Dados do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas, o SNBP, sugerem que o Brasil perdeu quase 800 bibliotecas públicas entre 2015 e 2020. Especialistas da área de Biblioteconomia alegam que o número pode ser ainda maior, devido à fragilidade do SNBP com a extinção do Ministério da Cultura e o controle pouco efetivo dos sistemas estaduais.
Os ataques aos orçamentos da Educação e da Cultura têm impacto direto nas políticas públicas de incentivo às bibliotecas, espaços que promovem a divulgação segura de informações, a cultura, a formação educacional das pessoas e a preservação da memória histórica. Cada tipo de biblioteca, entre pública, escolar e circulante, atende a necessidades informacionais e culturais específicas da sociedade. E é o bibliotecário que deve atuar nesses locais fornecendo orientação e mediação adequadas para as pessoas.
Segundo Cibele Araújo, professora do curso de Biblioteconomia da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, o tanto de bibliotecas públicas brasileiras fechadas revela o desinvestimento na cultura e na educação. “As bibliotecas públicas em muitos municípios são um elo fundamental da cultura. Podem ter nessas bibliotecas ações culturais muito importantes para a formação do indivíduo, para o desenvolvimento da sua cidadania”, afirma.
Além de servirem de fonte gratuita de acesso a livros para parte da população que não tem renda para comprar livros, as bibliotecas públicas também são importantes para a memória brasileira por guardarem a literatura e a informação e história local, a partir dos livros físicos e de projetos internos para contar e recitar histórias.
Para Cibele, é necessário garantir investimentos e legislações a favor de manter as bibliotecas públicas abertas, conservando seus espaços de união social e a cultura do país. “A gente tem que ter uma pauta de defesa perante prefeitos(as), governadores(as), vereadores(as) e deputados(as). Investimento na cultura não é custo, é benefício puro para ter uma sociedade mais desenvolvida”, ressalta a docente.
Ela completa afirmando que é uma defesa que precisa partir de várias instâncias, pelos cursos de Biblioteconomia nas universidades, pelos conselhos profissionais e associações e federações. “Um trabalho quase de formiguinha, de fazer a defesa dessas instituições, olhando a biblioteca com uma importante instituição de informação e cultura”, alerta.
Fonte: Jornal da USP (com edição do ANDES-SN).
Trabalhadores/as da Enfermagem fazem forte dia nacional de luta em defesa do piso. Todo apoio!
Os trabalhadores e trabalhadoras da Enfermagem se mobilizaram em todo o país nessa quarta-feira, 21,09, para exigirem a implementação da Lei do Piso Nacional, suspensa em decisão do STF (Supremo Tribunal Federal). A categoria também protestou contra o veto do presidente Bolsonaro ao reajuste anual.
Essa foi a primeira grande paralisação nacional após as decisões contra o piso da categoria e protestos estão ocorrendo em várias cidades do país e prosseguem ao longo do dia. Já houve atos em São Luis (MA), Belo Horizonte (MG), São José dos Campos (SP), São João Del Rei (MG), Salvador (BA).
Em Natal, no Rio Grande do Norte, a categoria esteve mobilizada desde às 9h, na Praça 7 de setembro. Realizaram uma grande atividade com oficinas de cartazes, apresentações culturais e informes jurídicos. No período da tarde, os trabalhadores fizeram um ato público.
A CSP-Conlutas se fez presente nas manifestações em total apoio aos trabalhadores/as.
Entenda
A Lei do Piso (14.434/2022) fixou um piso nacional de R$ 4.750 para enfermeiras/os, 70% deste valor para técnicos de enfermagem; e 50% para auxiliares e parteiras. Um direito pelo qual os trabalhadores do setor lutaram por quase 30 anos, enfrentando a morosidade no Congresso e o forte lobby principalmente de empresas privadas do setor.
Contudo, no dia 4 de setembro, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luis Roberto Barroso em decisão liminar suspendeu a lei, atendendo aos interesses dos patrões, representados pela CNSaúde (Confederação Nacional de Saúde, Hospitais e Estabelecimentos de Serviços). Posteriormente, no último dia 16, o plenário do STF confirmou a decisão de Barroso.
Para justificar a suspensão, a maioria dos ministros aceitou os argumentos unilaterais da patronal que ameaçou demissão em massa e sobrecarga na rede de atendimento caso o projeto fosse mantido.
Um mês antes, no dia 4 de agosto, ao sancionar a lei, Bolsonaro também vetou o reajuste anual do piso, com alegações semelhantes.
Uma alegação que não encontra amparo nos dados do setor e nas discussões que embasaram a aprovação pelo Congresso Nacional, segundo informou em nota o Cofen (Conselho Federal de Enfermagem). A categoria cobra que as medidas previstas sejam viabilizadas pelo Congresso e o governo para garantir a aplicação do piso.
Fonte: CSP-Conlutas (com edição da Adufmat-Ssind)
*Atualizada às 10h29 do dia 20/09 para correção do número de telefone do escritório de advocacia.
Nessa segunda-feira, 19/09, a Adufmat-Ssind realizou uma reunião com o advogado responsável pelo processo dos 28,86%, Alexandre Pereira. A novidade é que no último dia 15 houve o julgamento do último recurso da União, o Agravo Interno que segurou o processo por cinco anos, e a Corte Especial decidiu, por unanimidade, que o sindicato sempre esteve correto, e que não cabe qualquer discussão sobre compensação ou absorção de recursos. Ou seja, é direito da categoria docente receber os 28,86%.
O processo agora deve caminhar para o julgamento do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para ser finalizado, e a Assessoria Jurídica da Adufmat-Ssind já informou que, nessa instância, os julgamentos não costumam ser tão demorados. “Se o julgamento for feito até junho de 2023, o pagamento dos valores retroativos entrará no orçamento previsto para ser executado em 2024. Se o julgamento se der depois de junho de 2023, o pagamento será em 2025”, disse Pereira.
O advogado explicou que o julgamento realizado no dia 15 se refere ao processo como um todo. O restabelecimento do percentual mensal depende de outro julgamento - do Agravo 308 – que já está para ser incluído na pauta do desembargador Rafael Paulo Soares Pinto, e a expectativa é de que seja julgado ainda esse ano. A decisão do último dia 15 no TRF dá ainda mais força ao restabelecimento do pagamento do percentual, que deverá ser feito logo após o julgamento, se o agravo for derrubado, como indica o sindicato.
Pereira respondeu ainda algumas dúvidas dos professores que lotaram o auditório do sindicato e dos mais de cem docentes que participavam da reunião virtualmente. Disse que os docentes que entraram na universidade após outubro de 2016, quando o percentual começou a ser pago, não têm direito a ele; que os 169 docentes aposentados listado pelo TCU terão de aguardar o trânsito em julgado (final do processo) para reivindicar o direito suspenso; que o cálculo do percentual é feito sobre o vencimento básico e todos os benefícios permanentes; e que os valores retroativos não devem ser parcelados, pois há um entendimento na Justiça de que verba salarial/ alimentar não deve ser paga de forma parcelada.
O advogado explicou, também, que o pagamento de honorários advocatícios dos sindicalizados e não sindicalizados são diferentes. Pelo vínculo com a Adufmat-Ssind, os sindicalizados pagarão 7,5%, e os não sindicalizados 15%. Há os docentes que já quitaram os honorários referentes ao percentual mensal e estão quites, voltarão a pagar quando o retroativo estiver na conta. Os docentes que ainda não pagaram serão contactados pelo escritório jurídico.
Diante dos recentes golpes utilizando o processo como isca, o advogado lembrou que nem seu escritório nem o sindicato realiza contato individual com docentes para tratar do assunto, nem faz qualquer cobrança prévia para liberar o recebimento dos valores.
O professor Leonardo dos Santos, diretor geral da Adufmat-Ssind, ressaltou que essa vitória da categoria, assim como outras, não seria possível sem a estrutura sindical que conseguiu defender o direto aos 28,86% durante tantos anos. Assim, estar sindicalizado se mostra essencial tanto para a defesa dos salários quanto para a defesa da própria instituição.
Vale destacar, mais uma vez, que os docentes não sindicalizados ou herdeiros que não procurarem a Assessoria Jurídica a tempo para regularizar a situação, assinando a procuração, não conseguirão obter o valor retroativo. O telefone para contato é: (65) 3642-3847.
