Quinta, 14 Maio 2020 14:35

 

Enquanto o mundo reverencia os profissionais da saúde, uma questão central se destaca: trabalho. A precarização dos serviços públicos - e do emprego, em geral - está diretamente relacionada à maneira como as sociedades estão reagindo ao período mais difícil deste século. E são os trabalhadores quem, mais uma vez, têm nas mãos a tarefa de fazer o melhor possível com os recursos disponíveis.  

 

Como o Dia Internacional da Enfermagem foi na terça-feira, esse será o tema da entrevista ao vivo (live) da Adufmat-Ssind nessa sexta-feira, 15/05: “Heroínas ou trabalhadoras? A Enfermagem na Pandemia”, com a participação do enfermeiro do Hospital Pronto Socorro Municipal de Cuiabá, Edemilson Pereira da Silva, e da professora do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Rosa Lúcia Ribeiro Rocha.   

 

Os profissionais comentarão os desafios e perspectivas da profissão e também a repercussão do ato realizado em Cuiabá no dia 12/05, no qual sindicatos e outras entidades de trabalhadores instalaram cruzes numa das principais avenidas da capital mato-grossense para denunciar o descaso dos governos com a saúde pública e com a vida da população.

 

A luta em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) nas últimas décadas, que possibilitou a construção e execução de um dos serviços de saúde de maior referência no mundo em apenas 30 anos de funcionamento, é o que está garantindo que o Brasil não tenha um cenário ainda pior na luta contra a Convid-19. No entanto, se o SUS for destruído, como pretendem os governos orientados pelo setor empresarial, a população ficará à deriva.

 

A live da Adufmat-Ssind dessa sexta-feira terá início às 19h30. Durante a conversa, os espectadores poderão enviar perguntas e comentários para interagir com os convidados. O link direto para acompanhar a live na página da Adufmat-Ssind no facebook é: https://www.facebook.com/ADUFMAT-SSIND-211669182221828/

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Quarta, 13 Maio 2020 15:33

 

Por mais que se queira homenagear profissionais da saúde atribuindo a eles superpoderes, a cruel realidade se impõe. No Brasil, mais de cem profissionais da Enfermagem não retomarão a vida após a pandemia. E os registros só aumentam. Por isso, nessa terça-feira, 12/05, Dia Internacional da Enfermagem, os cuiabanos que passaram pela Prainha, região central da capital mato-grossense, encontraram um triste e silencioso ato público: no canteiro central de uma das principais avenidas da cidade, uma cruz e uma vela para cada enfermeiro morto por Covid-19 no Brasil.

 

Em meio à pressão dos governos para reabertura do comércio e restabelecimento da economia capitalista, a Frente Popular em Defesa dos Serviços Públicos e de Solidariedade ao Enfrentamento da Covid-19, que organizou a intervenção em Cuiabá, ofereceu não só uma homenagem e uma denúncia, mas um choque de realidade para a população, uma reflexão: será possível seguir como se nada estivesse acontecendo?

 

Com máscaras, preocupada, a população segue nas ruas tentando garantir o alimento e o dinheiro do aluguel, já que 15 milhões de trabalhadores ainda não conseguiram ter acesso ao recurso emergencial disponibilizado pelo governo federal. Mas quem conseguiu receber também está nas ruas, porque R$ 600,00 certamente não é suficiente para morar e comer.

 

“A sensação é de que será necessário um grande esforço da classe trabalhadora pra cobrar do governo o direito de manter-se em quarentena e salvar-se do vírus, porque as ruas estavam cheias, os ônibus, com as pessoas indo trabalhar”, comentou o diretor geral da Adufmat-Ssind, Aldi Nestor de Souza.

 

E as denúncias são importantes recursos de luta da classe trabalhadora. As cruzes da terça-feira denunciaram que muitos profissionais estão morrendo porque trabalham expostos, sem os equipamentos de proteção necessários. Denunciaram que a saúde pública nunca foi prioridade dos governos neoliberais. Denunciaram que a política adotada pelos governos federal, estadual e municipal é genocida, pois insiste na quebra do isolamento social e coloca em risco a vida das pessoas em nome de uma economia que só beneficia um grupo minúsculo de empresários bilionários.

 

O verdadeiro dilema, no entanto, persiste, pois o direito de existir sempre foi o desafio número 1 da classe trabalhadora. Viver ou continuar alimentando a riqueza de poucos? Cerca de 13 mil brasileiros já não terão mais a oportunidade de responder a essa questão, mas para os sobreviventes é uma escolha inevitável. Há pelo menos três séculos, nos piores momentos de crise, a questão é a mesma: será possível seguir como se nada estivesse acontecendo?

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind       

Segunda, 11 Maio 2020 16:21

 

A morte de cada um dos enfermeiros brasileiros que atuavam na linha de frente do combate ao coronavírus importa. Em menos de dois meses, o país já perdeu noventa e oito profissionais, mais do que Espanha e Itália juntos. Não foi por acaso. Os governos neoliberais que promoveram sucessivos cortes de recursos, entre outras políticas voltadas à privatização da saúde pública são os grandes responsáveis por essas perdas. E essa será a denúncia de trabalhadores de Cuiabá organizados na Frente Popular em Defesa dos Serviços Públicos e de Solidariedade ao Enfrentamento da Covid-19 nessa terça-feira, 12/05, Dia Internacional da Enfermagem.

 

Em abril, Mato Grosso também registrou a morte de um enfermeiro. Athaíde Celestino da Silva, de 63 anos, faleceu em decorrência da Covid-19 após 37 dias de internação. O 37 também marca os anos de dedicação do servidor à Saúde Pública. Segundo o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), outros 106 profissionais da Enfermagem estão infectados no estado; no Brasil, já são cerca de 13 mil (acompanhe aqui a atualização do Confen).

 

Como não poderia deixar de ser, o ato dessa terça-feira - em defesa da vida, do Sistema Único de Saúde (SUS) e em homenagem aos profissionais da Enfermagem - será realizado sem aglomeração. A partir das 8h, na Prainha, próximo ao Morro da Luz, região central de Cuiabá, os transeuntes verão uma cruz e uma vela para cada um dos profissionais que morreram nessa guerra. Nos arredores também haverá faixas com reivindicações e sons reproduzidos mecanicamente.

 

Segundo os organizadores, a ideia é chamar a atenção da população para o número de mortos no Brasil como efeito do descaso dos governantes de todas as esferas - federal, estadual e municipal –, representada pela falta de investimentos e, consequentemente, equipamentos de proteção.

 

Por mais que os representantes brasileiros se preocupem em demonstrar esforços para conter a pandemia agora, o mundo percebe a diferença entre os países que investem na saúde pública e os que não investem. Nos extremos, a Alemanha aparece como exemplo pelo baixo número de mortalidade, e seu histórico de investimento na saúde pública; na outra ponta, os Estados Unidos da América (EUA), cujo sistema de saúde é limitado pelos interesses do mercado, é o triste líder do ranking de mortalidade.          

 

Nessa terça-feira, será possível acompanhar o ato realizado em Cuiabá por meio de uma live, que será transmitida pela página oficial da Adufmat-Ssind no facebook (clique aqui). Alguns poucos organizadores que estarão presentes no ato distribuirão 500 máscaras, o que já está sendo feito pelas entidades que compõem a Frente desde o início de abril.

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind