Quarta, 03 Abril 2024 17:12

 

Homenagens foram concedidas pela universidade entre 1964 e 1981

Na segunda-feira (1), o Conselho Universitário (COUN) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) se reuniu para uma sessão extraordinária com uma pauta única: a cassação dos títulos “Honoris Causa” concedidos pela instituição aos ex-presidentes da república durante a ditadura empresarial-militar, Humberto Castelo Branco, Artur Costa e Silva e Ernesto Geisel.

De acordo com a Secretaria dos Órgãos Colegiados a UFPR havia concedido os títulos de doutor "Honoris Causa" aos ex-presidentes militares durante o período ditatorial: a Humberto de Alencar Castelo Branco em 31 de julho de 1964, a Artur Costa e Silva em 18 de setembro de 1968 e a Ernesto Geisel em 13 de janeiro de 1976. Com 40 votos favoráveis e três contrários, o Conselho Universitário revogou as homenagens.

Em 5 de março deste ano, o Conselho Universitário (Consun) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) decidiu, por unanimidade, cassar os títulos de Doutor Honoris Causa dos ditadores Jarbas Gonçalves Passarinho e Emílio Garrastazu Médici. A cassação foi resultado do trabalho da Comissão para Implementação de Medidas de Memória, Verdade e Justiça (CMVJ) da UFPel e representa uma reparação histórica e mais um passo para estabelecer a verdade e a memória sobre o impacto do regime ditatorial nas universidades federais.

Diversas universidades do país passaram a criar Comissões da Verdade, a partir do trabalho da Comissão Nacional da Verdade (2012 a 2014), o que já resultou na revogação de outros títulos Honoris Causa concedidos a ditadores, como é o caso da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que também cassaram o título dado ao coronel Passarinho.

ANDES-SN na luta por verdade, memória, justiça e reparação

Dando continuidade à luta por verdade, memória, justiça e reparação – especialmente nos espaços acadêmicos -, o 42º Congresso do ANDES-SN, realizado de 26 de fevereiro a 1º de março, aprovou que o Grupo de Trabalho História do Movimento Docente (GTHMD) do ANDES-SN realize, em junho deste ano, o seminário "60 anos do Golpe de Estado de 1964 - Memória, Verdade, Justiça e Reparação". Em parceria com o Grupo de Trabalho de Política e Formação Sindical (GTPFS), também organizará um módulo do Curso Nacional de Formação Sindical, marcando as seis décadas da ditadura empresarial-militar no país, no primeiro semestre de 2024. 

A categoria docente irá também reivindicar, do governo federal e das Reitorias, a criação de um lugar de memória sobre a ditadura, assim como a criação de um local de homenagem dentro do Espaço de Memória do ANDES-SN, na sede do Sindicato, para aprofundar os estudos e debates para a criação de um Memorial em homenagem às e aos docentes e todas e todos os exilados, presos, assassinados e desaparecidos pelo regime ditatorial e as e os vitimados pelas inúmeras formas de violência e repressão, com destaque às e aos docentes negros, indígenas, ciganos, LGBTQIA+.


Fonte: Andes-SN (com informações do Brasil de Fato)

Quarta, 13 Setembro 2023 08:12

 

Há exatos 50 anos, o governo socialista e democrático do chileno Salvador Allende foi alvo de um sangrento golpe de Estado por parte das Forças Armadas do país, lideradas pelo general Augusto Pinochet com apoio do governo estadunidense. O país se juntava, então, a outros vizinhos latino-americanos, que estavam sob o controle de ditaduras, como era o caso do Brasil desde 1964.

O ataque daquela manhã de 11 de setembro de 1973 resultou na morte do presidente do Chile e em quase duas décadas de um governo autoritário, que restringiu direitos sociais e liberdades democráticas e foi responsável pelo assassinato, tortura e desaparecimento de mais de 40 mil pessoas.  

A ditadura de Pinochet se caracterizou por destruir o sistema democrático, encerrar os partidos políticos, dissolver o Congresso Nacional, restringir direitos civis e políticos e violar direitos humanos básicos. No plano internacional, ficou marcada por integrar a Operação Condor, uma aliança entre ditaduras da América do Sul para reprimir opositores políticos, e pelo alinhamento com os Estados Unidos no contexto da Guerra Fria. 

“Como todos nós sabemos, o dia 11 de setembro de 1973 marca um episódio triste na história do Chile, mas também na história da América Latina. O governo popular e socialista de Salvador Allende foi derrubado por um golpe fascista de militares, empresários e com um forte e indubitável apoio do imperialismo norte-americano. E começou para o Chile, mas também para a América Latina, e possivelmente em escala mundial, o ciclo do neoliberalismo. O neoliberalismo chegou no Chile, e no mundo, de mãos dadas com um governo fascista”, destacou Luís Acosta, 2º vice-presidente do ANDES-SN e encarregado de Assuntos Internacionais do Sindicato.

Foram 17 anos até que o Chile voltasse a ter eleições presidenciais e os militares deixassem o poder. Mas as heranças sombrias desse período continuam a se fazer presentes na sociedade chilena.

“O dia 11 de setembro é uma data de suma relevância para todas e todos nós que lutamos, não só por democracia, mas em respeito à autodeterminação popular, à tomada de rédeas do destino da vida e da política da parte de todos os povos. Esses cinquenta anos devem trazer à tona, inclusive nas lutas que nos colocamos no Brasil, a importância da defesa de memória, verdade, justiça e reparação pelas vítimas de todos os regimes de caráter ditatorial e de natureza empresarial- militar que ocorreram na América Latina”, afirma o presidente licenciado do ANDES-SN, Gustavo Seferian, que integra a Comissão Nacional da Verdade do Sindicato Nacional.

Após o fim do governo ditatorial, com a eleição do primeiro presidente civil em 1990, o Chile buscou avançar na luta por memória, verdade, justiça e reparação dos crimes cometidos durante o governo Pinochet. No entanto, o Brasil não vivenciou esse avanço em julgar e punir os crimes da ditadura empresarial-militar como foi feito em alguns países latino-americanos. 

“Nós não tivemos de forma alguma a responsabilização efetiva dos agentes de Estado que praticaram crimes de lesa-humanidade contra a população brasileira, contra militantes sociais, contra trabalhadores e trabalhadoras, contra a população pobre de nosso país, que foi certamente a mais acometida pelas políticas de classe e de favorecimento à burguesia que se deram nesses governos. E uma Comissão Nacional da Verdade que proporcionou avanços tímidos, sem a possibilidade de revisão da Lei da Anistia, que interdita a possibilidade de uma lida efetiva com os casos mais diversos não só de mortes, torturas, prisões indevidas mas também o arrocho salarial, a precarização das condições de vida, a ação de grupos de extermínio, entre outras tantas formas de ação que esse desenho empresarial-militar proporcionou em nosso país”, explica Seferian. 

Por isso, segundo presidente licenciado do ANDES-SN, é importante também marcar essa data no Brasil. “Tomar o exemplo do que foram essas experiências latino-americanas, dentre as quais o Chile, mas também a Argentina, também o Uruguai, que avançaram muito nas questões de justiça de transição, numa efeméride como essa, dos 50 anos do golpe orquestrado por Pinochet, pela agência imperialista estadunidense, pelo empresariado e pelos Chicago Boys no Chile, é algo que coloca a urgência de que políticas dessa natureza possam ser implementadas também no nosso país”, ressalta.

Dificuldades em superar as heranças de Pinochet

Apesar do Chile ter conseguido consolidar avanços na luta por memória, verdade, justiça e reparação das vítimas do governo ditatorial, as forças de extrema-direita vem ganhando espaço no país e o atual governo têm encontrado dificuldades para substituir uma Constituição no governo Pinochet, vigente até hoje.

Em outubro de 2019, grandes mobilizações populares resultaram na convocação de um plebiscito em 2020, em que 78,27% dos votos decidiram pela criação de uma nova Constituição superando, especialmente, as medidas neoliberais presentes no texto imposto pela ditadura de Pinochet.

Em 2021, Gabriel Boric, da coalizão “Frente Ampla”, venceu as eleições presidenciais e iniciou o mandato em 2022.  Em setembro do ano passado, o texto da nova Constituição, considerada progressista por conter medidas como o reconhecimento de direitos reprodutivos, foi votado em um plebiscito marcado por uma virulenta campanha de setores de direita e rejeitado por 62% da população. A situação colocou o país em um novo impasse: ao se manter preso em normas e direitos definidos em 1980, a partir de preceitos neoliberais, não resolve entraves históricos que bloqueiam a efetivação de direitos sociais básicos, como um sistema de seguridade social público. Simbolicamente, também não consegue dar um passo importante para enterrar os vestígios da ditadura que assolou o país durante 17 anos.

“As marcas que esse governo fascista, que essa ditadura deixou no Chile, ainda estão presentes. Infelizmente, o governo que foi eleito para enfrentar esta marca, não tem conseguido avançar na reforma da Constituição, foi derrotado no plebiscito e agora enfrenta a possibilidade de fazer essa reforma com uma maioria de ultradireita. O governo tem tido enormes dificuldades de articulação política para poder avançar, para efetivamente encerrar esse ciclo do neoliberalismo, que se abriu com o golpe de 1973”, avalia Acosta.

Fonte: Andes-SN (com informações da Agência Brasil)

Quinta, 13 Abril 2023 10:17

 

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Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
 
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                                                                                                              Maria Adenir Peraro
Professora Aposentada da UFMT

 


Minha participação no arquivo da ADUFMAT,como voluntária, iniciou-se em  2017, quando participei da Gestão: ADUFMAT DE LUTA, Autônoma e Democrática(2017-2019), na condição de  Diretora de Assuntos de Aposentadoria e Seguridade Social.[1]

Durante esta gestão, recebi  a incumbência de verificar as condições do arquivo  e de registrar a trajetória histórica da ADUFMAT para a elaboração de um vídeo documentário em  comemoração aos 40 anos desta Seção Sindical.