O número do processo dos 28,86% para consulta no TRF1 é: 0004544-72.1996.4.01.3600.
Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind
Docentes realizam atividades para a leitura da Carta em defesa do Serviço, das Servidoras e Servidores Públicos
Na quarta-feira (14), em diversos lugares do país, servidoras e servidores públicos realizaram a leitura da Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em defesa do Serviço, das Servidoras e Servidores Públicos. A atividade, que é organizada pelo Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) - por meio das entidades que o compõem, entre elas o ANDES-SN -, continuará nos próximos dias.
Antes, no dia 24 de agosto foi realizado um ato nacional virtual em defesa dos Serviços Públicos em que foi feita a leitura da carta com as e os representantes das entidades que compõem o Fórum.
Em Brasília (DF), a carta foi lida e distribuída em dois momentos. Pela manhã, a Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (Adunb - Seção Sindical do ANDES-SN) promoveu a leitura da carta na abertura da feira agroecológica na Universidade de Brasília (UnB) com a participação de Eliene Novaes, presidenta da Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (Adunb - Seção Sindical do ANDES-SN), e dos diretores do ANDES-SN, Cesar André Beras, 1º secretário da Regional Rio Grande do Sul, e Luiz Henrique Blume, 3º secretário do Sindicato Nacional. No final da tarde, na Rodoviária do Plano Piloto, região central da capital federal, a diretoria do Sindicato Nacional entregou cerca de 1 mil cartas após a leitura feita em megafone.
No Pará, a Associação de Docentes da Universidade Federal do Pará (Adufpa – Seção Sindical do ANDES-S) aproveitou a aula pública "Em defesa da democracia e contra os cortes de verbas das Universidades Federais" para ler a carta, no Campus Guamá da Ufpa.
Em Campina Grande (PB), o manifesto - que faz um apelo das servidoras e dos servidores e usuárias e usuários dos serviços públicos, por um serviço público forte, de qualidade e gratuito - foi lido no Instituto Federal da Paraíba (IFPB)
Já em Minas Gerais, professoras e professores do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG) foram impedidos pela diretoria da unidade de ler a carta nas dependências do campus Nova Suíça, com a justificativa que descumprimento da legislação eleitoral. Representantes da Seção Sindical dos Docentes do Cefet-MG (Sindcefet-MG) e de demais sindicatos fizeram uma mobilização na portaria, do lado de fora do campus, e criticaram a atitude da gestão, a qual classificaram como "cerceadora".
A carta ainda será lida nesta quinta (15), às 18h, no Comitê da Universidade Estadual do Ceará (Uece) em defesa da Educação e da Democracia no Bloco I, do Campus do Itaperi, em Fortaleza (CE). No mesmo dia e horário, o documento será apresentado também na sede da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Espírito Santo (Adufes - Seção Sindical do ANDES-SN) no lançamento do livro “A invenção da balbúrdia: dossiê sobre as intervenções de Bolsonaro nas Instituições Federais de Ensino Superior”.
Há previsão de leitura da Carta também nesta quinta (15), às 14h, na assembleia docente da Seção Sindical dos Docentes da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Adunioeste), no auditório do campus de Foz do Iguaçu. E, ainda, na próxima quarta (21), no retorno do semestre letivo, na Universidade Federal do Pampa, feita pela Seção Sindical dos Docentes da Unipampa (Sesunipampa).
Avaliação
Luiz Henrique Blume, 3º secretário do ANDES-SN, avaliou positivamente a atividade. “A ação tem como objetivo manter o estado de mobilização e indicar também à sociedade a importância da defesa dos serviços públicos, como um ponto de pauta para que seja discutido nas eleições. Na atividade em Brasília fizemos um diálogo direto com a população na rodoviária, distribuímos a carta e conversamos com as pessoas sobre a importância da defesa da democracia e explicamos que, para a democracia existir, é importante um serviço público de qualidade, com a realização de concurso público, a manutenção da estabilidade. Citamos o caso do servidor público que fez a denúncia sobre o superfaturamento na compra das vacinas da Covid-19. Se não fosse concursado, possivelmente não teria feito a denúncia”, afirmou.
