Segunda, 30 Abril 2018 14:50

 

Em assembleia realizada na Universidade de Brasília (UnB), nessa terça-feira (24), os técnicos-administrativos da instituição decidiram por paralisar as atividades como protesto contra os cortes feitos no orçamento do Ministério da Educação (MEC) para o campus. Os trabalhadores terceirizados também decidiram pela greve. De acordo com o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub), Maurício Sabino, cada categoria vai manter as atividades com o mínimo de funcionários determinado por lei.

Durante a assembleia, foi informado à comunidade acadêmica que a reitora da UnB, Márcia Abrahão Moura, concordou em rever algumas das medidas que a administração vinha adotando para reduzir o déficit da entidade, como a demissão de cerca de 40% dos servidores terceirizados e a dispensa de aproximadamente mil estagiários.

A reitoria adiou em mais 30 dias a dispensa dos estagiários, que aconteceria no final de abril. Ela também ficou de estudar um modo de rever o modelo dos contratos de terceirização, para evitar as demissões. Por conta disso, serão realizadas, nos próximos dias, várias reuniões técnicas com empresas e terceirizados para avaliação de todos os documentos.

Violência contra estudantes
Na manhã desta quinta-feira (26), estudantes da UnB realizaram um ano na Esplanada dos Ministérios, caminhando do Museu da República até a sede do MEC. Em mesa pública realizada na última semana na universidade, o Ministrério não enviou representantes para debater sobre a situação da instituição – com um déficit da ordem de R$ 93 milhões nas contas deste ano.

Ao chegarem ao prédio do MEC, os estudantes foram reprimidos com violência pela Polícia Militar, que fez uso da cavalaria, com bombas de gás, spray de pimenta, balas de borracha. Quatro estudantes foram detidos, sendo que 1 já foi liberado. Advogados populares estão prestando auxílio ao movimento. 

Os estudantes mantém a ocupação da reitoria da UnB, iniciada no ultimo dia 12, se revezando em acampamento no espaço.

“Temos de resistir contra este descaso contra a universidade pública e a tentativa de privatização do ensino superior. Sabemos que é isso que está por trás dos cortes no orçamento da UnB e das demais universidade pública brasileira”, afirmou Vanessa Vieira, uma das integrantes do movimento de ocupação a reitoria, em entrevista à Rede Brasil Atual.

“Estamos buscando a realização de assembleias e decisões majoritárias para fazer um movimento com unidade e coerente, mas que fique bem claro: vamos batalhar com todo empenho pelo nosso direito de concluir um curso superior e impedir a continuidade desse estado de exceção implantado no país”, acrescentou.

Investimentos congelados
A principal questão referente às dificuldades observadas na UnB – que também são observadas em outras universidades públicas – é a Emenda Constitucional 95 que estabeleceu um teto para gastos públicos por período de 20 anos, limitando o já escasso orçamento das Instituições Federais de Ensino (IFE). Além disso, desde 2015 os recursos repassados para as IFE vêm sofrendo cortes.

Imagem 1 (Fasubra): Ato da comunidade acadêmica da UnB no dia 10 de abril

Imagem 2 (Mídia Ninja): Cavalaria avança contra estudantes em frente ao MEC

 

Fonte: ANDES-SN (com informações da Rede Brasil Atual)

 

 

 

Sexta, 20 Abril 2018 20:18

 

 

Além de demitir terceirizados e anunciar o aumento no valor do RU, reitoria também encerrou mais de mil contratos de estágio. MEC não compareceu à mesa pública na UnB

Os estudantes da Universidade de Brasília (UnB) decidiram por continuar a ocupação da reitoria da universidade, iniciada no último dia 12. O movimento cobra, entre outras pautas, suspensão das demissões dos trabalhadores terceirizados e dos desligamentos dos estudantes estagiários, além de abertura das contas da universidade para uma auditoria interna e debate transparente sobre a situação financeira da instituição.

A deliberação de manter a ocupação se deu após uma mesa pública realizada no anfiteatro da Faculdade de Direito da UnB, nessa quinta-feira (19), com a presença de representantes dos estudantes, técnicos, docentes, trabalhadores terceirizados e da administração da universidade, além da coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lúcia Fattorelli, e da deputada federal Érica Kokay (PT/DF), que mediou a audiência. O Ministério da Educação também foi convidado a participar do debate e havia confirmado presença, mas não compareceu, o que indignou os mais de 300 presentes.

Falas cobraram unidade
As diversas falas durante a audiência ressaltaram a importância da unidade entre a comunidade acadêmica e cobraram da reitoria a revogação das demissões e dos cancelamentos dos estágios, como forma, inclusive, de fortalecer a luta em defesa da UnB.

Falando em nome dos trabalhadores terceirizados, Maria Lacerda, ressaltou a necessidade de uma gestão mais humanizada da instituição e questionou quem iria realizar o trabalho dos 230 terceirizados da limpeza que foram desligados.

Maurício Sabino, representante do Sindicato dos Trabalhadores da UnB (Sintfub) reforçou a necessidade de um debate aprofundado sobre o orçamento da instituição e análise minuciosa dos contratos. Sabino informou, ainda, que os técnicos da UnB estão com indicativo de greve, que será avaliada em assembleia da categoria na próxima terça (24).

Rogério Marzola, da coordenação nacional da Fasubra, ressaltou que o que está em questão são concepções diferentes de universidade pública e alertou para o fato de que o desmonte da educação superior pública e gratuita pode ser aprofundado. Ele fez um chamado para a ampla unidade das categorias do setor da educação e do movimento estudantil na construção da greve na Educação e de uma marcha nacional à Brasília, ainda no primeiro semestre.

“A solução para a UnB não é aumentar o valor do RU, a demissão de terceirizados e desligamento de bolsistas. Isso muda a base social da universidade. Solução não passa por aí. Passa pela revisão dos contratos e por garantir que a base social, que é capaz de defender essa universidade permaneça em unidade. Isso se dá garantindo que esses segmentos permaneçam na universidade”, disse Marzola, cobrando da reitoria a reversão das demissões.

O presidente da Associação dos Docentes da UnB (Adunb Seção Sindical do ANDES-SN), Virgílio Arraes, afirmou a importância da unidade da comunidade acadêmica e da sociedade em defesa da UnB e de envolver também os ministérios da Fazenda e do Planejamento no debate sobre orçamento, bem como demais parlamentares do Distrito Federal. Arraes foi cobrado diversas vezes pelos estudantes sobre a convocação de uma assembleia docente para debater a possibilidade de greve geral na instituição, bem como o apoio aos estudantes e aos terceirizados.

Em sua fala, Eblin Farage, presidente do ANDES-SN destacou que o ataque pelo qual passa a Universidade de Brasília não é uma realidade isolada, mas que atinge tanto as universidades federais quanto as estaduais e municipais. “É fundamental entender o que está por trás desses ataques o que, na avaliação do ANDES-SN, é um projeto de educação privatista, que visa, tomando como referência o Acordo de Bologna, privatizar as universidades por dentro”, apontou, lembrando, também, a situação das universidades estaduais, em muitas das quais as comunidades acadêmicas vêm sofrendo com atrasos e não pagamento de salários, cortes de bolsas, demissões de trabalhadores, descumprimentos de acordos.

A presidente do ANDES-SN ressaltou que o desmonte das Instituições Federais de Ensino não teve início agora, mas foi intensificado pelo governo ilegítimo de Michel Temer. Ela pontuou a implementação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), a criação do Funpresp – que representou uma contrarreforma da Previdência para os servidores federais – e os cortes orçamentários, aprofundados a partir de 2015, como exemplos dos ataques à Educação Superior Pública.

“Nossa ação tem que ser coletiva e temos que cobrar de qualquer governo, que não dê atenção devida à Educação Pública. Esse é o papel de todos nós”, disse,

Questionando as demissões e cortes de estagiários, Eblin reforçou que a crise não pode recair sobre aqueles que defendem a Universidade. “Precisamos reagir a altura e lutar, com unidade, contra aqueles que de fato são nossos inimigos, que querem destruir as universidades públicas. Nossa luta tem que ser pela defesa intransigente da universidade pública e gratuita e por mais verbas para as instituições. Enquanto isso, não nenhum passo atrás”, concluiu, declarando o apoio político irrestrito do Sindicato Nacional à luta dos estudantes e dos trabalhadores terceirizados.

A reitora da UnB, Márcia Abraão, apontou os cortes no orçamento da universidade, em especial no último ano, e também a impossibilidade de utilização dos recursos próprios da instituição para custeio da instituição, pois os mesmos têm finalidade limitada. Além disso, denunciou também o congelamento dos recursos para assistência estudantil, enquanto houve aumento dos estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica.

Embora também tenha feito o discurso da unidade, a reitora não sinalizou a possibilidade de reversão das medidas tomadas até o momento e não respondeu às reivindicações dos estudantes. “Vamos trabalhar para aumentar nossa arrecadação. E temos a responsabilidade de fazer a universidade continuar funcionando”, disse.

Diversos representantes dos estudantes denunciaram as situações precárias da instituição e questionaram como se dará o funcionamento da UnB com a redução expressiva no número de trabalhadores.

Além disso, foi apontada também a irregularidade no desligamento dos bolsistas, pois a justificativa para o mesmo não se encontra nos termos dos contratos firmados com os estudantes. Vários disseram, inclusive, depender das bolsas de estágio para sua manutenção na universidade. No último dia 18, os estudantes foram surpreendidos com o comunicado de encerramento, no próximo dia 30, de mais de mil contratos de estagiários.

Ao final, os estudantes declararam que irão manter a ocupação até a reversão das demissões. Uma nova assembleia estudantil está agendada para terça-feira, 24.

 

Fonte: ANDES-SN

Sexta, 13 Abril 2018 15:45

 

Nessa quinta-feira (12), por volta das 14 horas, os estudantes da Universidade de Brasília ocuparam a reitoria da universidade. A ação se deu após o não cumprimento das exigências da ocupação do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), ocorrida na última terça (10), de realização de audiência pública com o Ministério da Educação (MEC) e com a reitoria da UnB. A ocupação foi decidida em assembleia, com expressiva participação dos estudantes, juntamente com os trabalhadores terceirizados.

 

Em nota divulgada na página Ocupa UnB, no Facebook, os estudantes apontam que, devido à conjuntura, desde o ano passado, a reitoria da UnB vem aplicando medidas que atacam os trabalhadores terceirizados e os estudantes, especialmente aqueles que dependem de assistência estudantil. “Mesmo com árdua mobilização dos trabalhadores e estudantes desde o início do ano de 2017, com a formação de comissões e ações a fim de impedir a aplicação dessas medidas de austeridade, faz-se necessário essa ocupação da reitoria”, declaram.

 

“Somos contra a precarização da UnB. Por isso, lutamos e queremos garantir que ocorra uma audiência pública na UnB com participação dos estudantes e trabalhadores, entre MEC e a reitora Márcia Abrahão com a mediação do Ministério Público sobre as contas da universidade. Além disso, exigimos que não haja criminalização nem consequências institucionais dos estudantes e trabalhadores envolvidos na ocupação ou por motivos políticos relacionados ao movimento durante todo o processo, com um documento escrito assinado pela reitoria que garanta isso”, complementam os estudantes na nota.

 

Confira a pauta do movimento estudantil:

- Contra a demissão dos terceirizados;

- Contra o aumento do RU;

- Pela manutenção das bolsas da permanência estudantil, que afetam principalmente estudantes de baixa renda, negras e negros, indígenas e quilombolas;

- Liberação pelo MEC dos editais de ingresso indígena e quilombola;

- Pela manutenção de todos os estágios remunerados;

- Reestabelecimento dos porteiros da noite;

- Transparência nas contas da universidade;

- Auditoria externa e independente dos contratos, especialmente dos serviços terceirizados;

- Liberação pelo MEC para uso da verba própria da UnB;

- Pela revogação da Emenda 95, do Teto dos gastos;

- Contra a privatização das universidades públicas no Brasil;

- Solidariedade às outras ocupações e lutas que ocorrem nas universidades brasileiras.

*Foto: Mídia Ninja. Com informações da página no facebook OcupaUnB.

 

Fonte: ANDES-SN

Terça, 01 Novembro 2016 14:57

 

Estudantes da Universidade de Brasília (UnB) ocuparam a reitoria da instituição na noite de ontem (31). Além da reitoria, os alunos ocupam desde domingo (30) à noite o campus de Planaltina. A ocupação da reitoria foi decidida em assembleia que contou com a participação de mais de 1 mil estudantes.

 

Os alunos estenderam faixas nas quais pedem a renúncia do presidente Michel Temer e se manifestam contrários à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) enviada ao Congresso Nacional pelo governo federal para restringir os gastos, atualmente em discussão no Senado Federal.

 

Agência Brasil tentou contato com os estudantes na manhã de hoje, mas eles decidiram que não falarão com a imprensa e só irão se posicionar pelo Facebook.

 

A administração da UnB vai se reunir no início da tarde e deve divulgar um posicionamento ainda hoje, de acordo com a assessoria de imprensa.

 

Os estudantes ocuparam também um dos edifícios da universidade. Na manhã de hoje, um grupo contrário à ocupação foi ao local para pedir a saída dos alunos, de acordo com relatos de estudantes que fazem parte do movimento.

 

O Diretório Central de Estudantes (DCE) da UnB, divulgou nota na página do Facebook na qual diz que a assembleia que decidiu pela ocupação, com 1,4 mil assinaturas, não atingiu o quórum mínimo estatutário para representar todos os 48,6 mil estudantes. Segundo o DCE, faltaram 34 assinaturas. A entidade acrescenta que reconhece a legitimidade do movimento.

 

Entenda o movimento

 

No Distrito Federal, além da UnB, seis escolas estão ocupadas, de acordo com a Secretaria de Educação. Até ontem, eram sete as escolas ocupadas.

 

pressão para que os alunos deixem as escolas cresce. Além de decisões judiciais, parentes, estudantes que não aderiram ao movimento e grupos contrários têm pressionado para que os alunos deixem as ocupações.

 

Ontem, estudantes que ocupavam o Centro de Ensino Médio Asa Branca (Cemab), em Taguatinga (DF), entraram em confronto com outro grupo, que quer a desocupação da escola, no início da noite. De acordo com a Polícia Militar do Distrito Federal, foram usadas bombas caseiras e coquetéis molotov na ação.

 

"Representantes da Secretaria de Educação mantêm constante diálogo com os estudantes buscando a desocupação das escolas de maneira pacífica", diz o órgão em nota, acrescentando que o secretário de Educação, Júlio Gregório Filho, assegura que nenhuma discussão sobre o ensino médio ocorrerá sem a participação ativa dos estudantes no processo.

 

Alunos também ocupam a reitoria do Instituto Federal Brasília (IFB). De acordo com a instituição, além da reitoria, três dos dez campi estão ocupados por alunos. O número também diminuiu já que, no domingo, o campus São Sebastião foi desocupado e as atividades retornaram ao normal, segundo o IFB.

 

Pelo país

 

As ocupações ocorrem em diversos estados do país. Estudantes do ensino médio, superior e educação profissional têm buscado pressionar o governo por meio de ocupações de escolas, universidades, institutos federais e outros locais. Não há um balanço nacional oficial. Segundo a União Nacional dos Estudantes (UNE), até ontem, 134 campi universitários e mais de 1 mil escolas e institutos federais estavam ocupados.

 

Os estudantes são contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita os gastos do governo federal pelos próximos 20 anos, a chamada PEC do Teto. Estudos mostram que a medida pode reduzir os repasses para a área de educação, que, limitados por um teto geral, resultarão na necessidade de retirada de recursos de outras áreas para investimento no ensino. O governo defende a medida como um ajuste necessário em meio à crise que o país enfrenta e diz que educação e saúde não serão prejudicadas.

 

Os estudantes também são contrários à reforma do ensino médio, proposta pela Medida Provisória (MP) 746/2016, enviada ao Congresso. Para o governo, a proposta vai acelerar a reformulação da etapa de ensino que concentra mais reprovações e abandono de estudantes. Os alunos argumentam que a reforma deve ser debatida amplamente antes de ser implantada por MP.

 

Enem

 

O Ministério da Educação deu prazo até essa segunda-feira para a desocupação dos locais de prova do Enem. Caso isso não fosse feito, o exame seria cancelado nessas localidades. A pasta divulgará na tarde de hoje se haverá necessidade ou não do cancelamento do exame e em quais locais.

 

O Enem será realizado neste sábado (5) e domingo (6). As provas serão aplicadas a 8,6 milhões de inscritos de mais 1,7 mil municípios.

 

Fonte: Agência Brasil