
O Tribunal de Contas da União (TCU) identificou falhas nas ações de governança e gestão do Ministério da Saúde (MS) no enfrentamento à pandemia de Covid-19. Foram avaliados atos de despesa pública, assim como o encerramento, em abril deste ano, da Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional (Espin). De acordo com o TCU, faltam informações sobre os indicadores de vacinação e sobre casos da síndrome de pós-Covid.
A auditoria detectou que o fim da Espin ocorreu sem planejamento estruturado para sua execução, pois nem a portaria de encerramento, nem os documentos prévios que a embasaram trouxeram orientações acerca das ações que ainda ficariam a cargo do MS. "Isso pode comprometer a continuidade das ações de enfrentamento da pandemia, em momento de elevação dos casos de contaminação, de óbitos e da eventual descoberta de novas variantes do vírus", diz o TCU.
Na época, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) se pronunciou condenando a portaria do Ministério da Saúde que determinou o fim da Emergência e cobrou a revogação do ato, que se deu, de acordo com o CNS, sem diálogo com governos estaduais, municipais, Congresso Nacional e autoridades de saúde pública. A medida impactou inúmeras contratações temporárias de profissionais, ampliação de serviços e aquisição de materiais. Para o colegiado, a Pasta não seguiu as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a pandemia de Covid-19.
O levantamento do TCU apontou também que não há, nos sistemas públicos e painéis do MS, informações dos indicadores de vacinação contra Covid-19 por grupo prioritário e por faixa etária. Para o Tribunal, isso dificulta a avaliação da evolução vacinal e da eficácia das vacinas por grupo prioritário ou faixa etária e compromete a adoção de ações de divulgação da necessidade de vacinação para públicos específicos.
Conforme o órgão, houve também contratação irregular de medicamentos para Intubação Orotraqueal (IOT). O Tribunal determinou que se estabeleça, no prazo de 30 dias, processo de apuração dos indícios de irregularidade nos contratos para aquisição de remédios para IOT.
O documento também critica a baixa execução financeira dos recursos descentralizados no ano de 2022. Enquanto o Ministério da Saúde empenhou 74,85% da dotação a ele destinada, os municípios empenharam 34,55% e os estados e DF, apenas 5,29%.
O TCU verificou que não foi possível extrair dados dos painéis do Fundo Nacional de Saúde (FNS) e que faltam normas para regular o cálculo das indenizações devidas nas requisições administrativas. Foram emitidas recomendações ao Ministério da Saúde, como, por exemplo, manter o Sistema Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL) atualizado, assim como os painéis de dados sobre distribuição de testes de detecção do Coronavírus, de medicamentos hospitalares e de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs); e também a periodicidade de divulgação dos boletins epidemiológicos.
Outra orientação foi que a adoção de providências para estabelecer e padronizar procedimentos internos para melhorar a qualidade da instrução processual em requisição administrativa de bens e serviços, nos termos dos princípios da eficiência e da razoabilidade.
Pós-Covid
Estudos internacionais indicam que os percentuais de pessoas com manifestações pós-Covid variam entre 51% e 76% do total de contaminadas. No Brasil, estimam-se mais de 10 milhões de casos de pessoas com síndrome pós-Covid, conhecida também como Covid longa ou Covid persistente. Apenas a partir deste ano, de acordo com o MS, os atendimentos serão registrados para permitir a exata identificação do quantitativo de pessoas com essa condição.
A avaliação do TCU mostrou ainda que não há informações estruturadas de casos de morbidade e mortalidade por condições pós-Covid nos anos de 2020, 2021 e 2022. Para o Tribunal, a falta dessas informações dificulta o adequado planejamento das ações e a adoção do tratamento mais indicado para as pessoas acometidas pela síndrome.
Para o relator do processo, ministro Vital do Rêgo, “os óbitos por trombose, quando comparados aos óbitos em razão da pandemia de Covid-19, às mortes que as vacinas evitaram e ao quantitativo de pessoas já imunizadas, dão a dimensão exata de que a vacinação se mostra a melhor forma de se reduzir a contaminação, o desenvolvimento da forma mais grave de Covid-19 e os óbitos dela decorrentes”.
O Tribunal recomendou, ainda, ao Ministério da Saúde que indique, em ato normativo, quais ações continuarão a ser implementadas mesmo com o fim da Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional. Deverão ser apresentadas, também, as ações a serem executadas do Plano de Contingência Nacional para Infecção Humana pelo novo coronavírus e a responsabilidade pelo implemento das ações, entre outras medidas. A unidade técnica do TCU responsável pela fiscalização foi a Secretaria de Controle Externo da Saúde.
Fonte: TCU (com edição e acréscimo de informações do ANDES-SN. Foto: Marcelo Camargo / AgBr)
Quarta onda: aumento de casos de covid-19 acende alerta novamente no Brasil
Tudo indica que o Brasil está enfrentando uma quarta onda de covid-19. Desde a segunda quinzena de maio, os números de casos no país não param de crescer: Em um período de cinco semanas, o aumento de casos foi de 78,3%.
A situação é preocupante e demonstra que o relaxamento das medidas de segurança por parte dos governos foi precipitado. Segundo o Conass (Conselho Nacional de Secretários da Saúde), a média móvel, atualmente, é de 31 mil novos casos por dia. Há pouco mais de um mês, no final de abril, essa taxa estava em 12 mil.
Já a Fiocruz alerta: por três semanas seguidas a tendência de casos tem sido de crescimento. Hoje, a doença do novo coronavírus responde por cerca de 48% das ocorrências de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave). Em relação às mortes por SRAG, 84% estão relacionadas à covid-19.
O vírus também já é o responsável por quase 60% das hospitalizações por infecções das vias aéreas. Em São Paulo, houve um aumento de 275% no número de internados por covid-19, no último mês. Na rede pública paulista o crescimento também foi significativo: os números dobraram no mesmo período.
Motivos
Não há dúvidas entre os especialistas. Uma das principais causas do agravamento da pandemia é o abandono completo das medidas sanitárias como o uso de máscaras. Em março, todos os estados brasileiros já haviam descartado o uso do equipamento.
A presença de variantes com alta transmissibilidade (ômicron BA.2) e a redução natural da imunidade contra a doença, meses após a vacinação, também são fatores considerados. Apesar do avanço nos casos, o número de mortes permanece estável no Brasil. A situação é viável apenas pelo avanço da vacinação.
No entanto, a taxa de vacinados no país varia de região para região. Segundo o projeto Coronavírus Brasil, apenas quatro estados (São Paulo, Piauí, Paraná e Rio Grande do Sul) estão com mais de 50% da população com a primeira dose de reforço no braço.
Na contramão, nove estados (Roraima, Amapá, Acre, Tocantins, Maranhão, Amazonas, Rondônia, Alagoas e Mato Grosso) ainda não alcançaram os 70% da população com o esquema inicial de duas doses.
Máscaras de volta
Frente ao cenário de preocupação, diversas cidades voltaram a recomendar o uso de máscaras em locais fechados, especialmente nas escolas. Além de São Paulo, Santo André, São Caetano e São Bernardo do Campo estão na lista. Já em Poá, o uso é obrigatório.
Considerada essencial para evitar a transmissão da Covid-19, a máscara deixou de ser obrigatória em espaços fechados no dia 17 de março, por ordem do governador de Sâo Paulo, João Doria (PSDB).
Vacinação
Na última semana de maio, o Ministério da Saúde passou a recomendar a dose de reforço em adolescentes de 12 a 17 anos. Também está liberada a quarta dose para pessoas com 50 anos ou mais. Anteriormente, a segunda dose de reforço era destinada apenas a maiores de 60 anos.
Estes já estão recebendo a quinta dose, em cidades como Hortolândia, Americana e Sumaré, todas no estado de São Paulo. Pessoas com baixa imunidade também têm o direito de receber a dose extra.
Apesar de Bolsonaro
É importante evidenciar que os avanços obtidos com a vacina ocorreram apesar do governo federal. Bolsonaro, que afirma nunca ter tomado o imunizante, atuou firmemente contra a chegada das doses ao país.
A aposta em remédios sem eficácia, como a cloroquina, a demora na aquisição das vacinas e a política constante de minimizar a gravidade da pandemia são responsáveis diretas pelas quase 670 mil mortes por covid-19 no Brasil.
Fonte: CSP-Conlutas
Autonomia Universitária: Adufmat-Ssind derruba liminar e restabelece exigência de comprovante vacinal na UFMT
O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) publicou, nessa segunda-feira, 06/06, decisão favorável à Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (Adufmat-Ssind) com relação à exigência de comprovação vacinal contra a Covid-19 para o retorno um pouco mais seguro das atividades presenciais na UFMT.
Compreendendo pertinente a argumentação do sindicato, o desembargador federal, Daniel Paes Ribeiro, reconheceu a entidade como terceira interessada no processo e considerou superada a alegação de que a exigência de passaporte vacinal fere o direito de ir e vir – como justificou o grupo de cerca de cinco pessoas que tentou derrubar a decisão do Conselho Universitário -, pois o Superior Tribunal Federal (STF) reconheceu a autonomia das instituições para decidirem sobre o assunto.
Na sentença, Ribeiro é bastante incisivo. “Considerando o interesse processual demonstrado pela parte agravante [Adufmat-Ssind], admito-a como terceiro interessado na lide, dada a sua finalidade institucional de defesa dos direitos dos docentes e corpo técnico da UFMT”.
Mais adiante, o desembargador julga procedente o pedido do sindicato, de revogação da liminar que suspendeu a exigência de comprovação vacinal, afirmando que “[...] o Supremo Tribunal Federal, em decisão recentíssima, por maioria até a presente data, 6 (seis) Ministros, acompanhando o entendimento do Relator, entendeu que as Universidades Federais podem exigir comprovante de vacinação contra a Covid-19, como condicionante ao retorno das atividades presenciais”.
Assim, o magistrado concluiu que “as instituições de ensino têm, portanto, autoridade para exercer sua autonomia universitária e podem legitimamente exigir a comprovação de vacinação, com fulcro no art. 3º, III, d, da Lei 13.979/2020 (...)”.
A sentença demonstra, ainda, que a decisão do STF suspende o despacho de 29 de dezembro de 2021 do Ministério da Educação, que aprovou o Parecer 01169/2021/CONJURMEC/CGU/AGU, proibindo a exigência de vacinação contra a Covid-19 como condicionante ao retorno das atividades presenciais nas universidades.
Leia, abaixo, a íntegra da decisão do desembargador federal Daniel Paes Ribeiro, publicada nesta segunda-feira, 06/06.
Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind
Pandemia pode ter matado cerca de 15 milhões, diz OMS; número é quase o triplo dos dados oficiais
A pandemia de Covid-19 causou a morte de 14,9 milhões de pessoas em todo o mundo, de acordo com a estimativa divulgada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), na quinta (5), entre 1 de janeiro de 2020 e 31 de dezembro de 2021.
Com margem de erro entre 13,3 e 16,6 milhões, o número divulgado é quase três vezes mais que as 5,4 milhões de mortes registradas oficialmente. No Brasil, esse número foi de 663 mil mortes.
Para chegar nesta conclusão, a OMS realizou um cálculo do "excesso de mortalidade", que é a diferença entre o número de mortes que ocorreram e o número que seria esperado, com base em dados de anos anteriores à situação pandêmica. Esse excesso de mortalidade inclui mortes associadas à Covid-19 direta ou indiretamente - nesse último caso, considerando o impacto da pandemia nos sistemas de saúde e na sociedade. As mortes ligadas indiretamente à doença são atribuíveis, por exemplo, a outras condições de saúde para as quais as pessoas não tiveram acesso à prevenção e tratamento porque os sistemas de saúde foram sobrecarregados pela pandemia.
“Esses dados preocupantes não apenas apontam para o impacto da pandemia, mas também para a necessidade de todos os países investirem em sistemas de saúde mais resilientes que possam sustentar serviços essenciais de saúde durante crises, incluindo sistemas de informação de saúde mais fortes”, declarou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.
De acordo com a OMS, a maioria das mortes em excesso (84%) está concentrada no Sudeste Asiático, Europa e Américas. Cerca de 68% estão concentradas em apenas 10 países em todo o mundo. O número mundial de mortes foi maior para homens (57%) do que para mulheres (43%); e maior entre pessoas idosas.
Para o Brasil, a OMS estima 160 mortes em excesso para cada 100 mil habitantes. Em cálculos aproximados, seriam 340 mil mortes a mais que as anunciadas. Somadas aos cerca de 663 mil óbitos registrados oficialmente, seriam mais de 1 milhão de brasileiros mortos direta ou indiretamente pela pandemia.
Grupo de Trabalho
A produção dessas estimativas é resultado de uma colaboração global apoiada pelo trabalho do Grupo Técnico Consultivo para Avaliação de Mortalidade por Covid-19 e consultas aos países. Composto pela OMS e pelo Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas (UN DESA), o grupo possui muitos dos principais especialistas do mundo, que desenvolveram uma metodologia que gera estimativas de mortalidade comparáveis, mesmo quando os dados estão incompletos ou indisponíveis.
Segundo a OMS, a metodologia tem sido inestimável, pois muitos países ainda não têm capacidade de vigilância confiável da mortalidade e, portanto, não coletam e geram os dados necessários para calcular o excesso de mortalidade. Portanto, os países podem usar seus próprios dados para gerar ou atualizar suas estimativas.
Stefan Schweinfest, diretor da Divisão de Estatística do UN DESA, afirmou: “As deficiências de dados dificultam a avaliação do verdadeiro alcance de uma crise, com sérias consequências para a vida das pessoas. A pandemia tem sido um forte lembrete da necessidade de uma melhor coordenação dos sistemas de dados dentro dos países e de um maior apoio internacional para a construção de sistemas melhores, inclusive para o registro de mortes e outros eventos vitais”.
Negligência
No Brasil, desde o início da pandemia, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), proferiu discursos negacionistas para minimizar os impactos da Covid-19 e colocar em questionamento a eficácia das vacinas, contrariando, inclusive, orientações das autoridades sanitárias nacionais e internacionais. Além disso, Bolsonaro fez a defesa de remédios sem eficácia, como a cloroquina e ivermectina, no combate ao vírus e, também, ignorou três ofertas de 70 milhões de doses da vacina Pfizer/BioNTech, cujas primeiras doses poderiam ter sido entregues em dezembro de 2020. Mais tarde, foram levantadas suspeitas sobre um esquema de fraude na negociação para a compra de doses do imunizante Covaxin entre o Ministério da Saúde (MS) e a empresa Precisa Medicamentos.
Fonte: ANDES-SN (com informações de OMS e Brasil de Fato)
Docentes da Universidade Estadual do Oeste do Paraná deflagram greve sanitária por duas semanas
As e os docentes da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) paralisaram as atividades presenciais. Em assembleia geral, realizada na última quinta-feira (27), a categoria aprovou, pela maioria dos votos, a deflagração de greve sanitária por tempo determinado, de segunda-feira (31) até sexta-feira (11).
Como se trata de uma greve de caráter sanitário, as e os docentes seguem trabalhando de forma remota na condução de aulas, reuniões, pesquisas, orientações, entre outras atividades. Apenas as aulas práticas correm de forma presencial, como já vinham ocorrendo.
O movimento reivindica a suspensão das aulas presencias enquanto os níveis de contágio, hospitalização e óbitos em decorrência da Covid-19 se mantiverem em alta exponencial nas cidades do oeste e sudoeste do Paraná. Além disso, a categoria cobra a revisão dos protocolos sanitários da Unioeste, incluindo a exigência do uso de máscara adequada e o estabelecimento de Passaporte vacinal efetivo, sem exceção, para todas e todos que frequentarem os campi.
As e os docentes também discordam da Ordem de Serviço publicada pelo reitor Alexandre Webber, a qual autoriza estudantes, que não se vacinaram, a frequentarem as aulas desde que façam exames RT-PCR semanais. A categoria considera que a decisão aumentaria os riscos de contágio para toda a comunidade acadêmica.
O professor Gilberto Calil, presidente da Seção Sindical dos Docentes da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Adunioeste-Seção do ANDES), destaca que “a decisão se deve ao momento excepcional que atravessamos, com recordes diários de contágios e aumento expressivo nos índices de ocupação hospitalar e também no número de mortes”.
Segundo Calil, “a opção por uma greve por tempo determinado, por outro lado, expressa a intenção de retornar às atividades presenciais assim que possível, o que será reavaliado em nova assembleia”, disse.
Ameaças
Após a assembleia, a Reitoria da Unioeste emitiu uma nota em que questiona a legitimidade da greve e a legalidade das ações dela decorrentes. Em tom agressivo, a reitoria afirmou que a Adunioeste SSind. não teria o direito e nem prerrogativa para legislar sob as decisões colegiadas da Universidade.
O Comando Geral de Greve da Unioeste se manifestou também por meio de nota e afirmou que a greve “não foi deflagrada pelo sindicato, mas pela categoria docente reunida em uma assembleia geral convocada pelo seu sindicato, tendo plena legitimidade para deliberação, nos termos de seu Regimento, do Estatuto do ANDES-SN (do qual é seção sindical) e da legislação vigente”.
Afirmou, ainda, que a decisão tomada pela categoria “não supõe ‘legislar’. Ao contrário, constitui e apresenta à Unioeste uma pauta de reivindicações, como é legítimo e constitutivo de qualquer greve. Além disso, denota a intenção de manter-se trabalhando, impondo apenas que isso ocorra em condições de segurança sanitária, a exemplo do que já fora realizado pela própria Unioeste”.
Canal de denúncia
O Comando de Greve Unificado, que reúne a Adunioeste SSind. e o Sinteoeste, disponibilizou a partir dessa segunda-feira (31) um canal de denúncias, para que docentes, estudantes, técnicos, técnicas e demais membros da comunidade acadêmica possam apresentar denúncias sobre irregularidades sanitárias ou outras questões, como constrangimento, identificadas nos campi de universidade.
O serviço está sendo disponibilizado através da plataforma Denoucefy, por meio do link: https://app.denouncefy.com/portal/adunioeste. Lá a comunidade acadêmica poderá enviar a denúncia, de forma anônima, via texto, com a opção de anexar vídeos e fotografias.
Todos os casos apresentados serão devidamente analisados pelo Comando de Greve, que tomará as devidas providências, com o objetivo de buscar segurança sanitária nos campi da Unioeste.
Fonte: ANDES-SN (com informações da Adunioeste SSind.)
Ômicron: nova variante da covid-19 “representa risco muito elevado ao planeta”, afirma OMS
Descoberta por cientistas sul-africanos, a nova variante ômicron do coronavírus deixou novamente o mundo em estado de alerta. Nesta segunda-feira (29), a OMS (Organização Mundial de Saúde) emitiu um comunicado afirmando que a nova cepa representa um risco muito elevado para o planeta.
Embora ainda não haja casos graves registrados, a quantidade de mutações apresentadas pelo vírus preocupa. São estimadas de 30 a 50 mudanças na proteína Spike (responsável pela contaminação das células). Também já foram notificados casos da ômicron nos cinco continentes.
O Brasil já registrou três casos da nova variante. Para tentar frear a chegada da ômicron ao país, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, determinou que voos com origem de países do sul da África não poderão desembarcar no Brasil. Outras nações também estão proibindo vôos da região. O Japão fechou a fronteira para qualquer voo estrangeiro.
A reação da comunidade internacional foi criticada pelo governo da África do Sul. O país emitiu nota afirmando que está sendo punido “pela sua capacidade avançada no sequenciamento de genomas e em detectar mais rapidamente as novas variantes”. Eles comparam o tratamento diferente dado a outras nações que também descobriram novas cepas.
Europa já vive drama
As previsões da OMS para a Europa dão conta de que 700 mil pessoas poderão morrer da doença nos próximos meses. Atualmente, em diversos países o número de casos tem batido recordes a cada dia, trazendo novamente a triste realidade de hospitais superlotados.
Mesmo com mais de 60% da população vacinada, países com enormes populações, como a Alemanha, já falam em uma pandemia dos “não vacinados”. Estes são 90% dos internados em unidades de saúde.
Há também países que possuem taxas de imunização baixíssimas. No leste europeu, principalmente, este índice varia de 37 a 22%. Isso significa que em países, como a Hungria, as mortes registradas nos últimos dias se equiparam ao pico da doença, em 2020.
Há três principais motivos para o agravamento da pandemia na Europa. O fim precipitado do uso de máscaras, a taxa de vacinação desigual entre os países e a disseminação da variante delta (mais transmissível).
Assim como no Brasil, o componente negacionista também faz estragos além-mar. Grupos de extrema direita têm organizado protestos violentos contra a vacinação, o uso de máscaras e outras medidas de segurança como o lockdown.
Em contrapartida, os governos têm pensado em estratégias para “forçar” as pessoas se vacinarem. A obrigatoriedade da vacina e sanções econômicas e de locomoção são as mais comuns para aumentar o índice de imunizados.
E o Brasil?
Pelo fato da pandemia ter atingido a Europa antes do continente americano, é possível prever o que irá acontecer no Brasil, olhando para o cenário enfrentado, hoje, pelos europeus.
Nesta segunda, o país tem 62% de sua população totalmente imunizada. A marca está acima da média européia (54%). No entanto, parece que o Brasil também seguirá os passos arriscados da Europa.
O governo do estado de São Paulo anunciou que irá flexibilizar o uso de máscaras em ambientes abertos a partir de 11 de dezembro, mesmo sem atingir os parâmetros de segurança estabelecidos por sua própria secretaria de Saúde.
O mesmo decreto que abre mão do objeto de proteção contra o vírus entrou em vigor no Rio de Janeiro em outubro. Além disso, a proximidade das festas de final de ano, férias escolares e do Carnaval liga o alerta de especialistas.
Por sua área continental e desigualdade econômica o Brasil também convive com diferentes taxas de vacinação nos estados. Enquanto São Paulo tem 78% da população vacinada, Roraima registra apenas 28%.
Fonte: CSP-Conlutas
Servidores e servidoras vão à PGR cobrar agilidade na análise e encaminhamento do relatório da CPI da Covid
Servidoras e servidores públicos, que estão em Brasília protestando contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32, foram à Procuradoria-Geral da República (PGR) na manhã dessa quarta-feira (10) cobrar agilidade na análise e encaminhamento de denúncias referentes aos crimes apontados no relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid.
As e os manifestantes marcharam do Anexo 2 da Câmara dos Deputados, onde têm concentrado os atos para barrar a reforma Administrativa, até prédio onde fica o gabinete do Procurador-Geral Augusto Aras. Dezenas de docentes, representantes das seções sindicais e da diretoria nacional do ANDES-SN, participaram do ato.
Em frente ao local, com máscaras do rosto do PGR, com faixas e cartazes, lembraram as mais de 600 mil mortes causadas pela Covid-19 e pelo descaso criminoso do governo federal no enfrentamento à pandemia. As falas cobraram agilidade na análise dos documentos levantados pela CPI e a investigação e responsabilização dos apontados no inquérito parlamentar.
Além dos servidores e das servidoras, um grupo de entidades e parentes das vítimas também protestou nessa manhã na PGR, pedindo a responsabilização dos investigados pela CPI. Os manifestantes, que fazem parte da campanha "Omissão Não é Política Pública", entregaram uma petição, protocolada junto ao Ministério Público Federal (MPF), com mais de 34 mil assinaturas.
O relatório da comissão votado no final de outubro pede o indiciamento de 78 pessoas e duas empresas por diversos crimes relacionados a ações e omissões durante a pandemia de Covid-19. Entre os listados estão o presidente Jair Bolsonaro, seus três filhos, vários ministros, ex-ministros, deputados federais, médicos, empresários, além do governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC). A PGR é responsável por apresentar ações contra 13 das autoridades citadas pela CPI, que têm foro privilegiado, incluindo o presidente da República.
“Fizemos a manifestação caminhando do Anexo 2 até o prédio da PGR, onde fica o procurador-geral Augusto Aras. O ato teve como objetivo denunciar os crimes cometidos pelo presidente na condução da Pandemia e cobrar da PGR agilidade com relação às denúncias contra o Jair Bolsonaro pelos crimes apontados no relatório da CPI da Covid, pois o presidente precisa ser julgado por isso”, explicou Zuleide Queiroz, 2ª vice-presidenta do ANDES-SN.
No final da manhã, após os protestos, a Procuradoria-Geral da República divulgou uma nota justificando que “apesar dos esforços empreendidos nos últimos dias, apenas nessa terça-feira (9), a equipe designada pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, recebeu os documentos sigilosos reunidos ou produzidos pela Comissão Parlamentar de Inquérito, ao longo de seis meses”.
De acordo com a PGR, a demora entre a entrega simbólica do relatório, ocorrida no último dia 27, e o recebimento das mídias deve-se a dificuldades operacionais decorrentes do volume do material - aproximadamente quatro terabytes - e da necessidade de se observar os protocolos institucionais que visam assegurar a cadeia de custódia, fundamental à validade jurídica das informações. A nota ressalta, ainda, que todos os prazos e procedimentos legais serão respeitados pelo MPF na condução do trabalho.