Cesar André Beras, 1º secretário da Regional Rio Grande do Sul, explicou que a carta reafirma o compromisso com o serviço público e as servidoras e os servidores públicos. “A construção política tem que acontecer na vida real. Nós criamos essa estratégia e fomos para a rua em um momento que é fundamental a defesa do serviço público, das servidoras e dos servidores públicos, porque existe um governo genocida que a cada dia destrói o Estado social que construímos a partir da Constituição Federal de 1988. Então, não era apenas a leitura da carta em si, mas a defesa do Estado Público do Estado democrático de direito”, disse.
Fonte: ANDES-SN (com informações das seções sindicais do ANDES-SN e Fonasefe. Fotos: Lázaro Mendes / Imprensa ANDES-SN)
Adufmat-Ssind realiza reunião sobre os 28,86% na próxima segunda-feira, 19/09
A Adufmat-Ssind convida a categoria para reunião sobre os 28,86% na próxima segunda-feira, 19/09, às 15h, no auditório do sindicato.
O encontro será presencial e também online, e terá a presença do advogado responsável pelo processo, Alexandre Pereira.
O link para participação virtual deverá ser solicitado à Adufmat-Ssind, via aplicativo de mensagens, por meio do número (65) 99686-8732.

Docentes da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) fazem nesta terça-feira (13) uma paralisação contra mais um ataque à categoria. Outra vez, os professores e as professoras sofrem com os desmandos da Fundação São Paulo (Fundasp). A mantenedora da universidade cortou, no mês de agosto, 10% dos salários dos e das docentes.
A diminuição nas remunerações se deu sob o pretexto de adequar os vencimentos ao regime de 4,5 semanas, em vez das 5 semanas, garantidas após muita luta, em 1987, pela Associação de Professores da PUC (Apropuc). A conquista foi firmada em acordo feito com a reitoria e a mantenedora, que, na época, tinha à sua frente a figura memorável de Dom Paulo Evaristo Arns.
De acordo com nota divulgada pela Apropuc, a atitude arbitrária gerou enorme descontentamento entre os e as docentes que compareceram maciçamente nas assembleias da categoria e deliberaram pela paralisação nesta terça-feira (13). Foram realizados atos no campus da universidade com a presença da comunidade universitária.
Ainda de acordo com a associação docente, desde 2006 a intervenção da Fundasp na PUC-SP vem sufocando as entidades representativas e os trabalhadores e as trabalhadoras da universidade.
“A inconstitucionalidade da medida é flagrante, como já foi mostrado em artigos publicados no PUCviva, o que obrigou a Fundasp a divulgar fake news, afirmando que a Apropuc é que havia concordado com o desconto, ou tirando os holerites do ar e depois recolocando-os com configuração diferente”, afirma a Apropuc.
A entidade ressalta ainda que “é inconcebível manter-se uma imagem progressista para a sociedade, se internamente cada vez mais a universidade se alinha com o mercantilismo e sua política de exploração do trabalhador”.
Apoio do ANDES-SN
Em nota, o ANEDS-SN expressou seu repúdio aos cortes nos salários da categoria docente na PUC-SP e cobrou sua imediata revogação, bem como a reversão de todos seus perversos efeitos.
O Sindicato Nacional também manifestou seu total apoio à luta dos professores e das professoras da instituição. “Afirmamos que a educação não é uma mercadoria. Nenhum direito a menos para a classe trabalhadora”, destacou. Leia aqui a Nota.
Fonte: ANDES-SN
Docentes das Estaduais baianas paralisam atividades na quinta (15) e protestam em Salvador
Docentes das quatro universidades estaduais da Bahia – Uneb, Uesb, Uesc e Uefs – irão paralisar as atividades por 24 horas na próxima quinta-feira (15). A categoria também realizará um ato público na capital, Salvador, em frente à Secretaria Estadual de Educação.
O Fórum das Associações Docentes das Universidades Estaduais da Bahia (Fórum das ADs), que reúne as seções sindicais do ANDES-SN nas instituições, avalia que é necessário realizar uma ação mais contundente para tirar o governo da zona de conforto. O reajuste escalonado pago em janeiro e março, após sete anos de congelamento salarial, está distante de repor as perdas acumuladas no período, que são de quase 50%.
Embora as seções sindicais reivindiquem incansavelmente o diálogo com o governo estadual e a reabertura da mesa de negociações, o Executivo ignora a categoria docente. Apesar das mais de dez solicitações formais de reuniões, a mesa de negociação está interrompida pelos representantes do governador há mais de 800 dias.
Após sete anos sem aumento salarial, o reajuste implementado para o funcionalismo público no início desse ano foi menor que a inflação do ano passado. Dados do Dieese mostram que, de 2015 até 2021, a inflação já havia corroído cerca de 50% do poder de compra dos salários das professoras e dos professores das Ueba.
Além disso, outros problemas se acumulam, a exemplo da fila de espera para a implementação de promoções e progressões de carreira, negativas nas concessões de adicional de insalubridade e periculosidade, orçamento escasso para as universidades estaduais e o não pagamento de passagens intermunicipais para docentes que não moram nos mesmos municípios dos campi em que são lotados.
A categoria também reclama da interferência da Secretaria de Administração do Estado da Bahia (SAEB) e outras secretarias de estado em processos intrínsecos às universidades, desrespeitando a autonomia universitária constitucional, e, ainda, da ingerência do RH Bahia - é o sistema informatizado de gestão de recursos humanos do estado.
Repasse da receita é menor em quase 20 anos
O estado da Bahia acumula estatísticas ofensivas quando o assunto é o financiamento do setor público. Segundo dados do próprio governo, o repasse dos recursos da Receita Líquida de Impostos (RLI) para as universidades estaduais se configura como o menor em quase duas décadas, se considerado o período entre 2002 e 2021.
De 2016 até então, o percentual da Receita Líquida de Impostos (RLI) destinado ao orçamento das quatro instituições (Uneb, Uefs, Uesc e Uesb) vem caindo drasticamente. Os valores decresceram para 4,85%, 4,87%, 4,48% 4,31% 4,04% e 3,28%, nos anos de 2016, 2017, 2018, 2019, 2020 e 2021 respectivamente. A medida, fruto da política de desmonte da educação pública superior, é um grave ataque ao movimento docente, que após árdua luta conquistou, em 2015, a destinação de um índice superior a 5% da RLI para as universidades.
Intensificando ainda mais o estrangulamento orçamentário das Ueba, o governo estadual não destina a estas instituições a totalidade do valor aprovado na Lei Orçamentária Anual (LOA) para o ensino público superior estadual. Como forma de combater o projeto de sucateamento das Ueba, o movimento docente reivindica, há pelo menos uma década, 7% da RLI para as quatro instituições, com revisão a cada dois anos e sendo o ano subsequente nunca inferior ao ano anterior.
Além de penalizar a estrutura das universidades, os cortes comprometem, também, as atividades de pesquisa, aulas práticas, as políticas de permanência estudantil, a realização de concursos públicos e precariza as condições de trabalho das e dos docentes.
Fonte: ANDES-SN (com informações da Aduneb SSind. e Adufs-BA SSind. Imagens: Fórum das ADs)
Bolsonaro tira verba do Farmácia Popular e desvia para orçamento secreto

Em mais um ataque ao financiamento de políticas públicas na área da Saúde, o presidente Jair Bolsonaro retirou recursos do programa Farmácia Popular para dedicar às emendas de relator, também conhecidas como orçamento secreto. Um levantamento feito por Bruno Moretti, assessor do Senado e especialista em orçamento da Saúde, indica que o programa receberá R$ 1,2 bilhão a menos, comparado a este ano.
No orçamento para 2023, o presidente cortou quase 60% da verba destinada ao programa Farmácia Popular que fornece remédios gratuitos para diabetes, asma, hipertensão, dislipidemia, rinite, doença de Parkinson, osteoporose, glaucoma, anticoncepção, além de fraldas geriátricas.
“Não há dúvida: o que a equipe econômica fez foi reduzir todas essas despesas para incorporar as emendas. Para caber as emendas RP-9 (de relator), estão tirando medicamentos da Farmácia Popular”, disse Moretti ao Estadão. “(Com o programa) O parlamentar não consegue chegar lá na ponta e dizer que o remédio que o paciente pegou de graça é fruto da emenda dele”, afirmou.
Os dados completos serão publicados em Nota de Política Econômica do Grupo de Economia do Setor Público da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Atualmente, o Farmácia Popular atende 21 milhões de pessoas.
Com a “economia” feita no orçamento do Farmácia Popular, o governo Bolsonaro aumentará em 22% a verba aos parlamentares. Já as emendas individuais e de bancada impositivas – obrigação do governo - aumentaram 13%.
Na prática, Bolsonaro está engordando o cofre do orçamento secreto, em que políticos decidem sobre o destino de verbas da União sem precisar fornecer explicações detalhadas. Na maior parte das vezes, o recurso é empregado em currais eleitorais, visando apenas o ganho político.
Ataque à Saúde indígena
Além de desmontar esse importante programa que atende a população pobre, o governo também retirou recursos destinados ao atendimento médico dos povos originários. Para o ano que vem, os cortes na saúde indígena também beiram os 60%.
O orçamento para 2023 está previsto em R$ 610 milhões, um corte de R$ 870 milhões em relação ao orçamento deste ano (R$ 1,48 bilhão). Desde 2018, o dinheiro investido para os cuidados médicos e preventivos a indígenas tem sido diminuído.
A situação dramática ficou ainda mais evidente durante a pandemia de Covid-19. Até o momento, as mortes notificadas já ultrapassaram 10 mil. No entanto, segundo a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) o número pode ser quatro vezes maior.
Fonte: CSP-Conlutas (com edição e inclusão de informações do ANDES-SN)

Em luta por seus direitos, docentes de universidades e de cursos pré-universitários na Argentina realizam nova greve de 48 horas nessa quinta e sexta (1 e 2) pela recomposição salarial. Diante de uma previsão inflacionária de 89,5% em dezembro, o governo apresentou uma proposta que não repõem o poder de compra da categoria e impõem uma defasagem de 27,5% nas remunerações, frente a alta inflação que corrói o poder de compra da classe trabalhadora argentina.

“Por que paramos? Porque na única reunião que o governo nacional convocou para discutir a revisão da paridade salarial, trouxe uma única oferta que não pôde ser discutida com as bases, já que os demais representantes sindicais assinaram a ata no mesmo dia. Ou seja, não havia possibilidade de negociação”, afirma com a Conadu Histórica, federação que reúne 13 associações docentes do país.
De acordo com a entidade, o acordo continua deixando os salários abaixo da inflação e sem possibilidade de uma real recomposição da remuneração. “A Conadu Histórica rejeitou o acordo. O mesmo aconteceu com as 13 associações de base da CONADU, que vêm realizando ações de protesto. Em outras palavras, a maioria do ensino universitário e pré-universitário o rejeitou”, informou a federação.

Fonte: ANDES (com informações da Conadu Histórica)
Adufmat-Ssind disponibiliza camisetas, bótons e jornais aos sindicalizados
A campanha de sindicalização da Adufmat-Ssind já está nas ruas desde abril. No entanto, com o objetivo de ampliá-la, o sindicato está disponibilizando para todos os sindicalizados camisetas e bótons, além da edição de agosto/setembro do jornal da Adufmat-Ssind, que tem como tema principal os cortes de recursos das universidades.
Com relação à campanha de sindicalização, a última edição do jornal traz depoimentos dos professores e militantes históricos Cleonice Cheim, Waldir Bertúlio e José Domingues de Godoi Filho (leia aqui a versão online), dialogando com os depoimentos dos jovens docentes que contribuíram com o jornal anterior.
As camisetas estão disponíveis nas cores vermelha, branca e amarela, em vários tamanhos, e os bótons estampam a logo da campanha.
“Nós solicitamos aos colegas que retirem seu material e, mais do que isso, usem, como incentivo aos docentes ainda não sindicalizados, que venham somar na construção das lutas cada vez mais necessárias em defesa da UFMT”, disse o diretor-geral da Adufmat-Ssind, Leonardo dos Santos.
Para retirar o material, basta comparecer à sede da Adufmat-Ssind durante o horário de funcionamento: de segunda à sexta-feira, das 7h30 às 11h30, e das 13h30 às 17h30. O sindicato está enviando o material também para as subseções em Sinop e Araguaia, que providenciarão a entrega nos próximos dias.
Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind