Sexta, 16 Setembro 2022 10:48

 

Nota Explicativa:    O GTPFS (Grupo de Trabalho de Política e Formação Sindical) da ADUFMAT-S. Sindical ANDES-SN dará continuidade à discussão sobre Organização e Filiação Sindical, com a presente publicação. Esse é o segundo de 10 textos e/ou entrevistas. Nosso objetivo é proporcionar elementos históricos/analíticos que permitam subsidiar professores e professoras quanto à discussão central que ocupará o 14º CONAD, nos dias 12 e 13 de novembro de 2022, em Brasília/DF. Como parte desse esforço, o GTPFS juntamente com a Diretoria da ADUFMAT, promoverá o Debate sobre Organização e Filiação Sindical no dia 10/10/2022, com a presença de representantes das quatro forças políticas que atuam dentro do ANDES-SN.

 

ORGANIZAÇÃO E FILIAÇÃO SINDICAL (II)

A concepção de sindicato do ANDES-SN

Filiação à Central Sindical – Por que?

 

Final dos anos de 1970. O Brasil encontrava-se imerso no que ficou conhecido na cinematografia como O dia que durou 21 anos, um longo período de ditadura empresarial-militar que começou nos idos de 1960 e durou até meados dos 80.  Uma época marcada por brutal supressão de direitos civis, fechamento do Congresso Nacional e de partidos políticos, repressão, censura, tortura e morte a quem se opunha ao Regime. Mas, como nos ensinam os manuais básicos, e fundamentalmente a própria luta de classes, foi nesse cenário adverso que os trabalhadores brasileiros ocuparam as ruas, cruzaram os braços, fizeram greves que entraram para a história e criaram novos instrumentos de luta que foram decisivos para sepultar o regime opressor em curso e para ajudar na caminhada da classe trabalhadora do país.

De dentro das universidades, de norte a sul do Brasil, com a participação de  professores, estudantes e técnicos administrativos, brotou a resistência não só ao regime vigente, mas também à lei autoritária, lá dos anos de 1930, que negava aos servidores públicos o direito à sindicalização.  Foi nesse cenário que em 26 de fevereiro de 1981, num congresso realizado em Campinas-SP, nasceu a ANDES, Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior.

Mas havia muito a ser construído. Porque o problema não era apenas a negação do direito à sindicalização. A própria estrutura sindical vigente, verticalizada, associada aos interesses do Estado e do meio empresarial (e com o rótulo inseparável de pelega), não atendia às demandas daquela classe em movimento e em luta. Foi preciso construir, na luta, uma concepção de sindicato.

E foi isso que a ANDES fez, forjando uma nova concepção sindical ao longo do caminho. Integrada no tecido social e nas principais lutas da classe trabalhadora brasileira, a ANDES participou ativamente da luta pela redemocratização do país, por eleições diretas, a favor da anistia dos presos políticos e foi decisiva no processo de gestação da Constituição de 1988 que, dentre vários outros avanços, garantiu o direito de sindicalização aos servidores públicos. A partir de então a ANDES passou a ser sindicato e se tornou o ANDES-SN, Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior.

O ANDES é um sindicato nacional, com seções sindicais espalhadas por todos os estados da federação. E ser um sindicato nacional (e não uma federação) tem sua razão de ser: além de diferenciar-se da velha estrutura sindical, ele se organizou a partir de uma estrutura unitária e democrática, assegurando unidade política a partir da organização e deliberação da base. 

A partir desse princípio organizativo, O ANDES se consolidou pela organização de base nos locais de trabalho e hoje é uma entidade que conta com mais de 100 seções sindicais e cerca de 70 mil sindicalizados. Sua estrutura é formada por uma diretoria nacional, diretorias regionais e seções sindicais que possuem autonomia financeira, política, patrimonial, administrativa, com regimento e diretoria própria, porém com um único estatuto. Todas as decisões são deliberadas pela base, que elege democraticamente todos seus dirigentes. O sindicato é mantido pela contribuição voluntária de seu quadro de sindicalizados e sem taxa sindical compulsória.

São compromissos do ANDES-SN: lutar pela educação pública de qualidade; pela valorização do trabalho docente; pela autonomia das instituições públicas de ensino superior; lutar pela universalização do acesso à educação superior pública e gratuita, com garantia de permanência; lutar contra toda forma de cerceamento à liberdade de organização sindical e de expressão; lutar contra as reformas neoliberais que retiram direitos dos trabalhadores; combater todas as formas de mercantilização da educação. O ANDES é autor - e lutou ativamente - para que os docentes das instituições públicas de ensino superior e carreiras EBTTs tivessem assegurados na Constituição um plano de cargo, carreira e salários.

Há ainda dois aspectos absolutamente fundamentais na estrutura organizativa do ANDES: ser um sindicato classista e autônomo.  Esses dois elementos, por um lado, conferem ao sindicato uma existência para muito além da categoria que representa, a de professores de universidades e de carreiras EBTTs. Consequente com a forma como foi forjado, ele encontra-se inserido no tecido da classe trabalhadora e dela participa e tira o impulso para suas lutas. Isso permitiu que o ANDES-SN propusesse, como está assinalado no seu famoso Caderno 2, uma proposta de educação para o Brasil. É isso que faz o sindicato estar presente nas mais diversas lutas, por exemplo, como fez recentemente contra a contrarreforma trabalhista, a contrarreforma da Previdência, a Emenda Constitucional 95. Por outro lado, mas de maneira inseparável, a autonomia em relação aos partidos políticos e  aos governos é justamente o ingrediente que lhe confere a confiança da categoria e de classe.

Para um sindicato com a concepção, compromissos e princípios como o do ANDES-SN, filiar-se a uma Central Sindical é imprescindível. Afinal, para que serve uma Central?  Para além do papel de coordenar a representação dos trabalhadores por meio das organizações sindicais a ela filiadas, independente de suas categorias, de participar de negociações em fóruns, colegiados de órgãos públicos e demais espaços de diálogo, permite articular a unidade política da classe trabalhadora, também em nível nacional.

Consequentemente, filiar-se a uma Central Sindical é estar conectado permanentemente com o movimento da classe, com suas pautas e reivindicações, o que converge para trajetória de lutas que originou e mantém o ANDES-SN. Foi assim que o sindicato, quando ainda era a ANDES, lá nos anos de 1980,  participou da construção e logo filiou-se à CUT.

Porém, coerente com seus princípios, particularmente o da autonomia sindical, quando os caminhos da CUT, durante os governos do Partido dos Trabalhadores (PT), se chocaram com os do ANDES-SN, especialmente a partir  do episódio da reforma da Previdência de 2003, da criação do PROIFES (2004), assim como a progressiva política de adesão aos governos petistas, o ANDES-SN optou pela desfiliação da CUT em 2005, no 24º Congresso Nacional, entendendo que a permanência comprometeria toda a história de luta e combatividade.

E foi assim, mais uma vez guiado pela práxis das lutas e das contradições, que o ANDES-SN aproximou-se da CONLUTAS. A partir de 2004, inicialmente organizada como uma Coordenação Nacional de Lutas, o ANDES-SN aprovou a filiação à CONLUTAS em 2007, no 26º Congresso Nacional. Em 2010, a Conlutas passou a chamar-se CSP-Conlutas – Central Sindical e Popular.

É oportuno e por demais importante acentuar o que é a CSP-Conlutas. Se o ANDES-SN rompeu com a ditadura militar e forjou um novo sindicalismo, orientado pela base, a CSP ampliou essa base, integrando  movimentos sociais, populares, estudantis etc. e trabalhadores dos mais diversos matizes, inclusive desempregados.  A criação da CSP com essa concepção de filiação, que foi inédita, mas forjada pelo que se desenhava naqueles anos de 2005, sinalizou já naquele momento o que estamos vivendo agora, um cenário de desemprego nas alturas, precarização do trabalho, uberização, criminalização dos movimentos sociais.

A filiação à CSP-Conlutas, contudo, tem sido alvo de diversos questionamentos que vão além da exigência de balanço e avaliação, recorrentemente aprovados nos relatórios dos congressos do Sindicato. Para alguns coletivos organizados dentro do ANDES-SN, a CSP não tem sido capaz de aglutinar com outras entidades, promovendo divisionismo e radicalidades inadequadas; para outros, a CSP tem sido um instrumento fundamental para garantir os interesses e as lutas dos trabalhadores, mantendo-se independente da política eleitoral e dos governos.


 

Terça, 16 Agosto 2022 11:10

 

Circular nº 287/2022

 

Brasília (DF), 05 de agosto de 2022

 

 

Às seções sindicais, às secretarias regionais e à(o)s Diretora(e)s do ANDES-SN

 

Companheira(o)s,

 

Considerando que o artigo 24 do Estatuto do ANDES-SN autoriza que “nos intervalos entre as reuniões do CONGRESSO, por motivos imperiosos e justificados, o CONAD pode deliberar sobre o previsto no inciso I do art. 15, ad referendum do CONGRESSO subsequente”, e que o Estatuto do ANDES-SN em seu artigo 26, inciso II, estabelece que o CONAD se reúne “extraordinariamente quando requerido por um quarto (1/4) das S.SIND ou pela DIRETORIA, em data e local fixados por quem o requerer”, fica convocado o 14º CONAD Extraordinário para os dias 12 e 13 de novembro de 2022.

Em cumprimento à resolução aprovada no 40º CONGRESSO, conforme o que segue:

“3. Que o ANDES-SN amplie o debate nas bases sobre a construção da CSP- Conlutas, realizando balanço sobre sua atuação nos últimos dez anos e sua relevância na luta de classes e a permanência ou desfiliação à Central com:

3.1. organização via secretarias regionais e seções sindicais de debates preparatórios nos estados.

3.2. Realização de um CONAD Extraordinário no segundo semestre de 2022. As indicações do CONAD Extraordinário devem ser levadas para deliberação no 41º Congresso do ANDES-SN”.

O CONAD será organizado pela Diretoria Nacional, ocorrerá em Brasília/DF e terá como tema central “CSP- Conlutas: balanço sobre atuação nos últimos dez anos, sua relevância na luta de classes e a permanência ou desfiliação à Central”.

 

Encaminhamos anexa a proposta de pauta e de cronograma do evento e chamamos a atenção para as seguintes orientações:

 

1 - APRESENTAÇÃO DE CONTRIBUIÇÕES AO CADERNO DE TEXTOS

 

1.1 - Dos prazos

1.1.1 Os textos das seções sindicais e do(a)s sindicalizado(a)s deverão ser enviados para o ANDES-SN até às 23h59 do dia 14 de outubro de 2022, por e-mail (O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.).

1.1. 2. Não haverá Anexo ao Caderno de Textos.

1.1.3 Encerrados os prazos previstos para a composição do Caderno de Textos, qualquer novo texto só será submetido à discussão no evento, obedecidas as deliberações do 64º CONAD (Brasília, 11 a 14 de julho de 2019) registradas a seguir:

“1. Excepcionalmente, na plenária de instalação, poderão ser apresentados textos, desde que relacionados a fatos novos que alterem a dinâmica da conjuntura, nos âmbitos nacional e local, e que impactem a luta do sindicato.

1.1.      Os textos a serem submetidos à plenária de instalação deverão ser apresentados até uma hora antes do início da plenária, para a comissão da secretaria geral do evento, para verificação se de fato são textos que apresentam elementos novos da conjuntura, cabendo à(o)s proponentes do texto recurso à plenária de instalação, em caso de negativa.”

1.2 - Das orientações para apresentação de contribuições

1.2.1 Os textos das seções sindicais e do(a)s sindicalizado(a)s para integrarem o Caderno de Textos deverão:

1.2.1.1 ater-se ao temário do 14º CONAD Extraordinário:

Tema I – Atualização do Debate sobre Conjuntura e Movimento Docente;

Tema II – Questões Organizativas – CSP-Conlutas: balanço sobre atuação nos últimos dez anos, sua relevância na luta de classes e a permanência ou desfiliação à Central.

1.2.1.2 seguir as orientações gerais e, ainda, as recomendações quanto à construção visando a tornar os debates mais profícuos, bem como a agilizar as decisões e deliberações oriundas destes.

1.2.1.3 pautar-se pelos critérios de objetividade, clareza, concisão, consistência e atualidade.

1.2.1.4 conter no máximo 10 páginas, observando-se:

– Formato Word

– Margem superior – 3cm

– Margem inferior – 2 cm

– Margem esquerda – 2 cm

– Margem direita – 2 cm

– Fonte – Times New Roman tamanho 11

– Espaçamento entre linhas – simples

– Espaçamento entre parágrafos – antes: 5pt; depois: 5pt

– Título maiúsculo /negrito – letra 14; alinhamento justificado.

– Parágrafos justificados

– Nota de rodapé – Fonte Times New Roman tamanho 8

1.2.1.5 por recomendação do 64º CONAD os Textos de Apoio e de Resolução devem ser oriundos de assembleia de base, da Diretoria Nacional e das diretorias das seções sindicais ou assinados por pelo menos cinco sindicalizado(a)s, sendo que não serão aceitos textos de apoio sem texto de resolução, exceto para o Tema I.

1.2.1.6 diante do caráter excepcional do evento não será admitida a publicação de textos apresentados fora do prazo estabelecido para o Caderno de Textos.

 

2 – PARTICIPAÇÃO

2.1 - Dos critérios de eleição

2.1.1 A(O) delegada(o) do CONAD deverá ser eleita(o) segundo o art. 25 do Estatuto do ANDES-SN:

Art. 25. O CONAD é composto:

I - por um(a) (1) delegado(a) de cada S.SIND ou AD-S.SIND escolhido(a) na forma deliberada por sua Assembleia Geral;

II - por um(a) (1) delegado(a) representativo(a) do(a)s sindicalizado(a)s, via cada uma das Secretarias Regionais, escolhido(a) na forma deliberada por sua Assembleia Geral;

III - por observadores(as) de base das S.SINDs ou AD-S.SINDs e Secretarias Regionais, com direito a voz;

IV – pelos demais membros em exercício na Diretoria (Art. 32, I, II, III e IV), excetuado(a)s aquele(a)s cujo âmbito de competência e atuação limita-se à área de sua Regional (Art. 32, V) dele participam com direito a voz.

V - pelo(a) Presidente do ANDES-SINDICATO NACIONAL, que o preside, com direito a voz e voto em suas sessões.

§ 1º. Os demais membros em exercício da Diretoria, cujo âmbito de competência e atuação limita-se à área de sua Regional (Art. 32, V), podem participar do CONAD na qualidade de delegado(a)s ou observadore(a)s de suas respectivas S.SINDs ou AD-S.SINDs.

§ 2º. É vedado o voto por procuração para eleição de delegado(a) da SEÇÃO SINDICAL OU AD-SEÇÃO SINDICAL.

 

2.1.2 O(A) observador(a) escolhido(a) em assembleia geral deverá ter seu nome constante da ata da assembleia que o(a) indicou. No caso de a escolha ter sido em outra instância, deverá ser apresentado documento comprobatório de sua indicação, encaminhado pela diretoria da seção sindical.

2.1.3 No caso do(a) suplente de delegado(a), que será necessariamente observador(a), o seu nome e a sua condição de suplente deverão constar obrigatoriamente da ata da assembleia, ou do documento encaminhado pela diretoria da seção sindical, que tenha recebido delegação da AG para tal.

 

2.2 Dos prazos para o credenciamento

2.2.1 O Credenciamento é prévio e digital. O ANDES-SN, empenhado em implementar uma metodologia mais eficiente de inscrição em seus eventos nacionais, reafirma a importância do credenciamento prévio como elemento facilitador do processo e ressalta que o mesmo deverá ser feito pelas seções sindicais Por meio de formulário próprio, a ser disponibilizado em circular específica com as devias orientações de preenchimento. Para o 14º CONAD Extraordinário, fica estabelecido o período 08 de agosto a 22 de outubro de 2022 para o envio da documentação regimental para inscrição de delegada(o), observadora(e)s e observadora(e)s suplentes da(o) delegada(o), exclusivamente por meio de formulário próprio.

2.2.2 Não haverá recebimento da documentação necessária ao credenciamento por e-mail e nem no dia do 14º CONAD Extraordinário.

 

2.3 Da documentação necessária ao credenciamento

2.3.1 Ata da assembleia (assinada pela mesa coordenadora dos trabalhos) em que foi escolhida(o) a(o) delegada(o), a(o)s observadora(e)a (a)(s) e o(s) observadora(e)s suplente(s) da(o) delegada(o) ao 14º CONAD Extraordinário. O(A)s suplentes de delegado(a)s devem, obrigatoriamente, ter sido escolhido(a)s como observadore(a)s/suplentes de delegado(a)s. Quando o(a) observador(a) tiver sido indicado(a) por outra instância que não tenha sido a assembleia geral de sua seção sindical ou da secretaria regional, este(a) não poderá substituir o(a) delegado(a);

2.3.2 Lista de presença da Assembleia Geral;

2.3.3. Passaporte da vacinação do(a) delegado(a) e observadore(a)s e/ou observadore(a)s suplentes de delegado(a) credenciado(a)s. O documento é emitido digitalmente por meio do aplicativo Conecte SUS Cidadão.

2.3.4. Declaração de Compromisso de Testagem da Delegação (Modelo em Anexo). Por conta da pandemia da Covid-19 as circunstâncias de realização de evento deliberativo presencial serão excepcionais. Nesse sentido orientamos acerca da necessidade da realização do teste COVID (antígeno/RT-PCR) até 3 dias antes da data da viagem para todo(a)s o(a)s participantes credenciado(a)s, para confirmar ausência de ação do vírus, pois há casos em que não há manifestação dos sintomas. No momento do credenciamento a seção sindical deverá apresentar a Declaração de Compromisso de Testagem da Delegação assinada por integrante de sua diretoria. Posteriormente as delegações serão orientadas acerca do envio dos resultados dos testes. Lembramos que os custos dos testes são responsabilidade exclusiva das Seções Sindicais e que o acesso ao evento será vetado à(o)s participantes que não enviarem os resultados dos testes ou que testarem positivo para Covid-19.

2.3.5. Quitação com a Tesouraria (até o mês de outubro de 2022) das seguintes contribuições mensais do(a)s sindicalizado(a)s:

Solicitamos às seções sindicais que estejam com problemas de débitos junto à Tesouraria Nacional comunicar-nos o fato, o mais breve possível, para evitarmos transtornos por ocasião do credenciamento.

 

3. LOCAL DO 14º CONAD EXTRAORDINÁRIO

    O 14º CONAD Extraordinário será realizado na Universidade de Brasília (UnB).

 

4. HOSPEDAGEM

   As opções de hospedagem serão enviadas posteriormente.

 

Sem mais para o momento, renovamos nossas cordiais saudações sindicais e universitárias. 

 

Profª. Rivânia Lucia Moura de Assis

Presidenta

 

 

Quinta, 04 Agosto 2022 10:38

 

 
****

Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.

 ****



Texto enviado pelo professor aposentado Nicanor Palhares Sá



Fui da diretoria da ANDES quando da criação do sindicato: o ANDES. Compartilhava e compartilho da tese leninista que os sindicatos não podiam ter partido, mas ele defendia que os partidos difundiriam suas teses no sindicado. No caso do último Conad, a neutralidade afirmada foi absurda, pois na sociedade os partidários da democracia estão se unindo nestas eleições (até os antipetistas) contra o Bozo.

O Andes está sob a direção de gente imatura, talvez não tão ingênuas mas sem caráter, só perseguir e expulsar militantes do sindicato não os caracteriza como liderança. A tese, portanto, aprovada é vergonhosa, indigna de um sindicato democrático. Que sindicato querem criar, vão expulsar todos que discordam? Estou com vergonha de ter sido um dos fundadores desse sindicato.

Terça, 26 Julho 2022 12:28

 

****

Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.

 ****




Por José Domingues de Godoi Filho

UFMT/FACULDADE DE GEOCIÊNCIAS

 

Cerca de 36 docentes sindicalizados do Andes-SN, de diferentes Seções Sindicais (vide ao final do texto), preocupados com o não cumprimento dos procedimentos legais e históricos da entidade, utilizados para a proposição de expulsão de um de seus sindicalizados, submeteram ao 65ª Conad o Texto de Referência 19(TR-19).


O TR-19 questiona os procedimentos adotados, a desconsideração do que é previsto no Estatuto do Andes-SN e a falta de transparência, bem como apresenta propostas, sem entrar no mérito, isto é, se o diretor é culpado ou não; nem se deve ou não ser excluído do quadro de filiados; com o objetivo de que seja realizada uma apuração correta e transparente dos fatos. Segue a transcrição do TR – 19.

TEXTO DE REFERÊNCIA 19.

SOBRE A PROPSTA DE EXPULSÃO DE EX-DIRETOR DO ANDES-SN, REGIONAL PANTANAL*, GESTÃO 2018-2020 TEXTO DE APOIO

 Um processo de expulsão de um filiado, em um Sindicato classista deve ser conduzido com transparência, amplo acesso às informações e aos fatos nele contidos, respeitando nosso Estatuto, o tempo e os ritos necessários para que não ocorram equívocos. Deve ser garantido o direito amplo de defesa e nenhuma sombra de dúvidas sobre todos os procedimentos adotados. Deve ser instruído de maneira impessoal, buscando caracterizar de forma clara as possíveis irregularidades. Considerando as razões acima mencionadas, estas condições não foram totalmente atendidas com o que está descrito no TR 05, da Diretoria.


Não se entra aqui no mérito se o ex-diretor acusado deve ou não ser excluído do quadro de filiados do Andes-SN. O que se questiona são os procedimentos adotados, a desconsideração do que é previsto no Estatuto e a falta de transparência.

SOBRE O QUE DIZ NOSSO ESTATUTO

Torna-se necessário expor aqui o que reza o Estatuto do ANDES Sindicato Nacional para dar seguimento correto ao que foi proposto no TA/TR 05 do Caderno de Textos do 65º CONAD. Os Artigos 10º, 11º, 15º, 21º, 23º, 30º e 42º são os que tratam do assunto. Vejamos a seguir:


Art. 10. São deveres do(a)s sindicalizado(a)s: I - observar o Estatuto e os regimentos da Entidade; ......
Art. 11. O(a)s sindicalizado(a)s estão sujeitos a sanções pelo descumprimento das normas estatutárias e regimentais do ANDES-SINDICATO NACIONAL. 87 Parágrafo único. As sanções são de advertência, suspensão e exclusão, sendo aplicáveis pelas S. SIND e pelo CONAD, cabendo recurso ao CONGRESSO, respeitadas as competências estatutárias, analisar os recursos interpostos dessas decisões, garantido sempre o amplo direito de defesa e contraditório. No caso de sindicalizado(a)s nas secretarias regionais, as sanções serão aplicadas pelo CONAD e pelo CONGRESSO.
Art. 15. São atribuições do CONGRESSO: II - decidir, em última instância, os recursos interpostos às decisões de exclusão de sindicalizado(a)s tomadas pelas S. SINDs ou ADs-S. SINDs.;
Art. 21. .........§ 2o As deliberações referentes aos itens seguintes exigem a aprovação de pelo menos dois terços (2/3) do(a)s delegado(a)s inscritos no CONGRESSO:.............. I - apreciação e deliberação, em grau de recurso, da penalidade de exclusão de sindicalizado(a) decidido(a)s pelas S. SINDs ou ADs-S. SINDs (art. 15, II); II - destituição de membros da DIRETORIA de acordo com o disposto no art. 42;
Art. 23. São atribuições do CONAD:............ VIII – apreciar e deliberar, em grau de recurso, as penalidades de advertência e suspensão aplicadas à(o)s sindicalizado(a)s do ANDES-SINDICATO NACIONAL, conforme o disposto no art. 11;
Art. 30. À DIRETORIA, coletivamente, compete: ...........VII - aplicar sanções, nos termos deste Estatuto;
Art. 42. Qualquer membro da DIRETORIA pode ser destituído em CONGRESSO, convocado especificamente para esse fim, observado o disposto no art. 21, § 2o, II o mesmo se aplicando à DIRETORIA coletivamente.
É preciso apontar que há uma dubiedade no Estatuto, mas que não pode nos levar a dúvidas, porque em direito, deve-se beneficiar o acusado, em caso de dupla interpretação. A dúvida (erro), que precisa ser corrigida em Congresso, reside no fato de que no parágrafo único do Art. 11 é dito que as sanções de advertência, suspensão e exclusão devem ser aplicadas pelo Conad, ao passo que no Art. 30, inciso VII é dito que: À DIRETORIA, coletivamente, compete aplicar sanções, nos termos deste Estatuto.
Esta contradição vai além, quando, no Art. 23 – das atribuições dos Conad, se estabelece em seu Inciso VIII – apreciar e deliberar, em grau de recurso, as penalidades de “advertência e suspensão” aplicadas à(o)s sindicalizado(a)s do ANDES-SINDICATO NACIONAL, conforme o disposto no art. 11. Foram sublinhadas e colocadas entre aspas as palavras “advertência” e “supressão” para dar o destaque que faltou a palavra “exclusão” como consta do Art. 11. Malgrado a necessidade de tornar mais clara a redação, o rito que está estabelecido em nosso Estatuto é o de isenção e impessoalidade, mantendo sempre a transparência e demonstrando todos os fatos relevantes do caso e considerando-se que é a Diretoria responsável pelo pedido de penalidade. O acusado poderá, em recurso apelar para o Conad e em seguida para o Congresso, que terá que aprovar ou não a penalidade com quórum qualificado.


SOBRE O TA/TR 05

De acordo com o TA 05 do Caderno de Textos, em 28/06/2021 a Diretoria recebeu denúncias envolvendo membros da atual Diretoria (Gestão 2021-2023) e da Diretoria da Gestão 2018-2020. Não menciona que denúncias são estas.


Seguindo, afirma que em 21/07/2021 formou-se uma Comissão composta apenas de membros da própria Diretoria atual, para apurar as denúncias envolvendo membros dela mesma, e da Gestão 2018-2020. Segundo o TA, “no bojo dos trabalhos de apuração - que foram concluídos sem maiores percalços quanto à lida dos atuais membros da Diretoria”, a Comissão foi informada de fatos envolvendo o 1º Vice-Presidente Regional Pantanal, gestão 2018-2020.


Neste sentido, a formulação parece indicar (?) que não se constatou nenhuma irregularidade em relação à sua gestão (2021-2023). Não menciona também se as denúncias recebidas em 28/06/2021, referentes à gestão 2018-2020, tinham fundamento. E indica que a “Comissão foi noticiada, no curso de uma oitiva, de fatos envolvendo diretamente o ex-diretor Reginaldo Silva de Araújo”.


A partir daí, a Comissão foi mantida e passou a apurar específica e exclusivamente as denúncias envolvendo o 1º Vice-Presidente da Regional Pantanal, Gestão 2018-2020.


Sobre isto, um primeiro aspecto se refere à falta de clareza (e transparência) com relação ao conjunto de denúncias que foram objeto de apuração pela Comissão designada em 21/07/2021. É importante que todas as denúncias e sua apuração sejam explicitadas, principalmente para que eventuais acusados, caso sejam inocentados, não continuem sendo vítimas de possíveis “julgamentos” de “corredores”, ou fuxicos.


Além disso, a Diretoria do Sindicato se equivoca quanto ao encaminhamento. Para o que propõe no TR 05, ela foge à sua responsabilidade e deixa de cumprir com as suas funções quando não aplica o que dita o Art. 30 do nosso Estatuto – À DIRETORIA, coletivamente, compete: VII – aplicar sanções, nos termos deste Estatuto. Esta omissão de competência é grave, porque impediria o acusado de recorrer em todas as instâncias do Sindicato para exercer seu amplo direito de defesa. Ele tem direito de defesa no processo de apuração dos fatos pela comissão da Diretoria; em segunda instância no Conad subsequente à decisão da Diretoria e, em última instância, no Congresso.


Ainda com relação à Comissão nomeada pela Diretoria, não se releva a importância de se ter nela professores da Regional Pantanal, bem como da Adufmat, para maior transparência e isenção no processo de apuração, pois estes professores também tiveram maiores contatos com o ex-diretor durante suas funções. Além disso, a Comissão que fez o relatório disponibilizado só tinha componentes da Diretoria e, uma delas era membro da mesma gestão do acusado, o que poderia comprometer ainda mais a capacidade de apreciação e dar munição para invalidação de todo o processo.


Finalmente, entendemos que, no sentido de dar encaminhamento correto às acusações, estas deveriam ser apuradas por uma nova Comissão, escolhida e eleita pelo Conad, especificamente para este caso. Esta Comissão deverá contar com cinco pessoas e, se possível, com alguém da Seção Sindical do acusado, tendo ainda a possibilidade de acompanhamento por um representante do acusado. Seguindo o nosso Estatuto, este deve ser o rito exigido num processo com esta gravidade, sem abrir precedentes de julgamentos “agilizados” e sem o devido procedimento, dentro do Sindicato.

TR – 19

O 65o CONAD do ANDES-SN delibera:
1. Indicar uma Comissão para aprofundar toda a apuração, averiguar e realizar o levantamento sobre a acusações de irregularidades, que teriam sido cometidas pelo 1º Vice-Presidente da Regional Pantanal, na Gestão 2018-2020;
- Esta Comissão será composta por cinco membros, aprovados pela Plenária do Tema III do 65º Conad, e deverá ter em sua constituição um membro indicado pela Diretoria do Andes-SN e outro indicado pela Seção Sindical Adufmat.
- O representante do acusado poderá participar como ouvinte das reuniões da Comissão;
- Os documentos que constam dos trabalhos da Comissão deverão estar disponibilizados em sala do Evento, sob a guarda da Diretoria, para consulta pelos filiados; 
2. Que a Diretoria envie toda a documentação disponível a respeito das acusações de irregularidades por parte do ex-diretor da Regional Pantanal, Gestão 2018-2020 para a Assessoria Jurídica Nacional, com o objetivo de instruir eventuais processos nas áreas cível/criminal, caso existentes;
3. Que ao término dos trabalhos da Comissão aprovada neste Conad, a Diretoria proceda de acordo com o previsto no Estatuto do Andes-SN;
4. Que a Diretoria do Andes-SN encaminhe uma discussão sobre uma necessária correção estatutária de inclusão da palavra “exclusão” após as palavras advertência e suspensão no Inciso 8 do Art. 23.

TR 19 –

Contribuição dos(as) sindicalizados(as) Adriano Vitti (ADUFRA); Albany Mendonça (APUR); Aloízio Soares (ASPUV); Ana Lucia B. Faria (SINDCEFET-MG.); Angela M.S. Ferreira (ASPUV); Angelica Lovatto (ADUNESP); Angelo Antonio Abrantes (ADUNESP); Antônio Cláudio M. Costa (ADUFU); Antônio de Pádua Bosi (ADUNIOESTE); Antônio Luis de Andrade – Tato (ADUNESP); Antônio Mahye (ADUR-RJ); Aparecida D’Arc de Souza (ADUNIOESTE); Benedito G. dos Santos Filho (ADUFRA); Bráulio Silva Chaves (SINDCEFET-MG); Célia Otranto (ADUR-RJ); Cícera Vanessa Maia (SINDCEFET-MG); Claudete S. Sampaio (ADUFS-SE.); Dayse dos Santos (ADUNESP.); Dileno Dustan (APES-JF); Fábia Heluy Caram (SINDCEFET-MG); Fábio Ocada (ADUNESP); Fernando Martins (ADUNESP); Gabriel Muñoz (ADUFU); Gilberto Marques Pereira (SINDCEFET-MG); Igor Morici (SINDCEFET-MG); Janete Luzia Leite (ADUFRJ); João da Costa Chaves Jr. (ADUNESP); José Domingues G. Filho (ADUFMAT); Juliana de Segadas Vianna (ADUR-RJ); Luís Mauro Magalhães (ADUR-RJ); Milney Chasin (SINDCEFET-MG); Milton V. do Prado Júnior (ADUNESP); Monica Pirozi (ASPUV); Oneize Amoras (ADUFS-SE.); Samuel F. Alves (SINDCEFET-MG); Sueli Guadelupe (ADUNESP); Virgílio Coelho Oliveira Jr. (SINDCEFET-MG); Zenilde Moreira (ADUFERPE), Rosimê Meguins (ADUFPA).

 

 

*Por um equívoco, o TR publicado no Caderno Anexo citou a Regional Planalto, quando o correto seria Regional Pantanal. Fazemos, neste texto, a devida correção.   

Segunda, 25 Julho 2022 13:50

 

 

65º. CONAD DO ANDES-SN: Retorno presencial com condições de trabalho e políticas de permanência para fortalecer a luta por Educação Pública e liberdades democráticas

 

Entre os dias 15 e 17 de julho 2022 aconteceu o 65º CONAD do ANDES-SN, o primeiro presencial em tempos de pandemia, realizado numa conjuntura de aprofundamento do projeto do capital, em que as políticas ultraneoliberais assolam a classe trabalhadora. Este cenário é marcado por uma realidade de fome, desemprego, destruição socioambiental e de violência política, com o avanço do fascismo. Os ataques aos direitos sociais, às políticas públicas e à democracia perpetuam a violência, sobretudo contra mulheres, população e juventude negra, povos originários e tradicionais, população LGBTQIAP+, direitos da classe trabalhadora em geral e seu direito de lutar.

O(A)s delegado(a)s, o(a)s observadore(a)s e convidado(a)s tiveram a oportunidade de conhecer um pouco mais da história de luta e resistência e da musicalidade que emana de Vitória da Conquista.

O território que hoje abriga a cidade de Vitória da Conquista, terceira maior cidade do estado da Bahia, foi habitado pelos povos indígenas Mongoyó, Ymboré e Pataxó. Os aldeamentos se espalhavam por um longo território, das margens do Rio Pardo até o Rio de Contas, conhecido como "Sertão da Ressaca". Além das populações indígenas, populações negras, ainda presentes nos territórios quilombolas rurais e urbanos, construíram a ocupação dos sertões mais profundos da Bahia desde o período colonial.

A ADUSB, seção sindical do ANDES-SN que neste ano completará seu 40º aniversário, sediou o 65º CONAD, recebendo-nos com aconchego e afeto, o que nos aqueceu no frio e garoa inusitados para o imaginário acerca da Bahia. A comissão local organizou os debates das plenárias no auditório Glauber Rocha, natural de Vitória da Conquista e referência do Cinema Novo, e nas salas de aula do módulo IV tivemos as discussões dos grupos mistos.

A organização do evento proporcionou-nos condições para termos um CONAD de qualidade. Tivemos batuques, pífanos, samba e MPB brindando-nos entre os intervalos para os lanches e almoço - maravilhosos, pois a arte e a cultura popular nos animam na nossa luta cotidiana. Sempre contamos com a presença da equipe de coordenação do evento, composta pela diretoria da ADUSB e o apoio logístico dos funcionários e funcionárias da seção sindical e da equipe de monitores e monitoras.

De pronto na plenária de abertura o ANDES-SN reafirmou o compromisso com a defesa da categoria num ato de apoio e solidariedade à professora e lutadora Elizabeth Lewis, ex-presidenta da ADUNIRIO, que está sob ameaça de cancelamento de sua efetivação.

Foram três dias de intensos debates em plenárias e grupos mistos, como preza nosso histórico método de deliberar as ações do sindicato pela base. Atualizamos a análise de conjuntura e o Plano Geral de Lutas, reafirmando o compromisso do ANDES-SN em defesa da Educação Pública, Gratuita, Laica e Socialmente referenciada. Na análise de conjuntura, em âmbito nacional, destacou-se a violência política, os ataques à Educação e aos direitos sociais e trabalhistas. Reafirmamos a necessidade de construção da unidade na luta para enfrentar o bolsonarismo nas ruas e nas urnas. No Plano Geral de Lutas apontamos os imensos desafios em organizar a reação contra a privatização da Educação, os cortes orçamentários, o reuni digital, o retorno presencial sem as condições sanitárias e de ensino e aprendizado adequadas, e a defesa da liberdade de cátedra.

Aprovamos a prestação de contas e o orçamento para o próximo ano, tarefa precípua do CONAD, que possibilitará continuarmos fortalecendo nossas lutas, o enfrentamento ao projeto do Capital e seu representante na versão ultraneoliberal, o governo Bolsonaro, que tem promovido um retrocesso civilizatório e, em particular, atacado a educação pública e as universidades, institutos e Cefets.

Como o momento exige, foi um CONAD pleno de discussões, tanto pelos desafios que a conjuntura nos impõe, como pela necessidade de fortalecer nossa posição contra o assédio em todas as dimensões dessa sociedade exploradora e opressora da vida e do planeta, que os interesses do Capital tenta nos impor.

Os tempos sombrios de retrocessos e conservadorismo, “página infeliz da nossa História”, que ameaçam retornar, contrapondo-se àquilo que historicamente construímos em nosso Sindicato, não podem incidir sobre nossa luta e sobre o significado do que é preciso fazer rumo à emancipação humana.

Temos o desafio de derrotar Bolsonaro e o bolsonarismo, que representam o retrocesso político e civilizatório que o país atravessa. Com unidade e firmeza em nossos princípios, venceremos essa etapa e continuaremos a realizar o projeto histórico de educação emancipadora que há 41 anos nosso sindicato tem construído.

Nem um passo atrás, nossa luta é por uma sociedade anticapitalista, antimachista, antiLGBTQIAP+ fóbica e anticapacitista.

Fora Bolsonaro e Mourão!

Em defesa das liberdades democráticas!

Contra os desmontes da educação pública!

Viva o ANDES-SN!

 

 

Vitória da Conquista (BA), 17 de julho de 2022.

Quinta, 21 Julho 2022 00:00

 

“A trabalhadora teve parte de sua remuneração mensalmente retirada para destinação não demonstrada, muito embora encontre correlação de valores e periodicidade com as alegadas transferências ao ex-diretor”. Esse é um trecho conclusivo do relatório formulado por comissão indicada pela diretoria do Andes – Sindicato Nacional, que investigou denúncias de assédio moral, sexual e apropriação indevida, supostamente praticadas pelo então diretor da Regional Pantanal, Reginaldo Araújo, entre 2019 e 2020. Sem provas, mas com “convicções”, o 65º Conselho do Andes-SN (Conad) decidiu, neste domingo, 17/07, excluir da base do sindicato o militante, que atualmente é diretor-geral licenciado da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (Adufmat-Ssind).

 

A denúncia, feita por uma funcionária da Secretaria Regional Pantanal do Andes-SN em meados de 2021, ao perceber que seria demitida pela atual diretoria - da qual Araújo não faz parte -, se restringiu à esfera política, justamente pela ausência de provas. Na ocasião da denúncia, os atuais diretores da Regional também foram acusados pela funcionária de prática de assédio moral, mas sobre este caso, ainda não houve nenhum pronunciamento público do Andes-SN.  

 

Apesar da insegurança do relatório elaborado contra Araújo, o Andes-SN condenou o professor previamente, defendendo sua exclusão do quadro de sindicalizados em um Texto Resolução publicado no Caderno de Textos do 65º Conad, em 14/06, no qual a diretoria afirma que ao docente seria assegurado o direito de apresentar sua defesa no Conselho – segundo maior espaço deliberativo do sindicato nacional. O prazo anunciado no TR para o envio do texto de sua defesa foi de 15 dias, com o argumento de fazê-lo circular no Caderno Anexo, disponibilizado 21 dias depois, em 05/07. No entanto, o professor foi notificado oficialmente, via e-mail, no dia 15/06, informando a mesma data (28/06) para o envio da defesa.  

 

No Conad, Araújo denunciou que representantes de outras seções sindicais reclamaram da dificuldade de acessar os documentos (o texto da defesa tem 40 páginas, mas os anexos com provas documentais ultrapassam 300 páginas), pois a liberação dos mesmos se deu por intermediação do Andes-SN. Durante o evento, tanto nos grupos mistos quanto na plenária que debateu a questão - Tema III -, docentes reafirmaram as declarações de Araújo, de que não conseguiram acessar a documentação, ou que, mesmo acessando, não se sentiam preparados para qualquer julgamento devido ao pouco tempo destinado à apreciação do mesmo.

 

Na plenária realizada no domingo, o professor solicitou 30 minutos para fazer sua defesa oral, mas foram concedidos apenas 15 - que dividiu com a colega de Seção Sindical, Alair Silveira. Inicialmente, os docentes apresentaram críticas à metodologia adotada pelo sindicato para apuração das denúncias. A própria Adufmat-Ssind aprovou, em assembleia geral realizada em 23/06, a “inconformidade com a forma como foi conduzido o processo que resultou na apresentação do Texto Resolução (TR) n. 05, do Caderno de Texto para o 65º CONAD” (leia a nota aqui).

 

Na Seção Sindical do Andes-SN na UFMT, parte da categoria também se sente atacada pela TR nº 5, já que, para a direção nacional, Araújo teria orquestrado diversas situações em benefício próprio, implicando, portanto, na omissão ou conivência por parte de outros diretores que estavam à frente do sindicato na época. Além disso, alguns docentes questionam se a direção nacional teria competência para decidir o futuro de um militante local, apresentando um relatório que, de fato, não demonstra responsabilidade sobre essas acusações, e sem que a própria Seção possa fazer a discussão a partir da apresentação do contraditório.

 

No total, a plenária de domingo do 65º Conad autorizou a intervenção de 24 inscritos, mas o número de candidatos foi maior. Dessas 24 intervenções, 10 foram no sentido de que não havia possibilidade de decidir sobre a exclusão de Araújo. As outras 14 intervenções, feitas, em sua maioria, por membros da diretoria atual ou da anterior, insistiu na ideia de que o rito procedimental foi o adequado e que houve tempo para apropriação e análise de todos os argumentos.

 

Entretanto, o próprio Andes-SN, em matéria publicada após o Conad, atribui a exclusão do professor à “denúncia de assédio”, sem abordar detalhes imprescindíveis de um dos debates mais importantes do evento, não só pela gravidade das acusações, mas pela abertura de precedentes acerca de como a entidade passará a lidar com questões desse tipo.

 

Se, com relação às acusações de apropriação indevida, a própria comissão reconhece a “não demonstração” das acusações, com relação ao “assédio”, apontado publicamente como única causa da exclusão, a constatação é praticamente a mesma, quando afirma a comissão: “[...] expressão do assédio sexual caracteriza-se ante uma conotação estrutural, e à própria percepção da vítima quanto a esta situação de constrangimento, que independe de ato de violência, coação ativa ou assemelhada – condições que, de fato, nem ao menos foram aventados no caso. Neste sentido a prática de assédio sexual, mesmo que aparentemente não expressa por ter sido uma relação vivida, apresenta-se como tal pela condição assimétrica desta relação, pela narrativa e percepção de sensível coação da trabalhadora, contextualizadas na responsável compreensão da lógica machista que estrutura as relações de gênero.”  

 

Em sua intervenção, o professor Waldir de Castro, da Associação dos Docentes da Universidade Federal Fluminense (Aduff) tentou alertar aos participantes do Conad. “A primeira questão é: quem aqui leu os relatórios? E não é só caso de leitura, mas de estudo. Aqui nós pegamos informações de forma fragmentada, isso dificulta qualquer análise. É claro que não acreditamos na neutralidade de um julgamento, a chamada letra fria da lei, ainda mais em ambiente extremamente emocional, como esse que temos aqui. E outra, a gente sabe que tem uma corrente política majoritária que dirige o sindicato e hegemoniza as seções sindicais, e isso aqui é um conselho de dirigentes, não de base, como é o Congresso. Ninguém aqui quer jogar nada para de baixo do tapete, mas qualquer decisão agora seria prematura. Nós temos um Congresso à frente”, disse o professor, sugerindo que a conclusão do debate se desse no Congresso do Andes-SN, que será realizado no início de 2023.

 

A direção do sindicato nacional, no entanto, alegou que, conforme o Estatuto da entidade, remeter o debate para o próximo Congresso “castraria” o direito legal do professor Reginaldo Araújo de recorrer à decisão do Conad.

 

Em sua defesa, Araújo afirmou que não cometeu nenhuma das acusações, e que as provas estão reunidas na documentação entregue – muito embora alguns documentos solicitados, como atas e gravações, ainda não tenham sido concedidos pelo Andes-SN. Além disso, lembrou que havia pedido à comissão para que ouvisse outras pessoas diretamente envolvidas, pois as entrevistas se limitaram à audição da acusadora, de membros da ex-diretoria do sindicato nacional que tentam expulsar o docente desde 2018 por divergências políticas, de uma ex-funcionária da Secretaria Regional, demitida em 2019 mediante a constatação de irregularidades, de uma diretora da Regional Pantanal que reside no Mato Grosso do Sul e do próprio Reginaldo Araújo, que na época foi convocado na condição de testemunha, e não de acusado.

 

Para o professor, a ideia de perseguição política por parte do grupo hegemônico dentro Andes-SN se revelou também na votação que aprovou o TR5. Muito embora o curto espaço concedido para o debate tenha registrado diversas intervenções contrárias à aprovação sem debate aprofundado, resguardando o direito ao contraditório, os votos, prerrogativa apenas dos delegados/ diretores das Seções, foram: 40 favoráveis ao TR, cinco contrários e nove abstenções.       

 

Para a diretora da Adufmat-Ssind, Marlene Menezes, delegada eleita em assembleia geral para representar a Seção Sindical no 65º Conad, a decisão de exclusão foi uma decepção. “Na assembleia que realizamos em 23/06, os docentes repudiaram o método escolhido pela diretoria do Andes para averiguar as denúncias a respeito do professor Reginaldo, diretor geral da Adufmat. Desta decisão, surgiram duas ações: a aprovação de uma nota, marcando a posição, e a indicação para defesa e voto contrário à TR 5, que propôs a exclusão do professor no Conad. A ausência das garantias democráticas e constitucionais, entre elas e o direito à defesa no tempo e espaço da acusação continuaram presentes na plenária que deliberou pela aprovação da TR 5, portanto, da filiação do professor. Em nome da deliberação da nossa assembleia, da qual fui portadora como delegada, me sinto decepcionada”, disse a docente.

 

Após o debate, várias solicitações de “esclarecimentos” foram feitas, indicando, mais uma vez, que a plenária não estava preparada para se posicionar, e não tinha compreensão dos efeitos posteriores a qualquer posicionamento. Embora a diretoria do Andes-SN tenha reivindicado, algumas vezes, autonomia política para indicar a decisão, a Assessoria Jurídica da entidade foi acionada para responder alguns questionamentos. Após muita confusão, afirmou-se que, caso Araújo opte pela apresentação de recurso, sua exclusão será suspensa até apreciação definitiva pelo Congresso do Andes-SN.

 

Com a intenção de oportunizar a ampla defesa do professor Reginaldo Araújo, a Adufmat-Ssind realizou uma entrevista, cuja íntegra será disponibilizada abaixo:

 

Adufmat-Ssind: Professor, qual a sua avaliação sobre o processo que resultou na sua exclusão do quadro de sindicalizado do Andes-SN?

 

Prof. Reginaldo Araújo: Eu avalio tudo isso com muita tristeza e indignação, porque as acusações que me foram imputadas são muito graves, especialmente quando a gente vê a partir de uma perspectiva de militante. Acusações de assédio moral, de assédio sexual, de rachadinha - uma expressão que alguns membros do Andes-SN utilizaram para me acusar de apropriação de recursos da servidora -, contra toda uma história, toda uma prática de construção que nós fazemos dentro do movimento sindical. Eu vejo com muita tristeza e indignação como esse processo foi feito para garantir uma condenação. Por que eu estou dizendo isso? Porque eu fui convidado para duas oitivas pelos membros de uma comissão investigativa do Andes, e eles não revelaram que eu era investigado. Nas duas oitivas em que eu fui chamado, estava muito explícito, e eu mostro isso nos e-mails. Quem lê a minha defesa vai ver: eu fui convidado como testemunha para o que eles estão chamando de “desarmonia entre a atual diretoria e a servidora, e questões da diretoria anterior e a servidora”. Então, eles terem feito esse processo que me levou à exclusão sem me garantir o direito de saber que eu estava sendo acusado de alguma forma, foi absolutamente desrespeitoso, inclusive da perspectiva do que a gente chama de direito garantido constitucionalmente. Outra questão lamentável é o procedimento que eles construíram. Na Constituição brasileira está muito evidenciada a ideia de inviabilidade da intimidade, ela não pode ser colocada abertamente para as pessoas. E eles violaram a minha intimidade quando revelam para o país inteiro que eu tive um relacionamento íntimo com a servidora, e eu assumi isso desde o início das oitivas junto à comissão, mas não tinha ideia do que eles iam fazer e, inclusive, fiz isso no sentido de ajudar a comissão. Eu não tinha ideia de que eles iam colocar isso para 75 mil professores, é uma coisa simplesmente absurda. Outra garantia constitucional violada é que, mesmo que você tenha uma acusação, o espaço da defesa tem de ser no mesmo tamanho, local e tempo. E aí me assustou, inclusive, que alguns dirigentes do sindicato afirmam que estão cumprindo o Estatuto da entidade, mas ignoram a Constituição. A coisa foi bem pensada para não me dar chance dentro do processo do Conad, a estrutura de enviarem os textos no dia 14 de junho para todos sindicalizados, para que eles realizassem assembleias até 5 de julho. Essa estrutura impossibilitou as decisões de assembleias, porque o Conad começa antes das pessoas chegarem ao evento; ele começa com as assembleias, se posicionando sobre os textos de resolução, e eles fizeram de uma forma que não me daria chance mesmo de ter qualquer tipo de vitória, quando colocam o TR [Texto Resolução] no dia 14 de junho e a minha defesa só foi anexada no dia 5 de julho. Na experiência dentro do Conad, foi evidenciado, por vários delegados e vários observadores, que as pessoas votaram sem ter acesso à minha defesa. Coisas escandalosas como, por exemplo, dentro do evento, a diretoria se colocar contra a entrega da defesa nas mãos das pessoas, depois de a gente denunciar que elas não estavam conseguindo acesso ao documento via internet, conforme foi com o relatório da acusação. O próprio tempo estipulado dentro do grupo misto, eu tive entre seis e oito minutos para fazer fala de defesa de uma acusação tão grave. Tudo isso criou uma estrutura que levou a esse resultado, um processo de exclusão que só causa indignação, porque nem a minha Seção, ou seja, os meus companheiros, que atuam comigo, sequer tiveram a oportunidade de acompanhar esse processo, inclusive para dizer: não, a gente chegou à conclusão de que o Reginaldo é culpado, ou que o Reginaldo é inocente, porque nós acompanhamos de perto. Nem isso foi oportunizado. Fizeram uma discussão de sujeitos que são de outras regiões, que se apropriaram de informações incompletas, na minha opinião, construída de forma pensada para me retirar do sindicato.

 

Ad: De forma resumida, o que você tem a dizer sobre a acusação de orquestração da demissão da funcionária da Secretaria Regional em 2019?

 

Prof. R: Isso, para mim, é parte de um movimento para não dar nenhuma chance de eu tentar mostrar o quanto esse processo todo é viciado. Só para as pessoas compreenderem, de forma breve: eu estava na direção de um sindicato no finalzinho de 2018. Havia quatro, cinco meses que tínhamos assumido, quando eu e o diretor tesoureiro percebemos que havia uma situação grave. Qual era? Nós tínhamos uma servidora, na Regional Pantanal, que simulava o pagamento a uma diarista que deveria fazer a limpeza do sindicato todas as segundas-feiras. No entanto, tanto eu quanto o tesoureiro percebemos que essa limpeza não estava sendo feita. Quando nós percebemos isso, levantamos as gravações das câmeras externas, que mostravam quem entrava no sindicato. E aí não foi muito difícil: pegamos recibos que mostravam que as diárias estavam sendo pagas, pegamos as filmagens das segundas-feiras, e observamos que não tinha esse serviço. Levamos para a diretoria, fizemos a denúncia, entregamos as imagens, e aí três, quatro anos depois, parte da diretoria anterior vem dizer que não assistiu a filmagem. Não era responsabilidade minha eles assistirem às filmagens. Eu assisti e garanto que ninguém esteve trabalhando naquele período. A própria funcionária que foi demitida diz, na oitiva, que a diarista faltou alguns dias porque sofreu um acidente, e que ela continuou fazendo os pagamentos. Bem, se a diarista faltou, ela deveria ter avisado a direção do sindicato e aguardado a nossa decisão a respeito. Mas ela mesma admitiu que a diarista não estava trabalhando.

 

Ad: E a diretoria do Andes-SN orientou o processo de demissão e contratação de novo funcionário?

 

Prof. R: Essa decisão foi tomada no dia 04 de fevereiro, na cidade de Belém, após o Congresso ocorrido na cidade. Está em ata. A diretoria orienta que é papel do primeiro vice-presidente, no caso, eu, demitir a funcionária e contratar outra. Quem teve acesso à minha defesa vai observar que a gente levou quase 40 dias para contratar a nova funcionária. Consultamos a direção do sindicato, a partir da sua Secretaria Geral e essa Secretaria me orientou a procurar funcionários para ver o modelo de edital. Nós vimos o modelo, eu divulguei entre a diretoria, depois divulguei em toda a rede de filiados da Adufmat. Eu não estava na primeira banca montada, que contava com dirigentes da Regional Pantanal e da direção nacional. As duas tiveram problemas de última hora que as impediram de participar da banca, uma bateu o carro e a outra teve um problema de saúde. Então, eu convidei professores da diretoria da Adufmat para contribuírem, e contribuíram, fizemos ata, foi um processo republicano, tomamos todos os cuidados, tivemos 19 candidatos, avaliamos currículos, fizemos as entrevistas, sabe? É simplesmente absurdo, hoje, quererem fazer uma acusação de algo que, inclusive, uma comissão averiguou lá em julho de 2019, e atestou que foi um processo absolutamente lícito. Esse relatório, inclusive, é um dos anexos da defesa.

 

Ad: De forma resumida, o que você tem a dizer sobre as acusações de assédio moral e sexual contra a funcionária que fez as denúncias?

 

Prof. R: Primeiro, que tudo isso é muito caro para nós, militantes do movimento sindical. Nós somos sujeitos que lutamos contra o assédio moral e assédio sexual. Isso está espalhado para todos os lados. Em segundo lugar, eu tive um relacionamento íntimo com a funcionária, desde o início eu assumi isso, publicamente, e acredito que eu tenho que lidar com isso, especialmente com a minha companheira, com a minha família. Também me disponho a responder sobre isso a qualquer um que considere necessário. Agora, tudo isso ocorreu de forma consentida. Nós estamos tratando de uma militante política, de movimento social. Não houve assédio sexual, eram duas pessoas adultas que estavam se relacionando. Não houve assédio moral. Eu nunca a desrespeitei em nenhum momento. Há, inclusive, mensagens trocadas em 2021, quando eu já não era mais dirigente, dela reconhecendo que eu fui um dos melhores chefes que ela já teve, agradecendo atos de solidariedade para com ela quando adoeceu de Covid-19. Nesse processo de relacionamento íntimo, eu fiz empréstimos financeiros e demonstro isso. Àqueles que puderem ler a minha defesa, ela está à disposição, eu mesmo entrego para qualquer pessoa, porque estou aberto a qualquer tipo de questionamento e esclarecimento sobre este processo. Eu não tenho nada a esconder. Eu fiz esses empréstimos e uma gravação que aparece no relatório - e só tem essa gravação, algumas pessoas andam dizendo que tem filmagens, que tem outras gravações; bem, se tem, só me chegou essa -, uma gravação na qual eu estou cobrando dela o empréstimo que eu fiz, inclusive para comprar o celular que ela admite que eu comprei para ela, no meu cartão de crédito. Então, na minha opinião, esse processo não passou de uma cilada. Lamentavelmente, eu fui muito ingênuo nesse processo todo, por não perceber que esse envolvimento e esses empréstimos me causariam tanta dor. Para mim, é dolorido ter que sair de um sindicato que eu tenho ajudado a construir nos últimos cinco, dez anos. Então, assim, eu tenho todos os documentos que mostram o saque, repasses para a servidora como empréstimo. Ela me devolveu os recursos, e eu coloco isso até para reconhecer que ela foi honesta comigo nesse sentido. Eu lamento profundamente, e disso eu não tenho dúvidas, de que ela só traz essas denúncias porque percebeu que poderia ser mandada embora pela atual direção. Isso fica muito evidenciado quando ela revela que tem um desentendimento com a atual direção do sindicato e vai fazer as denúncias contra eles, porque teve acesso a e-mails, trocas de conversas. E aí ela, diante da ameaça de ser mandada embora, acha elementos que criam fatos para não ser demitida.

 

Ad: Quer falar mais alguma coisa, professor?

 

Prof. R: Já que as instâncias dentro da estrutura do sindicato não me dão a oportunidade de fazer a minha defesa, eu vou recorrer judicialmente, porque lá eu acredito que posso demonstrar que não me permitiram demonstrar a minha defesa, mesmo que eu tenha produzido um documento de 40 páginas de texto, com 45 anexos. Isso é gravíssimo. Eu não vou dizer que eu sou vítima, porque não sou. Eu errei, admito isso publicamente, mas ao mesmo tempo, não dá para permitir que manchem a minha história, minha honra, a minha caminhada dentro da luta sindical desse jeito. Então, eu vou recorrer judicialmente, vou constituir um advogado, e eu tenho muita esperança de que a gente consiga reverter isso, nem que seja da forma mais difícil - principalmente pra nós que somos do campo da esquerda -, que é recorrer ao espaço da justiça burguesa para restabelecer aquilo que é de direito.

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind  

Sexta, 15 Julho 2022 16:30

 

Para balizar as avaliações e encaminhamentos dos três dias de trabalho do 65º Conselho do Andes-SN (Conad), docentes de todo o país contribuíram para a atualização da análise de conjuntura.

 

A abertura da Plenária do Tema I foi feita pela presidente do Andes-SN, Rivânia Moura, apresentando o texto com análise de conjuntura da Diretoria. A leitura é de que, a partir do cenário internacional, o Brasil continua sendo impactado pela crise capitalista e pacto burguês, levando adiante a contrarrevolução permanente de ataques aos direitos sociais e trabalhistas. Assim, a tarefa do sindicato continua sendo, entre outras coisas, lutar contra a PEC 32 (Reforma Administrativa), contra as opressões de gênero, raça e sexo, e construir uma greve geral de trabalhadores.

 

As professoras Eleonora Ziller (AdUFRJ) e Nicole Pontes (Aduferp) apresentaram o texto com título “O que a conjuntura impacta na vida docente: remover o governo criminoso de Bolsonaro para reconstruir e transformar o Brasil”, que aborda, entra outras coisas, a defesa da participação do Andes-SN na Conferência Nacional Popular da Educação (Conape).

 

A tese “Lutar pelo poder popular! Pelo socialismo e o internacionalismo! Fora Bolsonaro! Construir a universidade popular!”, foi defendida pelo professor Luis Acosta (AdUFRJ). Ele iniciou lembrando que este ano será comemorado 200 anos da independência do Brasil e 100 anos do Partido Comunista Brasileiro, parte importante da história de organização da classe trabalhadora, pois demonstra a disposição de construção de outra sociedade. O texto reivindica, ainda, a luta pela Memória, Verdade e Justiça, que transformou lutadores em mártires na ditadura militar. Por fim, os autores do texto reivindicam a independência de classe, afirmando que a luta dos trabalhadores não se esgota nas eleições, mas a construção de propostas como: uma Lei de Responsabilidade Social, referenciada pelas propostas da classe trabalhadora; um Projeto de Educação que deve incluir uma Universidade Popular, além de uma grande greve, ao menos do setor da Educação.

 

A professora Alair Silveira (Adufmat-Ssind) defendeu a tese “Nas Ruas ou nas Urnas?”, criticando a tendência de defesa da candidatura de Lula como alternativa a um novo Governo Bolsonaro e o esforço da Diretoria do Andes-SN em transformar a importante luta contra as opressões em ferramenta de perseguição entre os próprios militantes da categoria. “Não há quem discorde da tragicidade deste governo, que é intolerante, perseguidor. No entanto, há discordâncias sobre o porquê a classe está como está, e como deve agir para avançar, para sair disso. Eleições não devem ser prioritárias. ‘Fora presidentes’, insígnias que usamos desde o Governo Collor, esvazia o debate central contra o projeto societário. Da mesma forma, as cisões criadas entre a categoria, a partir da opção de centrar no debate das opressões no lugar da classe, só nos enfraquece”, afirmou.

 

As defesas foram seguidas por debate aberto entre os presentes sobre os temas apresentados, e a Plenária I foi finalizada sem encaminhamentos. Para saber mais sobre as análises, leia o Caderno de Textos e o Caderno Anexo do 65º Conad.

 

 

Ao final, a delegação da Adufmat-Ssind apresentou o segundo caderno produzido pelo Grupo de Trabalho de Política e Formação Sindical (GTPFS) local, intitulado "Capital e Trabalho: ofensivas e resistências". O trabalho reúne análises acerca da identificação e sistematização de toda a legislação contrária aos interesses dos trabalhadores aprovadas nos últimos anos.   

 

Ainda no período noturno dessa sexta-feira, os docentes se concentrarão nos textos dos temas II (Plano de Lutas Geral e dos Setores) e III (Questões Organizativas e Financeiras) nos Grupos Mistos. 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Sexta, 15 Julho 2022 11:30

 

Começou, na manhã dessa sexta-feira, 15/07, no auditório do anfiteatro Glauber Rocha, localizado dentro da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), em Vitória da Conquista, o 65º Conselho do Andes Sindicato Nacional (Conad), segundo maior espaço deliberativo da entidade.

 

Estão representando a Adufmat-Ssind os professores Marlene Menezes (delegada indicada pela Diretoria), Maria Luzinete Vanzeler, Alair Silveira, Waldir Bertúlio, Reginaldo Araújo, Haya Del Bel e Maelison Neves, todos indicados pela assembleia geral realizada no dia 23/06. A professora Qelli Rocha, que também foi indicada para participar como observadora, não irá por questão de saúde.  

 

A apresentação cultural para receber os participantes vindos de diversas regiões do país para o 65º Conad foi feita pelo projeto social Marujada Mirim do Beco de Dôla, que transforma vidas de crianças e adolescentes do bairro Pedrinhas e região por meio da música, utilizando material reciclável para produzir instrumentos e valorizando a herança cultural do povo negro.

 

Em seguida, a Mesa de Abertura foi formada por entidades parceiras, com representantes estudantis, docentes, de técnicos-administrativos, entre outras categorias, além da Reitoria da Uesb.   

 

A coordenadora geral da Federação Nacional dos Estudantes do Ensino Técnico (Fenet), Ana Luiza Rocha, falou sobre os ataques de Jair Bolsonado à Educação pública, dificultando o acesso e permanência dos estudantes, especialmente durante a pandemia.

 

A representante do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), Luísa Senna, que é diretora de acessibilidade, observou que os próprios movimentos organizados de trabalhadores não estão prontos para receber pessoas com deficiência nos ambientes. Em seguida, destacou os desafios enfrentados nestes mais de dois anos de pandemia, em que os trabalhadores não tiveram o devido respeito por parte dos governos, vendo seus direitos sendo sistematicamente retirados. “Isso não é acaso, é produto de um projeto político de sociedade. Precisamos combater não só a criatura que ali está, mas os valores que ali o colocaram”, disse.

 

O coordenador da CSP-Conlutas, Paulo Varela, lembrou que o Andes-SN tem uma história que se mistura à CSP-Conlutas, central a qual é filiada. “Estivemos juntos não só na luta em defesa da Educação, mas também em momentos muito cruciais da própria existência do sindicato, como no momento em que tentaram dividir os trabalhadores da Educação, rompendo com o Andes e criando uma outra entidade para servir a um governo, e também logo depois, quando tentaram cassar o registro do Andes”, afirmou, destacando que é preciso reconhecer o Andes-SN como uma das maiores entidades de trabalhadores do país, fundamental para a organização dos servidores.

 

Varela defendeu, ainda, que é preciso discutir a auto defesa dos lutadores sociais nesse momento, citando os diversos ataques e assassinatos recentes praticados por aqueles que semeiam a intolerância. “Não acaba o protofascismo e a ultradireita com a eleição seja de quem for”, apontou.

 

 

Após as saudações das entidades, a Mesa anunciou o lançamento da edição 70 da Revista Universidade e Sociedade, que traz tema semelhante ao do 65º Conad: “Retorno Presencial com Condições de Trabalho e Políticas de Permanência para Fortalecer a Luta por Educação Pública e Liberdades Democráticas”.

 

Para finalizar, a presidente do Andes-SN, Rivânia Moura, fez seu discurso, com base no esperançar, termo cunhado por Paulo Freire, fazendo um breve histórico das lutas travadas pelo sindicato ao longo dos anos até o período atual.

 

“Temos feito história nesse último período com enfrentamento muito firme, em conjunto com outras categorias dos servidores públicos, contra a PEC 32 [Reforma Administrativa]. O Andes-SN foi, sim, uma das entidades que mais colocou gente nas ruas. O nosso esperançar é na luta, na nossa organização e mobilização”, disse, concluindo que a atuação dos servidores foi fundamental para que o Congresso Nacional não encontrasse forças para aprovar o projeto. Da mesma forma, a presidente atribuiu à luta da categoria a aprovou na, na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara, a PEC 96/22, que garante orçamento para a Educação, sem contingenciamento. “Só foi possível porque nós estávamos lá”, afirmou.

 

Moura destacou, ainda, a preservação do caráter classista do sindicato ao longo dos anos, compreendendo também as singularidades da classe, explorada de diferentes formas por sua raça, gênero e sexo. A presidente falou, ainda, do apoio às lutas indígenas, do Ocupa Brasília realizado há algumas semanas, além das campanhas feitas pelo Andes-SN, como a “Defender a Educação Pública, essa é a nossa escolha para o Brasil” e “Quem conhece, defende”.

 

Antes de anunciar oficialmente a abertura do 65º Conad, a presidente afirmou que independentemente de quem estiver no poder após as eleições de 2022, a postura do Andes-SN será de seguir na defesa da Educação pública e gratuita, e reforçou o apoio à professora Elizabeth Lewis que, com ajuda das entidades docentes, está negociando com a Reitoria da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) sobre a ameaçada de anulação de sua posse, após oito anos de dedicação à instituição (saiba mais aqui). A plenária foi encerrada com um coral da plateia, repetindo: Elizabeth Fica!  

 

Ainda pela manhã, a categoria deu início à Plenária de Instalação, anunciando que, no primeiro Conad presencial desde o início da pandemia, estiveram presentes 58 Seções Sindicais, representadas por 55 delegados, 109 observadores, 7 convidados e 26 diretores, totalizando 197 participantes.

 

Plenária de Instalação

 

A Plenária de Instalação é responsável pela leitura e aprovação do Regimento do encontro, e também da pauta e do cronograma.   

 

Nesta plenária, o professor Reginaldo Araújo, diretor licenciado da Adufmat-Ssind, solicitou à Diretoria do Andes-SN, a disponibilização do documento físico contendo a sua defesa, voltada a responder o Texto Resolução de número 5, de duas formas: a distribuição apenas do texto a todos os presentes, e a disposição do texto com os anexos em uma sala reservada, para acesso de todos os que preencherem os requisitos indicados pelo Sindicato Nacional. O pedido se deu porque vários docentes tiveram dificuldade de acessar a defesa de forma virtual, acusando que, mesmo seguindo o ritual imposto pelo Andes-SN para liberação do mesmo, demoraram a receber ou não receberam os documentos.   

 

Após algumas defesas e propostas e a partir do empate na votação, a plenária encaminhou a apresentação do texto da defesa a todos os presentes, conforme solicitou o professor Reginaldo Araújo.

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Quarta, 13 Julho 2022 10:46

 

 

Entre os dias 15 e 17 de julho, as e os docentes da base do ANDES-SN se reunirão em Vitória da Conquista (BA) para o 65º Conad. Cada seção sindical poderá enviar um delegado ou uma delegada com direito a voto. Demais representantes podem participar como observadores e observadoras, com direito à voz, conforme o estatuto do Sindicato Nacional.

A Adufmat-Ssind terá como representantes os docentes Marlene Menezes (delegada indicada pela Diretoria), Maria Luzinete Vanzeler, Alair Silveira, Waldir Bertúlio, Reginaldo Araújo, Haya Del Bel e Maelison Neves, todos indicados pela assembleia geral realizada no dia 23/06. A professora Qelli Rocha, que também foi indicada para participar como observadora, não irá por questão de saúde.  

Com o tema central "Retorno presencial com condições de trabalho e políticas de permanência para fortalecer a luta por Educação Pública e liberdades democráticas", o encontro acontecerá na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), sob a organização da Associação de Docentes da Uesb – Seção Sindical do ANDES-SN (Adusb SSind.).

De acordo com Milton Pinheiro, 1º vice-presidente do ANDES-SN, o 65º Conad será um momento importante de atualização do debate sobre a conjuntura, que tem se manifestado de forma bastante complexa, não só pelos movimentos do governo federal, mas por aquilo que a postura de Jair Bolsonaro estimula na sociedade. 

“Será um momento de discutir as questões mais relevantes da pauta política brasileira, mas também atualizar aquilo no que o ANDES-SN deve se orientar para compreender a conjuntura e fazer seus movimentos políticos dentro dessa conjuntura”, acrescenta Pinheiro. 

O 65º Conad terá como tarefa a atualização dos planos de lutas gerais e dos setores do ANDES-SN, aprovados durante o 40º Congresso realizado este ano em Porto Alegre (RS), e também deliberar sobre questões organizativas e financeiras, como a aprovação das contas da entidade e do local do próximo Conad. Além disso, as e os participantes discutirão os textos de resoluções que foram remetidos a esse encontro deliberativo pelos delegados e pelas delegadas do 40º Congresso.

“Precisamos avançar na luta em defesa da educação e dos serviços públicos. Esse é um ponto do nosso Conad, em especial pelos ataques ao financiamento das políticas públicas, pelo rotineiro bloqueio no orçamento da Educação e da Ciência e Tecnologia, que afeta a pesquisa, as condições de trabalho e o acesso e permanência dos estudantes, em especial aqueles mais carentes, advindos dos setores que são rotineiramente excluídos da vida social, que são negros e negras das mais diversas periferias”, explica. 

De acordo com 1º vice-presidente do Sindicato Nacional, durante a atualização do plano dos setores os e as participantes debaterão acerca da Educação Federal, das melhores formas de enfrentar a defasagem salarial e de atacar outras questões que atingem a categoria, tanto no setor das Federais quanto das Estaduais e Municipais. “Será um momento oportuno de grande debate e espero que consigamos atualizar nossas diversas pautas e avançar na luta”, afirma.

Confira aqui:

- Caderno de Textos
- Anexo do Caderno de Textos
- Consolidado Tema III
- Circular nº 254/2022 - Orientação acerca dos procedimentos para apresentação dos testes para COVID-19 para o 65º Conad

 
 
Fonte: ANDES-SN (com edição da Adufmat-Ssind)
Segunda, 27 Junho 2022 16:20

 

A Adufmat-Ssind vem, por meio desta, informar o pedido de afastamento temporário do diretor geral da entidade, Reginaldo Araújo, por conta da necessidade de tempo para responder ao TR5 do 65º Conad (saiba mais aqui).

Leia, abaixo, a íntegra do pedido de afastamento, apresentado nesta segunda-feira, 27/06.