Terça, 09 Março 2021 12:34

Imagens: Heitor Gomes/ Adufmat-Ssind

 

Avenidas Marielle Franco e Olga Benário. Rua Sônia Guajajara. Praças Patrícia Galvão (Pagu) e Elza Soares. Quem passou pelo centro de Cuiabá nessa segunda-feira, 8 de março, teve a honra de transitar por esses locais. Praças, ruas e avenidas da cidade tiveram, pelo menos por algumas horas, nomes de mulheres revolucionárias que fizeram história no estado, no país e no mundo.

 

Essa foi a intervenção de coletivos feministas organizados para marcar o Dia Internacional de Luta das Mulheres Trabalhadoras - apesar da pandemia. O ato "Pela Vida das Mulheres: por auxílio emergencial, vacinação em massa, empregos e vida digna", que teve início às 8h na Praça Maria Taquara e terminou na Praça rebatizada Tereza de Benguela (até então, Alencastro), reivindicou vacina para todos e pelo SUS, a volta imediata do auxílio emergencial e vida digna.

 

“Hoje foi um dia muito importante, em que nós reunimos representantes de diversas entidades e coletivos de mulheres e rebatizamos os espaços públicos. Praticamente todas as ruas de Cuiabá têm nomes de homens, alguns deles militares, ditadores. Então, o 8 de Março promoveu simbolicamente a tomada de poder das mulheres, rebatizando a avenida Getulio Vargas, que virou Olga Benário [uma vítima do Getúlio, entregue aos nazistas em 1936], a Praça Alencastro virou Praça Tereza de Benguela [líder quilombola no estado, no século XVIII], e assim por diante. Por fim, substituímos os bustos das personalidades históricas de Mato Grosso que estão na Praça Alencastro por fotos de mulheres revolucionárias e camisetas do nosso ato, representando a tomada do poder das mulheres para uma sociedade radicalmente diferente, em que a vida seja a preponderância das nossas preocupações e investimento dos nossos recursos, e não os interesses de meia dúzia de homens ricos e mimados, acostumados com privilégios e a regerem a vida de uma nação inteira submetida aos seus interesses mais mesquinhos e vis”, explicou a diretora de Comunicação da Adufmat-Ssind, Lélica Lacerda.      

 

Para a docente, a data tem ganhado muita força pela internacionalização, e atraído a classe trabalhadora para a luta organizada até mais que do que o primeiro de maio. “É muito potente esse ato, porque a gente está na rua lutando e tem certeza de que, em todas as partes do mundo, há mulheres nas ruas lutando por causas importantes, que convergem. A gente bota nossa vida em risco para agitar essa data, porque a gente entende que precisa de uma mudança radical da sociedade, e são as mulheres que mais sofrem com a forma como essa sociedade está hoje”, acrescenta.

 

As políticas genocidas adotadas pelos governos brasileiros têm demonstrado a banalização da vida. Chegando a registrar quase duas mil mortes diárias por mais de uma vez, o Brasil continua a promover um extermínio interno, e a representar uma ameaça externa. Um ano após o anúncio da pandemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 266 mil pessoas já perderam a vida no país oficialmente – sem contar os casos não confirmados -, e o chefe de Estado brasileiro além de não investir na política de vacinas, considera que o pavor da morte e a dor de quem perdeu familiares são, em suas palavras, “mimimi”.  

 

Nesse momento, não há vagas na nas Unidades de Tratamento Intensivo em praticamente todas as regiões do país, a precarização sistemática do SUS reflete sobre a enorme demanda por atendimento, e o Governo Federal resiste em garantir o auxílio emergencial para milhares de desempregados. São as mulheres, especialmente as chefes de família, que mais sofrem com este cenário. Em setembro de 2020, a taxa de desemprego entre as mulheres era de 16,9%, enquanto entre os homens era de 11, 8%. Boa parte das mulheres empregadas trabalha na área da Saúde – chegaram a ser 65% no ano passado, segundo o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS). Ou seja, as mulheres estão mais expostas à doença, considerando também que são a maioria da força de trabalho na área da limpeza e alimentação. Além de tudo isso, os números de feminicídio e violência doméstica aumentaram expressivamente – em Mato Grosso, aumentou em 300% os casos de estupro, que alguns jornais denominaram “atos sexuais sem permissão”.

 

São as mulheres que mais estão sofrendo com a pandemia. São as mulheres que se organizam, historicamente, para reivindicar profundas mudanças sociais. As mulheres fizeram e fazem história no Brasil e no mundo, demonstrando que suas demandas não são “mimimi”. No 8 de Março de 2021, num mundo arrasado por questões sanitárias, mais uma vez, as mulheres apontam a necessidade de construir um outro percurso para a história.     

 

GALERIA DE IMAGENS 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Terça, 26 Fevereiro 2019 14:48

 

O ANDES-SN vem a público manifestar seu repúdio à violência cometida contra a mulher e aos casos de feminicídios ocorridos no Brasil. Até o dia 22 de fevereiro de 20191 , foram identificadas ao menos 285 denúncias, dentre elas, ocorreram 109 tentativas e 176 óbitos, ou seja, aproximadamente 5 casos de feminicídio por dia. Isso significa dizer que o número de feminicídios vem aumentando vertiginosamente, pois em 2017 esse número estava em três por dia. A agudização do feminicídio também ocorre nos estados, com o registro de casos entre consumados e/ou tentativas em todos o estados e Distrito Federal nos 53 primeiros dias de 2019. O estado de São Paulo se destaca em feminicídio com 26 mulheres assassinadas seguido dos estados do Paraná (15), Minas Gerais (14), Pernambuco (12), Bahia (12), Rio de Janeiro (11) e Santa Catarina (11) que juntos somam aproximadamente 57% dos feminicídios registrados até o momento no país.

Dados de 2017 sobre a violência apontam que uma mulher é vítima de estupro a cada 9 minutos; uma pessoa trans, é assassinada a cada dois dias e uma mulher registra agressão à Lei Maria da Penha, há cada 2 minutos. A violência contra a mulher também tem cor, há uma diferença de 71% de homicídios entre as mulheres negras e não negras. Enquanto os dados descrevem o homicídio de mulheres não negras em 3,1 para cada 100 mil habitantes, o homicídio das mulheres negras chega a uma taxa de 5,3 por 100 mil3 .

Os casos de violência brutal praticados contra as mulheres, pelo fato de serem mulheres, são promovidos principalmente por conhecidos: maridos, namorados, companheiros e padrastos, dentre outros. A violência contra a mulher é reflexo do patriarcalismo, do racismo, da Lgbttfobia, da profunda desigualdade econômica e social que está na raiz da estrutura da sociedade brasileira e necessita ser combatida pela classe trabalhadora e na luta por políticas sociais, econômicas, culturais, educacionais, de saúde e, jurídicas que garantam a vida das mulheres. O ANDES-SN coloca-se na luta contra todas as formas de violência à mulher e reforça a convocação para a construção da greve internacional de mulheres, no dia 08 de março de 2019.

#8M

#NemUmaAMenos

#VivasNosQueremos

#GreveInternacionalDeMulheres

 

Brasília, 25 de fevereiro de 2019.

Diretoria do ANDES-Sindicato Nacional

 

__________________________________

1 Dados extraídos dia 25/02/2019. In.: https://docs.google.com/spreadsheets/d/1Vcg9BnHlScjQbzh1p64HUYtLOuc5rWxihV3vJgetJ8/edit#gid=0 2 Dados extraídos no dia 25/02/2019 in.: https://dossies.agenciapatriciagalvao.org.br/violencia-emdados/ 3 Atlas da Violência 2018 (Ipea/FBSP, 2018)

Segunda, 12 Março 2018 11:47

 

Milhões de mulheres saíram às ruas de todo o mundo na quinta-feira (8), Dia Internacional de Luta das Mulheres Trabalhadoras, para exigir o fim da violência e do machismo, contra a desigualdade, entre outras reivindicações.

 

Entre as maiores manifestações do mundo estiveram as das mulheres da Espanha, da Argentina, da Turquia e do Uruguai. Na Espanha, as centrais sindicais convocaram um dia de greve e mais de seis milhões de pessoas cruzaram os braços. Gigantescas manifestações foram realizadas em cidades como a capital Madrid, Barcelona, Sevilha, Bilbao, entre outras. Na capital argentina, Buenos Aires, meio milhão de pessoas marcharam até o Congresso Nacional, onde essa semana foi apresentado um projeto de lei que busca legalizar o aborto. Grandes marchas também ocorreram em cidades do interior, como Mendoza, Córdoba e Rosário.

 

Na Turquia, centenas de milhares se manifestaram mesmo com a repressão do governo de Recep Erdogan. Cercadas por forças policiais turcas, as mulheres do Curdistão também realizaram grandes manifestações. Em Montevidéu, capital do Uruguai, a marcha tomou conta das ruas do centro da cidade, e houve greve de trabalhadores da educação e de servidores municipais. Outros países, como México, Chile, Estados Unidos e França também registraram grandes manifestações.

