A Adufmat-Ssind divulga, conforme edital, o resultado preliminar do processo seletivo para Arquivista 2023, por ordem alfabética.
CURRÍCULO
Benone da Silva Lopes Moraes: 5,0
Cristiana de Vasconcelos Lopes: 6,0
Rhaissa Marques Botelho Lobo: 9,0
REDAÇÃO
Benone da Silva Lopes Moraes: 7,0
Cristiana de Vasconcelos Lopes: 9,0
Rhaissa Marques Botelho Lobo: 9,0
ENTREVISTA
Benone da Silva Lopes Moraes: 8,5
Cristiana de Vasconcelos Lopes: 9,0
Rhaissa Marques Botelho Lobo: 9,0
MÉDIA FINAL
Benone da Silva Lopes Moraes: 6,83
Cristiana de Vasconcelos Lopes: 8,0
Rhaissa Marques Botelho Lobo: 9,0
O prazo para apresentação de recurso por parte dos candidatos é 05/06/2023.
Apresentação
A ADUFMAT, ao longo de seus 45 anos de existência, traz consigo uma trajetória de valoráveis lutas e conquistas.
Inegável dizer sobre suas conquistas e lutas em defesa dos direitos fundamentais da classe trabalhadora como um todo, a defesa intransigente de concurso público para ingresso dos docentes em instituições de ensino superior e da luta pela volta das liberdades democráticas em nosso país, pontuada pela liderança em Cuiabá e interior do Estado de Mato Grosso na campanha das “Diretas Já”.
A ADUFMAT deve ser valorizada igualmente por um outro aspecto: o de contribuir para a preservação da memória social do movimento docente local, regional e nacional ao custodiar um importante arquivo na OCA, localizada no Campus da Universidade Federal de Mato Grosso.
Este arquivo, também denominado de “Arquivo Central da ADUFMAT”, é composto por 3 arquivos setoriais: o da Secretaria, o da Imprensa e o da Tesouraria.
Com vistas a identificar e a ordenara documentação produzida e recebida pela ADUFMAT nos arquivos setoriais, foi elaborado no ano de 2019 Plano de Gestão para os documentos da ADUFMAT embasado nas diretrizes e planos do Centro de Documentação do ANDES-SN (CEDOC) e do Arquivo Nacional, datados de 2019 e 2011, respectivamente.
O Plano de Gestão Documental da ADUFMAT é composto pelos seguintes instrumentos: Manual de Gestão Documental; Tabela de Temporalidade dos Documentos; Plano de Classificação dos Documentos; Etiquetas padrão para arquivos correntes; Termo de transferência de Documentos; Formulário de Proposta de Atualização da Tabela de Temporalidade de Documentos e Listagem e Eliminação de Documentos. Inclusive, o referido Plano é composto por uma Comissão Permanente de Avalição de Documentos (CPAD), docentes sindicalizados desta seção sindical.
Assim, o Plano de Gestão Documental da ADUFMAT, aprovado em 2019 pela Comissão Permanente de Avaliação de Documentos (CPAD), permitiu a aplicação da Tabela de Temporalidade e do Plano de Classificação dos Documentos junto à massa documental da ADUFMAT, resultando em 388 caixas de documentos alocados no Arquivo Central da ADUFMAT e em condições de serem digitalizados.
Da aplicação adequada dos instrumentos de Gestão Documental da ADUFMAT e da digitalização da massa documental, dependerá a segurança e o sucesso da preservação da memória histórica do movimento docente da ADUFMAT-SSIND
Professora Doutora Maria Adenir Peraro (Presidente da CPAD) e Professora Mestra Ilza Dias Paião (Consultora)
Cuiabá, abril de 2023.
Plano de Classificação de Documentos da ADUFMAT-SSIND
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Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
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TEMPO DA CRIAÇÃO E A TRANSIÇÃO ENERGÉTICA
Juacy da Silva
Para melhor situarmos esta reflexão, precisamos esclarecer, definir os dois termos que são destacados no título da mesma, com um esclarecimento adicional que o tempo da criação é, a um só tempo de oração e também de AÇÃO, gestos concretos que demonstram não apenas o respeito pelas obras do Criador, inclusive os seres humanos, mas que, nós humanos somos dotados de consciência e Liberdade tanto para agirmos quanto para nos omitirmos diante dos vários desafios que surgem ao longo da caminhada da humanidade, como atualmente, o desafio socioambiental é o mais premente e que está na raiz de tantas outras mazelas como conflitos, guerras, fome, miséria, ganância, desperdício, consumismo, exclusão social, econômica, política e cultural.
“O Tempo da Criação é uma observância orante de um mês que convoca os 2,2 bilhões de cristãos do planeta a rezarem e a cuidarem da criação de Deus. É um momento para refletir sobre a nossa relação com o ambiente – não apenas a natureza “distante”, mas, crucialmente, o lugar onde vivemos – e as formas pelas quais os nossos estilos de vida e decisões como sociedade podem colocar em perigo o mundo natural e aqueles que o habitam, tanto humanos quanto outras criaturas. O comitê ecumênico que planeja e promove esse período a cada ano o apresenta desta forma: “O Tempo da Criação é um período para renovar a nossa relação com o nosso Criador e com toda a criação por meio da celebração, da conversão e do compromisso juntos. Durante o Tempo da Criação, nos unimos às nossas irmãs e irmãos da família ecumênica em oração e ação pela nossa casa comum.” Fonte: Site Instituto Humanitas – Unisinos, 31/08/2020.
No dia 23 de fevereiro último (2022), a CFFB – Conferência da Família Franciscana do Brasil promoveu o lançamento do TEMPO DA CRIAÇÃO deste ano, cujo tema “OUÇA A VOZ DA CRIAÇÃO”, está diretamente ligado ao cerne do movimento ambientalista mundial e também dentro do espírito da LAUDATO SI, encíclica do Papa Francisco, de Maio de 2015. Isto significa que todas as obras da criação falam e precisamos ouvir suas vozes, seus lamentos, seus gemidos quando são vítimas da degradação ambiental, do desmatamento, das queimadas, da poluição, da destruição das florestas e da biodiversidade, dos oceanos que estão extremamente poluidos e, inclusive, as vozes dos pobres, excluidos, marginalizados, injustiçados que também fazem parte das obras da criação, são filhos e filhas de Deus.
Através de orações, reflexões, diálogo inter-religioso/ecumênico, este tema pretende unir toda a família cristã ao redor do mundo, tanto para orar quanto AGIR pela nossa casa comum, de 1º de setembro a 4 de outubro próximos. Com Certeza o leitor, eleitor e contribuinte devem estar se perguntando, o que o tempo da criação tem a ver com a transição energética? É o que veremos rapidamente nesta segunda parte deste artigo.
Transição energética é uma transformação profunda na composição da matriz energética dos países, que tem ocorrido ao longo da história e, no momento, o rumo apontado é a substituição total do uso de fontes poluidoras, representada pelo uso dos combustíveis fósseis (petróleo, gás natural e carvão) e seus derivados, por fontes limpas, renováveis e alternativas, com destaque para a energia solar, a energia eólica, a energia hidrelética ( esta última que também já é considerada obsoleta, devido aos seus impactos negativos no meio ambiente).
Assim, a transição energética é um dos maiores e mais sérios desafios que temos pela frente quando se trata da caminhada da humanidade rumo a um Planeta ecologicamente sustentável, tendo em vista que boa parte do aquecimento global, que tem afetado e afetará muito mais as mudanças climáticas nos próximos anos e décadas, tornando a vida neste planeta terra praticamente impossível, tem uma de suas origens no uso de combustíveis fósseis tanto no setor de transporte e logística (o rodoviarismo), quando para gerar energia para o sistema produtivo, fábricas e todos os demais setores econômicos e, também, gerar eletricidade sem a qual praticamente nada se move neste mundo, que pouca atenção tem dado aos desafios socioambientais.
Existem vários caminhos a serem seguidos na busca desta transitção energética, desde a questão da eficiência energética, ou seja, que o desenvolvimento científico e tecnológico avançe rumo a produtos e sistemas produtivos mais eficientes, ou seja, melhor desempenho com menor uso de energia, reduzindo o desperdício, reduzindo o consumismo e reduzindo a degradação ambiental.
Todavia, mesmo que ocorra uma redução do consumo de energia, através de uma maior eficiência energética, com o aumento da população mundial, com o crescimento acelerado da urbanização e com o aumento médio do poder de compra dos consumidores, acarretará sempre um maior consumo de energia no mundo ao longo do tempo em praticamente em todos os países.
Diante disso, é imperioso, é preciso reduzir, dentro de um prazo relativamente curto, que seja estabelecido em acordos internacionais, como o Acordo de Paris e as deliberações das Conferências do Clima, para, finalmente, o mais urgente possível, ocorrer a total substituição do uso de combustíveis fósseis, como o petróleo, o gás natural e o carvão, como base da matriz energética dos países.
Esta transição também pode ocorrer através do que está sendo realizado por inúmeras organizações nacionais, internacionais, pelo sistema econômico e, também, por organizações religiosas, em diversos países, que é o chamado DESINVESTIMENTO, ou seja, essas organizações simplesmente vendem seus ativos realizados em companhias que exploram, comercializem ou usam combustíveis fósseis, demonstrando `as referidas empresas que elas não tem mais lugar em um mundo ECOLOGICAMENTE SUSTENTÁVEL.
O mesmo deve ser feito por governos, sejam os que detém o controle de empresas que exploram fontes sujas de energia ou sejam através de subsídios com recursos públicos aos setores de combustíveis fósseis, como no caso do Brasil, onde a Petrobrás ao invés de investir de forma mais significativa em fontes alternativas de energia, continua gastando bilhões em investimentos para produzir petróleo e gás natural e também os generosos subsídios que o governo brasileiro, da mesma forma que praticamente todos os paises concedem a este setor todos os anos, centenas de bilhões de reais, quando em políticas, programas e projetos que buscam a proteção do meio ambiente ou possam financiar o uso de energias sustentáveis, praticamente são migalhas quando comparados a tais subsídios.
Existe um movimento de âmbito mundial, que parece ainda estar muito distante e totalmente ausente no Brasil, que é a questão do desenvestimento no setor de combustíveis fósseis.
Vejamos matéria recente, do início deste mes, sobre esta questão: “No dia 5 de julho, 35 organizações religiosas de seis países, com mais de US$ 1,25 bilhão em ativos combinados sob gestão, anunciaram seu desenvestimento de empresas de combustíveis fósseis. Essas organizações incluem 19 dioceses católicas, incluindo cinco na Irlanda e duas no Canadá. O arcebispo de Glasgow, Dom William Nolan, disse que num futuro próximo “será uma vergonha para qualquer instituição católica não ter desinvestido”. Se “onde está o teu tesouro, aí estará o teu coração” (Mt 6, 21), pergunte a si mesmo: onde está o seu coração hoje?” Fonte: Movimento Laudato Si, Julho 2022.
E aqui no Brasil, como andam as conversas, os diálogos e a luta para reduzir a nossa dependência em relação aos combustíveis fósseis (petróleo, gás natural e carvão), substituindo essas fontes poluidoras e degradadoras do meio ambiente por fontes limpas, alternativas como ENERGIA SOLAR, EÓLICA e outras mais?
Como estão reagindo os diversos setores produtivos não apenas do mundo em geral, mas do Brasil em particular, em relação `a transição energética, a uma nova economia, verde, circular, de baixo carbono, menos dependente de fontes poluidoras de energia? Como vai a agroecologia em nosso país? E a defesa das florestas que continuam sendo destruidas impiedosamente todos os anos?
Será que os discursos tanto de governantes, quanto de empresários e demais lideranças de organizações não governamentais, inclusive religiosas, estão coerentes com as ações do dia-a-dia, do cotidiano?
Será que nossas Arquidioceses, Dioceses, Paróquias e comunidades católicas estão engajadas no MOVIMENTO LAUDATO SI, buscando transformar em realidade as exortações, pronunciamentos e ensinamentos do Papa Francisco EM DEFESA DA ECOLOGIA INTEGRAL.
É neste sentido que precisamos aliar, unir nossas precoupações tanto como cristãos quanto empresários, trabalhadores,população em geral e governantes, que certamente, em sua grande maioria professam, pelo menos da boca pra fora, sua adesão `a fé cristã, inclusive a doutrina de cada igreja em particular, seja católica ou evangélica, mas também outras religiões, seitas e filosofias, pois, afinal, a degradação ambiental, a crise socioambiental afetam todos os habitantes do planeta, razão mais do que suficiente para que esses desafios sejam colocados na agenda de todas as organizações, a começar pelas igrejas e religiões.
O que é necessário para que, DE FATO, as Igrejas cristãs, principalmente a Igreja Católica, sejam ECOLOGICAMENTE SUSTENTÁVEIS? Será que existe espaço para um maior engajamento da Igreja Católica e demais Igrejas Cristãs na Luta por uma ECOLOGIA INTEGRAL. E a Pastoral da Ecologia Integral como anda em sua Paróquia, comunidade, Diocese e Arquidiocese? Em sua Igreja?
Esses são alguns questionamentos que poderiamos estar fazendo durante o TEMPO DA CRIAÇÃO, que está bem próximo, que tem início no dia 01 de Setembro, que é considerado o DIA MUNDIAL DE ORAÇÃO PELAS OBRAS DA CRIAÇÃO e se encerra no dia 04 de Outubro, no DIA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS, o padroeiro da Ecologia.
Que tal durante esses 34 dias buscaramos realizar não apenas nossas oraçõess em favor das obras da criação, mas também rodas de conversas, palestras, seminários, diálogos visando definir ações que podem e devem ser feitas para que o mundo, nosso país, nossos municípios e nossas comunidades busquem saidas urgentes para esta crise socioambiental que se agrava a cada dia? Que tal transformarmos o Tempo da Criação emu ma celebração a ser realizada durante o ano todo e não apenas em um curto período?
Voce já ouviu falar em PECADO ECOLÓGICO? Em conversão ecológica? Em Cidadania ecológica? Em ecologia Integral? O que voce sabe sobre a Economia de Francisco e Clara, como um novo modelo, um novo paradígma para substituir esses sistemas que ai estão matando, destruindo as obras da criação, inclusive milhões de seres humanos a cada ano? Voce já imaginou substituir uma economia que gera morte por uma economia mais humanizada, solidária, justa que respeita os trabalhadores, os consumidores e o meio ambiente?
Pense nisso e junte-se a quem estiver celebrando o TEMPO DA CRIAÇÃO a partir do dia 01 de setembro próximo até o dia 04 de Outubro vindouro.
JUACY DA SILVA, professor fundador, titular e aposentado UFMT, sociólogo, mestre em sociologia, articulador da Pastoral da Ecologia Integral na Arquidiocese de Cuiabá e outros municípios de Mato Grosso. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Instagram @profjuacy Whats app 65 9 9272 0052
A Comissão eleitorial, no uso de suas atribuições, conforme estabelecido no Regimento da ADUFMAT-Ssind e no Regimento Eleitorial da
ADUFMAT 2021, divulga abaixo as chapas inscritas para concorrer à eleição da diretoria da ADUFMAT-Ssind e às eleições das diretorias
das subseções locais:
CHAPAS INSCRITAS PARA PARTICIPAR DA ELEIÇÃO PARA DIRETORIA DA ADUFMAT
CHAPA ÚNICA:
"DOM PEDRO CASALDÁLIGA: Por uma ADUFMAT de luta, autônoma e democrática!"
Candidatos:
Diretor Geral: Reginaldo Silva de Araujo
Diretora Geral Adjunta: Gerdine Ferreira de Oliveira Sanson
Diretor Secretário: Magno Silvestri
2ª Diretora Secretaria: Márcia Leopoldina Montanari Corrêa
Diretora para assuntos de aposentadoria e seguridade social: Marlene Menezes
Diretora Tesoureira: Maria Luzinete Alves Vanzeler
Diretor de comunicação: Leonardo Moreira dos Santos
Diretora de assuntos socioculturais: Loanda Maria Gomes Cheim
Situação: Chapa deferida.
CHAPAS INSCRITAS PARA PARTICIPAR DA ELEIÇÃO PARA DIRETORIA DE SUBSEÇÃO LOCAL - CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO ARAGUAIA
CHAPA ÚNICA:
"RESISTIR E ESPERANÇAR"
Candidatos:
Coordenadora geral de subseção: Graziele Borges de Oliveria Pena
Coordenadora adjunta: Paula Pereira Gonçalves Alves
Coordenadora secretária de subseção: Ayane de Souza Paiva
Coordenadora tesoureira de subseção: Ana Paula Sacco
Coordenador de comunicação de subseção: Gilson Moraes da Costa
2° Coordenador secretário: Magno Silvestri
2° Coordenador tesoureiro: Robson da Silva Lopes
Situação: Chapa deferida.
CHAPAS INSCRITAS PARA PARTICIPAR DA ELEIÇÃO PARA DIRETORIA DE SUBSEÇÃO LOCAL- CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP
Não houve inscrição de chapa.
Cuiabá-MT, 29 de maio de 2021.
Atenciosamente,
A Comissão Eleitorial.
A Comissão eleitorial, no uso de suas atribuições, conforme estabelecido no Regimento da ADUFMAT-Ssind e no Regimento Eleitorial da
ADUFMAT 2021, divulga abaixo as chapas inscritas para concorrer à eleição da diretoria da ADUFMAT-Ssind e às eleições das diretorias
das subseções locais:
CHAPAS INSCRITAS PARA PARTICIPAR DA ELEIÇÃO PARA DIRETORIA DA ADUFMAT
CHAPA ÚNICA:
"DOM PEDRO CASALDÁLIGA: Por uma ADUFMAT de luta, autônoma e democrática!"
Candidatos:
Diretor Geral: Reginaldo Silva de Araujo
Diretora Geral Adjunta: Gerdine Ferreira de Oliveira Sanson
Diretor Secretário: Magno Silvestri
2ª Diretora Secretaria: Márcia Leopoldina Montanari Corrêa
Diretora para assuntos de aposentadoria e seguridade social: Marlene Menezes
Diretora Tesoureira: Maria Luzinete Alves Vanzeler
Diretor de comunicação: Leonardo Moreira dos Santos
Diretora de assuntos socioculturais: Loanda Maria Gomes Cheim
Situação: Chapa deferida.
CHAPAS INSCRITAS PARA PARTICIPAR DA ELEIÇÃO PARA DIRETORIA DE SUBSEÇÃO LOCAL - CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO ARAGUAIA
CHAPA ÚNICA:
"RESISTIR E ESPERANÇAR"
Candidatos:
Coordenadora geral de subseção: Graziele Borges de Oliveria Pena
Coordenadora adjunta: Paula Pereira Gonçalves Alves
Coordenadora secretária de subseção: Ayane de Souza Paiva
Coordenadora tesoureira de subseção: Ana Paula Sacco
Coordenador de comunicação de subseção: Gilson Moraes da Costa
2° Coordenador secretário: Magno Silvestri
2° Coordenador tesoureiro: Robson da Silva Lopes
Situação: Chapa deferida.
CHAPAS INSCRITAS PARA PARTICIPAR DA ELEIÇÃO PARA DIRETORIA DE SUBSEÇÃO LOCAL- CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP
Não houve inscrição de chapa.
Cuiabá-MT, 29 de maio de 2021.
Atenciosamente,
A Comissão Eleitorial.
A Comissão eleitorial, no uso de suas atribuições, conforme estabelecido no Regimento da ADUFMAT-Ssind e no Regimento Eleitorial da
ADUFMAT 2021, divulga abaixo as chapas inscritas para concorrer à eleição da diretoria da ADUFMAT-Ssind e às eleições das diretorias
das subseções locais:
CHAPAS INSCRITAS PARA PARTICIPAR DA ELEIÇÃO PARA DIRETORIA DA ADUFMAT
CHAPA ÚNICA:
"DOM PEDRO CASALDÁLIGA: Por uma ADUFMAT de luta, autônoma e democrática!"
Candidatos:
Diretor Geral: Reginaldo Silva de Araujo
Diretora Geral Adjunta: Gerdine Ferreira de Oliveira Sanson
Diretor Secretário: Magno Silvestri
2ª Diretora Secretaria: Márcia Leopoldina Montanari Corrêa
Diretora para assuntos de aposentadoria e seguridade social: Marlene Menezes
Diretora Tesoureira: Maria Luzinete Alves Vanzeler
Diretor de comunicação: Leonardo Moreira dos Santos
Diretora de assuntos socioculturais: Loanda Maria Gomes Cheim
Situação: Chapa deferida.
CHAPAS INSCRITAS PARA PARTICIPAR DA ELEIÇÃO PARA DIRETORIA DE SUBSEÇÃO LOCAL - CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO ARAGUAIA
CHAPA ÚNICA:
"RESISTIR E ESPERANÇAR"
Candidatos:
Coordenadora geral de subseção: Graziele Borges de Oliveria Pena
Coordenadora adjunta: Paula Pereira Gonçalves Alves
Coordenadora secretária de subseção: Ayane de Souza Paiva
Coordenadora tesoureira de subseção: Ana Paula Sacco
Coordenador de comunicação de subseção: Gilson Moraes da Costa
2° Coordenador secretário: Magno Silvestri
2° Coordenador tesoureiro: Robson da Silva Lopes
Situação: Chapa deferida.
CHAPAS INSCRITAS PARA PARTICIPAR DA ELEIÇÃO PARA DIRETORIA DE SUBSEÇÃO LOCAL- CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP
Não houve inscrição de chapa.
Cuiabá-MT, 29 de maio de 2021.
Atenciosamente,
A Comissão Eleitorial.
Para conhecimento e providências.
Processo SEI UFMT 23108.041318/2021-81:
A Prefeitura de Cuiabá está organizando o processo de imunização (COVID-19) dos profissionais da educação do município.
Assembleia geral ordinária
Data 18/02/2021
Horário
Primeira chamada 13:30
Segunda chamada 14:00h
Pauta
1- informes
2- análise de conjuntura
3- homologação do contrato da nova assessoria jurídica
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para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
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Morreu hoje o meu torturador*
Vanessa C Furtado
Profa. Dpto de Psicologia - UFMT
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Hoje, 02 de fevereiro de 2021, recebi a notícia que o Dr Emílio Fleur Filho faleceu. A notícia chegou via mensagem de celular, no grupo da família. Alguns lamentaram sua partida, outros só manifestaram pêsames, mas eu…. Eu nem sei o que senti, apenas pensei “Morreu hoje o meu torturador!”.
Morreu hoje o homem que, olhando para os olhos dos meus pais desesperados, perdidos e sem chão diante da desgraça que se acometera em suas vidas, disse: “Disso eu entendo bem, e como ela já tratei mais de cem!”. Lembro como se fosse hoje, o tom sério e formal em sua voz, nas frases que se seguiram a essa. Seu semblante de seriedade e atenção a cada palavras que meus pais diziam. Ele fez questionamentos sobre meu comportamento, as coisas que eu falava e escrevia, em alguns momentos balançava a cabeça como quem reprova o comportamento, mas confirma sua hipótese. Em algum momento ele, em tom de sarcasmo e indignação, questiona (de forma retórica): “Como pode uma menina falar em corrupção no Brasil? O que vocês andam deixando ela assistir?”.
Pois é, como podia eu, uma meninA, falar de política e em corrupção no Brasil de 1992, sob o governo de Fernando Collor de Mello (mal sabíamos que meses depois de anões do orçamento e PC Farias, o presidente desceria a rampa do planalto). Fica aí a pergunta: "Como uma criança pôde perceber o que nem um adulto, um doutor, poderia notar?" Coisa de louco, né?
Esse foi nosso primeiro de muitos encontros, mas ainda nesse dia, depois de mais de meia dúzia de respostas atônitas dos meus pais, ele rabiscando no bloco de papel na sua mesa,, carimba a papelada toda e, ao assinar, afirma: o que ela tem é esquizofrenia! Minha mãe, com todo conhecimento que tinha na época sobre esse negócio, pergunta: “Doutor, isso quer dizer que ela é doida?”..Ele riu e cordialmente disse que não se poderia mais falar assim, pois com o avançar da medicina esse nome tinha ficado no passado e que na “literatura” o certo era esquizofrenia.
Essa palavra ficou vibrando na minha cabeça, até hoje não sei se foi pelo zumbido da letra “z” ou se pelo estrondo da porta sendo aberta por homens vestidos de branco e me segurando para me dar uma injeção que eu nem tava me opondo a tomar.
Depois disso, só lembro do zumbido da letra “z” na minha cabeça, quando acordei não estava em casa, não era minha cama e o cheiro de urina ardia meu nariz, desejei parar de respirar naquele minuto. Quantas outras coisas eu teria evitado se tivesse levado a cabo esse meu desejo....
A volta pra casa foi estranha, eu não sabia o que sentir, aliás, nem sei se eu sentia alguma coisa, mas os olhos arregalados de minha mãe e os suspiros do meu pai enquanto ele passava as mãos nas costas dela, já era um prenúncio do que viria. Apesar dos olhares e do exagero nos cuidados e na forma de falar comigo, eu até achei bom! Eu me senti cuidada, parecia que naquele momento todo mundo, enfim, prestava atenção em mim. Eu sorri.
Achei que esse era o momento certo e desandei a falar, contei tudo, absolutamente tu-do que aconteceu naqueles dias que fiquei naquele lugar (nem sei precisar quantos). Falei da urina na roupa, no chão e nos colchões; contei dos toques dos enfermeiros e médicos no meu corpo; falei da sensação de que o mundo girava e que as paredes pareciam moles quando eu me apoiava e disse, com toda a certeza do mundo, que eu devia estar com problemas de vista pois tudo, do nada, ficava turvo, escuro e eu não conseguia mais nem ler as letras na página de um livro. Justo eu, que sempre amei ler livros e lia os jornais porque minha avó dizia que eu deveria ser jornalista.
Eles ouviram tudo atentamente, em alguns momentos se entreolhavam, respiravam fundo, mas voltavam a me enxergar. No dia seguinte, estava eu sentada diante do Dr Emílio, ele explicava aos meus pais que uma jovem, com o corpo como o meu, não devia andar por aí com roupas que chamassem atenção, pois não se podia prever nem controlar o que poderia despertar nos homens. De resto, ele avaliava que eu continuava com delírio. Deslizei no “lírio” de suas palavras e não ouvi mais nada. Até hoje não posso com o cheiro dessa flor, eca! Minha mãe caiu em lágrimas!
Depois, quando passei a estudar sobre isso, quando descobri que era possível ser tratada sem ser presa, sem medicamentos e que eu seria capaz de estudar, quem sabe até ter uma profissão, ter filhas e… tudo isso que todo mundo faz, sabe? Eu achei que tudo isso era possível sem continuar sendo tratada como “louca”. Mas, a gente percebe o peso da loucura quando até quem é próximo a você diz que o que você está dizendo não pode ser dito na academia ou que não serve pra ensinar gente que quer ser doutor.
Quando li a notícia da morte do meu torturador, lembrei daqueles olhos verdes claros com a parte branca mais vermelha que branca e daquele cheiro que parecia éter ou algum desses produtos químicos que médico usa. Ele me olhando fixamente, com as mãos na minha cabeça e dizendo “Fique calma! Podem ligar” e aquele zzzzzzzzzz
Acho que foi o zumbido que me amorteceu os sentimentos, sei lá, foram tantos comprimidos também. Só sei que, 26 anos depois, não senti nada quando li sobre sua morte. Eu achei que sentiria alívio ou satisfação. Mas, ele morreu em casa, dormiu e não acordou, estava meio gripado e, mesmo com a pandemia, achou que era só mais uma gripe.
Pensando bem, agora eu acho que senti foi inveja, afinal, ele nunca mais vai ter que lidar com todas aquelas memórias de sofrimento que ele causou… Será que algum dia ele lidou? Sei não, acho que esse negócio de culpa cristã é só para gente mesmo, não para doutor. Se tem até gente da ciência que diz que o que ele fezia era correto! Tem pesquisa na universidade, tem livros, tem gente na internet e Ministro de Estado que dizem que o que ele fazia “era o que se tinha de mais avançado em medicina pra tratar esses casos” e que essas práticas ainda são mais eficientes. Ou era isso ou a paciente ficava na mão de crendices que achavam que podia ser espírito, igual esses que aparecem em novelas e filmes, sabe?
Até medalha, dia desses, ele ganhou! É…. acho que nem inveja eu posso sentir da morte dele, porque o que morreu mesmo foi o sujeito, o indivíduo que praticou todas essas torturas em nome de uma ética, respaldado por uma ciência e por toda uma lógica que ainda tá aí, bem presente em nosso dia-a-dia O que morreu foi o indivíduo que praticava sua profissão de doutor com aquilo que "há de mais Moderno na sua área", como ele bem aprendeu nos congressos que frequentou em hotéis de luxo e até fora do país.
Hoje morreu meu torturador, mas as marcas no meu corpo, as imagens na minha cabeça, os olhares de estranhamento e medo direcionados a mim, isso ele não levou pra sua cova,! Toda a deslegitimação do meu falar e do meu fazer de mulher louca permanecem presentes nas minhas cicatrizes que sagram à dúvida sobre tudo aquilo que denuncio.
*Essa crônica é uma obra de ficção, qualquer comparação com questões da realidade não é mera coincidência, pois o sofrimento pisquíco permanece sendo tratado com o aprisionamento manicomial e medicalização. A tortura ainda vive. Os nomes usados também são fictícios.
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CORONAVIRUS ALGUNS ASPECTOS IMPORTANTES
JUACY DA SILVA
A pandemia causada pelo coronavirus que, em seu inicio aqui no Brasil foi considerada uma “gripezinha” pelo Presidente Bolsonaro, até 31 de Janeiro de 2021 já infectou 102.853.080 milhões de pessoas e já causou a morte de 2.225.433 vítimas ao redor do mundo, continua presente e, em diversas paises, inclusive no Brasil está quase fora do controle, a considerar tanto os novos casos e novas mortes a cada 24 horas quanto `a falta de leitos de UTIs e até de oxigênio, provocando a morte de pacientes por asfixia, o que não deixa de ser uma verdadeira aberração e um crime hediondo, provocado pela incúria de gestores do sistema publico de saúde por não terem capacidade de prever os recursos para a gestão plena de hospitais, como aconteceu em Manaus e outras cidades do Estado do Amazonas e pode acontecer também em outros estados e cidades.
Apesar de que o número de pessoas infectadas tenha uma certa preponderância no que tange `as pessoas com 60 anos e mais, não se pode descartar o risco de infecção e até mesmo de mortes entre grupos populacionais em faixas etárias abaixo de 50 anos e acima de 20 anos.
Todavia, quando a variável são as mortes, em todos os países, praticamente sem excessão, mais de 70% ou em alguns casos chegando a mais de 80% dos óbitos ocorrerem entre grupos de idosos, principalmente acima de 70 anos. Além de idosos ou inclusive entre esses, o que tem sido observado também é a presença de outras comorbidades, principalmente doenças cárdio e cerebro-vasculares, diabetes, doenças respiratórias e renais que contribuem para o agravamento da situacão de pacientes nessas condições e faixas etárias.
Mesmo que diversas vacinas já tenham sido aprovadas para uso emergencial ou algumas em caráter defintivo em alguns países e várias outras estão em processo de testes, o que se nota é que ainda não existem vacinas disponíveis em quantidade suficiente para a imunização sequer de todos os grupos de risco em todos os países, incluindo, profissionais de saúde que estão atuando direta ou indiretamente no que se chama de “linha de frente”, onde, inclusive, tem sido constatada, em números alarmantes, tanto a infecção quanto óbitos nesta categoria, provocando não apenas temor, medo de quem continua trabalhando árduamente enfrentando condições precárias de trabalho, como falta de máscaras adequadas, produtos de higiene e limpeza, medicamentos, respiradores, leitos de enfermaria e de UTIs , oxigênio ou até mesmo instalações adequadas, gerando um verdadeiro caos ou pandemônio em meio a esta terrivel pandemia.
O cenário, em alguns locais, em diversas países, inclusive no Brasil é como uma Guerra, uma frente de batalha, doentes amontoados nos corredores, gente gemendo, familiares desesperados por noticias de seus entes queridos nas portas de unidades de saúde, de hospitais ou de necrotérios, ambulâncias retidas por falta de vagas com doentes em macas, jornadas extenuantes e falta de quadros profissionais.
Enquanto isso governantes posam para tirarem fotos junto aos primeiros vacinados, quando existem diversas perguntas que esses governantes, verdadeiros enganadores, demagogos não conseguem responder como continua acontecendo no Brasil. Onde foram parar milhões ou bilhões de reais de recursos financeiros, equipamentos e produtos super faturados? O que foi feito com esses criminosos de colarinho branco que roubam recursos escassos da saúde pública? Por que não tiram fotos em frente a pilhas de caixões que nem os familiares podem abrir para se despedirem?
Tres países disputam os primeiros lugares neste campeonato macabro em número de casos: Estados Unidos, que durante mais de um ano de pandemia tinha como presidente um negacionista que debochava da pandemia e do coronavirus (Trump) registrou até 31 de janeiro de 2021 nada menos do que 26,2 milhões de casos (25,5% dos casos no mundo, apesar de os EUA terem apenas 4,3% da população mundial); em segundo em número de casos desponta a Índia com 10,7 milhões de casos ou 13,4% do total mundial, em que pese que aquele país conte com 1,38 bilhões de habitantes o que representa 17,7% da população mundial.
E na terceira posição, bem distante do quarto lugar, vem o Brasil com 9.2 milhões de casos ou 8,9% dos casos quando nossa populacao corresponde apenas 2,7% do total mundial. O quarto lugar é ocupado pelo Reino Unido, com 3,8 milhões de casos ou 41,4% dos casos registrados no Brasil, em que pese que aquele país represente apenas 32% da população brasileira.
Quanto ao Reino Unido cabe destacar que no inicio da pandemia o primeiro ministro Boris Johson tinha uma postura totalmente negacionista e sempre que podia minimizava o tamanho e a gravidade do problema e acabou pagando o preco de seu negacionismo, tanto pessoalmente quando contraiu o coronavirus e teve que ser internado quanto na situação em que estive o país na primeira onda e o sufoco em que se encontra atualmente no auge da segunda onda e das novas vatiantes do virus.
Quanto ao número de mortes, o total mundial até este último dia de janeiro de 2021 atingiu 2,22 milhões de vítimas. Os EUA ocupam também o topo quanto ao número de mortes 440,9 mil, número maior do que as mortes de soldados americanos na primeira e na segunda Guerras mundiais; na Guerra da Coréia e na Guerra do Vietnan.
Enquanto a COVID 19 ja matou 440,9 mil pessoas nos EUA em pouco mais do que um ano, todas as guerras mencionadas duraram entre 4 a 10 anos. Segundo fontes do Governo Bidem, a expectativa é de que até final deste ano de 2021, mesmo com o incremento da vacinação, o coronavirus deverá provocar mais de 630 mil mortes, número também maior do que a mais cruel Guerra em que os EUA se envolveram que foi a Guerra civil, durante 4 anos de abril de 1.861 ate abril de 1865, quando 620 mil vidas foram estupidamente ceifadas em uma Guerra fratricida.
No caso do Brasil, apesar de ser o terceiro país em número de casos, há quase um ano ocupa o triste segundo lugar em número de mortes, tendo sido registrados até o último dia de janeiro de 2021 nada menos do que 223,94 mil mortes. Tanto o número de casos quanto de óbitos provocados pelo coronavirus há mais de um mes tem sido acima de 50 mil casos e mais de 1,200 mortes diárias, chegando em alguns dias a mais de 1.500 mil óbitos diários, o que não deixa de ser preocupante, alarmante ou até mesmo desesperador como acontece há mais de um mes em Manaus e outras cidades.
Isto pode servir de base para que seja elaborado um cenário, mesmo com o inicio muito lento e tímido da vacinação, que dentro de tres meses teremos mais de 12 milhões de casos e mais de 310 mil mortes, o que é uma situacção muito triste, número maior do que a soma de todas as mortes por assassinatos, acidentes automobilísticos, suicidios, acidentes de trabalho e domésticos.
O pior em toda esta situação é que ainda temos muitas autoridades de forma direta ou indireta boicotando a campanha de vacinação, parece que torcendo para que mais gente seja infectada e venha a morrer e também boa parte da população que, mesmo diante de tanto sofrimento, morte, falta de recursos médicos e hospitalares e noticias da imprensa demonstrando a gravidade da situação, parece que ignoram a velocidade de como o coronavirus se espalha e a letalidade do mesmo, principalmente para os grupos de risco, principalmente as pessoas idosas e com comorbidades.
O próprio Presidente da República, há poucos meses declarou explicitamente que o Brasil ou melhor, seu governo, não iria comprar a vacina chinesa (da Coronavac em parceria com o Butantan), chegando, inclusive, a desautorizar o seu próprio Ministro da Saúde, General Pazuelo, obrigando-o a voltar atraz e cancelar uma promessa de compra de 46 milhões de doses da vacina junto ao Instituto Butantan , depois de dizer abertamente a todos os governadores que iria comprar, tendo que cancelar o compromisso.
Todavia, de forma contraditória, coube ao Governo Federal firmar contrato de exclusividade para a compra de 100 milhões de doses da vacina do Butantan, como se diz, usando sinais trocados. O que o governo fala um dia, pela boca do Presidente, acaba mudando de posição na primeira oportunidade, isto gera dúvidas e falta de orientação para outros níveis de governo e da população.
Durante vários dias e semanas o Governo Federal tentou desacreditar a eficácia da vacina do Butantan, chegando o presidente a dizer que se alguém tomar a vacina e sendo homem vai ficar falando fino ou alguém pode virar jacaré, ou que a vacina não pode ser obrigatória, lançando dúvidas na cabeça do povo, mesmo assim, pesquisas de opinião pública continuam indicando que mais de 70% ou até 80% em alguns estados e grupos demográficos que essas pessoas desejam e irão tomar a vacina, tão logo a mesma esteja disponível.
Apesar de que o Presidente Bolsonaro há alguns dias tenha falado abertamente que o Brasil é o sexto país em termos de imunização/vacinação, isto não é verdade, tanto em número de doses aplicadas quanto do percentual de pessoas vacinadas em relação `a populacao total do país, comparativamente com outros paises, neste final de janeiro, bem depois da declaração do Presidente, ocupamos um dos últimos lugares, o 43a. posição, com pouco mais de 2,05 milhões de pessoas vacinadas, ou seja, apenas 1% da população total ou 1,27% da população com 18 anos ou mais ou então apenas 2,6% do total de pessoas que são classificadas como grupos de risco (idosos acima de 60 anos, pessoal da área de saúde e pessoas com as diversas comorbidades), que atingem 80 milhões de pessoas, o que demandaria pelo menos 160 milhões de doses de vacina, algo muito longe de ocorrer nos próximos meses.
O Brasil só começou a vacinação, mesmo que de forma lenta e sem previsão exata da disponibilidade de vacina para todos os integrantes de grupos de risco, após mais de 46 países terem dado inicio a imunização, o que não deixa de ser um fiasco para um país que tanto se orgulho de seu potencial e projeção econômica no cenário mundial (em termos de PIB o Brasil foi em 2019 a nona economia).
Apesar da propaganda dos diversas niveis de governo e também por parte da maioria dos veiculos de comunicação incentivando a população a se vacinar, o fato concreto é que o Brasil é dependente tecnologicamente nesta e em diversas outras áreas importantes e estratégicas (por jamais ter tido um plano de longo prazo e não ter investido o suficiente em educação, ciência e tecnologia) de outros paises para a importação dos insumos necessários `a produção de vacinas, inclusive em relação `a covid-19, seja no Instituto Butantan ou na FIOCRUZ e existe uma certa escassez a nivel mundial tanto de vacinas quanto desses insumos e outros produtos e também considerando a desorganização, falta de uma coordenação nacional mais efetiva por parte do Governo Federal e também a uma verdadeira Guerra politica, eleitoral e ideológica entre o governo federal e alguns governos estaduais, principalmente o Governador de São Paulo, possivel adversário de Bolsonaro em 2022, dificilmente a população brasileira, nem mesmo todas as pessoas dos grupos de risco, conseguirão se imunizar até meados deste ano. Vivemos um verdadeiro pandemônio em meio a uma das piores pandemias de que se tem notícia na história do pais.
Tendo em vista a velocidade da transmissão do coronavirus, o surgimento de novas cepas, variantes ou enfim, mutações que estão sendo observadas, constatadas, estudadas e também ao caos em que se encontra a saúde pública brasileira, que já era enorme e tornou-se pior com o advento da pandemia, com tendência de piorar nos próximos meses, mais o descaso da maioria da população quanto `as medidas e recomendações das autoridades sanitárias quanto `a bio-segurança, a situação da pandemia do coronavirus no Brasil pode, com alta probabilidade de ocorrer, atingir patamares incontroláveis como o que está acontecendo nos EUA e em alguns países europeus e de outras regiões, fruto da combinação desses fatores, aliados ao negacionismo tanto por parte do Governo Federal quanto de diversas outros entes e niveis governamentais e boa parte do setor empresarial, ávido por seus lucros.
Aqui cabe uma ressalva importante, uma coisa são as aglomerações com a finalidade de “curtir”, de se divertir em praias, festas privadas, clandestinas, comemorações em familia; outra coisa bem diferente, mas que acarreta as mesmas consequências é a necessidade da grande massa de trabalhadores, seja dos setores essenciais ou de outros não essenciais, mas que continuam trabalhando “normalmente”, tendo que se locomover em sistemas de transportes urbanos sucateados, amontoados em trens, ônibus, metros sem possibilidade de qualquer distanciamento social, aumentando sobremaneira a possibilidade de novos contágios e transmissão do virus, já que o Brasil continua sendo um dos países que menos testes para covid-19, por milhão de habitantes, realiza no mundo.
Além disso, fica dificil manter isolamento social ou promover higienização pessoal para milhões de familias pobres, miseráveis que vivem mem favelas, casas de cômodos, palafitas ou outras formas precárias e sub-humanas de “habitação”, com cinco ou seis pessoas em um ou dois cômodos, em vielas estreitas, casas que não tem ventilação, sem esgotamento sanitário e, as vezes, até sem água potável. Isto também contribui para a proliferação da pandemia e o aumento de casos da covid-19 e das mortes, conforme dados estatísticos tem demonstrado que esses grupos populacionais são os que mais demandam atendimento no Sistema único de Saúde (SUS), onde o sucateamento e precariedade são gritantes.
Enquanto a população pobre, miserável, sem emprego, sem renda sequer para comprar comida, vive este drama, os nossos governantes, marajás da República, quando contraem o coronavirus, rapidamente se deslocam para São Paulo `a procura de atendimento em hospitais de primeira linha, cujas diárias nesses hospitais correspondem a mais de 15 ou 20 meses de “auxílio emergencial’ de R$600,00 , que em determinado momento foi considerado muito alto e cortado pelo Governo Bolsonaro pela metade, tendo se encerrado no final do ano.
Outro aspecto importante que conttibui para o agravamento da situação da pandemia do coronavirus no Brasil é a falta de empenho direto do Presidente da República e de seu ministro da saúde em planejar, articular, coordenar e liderar todas as ações relacionados com o enfrentamento `a pandemia, como acontece com mandatários de outros países, cujo melhor exemplo pode ser mencionado o empenho do recem empossado Presidente dos EUA, Joe Baidem, que deu um novo rumo no combate da covid 19 naquele país.
Este fato, ou seja, falta de protagonismo do Governo Federal e o próprio Presidente Bolsonaro, contribui para que governadores e prefeitos, principalmente das capitais e grandes cidades ocupem esses espaços e o resultado é um Sistema totalmente caótico, com desperdício de recursos, corrupção e um “bate cabeças”, todos, sem excessão tentando usar o combate `a pandemia como plataforma para ganhos politicos, eleitorais e partidários, como aconteceu nas eleições recentes para as prefeituras e, certamente, deverá ocorrer a partir de agora em função das eleições gerais de 2022.
Este é o lado triste de toda esta história, o uso politico, ideológico e eleitoral do sofrimento do povo, principalmente dos pobres, excluidos. E aí também podemos incluir o debate e embate relacionados com o auxílio emergencial, que, em determinados momentos, as necessidades imediatas da população que mais sofre com a pandemia, inclusive que tem aumentado os niveis e índices de pobreza, de miséria e de fome, sendo colocado em um lugar secundário em nome do equilíbrio das contas públicas e do teto dos gastos.
Para esses politicos, gestores e governantes a fome, a miséria, o desemprego e o sofrimento humano de milhões de brasileiros pouco contam tanto em relação aos seus projetos pessoais ou de grupos quanto na manutenção de seus privilégios. O povo é visto apenas enquanto eleitores que lhes darão acesso e manutenção do poder e das benesses que daí advém.
Este é o retrato da realidade em relação ao avanço do coronavirus no Brasil, bem distante tanto da propaganda oficial quanto do descaso por parte da população, lamentavelmente! Estamos nos aproximando de uma situação em que a melhor solução pode ser a do “salve-se quem puder”.
Diversos analistas tem concluido que a derrota de Trump para Bidem, deveu-se, fundamentalmente, `a forma negligente e negacionista (a mesma seguida por Bolsonaro) como o mesmo tratou/administrou a pandemia do coronavirus nos EUA e que acabou fugindo totalmente do controle do governo e da população. Este foi o preço pago por seu negacionismo.
Há quem diga que isto também poderá acontecer em breve no Brasil, se bem que até 2022, espera-se que a covid-19 seja algo do passado, mas suas consequências humanas, econômicas, sociais e politicas permanecerão por vários anos, podendo afetar politicamente a realidade e ter reflexos profundos nas eleições gerais de 2022 e nos anos seguintes. Quem viver verá!
JUACY DA SILVA, professor universitário, fundador, titular e aposentado da Universidade Federal de Mato Grosso, sociólogo, mestre em sociologia, articulista/colaborador de alguns veiculos de comunicação. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Twitter@profjuacy