Primeira rodada de negociação com governo avalia alternativas para recomposição salarial de servidores federais

A primeira rodada de negociação da Mesa Permanente de Negociação de Servidoras(es) Federais com o governo aconteceu na manhã desta quinta-feira (16), reunindo entidades que integram os fóruns das Entidades Nacionais de Servidores Públicos Federais (Fonasefe) e das Carreiras Típicas de Estado (Fonacate). O ANDES-SN esteve representado por Jennifer Webb, 3ª tesoureira do Sindicato Nacional.
Na reunião com o secretário de Gestão de Pessoas e Relação de Trabalho do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), Sérgio Mendonça, o diálogo ficou restrito à construção efetiva de negociação, com o governo sinalizando um reajuste de 40% no auxílio-alimentação, em grosso cálculo algo em torno de R$ 200,00. A essa alternativa posta na mesa, as entidades propõem estender o percentual para os demais auxílios pagos às categorias.
Outro ponto sinalizado pelo governo foi o índice de reajuste salarial já divulgado pela ministra Esther Dweck em entrevistas nos últimos dias: 9% de correção linear nas remunerções. O percentual corresponde ao fixado na Lei Orçamentária Anual (LOA), elaborada pelo governo anterior.
No entanto, as entidades ainda aguardam a oficialização dos índices apresentados na mesa. Conforme acordado, Mendonça deverá formalizar a proposta ao Fonasefe e ao Fonacate ainda na tarde desta quinta.
Ao avaliar o resultado dessa primeira rodada de negociação, Jennifer Webb lembrou que a pauta deste encontro girou em torno das discussões coletivas no Fonasefe. Já aquela específica da categoria docente, que inclui perdas salariais históricas, não foi discutida hoje, mas permanece no horizonte da negociação. De acordo com a diretora do ANDES-SN, o diálogo sobre as pautas específicas deverá ser retomado nas negociações setoriais, já sinalizadas também na reunião desta quinta.
"É importante destacar que não defendemos penduricalhos. Nós temos acordo na nossa categoria que o que queremos é uma remuneração justa e que os auxílios e tudo aquilo que vem como extra, sejam incorporados em nosso salário-base", afirmou. A dirigente destacou ainda a necessidade da categoria permanecer mobilizada e atenta a tudo o que o governo está tratando com o funcionalismo público nesse momento.
As entidades que participaram da negociação reúnem-se, durante a tarde, na sede do ANDES-SN para avaliar o resultado da rodada e traçar encaminhamentos a partir da proposta do governo, se oficializada. Logo mais, às 18 horas, Fonasefe e Fonacate levarão a público essa avaliação, com complementação das informações, em uma transmissão ao vivo que poderá ser acompanhada na página do Facebook. Clique aqui.
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Fonte: Andes-SN
Unimed e Plural são recebidas na Adufmat-Ssind para expor proposta de mudanças administrativas
Reunião não teve caráter deliberativo e o tema será avaliado em assembleia geral; comissão formada por docentes e técnicos estudam as alterações
Docentes e servidores técnicos-administrativos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) se reuniram na manhã desta terça-feira, 14/02, no auditório da Adufmat-Ssind, para ouvir os representantes da Unimed e da Plural Saúde sobre alterações administrativas referentes aos planos coletivos mediados pelos sindicatos das duas categorias.
A notícia dada foi que o trabalho administrativo, como emissão de boletos e inclusão de novas adesões - que hoje é realizado diretamente pela Unimed - precisará ser feito pela Plural Saúde, por uma questão de adequação legal à Resolução Normativa 195/09 da Agência Nacional de Saúde (ANS).
Segundo as empresas, nada mudará para os usuários. A proposta, no entanto, não soou tão simples para as categorias, que fizeram uma série de perguntas aos representantes da Unimed, Uziel Felizardo, e da Plural Saúde, Francisco Nascimento.
“Em tenho muito medo das mudanças que estão sendo propostas aqui. A gente precisa ter muito cuidado para não se arrepender depois, para não ser pego de surpresa com a recusa de um exame ou com a chegada de um valor exorbitante na fatura. A adesão a um novo contrato pode ser, inclusive, atingida por uma nova legislação da ANS, mudando o mínimo que seja de seguro que nós temos agora, com os planos mais antigos”, alertou o professor Carlos Emílio, após relatar seu drama pessoal com a Unimed após mais de 40 anos de adesão ao plano.
A alegação de Felizardo de que não se trata de um novo contrato e, portanto, não haverá qualquer alteração, não convenceu. Até porque a Plural passará a fazer parte das negociações anuais de reajuste e, sendo uma empresa, obviamente não administraria outra empresa de forma gratuita. Segundo os expositores o benefício da Plural será poder vender novos serviços aos usuários da Unimed.
Vale destacar que a reunião desta terça-feira não teve caráter deliberativo, foi apenas para explicação da proposta e esclarecimento de dúvidas. Para que essa alteração ocorra, no entanto, será necessário o aval oficial dos usuários, que se dará ou não por meio das assembleias gerais das categorias. Essa situação também causou estranheza aos docentes e técnicos da universidade, já que, via de regra, as empresas têm autonomia para terceirizar seus serviços.
Com relação à pergunta sobre eventuais consequências da não aprovação da mudança, os representantes preferiram não dizer nada sobre isso reunião, afirmando que a questão será respondida às direções sindicais e, posteriormente, por meio de canais de atendimento ao usuário.
O assessor jurídico da Adufmat-Ssind, Alexandre Aragão, também se disse intrigado. “Eu acho estranho que tanto a Unimed quanto a Plural venham aqui dizer a essas pessoas, muitas delas idosas, que nada vai mudar. É óbvio que vai mudar. Se há algum assunto que não está na mesa, precisa ser colocado, porque são essas coisas que realmente interessam. Eu já ouvi essa história de que não vai mudar outras vezes, quando alteraram a gestão do plano de saúde dos Correios, o Postal Saúde; quando alteraram a gestão da Geap; e todas as vezes que você transfere a responsabilidade do próprio plano de saúde para uma gestora, automaticamente você se esquiva das ações judiciais, das responsabilidades”, disse o advogado, acrescentando que o ideal seria que o próprio SUS garantisse o atendimento de qualidade a todos, e que isso seria possível se não fossem as políticas de sucateamento dos direitos sociais.
Até que o debate seja realizado em assembleia geral, a questão continuará em debate dentro da comissão que avalia os contratos com a Unimed. Interessados em integrar a comissão poderão fazê-lo entrando em contato com o sindicato.
Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind
Entender a gravidade da corrosão salarial que afeta a categoria e evidenciar a necessidade da mobilização permanente para preservação de direitos e reconquista do respeito aos serviços públicos. Esses também podem ser objetivos da Calculadora das Perdas Salariais, fruto da parceria entre o Sindicato Nacional e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE).
A ferramenta está disponível aos e às docentes, no site do ANDES-SN e é importante instrumento para auxiliar no debate sobre a recomposição salarial.
“Desde aprovação da constituição de 1988 que professores e professoras do magistério federal têm os salários aviltados, tanto pela destruição da carreira, como pela inflação e mudanças previdenciárias. No período é impossível calcular uma perda da categoria, ou seja, reivindicar um índice linear para toda categoria para recompor os salários num determinado período, pois na malha salarial composta por 135 níveis possíveis, cada um deles teve perdas inflacionárias específicas nestes últimos anos”, explica Amauri Fragoso, 1º Tesoureiro do ANDES-SN e o responsável por organizar a ferramenta ao lado do DIEESE.
Ainda segundo Fragoso, a perda inflacionária refere-se ao aumento no custo de vida devido à inflação, o que, por consequência, leva à perda no poder de compra. “A nossa calculadora leva em consideração essa perda calculando tanto a perda financeira em real, como o percentual da perda do período escolhido pelo (a) docente”, detalha.
A calculadora é fácil de ser utilizada e pode ser acessada clicando no botão abaixo:
Para operá-la, leia com atenção as orientações a seguir.
- Ao acessar o link da ferramenta, você encontrará a seguinte imagem:
- Em seguida o(a) interessado(a) irá escolher a careira - se EBTT ou MS -, a situação - se ativo ou aposentado - e o regime de trabalho. No segundo quadro, na tela ao lado, escolherá a titulação, o cargo e nível. A sua ultima escolha será o período que deseja fazer o cálculo (a entrada dos dados do período deve seguir o padrão: as três primeiras letras do mês seguidas de hífen e o ano com quatro algarismos. Exemplo: jan-2021). Na sequência, clicar em “calcula”. A outra tecla - disponível ao lado da tecla de cálculo - permite apagar todas as escolhas.
Após o clique, aparecerá uma tabela e um gráfico. Um exemplo da tabela é mostrado a seguir:
- A tabela acima mostra a perda salarial da escolha do(a) interessado (a). Na primeira linha a soma da perda financeira do período sem correção.
A segunda linha corrige essa perda financeira pelo IPCA. Este valor significa que o(a) professor (a), para este caso, deixou de receber R$ 240.156,20 entre maio de 2006 e dezembro de 2022. Detalhe, a escolha foi de Janeiro de 1995 a dezembro de 2022, isto ocorre devido à implantação do cargo de associado em maio de 2006. O mesmo vai ocorrer para carreira de EBTT para o D IV, que foi implantado em julho de 2008.
A terceira linha mostra o percentual da perda (do poder de compra) do período (38,84%). A conta é feita calculando o percentual da diferença entre o salário recebido e o salário devido, corrigido pelo IPCA para 2022, com relação ao salário recebido.
Por fim, a quarta linha da tabela calcula a perda do poder de compra (23,93%), desde o último reajuste da categoria (agosto de 2019).
- Após a tabela teremos o gráfico a seguir. Nele, temos duas linhas que mostram o salário recebido (azul) e o salário devido (vermelho), corrigidos para dez/2022 em função do tempo do período escolhido. Os pontos em destaque representam o momento de alteração salarial.
Para melhor compreender os critérios de cálculo, a tabela a seguir mostra os períodos, as alterações e a norma legislativa referente a essas mudanças:
Fonte: Andes-SN
ANDES-SN participa da reinstalação da mesa de negociação com governo federal
Em meio ao 41º Congresso do ANDES-SN, que acontece em Rio Branco (AC), o Sindicato Nacional participou nesta terça-feira (7) da reinstalação da Mesa de Negociação com o governo federal em Brasília (DF). Rivânia Moura, presidenta da entidade, esteve presente na reunião que contou com nove ministros de Estado e representantes das diversas entidades nacionais e centrais sindicais representativas dos servidores e das servidoras público federais, que compõem os fóruns das Entidades Nacionais dos SPF (Fonasefe) e das Carreiras Típicas de Estado (Fonacate).
A retomada da mesa, de acordo com a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, buscará soluções negociadas entre as partes e o estabelecimento de normas que visem à melhoria da qualidade dos serviços prestados, além do debate de temas relacionados à democratização do Estado e à cidadania. “A reabertura, este ano, é um compromisso com a democracia brasileira e com o respeito a quem presta o serviço público”, disse.
Também participaram da solenidade o secretário de Gestão de Pessoas e Relação de Trabalho do MGI, Sérgio Mendonça, e os ministros da Fazenda, Fernando Haddad; do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet; do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho; da Previdência Social, Carlos Lupi; da Educação, Camilo Santana.
Para Rivânia, o ato desta terça foi bastante significativo na medida em que foi reforçado o compromisso com o diálogo em relação às pautas das categorias do funcionalismo federal. De acordo com presidenta do ANDES-SN, a ministra Esther Dweck assinou uma portaria suspendendo o efeito do decreto 10.620, que remanejava servidores e servidoras para o INSS. “Nossa reivindicação é revogação completa do decreto. Mas, a partir dessa suspensão, os servidores públicos que estão em processo de aposentadoria ou aposentados não serão mais encaminhados para o INSS. E a perspectiva é que o decreto seja já revogado na sua totalidade”, comentou.
O outro anúncio feito pela ministra do MGI, que faz parte das reivindicações do Fonasefe, o compromisso de fazer um levantamento com a perspectiva de realização de concursos públicos para diversas áreas. Dweck também assinou um decreto retornando os servidores público em mandato classista para seus órgãos de origem, para que sejam reinseridos na folha de pagamento dos respectivos órgãos.
As categorias demandaram do governo a definição de um cronograma para discussão da pauta de reivindicações apresentada em 02 de janeiro. Para dar início à Mesa, na tarde desta terça, representantes do Fonasefe já se reuniram com Sérgio Mendonça. Uma nova reunião ficou agendada para o dia 16 de fevereiro.
A presidenta do ANDES-SN disse que nesse encontro, as categorias enfatizaram a necessidade de que, na próxima semana, o governo deve apresentar algo efetivo sobre a pauta protocolada no início do ano.
“Esse processo inicial é muito positivo porque passamos um bom tempo sem qualquer diálogo, sem qualquer processo de negociação. Mas reforçamos que é fundamental e imprescindível que as categorias do serviço público permaneçam em luta e mobilizadas para fazer pressão pelo avanço das negociações”, afirmou Rivânia.
A presidenta do ANDES-SN concluiu lembrando que esse avanço terá impacto nas deliberações do 41º Congresso do ANDES-SN, uma vez que alguns textos de resoluções encaminhados foram elaborados ainda em dezembro. “O processo já começou a andar, então algumas deliberações do congresso tem que ser pensadas daqui para frente, na perspectiva de como vamos organizar a nossa luta, diante dessa conjuntura, para termos vitória no que diz respeito à pauta salarial dos servidores e das servidoras federais”, disse.
Fonte: Andes-SN
Docentes organizam as lutas da categoria para 2023 no 41º Congresso do Andes-SN
A terra de Chico Mendes é a sede do 41º Congresso do Andes – Sindicato Nacional em 2023, que começou nessa segunda-feira, 06/02, em Rio Branco - AC. Com o tema “em defesa da educação pública e garantia dos direitos da classe trabalhadora”, o evento, maior espaço de debate e deliberação da categoria docente, tem o objetivo de nortear as lutas que serão travadas neste novo ano.
No primeiro dia, os quase 650 participantes anunciados pela organização abriram o congresso trazendo suas perspectivas de debates, instalaram oficialmente o evento a partir do estabelecimento das principais regras, e refletiram sobre a conjuntura política nacional e internacional.
Para André Valuch, do Fórum Sindical e Popular da Juventude, um evento do tamanho do 41º Congresso, com mais de 600 participantes se deslocando até a região Norte do país, demonstra que a categoria está mobilizada para enfrentar uma das principais lutas deste ano: a recomposição salarial dos servidores públicos federais, cuja mesa de negociação será aberta oficialmente nesta terça-feira, 07/02.
Outros representantes que fizeram parte da mesa de abertura avaliaram que a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi uma grande vitória da classe trabalhadora contra o bolsonarismo, mas isso não significa que o novo governo será, de fato, simpático às demandas dos trabalhadores. Como o próprio presidente eleito afirmou já nos primeiros dias do seu novo mandato, será preciso pressioná-lo para obter qualquer avanço.
“Ainda é preciso enfrentar o bolsonarismo e pressionar o novo governo para impor as pautas da nossa classe, como a revogação do Teto de Gastos, do Novo Ensino Médio e a recomposição imediata das bolsas Capes e CNPq. Todas as pessoas que produzem ciência neste país, que constroem conhecimento, devem ser consideradas trabalhadoras”, disse a representante estudantil Amanda Dornelles, do Movimento por uma Universidade Popular (MUP).
A representante das mulheres seringueiras do Acre, primeira a presidir um sindicato de trabalhadores rurais do Brasil, no município de Xapuri, foi ainda mais direta: “não podemos ter qualquer ilusão, não há governos de esquerda dentro do capitalismo”, defendeu.
Margarida Aquino Cunha, reitora da Universidade Federal do Acre (UFAC), local onde o evento foi realizado, destacou que o novo governo já oferece, ao menos, uma abertura ao diálogo com as universidades, o que não ocorria desde o impeachment da presidente Dilma Rousseff, em 2016.
O representante da CSP-Conlutas - central a qual o Andes-SN é filiado e deve decidir sobre a permanência ou desfiliação neste congresso -, Paulo Barela, destacou o cenário de efervescência política, reconhecendo a derrota de Bolsonaro nas urnas como fato importante, mas também evidenciando alguns dos desafios. “Há que se comemorar a derrota do genocida, mas manter a autonomia frente a governos na defesa dos nossos direitos, como salários, redução do importo de renda para os trabalhadores e aumento para os grandes conglomerados econômicos, além da revogação de todas as contrarreformas, trabalhistas e previdenciária, inclusive as realizadas anteriormente, como a de 2003, feita pelo primeiro Governo Lula”.
A presença da população indígena foi forte na abertura do 41º Congresso do Andes-SN. Além das apresentações culturais, promovidas pelo grupo Canto e Encantos, das mulheres indígenas Yawanawa da Terra Indígena do Rio Gregório, entre outros, a professora Nedina Luiza Yawanawa, deu boas-vindas aos participantes. “Estou feliz de compartilhar de um congresso tão grande, onde se pode refletir sobre a educação. O caminho para se destruir uma sociedade é, antes, a destruição da educação. Nós vivemos agora um momento de esperança, mas não está resolvido”, afirmou, declarando em seguida a satisfação com a possibilidade inédita de participação institucional direta da população indígena nas decisões de um governo.
A presidente do Andes-SN, Rivânia Moura, iniciou seu discurso declamando um poema de Chico Mendes. “No começo pensei que estivesse lutando para salvar seringueiras, depois pensei que estava lutando para salvar a Floresta Amazônica. Agora, percebo que estou lutando pela humanidade”. Em seguida, contextualizou o aprofundamento dos ataques ao meio ambiente e aos povos originários dos últimos quatro anos, citando os casos de total abandono do povo Yanomami e do último indígena da etnia Tanaru, que morreu isolado em 2022 – ambos na região amazônica.
Moura lembrou das várias lutas da categoria que enfrentou, nos últimos anos, uma pandemia e a falta de respeito de um governo que não demonstrou qualquer disposição para dialogar. “O Andes-SN construiu todas as lutas do último período. Nós fomos a primeira categoria a voltar para as ruas em 2021, ainda na pandemia. Amanhã será instalada uma mesa de negociação, que não é pouca coisa depois de um período em que não houve sequer o respeito de receber os servidores, mas essa mesa exige mobilização”, enfatizou.
Os servidores públicos federais reivindicarão uma recomposição de 27% em caráter emergencial. O percentual inclui apenas as perdas dos últimos quatro anos. “Nossa categoria tem diversas perdas históricas e diferenciadas, que em alguns casos ultrapassam o 40%”, disse a presidente do Andes-SN, acrescentando que o site do sindicato nacional disponibilizou uma ferramenta para que cada professor realize seu cálculo (clique aqui).
A Adufmat-Ssind está presente no 41º Congresso do Andes-SN com 10 delegados e cinco observadores: Leonardo Santos (indicado pela Diretoria), Clarianna Silva (indicada por Sinop), Paula Gonçalves (indicada pelo Araguaia) e, pela ordem de votação em assembleia geral realizada no dia 15/12, Alair Silveira, Maria Clara Weiss, Loanda Cheim, Maelison Neves, Aldi Nestor de Souza, Maria Luzinete Vanzeler e José Domingues de Godoi, como delegados, e Onice Dall’Oglio, Haya Del Bel, Marlene Menezes, Waldir Bertúlio e Breno dos Santos, como observadores.
No período da tarde, os presentes refletiram sobre a conjuntura nacional e internacional a partir de textos propostos por diferentes grupos políticos na Plenária do Tema I.
Nos três períodos desta terça-feira, 07/02, os trabalhos estão sendo realizados em grupos mistos, divididos em 15, sobre os temas II e III (Planos de Lutas dos Setores e Plano Geral de Lutas, respectivamente), também pautados pelos textos enviados ao Caderno de Textos (leia aqui) e Caderno Anexo (leia aqui). O tema IV, Questões Organizativas e Financeiras, serão debatidos nos grupos mistos na manhã de quarta-feira (8). O resultado dos debates realizados nos grupos será novamente debatido nas plenárias, que serão retomadas na tarde de quarta-feira.
Clique aqui para ver a Galeria de Imagens do 41º Congresso do Andes-SN.
Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind
Em VÍDEO, Adufmat-Ssind fala das lutas de 2023 e da boas-vindas à comunidade acadêmica da UFMT
Este será um ano de muitas lutas. A campanha pela recomposição salarial dos servidores públicos federais é a primeira delas. Neste vídeo, o diretor geral da Adufmat-Ssind, Leonado Santos, fala um pouco sobre as negociações, que terão início oficialmente nessa terça-feira, 07/02, e da boas-vindas à comunidade acadêmica da UFMT.
Assista a seguir.
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Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
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Valfredo da Mota Menezes*
Vamos supor que você faça parte de um grupo onde as famíliasvivam em uma comunidade/coletividade, onde a terra que produz seu alimento é comum, isto é, a terra é de todos. Todos trabalham e todos produzem. A colheita é dividida entra as famílias e o excedente é armazenado, trocado ou vendido e o possível lucro é de todos. Que nessa comunidade, os equipamentos de produção ou beneficiamento da produção, sejam comuns a todos e por todos usados. Cada família tem sua própria casa, o transporte é da coletividade, as escolas são comuns a todas as crianças e os cuidados e a proteção à saúde são de todos.Não há dominação de alguém sobre outros. Não há um patrão com vários empregados. A predominância é da amizade, da camaradagem e da cooperação, com a consciência de que o benefício do seu trabalho será de todos. Os projetos e os problemassão decididos eresolvidos em reuniões da coletividade.
Comunidades iguais a essa já existem. Além das comunidades indígenas, onde todo o trabalho e todos os produtos são divididos, há também, no nosso meio, as comunidades quilombolas, nas quais os grupos familiares convivem e trabalham com divisão da produção e dos possíveis lucros dessa produção. O mesmo ocorre com os sistemas cooperativos em quaisquer outros empreendimentos, onde o objetivo é a divisão do trabalho e do lucro da produção por todos os cooperados.
Se existem pequenas regiões com uma sociedade, na qual a amizade e a colaboração são as coisas mais importantes, onde existe paz e solidariedade, seria possível que o exemplo dessascomunidades fosse expandido para uma cidade? Para um país? Há muitos que dizem que isso é uma utopia e que utopias não se realizam. Outros tentam inculcar na cabeça das pessoas que o ser humano é “mau por natureza”, que sempre “o mais fortedominará”.
Centenas de livros, escritos principalmente por sociólogos e antropólogos, buscam explicar as relações sociais humanas.Alguns buscam orientar o pensamento social para uma convivência sem conflitos e de harmonia. Evoluímos da barbárie até o capitalismo. Entretanto, todos nós sabemos que o capitalismo tem suas mazelas e desequilíbrios na divisão da riqueza. Mas, por que todas as tentativas de uma nova relação social foram e vem sendo impedidas? Por que parte das pessoas luta contra?
Países que tentaram uma forma social diferente sofreram agressões. Foram bloqueados, invadidos, bombardeados. Em muitas regiões do mundo, onde houve tentativa de organizar uma sociedade mais harmônica, suas lideranças foram assassinadas.
Na nossa história recente, há um pequeno país que, até por ser uma ilha, tem o ambiente ideal para uma grande experiência social e antropológica a ser observada e protegida pela humanidade. Entretanto, essa pequena ilha, desde que começou a organizar uma sociedade comunitária, sofreu e vem sofrendo todo tipo de agressão por parte de outros países com sistema econômico e social diferentes. Esses países agressores têm medo que a experiência possa dar certo? Os “donos” desses países têm medo de perder a dominação e o controle para o coletivo da sociedade? Têm medo de serem considerados iguais?
Esses países agressores inventaram mentiras grosseiras, mas que serviram para impor o medo e a desconfiança em grande parte das pessoas. Nos “ensinaram” que todas as tentativas de mudança social têm o objetivo de “tirar a liberdade e piorar a vida das pessoas”, que “vão tirar tudo que é seu”, “vão invadir e dividir sua casa.”. Que nessas comunidades você “não tem direito a nada”, “você não manda em nada”, “você fica robotizado”. Nos “ensinaram” que“tudo isso é uma bobagem, uma ingenuidade”. Que tudo isso “é subversão”, que pessoas que pensam assim deveriam ser excluídas da sociedade.
Na verdade, a história nos conta que esse tipo de reação contra pessoas que defendem o compartilhamento e o bem comum, é muito antiga. Há mais de dois mil anos, torturaram e assassinaram um rapaz só porque ele compartilhava alimentos e dizia que as pessoas deveriam “amar umas às outras”.
“Pode ser que você diga que sou um sonhador, mas não sou o único”. Como sonhou Lennon (“Imagine”),vamos imaginar um mundo sem fronteiras,onde todos os habitantes possam viver em paz.Um mundo onde todos possam produzir e consumir conforme as suascapacidades e suas necessidades.Um mundo onde você possa tratar a todos como um amigo. Onde você compartilha. Onde ninguém sabe o que é um muro. Onde ninguém sabe o que é guerra.
Se você quer um lugar assim, então você também é comunista.
* Médico, Professor Associado – Medicina UFMT (aposentado). Doutor em Medicina Interna e Terapêutica (UNIFESP).
Reitoria da UFMS descumpre acordo que autoriza seção sindical no campus
O Governo Bolsonaro acabou, mas como a perseguição, a intolerância e o autoritarismo praticados por ele não foram inventados neste período nefasto, algumas ideias permanecem. Assim, as ameaças aos sindicatos docentes continuam em algumas universidades, como a Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).
Esta semana a Seção Sindical do Andes-SN, Adufms-Ssind, denunciou uma tentativa de despejo. No texto, a entidade afirma que “a gestão da UFMS ajuizou reintegração de posse, em Corumbá, no Campus Pantanal (CPan), descumprindo o acordo firmado na Resolução n. 57/2005, que estabelecia prazo de 30 anos para uso de parte do campus, com possibilidade de renovação por igual período”. A seção sindical recorrerá da decisão.
Em julho de 2021 a Adufmat-Ssind sofreu ameaça do tipo, quando a diretoria da entidade recebeu um ofício da Reitoria da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) propondo um aluguel mensal de R$ 8 mil ou a saída da sede - construída com recursos da categoria na década de 1990, mediante acordo de comodato pelo prazo de 50 anos, reconhecido pela Justiça e pelo Conselho Universitário (Consuni). Em assembleia histórica realizada alguns dias depois, a categoria aprovou que não abriria mão da sede e não pagaria aluguel.
Após algum diálogo com a administração, a ameaça não avançou.
Assim como outras seções sindicais ligadas ao Andes Sindicato Nacional e entidades de outras categorias de trabalhadores manifestaram, a Adufmat-Ssind repudia o ato de perseguição à livre organização sindical praticado pela Reitoria da UFMS, e reafirma a luta em defesa de todos os direitos conquistados pelos docentes federais, desde a sede até a valorização do trabalho, por meio de direitos trabalhistas e condições dignas de funcionamento da universidade para realização do Ensino, Pesquisa e Extensão com cada vez mais qualidade.
Para o diretor geral da Adufmat-Ssind, Leonardo Santos, a postura da Reitoria da UFMS reflete a falta de compromisso com o modelo atual de universidade pública. “É importante ressaltar que essa política de retirada dos sindicatos de dentro das universidades tem acontecido em âmbito nacional, principalmente quando reitorias não se comprometem com a defesa dos movimentos do interior da sua universidade e fazem parte de um processo de ataque, afastamento, negação da importância das entidades representativas para a construção da universidade. Se a universidade brasileira existe como é hoje, com Ensino, Pesquisa e Extensão, se tem um caráter público, gratuito e de qualidade, apesar dos muitos ataques e das muitas contradições, isso se deve à luta coletiva de estudantes, técnicos e professores. Reafirmar o espaço das entidades representativas no interior das universidades é reafirmar esse caráter, é reafirmar o avanço da universidade numa perspectiva de universidade popular”, avalia.
Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind
Servidores federais iniciam o ano com campanha de recomposição salarial
Mais um ano começa e, com ele, a retomada de antigos desafios. Após anos de defasagem e desvalorização, é natural que a recomposição salarial seja uma das demandas mais urgentes dos servidores federais.
Em 2022 a categoria reivindicou um reajuste de 19,99%. O percentual não está nem perto de compensar as perdas acumuladas desde 2011. No magistério superior, por exemplo, essas perdas beiram os 50%, mas o Governo Bolsonaro não fez qualquer esforço para abrir diálogo com os servidores.
Com o início de um novo Governo, que diz reconhecer as necessidades dos serviços públicos e, mais especificamente, da Educação pública, a campanha continua. Duas reuniões e algumas mobilizações com a bandeira “Recomposição Já!” foram realizadas nestes primeiros dias de 2023.
No dia 31/01, os servidores realizaram o "Dia Nacional de Mobilização pelo reajuste salarial", com tuitaço utilizando a hashtag #RECOMPOSIÇÃOJÁ e ato virtual transmitido pelas redes sociais com dirigentes sindicais representando diferentes carreiras de trabalhadores do setor público. Além de promover o diálogo com a população em geral, a atividade preparou a categoria para reuniões com o novo Governo Federal, mascaradas para os dias 01 e 07/02, para tratar das demandas do setor – que incluem a recomposição salarial.
Para a presidente do Andes – Sindicato Nacional, Rivânia Moura, a mobilização da categoria é fundamental para que a campanha seja vitoriosa. “A mesa de negociação só tem efetividade com mobilização. Por isso, defendemos atos presenciais, atividades em Brasília e nos estados, para que as nossas categorias se movimentem no sentido de pressionar para que a mesa de negociação seja favorável à justa demanda das servidoras e dos servidores públicos em defesa, não só da questão salarial, mas principalmente do serviço público brasileiro”, destaca.
A Adufmat-Ssind já demarcou o início da campanha, instalando faixas pela universidade. “Cada professor e seção sindical do Andes tem a função e o dever de se envolver nessa campanha, de replicá-la, de pensá-la a partir da realidade local e de fortalecer uma grande mobilização nacional para que a gente finalmente tenha a recomposição do nosso salário e a possibilidade de ter uma vida digna, uma remuneração condizente com as necessidades que estão cada vez mais relegadas com o aumento da inflação e defasagem salarial. Esta é uma campanha de importância fundamental e precisa ser nacional, não só no sentido de ser encampada pelo nosso sindicato nacional, mas que se enraíze em todos os estados, cidades e universidades. Estaremos nos mobilizando a partir da campanha nacional, pensando a realidade local e construindo a campanha pela recomposição salarial, entre tantas outras lutas que virão no ano de 2023”, afirma o diretor geral da entidade, Leonardo Santos.
O encontro agendado para o dia 07/02, próxima terça-feira, em Brasília, será a data oficial de abertura da mesa de negociação entre a categoria e o Governo Federal.
Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind
Greve inédita de profissionais da saúde paralisa mais de 100 mil trabalhadores/as no Reino Unido
Enfermeiros já realizaram duas grandes paralisações; nesta quarta pararam as atividades os profissionais das ambulâncias
Desde a semana passada, cerca de 100 mil enfermeiros e enfermeiras são protagonistas de uma greve histórica no Reino Unido que já paralisou as atividades por duas vezes, na quinta-feira da semana passada e nesta terça (20). A categoria reivindica aumento salarial de 19% diante de perdas que chegam a 20%. O protesto também denuncia o aumento do custo de vida que atinge inflação de 10% em 2022.
Nesta quarta-feira (21) foi a vez dos profissionais de ambulâncias paralisarem as atividades no Reino Unido e o governo britânico contra-atacou anunciando que quase 750 militares receberam treinamento para substituir os trabalhadores das ambulâncias, segundo a Exame.
Convocada pelo sindicato dos enfermeiros Royal College of Nursing (RCN) esta é a primeira greve em 106 anos e considerada histórica devido à tamanha mobilização e repercussão que o movimento vem ganhando.
Segundo o site de notícias CNN, a paralisação foi anunciada em 53 unidades de saúde na Inglaterra, cerca de 25% do total, 12 no País de Gales e 11 na Irlanda do Norte. “Na Escócia, a greve não se realizou porque o RCN chegou a um acordo para aumentos salariais”, consta do texto. Ainda não há os números desta terça. Foram paralisações de um dia.
Na mesma terça-feira, o sindicato divulgou que intensificaria a mobilização caso o governo não respondesse as demandas em 48 horas. O governo britânico já anunciou considerar o índice superior ao que o governo pode comportar e apontava para um aumento de 4,75%.
Se não houver melhoria na proposta governamental, os trabalhadores e trabalhadoras prometem continuar em luta.
O sindicato divulgou que serviços como emergências e cuidados intensivos, tratamentos de quimioterapia e diálise continuam funcionando.
A empresa Ipsos publicou uma pesquisa na quarta-feira passada, após a primeira paralisação do setor da saúde, que indicava que 52% dos britânicos apoiam as greves dos funcionários do serviço de saúde público, conforme informou o Correio do Brasil.
No Reino Unido, o acesso universal e gratuito é reconhecido e valorizado pela população. Além disso, a população também reconhece a importância vital dos profissionais de saúde durante a pandemia de Covid-19.
A imprensa, seja mais à esquerda ou de direita, tem apoioado a mobilização. O tabloide Daily Mirror, considerado mais à esquerda, estampou na manchete “Estamos convosco”, na semana passada; o “Daily Express”, considerado de direita, cobrou do governo um acordo imediato “Cheguem a acordo com os enfermeiros e acabem com esta loucura”.
Onda de greves
É preciso uma campanha internacional de solidariedade sindical com possivelmente a maior onda grevista em curso no mundo.
O mal-estar atinge vários setores: enfermeiros, ferroviários, alfândega, correios. Mas a greve das ambulâncias coloca uma pressão especial sobre o governo em razão dos riscos que representa para as pessoas que precisam de cuidados urgentes.
Além das greves de enfermeiros e enfermeiras há outras mobilizações no Reino Unido. Ferroviários e trabalhadores de Correios vem fazendo paralisações há seis meses e chegaram a realizar um dia de greves coordenadas.
Há mais categorias realizando greves nacionais, que incluem trabalhadores de alfândega, de empresas petrolíferas e de universidades e estivadores
Os trabalhadores de serviços e comércio estaduais venceram a votação nacional para iniciarem ação grevista em mais de 100 centros.
Apesar da ausência de divulgação da mídia internacional, comícios e manifestações conjuntas vêm acontecendo no último período. No último dia 15, em Liverpool, uma manifestação criou um fórum de solidariedade à greve dos enfermeiros. A manifestação foi apoiada pelos estivadores de Liverpool, ferroviários e petroleiros da “Shelter”.
Também estão ocorrendo greves locais em fábricas.
Tudo indica que as mobilizações adentrem o mês de janeiro no Reino Unido com o aprofundamento da crise do custo de vida e os altos preços nas contas de energia e alimentação, por exemplo.
Há famílias que não conseguem garantir a alimentação mensal necessária. Estudos indicam que pobreza está aumentando e, recentemente, o Royal College of GPs (órgão profissional para clínicos gerais no Reino Unido) divulgou que há aumentos alarmantes na deficiência de vitaminas entre os pobres e um número crescente recusando atestados médicos de seus médicos porque não podem ficar sem trabalhar, pois são trabalhadores precários.
A CSP-Conlutas manifesta total apoio às greves que vêm ocorrendo no Reino Unido, especialmente neste momento histórico de lutas dos profissionais da saúde.
Fonte: CSP-Conlutas