 

No Brasil, houve manifestações em mais de 50 cidades. As seções sindicais do ANDES-SN participaram dos atos e organizaram atividades alusivas à data. Além de exigir direitos, as mulheres brasileiras que se manifestaram no 8M também criticaram ações do governo, como a Contrarreforma Trabalhista e a Lei das Terceirizações, que aumentam a precarização do trabalho e atingem, de maneira mais dura, as mulheres. Críticas à intervenção militar no Rio de Janeiro também foram ouvidas nos atos de norte a sul do país.

 

Caroline Lima, 1ª vice-presidente da Regional Nordeste III do ANDES-SN e da coordenação do Grupo de Trabalho de Política de Classe para questões Étnico-raciais, de Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS), avalia que o saldo do 8 de Março foi positivo e ressalta que as manifestações chegaram, no Brasil, a cidades menores de interior. “Esse ano tivemos um maior número de municípios com mobilizações, muitas delas com presença de seções sindicais do ANDES-SN”, afirma a docente.

 

“O crescimento mundial das mobilizações de 8 de Março é resultado do avanço da presença de feministas nos espaços políticos, no movimento sindical, nos movimentos sociais. O avanço do conservadorismo deu mais combustível para a mobilização das mulheres do mundo todo”, comenta Caroline. A diretora do ANDES-SN destaca, ainda, a presença de mulheres de diversas gerações nos atos de 8M, o que demonstra a importância da construção da unidade de ação entre os diversos movimentos.

 

Leia também

Mulheres vão às ruas contra a violência, o machismo e os ataques dos governos 

  

Fonte: ANDES-SN

Quinta, 08 Março 2018 20:27

 

Nenhum nome será esquecido ou ignorado. Assédio, desemprego, desigualdade e outros abusos não serão mais tolerados. A cada ano, os movimentos organizados de mulheres se tornam mais fortes para denunciar e resistir às inúmeras manifestações violentas de gênero. Em 2018, mais uma vez, elas foram às ruas dizer que estão fartas de flores e homenagens vazias, e que o desejo real é por respeito em todos os sentidos.      

 

Em Mato Grosso, o 08 de Março começou com manifestação radicalizada. Dezenas de mulheres trancaram a garagem de uma empresa de ônibus, impedindo a saída dos veículos. O ato teve o objetivo de chamar a atenção para o número crescente de feminicídios no estado, entre outras violências, mas as manifestantes destacaram uma outra questão central: a desvalorização da mão de obra feminina no sistema capitalista.

 

 

“Entre as diversas atividades que nós planejamos para o dia, dialogando com movimentos internacionais que pautaram a parada da produção, nós realizamos o trancaço numa das maiores garagens de transporte público em Cuiabá para mostrar que só o fato dessas mulheres atrasarem algumas horas já demonstra o quanto elas são necessárias nesse processo. E se nós somos maioria, se somos nós mulheres que produzimos, nós queremos receber o justo e o legítimo por essa produção”, explicou a professora e militante do movimento feminista, Patrícia Acs.

 

Foram duas horas de atraso. Em seguida, o grupo seguiu para a região central da cidade para distribuir panfletos com as principais reivindicações. Entre as violências relatadas, os efeitos da Contrarreforma Trabalhista e da Contrarreforma da Previdência para as mulheres aparecem entre os mais nefastos.

 

Enquanto isso, cerca de 300 mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra ocupavam a Fazenda Entre Rios, no município de Jaciara, a 142 km de Cuiabá. A propriedade acumula diversos processos trabalhistas e está penhorada por sonegação de impostos. A ocupação foi uma das atividades da Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Sem Terra 2018, intitulada “quem não se movimenta, não sente as correntes que a prendem”, em referência à militante comunista Rosa Luxemburgo.

 

 

Mas a reivindicação pelo direito à terra, por meio dos programas de reforma agrária previstos na legislação, esbarrou na prática cotidiana e violenta do campo: o dono da fazenda, munido da sua influência econômica e política, ameaçou e coagiu as mulheres, que deixaram a terra por volta das 16h. (Leia aqui a nota divulgada pelo MST)   

 

Em Sinop, as mulheres foram para as ruas para exigir a implementação da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM) e, na região do Araguaia, se reuniram no 1º Encontro de Mulheres para discutir diversas questões de interesse, como o acesso à Justiça e violência obstétrica.   

  

 

 

O 8 de Março de 2018 foi marcado também por diversas matérias na imprensa local e nacional denunciando a violência contra as mulheres. O dia começou com a denúncia de 18 casos de feminicídio em Mato Grosso nos primeiros dois meses do ano, e terminou com 20. Em média, 12 mulheres perdem a vida diariamente no Brasil por serem consideradas um tipo de propriedade por seus algozes. Provas não faltam de que a luta é real e cotidiana e, por mais que instituições públicas tentem negar ou mascarar os dados alarmantes, já subnotificados, o movimento feminista segue crescendo e afirmando que nenhum nome será esquecido ou ignorado até que não haja mais nenhuma mulher vítima de violência de gênero.      

 

GALERIA DE IMAGENS 8M 2018

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Quarta, 07 Março 2018 14:41

 

O 8 de março deixou de ser um dia de festas e se transformou num dia de luta em todo o mundo. Mobilizadas, as mulheres estão cada vez mais fortes para reivindicar igualdade de direitos e denunciar práticas abusivas, discriminatórias e violentas, que pelas imposições do modo de produção capitalista se tornaram ainda mais profundas.

 

Em Mato Grosso, os registros dessas violências são alarmantes. De acordo com a Secretaria de Segurança do estado, 18 mulheres foram brutalmente assassinadas nos dois primeiros meses desse ano. Na maioria das vezes, o autor do crime tem alguma relação com a vítima, evidenciando um sentimento de posse/ propriedade do homem que se considera provedor. Dezoito casos registrados de feminicídio em apenas dois meses. Vale destacar que nem sempre os casos não registrados.  

 

Assim, a luta das mulheres, legítima e necessária, alcança proporções internacionais.    

 

Confira abaixo as programações dessa quinta-feira, 08/03, Dia Internacional de Luta das Mulheres, nas quais a Adufmat-Seção Sindical do ANDES estará envolvida nas regiões da capital mato-grossense, Araguaia e Sinop.   

 

ARAGUAIA

 

Nessa quinta-feira, as mulheres do Araguaia terão o 1º Encontro organizado para debater temas que englobam diversos assuntos de interesse, como acesso à Justiça, lutas e conquistas, religiosidade, entre outros. O evento será às 19h, no Anfiteatro da Prefeitura de Barra d Garças.

 

 

 

 

 

 SINOP

 

Em Sinop, as mulheres estão organizadas para reivindicar a criação da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM). Depois de inúmeras atividades realizadas nos últimos meses, o 8 de Março será marcado por uma Caminhada Pelos Direitos das Mulheres. A concentração será às 8h, na Praça da Bíblia.

 

  

 

CUIABÁ

 

Na capital mato-grossense, diversos movimentos organizam atividades específicas e conjuntas.

 

Ainda na quarta-feira, 07/03 o Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso realiza uma Roda de Conversa Sobre Feminicídio, às 19h, na sede do Sindjor/MT. As convidadas são a defensora pública e coordenadora do Núcleo de Defesa da Mulher, Rosana Leite de Barros, a presidente do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial, Antonieta Luisa Costa, e a professora do Departamento de Serviço Social da UFMT, Lélica Lacerda.

 

No dia 08/03, os coletivos de mulheres distribuirão panfletos a partir das 10h na Praça Alencastro, e as trabalhadoras sem terra iniciarão a Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra, inspiradas na frase de Rosa Luxemburgo: “Quem não se movimenta, não sente as correntes que o prendem”.

 

Às 19h, a historiadora Virgínia Fontes provocará um debate a partir do tema “Capital Imperialismo e a Atual Conjuntura” no Auditório da Adufmat-Seção Sindical do ANDES (UFMT), evento promovido em parceria pelos GT's de Política e Formação Sindical e Políticas de Classe para Questões Étnico-raciais, Gênero e Diversidade Sexual da Adufmat-Ssind.  

 

No dia 10/03, o alerta será para os problemas de saúde da mulher, com a 5ª Marcha Rosa MTmamma. A concentração será às 7h na Praça da República, região central de Cuiabá. 

 

 

 

  

 

 

 

 

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Sexta, 02 Março 2018 10:29

 

A professora da Universidade Federal Fluminense (UFF), Virgínia Fontes, é a convidada da Adufmat-Seção Sindical do ANDES para marcar o Dia Internacional das Mulheres, 08/03, com uma boa reflexão sobre o contexto e os desafios da luta de classes. O debate “Capital imperialismo e a atual conjuntura” será no auditório do sindicato, a partir das 19h.  

 

Historiadora de formação e doutora em filosofia pela Université de Paris X, Nanterre, a docente desenvolveu o conceito de capital-imperialismo para se referir, em suas palavras, a “um processo internacional mais extenso de imperialismo, que o Brasil [entre outros países] integra de maneira subalterna”. Grosso modo, o capital-imperialismo envolve discussões sobre “concentração da propriedade, expropriações, redes de dominação, encapsulamento do trabalho e garantia de circulação do capital”.

 

Fontes é umas das grandes referências no debate sobre a teoria marxista, a partir do seu trabalho no Programa de Pós-Graduação em História da UFF, onde integra o NIEP-MARX - Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas sobre Marx e o marxismo, e a coordenação do GT História e Marxismo da Associação Nacional dos Professores Universitários de História.

 

Além disso, atua na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), na Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio-EPSJV e na Escola Nacional Florestan Fernandes do MST. Suas principais áreas de pesquisa são Teoria e Filosofia da História, Epistemologia, História do Brasil República, e História Contemporânea.

 

Entre as suas obras estão Reflexões Im-pertinentes, publicada em 2005 e O Brasil e o capital-imperialismo: teoria e história, de 2010, além de inúmeros artigos em periódicos nacionais e internacionais.

 

Os participantes receberão certificado.

 

 

 

 

 

 

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Sexta, 09 Fevereiro 2018 08:45

 

Organizações e Movimentos feministas convocam todas e todos a participarem das manifestações do dia 8 de março

 

Mulheres de todo o país vêm realizando, nas últimas semanas, plenárias organizativas para o dia 8 de março - Dia Internacional de Luta das Mulheres Trabalhadoras. Nesta data, mulheres vão parar as suas atividades para publicizar as desigualdades e a violência de gênero, contra o recrudescimento do conservadorismo no mundo todo e, em especial, contra a reforma da Previdência. Rio de Janeiro, Brasília, João Pessoa, Curitiba, Florianópolis e Uberlândia são algumas das cidades que já se mobilizam para a manifestação.

 

O chamado é feito por movimentos feministas do mundo inteiro, entre eles, o #Ni Una Menos (tradução livre: Nem uma a menos) da Argentina. No Brasil, centrais sindicais, movimentos sociais, fóruns e diversas entidades - como a CSP-Conlutas, o Fórum das Entidades Nacionais de Servidores Públicos Federais (Fonasefe) e o Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate) -, convocam as trabalhadoras e trabalhadores, juventude e aposentados, para se somarem às mobilizações do dia 8 de março.

 

O Fonasefe e o Fonacate deliberaram na última reunião ampliada, realizada nos dias 2 e 3 de fevereiro em Brasília (DF), pela participação dos servidores públicos nas manifestações que serão realizadas nos estados. A CSP-Conlutas também convocou todas as entidades e movimentos filiados a enviarem esforços para a construção da data.

 

“Tanto na reunião da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas quanto na reunião do Fórum dos SPF foi deliberado que todos participem das manifestações do dia 8 de março. O debate dos direitos das mulheres vem gradativamente se ampliando em todo o mundo, resultando na intersecção com o debate classista, o que é muito positivo porque coloca o debate sobre a questão da mulher em outro patamar”, explica Eblin Farage, presidente do ANDES-SN.

 

Para a presidente do Sindicato Nacional é necessário as mulheres se mobilizarem para o dia 8 e parem as suas atividades onde for possível, articulando a luta com a defesa dos direitos sociais e contra a reforma da Previdência. “Se a contrarreforma da Previdência for aprovada, as mulheres serão as mais prejudicadas. O nosso objetivo é que o dia 8 de março seja protagonizado pelas mulheres, mas compartilhado também pelos homens”, disse Eblin.

 

37º Congresso do ANDES-SN

 

Durante o 37º Congresso do ANDES-SN, os docentes deliberaram por lutar pela legalização do aborto, assim como pelo fortalecimento de oferta de políticas públicas de saúde direcionadas aos direitos sexuais e reprodutivos parar atender as mulheres. Além disso, irão intensificar a luta contra a PEC 181/15, que inclui um substitutivo que proíbe o aborto até mesmo em casos de estupro e de risco à vida da mulher. Definiram, também, que as seções sindicais, em articulação com movimentos, lutem nas instituições de ensino para criar espaços que recebam denúncias e acolham vítimas de assédio sexual e moral, de machismo, e de outras formas de opressão, assim como apurem as denúncias com transparência, entre outras deliberações.

 

Dossiê da Violência

 

O Instituto Patrícia Galvão publicou o Dossiê Violência contra as Mulheres, que reúne informações sistematizadas de dados oficiais e pesquisas de percepção sobre a realidade do problema no Brasil, e apontou números alarmantes. 1 estupro ocorre a cada 11 minutos, 1 mulher é assassinada a cada duas horas, 503 mulheres são vítimas de agressão a cada hora, ocorrem 5 espancamentos a cada 2 minutos.

 

Dia Internacional de Luta

 

O dia 8 de março foi fixado a partir de uma greve iniciada nessa data em 1917 (em 23 de fevereiro no calendário juliano), na Rússia. Uma manifestação organizada por tecelãs e costureiras de São Petersburgo foi o estopim da primeira fase da Revolução Russa. Militantes socialistas, como Clara Zetkin e Alexandra Kollontai, propuseram a construção de um dia internacional de luta das mulheres.

 

Fonte: ANDES-SN

 

Segunda, 13 Março 2017 16:59

 

JUACY DA SILVA*
 

Diferente do que o senso comum pode imaginar, o Brasil tem sido considerado um dos países mais violentos do mundo, muito mais violento do que países e regiões  em Guerras, conflitos armados ou da presença  de grupos rebeldes e terroristas.


Os índices de tentativas de assassinatos, de estupros, de agressões físicas e de assassinatos vem aumentando de forma acentuada a cada ano em nosso pais, apesar das manifestações  e discursos de nossas autoridades e governantes.  Os níveis de insegurança e de violência tem  aumentado em todas as regiões e porte das cidades, dela não  escapando qualquer segmento social, pobres, ricos, remediados e classe média tem presenciado ou sofrido com esta onda de violência que não nos dá trégua.


Com a falência do Estado , vale dizer com a falência dos Governos federal, estaduais e municipais, o sucateamento dos serviços públicos é  uma realidade concreta  e a tendência é que esta situação se agrave ainda mais diante das propostas de reajuste orçamentário que vão  congelar gastos e investimentos em todos os setores por décadas. O enxugamento das  estruturas  públicas que já são deficientes  tendem a piorar a olhos vistos.


Falta recursos financeiros, humanos, técnicos e tecnológicos para implementar políticas públicas demonstram que os poderes públicos estão  perdendo o jogo para a violência, para a criminalidade, inclusive a criminalidade de colarinho branco, ou seja, as quadrilhas de corruptos que se instalaram nas estruturas públicas, associadas com setores econômicos que usam suas funções  e suas posições nos poderes públicos para roubarem os já escassos recursos que uma população sofrida vem pagando na forma de uma carga  tributária escorchante.


Na última quarta feira, DIA INTERNACIONAL DA MULHER, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em parceria com o Instituto Data Folha divulgaram  os resultados de uma pesquisa abordando a questão  da violência contra a mulher, que não difere muito em termos de índices de violência contra outros segmentos do país como a violência contra idosos, crianças e adolescentes, contra deficientes, contra  negros e negras, contra a comunidade LGTB  e outros segmentos  da sociedade brasileira.


Esta pesquisa abrange uma amostra representativa de todas as regiões, tamanho de cidades, classes sociais, cor da população, níveis de escolaridade e de renda e seus  resultados são alarmantes. Com certeza se incluíssem outras faixas etárias menores de 16  anos os dados seriam piores ainda, pois segundo a ONU nada menos do que 60 milhões  de meninas com menos de 16  anos são violentadas no mundo, muitas inclusive no Brasil, no trajeto entre a casa e a escola e vice verso.


Voltando ao estudo do DataFolha/Fórum Brasileiro de segurança pública, os dados indicam que a cada hora 503 mulheres, com idade acima de 16  anos sofrem algum tipo de agressão física, isto significa 4,4 milhões de vítimas, das quais mais da metade nada fazem, seja porque não  acreditam nos poderes públicos, seja pela falta de uma delegacia especializada  no atendimento `a mulher , seja pelo machismo que domina nossa sociedade. A cultura do estupro, a cultura do machismo e a cultura da discriminação contra a mulher contribuem para a formação da ideia de que a mulher é um ser frágil, que pode ser dominada, não tem Liberdade de decidir sobre seu próprio corpo, seu espaço na sociedade e seu trajeto de vida.


Por incrível que possa parecer, a violência contra a mulher  é preponderante  também  entre as classes mais abastadas e muito presente também  entre  as mulheres negras e pobres. A diferença é que as mulheres com níveis de renda e de instrução  mais elevadas tem vergonha ou medo de denunciarem as agressões.


Outro dado interessante é que 61%  nos casos de violência, os agressores são conhecidos das vítimas e apenas 33%  desses  agressores são desconhecidos.  Causa  espanto saber também que 70% das  mulheres entrevistadas com idade entre 16 e 24 anos afirmaram que já foram assediadas e 45%  já sofreram algum tipo de violência física.


Enfim, são dezenas de milhões de mulheres que estão sofrendo, muitas que continuam caladas e não tem a  coragem ou a quem recorrer para acabar com este suplício diário que é  uma realidade quase invisível para nossos governantes e para a própria sociedade brasileira que parece não desejar abrir seus olhos. É triste viver em um país assim, onde nem a esperança de dias melhores essas vítimas podem cultivar.


Enquanto isso, a lava jato e tantas outras operações  indicam que estamos sendo governados por verdadeiras quadrilhas que pouco diferem do modus operandi do crime organizado que dominam as favelas  e Sistema prisional, onde a violência e a corrupção  continuam dominando.


Corrupção, falência do Estado, sucateamento dos serviços públicos e violência em geral e contra  a mulher em particular andam de mãos dadas em nosso país! Algo precise ser feito com urgência para romper este círculo vicioso, para que o Brasil seja um pais seguro e bom para se viver! Talvez o primeiro passo seja os eleitores darem um cartão  vermelho para políticos e gestores corruptos, incompetentes, insensíveis e demagogos!


*JUACY DA SILVA, professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista e colaborador de jornais, sites, blogs e outros veículos de comunicação. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo." target="_blank">O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog  www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy

Sexta, 10 Março 2017 15:01

 

Milhares de mulheres saíram às ruas do Brasil na quarta-feira (8), Dia Internacional de Mobilização e Paralisação das Mulheres Trabalhadoras. Tendo como pauta a luta contra a retirada de direitos e, especificamente, contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/16 – da contrarreforma da Previdência – as mulheres brasileiras deram uma aula de poder de mobilização.

 

Houve manifestação em todas as grandes e médias cidades no país. Em Brasília (DF), mais de 10 mil pessoas tomaram a Esplanada dos Ministérios e caminharam até a Praça dos Três Poderes, centro político do país. Antes da manifestação houve aulas públicas sobre temas como racismo, legalização do aborto, violência contra as mulheres, e como as contrarreformas atingem a vida das mulheres.

 

Durante o ato, diversas artistas se apresentaram no carro de som, enquanto mulheres puxavam palavras de ordem como “Fora, Temer!” e também contra a PEC 287. O ato caminhou tranquilamente pela Esplanada, e reuniu mulheres das mais diferentes idades, etnias e categorias profissionais.

 

Olgaíses Maués, 3ª vice-presidente do ANDES-SN, representou o Sindicato Nacional na manifestação na capital federal e avaliou positivamente o ato. “Foi uma manifestação significativa, com abrangência nacional. A conjuntura vem contribuindo para isso. A população perdeu quase 10% do poder de compra nos últimos tempos, e vivemos um clima de instabilidade. A manifestação foi importante, é um momento em que as mulheres procuram, mais do que nunca, lutar por seus direitos. Reivindicar o fim da violência, do estupro, do assédio, e também a saída do Temer e a rejeição à contrarreforma da Previdência”, afirmou.

 

A diretora do ANDES-SN também criticou o presidente Michel Temer por seu discurso sobre o 8 de março, no qual reiterou que cabem às mulheres as tarefas domésticas e reprodutivas. “Curioso é que, em meio a esse clima, o presidente da República faz um discurso defasado sobre as mulheres. Isso mostra um descompasso desse governo com seu tempo”, critica Olgaíses.

 

Outros atos

 

Em São Paulo (SP), houve manifestação na avenida Paulista com o mote “Previdência fica e Temer sai! Paramos todas pela vida das mulheres!”. Mais de 20 mil pessoas participaram. O ato concentrou na Praça da Sé e seguiu trajeto pela rua Brigadeiro Luiz Antônio, onde se unificou com o ato da paralisação dos professores municipais e estaduais, e se encerrou em frente à prefeitura de São Paulo, onde houve protesto contra o prefeito João Dória (PSDB).

 

Em Campinas (SP) o ato reuniu mais de mil pessoas, e caminhou da Catedral até a frente da prefeitura. As mulheres gritaram palavras de ordem contra a violência que atinge as mulheres e contra a retirada de direitos, reivindicando o direito ao próprio corpo, por mais segurança contra os estupros, pelo direito ao aborto e contra a aprovação da reforma da Previdência.

  

Em Porto Alegre (RS), foram mais de 5 mil mulheres nas ruas do centro da cidade. Houve grande apoio popular à manifestação, com buzinas de apoio e boa receptividade nas paradas de ônibus. O ato caminhou pela avenida Borges de Medeiros. Também houve manifestações em cidades gaúchas como Santa Maria, Pelotas e Bagé.

 

Em Curitiba (PR) a manifestação saiu da Praça Santos Andrade e caminhou pela rua XV de Novembro até a Boca Maldita. Mais de 5 mil mulheres estiveram presentes para reivindicar seus direitos e lutar para barra a contrarreforma da Previdência.

 

Já em Belém (PA), mais de 2 mil pessoas caminharam pelas principais ruas da cidade entoando palavras de ordem contra a violência à mulher, qualquer forma de opressão e contra a exploração. As mulheres da capital paraense também se posicionaram contra o governo de Michel Temer, e contra os projetos que retiram direitos, como a PEC 287.

 

No Rio de Janeiro (RJ) foram mais de 15 mil mulheres na manifestação. Entidades, coletivos, movimentos sociais somaram ao chamado internacional e levantaram as bandeiras contra a Reforma da Previdência, por Nem Uma a Menos e pelo Fora Temer. Com concentração na Candelária, as mulheres saíram em caminhada até a Praça XV, onde fecharam o dia com intervenções artísticas femininas.

 

Em Salvador (BA) a passeata que demonstrou o caráter de luta da cidade mais negra do mundo fora da África. Participaram quase 2 mil mulheres, que ecoaram seus cantos coletivamente com pautas feministas como a cultura do estupro, liberdade sexual e violência contra a mulher. A PEC 287 também esteve no centro da pauta da manifestação.

 

Na cidade de Fortaleza (CE) mais de 3 mil mulheres participaram da mobilização. Já na madrugada, as mulheres rodoviárias realizaram panfletagem. As operárias da confecção feminina realizaram um ato de 1 hora em uma das maiores fábricas do setor, e as operárias da construção civil paralisaram suas atividades pela manhã para participar do ato unificado. A manifestação foi encerrada com um ato cultural em frente ao prédio da Previdência Social.

 

Fonte: ANDES-SN (com informações de CSP-Conlutas, Carta Maior, EBC e Esquerda Online).

 

Sexta, 10 Março 2017 10:52

 

JUACY DA SILVA*

 

Bom dia a todas as mulheres do mundo. Hoje estamos comemorando mais um  DIA INTERNACIONAL DA MULHER, um dia especial para que possamos, homens e mulheres, refletir sobre a importância desta data.

 

Que a dignidade das mulheres e de todas as pessoas possa ser uma referência em nossas ações no dia-a-dia e também na definição das políticas públicas e nas ações governamentais.

 

Lutar contra a discriminação, contra os vários tipos de preconceitos que ainda existem em nosso meio, tornar pública a violência contra a mulher, denunciar o tráfico humano, a prostituição e exploração sexual, discutir as desigualdades de gênero, raça, classe e de todas as demais formas.

 

Enfim, tem muito a ser feito para que todos os dias do ano seja MAIS UM DIA DA MULHER, e não apenas uma data específica.

 

Ótimo final de semana a todas as mulheres e homens de boa vontade, que Deus esteja com todas as mulheres e homens, hoje e sempre.

 

A luta por um mundo melhor, um país mais justo, mais humano, mais decente é um desafio de todos e não apenas de algumas pessoas. A construção de uma sociedade e um país mais justo passa pela luta pelos direitos da mulher, pela definição  e implementação de políticas de gênero e mais recursos para que seus resultados sejam efetivos e não apenas letra morta ou discursos de ocasião.

 

O Brasil não pode continuar ocupando uma posição vergonhosa como tem acontecido nos últimos anos. Em 2016, conforme o relatório sobre a desigualdade de gênero, do Fórum Econômico, divulgado há poucos meses, durante o último encontro do referido fórum, nosso país estava na 79a posição no ranking mundial da desigualdade de gênero.

 

Quando os indicadores que integram  este índice é desdobrado, podemos perceber  que continuamos ocupando o final da fila em vários aspectos. A participação da mulher na economia estamos na 91a posição; na participação na força de trabalho 87a; desigualdade de salário/renda 129a; no acesso à educação fundamental 77a; no empoderamento político 86a; presença  das mulheres nos parlamentos 120a; participação na força de trabalho e posições que exigem elevados níveis de instrução 80a; mulheres ocupando posições ministeriais 82a; concessão de apoio como auxílio natalidade 120a;

 

Além disso, continuamos presenciando índices alarmantes de violência contra a mulher. A cultura do estupro, do  feminicídio, do machismo e da discriminação continua dominando em nosso país.

 

Oxalá, esta triste realidade possa mudar radicalmente a curto prazo, pois a longo prazo nossa sociedade e nosso país poderão estar caminhando ladeira abaixo nesta e em diversas outras questões  para que o desenvolvimento seja sustentável, justo e humano.

 

Para mudar  esta realidade o DIA INTERNACIONAL DA MULHER  tem que ser um DIA DE LUTA e não apenas de discursos, principalmente discursos demagógicos de nossas autoridades e governantes que teimam em querer tapar o sol com  a peneira!