Quinta, 28 Novembro 2024 09:29

 

O ANDES-SN pediu uma reunião com o Ministro de Estado das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e seu chefe de gabinete, Ricardo de Souza Monteiro, para apresentar as deliberações da categoria docente e o posicionamento político da entidade sobre às relações diplomáticas, comerciais, militares e acadêmicas do Brasil com o governo de Israel. 

 

 

“O objetivo é entregar uma nota [do sindicato] solicitando a ruptura das relações comerciais, diplomáticas, militares e acadêmicas com o governo do Israel, e somar forças à luta contra o genocídio e em defesa do direito dos trabalhadores e trabalhadoras da Palestina a ter seus direitos como povo e como nação reconhecidos”, explicou Luis Acosta, 2º vice-presidente do ANDES-SN.

O encontro foi solicitado para o dia 29 de novembro, data que marca o Dia Internacional de Solidariedade com o Povo da Palestina. O Sindicato Nacional convocou sua base a participar de um ato, no mesmo dia, em frente ao Palácio do Itamaraty, em solidariedade ao povo palestino. “Reforçamos a importância de que aquelas(es) que não puderem participar do ato em Brasília se envolvam em ações locais e em atos de solidariedade ao povo palestino”, ressalta a circular 534/2024, encaminhada às seções sindicais junto com a carta enviada ao Ministério de Relações Exteriores. Confira aqui a carta.

De acordo com Acosta, o governo brasileiro, de uma forma não necessariamente oficial, tem reconhecido que há um genocídio na Faixa de Gaza, mas não até o momento não houve desdobramentos, nem consequências efetivas, para impedir o extermínio do povo palestino. “Foi um entendimento do nosso congresso de que nós encaminhemos essa solicitação de que o governo brasileiro tome medidas mais enérgicas em relação ao genocídio que está acontecendo na Faixa de Gaza”, lembrou.

Durante o 42º Congresso do ANDES-SN, delegadas e delegados deliberaram que “o ANDES-SN e as seções sindicais participem em comitês de solidariedade ao povo palestino, como forma concreta de luta em defesa de seus direitos legítimos de liberdade e autodeterminação”. Em julho, o 67º Conad deu sequência às deliberações referentes à luta do povo palestino que ficaram pendentes do congresso, e aprovou lutar para que o governo brasileiro, nas diferentes esferas, rompa relações diplomáticas, comerciais, militares e acadêmicas com o governo de Israel. 

A categoria também definiu que o Sindicato Nacional destaque a relação entre os acordos militares de Israel com a política de militarização das periferias brasileiras e seu consequente genocídio do povo brasileiro, especialmente de negras e negros. Conforme o 2º vice-presidente da entidade, esse tema também será abordado na reunião, já que há acordos militares e para a compra de armamentos entre Brasil e Israel.

“Há uma ideia também de reconhecer de que as armas que matam na Palestina também matam aqui”, disse. “Além de prestar solidariedade [ao povo palestino], há também um interesse nosso de dizer que, para enfrentar a violência que também sofremos, nós queremos que o governo do Brasil tome medidas mais enérgicas em relação ao genocídio que está acontecendo na Faixa de Gaza”, acrescentou. 

Mandado de prisão contra Netanyahu

Na última quinta-feira (21), o Tribunal Penal Internacional (TPI), com sede em Haia nos Países Baixos, emitiu mandados de prisão contra Benjamin Netanyahu e Yoav Gallant. O TPI também emitiu mandado de prisão para Mohammed Diab Ibrahim Al-Masri (Deif), líder do Hamas que Israel diz já ter assassinado.

O Primeiro-ministro de Israel e seu ex-ministro de Defesa são acusados de crimes de guerra e crimes contra a humanidade cometidos entre 8 de outubro de 2023 e 20 de maio de 2024. Os crimes incluem o uso de fome como método de guerra; assassinato; perseguição; atos desumanos, como privação de bens essenciais e impedimento de ajuda humanitária.

Para Acosta, a decisão do TPI fortalece o pedido que será apresentado ao Ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira. “O fato de que tenha se consolidado uma decisão [com mandado de prisão] dá mais força à nossa argumentação de que não podemos aceitar manter relações com um governo que está cometendo, na nossa vista e na vista de toda opinião pública internacional, um genocídio”, afirmou.

ANDES-SN na luta

O ANDES-SN tem uma longa história de apoio à luta palestina, iniciada em 2003, com ações de solidariedade e boicote ao Estado de Israel. Em 2018, aderiu à campanha de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS). No 42º Congresso, em 2023, aprovou a moção "Não é guerra, é genocídio!", e no 67º Conad decidiu lutar pelo rompimento das relações diplomáticas entre Brasil e Israel.

 

Fonte: Andes-SN

 

Sexta, 22 Novembro 2024 13:30

 

O Tribunal Penal Internacional (TPI), com sede em Haia nos Países Baixos, emitiu nesta quinta-feira (21) mandados de prisão contra Benjamin Netanyahu e Yoav Gallant. A Primeira Câmara de Instrução do TPI, na sua composição para analisar a situação no Estado da Palestina, também rejeitou, por unanimidade, dois desafios apresentados pelo Estado de Israel, com base nos artigos 18 e 19 do Estatuto de Roma. 

Benjamin Netanyahu, Primeiro-ministro de Israel, e Yoav Gallant, ex-ministro de Defesa de Israel, são acusados de crimes de guerra e crimes contra a humanidade cometidos entre 8 de outubro de 2023 e 20 de maio de 2024. Os crimes incluem o uso de fome como método de guerra; assassinato; perseguição; atos desumanos, como privação de bens essenciais e impedimento de ajuda humanitária.

De acordo com nota emitida pelo TPI, o Tribunal encontrou provas razoáveis de que Netanyahu e Gallant, em suas posições de liderança, participaram de ações que causaram grande sofrimento à população civil de Gaza, incluindo privação de alimentos, água, medicamentos e energia. Essas ações foram consideradas violações graves do direito internacional humanitário.

Contestações do Estado de Israel

Israel contestou a jurisdição do TPI sobre a Palestina e sobre cidadãos israelenses, com base no artigo 19 do Estatuto de Roma – que rege o tribunal internacional. O argumento foi rejeitado, pois a jurisdição do Tribunal é baseada no território da Palestina, conforme determinado anteriormente. A Câmara destacou, ainda, que a aceitação de Israel não é necessária e que Estados só podem questionar a jurisdição da corte, sob o artigo 19, após a emissão de mandados de prisão.

No segundo pedido, Israel solicitou que o TPI emitisse uma nova notificação de início de investigação às autoridades israelenses, de acordo com o artigo 18 do Estatuto. Além disso, pediu que a Câmara suspendesse qualquer procedimento relacionado à situação, incluindo a análise dos pedidos de mandados de prisão contra Benjamin Netanyahu e Yoav Gallant apresentados pela Promotoria em 20 de maio de 2024. No entanto, o Tribunal concluiu que Israel foi devidamente notificado em 2021 e optou por não pedir o adiamento da investigação. Portanto, não havia necessidade de uma nova notificação, nem razão para suspender a análise dos mandados de prisão.

Contexto

Desde 2015, a Palestina é signatária do Estatuto de Roma, permitindo que o Tribunal Penal Internacional exerça jurisdição sobre crimes ocorridos em seu território desde 2014. 

Em 22 de maio de 2018, de acordo com os artigos 13 e 14 do Estatuto de Roma, o Estado da Palestina submeteu à Promotoria do TPI uma referência sobre a Situação na Palestina desde 13 de junho de 2014, sem uma data final especificada. 
Em março de 2021, a Promotoria anunciou a abertura de investigação sobre a situação no Estado da Palestina, após a decisão da Câmara, em um pré-julgamento, de que a corte poderia exercer sua jurisdição criminal na situação, com jurisdição territorial abrangendo Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental.

Em novembro de 2023, a África do Sul, Bangladesh, Bolívia, Comores e Djibouti e, em janeiro de 2024, Chile e México encaminharam submissões adicionais ao escritório da Promotoria do TPI referente à situação no Estado da Palestina, solicitando a investigação de crimes de guerra e contra a humanidade.

