A ÚLTIMA MENSAGEM DE OBAMA
JUACY DA SILVA
Na terça feira, 12 de janeiro de 2016, OBAMA teve a oportunidade de dirigir-se `a Sessão conjunto do Congresso Americano e também aos ministros da Suprema Corte e centenas de convidados, quando apresentou sua última mensagem intitulada “O ESTADO DA UNIÃO”, quando, a cada ano os presidentes dos EUA fazem um balanço da siuação nacional e apontam as ações para o ano em curso.
Como OBAMA está iniciando o seu oitavo e último ano como presidente e como politico, pois nos EUA quando uma pessoa ocupa o cargo de Presidente não pode mais concorrer a nenhum cargo público, coube ao Presidente efetuar um balanço bem resumido de seus sete anos de governo, apontar algumas ações em curso e aproveitar o momento para refletir sobre o futuro do país e seus grandes desafios, para continuar sendo uma superpotência, líder mundial em quase todas as áreas e também afirmar que mesmo assim os EUA não podem ser considerados a polícia do mundo, numa alusão `as tentativas de seus opositores que o acusam de não agir de forma mais firme e direta contra ameaças que podem surgir principalmente no cenário internacional.
No front externo Obama destacou como pontos positivos a retirada de mais de 150 mil soldados que participavam da Guerra no Afeganistão; a morte d Bin Laden; o acordo com o Irã para desativar o programa nuclear daquele país em troca da suspensão do bloqeio econômico ao país; o reatamento das relações diplomáticas com Cuba, as ações em parceria com outros países na Guerra civil na Síria; a conclusão do acordo de livre comércio com países asiáticos , o Trans-pacífico. Enfatizou que a bola agora está com o Congresso, por enquanto e durante todo o mandato de Obama, de maioria Republicana, a quem cabe aprovar o acordo transpacífico, a suspensão do embargo comercial a Cuba, o acordo com o Irã e o fechamento da base naval Americana em Guantanamo e sua devolução a Cuba. Destacou como muito importante o combate sem tréguas ao terrorismo em todos os lugares que esteja presente, principalmente enfrentar as ameaças do Estado Islâmico.
No plano interno destacou a aprovação do OBAMACARE, seguro de saúde que possibilitou a inclusão de mais de 23 milhões de pessoas que não tinham acesso a saúde, que nos EUA é praticamente toda privatizada; a recuperação da economia que voltou a crescer nos últimso cinco anos , gerando mais de 12 milhões de empregos; o aumento real do poder aquisitivo da população; avanços na educação, um grande salto na questão ambiental, principalmente através do crescimento da oferta de energia gerada por fontes alternativas, principalmente a eólica e solar; a redução drástica da dependência externa do petróleo, enfatizando que hoje o país é o maior produtor de petróleo do mundo. Destacou também o esforço que vem fazendo para controlar e restringir o comércio de armas, como forma de reduzir os índices de violência, com uma cutucada nos republicanos que tem dificultado a aprovação de leis que aumentem impostos sobre fabricação e comercialização de armas e um controle mais rigoroso para quem deseja comprar uma arma de fogo.
Em resposta aos seus opositores e outros setores que costumam dizer que os EUA estão perdendo espaço para a China ou outros países OBAMA disse que os EUA continuam fortes e em condições plenas para garantirem a segrança interna do país e defenderem os interesses norteamericanos ao redor do mundo, ou seja, por muito tempo serão e deverão ser uma potência econômica, científica, tecnológica e militar, mas que tudo isso não dispensa o trabalho da diplomacia como mecanismo para a solução de conflitos interncionais e o império da Lei e da Ordem, com respeito aos direitos civis, das pessoas e das minorias internamente.
Dirigiu uma crítica direta, sem citar nomes, aos postulantes republicanos, principalmente a Donald Trump, líder das preferências entre os republicanos para concorrerem `a Casa Branca em novembro próximo, dizendo que o país não pode alimentar o ódio e preconceito contra imigrantes ou pessoas que desejam entrar nos EUA, por motivos religiosos, raciais ou étnicos; e que a grandeza dos EUA decorre de sua abertura histórica para pessoas vindas de todos os países e continentes e que esta miscegenação representa uma grande conquista para o futuro do país.
Sem mencionar a disputa presidencial criticou a política com “p” minúsculo e a influência do poder econômico nas eleições que acabam deturpando o proceso democrático e facilitando os interesses dos grandes grupos econômicos nas estruturas do poder.
O recado de Obama foi muito mais para milhões de telespectadores e eleitores do que apenas para uma platéia que a cada ano comparece ao Congresso Americano para ouvir seus presidentes. Foi uma profissão de fé nas instituições nacionais, no país e nas gerações futuras a quem caberá o papel de promover as mudanças que o país necessita no presente para superar seus desafios e garantirem oportunidades reais para todos.
JUACY DA SILVA, professor universitário, fundador, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, no momento nos EUA, articulista de A Gazeta. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blogwww.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy
?Grupos familiares
Esgotados os modelos familiares vigentes durante séculos e séculos, urge uma mudança nesse tipo de conglomerado, o que, aliás, já vem acontecendo paulatinamente.
Na minha prática médica ao longo de todos esses anos tenho constatado os inúmeros dramas oriundos dessa organização arcaica.
A velha companheira, apenas reprodutora, se transformou numa força de trabalho ativa e, portanto, fundamental para a economia do grupo.
Com as mudanças econômicas vieram as alterações comportamentais. Novos modelos se impõem para que os vários membros de um mesmo clã não adoeçam entre si, como vem acontecendo nos últimos anos.
Com o aparecimento de novas tecnologias facilitadoras dos trabalhos caseiros, a liberdade pessoal feminina tem se tornado uma meta. Mulheres não mais se conformam com ausência de tempo para si mesmas, impossível até poucos anos atrás.
Já percebemos esses profundos sinais de mudanças nos países mais desenvolvidos, em que os filhos são intimados a prover o seu próprio sustento a partir dos dezoito anos e, portanto, abandonar o teto familiar.
Nada mais saudável e promissor, ainda que para nós, subdesenvolvidos, nos pareça um ato de desamor.
As interdependências familiares são altamente adoecedoras para todos os seus membros, chegando, algumas vezes, a níveis insuportáveis, apenas disfarçados pelas hipocrisias que as circunstâncias exigem.
Pais subjugando filhos na sua juventude e sendo por eles subjugados na velhice, é o quadro mais frequente.
Sob a capa da proteção, em ambos os casos, se estabelece a mais cruel das relações, sempre baseada em mentiras e desamor.
É como se podada fosse qualquer iniciativa de autodirecionamento, e o ódio subliminar que daí advém, vai se acumulando através dos anos, tudo no mais profundo disfarce da compreensão.
Dessa forma, festas tradicionais que exacerbam os valores familiares, como o Natal e o Réveillon, com muita frequência redundam em espetáculos desastrosos, normalmente liberados graças à exclusão da censura promovida pela ingestão de bebidas alcoólicas.
Que as pessoas passem a entender e a respeitar a individualidade de cada um.
Que os idosos não se transformem em perspectivas de novos ganhos após o seu desaparecimento e que lhes seja permitido, e até mesmo, incentivado, a usufruir do justo fruto de seu trabalho na plena satisfação dos seus desejos. O que mata é infelicidade e tédio, e não, prazer.
Que a família passe a funcionar como seres que se amam e se protegem mutuamente, sem cobranças de qualquer espécie.
Que o respeito ao outro e às suas escolhas seja o moto propulsor para a felicidade de todos.
Que as pessoas se encontrem por puro prazer de estarem juntas, e não por regras comportamentais pré-estabelecidas, tais como almoços dominicais enfadonhos e obrigatórios, principalmente quando envolvem terceiros nesses compromissos.
Enfim, que cada um tenha presente que o ser humano foi feito para ser feliz do jeito que der e quer, mesmo que não corresponda às metas, ditas de sucesso, que são traçadas para ele.
Quem sabe assim não teremos um dia grupos familiares verdadeiramente felizes?
Gabriel Novis Neves
08-01-2014