Terça, 23 Janeiro 2024 10:50

 

 

Um grupo de milicianos formado para combater ações de movimentos sociais e defender o latifúndio e o agronegócio assassinou e atacou indígenas do Território Indígena Caramuru-Catarina Paraguassu, no sul da Bahia. O grupo de fazendeiros e pistoleiros realizou a ação buscando uma reintegração de posse completamente arbitrária, sem qualquer fundamento legal, e contou com a conivência da Polícia Militar da Bahia (PM-BA).

A ação, iniciada na madrugada de sábado (20 /01) foi um ataque organizado contra indígenas do povo Pataxó Hã Hã Hãe. Segundo relatos das pessoas presentes, a ação do grupo de pistoleiros começou com a tomada de reféns e a PM-BA contribuiu para a violência ao abrir caminho para os milicianos até o território sob o argumento de que mediariam negociações. Testemunhas relatam que os disparos contra indígenas foram presenciados pelos agentes da PM-BA.

A atitude de conivência da PM juntamente com a violência de milicianos que atuam em favor do latifúndio foi um crime planejado contra os povos indígenas. O território invadido pelos grupos armados é uma área de ocupação tradicional e é reivindicado pelos Pataxó Hã Hã Hãe. Entre diversos feridos, está o cacique Nailton Muniz, sua irmã, Maria de Fátima Muniz, conhecida como Nega Pataxó, que foi assassinada durante o conflito. Trata-se de mais uma ativista em defesa dos povos indígenas e dos direitos humanos morta no país.

O ANDES-SN manifesta sua solidariedade ao povo Pataxó Hã Hã Hãe e seu pesar pela perda da companheira Nega Pataxó. Apoiamos todas as lutas pela demarcação e proteção de terras indígenas garantindo a ocupação de seus territórios tradicionais.

Além disso, manifestamos nosso repúdio à ação arbitrária de grupos armados que contou com a conivência das forças militares da Bahia. O estado ficou conhecido em 2023 por ter a Polícia Militar mais violenta do país e este triste episódio demonstra a conivência das forças armadas com o processo de militarização da questão social no Brasil. Exigimos
rigorosa punição dos agentes estatais coniventes com a ação dos milicianos, assim como de todos os fazendeiros e pistoleiros envolvidos nesse episódio violento!

Pela demarcação das terras indígenas!
Pela punição de todos os envolvidos no ataque ao território do povo Pataxó Hã Hã
Hãe!
Nega Pataxó, presente!

 

Brasília, 22 de janeiro de 2024

DIREÇÃO NACIONAL DO ANDES-SN

Terça, 29 Novembro 2022 14:31

 

No dia 25 de novembro (sexta feira), a cidade de Aracruz, no Espírito Santo foi sacudida em razão do atentado a duas escolas realizado por militante da extrema direita que matou, até o momento, 3 professoras e uma estudante. O jovem, com armas do pai policial militar, usava suástica, símbolo nazista.

É notório que com a ascensão de Bolsonaro, a intolerância política e a política armamentista, se constituíram como combustíveis para o aumento de atentados e todo o tipo de ameaças contra a vida e a democracia. Há um projeto em curso que prima pelo ódio como política, o fascismo como sociedade ideal. O próprio crescimento de células de grupos neonazistas no Brasil expressa esse tempo.

As ações dos grupos de extrema-direita contra a educação e a ciência é um sintoma imediato da própria escolha de Bolsonaro em atacar sistematicamente o(a)s educadore(a)s e o(a)s cientistas, numa espécie de ode à ignorância e ao negacionismo científico. A derrota eleitoral de Bolsonaro é um passo importante, mas só iremos derrotar esta política do ódio com muita mobilização e unidade.

A estudante Selena Sagrillo Zuccolotto (12 anos) e as professoras Maria da Penha de Melo Banhos (48 anos), Cybelle Passos Bezerra Lara (45 anos) e Flávia Amboss Merçon Leonardo (36), essa última colaboradora do Gesta/UFMG – Grupo de Estudos em Temáticas Ambientais são vítimas de uma política sistemática da extrema-direita brasileira. Há, ainda, 7 vítimas hospitalizadas.

O ANDES-SN se solidariza com o(a)s familiares que perderam entes queridos e reafirma sua posição de se manter na luta para derrotar o bolsonarismo e todas as expressões da extrema direita nas ruas.

Fascistas não passarão!

 

 

Brasília (28) de novembro de 2022

 

Diretoria do ANDES-Sindicato Nacional

Terça, 30 Outubro 2018 09:41

 

No final da tarde desta segunda-feira (29), a direção nacional do ANDES-SN publicou uma Nota Política sobre os ataques contra docentes e divulgando as iniciativas adotadas pela direção nacional.

Para o ANDES-SN é fundamental “que os/as professores/as se mantenham em tranquilidade, não deixando o pânico se espalhar entre nós e que registrem todos os casos de ameaças e procurem imediatamente a sua seção sindical para fazer denúncia”, orienta a Nota.

O texto ainda informa que novas orientações da Assessoria Jurídica Nacional serão divulgadas nos próximos dias, sobre como proceder em caso de agressões, ameaças e violências.

De acordo com o texto, após o anúncio da vitória de Jair Messias Bolsonaro (PSL), foram desencadeadas, em várias partes do país, ações violentas. Tais ações “ganharam vulto nas ruas, estendendo-se ao ambiente acadêmico, na medida em que grupos e políticos conservadores divulgaram a realização de atos políticos dentro das Instituições de Ensino Superior (IES) com o propósito de intimidar e ameaçar a comunidade acadêmica no decorrer desta semana”.