Fonte: TPI (com tradução e edição do ANDES-SN)

Segunda, 30 Setembro 2024 15:38

 

 

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Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
 
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Valfredo da Mota Menezes*

Deve haver alguma explicação psicológica ou mesmo psiquiátrica para entender o porquê de um grupo étnico, que sofreu racismo, foi humilhado, quase dizimado, conseguir, ao alcançar uma posição de poder, transformar-se em algoz e passar a ter o mesmo comportamento racista e a mesma aspiração supremacista daqueles que o maltratou, repetindo os mesmos atos com outro grupo étnico.
 
Em 1933 a população judaica na Europa era de 15,3 milhões. Desde a invasão da Áustria em março de 1938 até o fim da guerra em maio de 1945 (86 meses), foram mortas, aproximadamente, um milhão de crianças. O massacre de Israel contra o povo palestino repete essas mesmas ações dos nazistas. Acredito que, se for feito um levantamento desde o início, desde a NAKBA e contando apenas com os períodos de exacerbações e ataques gratuitos, como os de Sabra, Shatila e outros, teremos algum número parecido com o do holocausto. Só agora, nesse último ano, e só na Faixa de Gaza, com uma população de cerca de dois milhões, já foram assassinadas, em apenas 11 meses, mais de 40 mil palestinos, desses, cerca de 17.000 eram crianças (mais de 1500 crianças por mês) e 11.088, mulheres. Em dois dias, nessa nova ofensiva no Líbano, foram mortas mais 40 crianças. Esse massacre é cíclico e configura verdadeiramente genocídio. As crianças são as mais afetadas. É um verdadeiro extermínio do futuro. Além das mortas, mais de 27 mil estão órfãs ou desamparadas. Toda a infraestrutura de Gaza foi devastada. “Metade das escolas foi atingida ou danificada, 88.300 casas foram destruídas, 35 hospitais e 55 centros de saúde foram atacados. Não há mais sistemas de esgoto. A falta de medicamentos, alimentos e água provocada pelo bloqueio sionista, põe em risco toda a população”. As Nações Unidas estimam “que mais de 5% da população de Gaza foi morta, ferida ou está desaparecida. Além disso, mais de um milhão de pessoas foram deslocadas internamente, algumas delas forçadas a mudar de residência várias vezes. Estima-se que 75% das vítimas tinham menos de 30 anos e 69% eram mulheres e crianças.  “Entre os mortos, 885 eram profissionais de saúde, 79 membros da defesa civil, 168 jornalistas e 500 trabalhadores da saúde. Além disso, há cerca de 10 mil desaparecidos e 82.627 feridos, dos quais 11 mil necessitaram viajar com urgência para receber tratamento no exterior. Sete valas comuns foram encontradas em hospitais, somando 520 corpos”.

Os ataques israelenses têm sido condenados internacionalmente, sendo considerados crimes contra a humanidade por organizações de direitos humanos e pela ONU. A Comissão de Inquérito das Nações Unidas acusou Israel de usar a fome como estratégia de guerra, além de causar deliberadamente um alto número de vítimas civis.

O exército sionista mantém a ofensiva sem dar nenhuma importância às resoluções internacionais. Sabe que tem o apoio e a cumplicidade dos EUA. Israel parece ser um “estado” dos EUA. O próprio Joe Biden disse: “Se não houvesse um Israel, os Estados Unidos da América teriam que inventar um Israel para proteger seus interesses na região”.
 
A situação em Gaza representa uma das maiores crises humanitária já vivida na historia da humanidade. Estamos assistindo ao vivo. Entretanto, o que tem sido feito por todos os Estados que consideram essa atrocidade um genocídio? NADA. A ONU virou uma piada. Nenhuma retaliação, nenhuma sanção, nenhuma suspensão de relação diplomática, nenhum boicote às atividades comerciais ou esportiva, como por exemplo, foi feito com a África do Sul do Apartheid. O governo brasileiro continua exportando petróleo para Israel. O Ministério da Defesa (...dos militares) continua negociando a compra de tanques (os mesmos que são usados para matar civis) e o ministro diz que suspender a compra seria “uma decisão ideológica”. NÃO! É uma decisão HUMANITÁRIA! Em relação aos eventos esportivos, ao contrário do boicote, todo apoio tem sido dado aos sionistas, até mesmo colocar Israel como “Nação Europeia” na “UEFA EURO”, ou time de Israel fazer parte da Liga Europeia (Maccabi Tel-Aviv FC).  

Nota: a maioria das informações estatísticas relatadas aqui foi buscada em revistas, jornais e/ou “sites” de notícias.

*Médico, professor Associado/UFMT (aposentado), Doutor em Medicina Interna e Terapêutica.

Segunda, 26 Agosto 2024 09:33

 

 

Na quarta-feira (21), representantes da diretoria do ANDES-SN, da Associação de Docentes da Universidade de Brasília (Adunb Seção Sindical) e docentes da UnB participaram de uma reunião na Embaixada da Palestina, em Brasília (DF). O grupo foi recebido pelo Embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, para dialogar sobre ações em apoio ao povo palestino.

 

Foto: Eline Luz / Imprensa ANDES-SN

 

O ANDES-SN entregou um documento com uma seleção das principais deliberações do Sindicato Nacional, em solidariedade com a luta do povo da Palestina pela terra, o território, e o direito à autodeterminação. A perseguição política enfrentada por docentes, que manifestaram solidariedade à luta do povo palestino, também foi discutida com o embaixador, além do suporte jurídico ofertado, pelo ANDES-SN e suas seções sindicais, às professoras e professores vítimas desses ataques.

“Fizemos um ato, junto com professores da Universidade de Brasília, de solidariedade com a luta do povo da Palestina pela autodeterminação e repudiar o genocídio que está acontecendo neste momento, em cumprimento com as deliberações do nosso [42º] Congresso e do nosso [67º] Conad”, afirma Luis Acosta, encarregado de Relações Internacionais do ANDES-SN.

Para fortalecer as ações de solidariedade, a Embaixada da Palestina irá traduzir o documento entregue pelo ANDES-SN, para que seja enviado às trabalhadoras e aos trabalhadores palestinos. Também foi solicitado que o ANDES-SN reúna as publicações da entidade sobre a Palestina, para ser traduzido e divulgado junto à classe trabalhadora daquele país.

O Sindicato Nacional também produziu um vídeo de 30 segundos, para ser veiculado curtos em emissoras palestinas. Todos os materiais serão traduzidos pela Embaixada da Palestina.

Clique aqui e confira vídeo com mais informações sobre esta ação.

 

 

Fonte: Andes-SN

Quinta, 23 Maio 2024 11:22

 

Cuiabá recebe o jornalista Breno Altman para o lançamento do livro “Contra o Sionismo - Retrato de uma Doutrina Colonial e Racista” no dia 04 de junho, às 19h, no auditório da Adufmat, na UFMT.

Aberto ao público, o evento de lançamento contará com um bate papo sobre o livro e a história do sionismo na Europa e nas terras palestinas, onde a doutrina chegou à sua maior representação: o genocídio em curso do povo palestino.

Com mediação do fotógrafo e jornalista Ahmad Jarrah, a mesa conta com a presença da professora doutora do Departamento de História da UFMT, Ana Maria Marques, e do diretor da Sociedade Beneficente Muçulmana de Cuiabá, Assan Salim.

Será uma oportunidade para ampliar os conhecimentos sobre a história da colonização da Palestina pelo estado sionista de Israel, ouvir relatos de quem vivenciou o apartheid na Palestina ocupada, e adquirir uma cópia da obra de Breno Altman.

>>>> Mais informações pelo Instagram @comitepalestinamt

 

Fonte: Divulgação

Terça, 20 Fevereiro 2024 14:05

 

Nosso sindicato tem, em reiteradas oportunidades, manifestado apoio à causa palestina, o seu direito à autodeterminação, e de condenação ao massacre e genocídio do povo palestino. Em virtude dos últimos acontecimentos e do agravamento da situação na Faixa de Gaza, reafirmamos a solidariedade com o povo da Palestina e reiteramos nossa condenação ao genocídio que está sendo perpetrado contra o povo palestino pelo governo reacionário do Estado de Israel.

Recentemente, numa ação impetrada pelo governo da África do Sul e apoiada também pelo governo do Brasil, a Corte Internacional de Justiça estabeleceu que há um risco plausível de danos irreversíveis e imediatos à população palestina em Gaza, determinando “que o Estado judeu tome todas as medidas em seu poder para evitar violações da Convenção das Nações Unidas sobre Genocídio, de 1948, e permita a entrada de ajuda humanitária no enclave palestino”. A ONU define no artigo 2º da Convenção Sobre a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio o genocídio como os seguintes atos, desde que cometidos com a intenção de destruir no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso: “a) Assassinato de membros do grupo; b) Atentado grave à integridade física e mental de membros do grupo; c) Submissão deliberada do grupo a condições de existência que acarretarão a sua destruição física, total ou parcial; d) Medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio do grupo; e) Transferência forçada das crianças do grupo”. A Corte também determinou uma série de medidas cautelares a serem observadas pelo governo de Israel, enquanto continua com a análise da denúncia apresentada.

Mesmo com esta determinação a agressão do governo de Israel, com o apoio do governo dos EUA e a cumplicidade dos governos da Europa “ocidental”, não tem recuado, e a cada dia avança com novos ataques particularmente à população da Faixa de Gaza. Mulheres e crianças são as principais vítimas desta operação de extermínio. Neste sentido a recente declaração do presidente Lula, no sentido de reconhecer o genocídio do povo palestino da mesma forma que praticado contra os judeus pelo nazismo, não traz imprecisões históricas. Trata-se de um genocídio contra o povo palestino e não de uma guerra. É também louvável a decisão de fazer novos aportes de recursos para a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Médio (UNRWA) diante do boicote a esta agência que o governo dos EUA e alguns governos da Europa, decidiram em apoio ao colonialismo e apartheid do governo de Israel.

Nosso 42º Congresso será importante momento para que o tema seja colocado em debate e que resoluções acerca da matéria venham a ser tomadas.

Reiteramos, como indicado na Circular nº 376/2023, a convocação para as seções sindicais, com os sindicatos e movimentos sociais, organizarem atos de solidariedade ao povo da Palestina, por um cessar-fogo imediato e o ingresso de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

Não é guerra, é genocídio!

 

 

Brasília(DF), 20 de fevereiro de 2024.

 

Diretoria do ANDES-Sindicato Nacional

Quarta, 01 Novembro 2023 14:35

 

 

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Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
 
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*Valfredo da Mota Menezes


Toda a América foi colônia. De sul ao norte, todos os nossos heróis (Simão Bolívar, Jose de San Martin, Manoel Belgrano, Jose Artigas, Thomas Jefferson, George Washigton) também foram considerados bandidos. Tiradentes foi torturado, assassinado e esquartejado para servir de exemplo de que ninguém deveria se levantar contra a metrópole.

Todo povo colonizado tem o direito de resistir ao colonizador. Todos os países colonizadores, ao submeterem a população colonizada a diferentes tipos de opressão, tiveram a resposta dos colonizados com ações bélicas e de guerrilha.

Em tempos mais recentes e de memória ainda presente: alguém,com bom senso, apoiou a colonização portuguesa em Angola e Moçambique? Alguém aqui apoiou a colonização francesa na Argélia? Apoiou o massacre estadunidense no Vietnam? Alguém deu apoio ao regime de apartheid na África do Sul? Os oprimidos desses países,ao se debelaremforam por nós considerados terroristas? A resposta a todas essas perguntas é NÃO. A grande maioria da população mundial aplaudiu quando esses povos colonizados decidiram pegar armas e expulsar o opressor.Na atualidade, a única diferença entre Israel e os antigos colonialistas é a crueldade sionista e o apoio incondicional dos países mais ricos e mais armados (a grande maioria ex-colonizador),todos cúmplices do genocídio. A proposta sionista é clara: expulsar a maioria e matar o restante. Quem éterrorista? O mesmo genocídio que os EUA fizeram com seus índios - invasão de terras e matança -, os sionistas estão fazendo em Gaza. Alegam que têm “direito de defesa contra o Hamas”...As crianças são do Hamas? A matança de crianças é uma maneira de impedir que elas cresçam e se tornem membros de alguma organização rebelde? É uma matança preventiva? Segundo a UNICEF, (“Gaza tornou-se um cemitério para milhares de crianças. É um inferno”)até o dia 31 de outubro, os bombardeios a Gaza já mataram mais de 3.400 crianças. Na Cisjordânia não há Hamas e, também lá, a matança avança.
A crueldade é tanta e crescente que até a mídia televisiva, que só focava na ação do Hamas, já começa a sentir vergonha de não aprofundar a análise sobre a crueldade dos ataques sionistas em Gaza. É até constrangedor ver que, quando um analista de TV começa a repercutir algum relato feito por servidores da ONU ou da OMS sobre os massacres em Gaza,alguém decide “chamar um intervalo.”

Todos nós, principalmente os mais velhos, já vimos e já discutimos essas mesmas situações em períodos diferentes. É cíclico. Há mais de 70 anos que o povo palestino vem sendo humilhado. São expulsos de suas terras e os que ficam, ou aceitam o apartheid ou são assassinados. Em todo esse período histórico vimos assistindo as mesmas discussões e diferentes Resoluções da ONU,que nunca foram cumpridas. Sempre, mas principalmente atualmente, os Estados Unidos e a União Europeia, deram apoio explicito para o Estado sionista continuar com o genocídio. Por isso, enquanto a maioria dos países do mundo não reagir, não só repudiando o genocídio, mas, principalmente, boicotando e cortando relações com o Estado sionista (como foi feito com a África do Suldo apartheid), a situação vai continuar na sua maneira cíclica até a tomada total do território por parte de Israel.

É por tudo isso que afirmo ser Israel um “estado antissemita”. O termo antissemitismo tem sido usado, na maioria das vezes, como preconceito e/ou hostilidade aos judeus. Entretanto, se admitirmos, como referido na Bíblia, que semitas são todos os povos descendentes de Sem (um dos filhos de Noé); que dentre esses povos estão incluídos os Árabes e os Hebreus; que esses dois povos compartilham línguas semíticas da mesma origem cultural; se, como sabemos, o Estado de Israel desde a sua criação, vêm tratando os Árabes como cidadãos de segunda classe, vêm incessantemente tentando expulsar ou eliminar todos os árabes da Palestina, a nossa conclusão só podeser a de que o Estado de Israel é antissemita na origem da história.  

*Médico. Doutor em Medicina Interna e Terapêutica. Professor Associado-Medicina/UFMT (aposentado).

 

Quinta, 26 Outubro 2023 10:18

 

O Sindicato Nacional repudia os ataques do governo de extrema direita de Israel e manifesta pesar pelas vítimas civis do conflito

Nas últimas semanas, o mundo tem assistido ao acirramento do conflito entre Israel e Palestina, resultado de anos de uma política de opressão e massacre sistemático do povo palestino com o apoio do imperialismo norte-americano. Em 7 de outubro, um contra-ataque sem precedentes realizado pela ala militar do partido islâmico palestino Hamas aprofundou a instabilidade que assola a região. Foi a maior demonstração de força militar já realizada pelo Hamas. Como resposta, o governo israelense de extrema direita de Benjamin Netanyahu declarou estado oficial de guerra.

 

 

Em poucos dias, já há milhares de mortos de distintas comunidades nacionais. “Lamentamos pela morte de inocentes, independente de nacionalidade ou origem étnica e manifestamos nossa solidariedade às vítimas civis dos dois lados do conflito. É preciso reconhecer e afirmar que dentre as vítimas, a maioria é formada por aquelas e aqueles que vivem na Faixa de Gaza, região que pode ser considerada a maior prisão em céu aberto do mundo”, afirma em nota o ANDES-SN. A entidade destaca ainda que, desde a criação de Israel em 1948, sucessivos governos têm atuado proibindo o contato entre famílias palestinas, pisoteando vítimas civis e negando independência nacional ao povo palestino. Leia aqui a nota na íntegra.

A escalada da violência da ofensiva israelense já deixou no mínimo 3 mil palestinos e palestinas mortos. Apesar da imprecisão dos levantamentos, o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da Organização das Nações Unidas aponta que mais de mil crianças e 1050 mulheres, muitas delas grávidas, estão entre as vítimas. Segundo informações de organismos internacionais, já houve 20 ataques a instalações da ONU e a escolas, além de ataque sem precedentes a um hospital, nessa quarta-feira (17), que matou ao menos 500 pessoas.

“É a política do capitalismo israelense, dirigido hoje por um bloco de extrema direita apoiado pelo imperialismo estadunidense que está na raiz do conflito. Décadas de devastação e luto por bombardeios, prisões arbitrárias, intensa violência de Estado, ocupação e anexação de territórios e, fundamentalmente, de negação de direitos humanos básicos ao povo palestino criaram condições favoráveis para a ação política do Hamas. Indiferente à ineficácia desta tática para a libertação do povo palestino, a ousada ação militar de 05 de outubro foi uma resposta à exploração, à opressão e ao regime de apartheid imposto por governos reacionários de Israel”, avalia o Sindicato Nacional.

O ANDES-SN lembra também que “a luta do povo palestino apenas é fragilizada quando apoiada por Estados reacionários ou forças fundamentalistas que sustentam a opressão às mulheres. Por isso, deve ser combinada com a luta pela emancipação social e territorial contra todas as formas de violência colonial, racista e religiosa, as quais apenas contribuem para perpetuar um sistema capitalista em crise e que está na raiz de todo o conflito”.

A entidade expressa ainda toda solidariedade ao povo palestino e às lutas por direitos sociais e autodeterminação. Também reafirma o posicionamento contra o massacre humanitário do povo palestino realizado pelo governo reacionário de Benjamin Netanyahu e com o apoio do imperialismo norte-americano. Convoca ainda, conforme deliberação do 63° Conad, o fortalecimento da Campanha de Boicote, Desinvestimento e Sanções contra o Estado de Israel, como forma de solidariedade internacional à luta do povo palestino.

Uma série de atos vem ocorrendo em diversas cidades do país. As manifestações denunciam o genocídio da população civil na Palestina e pedem ações humanitárias urgentes. Confira a agenda de atos ao final da matéria.

Deliberações em defesa da liberdade e autodeterminação do povo Palestino

Há décadas, o ANDES-SN tem se posicionado em defesa da liberdade e autodeterminação do povo Palestino. No 22º Congresso do Sindicato Nacional, em 2003, por exemplo, foi aprovado “recomendar às Seções Sindicais que se engajem nos comitês em solidariedade ao povo palestino, como forma concreta de luta em defesa de seus direitos legítimos de liberdade e autodeterminação. Em caráter emergencial, promover debates que visem a esclarecer a questão palestina e o massacre sistemático promovido contra aquele povo”.

No ano seguinte, em seu 23º Congresso, a categoria reafirmou a deliberação de “apoiar os povos oprimidos que lutam pela sua autodeterminação, a exemplo do povo palestino, iraquiano e nações indígenas latino-americanas”. Aprovou ainda por “recomendar às seções sindicais que se engajem nos comitês em solidariedade aos povos afegão e iraquiano, como forma concreta de luta em defesa de seus direitos legítimos de liberdade e autodeterminação. Em caráter emergencial, promoverem debates que visem a esclarecer a questão palestina e o massacre sistemático promovido contra aquele povo”. Tal decisão foi reafirmada no 24º Congresso, em 2005.

Já em 2018, durante o 63º Conad, delegadas e delegados aprovaram que o Sindicato Nacional integrasse a campanha de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) contra o Estado de Israel, divulgando e incentivando a mesma em suas bases e preste solidariedade internacional à luta do povo palestino e contra o massacre do seu povo.

Palestina: símbolo histórico de luta e resistência

Em 2021, enquanto a população ocupava as ruas na América Latina por vacina no braço e comida no prato, e contra as políticas negacionistas de governos de extrema direita, do outro lado do oceano Atlântico, as palestinas e os palestinos enfrentavam, além da pandemia de Covid-19, a violência do governo de Israel, em defesa do seu direito à vida e ao território. A opressão histórica ao povo palestino e a disputa pelos territórios na Faixa de Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental ganhava um novo capítulo brutal naquele ano.

Em 11 dias de conflito, o bombardeio do Estado de Israel à Faixa de Gaza, supostamente visando o Hamas, matou ao menos 232 palestinos, dos quais 65 crianças, e feriu outros 1.900. Em Israel, 12 pessoas morreram e mais de 340 ficaram feridas. Várias áreas urbanas foram totalmente destruídas, incluindo três prédios ocupados por empresas jornalísticas e correspondentes internacionais.

O ANDES-SN publicou, em julho de 2021, reportagem sobre a luta histórica do povo palestino por autodeterminação e pelo direito de existir com dignidade e a violência imposta pelo governo israelense de extrema direita. Confira aqui a matéria.

 

Fonte: Andes-SN