Atos contra a PEC 32 e em defesa da Educação
Desde segunda-feira (8), as e os manifestantes estão realizando atos na capital federal, na oitava semana seguida de protestos contra a PEC 32.“A mobilização essa semana está muito intensa. Começamos na segunda-feira nos aeroportos, não só em Brasília, mas também em outras cidades. Na terça-feira, muito cedo já fizemos protesto no aeroporto de Brasília de novo e a tarde fomos para o Anexo 2 da Câmara. Realizamos um ato do lado de fora e também entramos em contato com as lideranças dos partidos para saber como está a articulação em torno da votação da reforma administrativa e acompanhamos um pouco a votação da PEC 23”, contou Zuleide.
Nessa quarta, a 2ª vice-presidenta do ANDES-SN disse que além dos protestos contra a PEC 32, docentes estiveram nas reuniões das Comissões de Educação e de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados, para denunciar os atrasos no pagamento das bolsas do Pibid e de Residência Pedagógica e ainda cobrar a reposição do orçamento destinado à educação federal.
“São mais de 60 mil estudantes do Pibid e de residência pedagógica sem receber as bolsas. Nós agregamos à nossa luta também o apoio e a denúncia desse atraso, para que os estudantes possam ter os recursos e receber suas bolsas”, acrescentou.
A 1ª vice-presidenta da Regional Nordeste 1 do ANDES-SN, Sâmbara Paula Ribeiro, acompanhou na manhã dessa quarta a reunião da Comissão de Educação (CE) da Câmara, que discutiu e aprovou emendas da CE ao Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) 2022. Foram apresentadas dez sugestões. No entanto, apenas quatro foram aprovadas: uma de apoio ao desenvolvimento a educação básica nacional, outra de apoio à infraestrutura para educação básica, uma terceira para fomento ao desenvolvimento e modernização do sistema de ensino de educação profissional e tecnológica e a quarta para apoio à consolidação, reestruturação e modernização das instituições federais de ensino superior.
“Contemplaram os três níveis de ensino. Mas todas as emendas são sugestões de continuidade ou fortalecimento de algo que já existe e já vem funcionando nessas diferentes esferas da educação. Ou seja, foi mais para reforçar o que já vem existindo”, comentou Sâmbara, ressaltando que não houve direcionamento de novos recursos ou recomposição orçamentária.
Após a votação das emendas, houve audiência com o presidente do Instituto Nacional Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Danilo Dupas. Ele foi convocado a prestar esclarecimentos sobre as demissões ocorridas no órgão e a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021, previsto para ocorrer nas próximas semanas.
De acordo com a diretora do ANDE-SN, em sua fala, Dupas afirmou estar em controle da situação, e ser um gestor responsável e idôneo. No entanto, a afirmação foi rebatida por vários parlamentares.
“Os deputados revidaram a fala dele e afirmaram que não existe tranquilidade, e que a Educação passa por um momento de muita turbulência e caos e o que temos enfrentado é um projeto de desmonte da educação por parte do governo. Ou seja, aquilo que o ANDES-SN já aponta e critica há anos. O desmonte da educação que esse governo vem implementando com muito empenho”, comentou a diretora do ANDES-SN.
Representantes de outras entidades em defesa da Educação também participaram da audiência com cartazes criticando a situação do Inep, o desmonte da educação e do Enem.
Mobilização contínua
A vigília para barrar a votação da PEC 32 seguirá nessa quarta e quinta-feira e, também, nas próximas semanas. Além dos atos com intervenções artísticas em frente ao Anexo 2, as e os docentes, junto com servidores e servidoras de outras categorias, realizam visitas aos gabinetes para dialogar com as e os parlamentares.
“A programação dessa semana tem muita mobilização, com grande presença de vários segmentos do funcionalismo público. Vários sindicatos estão garantindo a mobilização e a pressão para derrubar a PEC 32”, disse Zuleide.
No sábado (13), acontecerá a Plenária Nacional contra a PEC 32, com a participação de servidoras e servidores das três esferas: federal, estadual e municipal. Durante o encontro, serão definidas as estratégias para a mobilização nas próximas semanas.
Fonte: ANDES-SN
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CPI da covid-19: Bolsonaro é indiciado por nove crimes em relatório aprovado na terça-feira
Após seis meses de trabalho, a CPI da covid-19, criada para investigar as ações do governo Bolsonaro durante a pandemia, aprovou seu relatório final na terça-feira (26). A votação teve 7 votos favoráveis e quatro contrários ao documento que indicia 78 pessoas, incluindo o presidente da República.
Com o Brasil já se aproximando da marca de 607 mil mortos pelo novo coronavírus, o relatório de mais de 1.200 páginas pede a investigação de Jair Bolsonaro por nove crimes:
– epidemia com resultado morte;
– infração de medida sanitária preventiva;
– charlatanismo; incitação ao crime;
– falsificação de documento particular;
– emprego irregular de verbas públicas;
– prevaricação;
– crimes contra a humanidade;
– crimes de responsabilidade (violação de direito social e incompatibilidade com dignidade, honra e decoro do cargo).
O documento será entregue ao procurador geral da República, Augusto Aras, nesta quarta-feira (27). Nos próximos dias, o relatório chegará ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM), e aos Ministérios Públicos de Rio de Janeiro e São Paulo.
O parecer também será encaminhado ao Tribunal Penal Internacional, em Haia, na Holanda. A Corte com jurisdição em mais de 120 países, incluindo o Brasil, é responsável por julgar indivíduos acusados de crimes contra a humanidade, crimes de guerra, genocídios e crimes ambientais em larga escala.
Entre os demais indiciados pela CPI estão ministros, ex-ministros, três filhos do presidente, deputados federais, médicos, empresários e um governador – o do Amazonas, Wilson Lima. Duas empresas que firmaram contrato com o Ministério da Saúde, a Precisa Medicamentos e a VTCLog, também foram responsabilizadas.
Crimes do governo
A CPI da covid-19 analisou diversos escândalos com a participação direta, ou não, de Bolsonaro. As imagens do presidente provocando aglomerações no auge da crise sanitária, as declarações anti-vacina e contra medidas de proteção – como o uso de máscaras, além das mentiras sobre a eficácia da cloroquina contra a doença embasaram o relatório.
O atraso na aquisição dos imunizantes também pesa contra o governo. Tanto a norte-americana Pfizer, quanto o Instituto Butantan, procuraram Bolsonaro para oferecer as vacinas, mas foram ignorados pelo chefe do executivo. Tal atitude custou a vida de milhares de brasileiros que morreram esperando suas doses.
Episódios macabros
Há ainda episódios macabros de extrema incompetência na administração pública. A falta de cilindros de oxigênio para os pacientes, em Manaus, e o estudo realizado pela Prevent Senior com cobaias humanas escancaram a relação do Planalto com a pandemia. Os casos demonstram que o governo pouco se importou com a vida das pessoas.
Corrupção
Como não poderia deixar de ser no governo do ex-capitão do Exército, as ações na pandemia também foram sinônimos de corrupção. O relatório da CPI denuncia a tentativa de adquirir imunizantes superfaturados e a criação de um gabinete paralelo para promover e lucrar com a livre circulação do vírus no país.
Fora Bolsonaro e Mourão, já!
Frente a tantos crimes atribuídos a Bolsonaro, não há qualquer outra alternativa que não seja a saída do presidente e deu seu governo.
“A CPI comprova crimes que além de serem suficientes para tirar este governo, também são suficientes para colocar Bolsonaro e seus aliados na cadeia. Por isso, a CSP-Conlutas reforça o chamado às Centrais Sindicais a convocarem uma Greve Geral para derrubar urgente Bolsonaro e Mourão, assim a organização de novas manifestações nacionais pela campanha por Fora Bolsonaro”, afirma o integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Atnágoras Lopes.
Fonte: CSP-Conlutas
Apenas 11 dias após retorno presencial, 30 escolas de Mato Grosso registram casos de covid-19
O retorno tem ocorrido fora dos padrões de segurança e profissionais da Educação ainda não receberam a segunda dose da vacina
Após cerca de 11 dias do retorno das aulas presenciais nas escolas da rede estadual de Mato Grosso, com as atividades no sistema híbrido e revezamento dos alunos, mais de 30 escolas tiveram casos de covid-19 confirmados. Entre os contaminados estão professores, merendeiras, funcionários e estudantes. Das 30 escolas, onze estão localizadas em Cuiabá e sete em Várzea Grande.
Desde o princípio, a Adufmat-Ssind luta para que o retorno das aulas presenciais só aconteça após a vacinação em massa e, principalmente, quando todos os professores, estudantes e funcionários estiverem devidamente imunizados e com um plano de abertura gradual, acompanhamento e fornecimento de todos os materiais necessários para a biossegurança.
Em Mato Grosso esse retorno tem acontecido totalmente fora dos padrões de segurança. Os profissionais da Educação ainda não receberam a segunda dose da vacina, portanto não estão imunizados. Além disso, por diversos problemas estruturais, é impossível manter as escolas em condições necessárias de biossegurança.
A professora Juliana Ghisolfi, do Departamento de Sociologia e Ciência Política da UFMT, integra um grupo de cientistas políticos que tem acompanhado as medidas dos governos federal, estaduais e municipais no combate à pandemia do SarsCov2. Para ela, a reabertura das escolas nesse momento é um erro.
“Mato Grosso tem a maior taxa de mortalidade por covid-19 para cada 100 mil habitantes no país, muito acima da média nacional, e é um dos estados mais atrasados na vacinação. Além disso, a taxa de ocupação das UTI’s está na casa dos 80%. Se houver uma nova explosão de casos por conta da reabertura das escolas, o sistema hospitalar de MT vai colapsar novamente”, afirma.
Segundo a professora, um retorno seguro requer: ambientes ventilados; distribuição e uso de máscaras eficazes (PFF2) pelos trabalhadores da Educação e estudantes; limpeza rigorosa de aparelhos de ar condicionado; filtragem de ar em ambientes fechados; fornecimento de produtos eficazes de higienização das mãos, distanciamento entre os estudantes nas salas de aulas.
A professora afirma que o maior problema para a rede pública fornecer as condições de biossegurança necessárias é a falta de recursos. Já as escolas da rede privada, que retomaram as aulas em março deste ano, têm mais condições de oferecer um ambiente adequado para o momento, fazer o controle do uso da máscara, e transporte de segurança. Enquanto isso, os alunos da rede pública, em sua maioria, precisam usar o transporte coletivo em horários de pico.
Mas, segundo ela, nem todas as escolas da rede privada estão dispostas a ter esses gastos e muitas vezes tudo isso não é o suficiente para evitar a circulação do vírus. “Na escola que minha filha estudava no começo deste ano, poucas semanas após a retomada das atividades presenciais, houve um surto de covid-19. Imagino que não tenha sido exclusividade daquela escola”.
Segundo Edzar Allen, professor da rede estadual de ensino, o Governo investiu em propagandas de readequação das escolas, mas a realidade é muito diferente.
“No cotidiano somos nós que estamos no chão das escolas e sabemos das realidades: escolas que não passam por reparos reais há mais de 20 anos; escolas com salas de aula sem a ventilação ou equipamentos de ventilação que possam manter o ambiente arejado; falta de Agentes de Pátio, técnicos e demais funcionários necessários para um real apoio e controle interno”, afirma.
Para ele, com o retorno imposto, o mínimo que o Governo deveria fazer é a distribuição de kits de biossegurança com recomendação dos órgãos de saúde internacional como máscaras PPF2/N95, álcool em gel 70% para a higiene das mãos, além da testagem em massa, aceleração da vacinação, manutenção do distanciamento e da circulação de ar nas salas de aula.
Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) recomendam a divisão das turmas, com revezamento dos grupos de estudantes em diferentes dias da semana, além da redução da carga horária em sala de aula, em caso de ambientes fechados que têm salas com ar condicionado - como é o caso da maioria das escolas de Mato Grosso, públicas e privadas, devido ao calor.
Letícia Corrêa
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind
Copa América começa com protesto; 65 casos de Covid-19 já foram notificados entre os participantes
Imagens: Bruno Braz/ Uol
Se para quem toma as principais decisões no país a pandemia já acabou, para quem tem o desafio de conviver com a Covid-19 no dia-a-dia, ela ainda está longe de acabar. Começou no domingo, 13/06, a Copa América, que este ano será realizada no Brasil, porque Argentina e Colômbia se recusaram a receber a competição. Em menos de uma semana, além das declarações polêmicas e protestos, o evento acumulou também o registro de mais de 65 casos de infecção por covid-19 entre organizadores, equipes de arbitragem e jogadores.
Em Brasília, cidade que sediou o primeiro jogo do torneio no domingo, 13/06, os protestos começaram logo depois do anúncio de que o Brasil realizaria a Copa América. As tentativas de impedir a realização da “Copa da Morte” já apareciam desde os primeiros dias de junho. Os próprios jogadores da seleção brasileira chegaram a cogitar a possibilidade de não jogar, mas no dia 07/06 confirmaram a participação alegando “honrar a camiseta da seleção brasileira”.
Em Cuiabá, no dia 14/06, manifestantes aguardavam a imprensa na entrada do Estádio Verdão. Alguns colombianos seguraram cartazes dizendo "Distantes, mas não indiferentes", "Polícia assassina", Presidente assassino", e "Não dizer e não fazer nada te torna cúmplice". Para Bruno Braz, do site Uol, o tatuador colombiano, Arnold Riveros, que também protestava, afirmou: "Minha ofensa maior é que sempre se apoiou a seleção colombiana, sempre estivemos com ela nos piores momentos, e agora que a Colômbia está em seu pior momento, não se manifesta, não se diz nada, não se move um dedo. Em Colômbia estão nos matando, então a seleção da Colômbia não nos representa".
Além da Covid, a Colômbia enfrenta uma onda de protestos populares por melhores condições de vida desde abril deste ano.
Trabalhadores da Enfermagem brasileiros, que enfrentam diariamente a Covid-19, e apesar das palmas e homenagens têm tido seus direitos aviltados, também aproveitaram a imprensa nacional e internacional para protestar. “Nós reivindicamos o piso salarial e a nossa carga horária. Nos manifestamos em defesa da enfermagem e das nossas categorias e queremos que nossa mensagem chegue até o Congresso, ao presidente do Senado, que são nossos representantes, porque o PL 2564/20 está lá parado, para que possa ser votado. Reunimos mais de 1500 profissionais, a própria Polícia Militar que contabilizou para nós. Fizemos um ato pacífico sem aglomeração respeitando o distanciamento. Fizemos um documento com mais de 1.800 assinaturas que vamos entregar ao presidente do Senado e a todos os senadores e ao presidente da República”, disse o vereador Enfermeiro Emerson (PP) ao site VGNotícias.
A categoria caminhou em torno da arena, parando o trânsito, e recolheu assinaturas para um abaixo assinado defendendo o piso salarial e carga horária de 30 horas semanais.
Segundo o El País Brasil, quase uma semana depois do jogo inaugural, a Copa América registrou 65 casos da doença, sendo 46 membros do comitê organizador e da equipe arbitral, e 19 entre jogadores e membros de comissões técnicas.
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind