Terça, 15 Dezembro 2015 13:29

 

Literalmente, o ano de 2015 foi inundado por um extenso mar de lama, seja no meio político, seja no meio social, seja no ambiental.
Na política, figuras eminentes do nosso cenário, chafurdaram em transações escabrosas, estando algumas presas e outras ameaçadas de perda de seus mandatos.
Só mesmo aqui na terrinha, paraíso das mordomias, tanta dificuldade para prender os ladrões de gravata.
Em Nova York, por exemplo, há algum tempo, por muito menos, um prefeito saiu de seu gabinete algemado e ninguém considerou nenhuma calamidade, já que o não cumprimento rígido das leis por parte de quem tem obrigação de defendê-las é muito mais grave do que o fato de um cidadão comum não fazê-lo.
Revoltante viver num país em que seus cidadãos, políticos ou não, desprezem as regras sociais básicas de conduta moral.
Em decorrência dessa falta de probidade, companhias de alto risco, tais como as mineradoras, aqui se instalam visando apenas os altos lucros auferidos, totalmente alheias aos danos ambientais que delas possam advir.
A tragédia com o rompimento da barragem de Mariana em Minas Gerais, já considerada um dos cinco maiores desastres ambientais do mundo, cobre-nos de vergonha e de horror, já que foram absolutamente negligenciados todos os contingenciamentos possíveis para essa tragédia anunciada.
O descaso dos nossos dirigentes para com a população mais pobre e menos aculturada é revoltante.
Cidades do Espírito Santo,  como Baixo Guandu, Colatina e Linhares, agonizam, na medida em que sua flora e sua fauna, fontes de renda da população,  foram totalmente destruídas  pela lama que, no seu trajeto de morte, chega célere ao oceano.
Só mesmo autoridades oligoides da nossa administração, após dias de descaso, conseguem ver o Rio Doce, hoje falecido, melhor no futuro.
Todo o Brasil agoniza, não somente as regiões atingidas, diante de um quadro tão grave e que trará graves consequências econômicas e sociais nas próximas duas décadas para todos nós.
Os efeitos tardios de toda essa tragédia ainda não foram divulgados, nem foram tomadas providências quanto à contaminação das águas do Rio Doce e de seus afluentes por metais pesados, altamente maléficos à saúde, a curto e longo prazo.
Ao que se sabe, as multas ridículas impostas a essas empresas nem sempre são pagas, já que seus advogados tratam de livrá-las judicialmente das mesmas. 
Novamente batemos na mesma tecla de sempre.
Enquanto não tivermos educação para todos nossos direitos serão sempre meros detalhes.
Vivemos apenas para deveres, esses sim, cobrados até a última gota de sangue desse povo espoliado de sempre e sem forças para lutar.

Gabriel Novis Neves
30-11-2015

Segunda, 14 Dezembro 2015 14:49

 

Nossa vizinha, a bela Argentina, com todo o seu potencial de riquezas, após doze anos de governo dos Kitchener conseguiu trocar a condução de sua política através da recente eleição do novo presidente Maurício Macri. 
Oriundo de uma das famílias mais ricas da Argentina é o primeiro presidente de centro direita da nação portenha a ser eleito após os longos anos de cruel ditadura, uma das mais violentas da América do Sul. 
Após esse período sombrio o país foi sempre presidido por peronistas ou por social democratas. 
Trata-se, portanto, a eleição de Macri, mesmo com uma pequena porcentagem de votos, de um fato inédito para a nação hermana. 
Por sua plataforma eleitoral, Macri cobre de esperanças grande parte da população argentina, desencantada com as políticas populistas até então vigentes. 
Para nós brasileiros fica a expectativa de um melhor intercâmbio comercial, com menor número de barreiras, benéfico para ambos os países. 
Há mais ou menos trinta anos, pelas inúmeras viagens ao país amigo, perturbava-me o grau de decadência em todo o sistema político- econômico. 
Paulatinamente tenho acompanhado, infelizmente, a destruição de sua indústria, o imenso declínio de seu comércio, a tristeza e a miséria crescentes de seu povo. 
Na minha última viagem, há cerca de um ano, custei a acreditar no que via, inclusive, com um enorme declínio do turismo, restaurantes outrora fervilhantes totalmente vazios, ruas desertas, rostos tristes, enfim, tudo ao contrário do que encontrávamos na bela Buenos Aires até algum tempo atrás, uma das mais requintadas e elegantes cidades do mundo. 
Claro, o mundo mudou, populações empobreceram de uma maneira global, mas o que aconteceu com a Argentina é muito triste para todos aqueles que, em curtas incursões de lazer, se encantavam com o desenvolvimento e com a elegância transmitidas pelos hermanos a “nosotros”, sempre aquém dos padrões de vida argentino. 
A esperança é o que move a humanidade!  Aqui ficamos na torcida para que melhores dias voltem a essa rica nação, à qual somos ligados por laços afetivos tão profundos.

