Sexta, 14 Abril 2023 17:48

 

 

Exaustão. Essa foi a palavra chave da reunião realizada nesta sexta-feira, 14/04, no Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS), com o reitor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Evandro Soares. Com o prédio literalmente caindo sobre suas cabeças, professores, técnicos-administrativos e estudantes apelaram mais uma vez à maior autoridade da universidade e a mensagem foi direta: não aguentamos mais.

 

O encontro com o reitor foi um convite da Direção do ICHS, marcado justamente para o dia da reunião da congregação, quando professores de todos os cursos do instituto estão presentes. Isso porque, além da infraestrutura, os cursos têm questões específicas, como a necessidade de mais técnicos e, no caso do Departamento de Filosofia, a resolução de uma vaga para docente que foi retirada sem explicações, prejudicando o trabalho dos professores e, consequentemente, os estudantes.  

 

“Nós estamos cansados de ouvir essa questão dos cortes do orçamento. Nós já sabemos e compreendemos a situação, mas queremos saber efetivamente o que pode ser feito no ICHS, porque está insustentável”, disse a diretora do ICHS, Marluce Souza e Silva.

 

“São várias questões de emergência em relação às vidas humanas que correm risco aqui”, destacou a chefe de Departamento do curso de Filosofia, Sara Pozzer, pontuando que toda a estrutura do teto está comprometida por cupins e que algumas partes já estão caindo.

 

Foram inúmeras manifestações de docentes e estudantes no sentido de que os cortes de recursos são importantes, sim, mas as escolhas da administração podem fazer diferença. “Nós temos um levantamento, feito em 2018, que demonstra que a UFMT tem muito gosto por empresas terceirizadas. E isso não mudou”, disse a professora Alair Silveira, representante do ICHS no Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe).

 

 

A docente lamentou que as reuniões do conselho ainda estejam sendo realizadas de forma remota, e afirmou que o Consepe tem um papel político muito maior do que se limitar a aprovar ou rejeitar processos.  

 

Para os representantes estudantis, as dificuldades estruturais já atingem a saúde mental e ameaçam a própria permanência na universidade. “Não aguentamos mais, estamos exaustos. Nós precisamos ter condições físicas e mentais para estudar e não estamos conseguindo”, disse a estudante Daiane Ferreira.

 

Os estudantes reivindicaram a devolução dos R$ 2 milhões retirados da Assistência Estudantil no plano de orçamento de 2023, que impedirá a cessão de novas bolsas de incentivo à permanência. O recurso foi realocado justamente para pagamento de empresas terceirizadas que administram os restaurantes universitários.

 

Ao final da reunião, que durou cerca de três horas, os presentes apresentaram um documento para que Soares se comprometesse com a série de demandas apresentadas. Apesar de fazer algumas ressalvas, o reitor assinou o Termo de Compromisso, cuja íntegra do texto segue abaixo.

 

 

MAGNÍFICO REITOR, DOUTOR EVANDRO APARECIDO SOARES

 

Nesta oportunidade, agradecemos pela vossa presença e solicitamos o seu compromisso em solucionar os graves problemas do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS) que lamentavelmente estão produzindo riscos e desqualificando os serviços acadêmicos desenvolvidos nos Cursos de Graduação e de Pós-graduação do instituto.

Ainda que seja de vosso conhecimento, enfatizamos que o nosso instituto tem realizado esforço descomunal para dar continuidade às atividades acadêmicas em condições precarizadas, com salas inundadas por chuva, com banheiros e pias sem água, com energia elétrica oscilando constantemente, com refrigeração inadequada, com invasão de cupins nas divisórias, mobiliários, livros e equipamentos, com risco de incêndio nas instalações elétricas, sem apoio logístico e administrativo de servidores técnicos, e com muita insegurança pública o que está provocando relações de trabalho hostis, desrespeitosas, cruéis, violentas e doentias.

Desta forma, solicitamos que se comprometa em:

1 – Realizar a substituição imediata dos aparelhos de ar-condicionado, com mais de 20 anos, nas salas de aula do bloco do ICHS. Lembrando que se tais aparelhos não possuem o número de tombo, a responsabilidade não é do ICHS, visto que todos os equipamentos ou mobiliários que dão entrada na UFMT devem ser, antes da instalação, emplacados e registrados pelo setor competente;

2 – Realizar a reforma a cobertura do Bloco do ICHS, eliminando as infiltrações, os mofos e os riscos de desabamento;

3 – Realizar uma vistoria técnica especializada nas instalações elétricas do ICHS, que frequentemente provocam queimas de aparelhos e apagões elétricos;

4 – Garantir a substituição imediata de pelo menos dois servidores técnicos administrativos (visto que tivemos 5 aposentadorias e morte de servidores);

5 - Garantir a vaga de um docente efetivo em substituição à vaga que foi “devolvida” para o Curso de Medicina em Sinop sem a anuência da Direção do ICHS;

6 – Reformar as salas administrativas e de pesquisas que foram destruídas pelos cupins e pelas infiltrações;

7 – Reformar a sala de estudo e o Laboratório de Informática do ICHS;

8 - Equipar o Laboratório de Informática com aparelhos de ar-condicionado, carteiras e mobiliários adequados;

9 – Reformar e preparar a antiga sala de informática para se tornar uma Sala de Prática de Ensino (pintura, iluminação, equipamentos e mobiliários);

10 – Garantir Internet de alta velocidade e com maior cobertura no espaço do ICHS;

11 – Garantir serviços de segurança pública nos espaços do ICHS, especialmente, no período noturno, com contratação também de vigilantes do sexo feminino;

12 – Providenciar uma vistoria técnica nas estruturas físicas do MUSEAR e tomar as devidas providências para garantir a reabertura do referido Museu;

13 – Garantir melhores serviços de segurança pública nos espaços do MUSEAR e ao seu patrimônio cultural;

14 – Viabilizar junto às autoridades municipais um desenho viário que permita um melhor e mais seguro acesso à UFMT, reduzindo os engarrafamentos e os riscos no trânsito;

15 – Solicitar à MTU que estabeleça um horário de ônibus que atenda os interesses e os horários de aulas dos estudantes da UFMT, considerando que os horários atuais não permitem que eles permaneçam até o final das aulas (22:30).

 

Estando assim comprometido, assino o presente termo.

 

Cuiabá, 14 de abril de 2023.

 

 

 

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind  

  

Segunda, 12 Dezembro 2022 14:14

 

Entidades nacionais da educação, entre elas o ANDES-SN, saíram às ruas na quinta-feira (8) em uma atividade contra os bloqueios no orçamento da Educação que afetam diretamente o funcionamento das instituições de ensino superior no país. Falta recurso para o pagamento de contas de água, luz, segurança, contratos terceirizados e até para manter restaurantes universitários (RU).

Estudantes, docentes, técnicas e técnicos protestaram em diversos locais do país como em Brasília (DF), Curitiba (PR), Salvador (BA), São Paulo (SP), Goiânia (GO), entre outras cidades do Brasil, contra o mais novo corte de R$ 344 milhões na educação, feito pela equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, por meio do Decreto 11.269/22, que voltou a bloquear os recursos das universidades e institutos federais. Além dos sucessivos cortes e confiscos feitos nos recursos destinados ao Ministério da Educação durante os quatro anos do governo de Jair Bolsonaro (PL). Os novos bloqueios atingiram ainda o pagamento de mais de 200 mil bolsas destinadas a estudantes de mestrado, doutorado e pós-doutorado da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Após os protestos, o ministro da Educação, Victor Godoy, anunciou em sua rede social a liberação de R$ 460 milhões para despesas discricionárias da Educação e que o pagamento das bolsas da Capes vai acontecer até terça-feira (13).

Na capital federal, as e os manifestantes começaram a se concentrar em frente ao Ministério da Educação, na Esplanada dos Ministérios, por volta das 16h. Depois seguiram em passeata em direção ao Congresso Nacional. O ato em frente ao MEC contou com várias entidades presentes, entre elas o ANDES-SN, a Associação Nacional da Pós-graduação (ANPG), a União Nacional dos Estudantes (UNE), União Brasileira dos Estudantes Secundarias (Ubes), além de entidades locais, como a Adunb, que é seção sindical do ANDES-SN na Universidade de Brasília (UnB). Na Unb, o confisco feito pelo governo de R$ 17 milhões do orçamento da universidade inviabilizará o pagamento de bolsas de milhares de estudantes e de bolsistas de residência médica, dos serviços terceirizados, entre outros.

Para Erlando Rêses, professor da UnB e integrante do coletivo ANDES-SN de Luta e pela Base, e que esteve no ato em frente ao MEC, as manifestações de quinta (8) apontam para todos os ataques deferidos pelo atual governo. ''Nos últimos quatro anos lidamos com perseguição política a docentes, linchamentos públicos, fortalecimento e intenção de aprovação do projeto Escola sem Partido, além dos severos cortes no orçamento da educação que praticamente inviabilizaram atividades básicas das universidades, institutos e cefets. Foram diversos ataques que causaram a descontinuidade de políticas públicas e que passaram a atender as demandas do mercado. Com isso, estamos em luta pela revogação da EC 95 e é por isso que ocupamos o Brasil'', comenta Erlando.

Estados

O novo ataque promovido pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) fez com que os caixas da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel) e do Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul) zerassem, segundo as instituições. Em resposta, estudantes da Ufpel ocuparam o Campus II da universidade pelo fim do desbloqueio do orçamento financeiro e dos cortes orçamentários.  Além da ocupação, as e os estudantes da Ufpel junto com do Ifsul foram às ruas do centro da cidade para reforçar que não ficarão de braços cruzados enquanto Jair Bolsonaro tenta destruir a educação pública.

De acordo com o movimento, a situação é extremamente séria, pois afeta diretamente a permanência de muitos estudantes na universidade e a sobrevivência na cidade. Conforme contam, muitos dos aluguéis já venceram ou vencem esta semana e não há como conseguir dinheiro para cobrir o valor dos auxílios que foram retirados. 

A situação da Universidade Federal de Santa Maria (Ufsm) também é preocupante. Em nota, a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis apontou para uma situação caótica na universidade neste final de 2022, caso os cortes não sejam revertidos.  Além das bolsas estudantis, os restaurantes universitários e as casas de estudantes também correm o risco de parar tendo em vista o não pagamento dos contratos de serviços de alimentação no mês de dezembro. No momento, na Ufsm, são servidas cerca de 10 mil refeições diárias entre café, almoço e jantar.

Um ato público contra os cortes ocorreu em frente ao RU da universidade, na quarta-feira (7). Integrantes da diretoria da Seção Sindical dos Docentes da UFSM (Sedufsm SSind.) participaram do protesto, repudiando a postura irresponsável do governo Bolsonaro.

Um grupo de estudantes da Universidade Federal de Sergipe (UFS) realizou vigília durante todo o dia de quarta-feira (7), no pórtico da reitoria, no campus de São Cristóvão em protesto contra os bloqueios de verba no Ministério da Educação no orçamento de 2022.

No Rio de Janeiro, uma plenária contra os cortes de verba no orçamento reuniu a comunidade acadêmica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). De lá, as e os manifestantes seguiram em passeata até a praça Cinelândia, localizada no centro da cidade. Os cortes impactarão os grupos mais afetados como as trabalhadoras e os trabalhadores terceirizados e as e as e os estudantes que ficaram sem as bolsas.

Ocorreram ainda assembleias estudantis para a construção de mobilizações nas universidades Federal do Espírito Santo (Ufes)  e Federal da Integração Latino-Americana (Unila) que contou com a participação de Rivânia Moura presidenta do ANDES-SN.

Para Rivânia, os ataques contra os orçamentos das universidades não são movimentos aleatórios e fazem parte do projeto de um governo fascista que tenta acabar com a educação pública no Brasil. "É urgente e necessário que a gente pare as universidades, os institutos e cefets. Sem comida, sem transporte, sem restaurante universitário e sem moradia não há como estudar e essa luta não pode ser apenas das estudantes e dos estudantes. Essa luta precisa ser dos trabalhadores da educação, mas também de outros sindicatos, movimentos sociais e populares que precisam entender que a defesa da educação pública tem que ser necessariamente uma defesa da classe trabalhadora porque o direito de estudar foi negado historicamente a nossa população, assim como o direito de sonhar está sendo nos roubado todos os dias. Por isso seguiremos em luta", ponderou Rivânia.

 

Fonte: Andes-SN (com informações das seções sindicais do ANDES-SN e Andifes)

Quarta, 07 Dezembro 2022 16:45

 

            Em reunião chamada e realizada no dia 06 de dezembro, a Reitoria da UFMT repassou para as entidades representativas da UFMT a situação financeira da Universidade. A UFMT tem hoje em média 10 mil reais em caixa, estando sua ordem de pagamento em torno de 5,2 milhões de reais em dívidas já liquidadas, até o momento. Isso se dá por conta dos recentes cortes de orçamento que várias políticas sociais receberam nos últimos dias, em especial as universidades públicas.

            Diferentemente dos cortes e bloqueios orçamentários anteriores, que por si só já colocavam as universidades públicas em situação desesperadora, agora o corte se deu diretamente no valor mensal repassado para as universidades horarem seus compromissos e contratos. No mês de novembro esse corte foi da ordem de 70% e no presente mês de dezembro o corte foi completo, isto é, 100% dos recursos que a Universidade deveria receber.

            Tal situação significa que, nesse mês de dezembro, a UFMT – e as demais universidades brasileiras – não tem recurso para o pagamento de todas as bolsas de pesquisa, extensão e de permanência estudantil, para pagar suas contas de energia e internet, para pagar o contrato com terceirizadas do RU, limpeza e segurança, etc. Reforçamos, nesse atual momento, não há qualquer perspectiva de as bolsas sob responsabilidade da UFMT serem pagas aos estudantes, também não há ainda perspectiva de pagamento dos contratos, o que nos coloca com a insegurança da continuidade de serviços essenciais para manter a universidade funcionando.

            Trata-se de uma tragédia anunciada sob o Governo Bolsonaro, inimigo da educação pública e da garantia de direitos sociais para o povo trabalhador brasileiro! São milhares de estudantes que dependem das bolsas das universidades para se manterem, são milhões de famílias brasileiras que sonham com o ensino superior para seus filhos ou para si mesmos. Família que veem seu sonho cada dia mais distante pela precarização que temos vivenciado. Chegamos no ápice desse processo, depois de derrotado nas urnas e de forma irresponsável, o Governo Bolsonaro, sem maiores explicações, simplesmente não repassa a verba já debilitada das universidades públicas!

            Lamentamos durante a reunião com a Reitoria, e também o fazemos publicamente, que somente agora a administração superior da UFMT tenha nos convidado a tratar desse tema, considerando que este ataque estava prenunciado desde o mês de maio, quando houve o primeiro bloqueio, que depois se efetivou em corte orçamentário no valor de R$ 7 milhões. Até hoje não temos a listagem de danos causados pelo corte orçamentário que houve em 2022.

Nós da Adufmat – Ssind. E do Andes-Sindicato Nacional temos elencado e divulgado o conjunto dos problemas vivenciados pela comunidade acadêmica, como os cortes de bolsas, a falta de iluminação, a diminuição das profissionais de limpeza e de segurança, os problemas de segurança e de furtos e assaltos nos campi, etc. Desde sempre relacionamos tais problemas aos cortes orçamentários e batalhamos pela recomposição orçamentária das universidades federais. A transparência nos problemas da universidade é condição necessária para o dialogo com a comunidade acadêmica e a sociedade mato-grossense e brasileira em geral.

            Vários foram os atos locais e nacionais chamados por docentes em unidade com técnico-administrativos e estudantes, várias foram as tentativas de negociação com o Governo Federal, várias foram as formas de divulgação dos crescentes problemas enfrentados pelas universidades. Em todos os momentos, deixamos evidente que tal processo se dava no contexto do projeto político do Governo Bolsonaro de destruição das universidades brasileiras. Agora é preciso força e determinação para reverter o atual corte e garantir que nossos estudantes recebam suas bolsas e consigam se manter, que os compromissos da universidade sejam honrados e nós possamos manter a universidade pública brasileira em pé! Nós da Adufmat-SSind. Teremos Assembleia Geral para tratar do tema na próxima semana, mas desde já é necessário divulgar a situação em que estamos e pressionar por sua solução imediata! Além do mais, conclamamos o conjunto de docentes e a comunidade acadêmica a exigir a recomposição do orçamento das universidades públicas para 2023.

 

 

 

7 de dezembro de 2022

Gestão PEDRO CASALDÁLIGA (2021-2023)

Quinta, 01 Dezembro 2022 13:18

 

Enquanto o povo brasileiro comemorava o início da copa, o governo Jair Bolsonaro (PL) aproveitou a cortina de fumaça para realizar, na segunda-feira (28), mais um corte bárbaro no Sistema Único de Saúde (SUS). Dessa vez, a redução orçamentária na pasta da Saúde foi de R$ 1,65 bilhão, o que reduz drasticamente os repasses para estados e municípios. Os cortes vão atingir as chamadas despesas discricionárias, como o programa Farmácia Popular, a habilitação de leitos, além da compra de medicamentos e insumos.

Além disso, os impactos serão sentidos mais fortemente em programas, coordenados pelo Ministério da Saúde, como: a assistência aos povos indígenas, a farmácia popular e básica, a prevenção e tratamento de (ISTs) infecções sexualmente transmissíveis, a rede de atendimento materno e infantil, entre outros. Mas, esse não é o primeiro corte brutal realizado pelo presidente. Anteriormente, o governo federal já havia anunciado um bloqueio de R$ 2,23 bilhões na saúde, o que somado com o de agora, resulta em um total de R$ 3,8 bilhões de reais bloqueados.

Questionado pela imprensa sobre o bloqueio em parte do orçamento, o Ministério da Saúde ainda não se manifestou. O Sindsaúde/RN apesar de lamentar mais essa barbárie do governo Bolsonaro, não se surpreende. Afinal, como esperar algo positivo de uma gestão que é responsável pela morte, por Covid-19, de quase 700 mil pessoas no país? O Brasil poderia ter sido o primeiro no mundo a iniciar a vacinação, uma vez que recebeu a primeira oferta de vacinas em 30 de julho de 2020, no entanto, começou a vacinar apenas em 17 de janeiro de 2021, graças às manifestações do presidente contra a vacina que  deixaram as negociações “em suspenso” e atrasaram o começo da vacinação no país.

SUS salva vidas

O SUS por sua vez resistiu e, sendo o responsável pela vacinação, salvou milhares de vidas e amenizou a pandemia no país. Em outubro deste ano, em plena campanha do outubro rosa, Bolsonaro reduziu ainda de R$ 175 milhões para R$ 97 milhões a verba destinada à prevenção e controle do câncer e programas de saúde pública no país. Também sofreram cortes brutais a Rede de Atenção a Pessoas com Deficiência; a Rede Cegonha e a Raps; o acesso a médicos em áreas remotas da Amazônia e o Brasil Sorridente. No geral, ao reservar R$ 20 bilhões para as emendas parlamentares sendo metade delas destinada ao orçamento secreto, ele promoveu uma diminuição de R$ 60 bilhões no orçamento para a saúde no próximo ano, com base no Projeto de Lei Orçamentária (PLO) de 2023.

Defender o maior sistema público de saúde do mundo dos ataques violentos deste governo é urgente. Bolsonaro não se importa e nunca se importou com a saúde dos brasileiros, especialmente, dos mais pobres. Estamos diante de uma tragédia. Saúde não é mercadoria, nem moeda de troca. Seguiremos em defesa da vida e do SUS 100% estatal.

 

Fonte: CSP-Conlutas/ Sindsaúde RN

Terça, 29 Novembro 2022 14:36

 

Uma marca que ficará do pior governo desde a redemocratização é a sua tentativa constante de destruir as universidades, os institutos federais e os CEFET. Durante esses quatro anos de Bolsonaro, os cortes no orçamento, assim como os ataques à(o)s docentes, estudantes e técnico-administrativo(a)s simbolizam a essência do bolsonarismo e sua agenda negacionista e privativista. A política anti-ciência e antieducação não é um fato isolado, mas elemento constitutivo do projeto da extrema direita que nega o conhecimento em nome de desinformação e fake news, além da destruição cotidiana das políticas públicas.

É necessário lembrar que foi a partir dos cortes orçamentários de 2019, que as ruas e avenidas do Brasil, nas pequenas, médias e grandes cidades, se levantaram com a maior mobilização social que o governo Bolsonaro assistiu, naquilo que ficou conhecido por Tsunami da Educação, com mais de 1 milhão de pessoas nas ruas. Ali, o Movimento Estudantil e os sindicatos mostraram que o caminho para derrotar as políticas nefastas do governo de extrema direita é o de apostar nas mobilizações em unidade.

Nesse ano já havíamos presenciado o bloqueio orçamentário de R$ 438 milhões, que afetou o funcionamento das instituições de ensino. Ontem, dia 28/11/2023 fomos surpreendido(a)s por mais um corte. De acordo com a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), o corte foi de R$ 244 milhões de recursos das universidades; já o Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) afirma que o corte retirou dos os limites de empenho distribuídos e ainda não utilizados pelos institutos e CEFET.

Importa registrar que, mesmo antes da pandemia da COVID-19 (2020- 2021), quando as aulas presenciais foram suspensas, já existia um quadro delicado para o pleno funcionamento das IES. Após esses últimos anos, tudo piorou. O próprio retorno às aulas presenciais exigiria um aporte financeiro por parte do governo Bolsonaro que pudesse garantir mínimas condições sanitárias, o que não ocorreu. O caminho que o governo escolheu foi normatizar o ensino remoto, tentar introduzir o Reuni Digital e aumentar os cortes dos recursos da educação. O sucateamento das universidades, institutos federais e CEFET não é um acidente, mas um projeto.

O ANDES–SN se manifesta, dessa forma, contra mais esse ataque do governo Bolsonaro e conclama, na mais ampla unidade, derrotar nas ruas esse corte, reafirmando sua defesa da educação pública e gratuita.

 

Brasília (DF), 29 de novembro de 2022

 

 

Diretoria do ANDES-Sindicato Nacional

Quinta, 13 Outubro 2022 16:34

 

 

Na próxima terça-feira, 18/10, estudantes, técnicos-administrativos e professores do campus de Cuiabá da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) farão um ato em defesa da Educação, contra os cortes de orçamento das universidades federais e pela revogação da Emenda Constitucional 95 (Teto de Gastos).

 

O ato, que faz parte de uma programação nacional com o mesmo objetivo e foi deliberado em plenária conjunta entre as entidades (saiba mais aqui), está marcado para as 16h, com concentração a partir das 15h, na Praça do Restaurante Universitário (RU). Os manifestantes sairão em marcha até a Avenida Fernando Corrêa da Costa, percorrendo a lateral da universidade até a Reitoria.

 

A marcha também tem como objetivo marcar posição da comunidade contra as políticas de ataque à Educação do Governo Bolsonaro, rejeitando sua candidatura e apoiando a eleição do candidato petista, Luiz Inácio Lula da Silva.  

 

Além da Adufmat-Ssind, as entidades que convocam o ato desta terça-feira em Cuiabá são: União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes), União Nacional dos Estudantes (Une), União Estadual dos Estudantes (UEE), Central Única dos Trabalhadores (Cut), Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior (Andes-Sindicato Nacional), Diretório Central dos Estudantes (DCE), Associação Mato-grossense dos Estudantes Secundaristas (Ame), Sindicato dos Trabalhadores Técnicos-administrativos da UFMT (Sintuf-MT) e Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe).

 

Confira, abaixo, a nota assinada pelas entidades sobre os motivos da mobilização:

 

Em defesa dos direitos e contra os cortes orçamentários de Bolsonaro

 

Percebendo a iminência de perder as eleições e visando concretizar seu projeto de desestruturação das universidades e Institutos Federais e privatização completa do ensino superior no Brasil, Bolsonaro realizou mais um “contingenciamento” que se soma aos cortes já realizados ao longo dos últimos anos e, especialmente, em 2022. Os cortes se estendem a outras políticas sociais, parte do projeto de destruição dos direitos sociais, que inclui o congelamento salarial que o agitador fascista impôs aos servidores públicos.

 

Os cortes dos recursos destinados ao MEC, ao longo desse ano, são da ordem de R$ 2,4 bilhões. Especificamente para a Educação Superior – IFs e Universidades Federais – os cortes são de R$ 763 milhões. Tais cortes são feitos em cima de orçamentos anuais, já extremamente precários. O orçamento de 2022, por exemplo, é praticamente o mesmo de 10 anos atrás, sem levar em consideração a alta inflacionária do país na última década.

 

Os ataques vão muito além da Educação Superior. Dentre os cortes anunciados, temos 97,5% dos recursos da Educação Infantil e 45% da verba destinada à prevenção e controle do câncer. Temos também a declaração de Artur Lira, aliado de Bolsonaro, de que retomará a PEC 32 (Reforma Administrativa), que visa o fim da estabilidade e dos concursos públicos para servidores em todos os níveis.

 

Trata-se do golpe de misericórdia nos serviços públicos, justamente quem garante direitos à população. Esses ataques se materializam na falta de professores e bolsas, no abandono da estrutura física e mesmo no fechamento de serviços públicos, no achatamento salarial de servidores, no aumento da fome, do desemprego, na falta de acesso ao atendimento de saúde, dentre tantos outros direitos que estão sendo cortados direta ou indiretamente.

 

Por isso, derrotar Bolsonaro é essencial, nas urnas e também nas ruas, impedindo suas investidas desesperadas e defendendo a vida da população e as liberdades democráticas existentes no país.

 

Assim, chamamos todos os servidores e estudantes para somar no Ato em defesa da Educação e contra os cortes orçamentários.

 

Concentração: Praça do Restaurante Universitário da UFMT (RU).

 

Horário: 16h

 

 

 

 

 

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind