Quarta, 15 Agosto 2018 16:47

 

Uma situação generalizada de insegurança, acidentes e mortes. Infelizmente, assim pode ser descrita a realidade do ambiente de trabalho no Brasil. Segundo dados do Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho, do Ministério Público do Trabalho (MPT), o país registrou cerca de 4,27 milhões de acidentes de trabalho de 2012 até esta terça-feira (14).

 

Os números equivalem a um acidente a cada 48 segundos. Desse total, 15.913 resultaram em mortes: um óbito a cada 3h38m43s.

 

 

Para citar, apenas dois exemplos recentes divulgados pela CSP-Conlutas. Na sexta (10), uma explosão na Usiminas (MG) deixou dezenas de feridos. Por pouco não resultou numa grande tragédia. No mesmo dia, um jovem trabalhador de apenas 23 anos de idade morreu na Sada Siderurgia, em Várzea de Palma (MG). No fim da manhã desta segunda-feira (13), um eletricista de 36 anos, funcionário de uma empresa terceirizada da Usiminas, se acidentou enquanto realizava uma manutenção programada na área da sinterização na siderúrgica. É o terceiro acidente na unidade em menos de uma semana. Várias irregularidades foram encontradas e os locais já haviam sido palco de outros acidentes.

 

Apenas no ano passado, 930.465 acidentes foram registrados no país. Cortes, laceração, ferida contusa e punctura (furo ou picada) responderam por cerca de 90 mil casos. Ainda contabilizam nos dados 78.499 fraturas e 67.371 contusões e/ou esmagamentos. As amputações somaram 4.462.

 

Quando o lucro fica acima da vida

 

Os dados revelam um cenário de guerra que ocorre no cotidiano de milhões de trabalhadores. Para além desses números assustadores, trata-se de tragédias sofridas por famílias que perdem um ente querido ou veem um trabalhador(a) perder sua capacidade laborativa em razão de um acidente de trabalho, que poderia ter sido evitado com garantia de condições de saúde e segurança.

 

“O fato é que o trabalhador é visto por muitos empresários e pelos governos como uma peça que pode ser trocada quando necessário. Em nome do lucro, há uma verdadeira negligência em relação às questões de segurança”, avalia o integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, Aldiério Florêncio Pereira, que acompanhou o recente acidente na Sada Siderúrgica.

 

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e região e também integrante do Setorial de Saúde do Trabalhador da CSP-Conlutas, Weller Gonçalves, destaca que a Lei da Terceirização e a Reforma Trabalhista, aprovadas pelo governo Temer e o Congresso, agravam ainda mais esse cenário.

 

“Estudos comprovam que a maioria dos acidentes de trabalho acontece nas empresas terceirizadas que oferecem condições mais precárias. Pesquisas também revelam que inúmeros acidentes também ocorrem após jornadas extensas. Todas as situações liberadas pelas reformas aprovadas pelo governo. Ou seja, para garantir o lucro dos empresários, rifam a vida dos trabalhadores”, denunciou.

 

“A luta pela garantia de saúde e segurança nos locais de trabalho precisa ser uma tarefa permanente dos trabalhadores e suas entidades. E isso passa desde reivindicações mínimas para garantir um local de trabalho adequado e seguro a lutar em defesa dos demais direitos dos trabalhadores, inclusive, pela revogação da Reforma Trabalhista, da Lei da Terceirização e todos os ataques dos governos contra os trabalhadores. Somente com luta e organização os trabalhadores podem garantir seus direitos”, concluiu Weller.

 

Fonte: CSP-Conlutas

Quinta, 28 Abril 2016 15:30

 

 

Mais de 313 milhões de trabalhadores em todo o mundo sofrem acidentes de trabalho anualmente, resultando em 2,3 milhões de mortes por ano, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT). A cada 15 segundos, um trabalhador morre de acidentes ou doenças relacionadas com o trabalho. No Brasil, em média, 722,5 mil de acidentes de trabalho ocorreram no ano de 2014 - último dado disponível pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social - sendo 2.783 mil óbitos.

 

Diante desses números, o Setorial de Saúde do Trabalhador da CSP-Conlutas, central sindical à qual o ANDES-SN é filiado, orienta a todas as entidades que compõem a Central a realizarem debates, atos e atividades em alusão à data e impulsionar o 28 de abril como um importante dia de luta. O Setorial elaborou um material para ser trabalhado com as bases e entidades filiadas com o intuito de conscientizar o trabalhador para a importância de debater este tema. São eixos de luta: a defesa da saúde do trabalhador, a batalha contra a terceirização, na forma do PLC 30/2015 (antigo PL 4330), que legaliza a terceirização de todas as áreas de trabalho na iniciativa privada, tanto para atividade meio quanto fim; contra a privatização e a Reforma da Previdência; a defesa da organização de base, entre outros.

 

Neste ano, algumas atividades foram realizadas com o intuito de publicizar o tema, como o II Encontro Nacional de Saúde do Trabalhador(a) da CSP-Conlutas, em Divinópolis (MG) ; e recentemente o Fórum Sindical e Popular de Minas Gerais, que realiza uma audiência pública - iniciada na terça-feira(26) e que termina nesta quinta (28) -, sobre odesastre sócio-ambiental em Mariana (MG), que levou a morte centenas de trabalhadores.  

 

Durante o 35º Congresso do ANDES-SN, realizado no início do ano em Curitiba (PR), os docentes deliberaram pela realização do Encontro Nacional de Saúde Docente, que acontecerá entre os dias 13 e 15 de maio, em Salvador (BA). O ANDES-SN também realizou duas Oficinas Interregionais De Pesquisa Sobre Saúde e Adoecimento Docente, uma em Feira de Santana (BA) em abril de 2016 e outra em Curitiba (PR) em novembro de 2015.

 

 Fonte: ANDES-SN (com informações de CSP-Conlutas)