Assim, elaborei no início do ano de 2017, o  projeto de pesquisa denominado, ADUFMAT: 40 ANOS DE HISTÓRIA E MEMÓRIA (1978-2018), que impulsionou a abertura de  04 principais atividades,  como  segue:

1)-Arrolamento dos documentos sobre as Diretoria se suas respectivas composições, isto porque até aquele momento, existia apenas uma lista dos nomes dos presidentes da ADUFMAT. Foi necessário localizar as atas de posse das Assembleias mediante a higienização e realocação em caixas adequadas. Para tanto, contei com o trabalho da historiadora, mestre, Neila Maria de Souza Barreto que por vezes retirou-as de caixas de papelão, no piso, devido a falta de espaço no armário de ferro deslizante.

2)- Entrevistas junto aos professores que presidiram a ADUFMAT e, na continuidade, a coleta de depoimentos dos militantes históricos (docentes associados /sindicalizados que contribuíram para a fundação e refundação da ADUFMAT nos finais da década de 1970 e início da década de 1980, respectivamente). Estes depoimentos, foram transcritos com dupla finalidade: compor a narrativa de um livro sobre a perspectiva histórica da ADUFMAT e, de outro, transformá-los em fontes de pesquisa para futuros estudos.

3) Publicação em 2019 do livro “ADUFMAT SSind - 40 anos: História e Memória (1978-2018).

4) Contribuição para o vídeo documentário “ADUFMAT 40 anos....”, lançado em 2019mediante o levantamento sobre a composição das Diretorias da ADUFMAT(1978-2018), realizado junto as atas.

Cumpridas estas atividades, como historiadora, passei a me preocupar com a necessidade de  uma intervenção mais ampla junto a massa documental depositada no arquivo da OCA,  visando seu acesso ao público.

Neste sentido, o desenvolvimento das etapas a seguir, revela minha preocupação com a documentação do arquivo como um todo rumo à sua classificação e digitalização, de maneira a ser disponibilizado para consulta para que a atual e futuras gerações de docentes e discentes, tenham acesso aos documentos para pesquisar a respeito da história do movimento docente local, regional e nacional.

O importante passo: diálogo com o Centro de Documentação do ANDES-SN (CEDOC)

A partir do início de 2019 o diálogo com o CEDOC e a contratação de uma consultora, a historiadora com prática em arquivo professora Ilza Paião, foram fundamentais para a gestação de um Plano de Gestão Documental da ADUFMAT-SSIND.

Após estudos e experimentações, foi colocado à disposição em julho de 2019 um Plano de Gestão Documental para o gerenciamento e normalização da massa documental do arquivo da ADUFMAT.[2]

O referido Plano de Gestão documental e foi apresentado para a Comissão Permanente de Avaliação de Documentos (CPAD) com aprovação na reunião de 03 de dezembro de 2019.[3]

Como parte da gestão do Plano de Gestão Documental, um dos resultados foi a elaboração e a apresentação no final do ano de 2019, de um  Plano de Classificação dos Documentos da ADUFMAT-SSIND, voltado para os documentos históricos, políticos e sindicais.[4]

O referido Plano,  ao ser colocado em prática passou por várias adaptações, conforme as caixas originais foram sendo abertas e os documentos sendo “descobertos”. 

Adaptações estas possíveis de serem observadas na denominada Tabela de temporalidade, por sua vez, imbricada no próprio processo histórico da ADUFMAT ao revelar os eventos, as relações e as parcerias estabelecidas, as decisões tomadas frente aos embates políticos e às políticas econômicas advindas de governos democráticos, liberais e de extrema direita das últimas quarenta décadas e meia.

O impacto provocado pela pandemia do COVID 19 no início do ano de 2020, influenciou igualmente as atividades junto ao arquivo levando a uma adaptação à nova realidade mediante o trabalho realizado office home.

O  retorno  do trabalho dos colegas professores, em 2022, forjou a reconfiguração da Comissão Permanente de Avaliação de Documentos (CPAD) e a aprovação pela eliminação de documento sem conformidade com a Tabela de Temporalidade dos Documentos da ADUFMAT- SSIND. [5]

Destaque  deve ser dado à Tabela de Temporalidade que permitiu a eliminação de  450 kilos de documentos, distribuídos em várias caixas.

Por sua vez, a aplicação o Plano de Classificação resultou em 388 caixas de documentos classificados (manuscritos, impressos e filmagens), por sua vez alocados no arquivo permanente da ADUFMAT e aptos para serem digitalizados.

Para finalizar, devo dizer que a partir de então, a ADUFMAT poderá planejar o espaço físico onde encontram-se os documentos (manuscritos, impressos, fotográficos e filmagens), a um outro patamar: o patamar, não mais de almoxarifado, e sim de arquivo, e no futuro não distante, num Centro de Documentação nos moldes de outras seções sindicais do ANDES-SN.

Com o mesmo sentimento de motivação com que iniciei e desenvolvi o trabalho no arquivo, ao afastar-me, levo comigo a certeza de, ainda que sejam  encontradas falhas, procurei dar o meu melhor como historiadora e como sindicalizada.

Levo todo meu agradecimento à: professora Ilza Paião, pelas primordiais orientações no trato com a documentação; às bolsistas que comigo “colocaram a mão na massa”, principalmente durante a pandemia do COVID 2019; às Diretorias da ADUFMAT pela confiança depositada em meu trabalho; aos colegas membros da Comissão Permanente de Avaliação de Documentos, pelo apoio durante as etapas do trabalho, como a do Plano de Classificação aqui comentado.

 


Profª. Drª. Maria Adenir Peraro

Presidente da  Comissão Permanente de Avaliação de Documentos da ADUFMAT-SSIND

Cuiabá, abril de 2023.

 

 


[1] Minha permanência junto ao arquivo atravessou  03 gestões diretoras da ADUFMAT: Gestão Adufmat de Luta, Autônoma e Democrática (2017-2019); Gestão Luto pela Universidade Pública (2019-2021)Gestão Pedro Casaldáliga: Por uma ADUFMAT de Luta, Autônoma e Democrática (2021-2023).
 

[2] O Plano de Gestão Documental da ADUFMAT é composto pelos seguintes instrumentos:Manual de Gestão Documental; Tabela de Temporalidade dos Documentos; Plano de Classificação dos Documentos; Etiquetas padrão para arquivos correntes; Termo de transferência de Documentos; Formulário de Proposta de Atualização da Tabela de Temporalidade de Documentos e Listagem e Eliminação de Documentos.

[3] Nesta data integravam a CPAD criado em meados de 2019, as professoras: Maria Adenir Peraro (presidente), Ilza Paião (arquivista); Neila Maria de Souza Barreto e Quelce Yasmashita;Maria Clara Vieira Weiss  e professores Sérgio Brasil Nazário Scala; Vicente Machado de  Ávila. Esta Comissão, extinguiu-se em decorrência da pandemia do COVID 19.

[4] Um dos critérios estabelecidos, foi priorizar a aplicação  do Plano de Classificação junto à massa documental impressa, manuscrita e imagética da ADUFMAT, do período de sua fundação às Comemorações dos 40 Anos (1978-2018). E deixamos para uma segunda e terceira etapas, a classificação das fotografias, a Gestão de Contabilidade e aGestão de Pessoal.

[5] Em Assembléia da ADUFMAT no segundo semestre de 2022, a CPAD passou a ser composta pelas professoras: Maria Adenir Peraro (presidente); Maria Clara Weiss (Instituto de Saúde Coletiva); Marlene Menezes (Departamento de História) e professores Flávio Ferreira Paes Filho (Departamento de História) e Waldir Bertúlio (Instituto de Saúde Coletiva). Agregaram-se no decorrer do citado ano, as professoras Nilza de Oliveira Sguarezi (Departamento de Ensino e Organização Escolar); Adriana Queiros do Nascimento e Meire Rose dos Anjos Oliveira (ambas do Departamento de Geografia).  

Quarta, 21 Setembro 2022 17:05

 

Entrou em nova etapa o projeto “Levantamento, Classificação, Catalogação e Digitalização do Arquivo da ADUFMAT-Ssind” (1978-2018), do atual Centro de Documentação da Adufmat-Ssind, que coloca em prática as preocupações da atual Diretoria Colegiada e de todas as gestões anteriores, com a valorização da preservação da memória da luta docente na UFMT no âmbito da defesa da universidade pública.

 

Mediante o acompanhamento voluntário da professora Maria Adenir Peraro, aposentada pelo Departamento de História da UFMT, o projeto está sendo desenvolvido com a participação de três bolsistas do Departamento de História e consultoria da professora Ms. em História, Ilza Paião. 

 

O projeto, que já passou por algumas fases, entra agora na importante etapa da eliminação de documentos constantes na Listagem de  Eliminação de Documentos n. 01/2022,  conforme aprovação na data de 12 do corrente mês, por parte da Comissão Permanente de Avaliação de Documentos da ADUFMAT-Ssind., integrada pelos professores da UFMT Flávio Ferreira Paes, Marlene Menezes, Maria Clara,  Weiss,  Maria Adenir Peraro (presidente da Comissão), Waldir Bertúlio e pela historiadora e  consultora, professora Ilza Paião.      

 

Os documentos a serem descartados estarão à disposição de docentes e da comunidade universitária durante o corrente mês para apreciação e, se houver interesse, para retirada, como doação da Adufmat- Ssind.

 

Ao avançar, o projeto vem reafirmar a importância do Centro de Documentação da Adufmat-Ssind como um dos espaços de pesquisa histórica e de preservação da memória das lutas da classe trabalhadora no país.  

 

                                                                  

Coordenação do Centro de Documentação da Adufmat-Ssind.

Cuiabá, 20 de Setembro de 2022

 

 

 

Segunda, 01 Agosto 2022 18:15

 

 

Estudantes da Unisinos cobram retomada de todos os programas de pós-graduação. Foto: tt/LutoPPGUnisinos

 

Nessa terça-feira (26), estudantes da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), no Rio Grande do Sul, realizaram um protesto na instituição contra o fechamento de 12 dos 26 programas de pós-graduação  (PPGs) da instituição. A decisão foi confirmada na última sexta-feira (22) e resultará no encerramento de vários programas de mestrado e doutorado e demissão de docentes.

As e os estudantes cobraram a permanência, ou retomada imediata, de todos os programas de pós-graduação da Unisinos e abertura de mesa de reavaliação estrutural da pós-graduação, com participação de representantes do corpo discente e do corpo docente. E, ainda, a readmissão imediata de docentes demitidos que coordenam projetos de pesquisa e/ou orientam bolsistas, no mínimo até o fim dessas pesquisas e dos trabalhos em andamento.

Após caminhada pela universidade, representantes do movimento estudantil e do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Unisinos foram recebidos pela reitoria. Segundo informe divulgado pelo DCE em suas redes sociais, houve o compromisso da reitoria de não pautar a extinção dos cursos de pós-graduação na reunião do Conselho Universitário que ocorreria nessa quinta (28). “Embora a Reitoria já tenha anunciado a "descontinuidade" dos cursos, o tema vai ter que ser pautado e votado no Consun. E isso não acontecerá na quinta”, divulgou a representação estudantil.

Encerramento dos programas
Na sexta-feira (22), Unisinos divulgou um comunicado confirmando as áreas cujos programas de pós-graduação seriam atingidas pelos cortes. A instituição pretende extinguir os PPGs de História, Linguística aplicada, Comunicação, Psicologia, Biologia, Ciências Sociais, Economia, Geologia, Ciências Contábeis, Arquitetura, Enfermagem, Engenharia Mecânica.

De acordo com a instituição, “o contexto do ensino superior brasileiro mudou radicalmente ao longo dos últimos anos. Houve significativa redução do número de matrículas, resultado da crise econômica do país, da redução expressiva de financiamento público para o ensino superior e da pandemia”.

Bolsas da Capes
De acordo com reportagem do portal Matinal Jornalismo, a Unisinos conta atualmente com 754 atuais bolsistas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). E de 2021 para 2022, 110 novas bolsas da Capes foram destinadas à instituição. A informação foi repassada ao Matinal pela assessoria do órgão federal. O investimento total soma R$ 15,4 milhões só neste ano, R$ 1 milhão a mais que em 2021. Entre os PPGs extintos pela Unisinos está o de Comunicação, criado em 1994, que tem conceito 6 da Capes, em um índice que vai até 7. Todos os outros programas têm conceito 4 ou 5, considerados bons índices.

Repúdio e solidariedade do ANDES-SN
O ANDES-SN divulgou nesta sexta (29), nota na qual repudia a decisão da Unisinos, a qual, segundo a entidade, “desrespeitou compromissos assumidos com a sociedade brasileira, com o Sistema Nacional de Pós-Graduação e, mais do que isso, trata-se de um profundo desrespeito para com o(a)s estudantes e trabalhadore(a)s ligado(a)s a esses programas e que vinham, há décadas, contribuindo com a pesquisa no país.”

“A decisão unilateral da administração da Unisinos desmantela redes de pesquisa, fluxos de trocas de conhecimento e de formação, além do irreparável impacto nas vidas das pessoas diretamente envolvidas, como pesquisadore(a)s docentes, pesquisadore(a)s em formação e trabalhadore(a)s técnico(a)-administrativo(a)s”, afirma a nota.

A diretoria do Sindicato Nacional ressalta ainda que a medida não está apartada de uma política que expressa o negacionismo, o obscurantismo e de desmonte da ciência e tecnologia do Brasil, tutelada pelo governo federal, que tem se colocado como inimigo da educação e da liberdade de cátedra. “Este ataque aos direitos do(a)s pesquisadore(a)s e do desenvolvimento da pesquisa expressa a fragilidade da concepção de uma educação voltada aos interesses do mercado e não comprometida com os interesses efetivos da população brasileira e daquele(a)s que a produzem”, ressalta o documento.

O ANDES-SN expressa ainda seu apoio e solidariedade às trabalhadores, aos trabalhadores, às pesquisadoras e aos pesquisadores da Unisinos e cobra o imediato retorno dos programas de pós-graduação da instituição. Leia aqui a íntegra da nota. 

 

Fonte: ANDES-SN (com informações do DCE Unisinos, Matinal Jornalismo e Jornal VS. Fotos: twitter.com/LutoPPGUnisinos)

Quarta, 11 Maio 2022 10:06

 

Mediante o acompanhamento voluntário da professora Maria Adenir Peraro, aposentada pelo Departamento de História da UFMT (centro da foto), o projeto está sendo desenvolvido com a participação das bolsistas Rayanne Gonçalves de Cássia e Silva (à esquerda da foto) e Rebeca Júlia Silva de Almeida (à direita da foto)

 

O projeto “História e Memória da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso” - ADUFMAT- SSIND, que redundou, em 2018, na publicação de um livro sobre a história do Movimento Docente (Entrelinhas, 2018), teve desdobramento.  

Desde o ano de 2019, e inclusive durante a pandemia da COVID, as diretorias da ADUFMAT-SSIND passaram a implementar o projeto: “Levantamento, Classificação, Catalogação e Digitalização do Arquivo da ADUFMAT”, que coloca em prática as preocupações de todas as gestões anteriores com a valorização da preservação da memória da luta docente na UFMT.

O referido projeto visa garantir e facilitar o acesso de pesquisadores, sindicalizados e demais interessados à memória das experiências docentes no âmbito da defesa da universidade pública e das lutas do movimento docente nacional, coordenado pelo ANDES-SN.

Mediante o acompanhamento voluntário da professora Maria Adenir Peraro, aposentada pelo Departamento de História da UFMT, o projeto está sendo desenvolvido com a participação das bolsistas Rayanne Gonçalves de Cássia e Silva (Bacharelado em Arquivologia) e Rebeca Júlia Silva de Almeida (Graduanda em Engenharia da Computação), e consultoria da professora, Mestre em História, Ilza Paião. 

 

Professora Maria Adenir Peraro no arquivo deslizante da Adufmat-Ssind

 

O trabalho já passou por duas importantes fases: levantamento e classificação do acervo histórico documental, manuscrito e impresso.

A etapa seguinte, a catalogação, iniciada no presente mês de maio, anuncia a previsão de término do projeto para o ano de 2023, o que incluirá a fase da digitalização de todo o acervo documental, manuscrito e impresso, que abarca os anos de 1978 a 2018.

Dessa maneira, novos projetos de trabalho voltados à ADUFMAT-SSIND são imprescindíveis para dar conta dos acervos, fotográfico e imagético, os quais requerem   ainda um tratamento sistematizado, de forma a contribuir para a construção da memória da referida seção sindical, em toda sua plenitude.

 

 

Texto: Equipe do Projeto “Levantamento, Classificação, Catalogação e Digitalização do Arquivo da ADUFMAT.”

Terça, 10 Maio 2022 10:18

 

O ANDES-SN divulgou, na sexta-feira (6), a publicação “A Luta Sindical a partir das Greves do ANDES-SN ao Longo da História”. O material apresenta uma linha do tempo das greves da categoria docente, organizada no Sindicato Nacional, nas Instituições Federais de Ensino, a partir de 1980.

Produzida com base em documento elaborado pela Seção Sindical dos Docentes do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Sindcefet-MG SSind.), a cartilha traz ainda explicações sobre o direito de greve no serviço público e razões para aderir à greve com o conjunto dos trabalhadores e das trabalhadoras do serviço público, indicada para 23 de maio.

“Nossos salários estão congelados, muito defasados, em um contexto de inflação galopante; Nossa carreira corre o risco de ser extinta e o serviço público privatizado; o processo de intervenção nas Ifes segue em curso; os cortes orçamentários no financiamento das Ifes e do sistema de Ciência e Tecnologia foram aprofundados” são algumas das razões apontadas.

Confira aqui a publicação “A Luta Sindical a partir das Greves do ANDES-SN ao Longo da História”

Rodada de Assembleias
A reunião do Setor das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes), realizada em Brasília (DF) no dia 22 de abril, pautou a construção da greve nacional unificada das servidoras e dos servidores públicos federais (SPF) e indicou a realização de uma rodada de assembleias gerais, nas seções sindicais, até o dia 17 de maio para deliberar sobre a construção de greve unificada, com deflagração para o dia 23 de maio. A próxima reunião do Setor das Ifes está prevista para o dia 18 de maio e avaliará o resultado das assembleias locais.

Saiba mais:
Setor das Ifes indica nova rodada de assembleias para construção da greve unificada

 

Fonte: ANDES-SN

Segunda, 21 Março 2022 17:20

 

Desde o início do ano, trabalhadoras e trabalhadores do Arquivo Nacional têm se mobilizado para alertar a sociedade sobre o desmonte que promovido pela atual gestão e as ameaças aos materiais e projetos desenvolvidos no órgão responsável por preservar e divulgar documentos históricos do Brasil.

Em janeiro, realizaram protesto para denunciar a perseguição às servidoras e aos servidores. O ato foi organizado dias após a exoneração de duas servidoras consideradas peças-chave na instituição para a gestão de documentos de repartições federais no final de dezembro. 

No entanto, a situação de censura velada, ameaças, clima de vigilância, esvaziamento e manobras para minar o trabalho em temas considerados incômodos prossegue. Foi o que relataram três servidores ao Brasil de Fato, em reportagem publicada no dia 12 de março. Os trabalhadores conversaram com os jornalistas em condição de anonimato por temerem retaliações.

"Desde que o governo Bolsonaro começou, já havia um clima de apreensão interna em relação a como trabalhar essas questões dos arquivos da Ditadura, mas, com o tempo, as chefias traziam várias orientações em várias áreas. Alguns assuntos deviam ser evitados", comentou um dos servidores.

Uma das manobras relatadas é a mudança nas regras de gratificações, consideradas diferenciadas no funcionalismo público, que "ficaram maiores para cargos de chefia e menores para quem realmente toca o trabalho do dia a dia".

Eles também comentaram as consequências do Decreto 10.148, assinado pelo ex-ministro Sergio Moro em 2019, quando ainda estava à frente do Ministério da Justiça e Segurança Pública, que retira do Arquivo Nacional a prerrogativa de decidir sobre a eliminação, ou não, de documentos produzidos pelos diferentes órgãos públicos, como o Ministério da Defesa.

Nenhum dos profissionais disse ter conhecimento sobre a destruição deliberada de documentos públicos que já constam na base de dados de arquivos relativos à Comissão Nacional da Verdade (CNV) ou outros que possam ser considerados ameaçadores, mas temem pela integridade dos que ainda estão em posse dos diferentes ministérios e órgãos de governo.

Decisão judicial retirou trechos de relatório da Comissão da Verdade
A ameaça real sobre a preservação da memória sobre o período da ditadura empresarial-militar ficou escancarada em um episódio que veio a público em fevereiro deste ano. A Justiça Federal de Pernambuco determinou que o nome do ex-coronel da Polícia Militar Olinto de Souza Ferraz fosse retirado de relatórios da Comissão da Verdade.

Ferraz era listado como autor de graves violações aos direitos humanos enquanto dirigia a Casa de Detenção do Recife. Em 1971, a morte de Amaro Luiz de Carvalho (1931-1971), militante do Partido Comunista Revolucionário (PCR) naquele presídio foi relatada, à época, como "envenenamento por seus pares".

Mais tarde, a Comissão da Verdade concluiu que Amaro foi morto "por ações impetradas pelo Estado", tendo em vista que o atestado de óbito apontava para uma "hemorragia pulmonar decorrente de traumatismo de tórax por instrumento cortante".

Com a decisão do juiz da 6ª Vara Federal do Recife, em processo movido pelos filhos do ex-coronel, tarjas pretas foram dispostas em pelo menos três páginas do relatório sobre o nome Olinto Ferraz, na versão do documento disponibilizada pelo Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN). A Advocacia Geral da União (AGU) não apelou da decisão.

Em nota, o Fórum de Direito de Acesso a Informações Públicas contestou a ocultação de trechos do relatório final da Comissão Nacional da Verdade (CNV), que qualificou como uma "grave ameaça ao acesso à informação, ao direito à verdade e à memória no Brasil".

"A decisão da Justiça Federal abre um precedente inadmissível para que a censura seja imposta a documentos que registram as graves violações aos direitos humanos ocorridas durante a ditadura militar e as investigações a respeito, bem como toda a história brasileira", alertam as entidades que compõem o Fórum. "Ignorar esse princípio e permitir o tarjamento é violar o direito ao acesso à informação e o direito à memória e à verdade de toda a sociedade brasileira", afirmaram.

Fonte: ANDES-SN (com informações do Brasil de Fato e site Conjur)

Quinta, 19 Agosto 2021 16:57

Dizer que o processo de colonização foi marcado por destruição e desigualdades de classe, raça e gênero, utilizando-se de diversas formas de violência, é uma ofensa?

O episódio ocorrido em Sinop nos últimos dias demonstrou, mais uma vez, que a história do Brasil e do mundo, contada historicamente pelas elites, não é só mentirosa. É, sobretudo, estratégica para a manutenção de uma lógica de exploração, baseada nas diferenças - que deveriam, ao contrário, representar as verdadeiras riquezas da humanidade.

Os mais de 300 anos de capitalismo - isto é, de ganância e crueldade - nos trouxeram para onde? Para um mundo onde milhares de pessoas passam fome; onde a natureza pede socorro; onde pessoas morrem e matam umas as outras para obter poder; onde para muitos, já adoecidos, não faz mais sentido viver. A ciência comprova isso, e esse é motivo pelo qual ela ainda incomoda tanto.

Por isso, nessa sexta-feira, 20/08, às 19h, o De Papo com Almerinda vai abordar o tema "Ciência não é Ofensa", novamente com a participação do professor do Departamento de Psicologia da UFMT, Maelison Neves e a administradora e técnica do IFSP Guery Baute.

Não perca, a partir das 19h, nos canais oficiais da Adufmat-Ssind do Facebook e do Youtube.

Link direto para o Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=R1offQiLhiA 

Segunda, 19 Abril 2021 10:11

 

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Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
 
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O falecimento da amiga, historiadora, professora, Geralda Dias Aparecida, em 17 de abril de 2012, decorrente das sequelas do Covid 19, após  hospitalização de um mês, em Brasília, onde residia, deixa-nos profundamente consternadas.


Geralda foi professora no departamento de História da UFMT, de 1982 a 1985,  atuando com paixão em várias disciplinas e, de modo particular, a disciplina de História da América.


A ambiência com esta área do conhecimento explicava-se por sua experiência como professora titular na Universidade  Autónoma Metropolitana de México  (UAM), entre os anos de 1977 e 1982.  Estadia essa forjada em decorrência de sua participação ativa no movimento estudantil, o que a levou a sair do país no final da década de 1960. Ainda nesse país, realizou seu doutorado no Colégio de México, entre 1973 e 1981.  De volta ao Brasil, ingressou no quadro de docentes do departamento de História da UFMT.


Durante sua estadia na UFMT exerceu o cargo de vice-presidente da ADUFMAT, na gestão da Diretoria “Afirmação” (1984/1985), presidida pelo professor Guilherme Frederico Moura Muller. Essa gestão deu sequência ao trabalho da diretoria "Renascer" que havia promovido, em parceria com as demais entidades sindicais da UFMT, a primeira eleição para a reitoria. 


A  ADUFMAT, sob a chapa “Afirmação”, mobilizou a UFMT como um todo:  docentes, administração, técnicos, servidores e discentes na luta pela  redemocratização do país. Nesse engajamento, encontrava-se a luta pelas eleições das "Diretas Já",  com a Emenda Dante de Oliveira. 


Com este mesmo espírito, consolidou-se, entre os docentes, o compromisso de democratizar o campus da UFMT, o que significava democratizar a gestão universitária em todos os níveis, com eleições diretas, desde a escolha do(a) reitor(a) à  chefia de departamento.


Fortaleceu-se, assim, na UFMT, a prática dos debates entre os candidatos à reitoria,  sob a coordenação da ADUFMAT. Talvez esteja aí uma das explicações de que, até os dias atuais, tais eleições se mantenham sob a coordenação da ADUFMAT Ssind. Assim sendo, pela primeira vez, uma eleição, com as urnas do Tribunal Regional Eleitoral, eram distribuídas em todos os campi da UFMT.


Com sua forma serena, altiva, diplomática, perspicaz, esta professora sabia, como poucos, se movimentar e se fazer ouvir. Tais predicados, podiam ser notados  em meio a uma assembleia, ou mesmo em outros espaços: uma roda de samba, uma mesa de bar, uma conversa amiga e franca com seus alunos, em uma reunião formal. Ali estava Geralda, inteira: interessada, comprometida, apresentando soluções e caminhos. Uma mente brilhante – comprometida profundamente com seu trabalho, seus alunos, suas pesquisas, com a universidade pública, com o Brasil.  Uma intelectual que não se encaixava em partidos políticos, gostava de pensar e agir livremente.  Uma mineira de boa cepa.


Após sua estadia na UFMT, ingressou via concurso público na Universidade de Brasília, onde permaneceu como docente até aposentar-se.
Na UNB, foi coordenadora do Programa de Pós-Graduação em História entre 1985 e 1990. Dirigiu o Centro de Documentação da UNB (CEDOC) e, no âmbito deste centro, desenvolveu os trabalhos da Comissão de Anistia para a reintegração de professores perseguidos e exonerados  durante a ditadura militar.  Como profunda conhecedora da História da América, foi Diretora da Casa de Cultura da América Latina (CAL).


Cientes somos de que uma vida com a envergadura da  historiadora e professora Geralda Dias Aparecida não se esgota em poucas  linhas. Cabe-nos, neste momento, onde quer que esteja, afirmar nossa gratidão pelo seu   inestimável legado.

 
Para as gerações atuais, futuras, e ex-alunos, deixa, com certeza, um imenso legado na luta pela valorização e defesa da universidade  pública, bem como a  permanente necessidade da luta pela democratização de nosso país e da defesa dos direitos humanos na América Latina como um todo. Levemos avante seus sonhos e utopias!

     
              Maria Adenir Peraro  e Maria Inés Malta Castro.
 
              Historiadoras e professoras, aposentadas, pela UFMT e  UniCEUB, respectivamente.
                           
             Cuiabá, 17 de abril de 2021