Entre essas ações está a sugestão de que “estudantes realizem perseguições da prática docente, gravando discursos proferidos por professores em salas de aulas, para posteriores denuncias”.

A Nota Política também avalia que “é necessário ter muito cuidado com a reprodução de notícias que podem ser fake news, uma dessas gerada ontem após o resultado das eleições foi uma suposta nota da ANDIFES suspendendo as aulas nas Universidades”. De acordo com a Nota essas mensagens “geram pânico e não nos ajudam a agirmos com cautela e celeridade, atrapalham as ações e nos desviam do foco central. Por isso orientamos que só repassem informações que tenha certeza da veracidade”.

“O momento é de unidade de ação de forma ampla e de ações conjuntas na defesa das Universidades Públicas, Institutos Federais e CEFET e das liberdades democráticas. Seguiremos firmes na luta e convocamos nossa categoria a se fortalecer de forma coletiva”, conclui a Nota Pública.

O ANDES-SN reafirma:

Se fere nossa existência, seremos resistência!

Não ao Fascismo!

Em Defesa das Universidades Públicas!

Em Defesa das Liberdades Democráticas!

Leia a Nota Política aqui.

 

Fonte: ANDES-SN

Quinta, 11 Outubro 2018 18:23

 

 

Na noite de terça-feira (9) um estudante da Universidade Federal do Paraná (UFPR) que vestia um boné do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) foi brutalmente agredido em frente à universidade, em Curitiba. Os agressores gritavam o nome do candidato de extrema direita e atacaram o estudante com garrafadas de vidro na cabeça. Eles também quebraram vidros da Casa do Estudante de Curitiba (CEUC). Longe de ser exceção, ataques de ódio movidos por posições políticas conservadoras têm se tornado regra nas universidades e nas ruas brasileiras.

Na Universidade Federal de Pelotas (Ufpel), por exemplo, a Associação de Docentes da instituição (Adufpel – Seção Sindical do ANDES-SN), denunciou uma ameaça recebida pelo docente Luciano Agostini. Ele recebeu em e-mail "anônimo", com assinatura falsa, ameaças de uma pessoa que afirma estar envolvida “diretamente na campanha” do mesmo candidato. Na mensagem, a ameaça cita uma suposta “campanha comunista” que o professor estaria fazendo na Universidade. O remetente ainda diz que o próprio candidato está ciente da situação e que, caso eleito, “a teta vai secar e o governo não irá mais financiar pesquisas inúteis”.

Diante da gravidade da situação, o docente, que está em atividade fora do Brasil, encaminhou denúncia aos órgãos competentes da Ufpel. Em memorando enviado à reitoria, salienta a gravidade da denúncia. “Além de ameaçar a mim, enquanto professor da instituição, também faz uma ameaça ampliada para toda a instituição”, pontua. O professor também afirma que nunca fez propaganda eleitoral dentro da instituição, além de nunca ter utilizado material de campanha de qualquer candidato.

Já na Universidade do Estado do Mato Grosso (Unemat), a Associação Docente (Adunemat – Seção Sindical do ANDES-SN) divulgou nota de repúdio aos sucessivos ataques que docentes, servidores e estudantes apoiadores da democracia têm sofrido nas dependências da instituição. Segundo a Adunemat-SSind, há uma série de hostilizações, repressões e ameaças praticadas por pessoas que se assumem como apoiadoras da extrema direita.

Também no Mato Grosso, o muro do Instituto de Linguagens da Universidade Federal (UFMT) foi pichado com uma suástica e uma referência ao candidato de extrema direita. Na Universidade Estadual do Maranhão (Uema), apoiadores de extrema direita entraram na universidade na terça-feira (9) gritando o nome do candidato, arrancando cartazes das paredes e cometendo violências simbólicas e efetivas.

Fora dos muros das universidades, uma estudante lésbica foi agredida por três homens na Cidade Baixa, bairro central de Porto Alegre (RS). Ela usava uma camiseta com a expressão “Ele Não” na noite de segunda-feira (8), os agressores teriam questionado sobre o motivo do uso da camiseta e a atingiram com socos. Na sequência, enquanto dois deles seguraram a vítima, o terceiro fez riscos com um canivete, similares a uma suástica, na região da barriga da jovem. A cruz suástica é símbolo do regime nazista alemão.

Em nota divulgada na quinta-feira (11), o ANDES-SN resgata outros casos de agressões iniciados logo após o término do primeiro turno das eleições. “O ódio e as práticas fascistas invadem as universidades colocando a vida de docentes, discentes, de Técnicos Administrativos/Universitários e do(a)s trabalhadore(a)s terceirizado(a)s”, denuncia a nota.

Para o ANDES-SN, o discurso de ódio e as práticas fascistas tentam intimidar o Movimento Estudantil, Movimento Sindical e o direito da comunidade acadêmica se posicionar politicamente. “O uso da violência tem por objetivo calar a voz dos movimentos sociais e da esquerda no Brasil”, afirma a nota.

“Nós da Direção do ANDES-SN repudiamos esses atos de violência e cobraremos a apuração via nossas Seções Sindicais das agressões motivadas por esses grupos, como também da responsabilização destes pela depredação da Universidade Pública”, conclui.

 

Leia aqui a nota completa

 

Fonte: ANDES-SN (com informações de DCE UFPR, Adufpel-SSind e Adunemat-SSind. Imagens de DCE UFPR e redes sociais)