas) existentes nas universidades públicas, no tempo da ditadura, se apresenta agora de diferentes formas, uma das quais a parceria MEC(SERES)-MCTI (CGEE) parece ser um exemplo a ser vencido.
 

O MEC e seus lacaios ocupantes (ou pretensos) de cargos nas universidades, ao invés de aproveitar a suspensão das aulas para uma reflexão da educação superior e debater rigorosamente os currículos e a formação profissional nos diferentes cursos oferecidos pelas universidades, tendo como referência a evolução das atuais profissões e da criação de outras, em função da evolução tecnológica e das demandas da sociedade para os próximos anos, insiste em piorar as condições de formação de pessoal com a “flexibilização das aulas presenciais”, priorizando a formação de “gorilas amestrados” e profissionais apertadores de botões, alienados e coisificados.

 

Da mesma maneira, o MCTI deveria, dentre outros, explicar o acordo que fez com a empresa norte-americana CISCO System para “acelerar a transformação digital brasileira”, sem licitação, sem chamamento público, sem audiência pública e sem transparência; e, não fazer parcerias para resgatar, de forma capciosa, a provável elaboração de uma nova “lista de subversivos”. Quanto aos lacaios ocupantes de cargos nas universidades, cabe à comunidade universitária denunciá-los e enfrentá-los.

 

*Professor da Universidade Federal de Mato Grosso – Faculdade de Geociências