Gabriel Novis Neves
30-11-2015

Sábado, 12 Dezembro 2015 08:02

 

É considerado o mal do século XXI. Será que os antigos eram imunes a esse terrível mal? Ou ele é produto não desejável da longevidade e da sociedade de consumo? 
O estilo de vida altamente competitivo, os fatores genéticos, o espichamento da expectativa de vida, associado a uma educação reprimida e fortemente direcionada à produção de bens materiais, acredito serem os fatores principais dessa patologia. 
Quando, no crepúsculo da existência, constatamos que os valores pelos quais tanto lutamos ao longo da vida foram substituídos por outros que não nos dizem respeito, o conflito fatalmente se instala, e vem a depressão. 
A sensação de necessidade do trabalho braçal costuma permanecer nessa fase da vida, que deve ser encarada como um prêmio para aqueles cujo passado faz jus a uma nova etapa sem os deveres e obrigações do dia a dia.
Mas, isso é difícil para nós que fomos condicionados pelo sistema a produzir como máquinas, na ânsia cada vez maior de acúmulos de bens materiais. 
As emoções que afloram abundantemente nesse período não encontram guarida nesse contexto de ganhos materiais. 
O sofrimento é imediato, o fechamento com relação ao convívio social fica maior, às vezes por pura proteção das agressões do mundo moderno. 
A depressão vai ocupando os espaços existenciais encontrados, encurtando a proximidade dos extremos da grande aventura que é a vida.
Sabemos o mecanismo do processo, mas, muitas vezes não suportamos a realidade. 
Neste momento a importância de pessoas cúmplices é muito mais eficaz que fármacos de última geração, embora estes sejam mais fáceis de serem encontrados. 
Thiago de Melo quando diz em seus versos que uma criança apenas confia em outra criança, sabia do que estava falando. 
Infelizmente, o mesmo não acontece com os adultos que, com a idade, vão precisando cada vez mais e recebendo cada vez menos. 
Talvez aí esteja a semente que costuma contribuir para o estado depressivo comum na velhice. 
 

Gabriel Novis Neves
16-11-2015

Quinta, 10 Dezembro 2015 18:35

 

JUACY DA SILVA*
 
Hoje é o último domingo de novembro de 2015. De amanhã até dia 11 de Dezembro estará sendo realizada a COP 21 – Conferência do Clima em Paris,  já  estamos  entrando no clima do Natal e da festividades  de final de ano. Como o tempo está passando tão rápido.

No mundo inteiro e também no Brasil muitas  coisas  tem acontecido, a operação LAVA-JATO, a prisão  de empresários importantes e de políticos poderosos marcaram o país, ao lado da corrupção, da crise econômica e financeira, do desemprego, da violência, do caos na saúde, da recessão  e das crises setoriais.

Nos Estados  também o combate à corrupção corre celeremente  e tem muita gente importante com as “barbas” de molho, além  de outr@s que estão pres@s. O Governo Dilma segue acuado e paralisado, nada funciona em Brasília, tudo gira em torno das operações policiais e do MP  que vasculha gabinetes de parlamentares  e  de ministérios.

Os presidentes da Câmara Federal e do Senado,  juntamente  com vários deputados e senadores, estão na berlinda e na “Lista do Janot”,  suspeitos e investigados por corrupção, alguns por suposto envolvimento na roubalheira da PETROBRÁS.

Os partidos  estão em polvorosa, principalmente os três  grandes que ao longo desses 26 anos estiveram no comando do país: PMDB, PSDB e PT. Parece que o fio que liga tudo isso é a corrupção, a demagogia, a  mentira e a manipulação das massas pela propaganda  e o “marketing” politico, custeado com o suado dinheiro do contribuinte.

O povo perplexo  diante de tanta corrupção  começa a se indagar, será que o Brasil merece esta democracia corrompida no lugar da tão odiada ditadura que levou milhões  `as ruas? Esta  sensação  está refletida nas pesquisas de opinião quando as Forças Armadas e os militares  no  topo das  avaliações  e os partidos políticos, classe políticas e o Governo beirando a zero!

Oxalá, no NOVO ANO que se aproxima, Deus ouça as preces do povo brasileiro e se apiede do nosso sofrimento e que PAPAI NOEL nos traga de presente novos governantes que atuem com eficiência, eficácia, efetividade e,

acima de tudo, com honradez , lisura e ética no uso dos recursos públicos  e que os corruptos  sejam guardados na  cadeia por vários anos.
O tempo passa rápido e o sofrimento do povo não pode esperar.

*JUACY DA SILVA, professor universitário,  fundador, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista e colaborador de Jornais, Sites e Blogs. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog  www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy

Terça, 08 Dezembro 2015 11:45

 

A Presidente da República vetou o financiamento empresarial de campanhas eleitorais e partidos políticos. 
Essa decisão já tinha sido tomada pelo Senado Federal e Supremo Tribunal Federal (STF). 
Pesquisas realizadas sobre o assunto revelam que três em quatro brasileiros são contra essas doações (?). A maioria quase absoluta dos entrevistados diz que elas estimulam a corrupção. 
“Empresa não vota, investe”, diz o povo nas ruas. 
Financiam certos candidatos de dois em dois anos e depois de eleitos recuperam o investimento feito em suas candidaturas, cobrando faturas com juros e correções monetárias. 
Muitos acreditam que com o fim do financiamento empresarial fica extinta a corrupção neste país em liquidação. 
Não acredito nessa mudança de conduta com apenas esse método. 
Nosso sistema político está tão viciado e sofisticado tecnologicamente para roubar nosso dinheiro, via empresas e agentes públicos, que outros planos já foram testados e aprovados para manter o status quo do poder. 
Sem dinheiro não há eleições livres neste país. 
Sabemos que nas últimas eleições, para eleger um deputado federal, foram necessários pelo menos cinco milhões de reais, salvo raríssimas e honrosas exceções. 
Infelizmente, sem “molhar a mão do eleitor”, será muito difícil conseguir o seu voto. 
A imagem do político brasileiro é a pior possível em termos de ética com o nosso dinheiro. 
Um Congresso que aprova a construção de um Shopping Câmara de quatrocentos milhões de reais, e ainda diz que o dinheiro é da Instituição de Leis, não possui credibilidade para propor o fim da imoralidade nas eleições. 
No Brasil todo poder emana das empresas, e o poder exercido pelos privilegiados nesse sistema político não tem legitimidade. 
Investir maciçamente na educação de qualidade para todos é a saída democrática em médio prazo para o combate à corrupção e às eleições livres, com o poder emanando do povo. 
Mas isso é outra história.

Gabriel Novis Neves
05-11-2015

Sexta, 04 Dezembro 2015 14:27

 

JUACY DA SILVA*
 
No ultimo dia 15 deste mês de novembro, no Brasil comemoramos  a Proclamação da República, quando civis  e militares positivistas colocaram fim ao Império, forma de governo já naquela  época denunciada por muitos, inclusive por Rui Barbosa,  como a quintessência  da corrupção.

Passados exatamente 126 anos de vida republicana, a praga da corrupção parece  estar muito maior do que quando do fim do Império. Mas  esta é outra estória que pode estimular  melhores reflexões  de como a corrupção é o fio de Ariadne, tecendo o pano de fundo da vida nacional por vários séculos, desde o descobrimento até os escândalos do MENSALAO, DO PRETOLÃO/LAVA-JATO,  e outros que ainda  estão aguardando que sejam  decifrados pelas investigações nos Estados e no país como um todo.

O dia 15  de novembro  também é dedicado, pela ONU, através  da Organização Mundial da Saúde, para reverenciar milhões  de mortos cujas vidas preciosas são ceifadas todos os anos em acidentes de trânsito, nas estradas, rodovias, ruas e avenidas do mundo todo, inclusive em  nosso pais, como bem atestam as estatísticas tanto de organismos internacionais quanto de entidades brasileiras.

De  acordo  com o relatório mais  recente, de 2015, da OMS-Organização Mundial de Saúde,  intitulado Rodovias seguras, os acidentes de trânsito foram  responsáveis em 2014 por 1,25 milhões de mortes, ou seja,  3.425 pessoas perderam a vida nesses acidentes. Enquanto o mundo todo, principalmente a grande mídia  ficaram  consternados pelos atentados do último final de semana quando foram assassinados pelo terrorismo 129  pessoas, todos os dias, todos os anos, os  acidentes de trânsito matam 26,6  vezes mais do que atentados terroristas. Isto é como se todos os dias, durante vários anos seguidos acontecessem 27 atentados como os últimos ocorridos em Paris, mas pouca ou praticamente nenhuma comoção é notada quando milhões de pessoas são mortas em acidentes de trânsito.

Só no Brasil, que  está  entre os cinco países com  maiores taxas e número de mortes, verdadeiros assassinatos ao volante, em 2013  morreram 46.935 pessoas. Entre  1980  e 2013,  o total de mortes no trânsito em nosso país chega a 1.070.773,  uma verdadeira chacina que não comove nem nossas autoridades e nem a opinião pública, deixando apenas sofrimento  e saudades para as famílias que tenham perdido seus entes queridos  e  a certeza de que a  impunidade para  este tipo de crime vai  continuar seu caminho.

Cabe também destacar que as taxas de mortalidade em  acidentes de trânsito são maiores nos países e nas  regiões mais pobres e subdesenvolvidas do que em países  e  regiões do mundo mais rico e desenvolvidos, tomando-se como referências  o PIB , população e número de veículos. A média mundial de mortes em  acidentes de trânsito por 100 mil habitantes é de 17,4; sendo a maior na África com 26,6 e a menor na Europa com 9,3. Neste aspecto, o Brasil está muito mais próximo dos países africanos do que dos europeus, pois tem uma taxa de 23,4 para cada grupo de 100 mil habitantes.

Segundo o relatório da ONU/OMS  as mortes por acidente em trânsito representam uma  grande perda em termos de vidas humanas, principalmente se considerarmos que a maioria das vítimas estão  em plena juventude ou idade produtiva, além  de perdas econômicas, em torno de 3% do PIB mundial e , no caso do Brasil, essas perdas representam 5% do PIB. 

Considerando o ano de 2015, quando o PIB mundial nominal deverá ser de US$78,28 trilhões de dólares  as perdas ou custos por mortes em acidentes de trânsito deverão ser US$ 2,35trilhões  de dólares. Tais custos para o Brasil neste ano (2015), tendo em vista a recessão nosso PIB, mesmo assim, será de US$1,8 trilhões de dólares,  caindo para a nona posição no ranking mundial, os custos das mortes por acidente de trânsito serão de US$ 90 bilhões de dólares ou R$ 350 bilhões  de reais, mais do que a soma dos orçamentos dos ministérios da saúde, da educação e do desenvolvimento social.

Uma  última informação, os  dados do relatório da OMS deste ano indicam que os acidentes de trânsito representam a principal  causa de mortalidade para pessoas com idade entre 15 e 29 anos, seguindo-se pelos suicídios, a  Terceira HIV/AIDS e a quarta assassinatos. Todas essas causas passíveis, principalmente de mortes no transito, de serem reduzidas e evitadas, desde que existam leis com penalidades mais pesadas, maior fiscalização, menos corrupção e maior responsabilidade, principalmente por parte de condutores, além, é claro de infra estrutura urbana e nas rodovias para garantirem um tráfego seguro.

Convenhamos. além de reverenciarmos mais de um milhão de pessoas que morreram em acidentes de trânsito no Brasil nas últimas três décadas, e mais de 12 milhões no mundo nos últimos dez anos, devemos fazer  um grande esforço para que essas taxas  absurdas de mortalidade em nosso país sejam reduzidas drasticamente como fizeram vários países como a China, os EUA, a Austrália, a Coréia do Sul, o Japão e praticamente todos os países europeus.

 

*JUACY DA SILVA, professor universitário, fundador, titular e aposentado UFMT,  mestre em sociologia, articulista de jornais, sites e blogs.

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Terça, 01 Dezembro 2015 14:46

 

JUACY DA SILVA*
 
Em um mundo marcado pelo egoísmo, pelo  descaso em  relação às outras pessoas, pela falsidade, pelo  engodo, manipulação, pela mentira, pelas “amizades” superficiais e interesseiras, pela virtualidade enganosa, onde a “lei de Gerson” é a base de valores  imediatistas, sempre é bom a gente refletir sobre o sentido e  significado  desta virtude, tão pouco praticada ou quase fora de moda, que é a gratidão.

Nesta  reflexão me  vem à mente uma passagem relatada na Bíblia  Sagrada que registra uma  estória/parábola interessante contada por Jesus  sobre a questão  da GRATIDÃO. É a estória dos  dez leprosos.

Indo o Mestre de Samaria para a Galiléia, ao passar por uma aldeia dez leprosos, que era a pior doença física e social de todos os tempos, correram  em sua direção mas não  se aproximaram  tanto devido os costumes e proibições em relação  a quem  sofria daquela  doença, que deviam se manter longe das demais pessoas,  e, aos gritos e lamentos, imploravam a Jesus que os curasse.
O Mestre compadecido e amoroso como eram duas de suas características,  disse-lhes…”ide  e apresentai-vos aos  sacerdotes”  e eles  assim o fizeram. Ao  caminharem  perceberam  que estavam curados. Um deles, então, decidiu  retornar para agradecer a Jesus.

Ao  ver este leproso que fora curado e vinha em sua direção, Jesus perguntou-lhe: “não  eram  dez? Onde estão os outros nove”. Isto demonstra que ainda hoje 90%  das pessoas que  recebem algum tipo de ajuda, de apoio, seja material, financeiro, moral ou até  mesmo espiritual são  tão  egoístas que jamais tem sequer  uma palavra de agradecimento. De seus dicionários não constam as expressões: MUITO OBRIGADO, valeu, você me tirou do sufoco quando eu mais precisava e por isso sou-lhe grato ou grata.

Por isso existe um provérbio que diz…”faça o bem  e não  olhe a quem”.  Pessoas  que  cultivam virtudes  como justiça, solidariedade,  amor ao próximo, altruísmo, sinceridade, lealdade,  jamais podem  esquecer  que existe também uma outra grande e importante virtude  que é a GRATIDÃO.

Todavia, essa virtude precisa ser  cultivada e cuidada como  uma plantinha, desde nossa infância, para que quando chegamos  a idade adulta possamos praticá-la como algo corriqueiro  em nosso dia-a-dia. Gratidão ajuda a construir relações  de amizade sincera e de amor verdadeiro, não meras  palavras vazias para impressionarem com quem mantemos contato, virtual ou real.
Por ultimo,  gostaria de fazer  referência  a uma outra estória que escutei de uma pessoa referindo-se  como foi importante uma ajuda financeira que  recebeu em meio a um problema difícil que  estava passando  de um amigo recente, quase desconhecido que veio  em seu apoio, tirando-a do sufoco.

Essa pessoa disse a outra que havia lhe ajudado: “Eu não me canso e jamais deixarei de  reconhecer e agradecer o que você fez por mim no momento em que eu mais precisava, quando eu estava no maior sufoco, quando  eu desesperada pedia por socorro, e a maioria de meus amigos e amigas viraram as costas. Você me ajudou, por isso sou-lhe muito e eternamente grata”

Esta é  uma atitude digna de registro, apesar de representar exatamente igual aquele único leprozo que  voltou para agradecer a Jesus, enquanto os outros nove  rapidamente esqueceram  de agradecer. Existem muito mais casos de falta de Gratidão  do que de pessoas que agradecem  a quem lhes ajudam  ou apoiam.

Talvez  a vida, em novos momentos de dificuldades e sufoco, acabe sensibilizando essas pessoas que não costumam praticar  ou cultivar  a virtude da gratidão. E você, caro leitor ou leitora,  como anda em termos da prática da gratidão? Faça um exame em sua consciência e responda a si próprio ou própria. Talvez você  tenha  recebido algo  e tenha  se esquecido ou esquecida de dizer muito obrigado, muito obrigada meu amigo, minha amiga.
Pense  nisso. O mundo seria muito mais belo se todos nós praticássemos esta virtude que se chama Gratidão, vale a pena tentar, comece  hoje mesmo. Se você recebeu apoio, compreensão, atenção, solidariedade e, por alguma razão, não  tenha agradecido ou agradecida,  ainda é tempo de corrigir esta falha  e restabelecer pontes que possam ter sido danificadas. Gratidão  está para uma amizade  verdadeira como alimento está para uma pessoa faminta.

*JUACY DA SILVA, professor universitário, fundador, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista de  jornais, sites e blogs. EmailO endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy

Segunda, 30 Novembro 2015 17:22

 

Vivemos em um período de muitas transformações e contradições, onde o certo e o errado se confundem no imaginário popular.
Com o sucesso do Plano Real na segunda metade da década de noventa, foram fincadas as bases da estabilidade econômica no nosso país.
Isso permitiu maior oferta de empregos, tanto nas atividades ditas tradicionais, quanto nas novas.
Entretanto, a qualidade da mão de obra, pela nossa deficiência educacional, dificultou o crescimento do emergente mercado de trabalho.
Ficamos com um problema de difícil solução, que era atender ao crescimento do Brasil.
Como resolver em brevíssimo espaço de tempo a qualificação dos trabalhadores com pouca escolaridade?
A missão é difícil, mas não impossível, desde que se torne um programa de prioridade nacional.
Com vontade política dos nossos governantes em realmente investir pesado e sem erros em educação básica e técnica, teremos a tão desejada mão de obra necessária ao nosso desenvolvimento.
O governo, contudo, está mais interessado no ensino superior que, quando de qualidade, dá maior visibilidade ao país pelas suas conquistas e inovações.
Atualmente, temos no país um ensino superior público caríssimo e que consome grande fatia do orçamento do Ministério da Educação, formando profissionais de qualidade duvidosa, quando não, maus profissionais.
Um bom ensino técnico é prioridade para esta nação. É bom lembrar que profissionais de ensino técnico conseguem, inclusive, salários melhores em relação aos de nível superior.
É triste verificar a quantidade de pessoas com nível de escolaridade superior sem emprego, com desvio ocupacional para baixo e com salários irrisórios.
O país investe maciçamente no ensino universitário, muitas vezes com cursos ornamentais e ociosos quando a nossa prioridade e o mercado estão a nos mostrar a necessidade premente de excelentes profissionais de nível técnico.
Temos de continuar a buscar novos conhecimentos científicos para conquistarmos nosso espaço entre os países desenvolvidos, porém, nunca esquecendo os bons técnicos para conquistar o seu espaço no mercado de trabalho.

Gabriel Novis Neves
02-11-2015

Quarta, 25 Novembro 2015 19:45

 

JUACY DA SILVA*
 
Há poucos  dias  foi encerrada a CAMPANHA OUTUBRO ROSA, que  representa um alerta para as mulheres  e seus familiares quanto aos riscos do CÂNCER DE MAMA e a importância dos  exames  preventivos para diagnosticar  precocemente este  tipo de doença, que a cada ano mata quase 20 mil mulheres em  nosso país

Agora, com  o estímulo da OMS - Organização Mundial da Saúde,  estamos no início do NOVEMBRO AZUL, mês  dedicado ao alerta mundial quanto aos perigos  e riscos que  o CÂNCER DE PRÓSTATA oferece  aos homens que, principalmente por machismo ou ignorância, se recusam  a realizar os exames  preventivos, incluindo o famoso,  detestável  e temido TOQUE  RETAL,  fundamental, além  do exame de sangue PSA, para detectar com muita precocidade a existência  de câncer de próstata.  Outro exame  nesta bactéria de prevenção  contra o câncer de próstata e outros mais é a ultrassonografia do abdome.

Em 2015 estão previstas 245.641 mortes por câncer no Brasil, incluindo todos os tipos  da doença, ambos os sexos  e todas as faixas  etárias. Desse  total pouco mais da  metade , 132.126 das vítimas serão homens, mais do que o dobro de todos os assassinatos que tanta notícia  e  medo  infunde na população brasileira  que vive a mercê da bandidagem.

Isto demonstra que além da violência percebida e denunciada pelos diversos meios de comunicação, também existe uma enorme violência oculta que está vitimando centenas de milhares de pessoas  todos os anos .  Muitas, talvez a grande maioria,  dessas  mortes poderiam ser evitadas, se a saúde pública funcionasse a contento  e não fosse  o caos que atualmente a  caracteriza, principalmente pela incompetência e incúria de nossas autoridades. Em dez  anos o Ministério de saúde deixou de aplicar mais de R$185 bilhões , apesar  de que o  OGU – Orçamento Geral da União contemplasse  recursos para vários programas que  não  funcionam a contento, isto é um crime contra a população perpetrado pelos  nossos governantes.

Voltando ao NOVEMBRO AZUL,  neste ano  - 2015 – o câncer  de próstata  deve ser a causa de morte para 18.850 homens, um aumento de 9,5% na mortalidade por este tipo de câncer  em 3 anos, pois em 2012 morreram 17.218 homens  por  esta causa. As  previsões  do Globocan – organismo de pesquisa e monitoramento de câncer , ligado a OMS, indica que entre 2015 e 2035, o número de mortes  por câncer de próstata no Brasil deve aumentar em 105,1%, passando de 18.850 mortes  neste ano para 41.469  óbitos  dentro de 20 anos.  O mais alarmante é que a cada ano, devido ao envelhecimento da população  brasileira, o percentual de mortes por câncer  de próstata vai atingir muito mais  homens  com mais de 65 anos  de idade, passando de 89,4% em 2015 para 92,8% em 2035.

Segundo dados e estimativas do Globocan, entre 2012  e 2035  só de câncer  de próstata deverão morrer nada menos do que 658.303  homens no Brasil, número igual a  3,5 vezes  mais do que todas as pessoas mortas  em  Hiroshima e Nagasaki  devido ao bombardeio atômico feito pelos EUA em 1945 e fato que ainda hoje causa tanta  consternação no mundo todo.

Todavia, diante  de tantas mortes por todos os tipos de câncer e principalmente de câncer  de próstata em nosso país, este sofrimento de milhares de pessoas , seus familiares e amig@s, parece nada representar, principalmente para nossas  autoridades públicas que relegam a um plano secundário  as necessidades e o  sofrimento do povo, principalmente as camadas mais pobres, mais humildes e excluídas da sociedade  e que precisam  aguardar meses ou anos nas filas dos  serviços  especializados  do SUS, um Sistema falido pelo descaso de nossos governantes.  Este descaso é um verdadeiro crime contra o povo e um desrespeito incabível contra os direitos dos pacientes, principalmente os portadores  de câncer, que merecem não  apenas  nossa solidariedade, mas fundamentalmente, terem  seus direitos reconhecidos.

Nossa Constituição, a chamada Constituição Cidadã e a Lei de criação do SUS estabelecem que “saúde é um direito de todos e dever do Estado”. Todavia, como tantos dispositivos legais em nosso país, para milhares de pessoas que sofrem, mesmo  recorrendo à  justiça para  garantirem  o direito a vida, acabam sucumbindo, tudo  isto é letra morta ou apenas belas frases de  efeito, longe  da realidade de quem enfrenta esta vergonha que é  a nossa saúde pública.

A burocracia, o descaso de nossas autoridades, a incompetência dos organismos públicos, principalmente de saúde e a corrupção estão matando, assassinando milhares de pessoas inocentes no Brasil, diversas vezes mais do que todos os assassinatos e mortes no trânsito que tanto aterrorizam a população.

Que   este  NOVEMBRO  AZUL  sirva para uma reflexão mais profunda sobre esta questão  do câncer de próstata  e a saúde pública em nosso pais  e que, fruto dessas reflexões,  possamos  dar novos rumos `a política  e programas de saúde  pública antes que a  mortalidade aumente  ainda  mais.

 

*JUACY DA SILVA,  professor universitário, fundador, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista  de jornais, sites e blogs. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy

Quarta, 25 Novembro 2015 11:23

 

Estatísticas recentes indicam que mais de cinquenta milhões de brasileiros, para não serem vítimas da omissão constitucional do Estado, utilizam algum plano ou seguro de saúde para sua manutenção pessoal. 
Comercializada, a relação médico-paciente desaparece, surgindo um vínculo voltado ao lucro, inviabilizando o exercício da medicina hipocrática, pontuada muito bem pelo Presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM). 
O médico passa a ser chamado de “prestador de serviço” e o cliente de “usuário”. 
O antigo facultativo é remunerado pelas leis do mercado, e os contratos de serviços prestados receberam o apelido de “pacotes” e “pacotinhos”. 
Os honorários profissionais desapareceram dos trabalhos médicos e o mercantilismo atingiu também o ensino da medicina, onde centenas de novas escolas foram autorizadas a funcionar a partir de 2003, sendo que 69% delas são privadas. 
As mensalidades nessas escolas privadas chegam a atingir a incrível cifra de onze mil reais mensais, ficando na média de cinco mil e quatrocentos reais. 
O Ministério da Educação, através de normas, define critérios para um município sediar uma escola médica, entretanto, os mesmos nem sempre são respeitados, segundo o Conselho Federal de Medicina. 
Essas escolas, assim criadas e implantadas, confiam na cumplicidade ou incapacidade de fiscalização do MEC que, com deficiência de técnicos e recursos financeiros, acaba com os sonhos dos estudantes de frequentar uma qualificada casa de ensino. 
Dessa forma, a segurança dos pacientes com bons médicos no sistema de saúde termina frequentemente em enorme frustração. 
É oferecido à população um ensino-aprendizado de péssima qualidade, formando profissionais com insuficiência de conhecimentos científicos para o exercício da mais humana das profissões. 
É intolerável esta realidade, que tem como sustentação, apenas, ganhos empresariais e ambições político-partidárias. 
Temos de tratar de obter propostas de interesse público, e apagar esse vergonhoso quadro.

Gabriel Novis Neves
26/10/2015