Terça, 25 Julho 2023 18:20

 

 

Esta terça-feira, 25/07, foi de finais e inícios de ciclos na Adufmat-Ssind. Com parabenizações, agradecimentos, votos de sucesso na caminhada e leituras de poemas, tomaram posse as diretorias eleitas na última semana, “Lutar e mudar as coisas nos interessa mais” - para direção geral do sindicato - e “A Adufmat somos todos nós” (representação local em Sinop), que estarão à frente da entidade entre 2023 e 2025.  

 

O diretor geral da gestão “Pedro Casaldáliga”, que se despedia, iniciou a assembleia de posse parabenizando os eleitos e fazendo um breve balanço dos dois anos do mandato. Leonardo Santos lembrou de diversos eventos nacionais e regionais, além de campanhas, jornais, reuniões e mobilizações. “Estivemos presentes em quase a totalidade dos eventos do Andes, dos Grupos de Trabalho (GTs) Seguridade Social e Assuntos de Aposentadoria (GTSSA), Política Educacional (GTPE), Ciência e Tecnologia (GTC&T), Política Agrária, Urbana e Ambiental (GTPAUA), Política e Formação Sindical (GTPFS), tanto nas atividades locais quanto nacionais, realizamos diversas campanhas, relembro aqui da de sindicalização, com jornal, depoimentos de sindicalizados sobre a importância de estar sindicalizado, faixas, folders, vídeos; a campanha “Em Defesa da UFMT”, com diversas reportagens denunciando problemas específicos da universidade, especialmente a partir dos cortes de recursos, alertamos sobre a precarização dos espaços de trabalho, com relação à saúde dos docentes, técnicos e estudantes; tivemos agendas, avanços em processos judiciais, a campanha nacional por reajuste salarial – que infelizmente ainda não foi o que consideramos o adequado, mas foi alguma coisa depois de dois anos sem nenhum reajuste -, mobilizações de solidariedade nas lutas conjuntas do 8 de março, 20 de novembro, em defesa das águas do Pantanal, em defesa da vacina; tivemos movimentações pela democracia interna na UFMT, luta pela recomposição do orçamento aqui no estado e também em BSB, além do retorno do baile docente. Vale destacar que todas decisões desta diretoria foram debatidas e aprovadas em assembleia; tivemos algumas reuniões do Comando Local de Mobilização (CLM), a continuidade do trabalho do Arquivo com contratação de arquivista. Esperamos que vocês tenham melhores condições de luta e conquista do que nós tivemos, e tenham certeza de que nós estaremos juntos”, concluiu, agradecendo também à categoria pela participação e apoio durantes os dois anos.

 

 

Tesoureira da gestão finalizada, a professora Maria Luzinete Vanzeler se manifestou em seguida. Parabenizou os colegas eleitos e agradeceu a parceria da diretoria que entregou a gestão. “Foi um período turbulento, mas concluímos essa gestão com força e dignidade”, afirmou. Depois apresentou rapidamente informações financeiras, que serão avaliadas com mais atenção em assembleia específica, como de costume.

 

A professora Loanda Cheim, diretora de Assuntos Socioculturais, agradeceu aos colegas e lembrou de alguns eventos promovidos pelo sindicato, como os cafés da manhã e o Baile Docente. “Participar da diretoria da Adufmat-Ssind foi uma experiência pela qual, na minha opinião, todos deveriam passar”, afirmou.

 

Diretora secretária, a professora Márcia Montanari também cumprimentou a todos, concordando com Cheim no sentido de que todos deveriam partilhar do grande aprendizado que é dirigir um sindicato como a Adufmat-Ssind.

 

Por fim, o diretor geral declarou empossadas as novas diretorias, mas fez questão de concluir sua gestão da forma como começou: recitando o poema Canção da Foice e o Feixe, de Pedro Casaldáliga, que segue:

 

Colhendo o arroz dos posseiros
de Santa Terezinha,
perseguidos
pelo Governo e pelo Latifúndio.

 

Com um calo por anel,
monsenhor cortava arroz.
Monsenhor “martelo
e foice”?

 

Me chamarão subversivo.
E lhes direi: eu o sou.
Por meu Povo em luta, vivo.
Com meu Povo em marcha, vou.

 

Tenho fé de guerrilheiro
e amor de revolução.
E entre Evangelho e canção
sofro e digo o que quero.
Se escandalizo, primeiro
queimei o próprio coração
ao fogo desta Paixão,
cruz de Seu mesmo Madeiro.

 

Incito à subversão
contra o Poder e o Dinheiro.
Quero subverter a Lei
que perverte ao Povo em grei
e ao Governo em carniceiro.
(Meu Pastor se faz Cordeiro.
Servidor se fez meu Rei.)

 

Creio na Internacional
das frontes alevantadas,
da voz de igual a igual
e das mãos enlaçadas…
E chamo a Ordem de mal,
e ao Progresso de mentira.
Tenho menos paz que ira.
Tenho mais amor que paz.

 

… Creio na foice e no feixe
destas espigas caídas:
uma Morte e tantas vidas!
Creio nesta foice que avança
– sob este sol sem disfarce
e na comum Esperança –
tão encurvada e tenaz!

  

Já como diretora geral adjunta, a professora Lélica Lacerda iniciou sua fala agradecendo a todos e afirmando que não há outra forma de garantir a democracia que não exercendo-a. “Por isso, iniciamos a gestão pedindo aos companheiros que não se afastem”.

 

 

O diretor geral, Maelison Neves, falou diretamente de Sinop, por meio do sistema de videoconferência do sindicato. Apesar de não estar no município para atividades sindicais, o professor aproveitou o momento para reafirmar o compromisso de aproximação da nova gestão com os campi de Sinop e Araguaia.

 

A professora Clarianna Silva, diretora secretária, lembrou que o fortalecimento dos GTs também é um compromisso da nova gestão, além da luta por uma resolução de encargos docentes que substitua a 158 contemplando, de fato, as necessidades da categoria, assim como o respeito ao direito à progressão funcional. “São dois debates que serão feitos em breve no Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe), e eu chamo a atenção de vocês sobre isso”, alertou.  

 

Diretora de Comunicação, a professora Ana Paula Sacco também falou sobre a importância da relação entre os docentes lotados na capital e no interior do estado, e quanto é importante que o sindicato seja o espaço onde a categoria possa realmente dividir suas questões.

 

A professora Adriana Pinhorati apelou para que a categoria caminhe junto à direção neste que chamou de grande desafio. “Nosso sindicato é grande e forte. Nós esperamos fazer um bom trabalho, mas sozinhos não faremos nada”, afirmou.

 

Um dos fundadores da Adufmat-Ssind, primeiro presidente da entidade ainda na década de 1970, o professor Waldir Bertúlio disse que quebrou uma promessa que havia feito a si mesmo depois de ser anistiado: ser apenas militante, e não dirigente sindical. Por sua luta política, Bertúlio foi exonerado da UFMT, mas retornou após ter seu direito de anistia reconhecido. “Estou aqui lembrando dos tempos idos de luta em 1978, 1979, quando fundamos a Adufmat, em pleno período da ditadura militar. Foi um tempo duro, de grandes embates”, destacou.   

 

Os colegas justificaram a ausência da professora Ana Luisa Cordeiro, diretora de Assuntos Socioculturais, que estava em sala de aula, trabalhando. Aproveitaram para convidar os presentes para a cerimônia de posse seguida de sarau, que pretendem organizar para a próxima sexta-feira, 28/07, a partir das 19h.  

 

Representando a nova gestão em Sinop, a professora Claudia dos Reis, agora coordenadora secretária da Subseção afirmou que os últimos anos foram de desafios, que devem persistir neste novo período. “Acredito que vamos continuar tendo alguns desafios, pois o sindicato está bem esvaziado. A gente agradece a diretoria geral que nos acolheu nesses dois anos, e estamos felizes com a diretoria que assume agora, principalmente porque temos representantes de todos os campi”, pontuou.

 

Coordenador geral da Subseção, o professor Rogério Machado falou da necessidade de unidade da categoria. “Temos grandes desafios que não podem ser deixados em segundo plano, um deles é a emancipação do campus de Sinop. É provável que aconteça e precisa ter a participação de todos neste debate. Precisamos definir que universidade queremos: será uma universidade de fato ou, no linguajar popular, um ‘colejão’?”, questionou. A luta pelo direito conquistado aos 28,86% também foi ponto destacado pelo docente.  

 

Após as saudações dos empossados, foram eleitos os membros do Conselho Fiscal: Aldi Nestor de Souza, Loanda Cheim e Luciane Gomes como titulares, e Edson Barbosa e Márcia Montanari como suplentes.

 

 

Finalizando a assembleia, o professor Breno Santos, diretor da Regional Pantanal do Andes-SN, parabenizou as duas gestões. “Gostaria de parabenizar a gestão que sai, pela luta contínua e árdua, lembrar que, entre outras coisas, fomos nós que conseguimos, em luta, tirar o governo genocida, que causou a morte de 700 mil pessoas. E também gostaria de saudar a nova gestão, composta por pessoas que de fato participam, que têm experiência nas lutas. Não estou falando de diretorias, estou falando de lutas. Porque nós temos como tarefa urgente a reorganização da classe trabalhadora. Ela não será realizada se não houver unidade”, afirmou, lembrando que a Adufmat-Ssind é uma das maiores seções sindicais da base do Andes-SN, e concluindo que as histórias das duas entidades são indissociáveis.  

 

A professora Maria Adenir aproveitou a oportunidade para, além de parabenizar a nova gestão, defender a retomada, em âmbito regional, do GT História do Movimento Docente (GTHMD).

  

Por fim, a professora Lélica Lacerda também quis iniciar sua gestão com um poema. “Assim, a gente toma posse, e conclama todo mundo a construir um mundo novo, porque esse está impossível”, declarou. O texto escolhido, declamado pelo professor Waldir Betúlio, foi “Uma razão a mais para...”, de Mauro Iasi:

 

Uma razão a mais pra ser anticapitalista
Te amo
e odeio tudo que te deixa triste.
Se o mundo com seus horários e famílias
e fábricas e latifúndios e missas
e classes sociais, dores e mais-valia
e meninas com hematomas
no lugar de sua alegria
insistir em te deixar triste,
apertando tua alma
com suas garras geladas,
teremos, então, que mudar o mundo.
Nenhum sistema que não é capaz
de abraçar com carinho a mulher que amo
e acolher generosamente minha amada classe
é digno de existir.
Está, então, decidido:
Vamos mudar o mundo,
transformá-lo de pedra em espelho
para que cada um, enfim, se reconheça.
Para que o trabalho não seja um meio de vida
para que a morte não seja o que mais a vida abriga
Para que o amor não seja uma exceção,
façamos agora uma grande e apaixonada revolução.

 

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Luana Soutos

Assessoria de Imprensa daAdufmat-Ssind

Segunda, 10 Julho 2023 17:04

 

A Adufmat-Ssind convida todos os sindicalizados para o debate entre as chapas que disputam a diretoria da entidade, biênio 2023-2025. Nesta sexta-feira, 14/07, às 19h (horário de Cuiabá), representantes da Chapa 1 (Lutar e Mudar as Coisas nos Interessa Mais!) e Chapa 2 (Revova Ação Adufmat) se encontram na sede do sindicato para apresentar suas propostas. 

O debate será presencial, na sede, com transmissão para as subsedes, e também será possível acompanhar pelas redes sociais do sindicato (Youtube e Facebook).   

 

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Sexta, 30 Setembro 2022 17:13

 

Tomou posse nessa sexta-feira, 30/09, a nova diretoria da Subseção da Adufmat-Ssind em Sinop. A chapa “Adufmat Viva para Resistir” foi eleita na segunda-feira, 26/09 e estará à frente da entidade até 2023.

 

Durante a Assembleia, a professora Clarianna Silva, representando a Comissão Eleitoral, afirmou que foi uma eleição tranquila, com apenas uma chapa inscrita e sem interposição de qualquer recurso. “Eu gostaria de agradecer à chapa, aos docentes que participaram do processo como um todo e aos funcionários da Adufmat-Ssind. Foi um processo tranquilo, sem recursos, e a chapa foi eleita com 62 votos, nenhum nulo e nenhum em branco”, declarou a docente.  

 

Depois, os membros da nova direção da subseção se apresentaram: a professora Pacífica Pinheiro Lima Neta, coordenadora geral, é docente do curso de Enfermagem, assim como a professora Sônia Vivian de Jezus, coordenadora-tesoureira. A professora Claudia dos Reis, coordenadora-secretária, leciona no Instituto de Ciências Naturais, Humanas e Sociais, e os professores Handrey Borges Araujo, coordenador de Comunicação, e Ricardo da Silveira Carvalho, coordenador de Planejamento, estão lotados no Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais.  

 

Ao parabenizar os colegas, o professor Leonardo dos Santos, diretor geral da Adufmat-Ssind, falou sobre as lutas da categoria e na confiança da construção coletiva histórica do sindicato. “A mobilização da categoria está cada vez mais difícil, a luta coletiva está desacreditada. O desencanto, em vista dos ataques dos últimos anos, nos coloca numa posição defensiva e desesperada. Mas a construção desse futuro só é possível pelas mãos da classe trabalhadora. Eu sei que a Adufmat-Ssind continuará pautando nossos projetos de profissão, universidade e país, que são bastante diferentes do que nós temos hoje. Parabéns aos colegas e contem com a gente para tudo o que for possível”, concluiu.  

 

Nesse sentido, a primeira demanda apresentada pela direção da subseção foi formação política. “Nós estamos aqui com o intuito de ajudar, de colaborar, mas também de aprender. Por isso, nossa primeira demanda é, justamente, o curso de formação sindical da Adufmat-Ssind”, falou a coordenadora geral da subseção, professora Pacífica Pinheiro.

 

Por se tratar de uma eleição extemporânea, a nova direção local iniciará seu trabalho imediatamente.

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Quinta, 11 Fevereiro 2021 16:44

 

Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) se reuniram em assembleia geral da Adufmat-Ssind na manhã dessa quinta-feira, 11/02, para debater demandas do interesse da categoria. Na pauta, além dos informes a respeito dos fatos mais recentes e da análise de conjuntura, que serve de base para a proposição das lutas, estava também discussões sobre a eleição para a diretoria do sindicato, a solicitação da lista de sindicalizados para ação judicial e a análise do Contrato de Prestação de Serviço da nova Assessoria Jurídica.

 

Análise de conjuntura

 

Na avaliação dos docentes, 2021 será mais um ano difícil, e de muita luta. As aulas remotas, que se tornaram obrigatórias na UFMT mal começaram e já demonstram isso. Além de não se tratar de aula, claramente, por não possibilitar a troca necessária para a construção do conhecimento, a experiência de “transmissão de áudio gravado” ou “flexibilização de coisa nenhuma”, como definiu o professor José Domingues de Godoi Filho, já aponta a tentativa de estudantes se matricularem em diversas disciplinas ministradas no mesmo horário, e a cobrança de que vídeos das aulas estejam disponíveis para visualização em outros horários.    

 

As dificuldades registradas já durante a flexibilização não obrigatória em 2020, de acesso dos alunos, das barreiras tecnológicas, dão espaço agora a uma questão muito maior: o tipo de profissional que sairá da universidade sem a devida preparação, sem o acompanhamento dos professores, acumulando disciplinas, e registrando informações de forma isolada, desordenada, sem discussão.

 

A aprovação do projeto de lei de “autonomia do banco central” (PLP 19/19) pelo Congresso Nacional de Bolsonaro também foi motivo de análise na assembleia, considerando que o fato representa uma enorme vitória do Mercado Financeiro – o mesmo que recomenda a nível internacional o ensino remoto e a privatização do ensino superior.

 

Em Mato Grosso, a reafirmação do aumento da contribuição previdenciária dos trabalhadores aposentados também indica que, diante de tantas perdas, os servidores públicos serão ainda forçados a abrirem mão de direitos conquistados a partir de muita luta para acompanhar a lógica de miséria imposta pelo sistema capitalista.   

 

Alguns participantes da assembleia lamentaram que o combate à pandemia, que deveria ser o grande foco do debate dentro da universidade, tenha sido abafado pelo problema das aulas remotas, como se esta fosse a única contribuição que os pesquisadores pudessem oferecer neste momento. “Nós deveríamos estar debatendo as formas de derrubar a patente e produzir a vacina, vacinar todo mundo para poder retomar as aulas presenciais em um mês”, falou a diretora da Adufmat-Ssind, Lélica Lacerda.

 

Após muito debate, os presentes decidiram fazer uma consulta jurídica para saber se há obrigatoriedade da produção de aulas gravadas em vídeos, além de ampliar o debate nas assembleias. Também foi encaminhado que o sindicato deve ocupar mais espaços nas emissoras locais de televisão, e realizar uma audiência pública na Assembleia Legislativa para discutir o ensino superior em Mato Grosso.

 

Eleição para a diretoria da Adufmat-Ssind

 

O mandato da atual diretoria está próximo do fim e as assembleias da Adufmat-Ssind já se posicionaram diversas vezes contra eleições virtuais durante a pandemia. Sabendo que o período de lutas será intenso pela frente, a diretoria colocou em pauta a discussão sobre as possibilidades de assegurar a administração do sindicato com a força política necessária.

 

O diretor de Assuntos Socio-culturais, Armando Tafner, demonstrou indisposição para continuar na diretoria. Por questões pessoais, concluirá seu trabalho na data em que a gestão será encerrada – em abril. A diretora de Assuntos de Aposentadoria, Maria Luzinete, também declarou que precisará reduzir as atividades por questão de saúde. No entanto, o diretor geral, Aldi Nestor de Souza, informou que o ex-tesoureiro eleito, Djeison Benetti, que renunciou há alguns meses por questões pessoais, declarou que tem disposição para reassumir formalmente o cargo.  

 

Entre as propostas, ventilou-se estabelecer uma Junta Administrativa ou recompor informalmente a diretoria. Ao final, o encaminhamento votado e aprovado foi: prorrogar o mandato da atual diretoria por 90 dias, com nova avaliação em assembleia a ser convocada entre maio e junho, para definir outros encaminhamentos.

 

Solicitação de lista de sindicalizados

 

A Assessoria Jurídica da Adufmat-Ssind que encerra os serviços prestados ao sindicato este mês, representada pelo advogado José Carlos Formiga, pediu uma lista de sindicalizados para incluir na ação civil pública já iniciada para questionar o aumento da contribuição previdenciária dos servidores. Segundo o advogado, a ação já está em trâmite, mas o juiz exigiu a lista de associados e também a ata de aprovação da ação ajuizada. Nas palavras de Formiga, seria uma chancela da categoria em relação à demanda.

 

Após o esclarecimento, a assembleia aprovou o atendimento do pedido do advogado.

 

Contrato da Nova Assessoria Jurídica

 

Devido ao horário avançado, os presentes decidiram realizar a discussão sobre o Contrato de Prestação de Serviço (disponível para consulta no site do sindicato - lei aqui), em nova assembleia geral, que deverá ser convocada para o dia 18/02, com esse e outros pontos sugeridos pelos sindicalizados.

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Domingo, 01 Março 2020 19:00

 

 

A comunidade acadêmica da Universidade Federal de Mato Grosso e a sociedade mato-grossense de um modo geral foram surpreendidas, na tarde da sexta feira, 21/02/2020, véspera de carnaval, pelo anúncio da renúncia ao cargo de reitora, feito pela professora Myrian Serra da UFMT.

A renúncia ocorreu no calor de uma das maiores, talvez a maior crise que já atingiu os serviços públicos brasileiros em geral e a universidade pública em particular. São mais de três anos de derrotas consecutivas e ininterruptas da classe trabalhadora.

Nesse período foram aprovadas: a reforma trabalhista, que mutilou as formas de trabalho protegido no país, introduzindo o trabalho intermitente, a terceirização irrestrita e o acordado valendo sobre o legislado; a emenda constitucional 95, que impede os investimentos nos serviços públicos por 20 anos; a reforma da previdência, que aumentou as alíquotas e o tempo de contribuição e pretende retirar quase um trilhão de reais das camadas mais pobres dos trabalhadores nos próximos 10 anos.

O último ano, contudo, foi o de maior acirramento. Pois junto com os ataques explícitos aos trabalhadores, veio a ação de um governo recém eleito que, dentre outras coisas, tem em sua composição uma secretaria de desestatização cujo objetivo é, segundo Salim Farah, o secretário,  “ vender tudo”.  E nesse “vender tudo” entram empresas estratégicas como os Correios, a Eletrobrás, a BR distribuidora (já vendida), a Petrobrás (vários blocos do pré sal já foram vendidos) e muitas outras.

Além disso, o governo atual travou desde seus primeiros dias um duelo com as universidades públicas. Corte e contingenciamento no orçamento que quase impediram as universidades de funcionar, corte de bolsas de pesquisa, de mestrado e de doutorado, ataques ideológicos absurdos, falsas declarações a respeito das universidades e dos professores universitários, anúncios de programas que entregam a universidade pública aos interesses do mercado, ameaças e perseguições a quem faz luta. Na UFMT, por exemplo, até corte de energia elétrica ocorreu.

É nesse cenário, nesse momento de pilhagem, nessa hora em que uma universidade pública deve erguer sua voz e mostrar o quanto é imprescindível, que acontece a renúncia da professora Myrian Serra. Renúncia que, na verdade, se deu através de um longo processo, composto de diversos e inequívocos episódios.

A renúncia se deu quando, diante desse cenário de destruição de direitos e instituições, a reitora não denunciou que se desfazer das empresas públicas estratégicas é uma forma de inviabilizar a própria universidade publica;

A renúncia se deu quando a reitora optou por administrar planilhas e efetuar os cortes, nos mesmos moldes em que fez o governo, sem nenhuma discussão com a comunidade acadêmica, nos setores mais frágeis da universidade, como os terceirizados de limpeza e segurança, restaurante universitário, bolsas de estudantes, aulas de campo, etc.,

A renúncia se deu quando, durante a última greve dos estudantes, por conta do aumento do RU, a reitora se negou a debater com a comunidade estudantil e preferiu a frieza da decisão do conselho universitário;

A Renúncia se deu quando a reitora retirou dos técnicos administrativos, também sem nenhuma discussão, a jornada contínua de 6 horas;

A renúncia de fato se deu, quando, diante de todo esse cenário, a reitora escolheu o lado que compromete a existência da própria universidade pública, gratuita, de qualidade, laica e socialmente referenciada. 

No documento da véspera do carnaval, que sela a renúncia para os trâmites formais, a reitora alega problemas pessoais. Não há o que se dizer sobre essa particularidade, exceto nossa manifestação humanista que deseja a quem enfrenta problemas pessoais, que estes se resolvam. A renúncia à universidade pública, conforme dito acima, já havia se dado há muito tempo.

A ADUFMAT manterá firme sua luta histórica em defesa da universidade pública, gratuita, de qualidade, laica e socialmente referenciada. É esse tipo de universidade o único capaz de dar conta de um projeto de pais que almeja algum sentido de soberania. E a ADUFMAT, juntamente com os demais segmentos da Comunidade Acadêmica e com a sociedade civil em geral – continuará sua luta não apenas pela Universidade Pública, mas, também, pela retomada dos investimentos orçamentários imprescindíveis à sua manutenção, assim como pelo direito de eleger, de forma direta e paritária, seus dirigentes.

À ADUFMAT não cabe renunciar à universidade pública. 

DIRETORIA DA ADUFMAT- LUTO PELA UNIVERSIDADE PÚBLICA

Quinta, 18 Julho 2019 18:12

 

A Adufmat-Ssind vem a público reafirmar seu compromisso com o ensino público, gratuito e de qualidade, e com a defesa da autonomia universitária!

 

Os serviços públicos estão sendo desmontados desde a década de 1990, com a ascensão do projeto neoliberal. Naquele período, o investimento nos setores públicos equivalia a cerca de 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Percentual muito baixo - considerando que investir no setor público é beneficiar a população-, mas que tem sido reduzido ainda mais ao longo dos anos, chegando a representar, nos dias de hoje, algo em torno de 1,8%, segundo dados do Observatório de Política Fiscal.      

 

A educação, especificamente, também vem sofrendo sucessivos ataques orçamentários. O governo Fernando Henrique Cardoso, por exemplo, reduziu 35,22% dos investimentos em educação já no início do seu mandato, em 1994, seguindo a política de cortes. Mas desde 2014, quando o governo Dilma, sob a insígnia “Brasil, Pátria educadora”, cortou 10% do orçamento das universidades, a situação se agravou enormemente.

 

Em 2016, sob o comando de Temer, tivemos a aprovação da Emenda Constitucional 95, que denominávamos “PEC do fim do mundo”, porque sabíamos que os serviços públicos e gratuitos já estavam precarizados e não sobreviveriam a 20 anos de congelamento de investimentos.

 

O corte dos investimentos sociais por 20 anos passaria a vigorar a partir de 2018, mas o governo Temer utilizou o ano de 2017 para ajustar o orçamento que sofreria o congelamento. Então, o governo realizou novos cortes dos recursos das universidades, redundando, em 2018, num orçamento 54% menor do que era em 2014.

 

Apenas o congelamento do investimento sob tais condições já seria suficiente para estrangular financeiramente as universidades com o passar dos anos.

 

Mas o governo Bolsonaro se elegeu para intensificar as medidas neoliberais. Assim, novos cortes teriam de suceder para fragilizar ainda mais o ensino superior. Ao cortar 30% dos recursos das universidades, o atual governo impôs à UFMT e a outras universidades sua inviabilidade financeira já para o mês de julho de 2019. Foi este o anúncio que a Reitoria fez em maio, diante da notícia do contingenciamento.

 

Dito e feito! Ao dia 16 de julho, pela primeira vez na história da universidade, a UFMT sofre um apagão sensacionalista, à moda fascista! A luz de todos os campi foi desligada quase que simultaneamente. 

 

A inviabilização financeira já significava forte ataque à autonomia universitária, mas o ódio fascista à autodeterminação dos povos e à produção de conhecimento não tem limites!

Começa então uma campanha difamatória do MEC, com o intuito de tirar o foco de quem realmente é responsável pelo apagão - o governo neoliberal, representado por Bolsonaro e seu ministro da Educação, Abraham Weintraub e o inconsequente contingenciamento de recursos - buscando responsabilizar a Reitoria, que já havia anunciado, meses antes, a inviabilidade financeira da universidade neste cenário.

 

A razão do ataque é bastante cristalina: retirar a reitora se opôs ao contingenciamento para colocar um interventor que irá orquestrar a privatização da universidade, retirando do caminho todos que demonstrarem resistência, em especial os movimentos sindicais e estudantis.

 

Apesar das divergências políticas que o sindicato tem com a atual Reitoria, defendemos que a decisão de modificar ou não a administração da universidade é da própria comunidade universitária - a mesma que a indicou!

 

A Adufmat-Ssind repudia veementemente mais essa manobra realizada pelo governo e seus correligionários, e afirma que não reconhecerá nenhuma iniciativa que vislumbre impor qualquer alteração na universidade que não respeite os espaços de decisão construídos pela comunidade acadêmica.   

 

Parafraseando Ney Matogrosso, nossa disposição é de lutar para, no centro da própria engrenagem, inventarmos a contramola que resiste!

 

 

Diretoria da Adufmat-Ssind

18 de julho de 2019

 

Acompanhem o calendário de luta: 

Terça, 30 Abril 2019 16:57

 

Neste 1º de Maio queremos destacar o significado deste dia para nós, professores/as da classe trabalhadora, tão duramente afetados pela conjuntura adversa, assim como todos os demais trabalhadores do Brasil e do mundo atacados pela regressão de direitos.

 

Nunca é demais lembrar o significado histórico do feriado de 1º de Maio: a data denominada como “dia do trabalhador” é um marco da luta das trabalhadoras e dos trabalhadores contra a exploração de sua força de trabalho - o roubo de seu tempo, de sua saúde, de seus sonhos - nos primórdios da ascensão do modo de produção capitalista. Nesse dia, no ano de 1886, operários se levantaram em protesto contra as péssimas condições de trabalho e pela redução da jornada exaustiva de 16 horas. Direitos como férias, décimo terceiro, descanso semanal, aposentadoria não existiam nessa época. A revolta cresceu e uma multidão se reuniu em Chicago para dar um basta a tamanha exploração. Foram fuzilados sem piedade. Hoje, 133 anos depois, parece que a roda do tempo gira em sentido inverso: já retiraram os direitos trabalhistas e querem agora retirar o direito à aposentadoria.

 

Contam com nossa complacência, com nossa falta de memória, como se tivéssemos sangue de barata. Mas com esse inseto compartilhamos apenas a resistência, a capacidade de sobreviver. O sangue vermelho que corre em nossas veias é o sangue de homens e mulheres fuzilados naquele 1º de maio tenebroso, em que se registrou a cruel marca da irracionalidade do Capital. Aliás, nesse mais de século, ainda estamos às voltas contra os emissários de Chicago – o “Chicago Boy” com apelido de posto de gasolina – que quer mais uma vez nos impor goela abaixo os grilhões de uma vida indigna e sem esperança.

 

A mesma Chicago que foi palco da resistência, relegou ao mundo uma vertente teórica nefasta contra a conquista dos trabalhadores, com ênfase no retorno ainda mais aprofundado do livre mercado conforme expressa Paulo Guedes, um dos  “Chicago Boy” brasileiro que jamais trabalhou, porque é sócio de banco, e por isso mesmo aplaudiu a reforma trabalhistas que extinguiu a proteção trabalhista da CLT e agora defende uma reforma da previdência que na prática elimina o direito de aposentadoria da esmagadora maioria dos trabalhadores brasileiros. Em suma, nos impõe goela abaixo um pacote ultraneoliberal que retorna a condições de trabalho análogas ao século XIX, quando os trabalhadores se rebelaram.

Mas, como dizia o poeta:

E quem garante que a História

É carroça abandonada

Numa beira de estrada

Ou numa estação inglória...

 

Não passarão! 1º de Maio é dia de lembrar que nada temos a perder a não ser nossos grilhões.

 

Diretoria da ADUFMT 2019/2021