Quinta, 03 Novembro 2022 10:07

 

Agora é manter a independência de classe e preparar a luta por nossa pauta e contra qualquer ataque aos direitos!

 

No domingo (30), conseguimos impor uma importante derrota nas urnas a Bolsonaro (PL) e a ultradireita no Brasil. Em uma das eleições mais acirradas e polarizadas da história, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) obteve 50,90% dos votos válidos, o equivalente a mais de 60 milhões de votos (60.345.999), contra 49,10% ou pouco mais de 58 milhões de votos de Bolsonaro (58.206.354).

Após quatro anos de um mandato desastroso e nocivo ao povo brasileiro, especialmente os trabalhadores e mais pobres, Bolsonaro é o primeiro presidente em exercício a perder uma reeleição. Já Lula será presidente pela terceira vez pelo voto direto.

Na manhã desta segunda-feira (31), mais de 14 horas após o resultado das eleições, Bolsonaro ainda não se pronunciou oficialmente, reconhecendo a derrota como é praxe.

Por outro lado, várias figuras do governo e de instituições como o Senado e a Câmara ainda ontem reconheceram o resultado deste 2° turno. Vários governos de outros países, como EUA, França, China, Rússia e outros líderes, fizeram o mesmo e parabenizaram a eleição do petista.

PRF, violência e uso da máquina

Bolsonaro e seus aliados fizeram de tudo para impedir a derrota. Neste domingo, a cartada final foi a tentativa da PRF (Polícia Rodoviária Federal) prejudicar a votação de eleitores.

Nas redes sociais, foram destaque diversos relatos de operações da PRF que descumpriram determinação dada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para não realizar operações contra o transporte de eleitores.

As ações da PRF se concentraram principalmente na região Nordeste onde o PT venceu com larga margem de votos no 1° turno. Foram mais de 600 ações, das quais quase 50% foram na região. A região sul, reduto bolsonarista, ao contrário, registrou apenas 8% das operações. A hastag #DeixemoNordesteVotar ficou no trending topics ao longo do dia.

Já no sábado (29), a violência bolsonarista também se repetiu. Uma semana depois do episódio protagonizado pelo aliado de Bolsonaro, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), a deputada federal Carla Zambelli (PL), após uma discussão política no bairro dos Jardins, em São Paulo (SP), perseguiu armada um homem negro. A deputada alegou que foi agredida, mas as imagens mostram o contrário. Ao perseguir o homem, ela tropeça e um dos seus seguranças chega a atirar no meio da rua.

O uso de todo o aparato do Estado a favor de sua candidatura também foi outra marca destas eleições. Bolsonaro tomou todo tipo de medida populista para tentar “comprar o voto” da população, principalmente dos mais pobres, os quais nunca considerou durante seu mandato, tais como o aumento até dezembro deste ano do benefício do Auxílio Brasil, a manobra para reduzir o preços dos combustíveis e o uso desenfreado do Orçamento Secreto para favorecer redutos bolsonaristas.

Um voto crítico em Lula

Contra Bolsonaro, a Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas aprovou o voto crítico em Lula neste 2° turno, para impedir que a ultradireita seguisse à frente do poder e do controle do Estado brasileiro e realizou uma forte campanha, coerente com a luta pelo Fora Bolsonaro realizada durante todo o governo de ultradireita.

Bolsonaro é antidemocrático, autoritário e uma ameaça às liberdades democráticas duramente conquistadas após o fim da ditadura. Sem falar no projeto ultraliberal e contrário aos direitos dos trabalhadores. Por isso, sua derrota nas eleições é uma vitória para a classe trabalhadora.

Entretanto, como destacou a SEN em nota, o voto crítico em Lula não significa apoio ao projeto de conciliação de classes apresentado pelo PT e suas alianças com a burguesia.

“Conquistada essa importante vitória com a derrota de Bolsonaro, fazemos um chamado a toda a classe trabalhadora, às demais centrais sindicais e organizações da nossa classe: agora é luta!”, avalia o integrante da SEN, Atnágoras Lopes.

“O bolsonarismo não acabou. O resultado das eleições também demonstra que eles seguirão com força no Congresso e pelo país em vários estados e municípios. Só com organização e luta dos trabalhadores será possível, de fato, impor uma derrota ao projeto reacionário da ultradireita, bem como garantir a autodefesa da nossa classe. Em relação ao governo de Lula-Alckmin, não podemos depositar nenhuma confiança ou estimular ilusões, pois é novamente um governo de conciliação de classe com nossos inimigos: a burguesia”.

“É preciso garantir independência de classe em relação aos governos e patrões e preparar nossa organização e mobilização contra qualquer ataque aos trabalhadores, bem como para lutar por nossas reivindicações, como por exemplo, a revogação da reforma trabalhista, Previdênciária e do ensino médio, o fim das privatizações, o arquivamento da Reforma Administrativa, a rejeição da tese do Marco Temporal contra os territórios indígenas, entre outras. Agora é luta!”, concluiu.

 

Fonte: CSP-Conlutas

Terça, 25 Outubro 2022 10:21

 

 

 

Apoiadores de Jair Bolsonaro, presidente da República candidato à reeleição, intensificaram os ataques às universidades públicas e suas comunidades. Estudantes, docentes, técnicas e técnicos, bem como as próprias instituições de ensino públicas têm sido alvos constantes da extrema-direita desde que Bolsonaro assumiu, em 2019. No entanto, nesta semana, houve uma escalada de atos violentos, registrados em diversos estados do país.

“Temos muita preocupação com o avanço das ações violentas e fascistas que tem se manifestado em todo Brasil e em nossas universidades nesses últimos dias. Esses ataques só reforçam o quanto o projeto representado por Bolsonaro e seus aliados é um projeto que se sustenta na violência, nas ameaças à vida e à liberdade de expressão, estimulando atitudes antidemocráticas. Por isso, acreditamos que a decisão tomada pela nossa diretoria, e que tem encontrado eco na deliberação das seções sindicais, é que temos que intensificar nossa campanha de apoio ao Lula neste segundo turno, porque precisamos derrotar a expressão do fascismo representado por Bolsonaro. Não vamos arrefecer a luta”, afirma Francieli Rebelatto, 2ª secretária do ANDES-SN.

UFSM

Nessa quinta-feira (20), o deputado Federal do Rio Grande do Sul Bibo Nunes (PL), um dos maiores defensores de Bolsonaro e de suas práticas, vociferou em uma transmissão pela internet todo seu ódio e preconceito contra estudantes das universidades federais, especialmente da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). O parlamentar, que não foi reeleito, entre tantos absurdos e inverdades declarou, em uma atitude genocida, o desejo de que estudantes da UFSM fossem “queimados vivos”. Além da violência de sua fala, o deputado bolsonarista demonstrou total desprezo e falta de empatia com a população de cidade Santa Maria que, desde 2014, sofre com o incêndio fatal da Boate Kiss, que levou à morte 242 jovens e feriu outras 636 pessoas. A maioria das vítimas era estudante da UFSM.

“Além de desrespeitar as vidas perdidas e as mais de 636 pessoas envolvidas nesta tragédia, desrespeita a dor das famílias e da sociedade da cidade: parentes, amigas e amigos que carregam em seus corpos, mentes e corações marcas profundas dessa tragédia. Este “homem de bem” traz em sua fala o resumo do momento em que vivemos, na qual a intolerância e o ódio estão levando a violências políticas que ameaçam nossa democracia”, destaca a diretoria do ANDES-SN, em nota de repúdio ao deputado federal. Leia aqui a íntegra da nota.

Em reação ao vídeo ameaçador e difamatório divulgado pelo deputado federal, a comunidade universitária da UFSM está organizando uma ampla mobilização. O protesto, intitulado “Ato em defesa da UFSM! Não ao ódio e à violência contra os(as) estudantes”, acontecerá na próxima segunda-feira, 24 de outubro, a partir das 11h30, em frente ao prédio do Restaurante Universitário central da universidade.

O Diretório Central de Estudantes (DCE) da UFSM organizou um abaixo-assinado, que será encaminhado ao Ministério Público para que adote as providências cabíveis e será, também, utilizado em um pedido de cassação do mandato de Bibo Nunes. Até o fechamento desta matéria, o documento já contava com mais de 5 mil assinaturas. Assine aqui.

UEFS

Em Feira de Santana (BA), no intervalo de 10 dias, bolsonaristas protagonizaram três episódios de violência e ameaças na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs). O mais recente foi nessa quinta-feira (20), quando realizaram um ato em frente ao pórtico da Uefs com materiais em apoio à Bolsonaro, tentando intimidar a comunidade universitária. Docentes e discentes da Uefs reagiram, concentrando-se na entrada da universidade, o que fez com que as e os bolsonaristas recuassem.

Na segunda-feira (17), dois homens invadiram a Reitoria da universidade e coagiram servidoras e servidores do gabinete, com gravação de imagem em celular, sem autorização, enquanto indagavam o motivo de universidade pública permitir a presença de uma faixa com os dizeres “Fora Bolsonaro”, colocada pela Associação de Docentes da Uefs (Adufs-BA – Seção Sindical do ANDES-SN) no pórtico da universidade. O reitor Evandro do Nascimento interviu na situação e exigiu que os homens desligassem o celular e parassem com o constrangimento no ambiente de trabalho da instituição.

Nascimento explicou que a Uefs está seguindo as orientações cabíveis para a obediência à lei eleitoral e que vê a exibição da faixa como exercício do direito à livre manifestação sindical e de liberdade expressão. Os dois deixaram o prédio, mas antes de sair da universidade rasgaram duas das três faixas afixadas pela Adufs-BA SSind. na instituição. No dia 10, dois homens também rasgaram uma das faixas que estava no pórtico, e fugiram do local antes da interferência dos vigilantes, que notificaram a ação à Administração Central.

Em nota, o ANDES-SN também repudiou os atentados na Uefs e exigiu a apuração, identificação e responsabilização dos atos de violência política, antidemocráticos, e que atentam contra a Constituição Federal de 1988. “Diante dos recorrentes ataques à liberdade de expressão e as agressões sofridas pela ADUFS-BA, o ANDES-SN repudia com veemência os atos de violência praticados pelos fascistas e manifesta total apoio a diretoria da ADUFS-BA, importante entidade de classe que representa a(o)s docentes da UEFS, e estende nosso apoio a toda comunidade universitária”, ressalta a diretoria do Sindicato Nacional. Leia aqui a nota.

UFMT

No último dia 19, o DCE da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) tomou conhecimento de ameaças contra estudantes, docentes e técnicos e técnicas da universidade, compartilhadas em um grupo de bolsonaristas no Whatsapp. Segundo informações repassadas ao DCE, um dos participantes sugeriu a realização de um ato político armado para intimidar a comunidade universitária. Na mesma conversa, outras postagens faziam chacota dos trabalhadores e das trabalhadoras do estado, expressando o caráter de ódio de classe que alimenta o fascismo.

Há relatos também de que, em outros grupos bolsonaristas, circularam mensagens comentando sobre esse chamado à ação, e com a defesa explícita de fuzilamento de estudantes petistas da UFMT.

Em nota, a diretoria do ANDES-SN manifestou sua preocupação com a escalada da violência e também sua solidariedade à comunidade acadêmica da UFMT. “Não vamos arrefecer a luta e no dia 30 de outubro vamos VOTAR EM LULA PARA DERROTAR BOLSONARO NAS RUAS E NAS URNAS”, ressalta a diretoria do ANDES-SN.

 

Fonte: ANDES-SN 

 

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Quinta, 25 Agosto 2022 10:03

 

A PF (Polícia Federal) cumpriu esta semana 23 mandados de busca e apreensão contra o grupo de empresários bolsonaristas que defendeu um golpe militar caso Lula vença as eleições presidenciais. A ação da polícia ocorreu na manhã de terça-feira, 23/08, e foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). 

Entre os investigados estavam Luciano Hang, da Havan, e Afrânio Barreira, do restaurante Coco Bambu. Na lista de alvos também estavam José Isaac Peres, dono da rede de shopping Multiplan; Ivan Wrobel, da Construtora W3; José Koury, dono do Barra World Shopping; André Tissot, empresário do Grupo Serra; Meyer Nirgri, da Tecnisa; e Marco Aurélio Raimundo. 

Os mandados foram cumpridos em cinco estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Ceará. Além das buscas, Alexandre de Moraes também autorizou que os empresários fossem ouvidos pela PF. 

Planejar e apoiar golpes contra o Estado Democrático de Direito é crime previsto no Código Penal, podendo o agressor ser condenado de 4 a 8 anos de prisão. No entanto, como apurou o portal Metropoles, diversos patrões apoiadores do presidente defenderam a ideia em um grupo de Whatsapp. 

Saiba mais: A burguesia fede: empresários bolsonaristas defendem golpe em caso de derrota nas eleições

“Prefiro golpe do que a volta do PT. Um milhão de vezes. E com certeza ninguém vai deixar de fazer negócios com o Brasil. Como fazem com várias ditaduras pelo mundo”, foi a mensagem escrita por Koury, que também prometeu dar dinheiro aos funcionários que votassem seguindo seus interesses. 

Bolsonaro irritado

Segundo o blog da jornalista Andrea Sadí, o presidente Jair Bolsonaro reagiu com irritação à operação da PF. O fato da ação ocorrer no dia em que Moraes deve se reunir com o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, para tratar sobre as eleições aumentou a revolta.

Organizadores da campanha de Bolsonaro acreditam que o encontro é uma oportunidade para amenizar os ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral. 

Investigação

O movimento de Moraes contra o golpismo do empresariado bolsonarista ocorreu após juristas e entidades pedirem que o grupo de patrões fosse incluído no inquérito que investiga as milícias digitais antidemocráticas.

A petição foi assinada pela Associação Brasileira de Juristas Pela Democracia (ABJD), pela Associação de Juízes para a Democracia (AJD), pela Associação Americana de Juristas (AAJ-Rama Brasil), pelo Instituto de Pesquisas e Estudos Avançados da Magistratura e Ministério Público do Trabalho (Ipeatra) e pela Comissão Justiça e Paz de Brasília (CJP-DF).

 

Fonte: CSP-Conlutas (com edição da Adufmat-Ssind)